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1 Álgebra II Ementa: 1. Operações 2. Grupos 3. Anéis 4. Ideais 5. Corpos Bibliografia Básica: Domingues, H.; Iezzi, G. Álgebra Moderna. São Paulo: Atual Editora, 1982. Avaliação: Atividades Trabalhos 2 Caṕıtulo 1 Operações No presente caṕıtulo faremos o estudo de operações e suas propriedades. Para definirmos uma operação em um conjunto não vazio E precisamos lembrar as definições de relações e aplicações. Na primeira seção faremos uma breve revisão destes assuntos. 1.1 Conceitos preliminares Definição 1.1. Sejam E e F conjuntos não vazios. Dizemos que R é uma relação binária de E em F se, R for um subconjunto de E×F . Neste caso, usaremos a notação aRb para indicar que (a, b) ∈ R. Quando isto aconte- cer, diremos que a está relacionado com b ou que a relaciona-se com b segundo R. E é denominado conjunto de partida de R e F por conjunto de chegada de R. Definição 1.2. Seja R uma relação de E em F então: 1. O conjunto D(R) = {a ∈ E | aRb, para algum b ∈ F}, será chamado domı́nio de R; 2. O conjunto Im(R) = {b ∈ F | aRb, para algum a ∈ E}, será chamado imagem de R. Exemplo 1.1. Se E={0, 1} e F={a, b, c}, temos: E × F = {(0, a), (0, b), (0, c), (1, a), (1, b), (1, c)}. De acordo com a definição qualquer subconjunto do cartesiano E×F é um relação de E em F. Sendo assim, são exemplos de relações: 1. ∅; 2. R1 = {(0, a)}; 3. R2 = {(0, a), (0, b)}; 4. R3 = {(1, c), (1, a), (0, b)}; 5. R4 = {(0, a), (0, b), (1, c), (1, a)}. 3 4 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES Exemplo 1.2. Podemos ter também o caso que E=F, vamos considerar E = F = N. Quem é E × F? Neste exemplo R definida abaixo é uma relação de N em N. R = {(a, b) ∈ N× N | a divide b}. Você consegue imaginar como serão os pares ordenados nesta relação? Exerćıcio: Determinar o domı́nio e a imagem dos exemplos (1.1) e (1.2). Também podemos definir inversa de uma relação: Definição 1.3. Dada um relação R de E em F. Denomina-se relação inversa de R, que indicaremos por R−1, a seguinte relação de F em E: R−1 = {(b, a) ∈ F × E | (a, b) ∈ R}. Exemplo 1.3. E={0, 1} e F={a, b, c} e R={(0, a), (1, a, ), (1, b), (1, c)}, então: R−1 = {(a, 0), (a, 1), (b, 1), (c, 1)}. Vimos no exemplo (1.2) o caso particular E = F , quando isto acontecer diremos que R é uma relação sobre E, ou ainda, R é uma relação em E. Veremos algumas propriedades que as relações sobre E podem apresentar. Definição 1.4. Seja R uma relação em E. Então, a) Reflexiva: R é reflexiva quando todo elemento de E se relaciona consigo mesmo. Isto é, aRa, ∀ a ∈ E; b) Simétrica: Se aRb, então bRa; c) Transitiva: Se aRb e bRc, então aRc; d) Antissimétrica: Se aRb e bRa, então a = b. Exemplo 1.4. Se E={1, 2, 3, 4} a relação R = {(1, 1), (2, 2), (3, 4), (4, 3)}. Quais das propriedades acima que R satisfaz? Exemplo 1.5. A relação dada no exemplo (1.2) é antissimétrica. Exemplo 1.6. Seja R a relação em N dada por aRb se, e somente se, a ≤ b. Esta relação é transitiva? 