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Enviando por email ATIVIDADE DE RESENHA CRÍTICA DIREITO DO TRABALHO I (1)

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(*) Joalvo Magalhães é Juiz do Trabalho do TRT da 5ª Região. Pós-graduado em Direito Constitucional do Trabalho 
pela Universidade Federal da Bahia. Professor de Direito Individual e Direito Coletivo do trabalho. Autor de artigos 
jurídicos. Palestrante.Disponível em:<http://www.granadeiro.adv.br/clipping/doutrina/2018/01/30/reforma-trabalhista-
alteracao-na-disciplina-da-sucessao-trabalhista>.Acesso em: 13 maio 2020. 
ATIVIDADE DE RESENHA CRÍTICA 
 
DISCIPLINA DIREITO DO TRABALHO I 
 
PROF. AUGUSTO CESAR COSTA FERREIRA 
 
ALUNO: ANTONIO REGINALDO MOTA DOS SANTOS MATRÍCULA: 201902516354 
 
TURMA: CCJ0233 / 2001 SALA: D-402 
 
DATA DA APLICAÇÃO: 12/05/2020 PRAZO: 14/05/2020 (5,0 PONTOS) 
 
 
No âmbito dos princípios do Direito do Trabalho existe um que assegura a intangibilidade dos 
contratos de trabalho em vigor, cuja incidência na sucessão trabalhista preconiza contra atos 
da atividade inter empresarial que impliquem em alterações ilícitas do pacto laboral. 
 
Neste sentido, colacionamos a jurisprudência a seguir, a fim de que você elabore uma resenha 
crítica acerca da sucessão trabalhista, especificamente no que tange a responsabilidade 
solidaria e a fraude na sucessão de empregadores. 
 
SUCESSÃO EMPRESARIAL. FRAUDE. CONFIGURAÇÃO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA 
SUCEDIDA. CABIMENTO. 
 
 A considerar que o instituto da sucessão de empregadores tem como intuito assegurar os 
direitos trabalhistas dos empregados e tendo restado evidenciado que a referida sucessão 
constituiu fraude, objetivando obstar o adimplemento desses direitos, há de se reconhecer a 
responsabilidade solidária da sucedida, sem limitação temporal. Recurso improvido. 
 
 
(*) Joalvo Magalhães é Juiz do Trabalho do TRT da 5ª Região. Pós-graduado em Direito Constitucional do Trabalho 
pela Universidade Federal da Bahia. Professor de Direito Individual e Direito Coletivo do trabalho. Autor de artigos 
jurídicos. Palestrante.Disponível em:<http://www.granadeiro.adv.br/clipping/doutrina/2018/01/30/reforma-trabalhista-
alteracao-na-disciplina-da-sucessao-trabalhista>.Acesso em: 13 maio 2020. 
(TRT da 8ª Região; Processo: 0000620-19.2015.5.08.0202 AP; Data: 13/02/2020; Órgão 
Julgador: 1ª Turma; Relator: SUZY ELIZABETH CAVALCANTE KOURY) 
A Jurisprudência em questão mostra que em se tratando de sucessão 
trabalhista na tentativa de constituir fraude. Isso confirmado. Conforme a CLT 
há de se observar a responsabilidade subsidiária descrita na referida norma 
nos artigos 2º, 10, 10A, 448, 448A e 468. Vejamos abaixo alguns desses 
dispositivos: 
“Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.” 
“Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que 
figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a 
seguinte ordem de preferência: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) 
I - a empresa devedora; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) 
II - os sócios atuais; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) 
III - os sócios retirantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) 
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração 
societária decorrente da modificação do contrato. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) 
 
“Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos 
respectivos empregados”. 
“Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as 
obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de 
responsabilidade do sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na 
transferência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
 
O próprio artigo 2º da CLT, ao dispor que o empregador é a empresa, individual 
ou coletiva, e não a pessoa natural ou jurídica, adotou tese expressa no 
sentido de considerar empregador a atividade empresarial, independente de 
quem a esteja dirigindo. Assim, se um estabelecimento empresarial é 
transferido entre duas pessoas jurídicas, a adquirente passa à condição de 
empregador, uma vez que a atividade econômica agora será desenvolvida sob 
sua responsabilidade. 
Trazendo uma complementação para a temática, o julgado abaixo mostra 
perfeitamente o caso em que o sucessor assume a responsabilidade mesmo 
em obrigações que antecederam a sucessão. 
 
