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FINANÇAS INTERNACIONAIS PARA COMÉRCIO EXTERIOR Me. Fagner Severo GUIA DA DISCIPLINA 2022 1 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. FINANÇAS Objetivo: Conceituar finanças e destacar a relevância da gestão financeira na contemporaneidade. Introdução: As finanças fazem parte da realidade das populações há muitos anos e a gestão dessa vertente administrativa revela particularidades e observações necessárias a todos os cidadãos contemporâneos. As finanças se relacionam com as populações em duas situações, inicialmente no que diz respeito ao pessoal, ou seja, nas formas que as pessoas escolherão para utilizar seus recursos. Em contrapartida, existe a vertente empresarial, oportunidade onde os investidores precisarão tomar decisões que resultem em lucros para as corporações. Nesse sentido, o conteúdo inicial da sua disciplina abordará as tratativas que fundamentam os objetivos das finanças e as ponderações cabíveis para a correta administração financeira na atualidade empresarial. Assim, convido você para apertar os cintos, pois teremos muitos assuntos para discutir nessa fase inicial e ao longo das próximas semanas. Então, para começarmos, vamos conceituar finanças e relacionar as principais informações sobre essa vertente. 1.1. Conceituando Finanças É quase impossível pensar no mundo contemporâneo sem considerar as finanças e suas relações econômicas para o alcance dos objetivos que dependem diretamente do dinheiro para os resultados. Para melhor compreensão, Machado (2015) conceitua finanças como a correta administração dos fluxos de caixa, ou seja, a gestão das receitas e despesas. Finanças: Fonte: https://pt.pngtree.com/freepng/element- vector-business-finance_1565796.html. Acesso em: 02 de agosto de 2019. 2 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Nesse contexto, é preciso compreender ainda que, no que tange ao pessoal, as finanças se relacionam com as decisões de como e quanto gastar do salário, assim como, as formas corretas para poupar e investir as economias. Dentro do contexto empresarial, as finanças envolvem os mesmos tipos de decisões, porém, com vertentes para o levantamento de fundos com os investidores, os investimentos de dinheiro na tentativa de obter lucros e o reinvestimento desses lucros e sua distribuição aos investidores (MEGLIORINI, 2012). Vamos aprofundar o conhecimento? Observe os principais objetivos das finanças. 1.2. Objetivos das Finanças De acordo com Megliorini (2012) toda empresa precisa perseguir algumas metas, focando na definição dos objetivos propostos pelas companhias, ocorrendo de muitos desses propósitos serem variantes, uma vez que cada organização possui suas particularidades e almeja o lucro financeiro partindo de pontos diferentes. Frente às ponderações de Megliorini, Bazzi (2016) elenca os principais objetivos das finanças e suas principais características, assim como se apresenta na sequência: Aumento do Lucro Empresarial Implica diretamente na tomada de providências com a expectativa de contribuir corretamente para a lucratividade da organização, escolhendo aquelas que podem resultar em um maior retorno financeiro possível; 1 Aumento da Riqueza dos Sócios Implica considerar cada uma das alternativas relacionadas com a decisão financeira a ser tomada, tendo em mente quais serão os impactos ao capital investido pelos sócios da companhia; 2 Preservação da Riqueza das Partes Interessadas Uma vez que a riqueza dos sócios se aumenta, a tendência é que estes continuem investindo na empresa, assim, a riqueza das partes interessadas, como: empregados, clientes, fornecedores, credores e qualquer outro que possua vínculo financeiro direto com a empresa. 3 3 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1.3. Gestão Financeira A gestão financeira pode ser observada sob dois enfoques, conforme parecer de Stadler et al., (2013), sendo estes: 1.3.1. Gestão Financeira Estratégica Define-se como os recursos que serão alocados para atingir determinados objetivos, sendo que nessa abordagem estão inseridas as análises e as avaliações que determinarão o futuro da empresa, incluindo as decisões de médio e longo prazo. 1.3.2. Gestão Financeira Operacional Compreende todas as atividades rotineiras, bem como as decisões tomadas no dia a dia da empresa, tratando, portanto, de tudo que envolve o curto prazo. Dentre as atividades operacionais nessa gestão, destacam-se: contas a receber, contas a pagar, controles bancários e controle geral de documentos. 1.4. A Administração Financeira A função da administração financeira é gerir, de forma racional, os recursos financeiros da empresa, assim, uma vez que esses recursos são escassos, a administração é que deve se responsabilizar por fazer esses recursos gerarem melhores resultados (LUZ, 2017). O administrador financeiro é quem põe em pratica as funções financeiras da empresa e, em uma empresa pequena, esse papel geralmente é desempenhado pelo próprio dono. Em empresas maiores, esse cargo costuma ser exercido por funcionários contratados e ter diferentes nomes, dentre eles: diretor financeiro, vice-presidente de finanças, gerente financeiro etc (MEGLIORINI, 2012). Frente ao parecer dos autores anteriormente citados, torna-se relevante reforçar que a administração financeira se subdivide em algumas ações que fazem toda a diferença nesse processo. Dentre essas ações, algumas se destacam tais quais a análise, o Administração Financeira: Fonte: https://www.contabeis.com.br/artigos/5623/administracao-financeira-e- orcamentaria-no-setor-publico/. Acesso em: 15 de outubro de 2019. 4 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância planejamento das finanças, a boa utilização dos recursos financeiros, as análises de crédito e do fluxo de caixa e todos os procedimentos relativos ao acompanhamento dos prazos estabelecidos. Dessa forma, a administração financeira é o fator essencial para o alcance da solidez empresarial, porém, desde que haja autonomia dos gestores em oportunidade das tomadas de decisão. 1.5. Finanças Empresariais As finanças empresariais são fundamentais para promoção dos lucros das companhias. Essa vertente das finanças exige muito mais que simples administrações de recursos, uma vez que se relaciona diretamente com a gestão das finanças, que determinará as ações empresariais que servirão como base para as decisões e suas repercussões a curto, médio e longo prazo. Nesse contexto, a área financeira de uma empresa deve buscar realizar ações relacionadas com as análises e o planejamento financeiro, sempre objetivando cumprir os objetivos principais dos proprietários das empresas (BAZZI, 2016). As finanças empresariais fundamentam-se no estudo das decisões que se relacionam com o capital das empresas e esses levantamentos devem ser observados em todo tipo de organização, ou seja, pequenas, médias e grandes empresas, em ambientes públicos ou privados e até naquelas que atuam sem fins lucrativos. Dessa forma, o estudo das finanças empresariais objetiva maximizar ao máximo os valores das empresas. 1.6. Mercado Econômico De acordo com Izidoro (2014) a economia se divide em dois grandes ramos: Finanças Empresariais: Fonte: https://ibrasfor.com.br/curso/gratis/financas-empresariais. Acesso em: 05 de agosto de 2019. 5 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1.7. Oferta e DemandaA oferta e a demanda são dois motores que asseguram a funcionabilidade do mercado financeiro e suas funções consistem em determinar preços e as quantidades de produtos que serão oferecidos no mercado. Observe as especificidades de cada uma dessas forças, conforme os entendimentos de Izidoro (2014). As finanças se fundamentam na correta administração dos fluxos de caixa, sendo que seus principais objetivos se estabelecem sobre o lucro financeiro. Como resultado, torna-se essencial uma boa administração financeira, fundamentada numa boa gestão para que os recursos financeiros utilizados alcancem melhores resultados. MICROECONOMIA - Trata do comportamento das unidades econômicas individuais (consumidores, trabalhadores, investidores, empresas etc). MACROECONOMIA - Tem como foco as quantidades econômicas agregadas (taxa de crescimento e nível do produto nacional, taxas de juros, desemprego, inflação etc). OFERTA Informa a quantidade de mercadorias que os produtores estão dispostos a vender a determinado preço. DEMANDA Indica a quantidade que os consumidores estão dispostos a comprar à medida que muda o preço unitário. 