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FAES-FACULDADE ESPÍRITO SANTO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA JOSENILDA JOSE DA COSTA RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA EUNÁPOLIS–BA 2019 2 JOSENILDA JOSE DA COSTA RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA Relatório do Estágio Supervisionado em Psicopedagogia Clínica apresentado à Faculdade FAES – Faculdade do Espírito Santo como critério de avaliação da Disciplina Estágio Supervisionado como requisito parcial à conclusão do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica. Professor/Orientador: Esp. Danillo Silva Palmeira. . EUNÁPOLIS-BA 2019 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e as forças do bem que rege o universo por ter traçado este caminho para minha vida possibilitando tamanha alegria em conseguir fazer este curso de pós-graduação em Psicopedagogia Institucional e Clinica. Aos meus familiares que sempre estiveram junto comigo nesta caminhada e que nas dificuldades sempre me incentivou. A minha mãe, Adelina, pessoa simples, mas de uma sabedoria imensa, sempre ao meu lado me dando força, apoiou, amou e valorizou minhas conquistas. Em especial ao meu pai Jovelino que já não se encontra mais entre nós, pois, se não fosse por ele eu não teria conseguido chegar até aqui, mesmo com uma doença terminal, jamais se desanimava, sempre com palavras de encorajamento dando-me força para superar os obstáculos que a vida nos coloca pelo caminho; a minha filha Orlinda que me proporcionou a este curso e sempre está ao meu lado me protegendo e apoiando, ao meu esposo, aos meus filhos Davi e Rodrigo. Também, agradeço aos meus professores, sempre presente nos orientando com destreza e dedicação, em especial ao meu orientador Danilo, pessoa de grande valoração e muito apreço por sua dedicação e apoio durante todo o percurso nesta caminhada, em fim, todos aqueles que participaram direto ou indiretamente para esta conquista tão gratificante em minha vida. 4 Ser, existir, pensar, analisar, equilibrar para nos conectar entre corpo e mente. (inspirada por mim) 5 Sumário 1.INTRODUÇÃO ............................................................................................. 6 2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 8 3. CARACTERIZAÇÕES DA INSTITUIÇÃO ................................................. 10 3.1 OBSERVAÇÕES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO ..................... 11 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 15 5. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 17 6. ANEXOS ................................................................................................... 18 6 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho é um relatório de estágio Supervisionado em Psicopedagogia Clínica, o qual é considerado como uma disciplina síntese, pois, nesta etapa que relacionamos as teorias estudadas no decorrer do curso com a situação vivenciada pelo paciente. Sendo, uma atividade obrigatória curricular para conclusão do Curso de Pós- Graduação em Psicopedagogia, conforme Decreto nº 87.497 de 18 de agosto de 1982, que determina a prática como parte integrante da grade curricular dos cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia, a fim de articular os conhecimentos teóricos aprendidos durante o curso com a prática psicopedagógica. Neste memorial, busco apresentar elementos que possibilitam uma reflexão sobre a importância do Estágio Supervisionado para os alunos do curso de Psicopedagogia, pois, consideramos que este é um espaço rico em possibilidades de articulação entre teoria e prática. Realizar o relatório nos dá a oportunidade não só de socializar o contexto real encontrado durante o estágio supervisionado, mas ainda permitem repensar, tanto a relação que fazemos entre teoria e prática, quanto os teóricos, materiais lidos e compartilhados durante o processo formativo. A Psicopedagogia, enquanto área de reflexão e ação sobre o trabalho pedagógico com foco nos fatores psicológicos do desenvolvimento e da aprendizagem, sem arriscar uma conceituação, mas sim levantar hipótese tem como objetivo básico contribuir para que o sujeito, a escola, a família, a sociedade seja afiançada dentro de seus processos de aprendizagem. Por isso, busca primeiro fazer uma observação e uma análise do sintoma no âmbito mais global. Então, a psicopedagogia trabalha no sentido de cuidar com que os problemas de aprendizagem sejam prevenidos, ou seja, antes que aconteçam, ocorra uma ação psicopedagógico, embora o ponto de partida seja a queixa. A psicopedagogia apresenta como componente principal de sua abordagem teórico-prática as questões que envolvem a aprendizagem. Dentro dessa categoria ampla e complexa, as dificuldades de aprendizagem tem sido tema presente em muitas pesquisas. 