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Instrumentalização do processo revisao

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REVISÃO: PROCESSO PENAL - INSTRUMENTALIZAÇÃO
Processo e procedimento
Definição de processo - Processo é instrumento da jurisdição. Para que o Estado, por seus juízes, possa aplicar a lei ao caso concreto. Abrange a noção de relação jurídica entre partes combinada com uma série ou sequência de atos conjugados que se realizam e se desenvolvem no tempo, destinando-se à aplicação da lei penal no caso concreto
1.1.2. Sistemas processuais Sistemas processuais – são três: a) inquisitivo – quando um só órgão desempenha as funções de acusador, defensor e julgador. b) acusatório – no qual as funções são separadas. Acusação e defesa são partes e estão situados no mesmo plano de igualdade. c) misto – compõe-se de duas fases. Características do sistema acusatório – contraditório (art. 5º, LV, CF), oralidade, da verdade real, do estado de inocência (art. 5º, LVII, CF), oficialidade, indisponibilidade do processo, publicidade (art. 792, CPP), do juiz natural e da iniciativa das partes.
Pressupostos de existência e de validade da relação processual - Para que o processo se desenvolva, necessário a existência de certos pressupostos: 1) existência – são requisitos tão importantes que a sua não observância implicará a própria inexistência do processo. São eles:
a) jurisdição – os atos processuais são inexistentes quando praticados por aqueles que não estiverem investidos da função jurisdicional; b) demanda – a jurisdição é inerte. c) capacidade postulatória. d) citação. 2) validade – requisitos de cunho estrutural, cuja não-observância implicara nulidade absoluta do processo. a) peça inicial apta – preencha os requisitos necessários para que o processo seja levado a bom termo. b) competência e imparcialidade – apenas a incompetência absoluta invalidade o processo; c) capacidade de ser parte. d) capacidade processual – de estar em juízo. possibilidade de figurar como parte em um processo.
3) negativos – a) litispendência; b) coisa julgada; c) perempção - Art. 60. 
Procedimento – é a forma de desenvolvimento do processo. Trata-se da sequência de atos processuais, ordenadamente encadeados.
O procedimento é dividido em (art. 394): 1) comum – é o previsto para a maioria dos crimes, que não haja determinação para procedimento especial. É subdivido em: a) ordinário – previsto para os crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade (art. 394, § 1º, I). exs: furto (155), roubo (157), estupro (213); b) sumário – previsto para os crimes cuja pena máxima cominada seja inferior a quatro anos e superior a dois anos de pena privativa de liberdade (art. 394, = 1º, II). Exs: abandono de incapaz (133), sequestro e cárcere privado (148), vilipêndio de cadáver (212).; b) sumaríssimo – para as infrações penais de menor potencial ofensivo: contravenções penais (DL 3.688/1941), exs: vias de fato (art. 21), jogo de azar (art. 50), jogo do bicho (art. 58) e crimes cuja pena máxima seja até dois anos (art. 61 da Lei n. 9.099/95). Exs: lesão (129), omissão de socorro (135) e constrangimento ilegal (146). 2) especial – procedimento especial é aquele que apresenta ato ou fase não presente no procedimento comum. Aos procedimentos especiais, aplica-se, subsidiariamente, as disposições do procedimento ordinário (art. 394, § 5º). Exs: procedimento do Tribunal do Júri; crimes de responsabilidade dos funcionários públicos; crimes contra a honra; crimes da lei de drogas (Lei n. 11.343/2006)
 Do procedimento ordinário
Início da instrução - Propositura da demanda: 1) peça inicial; 2) decisão que recebe a denúncia e ordena a citação; 3) rejeição liminar – o juiz poderá rejeitar liminarmente a peça inicial (art. 395) quando: a) for manifestamente; b) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; c) faltar justa causa para ação penal.