6 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. HISTÓRIA E CENÁRIO DAS FINANÇAS Objetivo: Elencar fatos que marcaram a economia mundial ao longo do último milênio e demonstrar como a essa ciência se associa a realidade das populações contemporâneas. Introdução: Quantos acontecimentos podem marcar o mundo em um mês? Partindo desse questionamento, imagine décadas, séculos e um milênio inteiro de atuações humanas em favor da ciência que se volta para o estudo correto das ações financeiras. Que marcas históricas restariam desse período? Desde o cunhamento das primeiras moedas pelos Lídios, no final da Pré-história, até a consolidação da Comunidade Econômica Europeia em 1999, diferentes acontecimentos ajudaram a construir a história da economia mundial ao longo de séculos. Frente à essa realidade, convido você para voltar na história e observar de forma rápida e abreviada, a contribuição dessas muitas ações para a sociedade contemporânea. Sugiro que você mantenha o foco nessa etapa dos seus estudos, pois o capítulo além de apresentar diversos acontecimentos seguindo uma sequência anual e secular, também destaca os grandes feitos econômicos mundiais. Parece interessante, não é? Então, vamos lá! 2.1. Um Milênio de Finanças Mundiais O sistema financeiro mundial deixou seus registros na história da humanidade. No final da Pré-história o dinheiro foi inventado, ocorrendo de na sequência, os Lídios (habitantes da atual Turquia) cunharem as primeiras moedas. A partir desse momento inicial, muitas ações ocorreram ao longo de séculos e serviram para aprimorar e desenvolver técnicas capazes de tornar esse sistema essencial à sociedade. Nesse contexto, Carvalho (2007) informa que muitos fatos históricos aconteceram entre os séculos XI e XXI, dentre eles, alguns eventos pertencentes à múltiplas disciplinas, ou seja, comércio, política internacional, guerras, direito, economia, engenharia, novas 7 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância tecnologias, capital versus trabalho e sociologia, que moldaram e fortaleceram, ao longo do tempo, os negócios e as finanças internacionais. Então, para melhor compreensão desses fatos históricos que serviram como base para o moderno sistema econômico da atualidade, torna-se relevante compreender como as finanças internacionais se destacaram no último milênio. Observe as ponderações de Carvalho (2007) sobre essa temática. a) Século XI ✓ A China inventa o papel-moeda no ano 1.023 (Dinastia Song – 960-1127); ✓ Surge a primeira sociedade por ações mundial, sob o nome de Mohada, formada por um grupo de corsários; ✓ Guilherme, o Conquistador, compila o cadastro das terras inglesas, formando uma das bases do sistema de arrecadação fiscal. b) Século XII ✓ As Cruzadas estimularam o sistema bancário, entre 1096 e 1270, em oito cruzadas oficias; ✓ Em 1124 cunhadores de moeda são severamente punidos (decepação da mão direita) em função dos encarregados de cunhá-las falsificarem a quantidade de metal utilizado; ✓ Lançamento da primeira apólice de seguro para cobertura dos riscos de incêndio e pragas, na Islândia; ✓ Em 1156 ocorreu a emissão do primeiro contrato de câmbio, em Gênova. c) Século XIII ✓ Em 1215 foi promulgada na Inglaterra a Carta Magna que norteou a soberania inglesa sobre a elevação dos impostos; ✓ Em 1275 o rei Eduardo (1239-1307) da Inglaterra proibiu a cobrança de juros, porém, elevou-se a falsificação de moedas. Os judeus foram culpados, em 1278 sofreram o arresto de seus bens e em 1292 foram expulsos do país; ✓ Entre 1279 e 1281 o rei Eduardo I emitiu três novas moedas na Inglaterra (Half- penny, Farthing e Groat); ✓ A famosa viagem de Marco Polo (1254-1324) à China. 8 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância d) Século XIV ✓ Publicam-se os primeiros estudos sobre ciência da economia; ✓ Em 1355 Nicole d’Oresme, bispo da igreja londrina publicou o Tractatus de Origine et Natura Jure & Mutationibus Monetarum, estabelecendo que a quantidade de metais preciosos em circulação determinava o valor da moeda; ✓ Em 1340 ocorre a falência do maior banco da Europa, Banco Peruzzi, de Florença. ✓ Em 1358 forma-se a Liga Hanseática, uma associação comercial alemã. e) Século XV ✓ Em 1403 fica regulamentada em Florença a cobrança de juros; ✓ Em 1448 inicia-se um processo de hiperinflação na China. ✓ As grandes viagens de Vasco da Gama e Cristóvão Colombo estimularam o crescimento dos mercados de câmbios e de capitais; ✓ Luca Bartolomeu de Pacioli (matemático italiano) publica um trabalho sobre contabilidade; f) Século XVI ✓ A Reforma Protestante iniciada em 1511 por Martinho Lutero, condenou as formas tradicionais de usura; ✓ Em 1518 foi criada a moeda dollar; ✓ Em 1534 a arte de envelhecer vinho é iniciada na França; ✓ Em 1526 Nicolau Copérnico escreveu o “Tratado da Degradação” uma vez que a moeda de sua terra natal Polônia, sofria grande deterioração na época. g) Século XVII ✓ Em 1619 o tabaco passa a ser a moeda na Virginia e assim se perpetuou por 200 anos; ✓ De 1634 a 1637 desencadeou-se o fenômeno chamado de “Mania de Tulipa” na Holanda, onde as cores incomuns da flor se tornaram obsessão, resultando em verdadeiras fortunas; ✓ Em 1654 emitiu-se o primeiro cheque na Inglaterra; ✓ Em 1665 os negócios em Londres são paralisados quando uma praga mata quase 100 mil pessoas; 9 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ✓ Nesse século foi fundado também o Banco da Inglaterra, objetivando levantar recursos para financiar a Guerra da Inglaterra com a França. h) Século XVIII ✓ Em 1705 o economista escocês John Law publicou em seu livro Money and trade considered que as moedas metálicas não eram confiáveis em qualidade e quantidade; ✓ Em 1707 foi promulgado o Act of Union of England and Scotland estabelecendo entre os artigos que o Reino Unido deveria ter uma única moeda; ✓ Em 1765 Frederico II, rei da Prússia criou o primeiro banco alemão emissor de moeda; ✓ Entre 1775 e 1783 os Estados Unidos guerreou pela sua independência, e o Congresso e os Estados financiaram o esforço de guerra emitindo moedas; ✓ Em 1776 o economista e filósofo inglês Adam Smith publicou a famosa obra A riqueza das nações que se tornou um referencial no que tange ao estudo da economia política; ✓ Em 1768 a Rainha Catarina, a Grande, da Rússia, criou dois bancos para financiar aguerra com a Turquia; ✓ Em 1783 iniciam-se as atividades do Bank of New York, o mais antigo banco americano; ✓ A Revolução Francesa (1789-1799) alterou o quadro social e político da França e foi influenciada na independência americana; ✓ Em 1792 foi criada a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse – New York Stock Exchange); ✓ Em 1795 a hiperinflação toma conta da França e contribuiu para a ascensão de Napoleão; ✓ Em 1798 o primeiro-ministro britânico William Pitt (O Jovem), introduziu o Imposto de Renda. i) Século XIX ✓ Em 1817, o economista inglês David Ricardo, após fazer fortuna na bolsa de valores publica um livro onde destaca o insucesso na renda dos trabalhadores, uma vez que na opinião do mesmo, esses salários pagavam apenas o nível de subsistência; ✓ Em 1818 a família Smirnoff inicia os negócios de vodca no mercado; 10 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ✓ Em 1834 os estados alemães fazem uma unificação alfandegária, unindo, inclusive, as moedas, os pesos e as medidas que até então eram independentes; ✓ Em 1835 a Companhia das índias Orientais foi autorizada a emitir rúpias, a moeda indiana; ✓ Em 1837 ocorre uma crise bancária de sérias proporções nos Estados Unidos; ✓ Em 1867 Karl Marx, economista, socialista e filósofo publica O Capital, uma de suas maiores obras, indicando que o capitalismo fracassaria e que seria substituído pela ditadura do proletariado; ✓ Em 1868 a dinastia Meiji é restaurada no Japão e passa a observar a ação dos países ocidentais que demostravam maior desenvolvimento; ✓ Entre 1861 e 1865 ocorreu uma Guerra Civil nos Estados Unidos, onde cerca de 3% da população morreu. Durante esse período os Estados do Sul do país financiaram o esforço de guerra, emitindo moedas e gerando uma hiperinflação; ✓ Em 1871 a Alemanha é unificada e adota o marco como moeda; ✓ Em 1888 o jornal inglês The Financial Times é fundado; ✓ Ainda em 1888 ocorre a primeira crise do banco inglês Barings, que foi salvo pelo Banco da Inglaterra, com a ajuda dos demais bancos de Londres; ✓ Em 1889 dr. John Styth Pemberton, introduz a Coca-cola no mercado; ✓ Em 1890 Alfred Marshal, economista inglês, publica um livro chamado Princípios da Economia, onde concentra teorias da oferta e da demanda e tornou-se o principal manual da economia Inglesa. j) Século XX ✓ Em 1901 John Pierpont Morgan comandou a criação da maior de todas as corporações dos Estados Unidos a US Stell. ✓ No período da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) inicia-se uma nova ordem política e social; ✓ Em 1919 o economista inglês John Maynard Keynes publica o livro As consequências econômicas da paz e se declara contra as reparações de guerra, assumidas pela Alemanha e em favor do cancelamento da