1.2. APLICAÇÕES 5 1.2 Aplicações Definição 1.5. Seja f um relação de E em F. Dizemos que f é um aplicação de E em F se, e somente se: 1. o domı́nio de f é E, isto é, D(f)=E; 2. dado um elemento a ∈ D(f), é único o elemento b ∈ F tal que (a, b) ∈ f. Se f é uma aplicação de E em F , escrevemos: b = f(a) (lê-se “b é a imagem de a pela f”) para indicar que (a, b) ∈ f . Outra forma de indicar a imagem de um elemento qualquer de E, digamos a é a 7→ f(a), ou seja, f(a) é a imagem do elemento a de E. Costuma-se também usar a notação f : E −→ F para indicar que f é uma aplicação de E em F . Dizemos que F é o contradomı́nio de f . Convém ressaltar que duas aplicação f e g com domı́nio e contradomı́nio iguais, isto é, f : E −→ F e g : E −→ F serão ditas iguais se, e somente se, f(x) = g(x) para todo x ∈ E. Definição 1.6. Seja f : E −→ F , onde F é um conjunto numérico (ou seja, um subcon- junto de C), é usual chamar f de função. Às vezes, porém, usa-se palavra função para designar uma aplicação qualquer. Exemplo 1.7. Se E = {E,F,H, J,K,R} e F = {r, x, y, w, z}, dentre as relações abaixo, quais delas são aplicações? R1 = {(E, x), (F, z), (H, y), (J, x), (K, x), (R, x)} R2 = {(E,w), (F, y), (H,w), (J, x), (R, r)} R3 = {(E, x), (F, r), (H,w), (J, z), (K, y), (R, z)} R4 = {(E, r), (F, x), (H, y), (J, w), (K, z), (R,w), (E, z)} Exeŕıcios 1. Se E = {1, 2, 3, 4} e F = {a, b, c}, quais das relações abaixo são aplicações de E em F? R1 = {(1, a), (2, b), (3, c)} R2 = {(1, a), (2, b), (3, c), (4, c)} R3 = {(1, b), (1, c), (2, b), (3, c), (4, a)} R4 = {(1, c), (2, c), (3, c), (4, c)} 6 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES 2. Considere a relação R = {(x, y) ∈ R× R | x2 + y2 = 9}. R é uma aplicação? 3. Seja f : N× N −→ N tal que f(x, y) = mdc(x, y). Determine f(5, 1), f(12, 8), f(3, 7) e f(0, 5). 4. A aplicação f : R −→ R é dada pela lei: f(x) = 2x+ 5, se x < −1 x2 + 2, se − 1 ≤ x ≤ 1 3x, se x > 1 . Determine f(0), f(−7 2 ), f( √ 3) e f(−2π 5 ). 1.3 Operações Definição 1.7. Seja E 6= ∅ um conjunto. Uma operação em E é uma aplicação ∗ : E × E −→ E (x, y) 7−→ x ∗ y . Uma operação é também chamada de lei de composição interna. Exemplo 1.8. Consideremos a aplicação f : Q×Q −→ Q dada por f(x, y) = x+ y, isto é, f associa a cada par (x,y) de números racionais a sua soma x+y. Esta aplicação é uma operação que conhecemos muito bem, que é a adição de números racionais. Exemplo 1.9. Seja E um conjunto não vazio. Vamos indicar por P(E) o conjunto das partes!! de E. Considere a aplicação h : P(E)×P(E) −→ P(E), tal que h(X, Y ) = X∩Y , ou seja, h associa a cada par de conjuntos (X, Y ) a sua intersecção X ∩Y . Tal aplicação é conhecida pelo nome operação de interseção sobre P(E). Uma operação f sobre E associa a cada par (x, y) de E × E um elemento de E que será simbolizado por x ∗ y (lê-se x estrela y). Assim x ∗ y é uma forma de indicar f(x, y). Diremos também que E é um conjunto munido da operação ∗. O elemento x ∗ y é chamando composto de x e y pela operação ∗. Os elementos x e y do composto de x ∗ y são chamados termos do composto x ∗ y. Os termo x e y do composto x∗y são chamados respectivamente, primeiro e segundo termo ou, então, termo da esquerda e termo da direita. Outras notações poderão ser usadas para indicar uma operação sobreE: +, ·,⊕,�,�,⊗,4, etc. Exemplo 1.10. A aplicação f : N∗ × N∗ −→ N∗ tal que f(x, y) = xy é operação de potenciação sobre N∗. Quaisquer que sejam os naturais não nulos x e y, o śımbolo xy representa um natural não nulo, portanto, f está bem definida. Note que essa operação não pode ser estendida a Z∗, pois, por exemplo, a imagem do par (2,−1) seria 2−1 que não pertene a Z∗. 