Defesa inicial e absolvição sumária - não rejeitada a peça acusatória, deve o juiz recebe-la, determinando a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias (art. 396).Acusado citado e que não apresenta resposta – o juiz nomear-lhe defensor (art. 396-A, § 2º). Ônus temporais – sob pena de preclusão: prova testemunhal; pericial e incompetência relativa do juízo. Prova documental – pode ser apresentada em qualquer fase do processo (art. 231).
Número máximo de testemunhas:
a) ordinário – 8 (oito);
b) sumário – 5 (cinco);
c) Tribunal do Júri – na primeira fase → 8 (oito); na segunda fase (plenário) → 5 (cinco).
Absolvição sumária - Oferecida a resposta escrita, o juiz absolverá sumariamente o réu quando verificar (art. 397).
Designação de audiência - não sendo o caso de absolvição sumária, o juiz, no prazo de 60 (sessenta) dias, designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação das partes, do defensor, e, se for o caso, do querelante e do assistente (art. 399).
Audiência de instrução e julgamento - Concentração dos atos instrutórios em uma única audiência: - ofendido; - testemunhas (acusação e defesa); - perito; - assistentes técnicos; e - interrogatório. Requerimento de diligências complementares – art. 402; Alegações finais – art. 403: orais, por 20 min., prorrogáveis por mais 10.
Sentença – a) alegações orais → segue-se a sentença (art. 403, caput); b) memoriais → prazo de 10 dias (§ 3º).Princípio da identidade física do juiz → art. 399, § 2º.
Procedimento sumário
Previsão – crimes cuja pena privativa de liberdade máxima cominada seja inferior a quatro anos e superior a 2 anos. Arts. 531 a 538.
Rito procedimental - 1) aplicação das regras dos arts. 395 a 397(art. 394, § 4º): a) rejeição da denúncia (art. 395); b) recebimento da denúncia ou queixa e citação do acusado para apresentar resposta escrita no prazo de 10 dias (art. 396); c) absolvição sumária (art. 397). 2) audiência de instrução e julgamento, no prazo de 30 (trinta) dias, com intimação de todos. 3) audiência de instrução e julgamento. Diferenças: a) prazo para designação de audiência – 30 dias; b) não há previsão de fracionamento das fases instrutória, postulatória e decisória – não se aplicam os arts. 402, 403 e 404; c) número máximo de testemunhas – 5 (cinco). Aplicação subsidiária do rito ordinário (art. 394, § 5º)
Procedimento sumaríssimo
Introdução e âmbito de incidência - Art. 98, I, CF – permitiu a criação de Juizados Especiais Criminais para o julgamento de infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante a preponderância dos procedimentos oral e sumaríssimo, possibilidade de transação entre as partes e julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. Lei n. 9.099/95 e 10.259/2001 - instituiu os Juizados Especiais Criminais. Infrações de menor potencial ofensivo: 
Art. 61 da Lei n. 9.099/95: a) contravenções penais (DL 3.688/41); b) crimes cuja pena máxima não seja superior a 2 (dois) anos. *desde que não haja previsão de procedimento especial. Exs: crimes eleitorais, crimes militares.
Competência do Juizado - Art. 63 – a competência territorial é firmada pelo lugar em que for praticada a infração penal. Competência do Juizado será afastada: a) foro por prerrogativa de função; b) impossibilidade de citação o pessoa do autuado (art. 66, parágrafo único, da Lei);
c) complexidade da causa (art. 77, § 2º da Lei).
Princípios informativos: a) oralidade – os atos processuais serão praticados oralmente. Os atos essenciais serão reduzidos a termo ou transcritos por quaisquer meios. Os demais atos processuais praticados serão gravados, se necessários. b) informalidade – os atos processuais não serão cercados de rigor formal, atingida a finalidade do ato, não há que se cogitar da ocorrência de qualquer nulidade. Ex: dispensa do relatório na sentença (art. 81, § 3º). c) economia processual – os atos processuais devem ser praticados no maior número possível, no menor espaço de tempo e da maneira menos onerosa. d) celeridade – rapidez na execução dos atos processuais, quebrando as regras formais do procedimento ordinário comum. Exs: evita-se o inquérito policial; autor do fato e a vítima sejam encaminhados ao Juizado; o procedimentosumaríssimo resume-se a uma só audiência.