7 Portanto, se faz necessário a utilização de instrumentos psicopedagógicos para desenvolver diagnóstico, realizar análise dessa prática, elaborar registros reflexivos, para possibilitar chegar a um conhecimento mais elaborado e compreender as questões que norteiam os transtornos de aprendizagem. Dessa forma, o estágio tem como objetivo propiciar aos discentes, aplicar na prática os conhecimentos teóricos em situações reais, o que permite observar, planejar, aplicar, analisar e recomendar possíveis alternativas, que venham ajudar o paciente a sanar suas dificuldades de aprendizagem. Logo, a partir da queixa apresentada pela escola e/ou família sobre a dificuldade na leitura e escrita, desse pressuposto foi possível traçar estratégias, utilizando de entrevistas, anamnese dentre outros com o objetivo de diagnosticar os aspectos que possa influenciar negativamente no processo ensino/ aprendizagem e apontar possibilidades para melhorar o desempenho da paciente. Assim, o estágio supervisionado, possui a capacidade de mostrar na prática como é possível identificar os sintomas da dificuldade de aprendizagem; descobrir o estágio do desenvolvimento mental da paciente, segundo Piaget (1982); descobrir as habilidades, competências e a modalidade de aprendizagem da ou do aprendiz. Portanto, a prática do estágio além de ser uma atividade obrigatória, proporciona a especialização do profissional psicopedagogo, atuando na área clínica e institucional, atendendo na prevenção e intervenção para o avaliado dos quais conseguem construir, organizar e adquirir uma melhora dessas dificuldades de aprendizagem. Além do mais o conhecimento adquirido ao longo dessa especialização complementará para os conhecimentos profissionais prontos para atuar no seu campo de trabalho. Sendo assim, este relato se organiza de forma a contemplar um breve histórico sobre a Psicopedagoga com base nos teóricos da área, como também fara um percurso de caracterização da Instituição estagiada, além disso, busca descrever de forma sintética as observações, coparticipação, experiência e reflexão do atendimento clinico ao paciente e por fim as considerações finais. 8 2. REVISÃO DE LITERATURA A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, pois, surgiu de um processo que visava buscar soluções para os problemas da aprendizagem. Segundo, Marques (s/d) suas bases foram fixadas na Europa, uma vez que à preocupação com os problemas de aprendizagem iniciaram ainda no século XVII por meio de movimentos de filósofos, médicos e educadoresque passaram a interessar e a dedicar-se às crianças que apresentavam problemas de aprendizagem por causa de inúmeros tipos de distúrbios. De acordo com Peres (1998), o primeiro Centro Psicopedagógico foi inaugurado em Paris no de 1946, tendo por finalidade desenvolver um trabalho cooperativo que atendesse crianças com problemas comportamentais e de aprendizagem escolar. Já no Brasil, a Psicopedagogia surgiu na década de 60, trazendo como referência a teoria e práxis desenvolvida na Argentina pelos autores Jorge Visca, Sara Pain e Alícia Fernandes. De acordo com o código de ética dos psicopedagogos (2011) a Psicopedagogia é uma área de atuação em saúde e educação que lida com o processo de aprendizagem, considerando o sujeito que aprende envolvido com as questões metodológicas, relacionais, políticas e sócio culturais. Por isso, possui caráter interdisciplinar e faz uso de recursos e métodos próprios a fim de compreender o processo ensino/aprendizagem para propor intervenção. Portanto, Bossa (2011) afirma que a Psicopedagogia tenha sua base na Pedagogia e Psicologia, entretanto, elas não são suficientes para compreender o sujeito envolvido no processo ensino/aprendizagem. Sendo, necessário recorrer a outras áreas de conhecimento como a Psicanálise, Linguística, Filosofia, Sociologia entre outras, para entender o sujeito levando em consideração os aspectos cognitivos, afetivos, corporais e sociais. Logo, a Psicopedagogia possui diversos aspectos nessa área de estudo, visto que, sua atuação é entendida de diferentes formas pelos autores no transcorrer do processo. 