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FINANÇAS INTERNACONAIS

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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 
UNIDADE 1 - A FUNÇÃO FINANCEIRA NA EMPRESA E O GESTOR DE 
NEGÓCIOS ................................................................................................................. 4 
UNIDADE 2 - AS FINANÇAS INTERNACIONAIS NO CONTEXTO DA 
GLOBALIZAÇÃO ....................................................................................................... 6 
UNIDADE 3 - OS BLOCOS REGIONAIS ................................................................. 10 
UNIDADE 4 - O MERCADO INTERNACIONAL DE CÂMBIO E DE CAPITAIS ....... 20 
4.1 MERCADO DE CÂMBIO ......................................................................................... 20 
4.2 FATORES QUE DETERMINAM A TAXA DE CÂMBIO ..................................................... 23 
4.3 MERCADO DE CÂMBIO NO BRASIL ......................................................................... 24 
4.4 MERCADO DE CAPITAIS E INVESTIDORES INSTITUCIONAIS ........................................ 32 
UNIDADE 5 - O SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL .................................. 41 
UNIDADE 6 - O CENÁRIO PARA OS FINANCIAMENTOS INTERNACIONAIS ..... 46 
UNIDADE 7 - AGÊNCIA DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO - ECA ............................ 49 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 
 
 
 
Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2
INTRODUÇÃO 
 
O comércio internacional é a “turbina-mãe” que gera a energia das finanças 
internacionais: sem o comércio não há finanças, seja no mercado doméstico, seja no 
mercado internacional. Em 2005, o comércio internacional movimentou US$ 10,1 
trilhões em mercadorias e US$2,4 trilhões em serviços associados (transporte, 
viagens e logística) (CARVALHO, 2007). 
Para Baumann, Canuto e Gonçalves (2004) “o elemento básico de análise da 
Economia Internacional é um determinado espaço geográfico e suas relações com o 
resto do mundo.” 
Essas primeiras afirmativas nos oferecem uma ideia do clima dessa apostila: 
integração regional, os efeitos do crescimento econômico no comércio internacional, 
financiamentos internacionais e a globalização. São temas que devem permear o 
cotidiano dos profissionais do mercado de trabalho que lidam constantemente com 
questões relativas às finanças internacionais e à dinâmica do comércio exterior e 
suas relações como um todo. 
Assim, a disciplina intitulada Finanças Internacionais, que compõe a grade do 
curso de Gestão de Negócios, tem o objetivo de oferecer subsídios conceituais para 
aqueles profissionais que estão se habilitando na área de negócios, uma vez que a 
globalização praticamente nos impôs a necessidade de “trocar” com o mundo todo. 
Aquele isolamento em que vivíamos, preocupados somente com o mercado interno, 
com os acontecimentos ao nosso redor, deu lugar à necessidade de conhecer 
detalhes do mundo, particularidades de cada país, mercado, etc. 
Interessante perceber que antigamente o que mais chamava atenção em 
termos de mundo poderia ser resumido basicamente no turismo. Hoje, não. Hoje, a 
tendência das organizações é se tornarem multi, transnacionais, ou pelo menos 
“fazer negócios” além das fronteiras. Para isso o gestor de negócios, aqui entendido 
como aquele profissional múltiplo, precisa conhecer todas as ferramentas, conceitos 
e detalhes que possam levar a empresa sob sua gestão a se firmar e destacar no 
mercado. Que esse gestor precisa ter visão de futuro não há como negar, indo muito 
além, ele precisa perceber que mercado de capitais, taxa de câmbio e política 
econômica são três fatores extremamente importantes quando se trata de finanças 
internacionais. 
 
Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
3
Essa apostila é uma compilação dos aspectos mais importantes que 
envolvem as finanças internacionais. Expressões em língua inglesa surgirão a todo 
momento, as quais tentaremos traduzir não ao pé da letra, mas dentro do contexto e 
salientamos que não há como fugir delas, uma vez que estamos tratando de um 
matéria que segue regras internacionais. 
O assunto “finanças internacionais” é extenso, possui muitos detalhes, exige o 
uso de fórmulas matemáticas, no entanto, procuramos nos ater ao que mais 
interessa para orientar um gestor em sua caminhada à frente de uma organização 
em crescimento e que veja no mercado internacional um novo caminho a desbravar. 
De todo modo, o gestor de negócios precisa dominar conceitos relativos ao 
mercado internacional, interpretar e analisar as informações financeiras para avaliar, 
tomar decisões e desenvolver estratégias empresariais. 
O primeiro capítulo identifica a função financeira em uma organização e o 
papel do gestor. Sequencialmente apresentamos as finanças internacionais no 
contexto da globalização; apresentamos os blocos regionais e demonstramos sua 
importância como centros de poder, autoridade, influência e governança; 
conceituamos e situamos o mercado internacional de capitais e de câmbio, as 
operações, taxas e seus fatores determinantes; explicamos o Sistema Financeiro 
Internacional; analisamos o cenário para financiamentos internacionais e para 
finalizar buscamos entender o que é uma ECA (agência de crédito à exportação), 
suas funções e mecanismos. 
Ressaltamos que o assunto não se esgota e oferecemos ao final da apostilas 
referências bibliográficas utilizadas no decorrer desta que também servem de leitura 
para aprofundamento do tema e para sanar lacunas que possam surgir ao longo do 
curso. 
Desejamos a todos boa leitura! 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
4
UNIDADE 1 - A FUNÇÃO FINANCEIRA NA EMPRESA E O 
GESTOR DE NEGÓCIOS 
 
Segundo Gitman (1997) ‘finanças’ pode ser considerada como a arte e ciência 
de administrar fundos, afetando a vida de qualquer pessoa e/ou organização. As 
principais oportunidades em serviços financeiros ocorrem nas áreas de bancos e 
instituições correlatas, planejamento das finanças pessoais, investimentos, bens 
imóveis e seguros. 
A meta da administração financeira é maximizar a riqueza dos proprietários 
da organização, então, ao gestor financeiro cabe avaliar a situação econômico-
financeira da empresa, a formação do resultado, os efeitos de decisões tomadas 
anteriormente; tomar novas decisões, corrigindo o rumo indesejado e, desenvolver 
planos operacionais e de investimentos (CARDOSO E BRITO, 2004). 
As áreas de decisões financeiras mais importantes são: 
� Investimentos (administração da estrutura do ativo e implementação de novos 
projetos); 
� Financiamentos (propor e organizar a estrutura financeira mais adequada às 
operações normais e aos novos projetos) e, 
� Trabalhar a política de dividendos e financiamentos para destinar o lucro são 
as áreas de decisões financeiras mais importantes, ou seja, distribuir os dividendos 
(FERREIRA, 2008, p. 6). 
Para a mesma autora, a função financeira preocupa-secom todos os 
problemas que são associados com a eficiente aquisição e o uso do capital (dinheiro 
que se ganhou com empréstimos passados, o que se economizou dos ganhos com 
lucros ou salários, a riqueza acumulada para financiar novos investimentos). O 
capital pode ser físico, estando nas fábricas e máquinas ou financeiro, que está na 
riqueza investida nas empresas por meio de empréstimos tomados, ações vendidas 
ou outros instrumentos financeiros. 
Os principais objetivos da função financeira são: 
� Obter o montante adequado para a continuidade do negócio. 
� Conservar o capital e saber obter lucro com o uso desse capital, para que os 
investimentos continuem fluindo (FERREIRA, 2008, p. 4) 
 
Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
5
Ao gestor de negócios caberá, dentre outras atribuições, desenvolver 
habilidades e competências que lhe permitam conhecer todo o negócio da empresa, 
desde o chamado “chão de fábrica”, até a área de finanças e ter conhecimentos do 
mercado internacional é um ponto que na atualidade se faz pertinente. Em relação 
às finanças da empresa em geral, ele precisa ter condições de analisar a situação 
real da empresa e analisar com perspicácia os balanços apresentados pela 
contabilidade. 
Em se tratando da área internacional, participar de negociações, realizar 
pesquisas de mercado internacional, manter relacionamentos com canais e clientes 
internacionais, trabalhar com atividades de exportação, estar sempre em busca de 
capacitações, “antenado” com os acontecimentos globais, enfim, conduzir negócios 
e desenvolver projetos são atribuições que as grandes organizações atuantes em 
várias partes do mundo, vem buscando na contratação de pessoal. 
 