Fase preliminar e transação penal - 1) fase preliminar - Termo circunstanciado – a autoridade policial, ao tomar conhecimento da ocorrência de uma infração de menor potencial ofensivo, lavrará o termo circunstanciado (boletim de ocorrência mais detalhado) da ocorrência; encaminhará o suposto autor e a alegada vítima ao Juizado; e requisitará os exames periciais necessários (art. 69). Prisão em flagrante – objetiva a lei afastar a imposição de pena privativa de liberdade, desta forma, não se deverá impor ao acusado a prisão em flagrante, bastando que o suposto autor compareça imediatamente ao Juizado ou a ele se comprometa a comparecer (p.u., art. 69). Audiência preliminar – comparecendo o autor do fato e a vítima, será realizada a audiência preliminar, cujo objetivo maior será a composição civil dos danos causados pela infração penal e a transação penal, com a imposição de pena diversa da privativa de liberdade (arts. 70/72). Composição civil – terá como consequências: a) sentença homologatória do acordo será irrecorrível e constituirá título executivo no cível (art. 74); b) em caso de ação penal privada (crimes contra a honra, crime de dano) ou ação penal pública condicionada à representação (perigo de contágio venéreo – art. 130; Violação de segredo profissional – art. 154), o acordo implica renúncia ao direito de queixa e de representação, extinguindo-se a punibilidade do fato (art. 74, p.u.); *crime de ação penal incondicionada (exs: maus-tratos, art. 136 e Rixa, art. 137) – a composição civil não terá efeito em relação à persecução penal, apenas como atenuante genérica (art. 65, III, b, CP). 2) Transação penal - art. 76. Cabimento: apenas nas ações penais públicas, condicionadas e incondicionadas. Causas impeditivas (art. 76, § 2º): a) não ter sido o autor da infração condenado, pela pratica de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva – entenda-se sentença penal condenatória transitada em julgado. b) não ter o agente se beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, do mesmo direito/benefício; c) antecedentes, conduta social e personalidade do agente, motivos e circunstâncias favoráveis. 
Assistência de advogado - § 3º.Sanção imposta pela transação não implica reconhecimento de culpa nem gera quaisquer outros efeitos penais que não o fato de impedir o exercício do mesmo direito pelo prazo de cinco anos (§ 4º). Decisão homologatória – art. 28 CPP. Súmula Vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. Recurso – da decisão que defere a transação penal poderá ser interposta apelação (§ 5º). Ex: vício do consentimento; sem a presença de advogado etc. 
Fase processual - Procedimento sumaríssimo propriamente (fase processual) a) oferecimento da denúncia ou queixa - recusada a transação → os autos irão ao MP, para imediato oferecimento da denúncia oral (art. 77), ou para o ofendido, se privada a ação penal (§ 3º, art. 77). - descrição sucinta do tipo penal (tempo, lugar, prática e consumação do delito); - qualificação do autor; - classificação do crime; - rol de testemunhas – máximo de 5, por analogia ao art. 532 do CPP. - prova da materialidade → dispensável o exame de corpo de delito, se houver boletim médico ou prova equivalente (art. 77, § 1º). *ADA, SCARANCE... – para a sentença final, será necessária a realização do exame e juntada do laudo. b) citação – art. 78, caput. - citação pessoal – sempre que possível ou por mandado (art. 66, caput); - não encontrado o acusado (pu, art. 66). c) testemunhas de defesa → o acusado (i) traz as testemunhas na data da audiência; ou (ii) apresenta requerimento para intimação, no mínimo 5 dias antes da realização (§ 1º, art. 78). d) audiência (art. 81): - resposta à acusação (art. 81); - recebimento (não cabe recurso) ou não da acusação (apelação – art. 82); - oitivas (vítima, testemunhas da acusação e defesa); - interrogatório; - debates orais por vinte minutos cada parte, prorrogáveis por mais 10; - sentença → não precisa ter relatório (art. 81, § 3º). e) sistema recursal – arts. 82/83 
- juízo ad quem → turma recursal. - turma recursal → composta por três juízes togados de primeiro grau de jurisdição, vedada a participação do juiz prolator da decisão em exame. - apelação – petição escrita, no prazo de 10 dias (§ 1º, art. 82); - resposta à apelação → recorrido é intimado para apresentar contrarrazões, no prazo de 10 dias. recurso extraordinário – art. 102, III, CF. recurso especial – não é admitido, uma vez que o art. 105, III, só o permite nas hipóteses de decisões de tribunais, sendo que a turma julgadora não é tribunal (Súmula 203, STJ).