1.4. PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES 7 Exemplo 1.11. A aplicação f : Q∗ × Q∗ −→ Q∗ tal que f(x, y) = x y é a operação de divisão sobre Q∗. Note que a operação de divisão pode ser estendida também a R∗ e C∗. Verifique que a divisão não é uma operação em N ou em Z. Exemplo 1.12. A aplicação f : Z × Z −→ Z tal que f(x, y) = x − y é a operação de subtração sobre Z. Exemplo 1.13. A aplicação f : E × E −→ E, em que E = Mm×n(R) representa o conjunto das matrizes do tipo m × n com elementos reais, tal que f(x, y) = x + y é a operação de adição sobre Mm×n(R). Exemplo 1.14. A aplicação f : E × E −→ E, onde E = Mn(R) representa o conjunto das matrizes quadradas de ordem n com entrandas reais, tal que f(x, y) = xy é a operação de multiplicação sobre E = Mm×n(R). Exemplo 1.15. A aplicação φ : E ×E −→ E em que E = RR representa o conjunto das funções de R em R, tal que φ(f, g) = f ◦ g é a operação de composição sobre RR 1.4 Propriedades das Operações Seja ∗ uma lei de composição interna em E. Nesta seção estudaremos algumas das pro- priedades que esta operação pode satisfazer sobre E. Propriedade AssociativaDefinição 1.8. Dizemos que ∗satifaz a propriedade associativa se: x ∗(y ∗z) = (x ∗y) ∗z, quaisquer que sejam x, y, z ∈ E. Exemplo 1.16. As adições em N,Z,Q,R ou C são operações que satisfazem a proprie- dade associativa. x+ (y + z) = (x+ y) + z, ∀ x, y, z. Exemplo 1.17. As multiplicações em N,Z,Q,R ou C são operações associativas x(yz) = (xy)z, ∀ x, y, z. Exemplo 1.18. A adição em Mm×n(R), conjunto das matrizes do tipo m × n com ele- mentos reais, é operação associativa. X + (Y + Z) = (X + Y ) + Z, ∀ X, Y, Z. Exemplo 1.19. A multiplicação em Mm×n(R) é operação associativa. X(Y Z) = (XY )Z, ∀ X, Y, Z. 8 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES Exemplo 1.20. A composição de funções de R em R é operação associativa, já que f ◦ (g ◦ h) = (f ◦ g) ◦ h, ∀ f, g, h. Exerćıcio: 1. Mostre que a potênciação em N∗ não é operação associativa. 2. Mostre que a divisão em R∗ não é operação associativa. Propriedade Comutativa Definição 1.9. Dizemos que ∗ satisfaz a propriedade comutativa se x ∗y= y ∗x, quaisquer que sejam x, y ∈ E Exemplo 1.21. As adições em N,Z,Q,R ou C são operações que satisfazem a proprie- dade comutativa. x+ y = y + x, ∀ x, y. Definição 1.10. As multiplicações em N,Z,Q,R ou C são operações comutativas. xy = yx, ∀ x, y. Definição 1.11. A adição em Mm×n(R) é operação comutativa. X + Y = Y +X, ∀ X, Y . Exerćıcios: 1. Mostre que a multiplicação não é uma operação comutativa em Mn(R). 2. Mostre que a potenciação em N∗ não é comutativa. 3. Mostre que a composição em RR não é comutativa. 4. Mostre que a divisão em R não é comutativa. Elemento Neutro: Definição 1.12. Se existe e ∈ E tal que e ∗ x = x para todo x ∈ E, dizemos que e é um elemento neutro à esquerda para ∗. Se existe e ∈ E tal que x ∗ e = x para todo x ∈ E, dizemos que e é um elemento neutro à direita para ∗. Se e é elemento neutro à direita e à esquerda para operação ∗, dizemos simplesmente que e é elemento neutro para essa operação. 