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UNIDADE 2 - AS FINANÇAS INTERNACIONAIS NO 
CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO 
 
A Globalização pode ser definida como o aumento dos processos econômicos 
de natureza supranacional, ou seja, como a transformação da atividade econômica, 
financeira, política e social de caráter eminentemente nacional para um caráter 
eminentemente internacional, com o desenvolvimento de interdependências dos 
diversos países naquele conjunto de níveis. 
A tendência de globalização das atividades econômicas ocorre há várias 
décadas, tendo conhecido um enorme impulso nos últimos vinte anos. 
De acordo com Fortuna (2005) o processo atual de globalização é 
caracterizado por cinco importantes desenvolvimentos: 
� Aumento rápido das transações financeiras internacionais; 
� Aumento rápido do comércio, em especial efetuado por Empresas 
Multinacionais (EMN); 
� Expansão do Investimento Direto Estrangeiro (IDE), sobretudo devido às 
Empresas Multinacionais; 
� Emergência de mercados globais (financeiro; de produção, distribuição e 
consumo de bens e serviços; tecnologias ligadas à informática, etc.); 
� Difusão de tecnologias e ideias através da globalização dos transportes e dos 
sistemas de comunicações. 
Nesses últimos vinte anos vimos ocorrer a globalização de diversos 
processos produtivos, movimento este liderado pelas Empresas Multinacionais, e 
facilitado quer pelos programas de ajustamento estrutural do Fundo Monetário 
Internacional (FMI) e Banco Mundial, quer pelos acordos multilaterais de abertura 
comercial patrocinados pela Organização Mundial do Comércio (OMC). 
O aumento do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) ocorre por uma alteração 
das condições domésticas e internacionais, já que por um lado as Empresas 
Multinacionais enfrentam uma procura estável e custos de produção crescentes nas 
suas economias, e por outro lado, mercados em expansão nos países em 
desenvolvimento onde os custos de produção são muito mais baixos que nos países 
de origem destas empresas. 
 
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Este aumento do Investimento Direto Estrangeiro foi facilitado por alterações 
infra-estruturais de grande importância, ao nível dos meios de transporte e 
comunicações, que diminuíram os seus custos e desenvolveram a sua 
disponibilidade (FORTUNA, 2005). 
Na mesma linha de pensamento, Bravo (2008) fala que para além deste 
processo de globalização ocorrem diversos processos de Regionalização 
internacional, tratando-se de um movimento participante no processo de 
Globalização e baseado num conjunto de seus elementos, como seja standards1 
mundiais, regulamentação e tarifas de comércio globais, aquisição de capitais ao 
nível global, standards tecnológicos globais, sistemas de informação e comunicação 
globais, etc. 
O processo de Regionalização está também ligado à constituição e/ou 
promoção de pólos de desenvolvimento de nível mundial e participantes em Redes 
de produção, distribuição e consumo de caráter mundial, desenvolvidos pelas 
Empresas Multinacionais e onde o comércio intra-firma e intra-rede assume cada 
vez maior importância. 
Percebemos assim que a economia mundial funciona em torno de “Redes 
Globais de Capitais, Gestão e Informação” com acesso a tecnologias que 
possibilitam alcançar níveis de produtividade e inovação elevados em diferentes 
espaços geográficos internacionais, diferentes setores ou segmentos de atividade, e 
empresas de diferente dimensão. Estas “Redes” de Globalização e produtividade 
organizam-se segundo a constituição de diversos pólos geográficos onde ocorrem 
economias de aglomeração que permitem o desenvolvimento permanente de novas 
capacidades econômicas e produtivas 
A área onde a Globalização está mais avançada é sem dúvida a área 
financeira. O volume e mobilidade do capital financeiro é elevado. Por exemplo, o 
conjunto do comércio monetário diário para as três praças: Nova Iorque, Tóquio e 
Londres alterou-se de 188 bilhões de dólares em 1986, para 1200 bilhões de dólares 
em 1995 (BRAVO, 2008). 
 
1 Podemos definir standard como critérios que servem de base para comparação de características 
quantitativas e qualitativas. 
 
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Anteriormente a maioria do comércio monetário tinha como motivo o comércio 
internacional de bens e serviços. Atualmente, esta necessidade representa apenas 
cerca de 2% das trocas internacionais de moeda realizadas. Os movimentos 
financeiros internacionais dirigem-se, sobretudo, para a realização de investimentos 
nos mercados de capitais (investimentos de carteira) procurando-se obter a maior 
rentabilidade possível para os fundos disponíveis. 
A origem da globalização financeira pode ser creditada na 
desregulamentação dos mercados de capitais e na liberdade de movimentos 
internacionais de capitais, possibilitando o desenvolvimento de um conjunto deinstrumentos financeiros como as obrigações internacionais, os derivados, “Global 
Depository Receipts2”, etc. 
Retrospectivamente podemos dizer que o atual movimento de Globalização 
financeira e produtiva surgiu a partir de finais da 2ª Guerra Mundial, tendo também 
impacto importante nos países em desenvolvimento. Para este conjunto de países, e 
até finais dos anos 70, a internacionalização dos fluxos de capital ocorre como forma 
de financiamento do crescimento econômico, com os Estados Unidos oferecendo 
ajuda e abertura do seu mercado como forma de garantir o desenvolvimento 
econômico destes países. A maioria dos meios financeiros internacionais disponíveis 
para os países em desenvolvimento era oriundo de entidades oficiais, quer fosse de 
caráter bilateral ou multilateral; o Investimento Direto Estrangeiro nos países em 
desenvolvimento apenas se verificava em áreas associadas à exploração de 
recursos naturais (BRAVO, 2008). 
Os países em desenvolvimento só conheceram os fluxos internacionais de 
capitais privados a partir de meados dos anos 70, constituídos normalmente por 
empréstimos realizados por entidades financeiras. No entanto, a elevação do serviço 
da dívida de muitos desses países a partir do início dos anos 80 levou ao declínio 
desta forma de financiamento, tornando as entradas líquidas de capitais nesses 
países negativas. Tal condição alterou-se apenas no final dos anos 80, quando 
ocorreu o crescimento do Investimento Direto Estrangeiro, precedido normalmente 
 
2 Os GDRs são os ADRs que podem ser negociados nas bolsas internacionais e outros mercados 
fora dos Estados Unidos da América. Sobre os ADRs falaremos mais adiante. 
 
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9
de uma reforma do sistema financeiro doméstico e da liberalização dos movimentos 
de capitais. 
O processo de Globalização financeira acontece pela integração internacional 
do conjunto destes mercados, baseada no processo de desregulamentação, 
liberalização de movimentos de capitais e diminuição da carga fiscal destes 
mercados. Ela implica um conjunto vasto de alterações dos quais se destaca: 
� Passagem de um sistema financeiro de crédito para um sistema financeiro de 
capitais, isto é, se anteriormente as entidades obtinham crédito através de 
financiamento junto de entidades bancárias, agora obtêm capital para investir junto 
de indivíduos, empresas com excedentes financeiros e fundos que pretendem 
investir ativos que detêm; 
� Desenvolvimento da atividade de um conjunto de novos atores financeiros, 
dos quais se destaca os investidores institucionais, que reúnem capitais cada vez 
mais avultados necessitando de colocá-los em mercados de capitais onde exista a 
expectativa de rentabilidade e liquidez dos investimentos elevada, tendo como custo 
um nível de risco controlável. Neste conjunto destacam-se os “hedge funds” de 
características particulares, como sejam a volatilidade elevada dos seus 
investimentos, estratégias ativas baseadas no aumento do preço de mercado dos 
ativos, e procura de ganhos de rentabilidade de curto prazo; 
� Participação dos Sistemas de Pensões no processo de Globalização 
financeira, já que a passagem de um sistema público obrigatório, para um sistema 
misto com participação privada e gestão descentralizada permite a participação 
destes fundos nos mercados de capitais internacionais (BRAVO, 2008, p. 49). 
Não podemos nos esquecer que informação e comunicação são os elementos 
fundamentais para que todo este conjunto de movimentos aconteça. Sem eles o 
mercado não seria acessado e possibilitado a um conjunto vasto e amplo de atores 
que são os agentes financeiros. Ou seja, sem as novas tecnologias o mercado 
financeiro não teria evoluído como o fez. 
 