Suspensão condicional do processo - (art. 89 da Lei 9.099/95): 1) requisitos – a) pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano; b) acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime; c) requisitos do art. 77 do CP (culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos e circunstâncias do crime). 2) condições – a) reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; b) proibição de frequentar determinados lugares; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar atividades; d) outras condições adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 3) prazo – 2 a 4 anos. 4) revogação: a) obrigatória – ser vier a ser processado, no curso do prazo, por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano; b) facultativa – acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. 5) suspensão do prazo prescricional.
Da Citação
Conceito – ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. Dois elementos: a) cientificação do inteiro teor da acusação; e b) chamamento do acusado para vir apresentar sua defesa. Execução criminal – não há nova citação, pois o processo de execução configura simples prosseguimento da relação processual já instaurada. Citação na pessoa do acusado – é o único sujeito que pode ser citado. Insano mental – é citado pessoalmente. Se já houver incidente de insanidade mental instaurado, a citação deverá ser feita no curador nomeado. Pessoa jurídica – citação na pessoa do representante legal. JEC – a citação pode ser feita de viva voz, na própria Secretaria, por qualquer funcionário com atribuição para tanto (art. 66 da Lei n. 9.099/95). Falta de citação – é causa de nulidade absoluta do processo (art. 564, III, e), porque afronta os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa. Art. 570 – a falta ou nulidade da citação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la.
Consequências do não atendimento à citação – o réu está vinculado ao processo, devendo comparecer, toda vez que for intimado. Se intimado e não comparece para determinado ato – o efeito imediato é a decretação de sua revelia, prosseguindo o processo sem a sua presença (art. 367). Deixando de ser comunicado dos atos posteriores. Mas não haverá presunção de veracidade. Réu revel comparece – poderá retomar o curso do processo, restabelecendo-se o contraditório.
Classificação – pode ser: a) real, pessoal – feita efetivamente na própria pessoa do acusado. Procede-se mediante mandado (art. 351), carta precatória (art. 353) ou de ordem (determinação por órgão de jurisdição superior), requisição (art. 358: militar) e rogatória (art. 368 e 369). b) ficta ou presumida – realizada: por meio de publicação ou afixação em local determinado, de editais contendo a ordem de citação (arts. 361 e segs); citação por horacerta (art. 362).
Citação por mandado – mandado é a ordem escrita em um instrumento, contendo a ordem para o cumprimento de determinado ato. Cumprimento – oficial de justiça. Requisitos intrínsecos – formalidades que fazem parte do instrumento do mandado (art. 352). *a falta de qualquer requisito que impeça o regular conhecimento da citação gera a nulidade desta e do processo (art. 564, IV). Requisitos extrínsecos (art. 357) – referem-se à realização do ato de citação: a) leitura do mandado; b) entrega da contrafé (cópia de inteiro teor do mandado e da acusação); c) certificação no verso ou ao pé do mandado, pelo oficial, acerca do cumprimento das duas formalidades anteriores. *somente o descumprimento do item “b” acarreta nulidade, os demais são meras irregularidades.