(*) Joalvo Magalhães é Juiz do Trabalho do TRT da 5ª Região. Pós-graduado em Direito Constitucional do Trabalho 
pela Universidade Federal da Bahia. Professor de Direito Individual e Direito Coletivo do trabalho. Autor de artigos 
jurídicos. Palestrante.Disponível em:<http://www.granadeiro.adv.br/clipping/doutrina/2018/01/30/reforma-trabalhista-
alteracao-na-disciplina-da-sucessao-trabalhista>.Acesso em: 13 maio 2020. 
“Neste contexto, o Tribunal Superior do Trabalho adotou, através da OJ 261 da 
SDI-I, a tese de que o banco sucessor responde pelas obrigações trabalhistas 
contraídas pelo banco sucedido mesmo em período anterior à sucessão, uma 
vez que ele se beneficiou dos ativos que lhe foram transferidos:” (Joalvo 
Magalhães é Juiz do Trabalho do TRT da 5ª Região) 
No entanto há casos que a sucessão é dada na tentativa de constituição de 
fraude, nesse caso a sucedida responde solidariamente, juntamente com a 
sucessora, vejamos o que diz a doutrina: 
“No entanto, quando a sucessão opera-se de forma fraudulenta, previu a lei a 
responsabilização solidária entre as empresas envolvidas, de modo que ambas 
podem responder pelos débitos oriundos dos contratos de trabalho firmados 
em período anterior à sucessão”. 
“A responsabilização solidária em caso de fraude já era defendida por parte da 
doutrina e jurisprudência pátrias, até mesmo com base no art. 942 do Código 
Civil, que prevê responsabilização solidária de todos os envolvidos no ato 
ilícito.” (Joalvo Magalhães é Juiz do Trabalho do TRT da 5ª Região) 
 
Três princípios fundamentam a sucessão empresarial no âmbito trabalhista: 
continuidade, despersonalização do empregador e intangibilidade contratual 
objetiva. 
O princípio da intangibilidade contratual objetiva, que é um aspecto da 
inalterabilidade contratual prevista no art. 468 da CLT, determina a prevalência 
dos aspectos objetivos do contrato (cláusulas), mesmo diante de alterações 
subjetivas, ou seja, mudança da pessoa jurídica que se encontra no comando 
da empresa. 
 
 
Diante da exposição do tema supracitado. Evidencia-se que há várias formas 
de assegurar os direitos dos empregados. Mesmo em face de empregadores 
que tenham suas ações embasadas na má fé e na tentativa de fraudar o 
empregado. Utilizam-se princípios, e outros mecanismos necessários para que 
direito do empregado seja resguardado, haja vista que este é parte 
hipossuficiente na relação trabalhista e necessita do bom trabalho feito pelo 
poder judiciário para ter os seus direitos garantidos mesmo diante da tentativa, 
nesse caso frustrada, da parte empregadora de reduzir sua onerosidade. 
Ainda que dentro da ilegalidade, isto é, de forma fraudulenta. 
 
(*) Joalvo Magalhães é Juiz do Trabalho do TRT da 5ª Região. Pós-graduado em Direito Constitucional do Trabalho 
pela Universidade Federal da Bahia. Professor de Direito Individual e Direito Coletivo do trabalho. Autor de artigos 
jurídicos. Palestrante.Disponível em:<http://www.granadeiro.adv.br/clipping/doutrina/2018/01/30/reforma-trabalhista-
alteracao-na-disciplina-da-sucessao-trabalhista>.Acessoem: 13 maio 2020.

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