1.4. PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES 9 Exemplo 1.22. O elemento neutro das adições em N,Z,Q,R ou C é o número 0, pois 0 + x = x+ 0 para qualquer número x. Exemplo 1.23. O elemento neutro das multiplicações em N,Z,Q,R ou C é o número 1, pois 1 x = x 1 para qualquer número x. Exemplo 1.24. O elemento neutro da adição em Mm×n(R) é Om×n (matriz nula de tamanho m× n), pois Om×n +X = X = X +Om×n, qualquer que seja X ∈ Mm×n(R). Exemplo 1.25. O elemento neutro da composição de função em RR é a função iR (função idêntica em R), pois iR ◦ f = f = f ◦ iR, qualquer que seja f ∈ RR. Observação 1.1. A subtração em Z admite 0 como elemento neutro à direita pois x−0 = x para todo x ∈ Z, mas não admite neutro à esquerda, pois não existe e (fixo) tal que e− x = x para todo x ∈ Z. Proposição 1.1. Se a operação ∗ sobre E tem um elemento neutro e, então ele é único. Exerćıcio: Em cada caso a seguir, verifique se a operação ∗ sobre E é associativa, comutativa e quais têm elemento neutro. 1. E = R e x ∗ y = x+ y 2 2. E = R e x ∗ y = x 3. E = R+ e x ∗ y = √ x2 + y2 4. E = R e x ∗ y = 3 √ x3 + y3 5. E = R∗ e x ∗ y = x y 6. E = R+ e x ∗ y = x+ y 1 + xy 7. E = Z e x ∗ y = xy + 2x 8. E = Q e x ∗ y = x+ xy 9. E = R e x ∗ y = x+ y − 2x2y2 10. E = R e x ∗ y = x2 + y2 + 2xy 10 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES Elementos Simetrizáveis: Definição 1.13. Seja ∗ um operação sobre E que tem elemento neutro e. Dizemos que x ∈ E é um elemento simetrizável para essa operação se existir x′ ∈ E tal que: x ’∗ x = e = x ∗ x’. O elemento x′ é chamado simétrico de x para a operação ∗. Quando a operação é um adição, o simétrico de x também é chamdo oposto de x e indica do por −x. Quando a operação é uma multiplicação, o simétrico de x também é chamado inverso de x e indicado por x−1. Exemplo 1.26. 5 é um elemento simetrizável para a adição em Z, e seu simétrico (ou oposto) é -5, pois: (−5) + 5 = 0 = 5 + (−5) Exemplo 1.27. 6 é simetrizável para a multiplicação em Q, e seu simétrico (ou inverso) é 1 6 , pois: 1 6 6 = 1 = 6 1 6 . 0 não é simetrizável para a mesma operação, pois não há elemento x′ ∈ Q tal que: x′0 = 1 = 0x′. Exemplo 1.28. Existem apenas dois elementos simetrizáveis para a multiplicação em Z : o 1 e o -1, que são iguais aos seus respectivos inversos. O 5 não é simetrizável para a multplicação em Z, pois não existe x′ ∈ Z tal que x′5 = 1 = 5x′. Exemplo 1.29. ( 2 3 4 5 ) é simetrizável para a adição em M2(R), seu simétrico é( −2 −3 −4 −5 ) , pois: ( −2 −3 −4 −5 ) + ( 2 3 4 5 ) = ( 0 0 0 0 ) = ( 2 3 4 5 ) + ( −2 −3 −4 −5 ) . Notação 1.1. Se ∗ é uma operação sobre E com elemento neutro e, indica-se por U∗(E) o conjunto dos elementos simetrizáveis de E para a operação ∗. U∗(E) = {x ∈ E | ∃ x′ ∈ E ; x′ ∗ x = e = x ∗ x′}. Observação 1.2. Note que U∗(E) 6= ∅, pois necessariamente e ∈ U∗(E), uma ves que e ∗ e = e. 1.4. PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES 11 Proposição 1.2. Seja ∗ uma operação sobre E que é associativa e tem elemento neutro e. (i) Se um elemento x ∈ E é simetrizável, então o simétrico de x é único. (ii) Se x ∈ E é simetrizável, então seu simétrico x′ também é, e (x′)′ = x. (iii) Se x, y ∈ E são simetrizáveis, então x ∗ y é simetrizável e (x ∗ y)′ = y′ ∗ x′. Elementos Regulares: Definição 1.14. Dizemos que um elemento a ∈ E é regular (ou simplificável) à direita relativamente à operação ∗ se, para quaisquer x, y ∈ E tais que x ∗ a = y ∗ a, vale x = y. Dizemos que um elemento a ∈ E é regular à esquerda em relação à operação ∗ se, para quaisquer x, y ∈ E tais que a ∗ x = a ∗ y, vale x = y. Se a ∈ E é um elemento regular à direita e à esquerda para operação ∗, dizemos simplesmente que a é regular para essa operação. Exemplo 1.30. 