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UNIDADE 3 - OS BLOCOS REGIONAIS 
 
Devido ao efeito da economia global a qual foi possibilitada por meio das 
novas tecnologias da comunicação e informação, houve um encolhimento do mundo 
moderno e com isso, a geografia econômica e por extensão, a geopolítica, assumiu 
grande importância, apresentando-se sob um novo conceito de espaço. Entretanto, 
a criação dessas regiões (que veremos daqui a pouco e que são os blocos 
regionais) acaba por comprometer a visão tradicional que se tem dos Estados-
nações. 
Por um lado, os extraordinários progressos havidos nos transportes e nas 
comunicações realmente aproximaram os pontos mais distantes do globo terrestre. 
Por outro lado, as variadas formas de transação que se estabeleceram, 
notadamente as transações de comércio, muitas vezes são impossíveis de se 
realizar, pela ausência de logística e governança entre parceiros situados a longa 
distância e, nestes casos, a proximidades entre as partes mais relevantes envolvidas 
na transação é um fator necessário para que esta se complete com êxito (SCOTT, 
2000 apud CARVALHO, 2007). 
Na macro visão de Scott, uma nova hierarquia poderá vir a estruturar a 
política internacional em quatro níveis de poder como mostra a figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Carvalho (2008) 
 
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11
No topo da hierarquia situa-se um regime global emergente, composto de 
organizações supranacionais, organismos multilaterais, organizações 
intergovernamentais e convenções diplomáticas. Esse regime emergente global 
realiza a coordenação das taxas de câmbio, a supervisão das empresas 
multinacionais, a administração dos direitos autorais, a supervisão dos direitos da 
propriedade intelectual, além de fazer a superintendência e o monitoramento do 
meio ambiente. 
Em resumo, todas as questões que ultrapassem a soberania das nações 
individualmente tomadas e que estejam inseridas em agendas intergovernamentais 
devem ser contempladas nesse regime global emergente. Scott observa que a 
capacidade deste regime global exercer tais funções de controle é ainda limitada; e 
que as reflexões sobre como se poderia consolidar esse regime global emergente, 
pela criação de um novo Conselho das Nações, são ainda meramente experimentais 
e especulativas. 
No segundo nível situam-se os blocos regionais, a exemplo da União 
Européia, o Nafta, a Alca e o Mercosul. Esses blocos regionais multiplicaram-se no 
mundo a partir de 1957, quando da celebração do Tratado de Roma, que criou a 
então Comunidade Econômica Européia. Peter Drucker (s/d apud Carvalho, 2007) 
explica que os blocos regionais têm como fundamento o Princípio da Reciprocidade, 
que orienta para a possibilidade de uma melhor governança em nível supranacional, 
ao destacar que a nova sociedade em que vivemos é uma sociedade de 
organizações e que a sociedade pós-capitalista será forçosamente descentralizada. 
No nível interblocos observa-se uma melhor utilização das vantagens 
comparativas de cada região, seja quanto à divisão do trabalho, seja quanto à 
disponibilidade de matérias-primas, seja, ainda, quantoà localização da região em 
questão como um centro de distribuição logística. Ao longo dos últimos anos, os 
blocos regionais têm consolidado sem papel de centro de autoridade, de influência e 
de governança para os países membros, na realidade constituindo-se num “antídoto” 
para o pretenso esvaziamento do Estado-nação. 
O terceiro nível dessa hierarquia é o espaço formado justamente pelos 
Estados soberanos – o que é ainda hoje, de longe, o mais poderoso vetor do poder 
político e econômico do mundo moderno. Frente ao moderno capitalismo e à 
 
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12
globalização, verifica-se na realidade um hiato de poder entre o Estado-nação e as 
modernas estruturas do capitalismo. A principal consequência desse hiato é a 
transferência de parte do poder dos Estados-nações para o nível superior do regime 
emergente global e de outra parte para o nível inferir a este, o dos blocos regionais. 
Essa transferência de poder tem gerado espaços para demandas, bem como 
oportunidades para ações políticas e ações regulatórias, no nível subnacional da 
governança (CARVALHO, 2008). 
O quarto e último nível da hierarquia de poder é constituído pelo grupo das 
regiões políticas internas que formam o complexo mosaico global. Cada uma dessas 
regiões apresenta uma mistura, às vezes mais e às vezes menos avançada, das 
atividades econômicas e sociais que se formam a partir da própria dinâmica 
centrípeta das aglomerações humanas. No contexto nacional, esses territórios-
regiões deveriam manter uma relação de subordinação com o poder federal do 
Estado-nação em que se encontram, embora essa relação esteja sendo, de modo 
geral, progressivamente enfraquecida, fortalecendo-se ao mesmo tempo a 
autonomia da região interna em si. Um exemplo de como a economia global 
alavancou o conceito de região é o projeto Ciberjaya, um centro projetado para alta 
tecnologia, que incorporou uma universidade multimídia na região metropolitana de 
Kuala Lampur, na Malásia (CARVALHO, 2007, p. 13). 
Entrando especificamente nos blocos regionais, podemos dizer que eles são, 
hoje, os principais agentes de integração político-econômica no mundo, mantendo 
um forte papel catalisador. Tornaram-se autênticos reguladores na criação de 
supranacionalidades3. 
O Mercosul é um exemplo de bloco regional com a característica de um bloco 
de cooperação, quando tem o papel de facilitar o livre comércio a partir da criação 
de uma tarifa aduaneira comum. 
A União Européia é exemplo de bloco que assume o papel de bloco de 
integração econômica. Além do mercado comum, incorpora também a união 
monetária das nações representadas como um de seus objetivos centrais. Nesse 
 
3 Essa expressão foi criada recentemente por juristas, para salientar o caráter transnacional desses 
blocos regionais. Eles explicam que esses blocos, ao constituírem uma sociedade transnacional, 
relativizaram a perda da soberania do Estado-nação, pelo fato de esse caráter trasnacional conseguir 
realizar a união de várias nações sob a mesma bandeira de uma mesma instituição. 
 
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13
caso, o bloco controla os níveis de déficits e dos orçamentos econômicos dos 
Estados-nações e harmoniza a política externa e a defesa comum dos países 
membros. 
Os cientistas políticos tendem a ressaltar o transnacionalismo4 como um fator 
maior de concorrência do bloco, em relação à soberania do Estado-nação. 
Recapitulando, a cooperação nos blocos pode se dar por: 
� Regime de livre comércio – implicando eliminação ou redução das tarifas 
aduaneiras e de restrições ao intercâmbio comercial entre os países membros. Por 
exemplo, o Nafta é regido por um acordo que criou a zona de livre comércio entre os 
países signatários (Estados Unidos, Canadá e México), visando eliminação gradual 
das tarifas, ao longo de quinze anos, a partir de 07 de outubro de 1992. 
� Regime de união aduaneira – neste caso a colaboração implica livre comércio 
entre os países membros e o estabelecimento de uma tarifa comum. No caso do 
Mercosul, estabelecido pelo Tratado de Assunção de 1991, Argentina, Brasil, 
Paraguai e Uruguai, as condições criadas foram: livre circulação de capital, 
mercadorias, serviços e pessoas; criação de tarifa externa comum de comércio e o 
estabelecimento de uma política externa comum de comércio; coordenação de 
políticas macroeconômicas. 
A mais completa forma de integração entre os países membros de um bloco 
seria a prática global de união política e econômica, a qual engloba além de um 
regime de mercado comum e um sistema monetário comum, uma política externa 
comum e uma política de defesa comum, como é o caso, novamente, da União 
Européia. Ela é fruto de um longo processo evolutivo que já dura cinquenta anos 
desde que surgiu a união Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), marco inicial, 
passando pelos projetos das três comunidades (carvão e aço, energia atômica e 
européia). Etapa por etapa, a União Européia foi se constituindo no projeto de 
integração política e econômica jamais visto no mundo em época alguma. 
 
4 Transnacionalismo é definido por Celso Lafer (jurista brasileiro) como “Aquelas relações que não 
transitam necessariamente pelos canais diplomáticos do Estado, mas influem nas sociedades e 
revelam que nenhum Estado é uma totalidade auto-suficiente”. 
 