dívida do país com aliados; ✓ Em 1923 uma séria inflação atinge a Alemanha, ocasião esta onde os trabalhadores recebiam salários duas vezes ao dia, oportunando-os a gastar seus pagamentos antes que estes perdessem valor; 11 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ✓ Em 1929 a crise da Bolsa de Nova York desencadeia na Grande Depressão que caiu sobre o país e ainda respingou na economia mundial; ✓ A Segunda Guerra Mundial é estabelecida (1939-1945) e nesse período a economia dos países envolvidos ficou devastada, enquanto a Americana crescia gloriosamente; ✓ Em 1947 é lançado um plano para recuperação da Europa devastada pela Guerra; ✓ Em 1950 é criado o Diner’s Club, o primeiro cartão de crédito do mundo; ✓ De 1950 a 1953 ocorreu a Guerra da Coréia, ocasião onde a economia japonesa apresentava grande crescimento; ✓ Entre 1950 e 1970 foi o período do milagre econômico japonês; ✓ Em 1959 foi criado o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, a partir de uma sugestão do então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek; ✓ Em 1977 surge o computador pessoal, como produto de consumo; ✓ Em 1979 a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher lança o projeto de privatização dos serviços públicos do Reino Unido, impulsionando a economia mundial; ✓ Em 1985 a Comunidade Econômica Europeia assina o Ato Único objetivando criar um único mercado, sem barreiras, e com livre movimentação de capitais, pessoas, bens e serviços; ✓ Em 1989 cai o muro de Berlim, encerrando a Guerra Fria; ✓ Em 1990 a Alemanha é reunificada; ✓ Em 1991 ocorre a dissolução da URSS – União Soviética e os países enfrentam o desafio de reestruturar suas economias de acordo com o mercado; ✓ Em 1991 o Tratado de Assunção, cria na América do Sul, o Mercosul – Mercado Comum do Sul; ✓ Em 1992 foi assinado o Tratado Maastricht criando-se uma meta de déficit orçamentário para os países que quisessem participar da união monetária; ✓ Em 1992 foi criado também o bloco econômico NAFTA – North American Free Trade Agreement; ✓ Em 1994 é instituída a ALCA – Área de Livre Comércio das Américas, nos Estados Unidos; ✓ Em 1994 o Banco Sumitomo, na época o maior do mundo, sofre grandes perdas que influenciam os demais bancos japoneses; 12 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância ✓ Em 1995 instiiu-se a OMC – Organização Mundial do Comércio, em substituição ao GATT; ✓ Em 1995 surge também a Internet, motivando o comércio eletrônico; ✓ Em 1997 é assinado o Protocolo de Kyoto no qual os países industrializados se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 5% até 2012; ✓ Em 1999 se consolida a Comunidade Econômica Europeia, com a união monetária; Muitos acontecimentos serviram como base para a história das finanças pelo planeta no último milênio. Acontecimentos estes que revelam o muito que foi investido, no sentido de esforço, para que a sociedade atual pudesse ter mais facilidade em oportunidade do correto uso das finanças, em especial, das internacionais. 13 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. O SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL Objetivo: Informar como surgiu o Sistema Financeiro Internacional e destacar sua representatividade mundial. Introdução: A globalização, a necessidade de incentivos ao comércio internacional e o aumento dos fluxos financeiros internacionais foram os fatores que mais contribuíram para a definição da estrutura do Sistema Financeiro Internacional. É preciso citar ainda as severas crises financeiras que marcaram a sociedade ao longo dos séculos, como foi o caso da Quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, sendo este acontecimento considerado o pior período de recessão e crise econômica do século XX. Em função deste e de outros acontecimentos, o Sistema Financeiro Internacional foi projetado, em ocasião da Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, que ocorreu na cidade de Bretton Woods, nos Estados Unidos. Esse evento recebeu o nome da cidade e passou a ser o setor responsável pelo gerenciamento econômico internacional, estabelecendo regras para as relações financeiras e comerciais entre os países mais industrializados do mundo, na época. Assim, diante dessa breve introdução, convido você para compreender melhor como se deu o processo de criação do Sistema Financeiro Internacional e como essas ações mudaram a história das sociedades. SFI: Fonte: https://nacoesunidas.org/organismos- internacionais-lancam-plataformas-de-conhecimento-sobre- industria-e-financas-sustentaveis/. Acesso em: 13 de outubro de 2019. 14 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.1. O Sistema Financeiro Internacional – SFI O Sistema Financeiro Internacionalconsiste no conjunto de instituições financeiras que facilitam e regulamentam os fluxos de fundos de investimentos e de capital pelo mundo. Dessa forma, o SFI incorpora os sistemas bancários nacional e internacional, o mercado internacional de títulos, o conjunto das bolsas de valores nacionais e o mercado de depósitos bancários denominados em moedas estrangeiras (CAVUSGIL et al., 2010). O SFI foi criado em meados da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em paralelo a realização da Conferência de Bretton Woods, que veio a se tornar o marco fundamental na organização da economia mundial. 3.2. Padrão Ouro Muito antes das projeções para os acontecimentos que se dariam em Bretton Woods, o padrão ouro, conhecido também como estalão ouro, se destacava como um sistema monetário que marcou a economia mundial, uma vez que o valor da moeda de cada país era correspondente às reservas do metal precioso que estes detinham. Dessa forma, por quase cinquenta anos, de meados do século XIX até a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o SFI operou baseado no padrão ouro, um sistema amplamente usado como referencial para a conversibilidade das moedas (CARVALHO, 2007). Para Krugman e Obstfeld (2010) o auge do padrão ouro internacional ocorreu entre 1870 e 1914, sendo que após o final da Primeira Guerra Mundial, muitos países tentarem restabelecer um padrão ouro permanente, mas todas as iniciativas fracassaram. Muitos estudiosos consideram que o principal motivo para o fracasso do padrão ouro foram os países no pós-guerra, que passaram a priorizar o âmbito doméstico e suas respectivas políticas internas em detrimento da política externa, levando ao fracasso o Padrão Ouro: Fonte: https://financeone.com.br/investimento-em-ouro- vale-a-pena/. Acesso em: 13 de outubro de 2019. 15 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância modelo vigente (devido à necessidade deste de subordinar as políticas econômicas internas aos objetivos coletivos externos) (FERREIRA, 2012). Cabe salientar que em relação ao padrão ouro, a Inglaterra foi o país que mais o utilizou e com isso, ganhou estabilidade desde a década de 1870 até o fim da I Guerra Mundial. Esse sistema monetário também foi adotado pelo Brasil, entre o Segundo Reinado e o início da República Velha, porém, de forma incompleta. Carvalho (2007) informa ainda que, o padrão ouro foi reintroduzido em 1926, com a expectativa de que viria a manter a inflação sob controle, bem como “curar” as diversas “doenças” econômicas, como o referido protecionismo e as competitivas desvalorizações cambiais, porém, se sucesso. 3.3. Bretton Woods Ao final de três grandes acontecimentos mundiais, tais quais, a I Guerra Mundial, a Grande Depressão que durou uma década, e a II Guerra Mundial, não haviam políticas de cooperação entre os países, nem tão pouco se esperava algo nesse sentido. Dessa forma, Carvalho (2007) informa que em julho de 1944, com a iminente vitória dos aliados na guerra, representantes de 44 países (incluindo o Brasil), reuniram-se no Hotel Mount Washington, em Bretton Woods (Estado de New Hampshire, Estados Unidos), com o objetivo de desenhar uma nova ordem financeira internacional, que viria a substituir o já fracassado padrão ouro, prometendo evitar novas crises nos balanços de pagamentos das nações. Nessa arquitetura, eram contemplados regras, procedimentos regulatórios e instituições guardiãs desse modelo de integração, que mais tarde viria a se chamar Sistema de Bretton Woods, ocorrendo inclusive, a criação de duas instituições complementares, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional – FMI (COSTA e SANTOS, 2012). Assim, a ordem econômica de Bretton Woods estava baseada num regime financeiro capaz de controlar parcialmente os fluxos internacionais, de forma a permitir que o desenvolvimento interno de cada país não fosse prejudicado pelo excesso de volatilidade na entrada ou saída de capital externo (ARIENTI, et al., 2017). 