9 Sendo assim, Bossa (2011) relata que a Psicopedagogia clínica é desenvolvida em consultórios, hospitais, escolas e empresas. Pois, atendimento clínico implica, na investigação a fim de compreender, a causa do não aprender, descobrir a modalidade de aprendizagem do sujeito e tendo como objetivo sanar essas dificuldades. Uma vez que, o Psicopedagogo busca compreender, o porquê de o sujeito não aprender determinados fatos, como também, o que ele pode aprender e como aprender. Por isso, o psicopedagogo inicia um processo diagnóstico voltado para leitura da realidade do sujeito, ou seja, uma investigação da hipotética por meio de testes e provas, com o intuito de resultar na própria intervenção, que se configura como o tratamento ou encaminhamento para outros profissionais. Porém, é importante ressaltar que o trabalho psicopedagógico é um processo contínuo, mesmo que a prioridade seja a intervenção, o profissional não deixa de lado a sua atitude investigativa. Portanto, a Psicopedagogia clínica tem caráter terapêutico, porém, pode ser considerado preventivo, visto que ao tratar determinados dificuldades pode prevenir o surgimento de outros, por isso: O trabalho clínico na Psicopedagogia tem função preventiva na medida em que, ao tratar determinados problemas, pode prevenir o aparecimento de outros. Por exemplo, ao tratar uma dificuldade na escrita podemos estar prevenindo problemas futuros na assimilação de determinados conteúdos, que entre outras coisas, dependem de um bom manejo da leitura e escrita e, até mesmo, problemas de disciplina, muitas vezes gerados com a função de mascarar uma dificuldade. (Bossa, 2011, p.135) Observa-se que a Psicopedagogia clínica analisa os problemas de aprendizagem, propõe intervenção, ajuda ao indivíduo a reelaborar sua história de vida e reconstruir fatos fragmentados, além de apresentar possíveis alternativas de melhoria no processo ensino/aprendizagem. Dessa forma, para entender as dificuldades do sujeito é preciso algumas praticas de conhecer e reconhecer o que o aflige como: a anamnese que é um recurso utilizado pelo psicopedagogo para conhecer o passado do/da paciente, o presente, e também, para obter dados significativos relevantes para compor o processo de investigação, afirma Weiss (2012) que a entrevista da anamnese é 10 um dos pontos decisivos, de um bom diagnóstico, porque ela dá a possibilidade de conhecer a história de vida do/da paciente desde a sua concepção, tal qual, as percepções familiares, valores, normas, e expectativas depositadas no sujeito em análise, ela também dá a alternativa de comparar o que foi dito pelos pais e demais profissionais que já atuaram ou atuam com o/a paciente: pediatra, professor, psicólogo entre outros. 3. CARACTERIZAÇÕES DA INSTITUIÇÃO BRINQUEDOTECA DA FAES-FACULDADE ESPÍRITO SANTO A brinquedoteca FAES- Faculdade do Espírito Santo fica localizada na Urbis I, Bairro nº 2181, Eunápolis-BA. É um espaço harmonioso, confortável e de riqueza de materiais, contando com tapetes sensoriais, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, jogos de números, jogos/testes Piagetianos, moveis adequados ao uso das crianças, bonecas e bonecos, além de muitas outras ferramentas que auxiliam o trabalho psicopedagógico dentro da brinquedoteca. Neste sentido, a brinquedoteca não deve ser confundida com uma sala de aula, pois ela deve ser vista como um espaço com múltiplas opções de atividades, todas relacionadas ao brincar. A brinquedoteca, além de ser o espaço para a criança, é também um espaço para experiências e para a ampliação de novas ideias, saberes, afinal, é um local que contagia crianças, professores e outros profissionais. Além da função social e educacional, a brinquedoteca tem uma função terapêutica e, por isso, pode ser um local de trabalho para o psicopedagogo. O psicopedagogo, quando desenvolve um trabalho psicopedagógico na brinquedoteca, passa boa parte do tempo com as crianças. O trabalho voltado para o brincar é terapêutico, é educacional, é pedagógico e, ao mesmo tempo, é de prevenção. 