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ALCA – Área de Livre Comércio das Américas 
A ALCA surgiu em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias 
entre os 34 países americanos (exceto Cuba). 
Com o PIB total de 12,5 trilhões de dólares (maior que o da União Européia - 
U.E.), os países da ALCA somam uma população de 790 milhões de habitantes, o 
dobro da registrada na U.E. Na prática, sua formação significa abortar os projetos de 
expansão do MERCOSUL e estender o NAFTA para o restante das Américas. 
Os EUA são os maiores interessados em fechar o acordo. O país participa de 
vários blocos comerciais e registrou em 2000 um déficit comercial de quase 480 
bilhões de dólares. Precisa, portanto, exportar mais para gerar saldo em sua balança 
comercial. Com uma área livre de impostos de importação, os norte-americanos 
poderiam suprir as demais nações da América com suas mercadorias. 
Em maio de 2002, foi aprovado nos EUA o fast-track, que permite que o 
presidente do país possa negociar acordos comerciais, permitindo ao Congresso 
apenas aprovar ou não os acordos, sem fazer qualquer tipo de emenda ou 
modificação no texto original. A criação do fast-track está ajudando os EUA a agilizar 
a implementação da ALCA. 
A grande preocupação da comunidade latino-americana, que gera a maioria 
das reclamações por parte dos críticos à formação do bloco, assim como a 
preocupação por parte dos governos dos países que irão fazer parte da ALCA, diz 
respeito às barreiras não-tarifárias (leis antidumping,cotas de importação e normas 
sanitárias) que são aplicadas pelos EUA. Apesar da livre circulação de mercadorias, 
essas barreiras continuariam a dificultar a entrada de produtos provenientes da 
América Latina naquele mercado. 
 
UE – União Européia 
Conhecido inicialmente como Comunidade Econômica Européia (CEE), o 
bloco econômico formado por 15 países da Europa Ocidental passou formalmente a 
ser chamada de UNIÃO EUROPÉIA (UE) em 1993, quando o Tratado de Maastricht 
entra em vigor. É o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB, 
com uma população de 374 milhões de pessoas. 
 
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Pequeno Histórico: 
1951 - Criada a Comunidade Européia do Carvão e do Aço. 
1957 - Tratado de Roma cria a Comunidade Econômica Européia - Europa 
dos 6: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Holanda e Luxemburgo. 
1992 - Consolidação do Mercado Comum Europeu (eliminação das barreiras 
alfandegárias). 
1993 - Entra em vigor o Tratado de Maastricht (Holanda), assinado em 1991. 
2004 – Dez novos países aceitos na UE, Chipre, Eslováquia, Estônia, 
Hungria, Letônia, Lituânia, malta, Polônia e República Checa. 
2005 – Registram-se 25 países membros. 
2007 – Bulgária e Romênia aderem a União Européia. 
 
NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte 
O NAFTA é um instrumento de integração entre a economia dos EUA, do 
Canadá e do México. O primeiro passo para sua criação é o tratado de livre 
comércio assinado por norte-americanos e canadenses em 1988, ao qual os 
mexicanos aderiram em 1992. 
A ratificação do NAFTA, em 1993, veio para consolidar o intenso comércio 
regional já existente na América do Norte e para enfrentar a concorrência 
representada pela União Européia. Entrou em vigor em 1994, estabelecendo o prazo 
de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. 
Seu mais importante resultado até hoje é a ajuda financeira prestada pelos EUA ao 
México durante a crise cambial de 1994, que teve grande repercussão na economia 
global. 
 
Mercosul – Mercado Comum do Sul 
O Mercosul - Mercado Comum do Sul - é um processo de integração 
econômica (Florêncio e Araújo, 1996, p. 15 apud Almeida, 2008) entre Brasil, 
Argentina, Uruguai e Paraguai que foi constituído em 26 de março de 1991, com a 
assinatura do Tratado de Assunção. 
 Sua evolução começa a partir do programa de aproximação econômica 
entre Brasil e Argentina, meados dos anos 80, e tem dois grandes pilares: 
 
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a) a democratização política; e, 
b) a liberalização econômico-comercial (FLORÊNCIO E ARAÚJO, 1996 apud 
ALMEIDA, 2008). 
A criação do Mercosul não representa uma ação diplomática isolada, mas sim 
o resultado de um longo processo de aproximação entre Brasil, Argentina, Paraguai 
e Uruguai. Durante a década de 1970, obstáculos de natureza política e econômica 
inviabilizaram o aprofundamento do processo de integração na América Latina. 
Exemplo disso foi a questão entre Brasil e Argentina sobre o aproveitamento dos 
recursos hídricos da Bacia do Prata, que durou anos (BRASIL, 1992 apud ALMEIDA, 
2008). 
A partir de 1980, com a criação da ALADI, em substituição à ALALC 
(Associação Latino-Americana de Livre Comércio), geraram-se as condições 
necessárias à promoção do aprofundamento do processo de integração latino-
americana. Houve a extinção da “cláusula de nação mais favorecida regional”, 
adotada pela ALALC, passando a permitir a outorga de preferências tarifárias entre 
dois ou mais países da ALADI, sem a extensão automática das mesmas a todos os 
membros da Associação, o que viabilizou o surgimento de esquemas sub-regionais 
de integração, como o Mercosul (BRASIL, 1992 apud ALMEIDA, 2008). 
Em seguida, Brasil e Argentina começaram a integrar-se e esta integração foi 
impulsionada por três fatores principais: 
a) a superação das divergências geopolíticas bilaterais; 
b) o retorno à plenitude do regime democrático nos dois países; e, 
c) a crise do sistema econômico internacional (BRASIL, 1992 apud ALMEIDA, 2008). 
Contudo, uma série de acordos bilaterais precederam o Mercosul. O primeiro 
deles foi a “Declaração de Iguaçu”, firmada pelos Presidentes Sarney e Alfonsin em 
1985, que buscava acelerar a integração dos dois países em diversas áreas 
(técnica, econômica, financeira, comercial, etc.) e estabelecia as bases para a 
cooperação no campo do uso pacífico da energia nuclear (ALMEIDA, 2008). 
Em 1986, foi assinada a “Ata de Integração Brasileiro-Argentina”, que 
estabeleceu os princípios fundamentais do “Programa de Integração e Cooperação 
Econômica” – PICE. O objetivo do PICE foi o de propiciar a formação de um espaço 
econômico comum por meio da abertura seletiva dos mercados brasileiro e 
 
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argentino. Segundo Jacob Paulo Kunzler, a Ata de Integração Brasileiro-Argentina 
pode de ser chamada de o “embrião” do Mercosul. (KUNZLER, 1995, p. 185 apud 
ALMEIDA, 2008). 
O processo de integração brasileiro-argentino evoluiu, em 1988, para a 
assinatura do “Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento”, cujo objetivo 
era constituir, no prazo máximo de dez anos, um espaço econômico comum por 
meio da liberalização integral do comércio recíproco. O Tratado previa a eliminação 
de todos os obstáculos tarifários e não-tarifários ao comércio de bens e serviços 
(BRASIL, 1992 apud ALMEIDA, 2008). 
Também foram assinados 24 Protocolos em diversas áreas, sendo que os de 
natureza comercial foram posteriormente consolidados em um único instrumento: o 
Acordo de Complementação Econômica nº 14, da ALADI. 
Nesse contexto, circunstâncias de natureza política, econômica, comercial e 
tecnológica, decorrentes das grandes transformações da ordem econômica 
internacional, exerceram papel relevante no aprofundamento ainda maior da 
integração brasileiro-argentina, dentre elas: a globalização da economia; o advento 
de um novo padrão industrial e tecnológico; a formação dos megablocos 
econômicos e a tendência à regionalização do comércio; os impasses do 
multilateralismo econômico, prevalecentes em certas fases do processo de 
negociação da Rodada Uruguai do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio); o 
protecionismo e o esgotamento do modelo de desenvolvimento baseado na 
substituição de importações; etc. (BRASIL, 1992 apud ALMEIDA, 2008). 
Diante das mudanças na estrutura e no funcionamento do sistema econômico 
mundial e, em face de uma evidente perda de espaço comercial, da redução do fluxo 
de investimentos e de dificuldades de acesso a tecnologias de ponta, Brasil e 
Argentina viram-se diante da necessidade de redefinirem sua inserção internacional 
e regional. 
A integração passa a ter papel importante na criação de comércio, na 
obtenção de maior eficiência com vista à competição no mercado internacional e na 
própria transformação dos sistemas produtivos nacionais (ALMEIDA, 2008). 
 