Dia e hora da citação – a citação pode ser realizada a qualquer tempo, dia e hora, inclusive domingos e feriados, durante o dia ou à noite (art. 797).
Citação por carta precatória – acusado que estiver no território nacional, em lugar certo e sabido, porém fora da comarca do juízo processante (art. 353). Deprecante – juízo solicitante, onde corre o processo. Deprecado – juízo solicitado, onde está o citado. Requisitos intrínsecos da carta precatória (art. 354) – além dos requisitos da citação por mandado, deverá conter a indicação do juiz deprecante e deprecado. Caráter itinerante (art. 355, § 1º).
Citação por carta de ordem – citações determinadas pelos tribunais nos processos de sua competência originária.
Citação por hora certa – art. 362 – procedimento: a) comparecimento por duas vezes por parte do oficial de justiça; b) suspeita de ocultação; c) intimação de qualquer pessoa da família ou vizinho que, em tal dia e hora, voltará para efetuar a citação; d) no dia e hora, comparecer para efetuar a citação; e) intimando não presente, deverá o oficial se informar das razões da ausência, dando por feita a citação; f) entrega da contrafé a familiar ou vizinho; g) escrivão enviará carta, telegrama ou radiograma, dando ciência do acusado da citação por hora certa.
Citação por edital – consiste na citação por meio da publicação ou afixação na entrado do fórum da ordem judicial de citação. Hipóteses legais de citação por edital: a) acusado em local incerto e não sabido - § 1º, art. 363: a prova de que o réu não foi encontrado é a certidão lavrada pelo oficial de justiça. O prazo do edital será de quinze dias (art. 361); b) acusado se encontra em local inacessível, por motivo de epidemia, guerra, calamidade pública ou qualquer outro derivado de caso fortuito ou força maior –essa hipótese estava prevista na antiga redação do inciso I do art. 363, no entanto, pode-se sustentar o seu enquadramento na situação genérica do caput do art. 363, e na analogia ao art. 231, II, CPC. Prazo do edital – prazo será de quinze dias (art. 361), para ser considerada efetivada a citação. Requisitos da citação por edital (art. 365). Formalidades extrínsecas – p.u., art. 365: a) publicação na imprensa, onde houver – será obrigatória nas comarcas onde circule diário oficial. *não é exigida a publicação na imprensa particular. b) afixação na porta do fórum; c) certificação do ato pelo servidor.
Citação do militar – mediante a expedição de ofício pelo juízo processante, denominado ofício requisitório, o qual será remetido ao chefe do serviço onde se encontra o militar, cabendo a este, e não ao oficial de justiça, a citação do acusado (art. 358). *não há expedição de mandado a ser cumprido por oficial de justiça.
Citação do preso – art. 360: será pessoalmente citado no local onde estiver preso. Revogação da Súmula n. 351, STF: é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. Pela nova redação do art. 360, o réu preso, esteja onde estiver, deverá ser citado pessoalmente.
Citação do funcionário público – (art. 359) haverá: a) citação por mandado; b) a lei exige que o chefe da repartição seja notificado do dia, hora e local do interrogatório.
Acusado no estrangeiro (art. 368) – em local certo e sabido, será citado por carta rogatória e 
DA INTIMAÇÃO
Conceito – ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença. Refere-se a um ato já passado.
Notificação – comunicação à parte, ou outra pessoa, do dia, lugar e hora de um ato processual a que deva comparecer ou praticar. Refere-se a ato futuro.
Publicação - §§ 1º e 2º, art. 370: intimação através da imprensa. - feita por meio de publicação no Diário Oficial; - defensor público e nomeado será intimado pessoalmente. 
Regra geral – aplicam-se às intimações, as mesmas regras da citação (art. 370).