11 Na brinquedoteca o psicopedagogo utiliza as brincadeiras para que o sujeito encontre sentido na aprendizagem. Através do brincar a criança pode ser estimulada no seu desejo de aprender e isso desenvolve sua autonomia, o que contribui para que ela sinta o prazer de conhecer. Para a execução das atividades lúdicas na brinquedoteca, é importante que o psicopedagogo converse com os outros profissionais que lidam com as crianças, como os professores, as auxiliares de sala, os coordenadores, dentre outros. 3.1 OBSERVAÇÕES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO Durante o estágio foi possível observar e intervir no processo de ensino aprendizagem de A.N.C com 10 anos, está no 3º ano do ensino fundamental e E.M.L de 14 anos, cursando o 9º ano do ensino fundamental e seu irmão A.N.D de 15 anos, também, se encontra no 9º ano do ensino fundamental. A minha primeira paciente durante o estágio foi com A.N.C, uma menina de 10 anos, a escola fez a queixa para os pais relatando que ela não consegue se concentrar, portanto, falta atenção, ansiedade e que é muito agitada por isso, apresentava dificuldades de aprendizagens. Então, seus pais nos procuraram para atendimento que ocorreu na FAES- Faculdade do Espirito Santo, onde foi preparado um espaço com salas especializadas para o processo. Durante a entrevista com os pais, foi possível perceber algumas dificuldades de comunicação entre o pai e a mãe com relação a filha, visto que, a mãe relatara não conversar quase nada com a filha e o pai também faz o mesmo. A mãe disse que a menina só começara a falar com a idade de três anos, não tem um sono tranquilo, além de outros acontecimentos estranhos como dizer que a parede e o fogão conversava com ela e que mandava fazer coisas ruins como xingar a sua mãe dentre outras coisas, porém, hoje A.N.C não houve mais estas falas. 12 Para um melhor entendimento sobre o que sucede com a menina foi perguntado sobre algum acontecimento ruim, o qual a mesma possa ter presenciado, então, o pai mencionou a morte de um sobrinho que fora criado como irmão em sua casa, por isso,a garota sofreu muito e sempre perguntava sobre o menino. Os pais também relataram que ela gosta muito de montar quebra cabeça e brincar com bonecas, mas durante um período de uma semana, após este período A.N.C a despreza. Quanto a disciplina aplicada a mãe responde que é mais leve do que a que recebeu e o pai diz que prefere que a mãe a aplique, além disso eles relatam que ela possui dificuldade para aceitar os limites. Também diz que a menina já presenciou coisas desagradáveis no convívio da família, quando foi perguntado sobre o relacionamento familiar, eles responderam que brincam juntos de fazer cócegas um no outro dentre outras brincadeiras, já no relacionamento com os colegas disseram que ela não gosta de ser contrariada. Além, da entrevista com os pais foi feita a Anamnese para obter mais respostas sobre a menina aonde foi relatado sobre algumas falhas na aprendizagem como na interpretação de texto, pois ela não consegue emitir uma opinião, mas consegue descrever o texto da mesma forma, sem inserir qualquer compreensão. Após, este primeiro contato, juntamente com o orientador foram marcadas sessões de atendimento individual para a aprendiz, com alguns testes para poder diagnosticar formas que pudessem ajudar em seu desenvolvimento, também se utilizou a caixa de trabalho com jogos dentre outras atividades, as quais logo, percebemos suas limitações e que precisaria de mais acompanhamento para o seu desenvolvimento visto que, existe a hipótese de a criança possuir Síndrome de Dowm , porém, não quer dizer que ela não consiga desenvolver suas aprendizagens desde que seja, acompanhadas e estimuladas pois precisamos de sinapse para que o nosso celebro se desenvolva. Para tanto, será necessário um acompanhamento com outros profissionais como o Neuropediátrico, psicólogos dentre outros que o faça necessário para diagnosticar as possíveis falhas e assim poder traçar uma rotina que possa desenvolver suas habilidades