16 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância a) Fundo Monetário Internacional – FMI O Ministério das Relações Exteriores (2019, ON LINE) informa que o Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que resultou da Conferência de Bretton Woods (1944), no final da Segunda Guerra Mundial. A Organização foi concebida por idealizadores que tinham por objetivo construir um arcabouço para cooperação que evitasse a repetição das políticas econômicas que levaram à Grande Depressão dos anos 1930 e ao conflito global que se seguiu. As Nações Unidas – Brasil (2019, ON LINE) esclarecem que o FMI trabalha para promover a cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover o alto nível de emprego e o crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo, por intermédio de sua missão que se divide em três vertentes: A esse respeito, o Brasil é um dos 189 membros do FMI. Logo, o Brasil se faz representar nos assuntos cotidianos do Fundo por meio do Diretor-Executivo de sua constituency, que representa também outros dez países. Atualmente, cabe ao Brasil a indicação desse Diretor. Entretanto, é importante ressaltar que a instância máxima na governança do FMI é a Junta de Governadores, onde cada país membro é representado individualmente por seu Governador ou por seu Governador Alterno. No caso do Brasil, o Ministro da Fazenda é o Governador e o Presidente do Banco Central do Brasil é o Alterno (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2019, ON LINE). b) Banco Mundial O Ministério das Relações Exteriores (2019, ON LINE) informa que o Banco Mundial é uma organização internacional que surgiu da Conferência de Bretton Woods (1944) para atender às necessidades de financiamento da reconstrução dos países devastados pela Segunda Guerra Mundial. O nome oficial da instituição criada em Bretton Woods era "Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD”. 1 - No monitoramento do sistema monetário internacional; 2 - Nos empréstimos aos países-membros; 3 - Na capacitação/assistência técnica. 17 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Dessa forma, o Grupo Banco Mundial é uma agência especializada independente do Sistema das Nações Unidas, sendo a maior fonte global de assistência para o desenvolvimento, proporcionando cerca de US$ 60 bilhões anuais em empréstimos e doações aos 187 países-membros (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2019, ON LINE), dentre os quais, o Brasil faz parte. O Site Oficial do Banco Mundial (2019) informa que a instituição possui como projeto, a concessão de empréstimos com juros baixos, créditos de zero a juros baixos e doações para países em desenvolvimento, assim como, o apoio à uma ampla gama de investimentos em áreas como educação, saúde, administração pública, infraestrutura, desenvolvimento financeiro e do setor privado, agricultura e gestão de recursos ambientais e naturais. Alguns dos projetos são cofinanciados com governos, outras instituições multilaterais, bancos comerciais, agências de crédito à exportação e investidores do setor privado. Agora que fechamos essa primeira fase da disciplina, espero que não estejam lhe sobrando dúvidas. Caso você as tenha, solicite auxílio o mais rápido possível. Estou ciente que, eventualmente, algum conteúdo do seu Guia da Disciplina pode não ser de fácil compreensão, em especial, pelos muitos fatos históricos e as questões que os nortearam. Todavia, estando tudo sob controle, vamos adiante pois temos muitos outros assuntos para colocarmos em pauta. O Fundo Monetário Internacional foi pensado e desenvolvido em ocasiões onde o mundo passavapor severas crises financeiras, a quebra da Bolsa de Nova York, duas Guerras Mundiais, a Grande Depressão etc. Ao final desses acontecimentos instalou-se o padrão ouro como fundamento monetário dos países ricos e posteriormente a nova ordem financeira internacional estabelecida em Bretton Woods, redefinindo o cenário econômico mundial. Banco Mundial: Fonte: http://www.ubo.cl/boletin/se-abre- convocatoria-a-congreso-internacional-organizado-por-el-banco- mundial/. Acesso em: 08 de outubro de 2019. http://www.ubo.cl/boletin/se-abre-convocatoria-a-congreso-internacional-organizado-por-el-banco-mundial/ http://www.ubo.cl/boletin/se-abre-convocatoria-a-congreso-internacional-organizado-por-el-banco-mundial/ http://www.ubo.cl/boletin/se-abre-convocatoria-a-congreso-internacional-organizado-por-el-banco-mundial/ 18 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Objetivo: Apresentar o Sistema Financeiro Nacional e sua estrutura funcional. Introdução: O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por um conjunto de instituições, em sua grande maioria financeiras, que atuam na gestão da política monetária do Governo Federal. O SFN está organizado e dividido em três subsistemas: normativos, supervisores e operadores. Mediante essas ponderações iniciais, convido você para conhecer os conceitos e particularidades desse Sistema, além da atuação e seus subsistemas e as instituições que o compõem. Mantenha a atenção nessa etapa do seu aprendizado, uma vez que boa parte desse conteúdo é proveniente do que orienta a legislação do Brasil. Sobretudo, não se preocupe, ao final, você compreenderá que o SFN tem por finalidade fortalecer a nação em muitos aspectos. Vamos ao conteúdo? 4.1. O Sistema Financeiro Nacional – SFN De acordo com o Banco Central do Brasil (2019, ON LINE) o Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. Assim, por intermédio desse Sistema, as pessoas, empresas e o próprio governo fazem circular a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos. Constituição Federal: Fonte: https://oab.grancursosonline.com.br/influencia-do- neoconstitucionalismo-na-constituicao-federal-de- 1988-e-constitucionalizacao-do-direito-civil-no-brasil/. Acesso em: 05 de agosto de 2019. 19 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Torna-se essencial destacar que o Art. 192 da Constituição da República Federativa do Brasil (2019, ON LINE) assegura que o Sistema Financeiro Nacional foi estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito e que será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. 4.2. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional – SFN O Sistema Financeiro Nacional é organizado e dividido em três subsistemas: Atente para as particularidades de cada um desses subsistemas e conheça as organizações que os compõem. 4.2.1. Subsistema Normativo Os Órgãos Normativos determinam regras gerais para o bom funcionamento do Sistema (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019, ON LINE), sendo estes: a) Conselho Monetário Nacional – CMN O Ministério da Economia (2019, ON LINE) atesta que o Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional e que tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País. As atribuições do CMN estão descritas na Lei 4.595/64 (2019, ON LINE), sendo estas: I - Adaptar o volume dos meios de pagamento as reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; Normativo Supervisor Operador 20 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. b) Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP O Ministério da Economia (2019, ON LINE) indica que o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Esse conselho é composto por representantes do Ministério da Fazenda (Presidente), do Ministério da Justiça, do Ministério da Previdência e Assistência Social, da Superintendência de Seguros Privados, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários. As funções do CNSP são destacadas pelo Banco Central do Brasil (2019, ON LINE) conforme apresenta-se na sequência: ✓ Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação das penalidades previstas; ✓ Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; ✓ Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; ✓ Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. CNSP: Fonte: http://www.fazenda.gov.br/orgaos/colegiados. Acesso em: 05 de agosto de 2019. 21 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância c) Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC O CNPC é o órgão com a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão), nova denominação do extinto Conselho de Gestão da Previdência Complementar (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2019, ON LINE). Torna-se relevante informar ainda que o CNPC foi instituído pelo Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010. 