9 é regular para adição em N, pois: 9 + x = 9 + y =⇒ x = y ∀ x, y ∈ N. Exemplo 1.31. 5 é regular para multiplicação em Z, pois: 3x = 3y =⇒ x = y ∀ x, y ∈ Z. Exemplo 1.32. Note 0 não é regular para a multiplicação em Z, pois 0.2 = 0.3 e 2 6= 3 Exemplo 1.33. ( 1 2 3 4 ) é regular para a adição em M2(R), pois( 1 2 3 4 ) + ( a b c d ) = ( 1 2 3 4 ) + ( a′ b′ c′ d′ ) , então( 1 + a 2 + b 3 + c 4 + d ) = ( 1 + a′ 2 + b′ 3 + c′ 4 + d′ ) , donde, a = a′, b = b′,c = c′ e d = d′. Logo ( a b c d ) = ( a′ b′ c′ d′ ) . 12 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES Exemplo 1.34. ( 0 0 1 1 ) não é regular para a multiplicação em M2(R), pois( 0 0 1 1 )( 1 2 3 4 ) = ( 0 0 1 1 )( 3 4 1 2 ) e ( 1 2 3 4 ) 6= ( 3 4 1 2 ) . Proposição 1.3. Seja ∗ uma operação sobre E, suponhamos que ∗ seja associativa e tenha elemento neutro e. Se a ∈ E é um elemento simetrizável, então a é regular Notação 1.2. Indicaremos por R∗(E) o conjunto dos elementos regulares de E para a operação ∗. Propriedade Distributiva Definição 1.15. Sejam ∗ e 4 duas operações sobre E. Dizemos que 4 é distributiva à esquerda relativamente a ∗ se: x4 (y ∗ z) = (x4 y) ∗ (x4 z) quaisquer que sejam x, y, z ∈ E. Dizemos que 4 é distributiva à direita relativamente a ∗ se: (y ∗ z)4 x = (y4 x) ∗ (z 4 x) quaisquer que sejam x, y, z ∈ E. Quando 4 é distributiva à esquerda e à direita de ∗, dizemos simplesmente que 4 é distributiva relativamente a ∗. Exemplo 1.35. A multiplicação em Z é distributiva em relação à adição em Z, pois x(yz) = (xy)z ∀ x, y, z ∈ Z. Exemplo 1.36. Seja Mn(R) com a adição e mulplicação de matrizes, então a multi- plicação é distributiva em relação a adição, isto é, X(Y + Z) = XY +XZ (Y + Z)X = Y X + ZX Para quaisquer que sejam X, Y, Z ∈ Mn(R). Exemplo 1.37. Em N∗, a potenciação é distributiva à direita em relação à multiplicação, pois (xy)z = xzyz ∀x, y, z ∈ N∗. Mas não é distributiva à esquerda em relação à multiplicação, pois, por exemplo: 32·4 6= 32 · 34 1.4. PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES 13 Exerćıcios: 1.Examine novamente as operações do exerćıcio anterior que têm elemento neutro para determinar os elementos simetrizáveis e o conjunto dos elementos regulares. 2. Estabeleça condições sobre m,n ∈ Z de modo que a operação ∗ sobre Z dada pela lei x ∗ y = mx+ ny: (a) seja associativa (b) seja comutativa (c) admita elemento neutro 3. Sendo ∗ a operação sobre Z3 dada por (a, b, c)∗ (d, e, f) = (ad, be, cf) determine seu elemento neutro e o conjunto dos elementos simetrizáveis de Z3 para ∗. 4. Sejam E e F dois conjuntos em que estão definidas as operações ∗ e 4, respectiva- mente, as quais são associativas e tem neutros. Sobre o conjunto E×F , considerando uma operação ◦ assim definida: (a, b) ◦ (c, d) = (a ∗ c, b4 d) (a) Mostre que ◦ é associativa e possui elemento neutro. (b) Determine os elementos inverśıveis de E × F para essa operação. 5. Se a operação ∗ sobre E é associativa, tem elemento neutro e, e a ∈ E é simetrizável, então a é regular. 