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Em 06 de julho de 1990, Brasil e Argentina firmam a “Ata de Buenos Aires”, 
mediante a qual fixam a data de 31/12/94 para a conformação definitiva de um 
Mercado Comum entre os dois países. (BRASIL, 1992 apud ALMEIDA, 2008). 
É firmado também o Tratado para o estabelecimento de um Estatuto das 
Empresas binacionais Brasileiras e Argentinas, constituindo um importante 
instrumento na liberdade de estabelecimento de empresas privadas num território 
econômico em processos de integração. (FIGUEIRAS, 1996, p. 17 apud ALMEIDA, 
2008). 
Em agosto de 1990, Paraguai e Uruguai são convidados a incorporar-se ao 
processo integracionista, tendo em vista a densidade dos laços econômicos e 
políticos que os unem a Brasil e Argentina. Como consequência, é assinado, em 26 
de março de 1991, o “Tratado de Assunção para Constituição do Mercado Comum 
do Sul” (ALMEIDA, 2008). 
O Mercosul é, desde 1º de janeiro de 1995, uma União Aduaneira 
(BAPTISTA, MERCADANTE E CASELLA, 1998, p. 21 apud ALMEIDA, 2008). No 
entanto, pode-se dizer que é um projeto de construção de um Mercado Comum 
(PIMENTEL, 2001, p. 17 apud ALMEIDA, 2008) cuja execução se encontra na fase 
de União Aduaneira (ALMEIDA, 2008). 
 
APEC – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico 
 A APEC foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de 
conversação entre os países membros da ASEAN (Associação das Nações do 
Sudeste Asiático) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e 
Japão. Porém, apenas no ano de 1994 adquiriu características de um bloco 
econômico na Conferência de Seattle, quando os membros se comprometeram a 
transformar o Pacífico em uma área de livre comércio (CARVALHO, 2007). 
A criação da APEC surgiu em decorrência de um intenso desenvolvimento 
econômico ocorrido na região da Ásia e do Pacífico, propiciando uma abertura de 
mercado entre 20 países mais Hong Kong (China), além da transformação da área 
do sudeste asiático em uma área de livre comércio nos anos que antecederam a 
criação da APEC, causando um grande impacto na economia mundial. 
 
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Um aspecto estratégico da aliança, é aproximar a economia norte-americana 
dos países do Pacífico, a para contrabalançar com as economias do Japão e de 
Hong Kong. 
Entre os aspectos positivos da criação da APEC estão o desenvolvimento das 
economias dos países membros que expandiram seus mercados, sendo que hoje 
em dia, além de produzirem sua mercadoria, correspondem a 46% das exportações 
mundiais, além da aproximação entre a economia norte americana e os países do 
Pacífico e o crescimento da Austrália como exportadora de matérias primas para 
outros países membros do bloco (CARVALHO, 2007). 
Como aspectos negativos, pode-se salientar que um dos maiores problemas 
da APEC, senão o maior é a grande dificuldade em coincidir os diferentes interesses 
dos países membros e daqueles que estão ligados ao bloco, como Peru, Nova 
Zelândia, Filipinas e Canadá. Além disso, o bloco tem pouco valor em relação a 
Organização Mundial do Comércio, mesmo sendo responsável por grande 
movimentação no comércio mundial (CARVALHO, 2007). 
Os países membros da APEC são: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, 
Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, 
Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua, Nova Guiné e Chile. 
A relação da APEC com o Brasil não é muito direta ou explícita, porém alguns 
países membros da APEC, também fariam parte da ALCA, caso seja realmente 
formada, além de uma reunião que foi criada pelos membros do Foro de 
Cooperação Econômica Ásia-Pacífico que discutiu a globalização e durou sete dias, 
na qual o Brasil foi um dos temas junto com outros países da América Latina, 
discutindo-se a relação entre os países. O bloco está dividido quanto a questão do 
petróleo, pois vários de seus membros são produtores e estão satisfeitos com a alta 
nos preços, em quanto aqueles que precisam comprar o petróleo brigam para que o 
preço diminua. 
 
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UNIDADE 4 - O MERCADO INTERNACIONAL DE CÂMBIO E 
DE CAPITAIS 
 
4.1 Mercado de câmbio 
Cambiar vem do latim “cambiare” que deriva de um antigo termo celta, Kamb, 
que quer dizer: trocado, alterado. De modo geral câmbio quer dizer então, mudança, 
troca, permuta. Em inglês usa-se “Exchange” que tem a mesma origem. 
Internacionalmente quando queremos nos referir ao mercado de moedas 
estrangeiras usamos foreign Exchange = mercado de câmbio = FX. Abreviatura que 
usaremos a partir de agora. 
O FX é o ambiente ou plataforma em que se dá a liquidação financeira das 
moedas nacionais dos vários países e das divisas internacionais. É nesse mercado 
que ocorrem as compensações financeiras derivadas de transações havidas no 
comércio internacional em decorrência de compromissos bilaterais entre países, 
incluindo importações e exportações, movimentações de capitais de um país para 
outro em casos de financiamentos ou investimentos internacionais. 
Segundo Carvalho (2007) o mercado internacional de câmbio é um dos mais 
importantes mercados financeiros da economia global tendo como principais 
agentes: 
� Bancos centrais dos países; 
� Bancos comerciais; 
� Bancos de investimento; 
� Importadores e exportadores; 
� Investidores institucionais; 
� Os hedges funds (fundos de investimentos que detalharemos mais adiante); 
� Instituições financeiras internacionais públicas e privadas; 
� Instituições multilaterais constituídas pelos governos como o Banco Mundial e 
o Fundo Monetário Internacional – FMI. 
Sem o FX não haveria como acontecer as trocas de mercadorias, serviços e 
ativos porque não teríamos um parâmetro, um denominador comum para as trocas. 
Na realidade, o FX funciona como a “face” monetária do comércio internacional. 
Ele compreende três grandes segmentos: 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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21
1. Transações à vista (spot5), implicando a entrega imediata do valor 
transacionado. Pode ser dividido em dois segmentos distintos: o mercado manual e 
o mercado interbancário. 
2. Transações a termo (outright forwards6) quando as liquidações ou entrega 
dos valores transacionados é feita posteriormente. 
3. Swaps7 de câmbio, operações que envolvem a compra e venda simultânea de 
duas moedas (CARVALHO, 2007). 
 
O mercado de câmbio manual negocia bank notes (cédulas) e travellers 
checks (cheques de viagem), sendo a indústria do turismo, o grande consumidor. 
Esse mercado geralmente é desfavorável para os clientes devido ao grande spread8 
(geralmente entre 5 e 6%) que se estipula entre as cotações de compra e vendadas 
moedas. 
Quando são grandes somas de dinheiro, os bancos operam através dos 
chamados “operadores de atacado”, empresas especializadas em comprar e vender 
moedas em grandes volumes, de e para os operadores de câmbio e os bancos 
(CARVALHO, 2007). 
O mercado interbancário é o maior do mundo, concentrando em 2007, algo 
em torno de 53% do volume diário do mercado total de câmbio. Nele trabalham os 
operadores de câmbio dos maiores bancos do mundo que, dada a alta volatilidade 
do mercado, por várias vezes ao dia compram e vendem grandes lotes de contratos 
de câmbio, o que requer desses agentes grande liquidez, informações minuciosas e 
precisas sobre o mercado de câmbio. 
O quadro abaixo apresenta uma comparação entre o giro havido no mercado 
interbancário de câmbio e o giro em outros mercados. 
 
5 Spot - no mesmo lugar, no ato. 
6 Outright forwards – inteiramente à frente, totalmente no futuro. 
7 Swap – troca, barganha. 
8 Spread quer dizer a diferença entre as taxas de aplicação e captação de recursos. Ela é expressa 
no mercado em pontos-base. 
 
