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MORTALIDADE DO MELANOMA MALIGNO DE PELE NO BRASIL DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA E SEXO Darcylio Wanderley da Nóbrega Faculdades Integradas de Patos – FIP – Patos – Paraíba – Brasil darcylionobrega@gmail.com Jordânia Giselle de Araújo Faculdades Integradas de Patos – FIP – Patos – Paraíba – Brasil jordaniagiselle@msn.com Sarah Rebeca Lira Gomes Faculdades Integradas de Patos – FIP – Patos – Paraíba – Brasil sarahrlg@hotmail.com Everson Vagner de Lucena Santos Faculdades Integradas de Patos – FIP – Patos – Paraíba – Brasil eversonlucena@fiponline.edu.br RESUMO Objetivo: Informar sobre a ocorrência da mortalidade do melanoma maligno de pele de acordo com a faixa etária. Métodos: Trata-se de uma pesquisa documental realizada no período de novembro de 2017 no atlas de mortalidade por câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA) acessado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) com análise da variável faixa etária e sexo. Resultados: Foram coletados dados do DATASUS no período de 2000 a 2014 no Brasil, observando o número de óbitos de acordo com a faixa etária e sexo. Registrou-se uma diferença entre a mortalidade de homens (57%) e mulheres (43%), variando também de acordo com a idade, sendo a maior incidência de 60-69 anos no sexo masculino e >80 anos no sexo feminino. Conclusões: A partir dos resultados infere-se a necessidade de intensificar políticas públicas para prevenção de melanoma maligno de pele, sobretudo, na população idosa a quem está mais susceptível. Palavras-Chave: Câncer. Mortalidade. Melanoma Maligno. Journal of Medicine and Health Promotion. 2016; 1(1):xx-xx. Faculdades Integradas de Patos Curso de Medicina v. 2, n. esp. 3, Nov. 2017 ISSN: 2448-1394 DOI: 10.3895/S2175-085820130001000XX mailto:darcylionobrega@gmail.com mailto:jordaniagiselle@msn.com mailto:sarahrlg@hotmail.com mailto:sarahrlg@hotmail.com mailto:eversonlucena@fiponline.edu.br MORTALIDADE DO MELANOMA MALIGNO DE PELE DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA E SEXO Darcylio Wanderley da Nóbrega Jordânia Giselle de Araújo Sarah Rebeca Lira Gomes Everson Vagner de Lucena Santos RESUMO Introdução O melanoma maligno é um tipo de neoplasia originário dos melanócitos, células produtoras de melanina, e essa, possui importante função de proteger a pele contra radiação ultravioleta (UV), considerado um dos maiores causadores desse tipo de câncer. A forma cutânea é tida como a mais prevalente, podendo, eventualmente, acometer outras áreas (olhos, mucosas e outros). De acordo com Chang et al., (1998), a localização do melanoma segue alguns padrões: pele (91,2%), olhos (5,3%), local primário ignorado (2,2%) e mucosas (1,3%), sendo o local primário ignorado, relacionado a ausência de diagnóstico de um tumor primário (Chang AE, Karnell LH, Menck HR, 1998). A classificação mais atual, proposta por Bastian et al., (1999), relaciona as características clínicas do melanoma com alterações genéticas identificadas. A partir das observações feitas, tratou-se de catalogar o melanoma em quatro grupos: melanoma em pele com dano solar crônico (melanoma-DSC), melanoma em pele sem dano solar crônico (melanoma- SDSC), melanoma na região palmo-plantar e sub-ungueal (melanoma acral) e o melanoma nas membranas mucosas (melanoma de mucosa) (B.C. Bastian, P.E. LeBoit, H. Hamm, E.B. Brocker, D. Pinkel, 1999). Nos últimos anos, tem-se observado o crescimento da ocorrência de melanoma nas populações de fototipos claros, provavelmente devido a interação de fatores ambientais, comportamentais e fenotípicos. A exposição à radiação solar UV (fotoexposição), pele clara, síndrome do nevo displásico e histórico familiar de melanoma estão dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do melanoma. Essa neoplasia tem maior incidência em indivíduos caucasianos, sendo mais usuais quanto mais branca for a pele, mais claros forem os olhos e cabelos e maior o número de nevos. Entretanto, apesar de raro devido aos altos níveis de melanina, também aparece em negros, principalmente na região palmoplantar (Bakos L, Wagner