6. Mostre que nenhum elemento de R é regular para a operação ∗ assim definida: x ∗ y = x2 + y2 − xy. 7. Determine os elementos regulares de R relativamente à operação ∗ assim definida: x ∗ y = 5x+ 3y − 7xy. 8. Em Z× Z estão definidas duas operações ∗ e 4 da seguinte forma: (a, b) ∗ (c, d) = (a+ c, b+ d) (a, b)4 (c, d) = (ac, ad+ bc) Verifique se 4 é distributiva em relação a ∗. 14 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES 1.5 Parte Fechada Para uma Operação Definição 1.16. Seja E um conjunto no qual está definida uma operação ∗. Se A é um subconjunto não vazio de E, tal que, ∀ x, y ∈ A temos que x ∗ y ∈ A, dizemos que A é uma parte fechada de E para operação ∗. Exemplo 1.38. Q é uma parte fechada para a adição e a multiplicação em R, pois: Q 6= ∅,Q ⊂ R x ∈ Q e y ∈ Q =⇒ x+ y ∈ Q e xy ∈ Q. Exemplo 1.39. O conjunto A das funções bijetoras de R em R é um subconjunto fechado para a composição de funções em RR, pois: f ∈ A e g ∈ A =⇒ f ◦ g ∈ A Exemplo 1.40. (R−Q) não é fechado para adição em R e para a multiplicação em R, pois √ 2 ∈ (R−Q), − √ 2 ∈ (R−Q) mas √ 2 + (− √ 2) /∈ (R−Q) e ( √ 2)(− √ 2) /∈ (R−Q). 1.6 Tábua de uma operação Seja E um conjunto finito com n elementos. Toda operação sobre E é uma aplicação f : E × E −→ E que associa a cada par (ai, aj) o elemento ai ∗ aj = aij. Podemos representar o elemento aij, correspondente ao par (ai, aj), numa tabela de dupla entrada constrúıda como segue. 1o) Marcamos na linha fundamental e na coluna fundamental os elementos do conjunto E. Chamamos de i-ésima linha aquela que começa com ai e de j-ésima coluna a que começa por aj * a1 a2 · · · ai · · · aj · · · an a1 a2 ... ai ... aj ... an 1.6. TÁBUA DE UMA OPERAÇÃO 15 2o) Dado um elemento ai na coluna fundamental e um elemento aj na linha fundamental, na interseção da i-ésima linha com a j-ésima coluna, marcamos o composto aij. * a1 a2 · · · ai · · · aj · · · an a1 a2 ... ai aij ... aj ... an Exemplo 1.41. Tábua da multiplicação em E = {1,−1, i,−i} · 1 -1 i -i 1 1 -1 i -i -1 -1 1 -i i i i -i -1 1 -i -i i 1 -1 Exemplo 1.42. Tábua da multiplicação em E = {( −1 0 0 −1 ) , ( 0 0 0 0 ) , ( 1 0 0 1 )} · ( −1 0 0 −1 ) ( 0 0 0 0 ) ( 1 0 0 1 ) ( −1 0 0 −1 ) ( 0 0 0 0 ) ( 1 0 0 1 ) A tábua de uma operação ∗ sobre um E = {a1, a2, . . . , an} nos permite checar uma a uma as propriedades desta operação. Propriedade associativa É a mais trabalhosa de se verificar. Dever ser feita calculando todos os compostos do tipo ai ∗ (aj ∗ ak), com i, j, k ∈ {1, 2, . . . , n}, e depois calculam-se todos os compostos do tipo (ai ∗aj)∗ak, com i, j, k ∈ {1, 2, . . . , n}, comparam-se os compostos que têm o mesmo i, j, k. 16 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES Propriedade Comutativa Se a operação ∗ for comutativa aij = ai ∗aj = aj ∗ai = aji ∀ i, j ∈ {1, 2, . . . , n}. Note que os compostos aij e aji ocupam posições simétricas relativamente à diagonal principal. Assim, uma operação ∗ é comutativa desde que sua tábua seja simétrica em relação à diagonal principal, isto é, * a1 a2 · · · ai · · · aj · · · an a1 a11 a2 a22 ... . . . ai aii aij ... . . . aj aji ajj ... . . . an ann Elemento Neutro Um elemento e é neutro para operação ∗ quando: I) e ∗ ai = ai, ∀ i ∈ E II) ai ∗ e = ai, ∀ i ∈ E De (I) a linha de e é igual à linha fundamental. De (II)a coluna de e é igual à coluna fundamental. * a1 a2 a3 · · · e · · · an a1 a1 a2 a2 a3 a3 ... ... e a1 a2 a3 · · · e · · · an ... ... an an Uma operação ∗ tem neutro desde que exista um elemento cuja