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Giro do mercado de câmbio por segmento (% do giro total) 
Segmentos de mercado 
considerados 
1995 1998 2001 2005 
Mercado interbancário 64 64 59 53 
Outras instituições 
financeiras 
20 20 28 33 
Clientes não financeiros 16 17 13 14 
Total (%) 100 100 100 100 
 
Fonte: Carvalho (2007, p. 25) 
 
 
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As principais praças financeiras em que se realizam as operações do 
mercado interbancário de câmbio são: Londres (Reino Unido), Nova York (EUA), 
Tóquio (Japão), Cingapura e Zurique (Suíça). 
O mercado a termo foi criado, segundo Carvalho (2007), com base nas 
necessidades que empresas e bancos têm em proteger seus futuros fluxos de caixa 
diante de flutuações provocadas pela alta volatilidade do mercado. Por exemplo, se 
a General Motors deseja colocar sob proteção suas receitas em dólares obtidas nas 
vendas ao Japão, ela provavelmente irá, para isso, vender ienes futuros, recebendo 
em troca dólares americanos. 
 
4.2 Fatores que determinam a taxa de câmbio 
O balanço de pagamentos e o regime cambial do país emissor da moeda 
são os dois principais fatores que influenciam a dinâmica da determinação da taxa 
de câmbio de um país. 
O balanço de pagamentos exerce influência pelo seu papel na inserção do 
país na economia e no comércio internacional; e o regime cambial, pela contribuição 
que dá à forma de atuar da autoridade monetária desse país, na política econômica 
e no mercado. 
Em face da globalização, há um consenso de que, ao se analisar as 
economias nacionais, seja em nível doméstico, seja quanto à avaliação do risco 
oferecido por um país, os pontos de partida para tal análise são o balança de 
pagamentos e a trajetória de atuação do regime cambial dessa economia. 
O balanço de pagamentos representa o conjunto de todos os fluxos das 
economias internacionais geradas entre a economia aberta de um país e o resto do 
mundo. Ele é dividido em duas grandes contas: conta corrente e conta de capital. 
A conta corrente é a soma de quatro contas: balança comercial (exportações 
e importações), serviços de não-fatores (fretes, seguros, viagens de turismo ou 
serviços diplomáticos pagos ou recebidos do exterior), serviços de fatores (salários, 
aluguéis, juros, lucros ou dividendos remetidos ao exterior ou recebidos do exterior) 
e transferências unilaterais (transações sem contrapartida, como doações e 
remessas de migrantes do país residindo no exterior). 
 
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24
O resultado da soma saldo da balança comercial + saldo dos serviços não 
fatores é chamado de saldo das transações (tr) reais: 
x + m = tr 
O resultado da soma saldo dos serviços de fatores + saldo das transferências 
unilaterais é chamado de renda líquida (rl) enviada ao exterior: 
N + y = rl 
O saldo das transações reais menos (-) a renda líquida enviada ao exterior é 
o saldo da conta corrente (scc): 
(x+m) – (n + y) = scc ou tr – rl = scc 
A conta de capital é composta por investimentos diretos (saldo das contas dos 
investimentos permanentes de empresas estrangeiras no país e dos investimentos 
das empresas do país no exterior); empréstimos e financiamentos; amortizações e 
outros capitais. 
O saldo da conta de capital (sck) é expresso pela fórmula: 
Id + ef + am + ok = sck 
O saldo da balança de pagamentos (sbp) será: 
scc + sck + seo = sbp 
Registra-se um equilíbrio no balanço de pagamentos (RI) de um país quando 
o saldo da conta corrente (scc) e o saldo da conta de capital (sck) entre residentes e 
não-residentes é zero ou próximo de zero. Este equilíbrio tem reflexos sobre a 
estabilidade do nível de reservas internacionais do país. 
scc + sck = 0 = RI 
 
Quando scc e sck forem ambos positivos, ocorre um superávit em conta 
corrente, o que quer dizer que o país está emprestando fundos ao mercado 
internacional e exportando mais do que importando bens e serviços. Ao contrário, 
quando scc e sck foram ambos negativos, o país é um tomador de fundos no 
mercado internacional e está importando mais do que exportando bens e serviços. 
 
4.3 Mercado de câmbio no Brasil 
No Brasil, o mercado de câmbio é regido pelo Regulamento do Mercado de 
Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI), instituído pela Circular nº 3.280, de 09 de 
 
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25
março de 2005, abrangendo as compras e vendas de moedas estrangeiras, as 
transferências internacionais em reais, a compra e venda de ouro, instrumento 
cambial, os capitais brasileiros no exterior e os capitais estrangeiros no Brasil. 
Segundo o BCB (2008) temos bancos autorizados no Mercado Interbancário 
COM CLEARING, que são instituições bancárias autorizadas, no mercado 
interbancário automático, que registram suas operações com a participação da 
Câmara de Compensação e SEM CLEARING, que são as instituições bancárias 
autorizadas, no mercado interbancário automático, que registram suas operações 
sem a participação da Câmara de Compensação. 
O tratamento aplicável às operações de câmbio e aos fluxos de capitais 
passou por diversas fases, acompanhando as conjunturas econômicas e cambiais 
vividas pelo Brasil, que atravessou períodos de dificuldades e restrições (BCB, 
2008). 
A estrutura regulatória passou por importantes aperfeiçoamentos e 
modificações nos últimos anos, permitindo atualmente transferências do e para o 
exterior sem necessidade de autorização prévia do Banco Central do Brasil, 
observados os princípios da legalidade, fundamentaçãoeconômica e do respaldo 
documental. 
De acordo com a legislação e regulamentação brasileira, os capitais 
internacionais se dividem em capitais estrangeiros no País (registrados no Banco 
Central do Brasil, de forma declaratória e individualizada, no prazo máximo de 30 
dias do ingresso no País, em moeda estrangeira ou nacional, em bens ou serviços) 
e capitais brasileiros no exterior (sujeitos a uma declaração anual ao Banco Central 
do Brasil) (BCB, 2008). 
Tanto o procedimento de registro quanto as declarações prestadas têm por 
propósito o acompanhamento dos fluxos de ingresso e saída desses capitais, assim 
como a permanente avaliação dos seus estoques. 
Por muitos anos, o registro do capital estrangeiro se sujeitou a exames 
prévios por parte do Banco Central, a partir dos quais era expedido um certificado 
em papel comprovando o registro, que se constituía em documento hábil à 
efetivação de transferências do e para o exterior. A partir de 1996 iniciou-se o 
processo de substituição do registro autorizativo para a atual forma de registro 
 
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declaratório eletrônico, que não requer exames prévios e autorizações específicas 
do Banco Central (BCB, 2008). 
A legislação básica que ampara os capitais estrangeiros no País, ingressados 
em moeda estrangeira, bens e serviços é a Lei N. 4.131, de 3 de setembro de 1962. 
É possível, também, a realização de investimentos em moeda nacional e no 
mercado financeiro e de capitais, ao amparo de outra regulamentação, na forma 
comentada no presente documento. 
Consideram-se capitais estrangeiros, para os efeitos da Lei N.4.131, os bens, 
máquinas e equipamentos entrados no Brasil, destinados à produção de bens ou 
serviços, bem como os recursos financeiros ou monetários introduzidos no País, 
para aplicação em atividades econômicas, desde que, em ambas as hipóteses, 
pertençam a pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no 
exterior. É assegurado ao capital estrangeiro tratamento jurídico idêntico ao capital 
nacional, proibidas todas as formas de discriminação não contidas em lei (BCB, 
2008). 
Há disposições específicas que devem ser observadas com relação a 
investimentos estrangeiros em setores específicos da economia, como é o caso dos 
investimentos em instituições financeiras, energia nuclear, propriedade e 
administração de jornais, revistas e demais publicações, assim como de redes de 
rádio e teledifusão, entre outros. Maiores informações sobre tais disposições podem 
ser obtidas na página do Ministério das Relações Exteriores, no seguinte endereço 
eletrônico http://www.braziltradenet.gov.br. 
O registro do capital estrangeiro ingressado no País é feito por meio 
eletrônico, diretamente no Sisbacen9 - Sistema de Informações Banco Central, no 
sistema de Registro Declaratório Eletrônico (RDE). As instruções para fins desse 
registro encontram-se disponíveis na internet, no endereço eletrônico 
http://www.bcb.gov.br opção Sisbacen. 
 