4.2.2. Subsistema Supervisor As Entidades Supervisoras trabalham para que os integrantes do Sistema Financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019, ON LINE), sendo estes: a) Banco Central do Brasil – BACEN De acordo com Machado (2015) o BACEN é um órgão executivo do SFN, tendo sido criado pela Lei n. 4595/1964 e é o principal responsável pela execução das deliberações do CMN. O Banco Central do Brasil é o responsável pelo controle da inflação no país e atua para regular a quantidade de moeda na economia que permita a estabilidade de preços. Suas atividades também incluem a preocupação com a estabilidade financeira. Para isso, o BC regula e supervisiona as instituiçõesfinanceiras, executa as orientações do Conselho Monetário Nacional (CMN), conduz as políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações financeiras com o exterior; a regulação e da supervisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN); a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio circulante (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019, ON LINE). BACEN: Fonte: https://jcconcursos.uol.com.br/noticia/concursos/concurso-bacen- 68545. Acesso em: 05 de agosto de 2019. https://jcconcursos.uol.com.br/noticia/concursos/concurso-bacen-68545 https://jcconcursos.uol.com.br/noticia/concursos/concurso-bacen-68545 22 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Suas principais atribuições fundamentam-se no que orienta a Lei 4.595, de 31.12.1964: ✓ Emitir papel-moeda e moeda metálica; ✓ Executar os serviços do meio circulante; ✓ Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras; ✓ Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; ✓ Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; ✓ Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; ✓ Exercer o controle de crédito; ✓ Exercer a fiscalização das instituições financeiras; ✓ Autorizar o funcionamento das instituições financeiras; ✓ Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; ✓ Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e ✓ Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. a) Comissão de Valores Mobiliários – CVM Machado (2015) informa que a CVM, criada em 1976, pela Lei nº 6.385, é um órgão normativo do SFN e que sua responsabilidade consiste em desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários no Brasil. A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, 2019, ON LINE). b) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966 (SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS, 2019, ON LINE). 23 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O Site Oficial da SUSEP (2019) informa ainda as atribuições da Superintendência: ✓ Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; ✓ Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; ✓ Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; ✓ Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; ✓ Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; ✓ Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; ✓ Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; ✓ Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; ✓ Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. c) Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro no Distrito Federal, tendo atuação em todo o território nacional como entidade de fiscalização e supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar operado pelas referidas entidades (SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, 2019, ON LINE). A Previc foi criada em 2009, por meio da Lei nº 12.154, prevendo as seguintes competências: 24 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância I - Proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de suas operações; II - Apurar e julgar infrações e aplicar as penalidades cabíveis; III - Expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas relativas à sua área de competência, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Previdência Complementar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003; IV - Autorizar: a) a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência complementar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos de planos de benefícios; b) as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qualquer outra forma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de previdência complementar; c) a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e instituidores, bem como as retiradas de patrocinadores e instituidores; e d) as transferências de patrocínio, grupos de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência complementar; V - Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as normas e políticas estabelecidas para o segmento; VI - Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de previdência complementar, bem como nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei; VII - Nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei; VIII - Promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar e entre estas e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996; IX - Enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da Previdência Social e, por seu intermédio, ao Presidente da República e ao Congresso Nacional; e X - Adotar as demais providências necessárias ao cumprimento de seus objetivos (LEI 12.154/2009, 2019, ON LINE). 4.2.3. Subsistema de Operação Os operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019, ON LINE), tais quais: 25 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Por intermédio do Sistema Financeiro Nacional, pessoas, empresas e o próprio governo fazem circular a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos. Sua estrutura demonstra a relevância de cada um de seus subsistemas atuarem de forma organizada e fundamentada na legislação, resultando em qualidade, segurança e desenvolvimento da nação. Bancos e Caixas Econômicas; Administradoras de Consórcios; Bolsas de Valores; Seguradoras e Resseguradores; Fundos de Pensão;Cooperativas de Crédito; Corretoras e Distribuidoras; Bolsa de Mercadorias e Futuro; Entidades Abertas da Previdência; Instituições de Pagamento; Demais Instituições não Bancárias; Sociedades de Capitalização. 26 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5. MERCADOS FINANCEIROS – PARTE I Objetivo: Descrever o ambiente onde ocorrem os relacionamentos monetários e apresentar suas principais personagens. Introdução: O mercado financeiro é o ambiente onde ocorrem as negociações de produtos financeiros. No caso das negociações nesse mercado, exige-se a participação de emissores, investidores e intermediários, cada um atuando em suas particularidades e por fins específicos. Assim o mercado financeiro é composto, portanto, de emprestadores e tomadores de empréstimo, ocorrendo de o valor da remuneração desses empréstimos ser chamado de juros, ou em termos percentuais, taxas de juros. Esta é a remuneração dos poupadores, mas também é o custo de capital para os tomadores de empréstimo (KERR, 2011). Dessa forma, o mercado financeiro se apresenta composto pelo indivíduo que dispõe do capital e que, consequentemente, objetiva multiplica-lo. Nesse sentido, Machado (2015) indica que o mercado financeiro no Brasil possui quatro segmentos, o mercado monetário, o mercado de créditos, o de capitais e de câmbio. Convém destacar que nesse capítulo você verá apenas três desses segmentos, o quarto será detalhado na sequência. 5.1. Personagens do Mercado Financeiro O mercado financeiro possui personagens que se identificam por suas particularidades. Vamos conhecer que são? 27 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5.2. Divisão do Mercado Financeiro O mercado financeiro é constituído pelo ambiente onde estão reunidos todos os que recebem recursos e os que também os investem. Em outras palavras, o mercado financeiro é o ambiente onde ocorrem os relacionamentos entre os personagens que possuem os recursos monetários (poupadores e ofertadores) e os que precisam desses recursos para a realização dos seus investimentos, (tomadores ou deficitários) (PEREIRA, 2013). Dessa forma, o mercado financeiro brasileiro se divide em outros grandes mercados: mercado monetário, mercado de capitais, mercado de crédito e mercado de câmbio. Emissores: são as instituições que emitem títulos. Esses títulos podem ser de crédito ou de valores mobiliários. Assim, os emissores se lançam ao mercado buscando o capital dos investidores, com o objetivo de financiarem seus projetos e promoverem seu próprio crescimento. Os bancos, as empresas de capital aberto e o próprio governo são os principais emissores de títulos. Intermediários: são aqueles que atuam como pontes entre os emissores e os investidores. Para a atuação dessas personagens é comum a adoção de mecanismos e profissionais que atuam favorecendo essas negociações. Dentre os principais intermediários no mercado financeiro destacam-se as corretoras de valores. 1 2 Investidores: são pessoas físicas ou jurídicas, que objetivam poupar ou mesmo multiplicar seu patrimônio mediante a compra de produtos financeiros. Os investidores são ainda aqueles que trocam o dinheiro pelos títulos oferecidos pelos emissores e atuam tanto no empréstimo de dinheiro (em troca de juros), como através da aquisição de participações. Logo, essas personagens contribuem para o crescimento dos emissores. 