M, Bakos RM, Leite CS, Sperchake CL, Dzekaniak KS, Gleisner ALM, 2002). Proteção solar, utilização de barreiras físicas (chapéu, guarda-sol, camiseta), evitar exposição entre 10-16 horas, identificar os indivíduos com alto risco de desenvolver essa neoplasia, são consideradas medidas profiláticas para reduzir o número de casos de melanoma, que vem aumentando mesmo com as atuais campanhas de prevenção. A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado, consideradas medidas de prevenção secundária, dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos (Lebwohl M., 2011). Os principais sintomas do melanoma costumam ser alterações em uma mancha antiga, o aparecimento de uma mancha escura nova na pele, e outras mudanças suspeitas, como coceira, comichão, sangramento e a não cicatrização da área afetada. O diagnóstico é feito pela avaliação clínica e biopsia. De acordo com o estágio, o tratamento do melanoma maligno inclui cirurgia para a retirada do tumor, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. (Doherty, GM, Way, L., 2004). A mortalidade do melanoma é cerca de três vezes maior em relação a outras neoplasias cutâneas, observando uma ascendência do número de óbitos causados por essa doença com o aumento da idade, porém ocorre um declínio de 44% a partir dos 85 anos. Com isso, a importância relativa do melanoma na taxa de mortalidade de uma população declina com a faixa etária, apesar de permanecer representando uma parcela significativa das mortes quando comparados sexo e grupamentos etários (Mendes GL, Koifman RJ, Koifman S, 2010). O objetivo desse trabalho é informar sobre a ocorrência da mortalidade do melanoma maligno de pele de acordo com a faixa etária e sexo. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa documental realizada no atlas de mortalidade por câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA) acessado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) com análise da variável faixa etária... O presente estudo foi desenvolvido no período de novembro de 2017 e integra as atividades do Eixo Práticas Investigativas em Saúde do Curso de Medicina das Faculdades Integradas de Patos – FIP. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram notificados no total 19.396 óbitos por melanoma maligno de pele no Brasil, entre os anos de 2000 e 2014. Os dados presentes nessa pesquisa foram coletados pelo DATASUS, demonstrando as variações na mortalidade entre homens, mulheres e idade. Entre os homens, a alta mortalidade é mais evidenciada no início da 3ª idade (entre 60 e 69 anos), como apresentado no Gráfico 1. Tal fato, pode estar associado a exposição solar mais intensa e frequente do homem no decorrer da vida adulta, que aumenta exponencialmente a possibilidade de desenvolver o melanoma (Green, A., 1992). Ainda de acordo com a literatura, existe um predomínio nítido em indivíduos brancos e, segundo Cabrera et al. (1994), a idade média durante o diagnóstico é de 55 (±18 anos) para homens. Gráfico 1 – Quantidade de óbitos em indivíduos com melanoma do sexo masculino de acordo com a faixa etária, do ano de 2000 a 2014 Fonte: DATASUS No gráfico 2, observou-se um início do aumento no número da mortalidade a partir dos 40 anos no sexo feminino, com uma maior incidência registrado aos 80 anos ou mais. Sabe-se que sexo feminino é referido como sendo mais suscetível ao desenvolvimento de tumores cutâneos do tipo melanoma, sendo até mesmo considerado, por alguns autores, como fator de risco (Habif, TP, 1996). Entretanto, de acordo com o DATASUS, o índice de mortalidade em homens, em qualquerfaixa etária, se mostrou maior que nas mulheres. Esses resultados, corroboram com a maior preocupação com a saúde da pele (comportamentos de proteção solar) entre indivíduos do sexo feminino e, geralmente coincidem com incentivo às campanhas educacionais de prevenção do câncer de pele direcionadas ao público em geral. Gráfico 2 – Quantidade de óbitos em indivíduos com melanoma do sexo feminino de acordo com a faixa etária, do ano de 2000 a 2014 Fonte: DATASUS O gráfico 3 apresenta uma comparação em forma de porcentagem, do número de óbitos variando