9
 O Sistema de Informações Banco Central é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca 
de informações que liga o Banco Central aos agentes do sistema financeiro nacional. Todas as 
operações de câmbio realizadas no País precisam ser registradas no Sisbacen pelo agente 
autorizado a operar no mercado, permitindo ao Banco Central o acompanhamento de todas as 
operações. 
 
Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
27
Os capitais estrangeiros são registrados em módulos específicos do sistema, 
de acordo com a sua classificação, ou seja, investimento direto, créditos externos 
(empréstimos, financiamentos de importação com prazo superior a 360 dias), 
contratos de assistência técnica, royalties e assemelhados, e aplicações no mercado 
financeiro e de capitais – portfólio. São, ainda, passíveis de registro os contratos de 
garantia prestada por organismos internacionais em operações de crédito interno. 
Para cada registro é gerado um número de RDE, que passa a ser de 
utilização obrigatória nas operações de câmbio relativas às remessas ao exterior em 
pagamento de principal, retorno de capital, juros, lucros e dividendos, cursados 
diretamente da rede bancária autorizada a operar no mercado de câmbio. 
Não há necessidade de qualquer exame adicional ou de autorização prévia do 
Banco Central do Brasil para fins de realização das remessas. 
As normas sobre capitais internacionais encontram-se na página do Banco 
Central do Brasil, no endereço www.bcb.gov.br, opção “câmbio e capitais 
estrangeiro”, inclusive traduzidas para o idioma inglês. 
No mercado financeiro e de capitais, o investimento em Portfólio é 
regulamentado pela Resolução 2.689, de 26 de janeiro de 2000, e pelas Circulares 
do Banco Central 2.963 e 2.975, de 26 de janeiro e 29 de março de 2000, 
respectivamente. 
Podem investir no Brasil tanto investidores institucionais, quanto investidores 
individuais. Os investidores não residentes podem fazer aplicações nos mesmos 
produtos disponíveis aos investidores domésticos. 
Para fazer aplicações no País, o investidor não residente precisa nomear 
representante, que ficará responsável pela prestação de informações e registros 
junto ao Banco Central do Brasil e à Comissão de Valores Mobiliários. Quando este 
representante for pessoa física ou jurídica não financeira, o investidor deve nomear, 
também, instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que será 
co-responsável pelo cumprimento das obrigações do representante. A nomeação 
deverá estar formalizada em Contrato de Representação. 
Quanto aos créditos externos, estes estão regulamentados pela Resolução 
do Conselho Monetário Nacional 2.770, de 30 de agosto de 2000 e pela Circular do 
Banco Central do Brasil 3.027, de 22 de fevereiro de 2001. 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
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O registro de uma operação no módulo ROF (Registro de Operações 
Financeiras) deve ser providenciado no Sisbacen, pelo devedor, através da Internet 
ou pela rede Serpro quando o titular for importador cadastrado no Sistema Integrado 
de Comércio Exterior - SISCOMEX, podendo ainda ser realizado por instituição 
financeira em nome do devedor, conforme instruções contidas no endereço 
eletrônico http://www.bcb.gov.br, opção Sisbacen, opção Câmbio e Capitais 
Estrangeiros/Manuais/Manuais do Registro Eletrônico/RDE-ROF Manual do 
Declarante. 
As aplicações de capitais brasileiros no exterior por pessoas físicas ou 
jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil são livres, observada a 
legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as 
responsabilidades definidas na respectiva documentação (BCB, 2008). 
As transferências financeiras relativas a aplicações no exterior por instituições 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e por fundos de qualquer 
natureza devem observar as disposições do Conselho Monetário Nacional e, deacordo com as respectivas áreas de competência, regulamentação específica do 
Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários. 
Anualmente, as pessoas físicas e jurídicas residentes, domiciliadas ou com 
sede no Brasil, que possuam valores de qualquer natureza, ativos em moeda, bens 
e direitos fora do território nacional, devem declará-los ao Banco Central do Brasil 
(Resolução do Conselho Monetário Nacional 2.911, de 29 de novembro de 2001). A 
regulamentação cambial brasileira estabelece que todas as operações de câmbio 
são realizadas com instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio no País 
pelo Banco Central do Brasil, diretamente ou por meio de instituições conveniadas. 
Os bancos podem ser autorizados a realizar qualquer tipo de operação de câmbio. 
As caixas econômicas, as sociedades de crédito, financiamento e investimento, as 
corretoras de câmbio ou de títulos e valores mobiliários e as distribuidoras de títulos 
e valores mobiliários podem ser autorizadas a realizar operações de forma limitada. 
Todas as operações de câmbio devem ser formalizadas pelo uso de 
formulário definido pelo Banco Central do Brasil, denominado contrato de câmbio, 
que é registrado no Sisbacen, permitindo a identificação dos clientes, a natureza e o 
valor da operação, entre outras informações. Nas operações de até US$ 3 mil, ou 
 
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seu equivalente em outras moedas são dispensadas a formalização do contrato de 
câmbio e a documentação que ampara o negócio, mantida a obrigatoriedade de 
registro da operação no Sisbacen e de identificação do cliente. (BCB, 2008). 
Aos residentes e domiciliados no exterior é facultada a abertura e 
manutenção de contas em bancos autorizados a operar em câmbio no Brasil, em 
moeda nacional. As contas em moeda estrangeira no País somente são admitidas 
em situações específicas, para residentes e não residentes. 
Nos últimos anos, o mercado de câmbio brasileiro vem passando por 
constantes e importantes modificações, sempre no sentido de uma maior 
simplificação e desburocratização de regras e procedimentos. Em 2005, foi 
implantada nova filosofia cambial no País, no que diz respeito à regulamentação e 
aos procedimentos operacionais. Até aquele ano, as transferências ao exterior 
somente podiam ser cursadas diretamente na rede bancária se estivessem 
contempladas de forma específica e detalhada na regulamentação do Banco Central 
do Brasil. A ascensão de compromissos no exterior que pudessem resultar em 
solicitações de transferências de recursos para o exterior necessitava de prévia e 
expressa manifestação favorável daquela Autarquia. As operações que não 
estivessem claramente contempladas na regulamentação necessitavam de exame, 
caso a caso, pelo Banco Central do Brasil. Além disso, até então, a regulamentação 
indicava os procedimentos a serem observados e, na maioria dos casos, 
discriminava os documentos necessários à realização das operações. 
Toda essa carga burocrática foi eliminada pela Resolução nº 3.265, de 2005, 
do Conselho Monetário Nacional, que estabeleceu a livre negociação entre os 
agentes autorizados a operar em câmbio e seus clientes, sem limitação de valor e 
natureza e, também, sem qualquer dependência de autorização prévia do Banco 
Central do Brasil. Em resumo, todas as operações de câmbio passaram a ser 
permitidas, desde que observada a legalidade da transação, tendo como base a 
fundamentação econômica das operações e as responsabilidades definidas na 
respectiva documentação. 
Em 2006 foi editada a Lei 11.371, simplificando e flexibilizando os 
procedimentos cambiais aplicáveis às operações de comércio exterior. Aos 
exportadores nacionais passou a ser facultada a manutenção de recursos no 
 
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exterior, até o limite de 30% do valor das suas vendas externas. Posteriormente, por 
meio da Resolução 3.548, de 2008, foi permitido que os exportadores mantivessem 
no exterior 100% das receitas auferidas com suas exportações relativamente aos 
embarques e serviços prestados desde 1° de março de 2007. Para os embarques e 
serviços prestados em data anterior, prevalecem as regras anteriormente 
estabelecidas (BCB, 2008). 
Assim como as disponibilidades no exterior constituídas via transferência 
financeira diretamente do País, os recursos de exportação podem ser usados para 
liquidação de compromissos externos em nome do exportador, sem qualquer tipo de 
autorização adicional por parte do Banco Central do Brasil, sendo, no entanto, 
vedada a realização de empréstimo ou mútuo de qualquer natureza com esses 
recursos. 
A Resolução 3.568, de 2008, permitiu que, para operações de até US$ 3 mil, 
as instituições integrantes do SFN (Sistema Financeiro Internacional) autorizadas a 
operar no mercado de câmbio contratem, mediante convênio e sem prévia anuência 
do Banco Central: 
� Pessoas jurídicas em geral para negociar a realização de transferências 
unilaterais; 
� Pessoas jurídicas cadastradas no Ministério do Turismo como prestadores de 
serviços turísticos remunerados, para realização de operações de compra e de 
venda de moeda estrangeira em espécie, cheques ou cheques de viagem; e, 
� Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil, não autorizadas a operar no mercado de câmbio, para 
realização de transferências unilaterais e compra e venda de moeda estrangeira em 
espécie, cheques ou cheques de viagem. 
Essa medida possibilita a abertura de novos pontos de atendimento para 
operações de pequeno valor, sendo visível o alcance social da nova regulamentação 
que permite a ampliação da capilaridade do mercado de câmbio para atendimento 
de operações de câmbio manual e transferências internacionais, de pequeno valor. 
As agências de turismo e os meios de hospedagem de turismo que ainda possuam 
autorização para operar no mercado de câmbio deverão operar pelo sistema de 
convênio até maio de 2009 (BCB, 2008). 
 