3 28 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Que tal conhecer alguns destes, agora? a) Mercado Monetário Para Souza et. al., (2018) o mercado monetário é aquele onde se concentram as operações de controle da oferta de moeda em circulação e das taxas de juros. Ferreira (2014) destaca ainda que nesse mercado as instituições captam recursos para intermediar com os entes econômicos devedores. No mercado monetário também são realizadas operações de curto prazo. Aqui os papéis mais negociados têm emissão pelo Banco Central, obedecendo a execução política monetária do Governo Federal, com respaldo do Tesouro Nacional, que tem o propósito de financiar o déficit público. Também nele são negociados os depósitos interfinanceiros (DI) e títulos de divisa de emissão pública e privada (MACHADO, 2015). Outra característica fundamental do mercado monetário está no fator de ser o principal ambiente de execução das diretrizes de política monetária, logo, esse mercado está envolvido diretamente com a intermediação financeira e o controle das taxas de inflação e de juros (PEREIRA, 2013). b) Mercado de Crédito Esse segmento é aquele que assiste as necessidades de credito no curto, médio e longo prazos e também o que negocia, principalmente, o financiamento de bens duráveis, investimentos e o capital de juros das empresas, além do consumo (MACHADO, 2015). Mercado Monetário: Fonte: sunoresearch.com.br/artigos/mercado-monetario/. Acesso em: 03 de novembro de 2019. 29 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Ferreira (2014) informa que as demandas de recursos financiam esse mercado, tanto para o consumo das famílias, como o capital de giro para as empresas e isso indica que este é o mercado que realiza a forma mais conhecida de intermediação financeira. O mercado de credito também possui a responsabilidade de executar as regras da política creditícia estipuladas pelo CMN, órgão máximo do SFN. Essas regras partem da premissa de segurança na concessão de credito, visando à proteção da liquidez global do sistema, ou seja, à adoção de critérios que têm por objetivo minimizar os fatores de riscos nas operações de crédito na economia do país (PEREIRA, 2013). c) Mercado de Capitais É o mercado que atende as necessidades de credito no médio e no longo prazo e abrange, em especial, investimentos em ativos imobilizados. Essas operações são realizadas entre investidores e emissores, e negociadas em bolsas de valores, via emissão privada, principalmente com debêntures e ações (MACHADO, 2015). O mercado de capitais tem a finalidade também de canalizar recursos dos agentes econômicos para as empresas, por meio de operações com valores mobiliários em mercado de bolsa ou balcão (SOUZA, et al., 2018), com o propósito de proporcionar liquidez aos títulos emitidos pelas empresas e viabilizar seu processo de capitalização (PEREIRA, 2013). Dessa forma, o ambiente operativo do mercado de capitais é realizado pelas bolsas de valores, que disponibilizam espaço adequado para as negociações desses papéis, além de possuírem credibilidade e sistema de liquidação e custódia, controlados pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC (PEREIRA, 2013). Mercado de Crédito: Fonte: https://www.sunoresearch.com.br/artigos/mercado-de-credito/. Acesso em: 03 de novembro de 2019. 30 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O termo debênture vem do latim debentur, que significa, em uma tradução livre, “são devidos”. Debêntures são valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazos, com privilégio geral sobre os bens sociais ou garantia real sobre determinados bens emitidos por sociedades anônimas no mercado de capitais (KERR, 2011). O mercado financeiro é composto por emprestadores e tomadores de empréstimo, sendo esses empréstimos denominados juros, ou em termos percentuais, taxas de juros. Assim sendo, o mercado financeiro possui quatro segmentos, cada um deles, dando ênfase a diferentes aspectos no cenário econômico nacional.Texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto texto 31 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6. MERCADOS FINANCEIROS – PARTE II Objetivo: Apresentar o mercado cambial e a relevância da troca de moedas nas operações de comércio exterior. Introdução: A sobrevivência das empresas está diretamente ligada às transações comerciais internacionais e ao próprio mercado de câmbio, que uma vez observados e aproveitados pelos investidores, se tornam campos férteis para boas negociações. Dessa forma, o mercado de câmbio consiste num mercado global onde os agentes econômicos (compradores e vendedores) trocam suas moedas estrangeiras, também conhecidas como divisas. Logo, esse mercado serve para a realização de diversas operações, em especial, aquelas que envolvem pagamentos ou recebimentos em outra moeda. Nessa etapa do seu aprendizado você poderá compreender melhor a relação do mercado cambial com as operações de comércio exterior. Então, vamos lá, pois temos bastante conteúdo nesse capítulo. 6.1. Câmbio Câmbio é a troca que ocorre entre a moeda de um país pela moeda de outro, enquanto a taxa de câmbio é o preço da moeda de um país quando é realizada a troca pela moeda de outro (CRUZ, et al., 2012). Borges (2012) chama a atenção para a observação de que câmbio não significa apenas uma mera troca de moeda nacional por estrangeira ou vice- versa, haja vista que as operações de câmbio agregam certa complexidade, a começar pelo fato de ser proibida sua livre realização. Câmbio: Fonte: https://www.exchangenow.net. Acesso em: 07 de agosto de 2019. 32 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Para facilitar sua compreensão nessa temática, o Banco Central do Brasil (2019, ON LINE) exemplifica uma operação de câmbio: quando um turista brasileiro vai viajar para o exterior e precisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe do turista brasileiro a moeda nacional e lhe entrega (vende) a moeda estrangeira. Já quando um turista estrangeiro quer converter moeda estrangeira em reais, o agente autorizado a operar no mercado de câmbio compra a moeda estrangeira do turista estrangeiro, entregando-lhe os reais correspondentes. Sempre que houver um recebimento do exterior, ou pagamento para o exterior em moeda estrangeira, independente da natureza da operação (exportação, importação, empréstimo, juro, frete, serviço, doação etc) haverá a necessidade e obrigatoriedade de se fazer a conversão através de compra ou venda da moeda estrangeira (BORGES, 2017). 6.2. Sistemas de Câmbio Nos entendimentos de Fontes (2018) os sistemas de câmbio mais conhecidos são o fixo e o flutuante. Observe as principais características destes: É aquele cujo valor da moeda estrangeira, geralmente, o dólar, é fixado pelo governo. Dessa forma, a moda nacional passa a ter um valor fixo em relação ao que fica designada pelo governo daquele país. A China adota esse sistema (FONTES, 2018). Câmbio Fixo Adotado pelo Brasil, o mercado estabelece os valores das taxas de câmbio através da lei da oferta e da procura. Nesse sistema podem ocorrer muitas variações das taxas de câmbios em intervalos curtos de tempo. Caso a oscilação exceda o limite estabelecido pelo governo, o Banco Central entra com intervenções por meio das operações de compra e venda de dólares no mercado futuro, visando evitar a desvalorização ou valorização excessiva da moeda estrangeira (FONTES, 2018). Câmbio Flutuante 33 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6.3. Mercado e Contrato de Câmbio De acordo com o Banco Central do Brasil (2019, ON LINE) o mercado de câmbio é o ambiente onde se realizam as operações de câmbio entre os agentes autorizados pelo Banco Central e entre estes e seus clientes, diretamente ou por meio de seus correspondentes. Em contrapartida, o contrato de câmbio é o instrumento firmado por compradores e vendedores de moeda estrangeira que estabelecem os direitos e as obrigações recíprocas das partes contratantes, como também as características e as condições específicas da operação cambial nele retratada (FARO e FARO, 2012). Assim, a contratação do câmbio pode envolver duas sistemáticas distintas, as quais lhe serão apresentadas na sequência. a) Mercado de Câmbio Manual Trata da operação de compra e venda de moeda estrangeira em espécie ou por meio de cheque de viagem, por isso esse mercado é denominado também de turismo ou câmbio de turismo (BORGES, 2017). b) Mercado de Câmbio Sacado As operações são realizadas por meio de movimentações de débitos e créditos em moedas estrangeiras em contas de bancos brasileiros no exterior, autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BORGES, 2018). 