PROCEDIMENTO DA LEI DE DROGAS
Lei n. 11.343/2006 - Procedimento – arts. 48 a 59 da Lei 11.343/2006. Ressalva - § 1º, art. 48.
Procedimento na polícia - a) indiciado preso em flagrante – a autoridade policial fará, imediata, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia dos auto, do qual dará vista ao MP, em 24 hs (art. 50). *crime do art. 28 : a) termo circunstanciado - é processado e julgado como infração de menor potencial ofensivo (JEC), lavrando-se termo circunstanciado da Lei n. 9.099/95. b) prisão em flagrante – não se imporá prisão em flagrante. c) exame de corpo de delito – o agente é submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou a autoridade policial entender conveniente, e será liberado. Prazo de conclusão do inquérito – 30 dias. b) indiciado solto – o prazo para conclusão do inquérito é de 90 dias. c) laudo de constatação (§ 1º, art. 50). d) relatório final (art. 52). e) diligências complementares (art. 52, p.u.). f) infiltração de agentes de polícia (art. 53, I) – em qualquer fase da persecução criminal, mediante autorização judicial, após ouvido o MP. g) flagrante prorrogado ou retardado (art. 53, II) - ação controlada – inciso II, art. 53: é o retardamento da intervenção policial, dando voz de prisão e lavrando-se o auto de prisão em flagrante. 
Procedimento judicial - a) competência – em regra será da Justiça Estadual. Competência federal – quando ficar caracterizada o tráfico internacional de drogas (art. 40, I). Tráfico interestadual de entorpecentes (art. 40, V) – neste caso, é permitida a atuação da Polícia Federal (art. 144, § 1º, I e II), mas a competência será da Justiça Estadual. b) denúncia ou arquivamento – recebido os autos de inquérito policial relatado, o MP tem o prazo de 10 dias para: oferecer denúncia – requerendo diligências e arrolando até 5 (cinco) testemunhas; diligências; arquivamento. c) notificação do denunciado para oferecimento de resposta – antes de receber a denúncia, o acusado será notificado para oferecer resposta à acusação do prazo de 10 dias. d) recebimento ou rejeição da denúncia – apresentada a defesa, no prazo de 5 dias, proferirá despacho fundamentado (art. 93, IX, CF). e) designação de audiência de instrução e julgamento, no prazo de 30 dias (§ 2º, art. 56) e citação do acusado (art. 56, caput). f) audiência (oitiva do acusado antes das testemunhas) – STF aplica-se o art. 400, CPP a todos os procedimentos especiais g) debates orais por 20 min, prorrogáveis por mais dez, e prolação de sentença. h) sentença – poderá ser proferida em audiência ou no prazo de 10 dias (art. 58).
PROCEDIMENTO NO TRIBUNAL DO JÚRI
Constituição de 1988 – disciplinado como direito ou garantia fundamental no art. 5º, XXXVIII.
Cláusula pétrea – como direito e garantia fundamental, não pode ser suprimido nem por emenda constitucional, constituindo verdadeira cláusula pétrea (núcleo constitucional intangível). Art. 60§ 4º, IV, CF. Finalidade - ampliar o direito de defesa dos réus, funcionando como uma garantia individual dos acusado pela prática de crimes dolosos contra a vida e permitir que, em lugar de juízes togados, preso a regras jurídicas, sejam julgados pelos seus pares.
Organização do Júri
Princípios básicos – são: a) plenitude de defesa; b) sigilo nas votações – é específico do Júri, não se aplicando o disposto no art. 93, IX, CF, que trata do princípio da publicidade das decisões do Poder Judiciários.Unanimidadedas votações – com a redação dada pela Lei n. 11.689/2008 ao art. 489, todas as deliberações são tomadas por maioria de votos, garantindo, assim, o sigilo das votações. c) soberania dos veredictos – impossibilidade de o tribunal técnico modificar a decisão dos jurados pelo mérito. d) competência mínima para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida – nada impede que o legislador infraconstitucional a amplie para outros crimes.