de acordo com o sexo, sendo homens (11.061) e mulheres (8.333), totalizando 19.396, levando em consideração os de idade ignorada (6). Segundo Hall et al. (1999), o elevado número de óbitos do sexo masculino se deve principalmente a espessura maior do tumor, tornando-o mais agressivo, quando comparado a mulheres. Esses resultados, são condizentes com os padrões de mortalidade apresentados em outras áreas do mundo (Walter SD, King WD, Marrett LD, 1999). Gráfico 3 – Comparação entre a quantidade total de óbitos em relação ao sexo Fonte: DATASUS O gráfico 4 traz o número total de óbitos no Brasil, entre o período de 2000 e 2014, incluindo homens e mulheres em todas as faixas etárias, incluindo a idade ignorada. Pôde-se observar que a taxa de mortalidade em indivíduos abaixo de 20 anos é praticamente inexistente, entretanto, o uso de proteção solar como método de prevenção primário e o hábito de tomar sol em excesso são fatores que podem influenciar diretamente a predisposição ao câncer de pele. Nota-se ainda, que há um predomínio em relação à idade superior a 40 anos, fato observado em ambos os sexos, e eventualmente na faixa etária inferior ou igual aos 39 anos de vida. Gráfico 4 – Quantidade total de óbitos no Brasil de acordo com a faixa etária, entre os anos de 2000 e 2014 Fonte: DATASUS O melanoma extensivo superficial é a forma clínica de maior incidência no Brasil, ocorrendo principalmente entre 45 e 55 anos de idade, indiferente ao sexo. Ele apresenta duração média de 1 a 5 anos e sua principal localização é no dorso, nos homens, e nos membros inferiores nas mulheres (Carmichael, VE; Wilson, KS, 1992). CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse contexto, os resultados apresentados demonstram que as políticas públicas de saúde precisam ser intensificadas para a população idosa que está mais suscetível à mortalidade por câncer de melanoma maligno de pele. As medidas de proteção e prevenção incluem campanhas de conscientização do risco da exposição solar extensa em horas críticas, e da falta de comportamento com a proteção solar. Pode-se destacar ainda que o público alvo menos favorecido pelas políticas públicas abrange o sexo masculino na terceira idade, em razão da maior resistência aos cuidados iniciais e finais. REFERÊNCIAS 1. Chang AE, Karnell LH, Menck HR. The National Cancer Data Base report on cutaneous and noncutaneous melanoma: a summary of 84,836 cases from the past decade. Cancer. 1998 Oct;83(8):1664-78. 2. B.C. Bastian, P.E. LeBoit, H. Hamm, E.B. Brocker, D. Pinkel Chromosomal gains and losses in primary cutaneous melanomas detected by comparative genomic hybridization. Cancer Res, 58 (1998), p. 2170 3. Bakos L, Wagner M, Bakos RM, Leite CS, Sperchake CL, Dzekaniak KS, Gleisner ALM. Sunburn, sunscreens, and phenotypes: some risk factors for cutaneous melanoma in southern Brazil. Int J Dermatol. 2002 Sep;41(9):557-62 4. Lebwohl M. ACP journal club. Regular sunscreen use reduces invasive but not overall melanoma in white adults. Ann Intern Med. 2011;154(10): JC5-12. 5. Doherty, GM, Way, L. Cirurgia - diagnóstico e tratamento. 11ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 2004 6. Mendes GL, Koifman RJ, Koifman S. Mortality frequency and trends attributed to melanoma in Brazil from 1980-2005. J Toxicol Environ Health A. 2010;73(13- 14):8507. 7. A theory of site distribution of melanomas: Queensland, Australia. Green A. Cancer Causes Control. 1992 Nov;3(6):513-6. 8. Habif, TP. Clinical Dermatology. Third edition 1996;699-719. 9. Association of cutaneous malignant melanoma with intermittent exposure to ultraviolet radiation: results of a case-control study in Ontario, Canada. Walter SD, King WD, Marrett LD. Int J Epidemiol. 1999 Jun;28(3):41827. 10. Carmichael, VE; Wilson, KS. Primary Cutaneous Malignant Melanoma: Experience of the Britsh Columbia Cancer Agency From 1972 to 1981. CJS 1992(35): 589-597. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1420853 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10405843 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10405843
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