6.4. Mercado de Câmbio Primário e Secundário A operação de mercado primário implica no recebimento ou na entrega de moeda estrangeira por parte de clientes no País, correspondendo ao fluxo de entrada ou de saída da moeda estrangeira do País. Esse é o caso das operações realizadas com exportadores, importadores, viajantes, etc. Já no mercado secundário, também denominado mercado Mercado de Câmbio: Fonte: https://www.sunoresearch.com.br/artigos/mercado-de- cambio/. Acesso em: 07 de agosto de 2019. 34 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância interbancário quando os negócios são realizados entre bancos, a moeda estrangeira é negociada entre as instituições integrantes do sistema financeiro e simplesmente migra do ativo de uma instituição autorizada a operar no mercado de câmbio para o de outra, igualmente autorizada, não havendo fluxo de entrada ou de saída da moeda estrangeira do País (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019, ON LINE). O mercado de câmbio primário ocorre quando um exportador brasileiro que vende a moeda estrangeira recebida de um importador estrangeiro (via transferência bancária) para seu banco de relacionamento, ao passo em que, no mercado de câmbio secundário, uma das suas principais características é a precificação da taxa de câmbio, pois é com base nessa taxa que os bancos negociam com seus clientes no mercado de câmbio primário (BORGES, 2018). 6.5. Modalidades de Câmbio As principais modalidades de câmbio são: antecipado, à vista e a prazo. À vista: quando se trata do fechamento de câmbio a vista, o banco entende que a mercadoria já embarcou, tornando-se necessário enviar uma cópia do Conhecimento de Transporte, a Fatura Comercial e o Romaneio de Carga (FONTES, 2018). Antecipado: para o fechamento desse tipo de câmbio é necessário enviar a fatura proforma do pedido ao banco em que o importador possui conta corrente, em nome da importadora (FONTES, 2018). A prazo: em fechamento de câmbio a prazo, o banco entende que a mercadoria já foi nacionalizada no Brasil, dessa forma, se faz necessário o envio da cópia do Conhecimento de Transporte, Fatura Comercial, Romaneio de Carga, Comprovante de Importação (CI) e Declaração de Importação (DI) (FONTES, 2018). 35 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6.6. Aspectos Cambiais da Exportação Nos entendimentos de Borges (2018) a diferença entre essas operações se apresenta uma vez que o mercado de câmbio comercial trata das negociações vinculadas às operações comerciais deimportação e exportação de mercadorias e/ou serviços. a) Com Cobertura Cambial Quando ocorre pagamento pela mercadoria remetida ao exterior, sendo que a contratação pode ser efetuada prévia ou posteriormente ao embarque. É o mais comum nas exportações brasileiras (ASSUMPÇÃO, 2007). b) Sem Cobertura Cambial Quando não ocorre remessa financeira do exterior para pagamento de mercadoria exportada. É o caso de amostras sem valor comercial, como animais reprodutores; material para revisão ou conserto, quando coberto por contrato de garantia; feiras e exposições (ASSUMPÇÃO, 2007). 6.7. Aspectos Cambiais da Importação Assim como exportação, há duas modalidades de câmbio na importação: com ou sem cobertura cambial. a) Com Cobertura Cambial São todas as operações que envolvem remessa de recursos ao exterior, como forma de pagamento à apropriação de um bem. A legislação atual determina que as transações podem ser à vista ou a prazo (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2019, ON LINE). b) Sem Cobertura Cambial Nesse tipo de operação não há pagamento da mercadoria ao exterior. Ou este é feito com moeda nacional. Portanto, não ocorre a contratação de câmbio. Para os casos em que existe transferência de divisas como quitação de algum ônus não se utiliza Contrato de Câmbio de Importação e sim de Transferência Financeira (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2019, ON LINE). 36 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O câmbio não implica apenas em uma mera troca de moeda nacional por estrangeira ou vice-versa, ele agrega valor às operações comerciais, ao passo em que o mercado de câmbio consiste num mercado global onde os agentes econômicos (compradores e vendedores) trocam suas moedas estrangeiras e agregam valor às operações de comércio exterior, tanto na exportação, como na importação. 37 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 7. AGÊNCIAS DE FOMENTO E CRÉDITO AO COMÉRCIO EXTERIOR Objetivo: Apontar para a atuação das agências de fomento e crédito nas operações de comércio exterior. Introdução: Constantemente os governos dos países buscam mecanismos eficientes para o fomento de suas economias e para fugirem das crises que com frequência atingem seus setores econômicos. A esse respeito, muitas nações investem pesado em formas de melhorias de suas operações comerciais, objetivando o destaque, num mercado cada vez mais competitivo. Frente à necessidade dos países na manutenção de suas economias e no equilíbrio destas, os subsídios governamentais se demostram singulares, haja vista os interesses na expansão do comércio exterior das muitas nações. Por esses e outros motivos, o Brasil vem estabelecendo ao longo de décadas, diferentes formas para auxiliar as empresas aqui estabelecidas, quando estas objetivam se lançar no mercado internacional. Vamos compreender melhor como o Brasil vem auxiliando seus exportadores, seja por financiamento, ou por mecanismos não financeiros? 7.1. Seguro de Crédito à Exportação – SCE O Ministério da Economia (2019, ON LINE) informa que o Seguro de Crédito à Exportação – SCE é a cobertura da União para as exportações nacionais contra riscos comerciais, políticos e extraordinários, com lastro no Fundo de Garantia à Exportação (FGE). Este seguro pode cobrir financiamento concedido por qualquer banco, público ou privado, brasileiro ou Seguro de Crédito à Exportação: Fonte: http://kairostrading.com.br/. Acesso em: 06 de agosto de 2019. 38 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância estrangeiro, a exportações brasileiras, sem pré-restrições de bens ou serviços ou quanto ao país do importador. O seguro não cobre gastos locais – por exemplo, bens adquiridos no exterior, mesmo que relacionados à exportação brasileira. Assim, não há exigência de conteúdo mínimo nacional. De acordo com a Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX (2019, ON LINE) a garantia da União para operações de crédito à exportação cobre: I Riscos comerciais para prazos de financiamento superiores a 2 anos; II Riscos políticos e extraordinários para qualquer prazo de financiamento; III Riscos comerciais, políticos e extraordinários para micro, pequenas e médias empresas (MPME) em operações de até 2 anos; e IV Risco de adiantamento de recursos e de performance para o setor de defesa e para produtos agrícolas beneficiados por cotas tarifárias para mercados preferenciais. 7.2. Financiamento e Garantia às Exportações A política brasileira de apoio à exportação está inserida em um esforço maior empreendido pelo governo no sentido de trazer mais competitividade às exportações brasileiras e incentivar a atuação das empresas nacionais no mercado internacional (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS, 2019. ON LINE). De acordo com a Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX (2019, ON LINE) compete ao Conselho da CAMEX fixar diretrizes para a política de financiamento das exportações de bens e de serviços, bem como para a cobertura dos riscos de operações a prazo, inclusive as relativas ao seguro de crédito à exportação. Financiamento às Exportações: Fonte: http://twscomex.com.br/blog/artigo/financiamento-para-importacao-ou- exportacao-no-brasil. Acesso em: 06 de agosto de 2019. 