Organização do Júri – trata-se de órgão colegiado heterogêneo e temporário, constituído por um juiz togado, que o preside, e de vinte e cinco cidadãos escolhidos por sorteio. Lista geral dos jurados – art. 425: anualmente cabe ao presidente do TJ organizar a lista geral de jurados. Publicação da lista geral de jurados (art. 426, caput). Sorteio dos jurados – far-se-á a portas abertas, pelo juiz presidente (art. 433). Jurado – brasileiro, nato ou naturalizado, maior de 18 anos, notória idoneidade, alfabetizado e no perfeito gozo dos direitos políticos, residente na comarca. Serviço do Júri – é obrigatório, de modo que a recusa injustificada em servir-lhe constituirá crime de desobediência. Escusa de consciência (art. 5º, VIII, e 15, IV, CF). Lei n. 11.689/2008 - serviço alternativo
 Rito escalonado
Rito escalonado – há duas fases: a) judicium accusationis ou sumário de culpa – oferecimento da denúncia até a decisão de pronúncia; b) judicium causae – recebimento dos autos pelo juiz-presidente do Tribunal do Júri até o julgamento pelo Júri.
Judicium accusationis – 
Procedimento - arts. 406/421: a) oferecimento da denúncia; b) recebimento e determinação da citação do acusado para responder, por escrito, no prazo de 10 dias (art. 406). c) após a citação – o réu apresenta a defesa. d) defesa preliminar (§ 3º, art. 406). e) réplica da acusação sobre as preliminares e documentos apresentados (art. 409). f) determinação da audiência de instrução e das diligências requeridas pelas partes – serão decidas pelo juiz, a serem realizadas no prazo máximo de 10 dias (art. 410); g) audiência de instrução e julgamento (art. 411). h) encerramento da instrução – observar-se-á o art. 384 (mutatio libelii), conforme § 3º, art. 411. i) debates orais - § 4º, art. 411: para acusação e defesa, pelo prazo de 20 min., prorrogáveis por mais 10 min. j) encerrados os debates → o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 dias (§ 9º).
Pronúncia – (art. 413) decisão processual de conteúdo declaratório em que o juiz proclama admissível a imputação, encaminhando-a para julgamento perante o Tribunal do Júri. Mero juízo de predelibação. Natureza jurídica → decisão interlocutória mista não terminativa, que encerra a primeira fase do procedimento escalonado. A decisão é meramente processual, e não se admite que o juiz faça um exame aprofundado do mérito.
Desclassificação – ocorre quando o juiz se convencer da existência de crime não doloso contra a vida. Exs: homicídio conexo com furto → latrocínio.
Impronúncia – decisão de rejeição da imputação para o julgamento perante o TJ, porque o juiz não se convenceu da existência do fato ou de indícios suficientes de autoria ou participação. 
Não há prova da materialidade ou indícios suficientes de autoria ou participação. Natureza jurídica – decisão terminativa de natureza processual (interlocutória mista
Absolvição sumária (art. 415) Natureza jurídica – sentença definitiva e faz coisa julgada material.
Judicium causae
Peças inominadas – (art. 422, caput): ao receber os autos, o presidente do TJ, determinará a intimação do MP e do defensor para, no prazo de 5 dias, (i) apresentarem rol de testemunhas, no máximo 5; (ii) apresentar documentos e (iii) requerer diligências.