e estimular sempre buscando soluções de forma a 13 entender as limitações e as capacidades em um processo continuo de aprendizagem e descobertas. O segundo paciente foi E.M.L, um adolescente de 14 anos, veio de Jordânia, seus pais o trouxeram devido a preocupação na aprendizagem por conta dos problemas que foram vivenciado durante a infância. Este foi um atendimento em equipe, duas colegas fizeram a entrevista com os pais para coletar informações, eu e uma colega fizemos a entrevista com o paciente, de forma que pudéssemos trocar as informações e compará-las para identificar possíveis deficiências. Ao fazer anamnese, o questionário sobre a história deste aluno/paciente, para se obter um registro da história pessoal, familiar e também , saber sobre os problemas pertinentes ou incapacidades físicas deste paciente com o objetivo de estabelecer o contato inicial com este cliente. Desta forma, consegui estabelecer a confiança da pessoa, esse procedimento, às vezes, é o único instrumento para se chegar a um diagnóstico, pois, são coletadas as informações necessárias para elaborar as hipóteses diagnósticas. Portanto, ela é de suma importância, para que se possa fazer um diagnóstico confiável. De inicio E.M.L estava um pouco tímido e tenso, mas após algumas conversas bem descontraídas, ele começou a se sentir bem a vontade para falar, pois, perguntei o nome, a idade, o ano em que estava estudando, o que mais gostava de fazer, tudo de forma bem descontraída, por ele já está com 14 anos procurei indagar se já tinha namorada e se já havia tido relação sexual alguma vez, também fiz perguntas sobre se já havia usado algum tipo de droga, enfim falamos sobre tantas coisas, todas ele respondia naturalmente e com segurança, então, perguntei sobre a relação com a mãe respondeu que era ótima e que morava com o padrasto e tinha 5 irmãos. Mas, quando quis saber sobre o seu pai, ele teve receio, porém percebeu que podia se expressar sem medo e contou que não tinha uma boa relação porque recordava de momentos difíceis em sua infância com relação as atitudes de seu pai, e recordou que ele bebia muito e espancava a sua mãe, que sofrera demasiado, também relatou que hoje já consegue falar com o pai, mas não possui nenhuma afinidade. http://www.saudeplena.jex.com.br/ 14 Durante este dialogo, E.M.L disse que quando esta fazendo alguma atividade e no local acontece alguma interferência, ele não consegue se concentrar mais, e que é muito ansioso, as vezes fica agitado, mas, depois ele se acalma e que tem dificuldade na disciplina de matemática, porém nas outras não possui dificuldade. Ao coletar todas as informações sobre E.M.L e compará-las com a entrevista dos pais foi possível perceber que as histórias se conectam. Com estas informações traçamos uma rotina de atividades com o paciente para observar realmente quais as suas deficiências, primeiro com jogos e atividades de conhecimentos lógicos, após estes testes, pedimos para trazer as atividades de matemática que o professor na escola estava ministrando para um melhor entendimento do porquê desta dificuldade. Então, propomos que ele respondesse e que assim poderíamos tirar suas duvidas, foram feitas varias sessões com atividades variadas. Assim, foi possível levantar algumas hipóteses sobre seu diagnóstico quanto ao processo de aprendizagem, pois, o mesmo foi capaz de entender os problemas matemáticos, como também resolvê-los, então percebemos que a dificuldade nesta disciplina vem da falta de praticar os exercícios propostos. Com as sessões em que ele foi praticando percebemos que conseguimos sanar esta dificuldade pelo menos este ano, pois o paciente/ aluno conseguiu ser aprovado na disciplina. Dessa forma, percebemos que apesar dos problemas vivenciados na infância, mas com o apoio da mãe, irmãos e o padrasto, este paciente vêm conseguindo superar seus traumas, no entanto, é bom sempre ter o apoio de um profissional para ajuda-la a desenvolver mais o seu potencial. Quanto ao seu irmão, A.N.D , participei de duas sessões para ajudar nas atividades em que relatara ter dificuldade em matemática, assim como, seu irmão, apesar de o não ter feito mais atendimento, mas com os relatos do irmão e dos pais foi possível identificar o quanto ele se preocupa em proteger a sua mãe, pois, por ser mais velho, vendo os maus tratos sofridos por ela durante a sua infância sente- se na obrigação de protege-la de qualquer ameaça possível. Com o reforço na disciplina, também conseguiu supera-lo este ano, mas é preciso continuar praticando para que haja melhores resultados. 