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A Resolução 3.568, de 2008, também permitiu que os bancos autorizados a 
operar no mercado de câmbio no Brasil (exceto os de desenvolvimento) e a Caixa 
Econômica Federal realizem operações de câmbio com bancos do exterior, 
recebendo e entregando, em contrapartida à liquidação da operação, reais em 
espécie. Além disso, houve elevação para US$ 50 mil dos limites das operações 
realizadas por sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades 
corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e 
valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio, para: 
� Operações de câmbio simplificado de importação e exportação, sendo o limite 
anterior de US$ 20 mil; 
� Operações de transferências do e para o exterior, de natureza financeira, não 
sujeitas ou vinculadas a registro no Banco Central do Brasil, sendo o limite anterior 
de US$ 10 mil. 
Referida resoluçãotambém eliminou a exigência de devolução ao exterior de 
ordem de pagamento não negociada no prazo de 90 dias, mantida a faculdade de 
sua negociação de forma integral ou parcelada, sendo obrigação da instituição 
receptora da ordem avisar imediatamente o beneficiário da chegada da ordem. Além 
disso, as operações de câmbio passaram a poder ser livremente canceladas por 
consenso entre as partes ou baixadas da posição cambial das instituições 
autorizadas a operar no mercado de câmbio, independentemente do seu valor e de 
sua natureza. 
Não há, portanto, qualquer restrição nas transferências financeiras do e para 
o exterior, as quais são conduzidas diretamente na rede bancária autorizada, sem 
interferência do Banco Central do Brasil. Incluem-se, entre essas operações, 
aquelas realizadas por pessoas físicas e jurídicas residentes e domiciliadas no País, 
para fins de constituição de disponibilidades em bancos no exterior. 
A regulamentação sobre o assunto está disponível no Regulamento do 
Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI) no endereço 
http://www.bcb.gov.br/?rmcci. 
No caso de exportações e importações, devem ser observadas as condições 
registradas no Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex. Informações 
sobre esse sistema estão disponíveis no endereço do Ministério do 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC (http://www.mdic.gov.br). 
CAPITAIS INTERNACIONAIS E MERCADO DE CÂMBIO NO BRASIL. 
http://www.bcb.gov.br/rex/LegCE/Port/Ftp/Capitais_Internacionais_Mercado_Cambio
_Brasil.pdf. 
 
4.4 Mercado de capitais e investidores institucionais 
Nos mercados de capitais atua um conjunto de “atores”, como os diversos 
bancos, os Estados, os Investidores Institucionais, e as empresas. Cerca de uma 
década atrás, os bancos e os Estados dominavam os mercados de capitais, sendo 
que os primeiros eram os elementos fundamentais da gestão de riscos e oferta no 
mercado de capitais disponíveis, e os segundos, os principais destinatários dos 
fundos colocados em investimento, mantendo um rigoroso controle do mercado de 
capitais e da atividade das entidades financeiras. 
As transformações ocorridas nos mercados de capitais nos últimos anos 
alteraram o panorama. A globalização e internacionalização das atividades, a 
desregulamentação e abertura de todas as atividades comerciais, bem como a 
procura de melhores condições quer pelos detentores de poupanças, quer por 
aqueles que procuram fundos, causou o aumento de importância de outros atores. 
Segundo o Portal do Investidor (2008) o mercado de capitais é o conjunto de 
mercados, instituições e ativos que viabiliza a transferência de recursos financeiros 
entre tomadores (companhias abertas) e aplicadores (investidores) destes recursos. 
Essa transferência ocorre por meio de operações financeiras que podem se dar 
diretamente entre companhias e investidores ou através de intermediários 
financeiros. As operações que ocorrem no mercado de capitais, bem como seus 
participantes são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
As companhias abertas necessitam de recursos financeiros para realizar 
investimentos produtivos, tais como: construção de novas plantas industriais, 
inovação tecnológica, expansão da capacidade, aquisição de outras empresas ou 
mesmo o alongamento do prazo de suas dívidas. Os investidores, por outro lado, 
possuem recursos financeiros excedentes, que precisam ser aplicados de maneira 
rentável e valorizar-se ao longo do tempo, contribuindo para o aumento de capital do 
investidor. 
 
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Existem companhias de diferentes portes, com necessidades financeiras 
variadas. Ao mesmo tempo, investidores podem aplicar com o objetivo de obterem 
retorno financeiro no curto, médio ou longo prazo, e com diferentes níveis de risco 
(PORTAL DO INVESTIDOR, 2008). 
Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, 
estes recorrem aos intermediários financeiros, que cumprem a função de reunir 
investidores e companhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos 
financeiros na economia. O papel dos intermediários financeiros é harmonizar as 
necessidades dos investidores com as das companhias abertas. Por exemplo, uma 
companhia que necessita captar recursos para investimentos, se desejar fazê-lo 
através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários financeiros, que 
irão distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos investidores, 
possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela companhia (PORTAL 
DO INVESTIDOR, 2008). 
Os Investidores Institucionais pelas suas características (regulamentação, 
dimensão, conhecimentos de mercado, etc.) têm possibilidade de oferecer taxas de 
rentabilidade dos ativos investidos, superiores, e como as Empresas Multinacionais, 
procuram desenvolver redes de produção e distribuição em escala mundial, 
procurando também o seu financiamento a nível internacional e através de uma 
diversidade cada vez maior de instrumentos financeiros (BRAVO, 1999). 
Essas transformações dos Sistemas Financeiros têm produzido profundas 
consequências nos Bancos de Investimento. Diminuiu a procura de empréstimos 
bancários tradicionais por parte das empresas e aumentou o interesse do 
financiamento através do mercado de capitais (emissão de ações e obrigações, etc.) 
(BRAVO, 1999). 
Como resposta às alterações dos Sistemas Financeiros, os bancos procuram 
desenvolver uma estratégia de internacionalização dos seus negócios, quer 
procurando desenvolver operações a nível mundial, quer desenvolvendo operações 
a nível regional, ou ainda em determinado nicho de mercado. Estas estratégias 
explicam-se em grande medida pela própria estabilidade de mercado dos Sistemas 
Financeiros internos, em termos de possibilidade de expansão dos resultados. No 
caso dos Bancos de investimento americanos, estes cresceram a sua participação 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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em negócios de emissão de obrigações e ações internacionais como forma de 
responder à atual transformação (BRAVO, 1999). 
Os Bancos de investimento enfrentam a concorrência de outras entidades em 
diversas das suas atividades, como: 
� A área das Fusões e Aquisições (F&A) em que as maiores empresas realizam 
estas operações sem a colaboração de outras entidades; 
� A área de gestão de Fundos, na qual os principais Investidores Institucionais 
detêm capacidade de mercado para negociar margens de operação muito baixas ou 
têm sistemas de transação próprios. 
Os Bancos de Investimento enfrentam também um momento de concentração 
do seu setor, bem como de sobrecapacidade instalada em alguns segmentos do seu 
negócio. No que respeita ao fenômeno de concentração, este tem sido mais comum 
em áreas como gestão de investimentos, derivados, empréstimos sindicados, e 
atividades internacionais. No que respeita à sobrecapacidade e grande

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