Instalação da sessão – a) no dia e hora designados para o julgamento, o juiz-presidente verificará se a urna contém as cédulas com os nomes dos 25 jurados e mandará que o escrivão lhes proceda à chamada (art. 462); b) comparecendo ao menos 15 jurados, o juiz declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento (art. 463), e ordenará ao porteiro ou oficial de justiça que apregoe as partes e as testemunhas. c) não havendo número suficiente de jurados, conforme art. 463, proceder-se-á ao sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri (art. 464); d) antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz-presidente esclarecerá sobre os impedimentos, suspeição e incompatibilidades (art. 466); e) advertência de que, uma vez sorteados, os jurados não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa (§ 1º, art. 466). f) sorteio de 7 jurados para compor o Conselho de Sentença (art. 467); g) faltas: do MP → adiamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião (art. 455); se a ausência for injustificada será comunicado o fato ao Procurador-Geral de Justiça (art. 455, p.u.); assistente → julgamento será realizado, sendo a falta justificada ou não; defensor → adiamento do Júri. → sem justificativa e não constituir novo advogado – comunicação a OAB, com a data da nova sessão; → adiamento sem justificativa legítima ocorrerá apenas uma vez, sendo que no próximo dia de julgamento, será intimada a Defensoria Pública (art. 456, §§ 1º e 2º). - réu → preso – adiamento do Júri (art. 457, § 2º); → solto – não há adiamento. testemunhas → só se adia o julgamento se requerida, por uma das partes a intimação por mandato. testemunha intimada – determinada a sua condução coercitiva ou o adiamento do julgamento para o primeiro dia possível, ordenando sua condução (art. 461).
Formação do conselho de sentença – a) instalada a sessão → sorteio de 7 jurados para a formação do conselho de sentença. b) advertência sobre os impedimentos dos arts. 448 e 449 (tiver funcionado em julgamento anterior; julgamento de outro acusado etc.); c) recusa peremptória → é direito da parte recusar, sem justificativa, até 3 jurados, primeiro a defesa e depois a acusação (art. 468). d) compromisso (art. 472).
Atos instrutórios – (art. 473): a) tomadas as declarações do ofendido e inquirição das testemunhas de acusação e defesa. b) acareações, reconhecimento, esclarecimentos dos peritos e leituras de peças (art. 473, § 3º). c) interrogatório do acusado (art. 474).
Debates – a) acusação – prazo de uma hora e meia(art. 477), dentro dos limites da pronúncia.
*assistente da acusação – poderá dividir o tempo de acusação como o MP (§ 1º, art. 476). b) defesa – falará pelo prazo de uma hora e meia (art. 477, caput). c) réplica – após a defesa, a acusação terá a faculdade da réplica, pelo prazo de uma hora (art. 477). d) tréplica – encerrada a réplica, a defesa terá a faculdade de tréplica, por igual prazo. e) proibição de referências no debate (art. 478).
Provas novas – a) durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 dias úteis, dando-se ciência à outra parte (art. 479, caput).
Formulação dos quesitos – segue a seguinte ordem: a) encerrados os debates, indaga-se aos jurados se estão habilitados a julgar ou se precisam de mais esclarecimentos (§ 1º, art. 480). b) dúvidas dos jurados – terão acesso aos autos. c) leitura dos quesitos – estão aptos para o julgamento, procede-se à leitura do questionário a ser respondido pelos jurados, acerca do fato delituoso e suas circunstâncias, bem como das teses defensivas; d) quesitos (art. 482 e pu). e) ordem dos quesitos (art. 483): 1. materialidade do fato; 2. autoria e participação ; 3. se o acusado deve ser absolvido; 4. se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa 5. se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena f) desclassificação do crime 
Votação – a) lidos e explicados os quesitos para as partes; b) distribuição de cédulas feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo as palavras sim e não; c) após as respostas, verificados os votos, registrar-se-á no termo a votação de cada quesito, bemcomo o resultado do julgamento. d) decisões serão tomadas por maioria de votos;
Sentença – encerrada a votação e assinado o termo, o juiz proferirá sentença. a) absolvição – o réu será colocado imediatamente em liberdade; b) desclassificação e crimes conexos – a competência é do juiz-presidente. c) condenação – o juiz fixará a pena-base, levará em consideração as circunstâncias agravantes e atenuantes, imporá as causas de aumento e diminuição, conforme art. 387. d) a sentença será lida em plenário.
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