linha e coluna são respectivamente iguais à linha e coluna fundamentais. Elementos Simetrizáveis ai ∈ E é simetrizável para a operação ∗ que tem neutro e quando existe um aj ∈ E tal que: I) ai ∗ aj = e II) aj ∗ ai = e 1.6. TÁBUA DE UMA OPERAÇÃO 17 De (I) a linha de ai na tábua deve apresentar ao menos um composto igual a e. De (II) a coluna de ai deve apresentar ao menos um composto igual a e. * a1 a2 · · · ai · · · aj · · · an a1 a2 ... ai e ... aj e ... an Note que o elemento e aparece em posições simétricas em relação à diagonal principal, pois, aij = aji = e. Elementos Regulares a ∈ E é regular em relação à operação ∗ quando: a ∗ ai = a ∗ aj =⇒ ai = aj ai ∗ a = aj ∗ a =⇒ aj = ai ou equivalentemente, I) se ai 6= aj =⇒ a ∗ ai 6= a ∗ aj II) se aj 6= ai =⇒ ai ∗ a 6= aj ∗ a Isto significa que a é regular quando, composto com elementos distintos de E, tanto à esquerda deles como à direita, produz resultados distintos. Assim, um elemento a é regular quando na linha e na coluna de a não há elementos iguais. Exemplo 1.43. Considere a seguinte tábua. · e a b c d e e a b c d a a b c d e b b c b c a c c d c a b d d e a b c Os elementos regulares são e, a, d. 18 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES Exerćıcios 1. Em cada caso a seguir está definida uma operação ∗ sobre E. Faça a tábua da operação. (a) E = {1, 2, 3, 6} e x ∗ y = mdc(x, y) (b) E = {1, 3, 9, 27} e x ∗ y = mmc(x, y) (c) E = {1, √ 2, 3 2 } e x ∗ y = min(x, y) (d) E = {3 √ 2, π, 7 2 } e x ∗ y = max(x, y) (e) E = {1,−1, i,−i} e x ∗ y = xy 2. Em cada caso a seguir está definida uma operação ∗ sobre E = {∅, {a}, {b}, {a, b}}. Construa a tábua da operação. (a) x ∗ y = x ∪ y (b) x ∗ y = x ∩ y (c) x ∗ y = x ∪ y − x ∩ y 3. Construa as tábuas das operações ⊕ e � sobre E = {0, 1, 2, 3, 4} assim definidas: (a) x⊕ y = o resto da divisão em Z de x+ y por 5 (b) x� y = o resto da divisão em Z de xy por 5. 4. A partir da tábua ao lado, da operação 4 sobre E = {1, 2, 3, 4}, calcule os seguintes compostos: tem Complete a tábua da operação ∗ sobre o conjunto E={a, b, c, d, e}, sabendo que: (a) (34 4)4 2 (b) 34 (44 2) (c) [44 (34 3)]4 4 (d) (44 3)4 (34 4) (e) [(44 3)4 3]4 4 4 1 2 3 4 1 1 1 1 1 2 1 2 3 4 3 1 3 4 2 4 1 4 2 3 5. Complete a tábua da operação ◦ (composição) definida sobre o conjunto de funções reais E = {f1, f2, f3, f4}, em que: f1(x) = 1 x f2(x) = −x f3(x) = − 1 x f4(x) = x ◦ f1 f2 f3 f4 f1 f2 f3 f4 1.6. TÁBUA DE UMA OPERAÇÃO 19 Depois responda: (a) Qual é o elemento neutro? (b) Que elemento têm simétrico? (c) Quais são os valores dos compostos f 21 , f −1 2 , f 2 1 ◦ f−12 ◦ f 33 ? 6. Construa a tábua da operação de reunião sobre a famı́lia de conjuntos F = {A,B,C,D,E} sabendo que A ∪B = A, C ∪D = B, D ∪ E = D e E ∪ C = C. 7. Construa a tábua da operação de composição sobre o conjunto de funções E = {f1, f2, f3, f4}, sabendo que essas funções são de R2 em R2, dadas por: f1(x, y) = (x, y) f2(x, y) = (−x, y) f3(x, y) = (x,−y) f4(x, y) = (−x,−y) 8. Seja E = {0, 1}. Seja EE o conjunto das aplicações de E em E. Construa a tábua da operação de composição em EE. 9. Construa a tábua da operação de composição de funções em E = {f1, f2, f3, f4}, em que: f1 = {(a, a), (b, b), (c, c), (d, d), } = ( a b c d a b c d ) f2 = {(a, b), (b, c), (c, d), (d, a), } = ( a b c d b c d a ) f3 = {(a, c), (b, d), (c,a), (d, b), } = ( a