15 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de tudo que foi exposto, o estágio supervisionado em Psicopedagogia Clinica, revelou como é importante esse contato com o paciente/aluno, pois, foi com esta interação que consegui realmente atrelar a teoria estudada durante todo o percurso na prática. Porém, convém lembrar que a área da Psicopedagogia é muito ampla e complexa, além disso, possui um caráter interdisciplinar, visto que atua em saúde e educação tendo como objeto de estudo o sujeito em processo de ensino/aprendizagem envolvendo as questões pedagógicas, afetivas, politicas e sócio culturais. Portanto, o atendimento implica em investigar a causa do não aprender, conhecer a modalidade de aprendizagem do paciente e sugerir ações que venham contribuir para sanar os transtornos de aprendizagem, ou se necessário encaminhar a outros profissionais. Assim, foi de suma importância realizar este estágio, porque contribuiu para consolidar os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso e também despertou o espírito investigativo a fim de compreender os transtornos de aprendizagem e propor alternativas possíveis para superar estes transtornos. Portanto, as orientações do professor e o acompanhamento trouxe mais segurançapara um primeiro contato com o/a paciente, a partir dai foi possível caminhar, participar, e acompanhar as sessões, como também, atender paciente/aluno com um olhar mais observador e perspicaz diante das historias, comportamentos, desenvolvimentos e dificuldades apresentadas durante as sessões. Visto que, nos deparamos com diversas situações, as vezes simples e outras muito complexas, no decorrer foi possível perceber que o paciente com histórico de violência dentro da família não apresentou serio transtorno, por isso, há possível hipótese de falta de prática perante a disciplina, a qual ele possui dificuldade e que a mãe conseguiu reestruturar a família, como também buscou e busca ajuda sempre que necessário. 16 Enquanto, a paciente A.N.C há hipótese de deficiência como a síndrome de Down, precisamos delimitar o espaço de atuação, seja na área da saúde ou educação e incorporar na prática o seu referencial teórico, tal qual buscar desenvolver um trabalho relevante e significativo que atenda as reais necessidades dos pacientes. 17 5. REFERÊNCIAS BOSSA, N, A. Psicopedagogia no Brasil. Contribuições a partir da prática. 4º ed. Rio de Janeiro, 2011. CHAMAT, L.S.J. Técnicas de Diagnóstico Psicopedagógico: O diagnóstico clínico na abordagem interacionista. Editora Vetor: 1. ed. São Paulo, 2004. CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO. Disponível em: https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html acesso em 25 de novembro de 2019. MUNIZ A.M. R. O desenho do par educativo: um recurso para o estudo dos vínculos na aprendizagem. Boletim da Associação Estadual de Psicopedagogos de São Paulo, V.6, n. B, p. 41, 48, 1997. OLIVEIRA, G.C. Avaliação Psicomotora ‘a luz da Psicologia e da Psicopedagogia. Petrópolis: Vozes, 2004. PAIN, S. Diagnóstico dos Problemas de Aprendizagem. Tradução Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artmed, 1985. PERES, M, R. Psicopedagogia: aspectos históricos e desafios atuais. Revista de Educação, PUC, Campinas. Vol. 3. N° 05. P. 44-45, Novembro, 1998. PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança, 4ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. ___________ J. Biologia e Conhecimento. Editora Vozes: Petrópolis, 1996. VISCA, J. Clínica psicopedagógica e epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. WEISS. M.L.L. A psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 14ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2012. https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html 18 6. ANEXOS (paciente A.N.C) 19 20 (Paciente E.M.L e A.N.D 21 (BRINQUEDOTECA DA FAES PARA ATENDIMENTO ESPECIALIZADO) 22 23 24
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