39 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Na sequência alguns programas criados para auxiliar as exportações brasileiras. a) Programa de Financiamento às Exportações – PROEX O Programa de Financiamento às Exportações – PROEX é um programa do Governo Federal de apoio às exportações brasileiras de bens e serviços, viabilizando financiamento em condições equivalentes às praticadas no mercado internacional. O Banco do Brasil S.A é o agente exclusivo da União para o PROEX (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS, 2019, ON LINE). A Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX (2019, ON LINE) assegura que o Proex oferece duas modalidades de apoio à exportação, sendo estas: b) Fundo de Garantia à Exportação – FGE O Fundo de Garantia à Exportação – FGE é um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério da Fazenda, que tem como finalidade dar cobertura às garantias prestadas Proex Financiamento: financiamento direto ao exportador brasileiro ou ao importador com recursos do Tesouro Nacional. Essa modalidade apoia exportações brasileiras de empresas com faturamento bruto anual até R$ 600 milhões. Os prazos de repagamento do financiamento variam de 60 dias a 10 anos, definidos de acordo com o conteúdo tecnológico da mercadoria exportada ou com a complexidade do serviço prestado. Para os financiamentos com prazo de até 2 anos, o percentual financiado pode chegar a 100% do valor da exportação. Nas operações com prazo inferior, a parcela financiada fica limitada a 85% do valor das exportações. Proex Equalização: exportação financiada por instituições financeiras no País e no exterior, na qual o Proex assume parte dos encargos financeiros, tornando-os equivalentes àqueles praticados no mercado internacional. Essa modalidade pode ser contratada por empresas brasileiras de qualquer porte. A equalização da taxa de juros pode ser concedida nos financiamentos ao importador, para pagamento à vista ao exportador brasileiro, e nos refinanciamentos concedidos ao exportador. Os prazos de equalização variam de 60 dias a 15 anos, definidos de acordo com o valor agregado da mercadoria ou a complexidade dos serviços prestados, e o percentual equalizável podechegar a até 100% do valor da exportação. 40 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância pela União nas operações de Seguro de Crédito à Exportação (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS, 2019. ON LINE). O Banco Nacional do Desenvolvimento (2019, ON LINE) informa também que o Fundo de Garantia à Exportação - FGE foi criado pela Medida Provisória nº 1.583-1, de 25 de setembro de 1997, sendo, após consecutivas reedições, convertida na Lei nº 9.818, de 23.08.1999. O FGE, de natureza contábil e vinculado ao Ministério da Fazenda, tem como finalidade dar cobertura às garantias prestadas pela União nas operações de Seguro de Crédito à Exportação (SCE). De acordo com o Art. 3º da Lei 9.818/99 (2019, ON LINE), constituem recursos do FGE: I O produto da alienação das ações; II A reversão de saldos não aplicados; III Os dividendos e remuneração de capital das ações; IV O resultado das aplicações financeiras dos recursos; V As comissões decorrentes da prestação de garantia; VI Recursos provenientes de dotação orçamentária do Orçamento Geral da União. c) Convenção da OCDE sobre Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros A Convenção da OCDE é um instrumento que define as obrigações dos governos, das empresas, dos contadores públicos, dos advogados e da sociedade civil das nações signatárias do Tratado. Embora o Brasil não seja membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, no País, os financiamentos oficiais de apoio à exportação observam os princípios da Convenção da OCDE (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS, 2019. ON LINE). 41 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A Convenção determina que, em todos os Estados signatários, passe a ser delito criminal o oferecimento, a promessa ou a doação de vantagem pecuniária ou de outra natureza indevida a um funcionário público estrangeiro, direta ou indiretamente, no intuito de que, por meio de ação ou omissão no desempenho de suas funções oficiais, esse funcionário realize ou dificulte transações ou obtenha outras vantagens ilícitas na condução de negócios internacionais (CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO, 2019, ON LINE). A Controladoria-Geral da União (2019, ON LINE) informa ainda que a Convenção prevê, também o estabelecimento das responsabilidades de pessoas jurídicas pela corrupção de funcionário público estrangeiro e a necessidade de sanções não-penais dissuasivas nos casos em que o ordenamento jurídico do país não admitir a sanção penal das pessoas jurídicas. 7.3. Agências de Crédito à Exportação (ECA – Export Credit Agency) O crédito à exportação é uma atividade de Estado inerente a todas as economias industrializadas do mundo. A premissa para a atuação é que exportações são um elemento fundamental no desenvolvimento de um país. Atua-se em nichos nos quais não existe o mercado privado, por diversos motivos que podem envolver volumes e prazos diferenciados, com o objetivo de gerar exportações que não seriam possíveis sem o apoio oficial. As chamadas agências de crédito à exportação (Export Credit Agencies – ECA) proveem crédito às operações das empresas com o objetivo de gerar emprego e renda em seus países de origem (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO, 2019, ON LINE). 7.4. Agências de Fomento Agência de fomento é a instituição com o objetivo principal de financiar capital fixo e de giro para empreendimentos previstos em programas de desenvolvimento, na unidade da Federação onde estiver sediada (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019, ON LINE). Agência de Fomento: Fonte: https://atccargo.net/blog/comercio- exterior/. Acesso em: 06 de agosto de 2019. https://atccargo.net/blog/comercio-exterior/ https://atccargo.net/blog/comercio-exterior/ 42 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Na sequência atente para as orientações estabelecidas para a atuação das agências de fomento. 7.4.1. Atividades Permitidas às Agências de Fomento O Site Oficial do Banco Central do Brasil (2019, ON LINE) assegura que as atividades abaixo elencadas são permitidas na atuação das agências de fomento. ✓ Financiamento para o desenvolvimento de empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial, de pequeno porte, inclusive a pessoas físicas; ✓ Financiamento de capitais fixo e de giro associados a projetos; ✓ Operações de crédito rural; ✓ Cessão de créditos; ✓ Prestação de garantias em operações compatíveis com o objeto social; ✓ Prestação de serviços de consultoria e de agente financeiro; ✓ Prestação de serviços de administrador de fundos de desenvolvimento; ✓ Operações específicas de câmbio; ✓ Aplicação de disponibilidades de caixa em títulos públicos federais, ou em cotas de fundos de investimento cujas carteiras estejam representadas exclusivamente por títulos públicos federais, desde que assim conste nos regulamentos dos fundos; ✓ Aquisição de créditos oriundos de operações compatíveis com o objeto social; ✓ Participação societária em sociedades empresárias não integrantes do sistema financeiro; ✓ Swap para proteção de posições próprias; ✓ Operações de arrendamento mercantil; ✓ Integralização de cotas de fundos que tenham participação da União: ✓ Aplicação em operações de microfinanças (DIM). O comércio exterior brasileiro só pode se desenvolver de forma a ser benéfico para a economia do país e para o sucesso dos profissionais que atuam nesse segmento, desde que haja incentivos por parte do Governo. Por essas razões, as agências de fomento e as formas de crédito oferecidas pelo Governo estabelecem mecanismos capazes de alavancar e promover as operações de comércio exterior no Brasil. 43 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 8. ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS Objetivo: Apresentar as principais organizações econômicas internacionais da atualidade e destacar suas responsabilidades. Introdução: A grande maioria das organizações da atualidade surgiram no século passado e desde então estão se consolidando como relevantes instituições no cenário internacional e sendo fortalecidas ano após ano. As responsabilidades dessas instituições fundamentam-se nas relações internacionais entre seus membros e no poder de influências políticas nestes, mediante a criação de normas que atuem no âmbito geopolítico, econômico e humanístico global. Dessa forma, nesse penúltimo capítulo do seu Guia da Disciplina, convido você para conhecer algumas das maiores organizações mundiais e suas influências no Brasil. 8.1. Governança Global A governança global se relaciona com as ações em escala mundial, sendo um conceito que não se limita às atividades dos Estados, mas que se estende à participação de uma afinidade de atores (Estados, empresas, organizações não governamentais e indivíduos). Assim, uma governança global eficiente precisa de estruturas institucionais que atuem como governo, com alcance global (ARIENTI et al., 2017). Nesse contexto, Frota (2017) reitera que se torna essencial compreender que governança global não pode ser confundida com a ideia de um governo global, uma vez que o que a torna distinta é o fato de que seu conceito foi formulado tanto no âmbito acadêmico, quanto no seio das instituições internacionais. Governança Global: Fonte: http://reporterpopular.com.br/governanca-global-do-fluxo- de-ilicitos-financeiros-e-evasao-de-divisas/. Acesso em: 08 de outubro de 2019. 44 Finanças Internacionais para Comércio Exterior Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Assim, pensar oportunidades
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