b c d c d a b ) f4 = {(a, d), (b, a), (c, b), (d, c), } = ( a b c d d a b c ) Em Seguida, calcule: (a) f2 ◦ f3 ◦ f4 (b) (f3) 2 (c) (f2 ◦ f4)3 (d) (f3 ◦ f4)−1 (e) f−12 (f) f−12 ◦ f−13 Observação: A notação ( a b c d c d a b ) , por exemplo, indica que a imagem de a é c, de b é d, de c é a e de d é b. 20 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES 1.7 Operações em Zm Faremos agora um breve revisão de congruências módulo m, vamos relembrar de algumas definições para que possamos estabelecer o conjunto Zm. Definição 1.17. Seja m 6= 0 um inteiro fixo. Dois inteiros a e b dizem-se congruentes módulo m se, e somente se, m divide a diferença a− b. Equivalentemente a esta definição temos o seguinte resultado: Proposição 1.4. Seja m um inteiro fixo. Dois inteiros a e b são congruentes módulo m se, e somente se, eles têm como resto o mesmo inteiro quando dividimos por m. Definição 1.18. Uma relação R sobre um conjunto E não vazio é chamada relação de equivalência sobre E se, e somente se, R é reflexiva, simétrica e transitiva. Ou seja, R deve cumprir, respectivamente, as seguintes propriedades: i) se x ∈ E, então xRx; ii) se x, y ∈ E e xRy, então yRx; iii) se x, y, z ∈ E e xRy e yRz, então xRz. A relação de congruência módulo m (m ∈ Z, m > 1) sobreZ, é um relação de equi- valência, pois: ∀ a ∈ Z, a ≡ b (mod m) ∀ a, b ∈ Z, se a ≡ b (mod ), então b ≡ a (mod m) ∀ a, b, c ∈ Z, se a ≡ b (mod ) e b ≡ c (mod ), então a ≡ c (mod ). Um bom exerćıcio é mostrar que a relação de congruência módulo m é um relação de equivalência sobre Z. Como a relação de congruência módulo m é um relação de equivalência sobre Z, é natu- ral se perguntar: Quem são as classes de equivalências determinadas por elementos a ∈ Z? Lembrando que: Seja R uma relação de equivalência sobre E. Dado a ∈ E, chama-se classe de equi- valência determinada por a, módulo R, o subconjunto de E constitúıdo pelos elementos x tais que xRa. Em śımbolos ā = {x ∈ E | xRa}. Seja m ∈ Z, m > 1, a relação de congruência módulo m. Quem é a classe de equi- valência determinda por 0 e 1, módulo m? Por definição, é o conjunto de Z constituido pelos elementos x tais que x ≡ 0 (mod m) e x ≡ 1 (modm). Ou seja, 1.7. OPERAÇÕES EM ZM 21 0̄ = {∈ Z | x ≡ 0 (mod m)} = {x ∈ Z | m | (x− 0)} = {x ∈ Z | x = mq, q ∈ Z}. 1̄ = {∈ Z | x ≡ 1 (mod m)} = {x ∈ Z | m | (x− 1)} = {x ∈ Z | x− 1 = mq, q ∈ Z} = = {x ∈ Z | x = mq + 1, q ∈ Z}. Agora, dado a ∈ Z, como é ā? ā = {∈ Z | x ≡ a (mod m)} = {∈ Z | x = mq + a (mod m)}. Caso 0 ≤ a < m. ā é constitúıdo por elementos que deixam resto a, quando divididos por m. Caso a > m. Podemos efetuar a divisão euclidiana de a por m, obtendo quociente q e resto r. Temos a = mq + r e 0 ≤ r < m assim, a− r = mq =⇒ m | (a− r) =⇒ a ≡ r (mod m). Ou seja, conclúımos, que ā é constitúıdo de elementos que deixam o mesmo resto quando divididos por m. Note que ā = r̄, em que r é o resto da divisão de a por m. Como r ∈ {0, 1, 2, . . . ,m− 1}, vem: ā ∈ {0̄, 1̄, . . . ,m− 1}. Lembre que, toda relação de equivalência produz um conjunto quociente, que o con- junto das classes de equivalência módulo R e indicado por E/R. Seja R a relação de congruência módulo m sobre Z. Como é o conjunto quociente Z/R? Sabemos que {0̄, 1̄, . . . ,m− 1} ⊆ Z/R, acabamos de ver que, se a ∈ Z, então; ā ∈ {0̄, 1̄, . . . ,m− 1}, assim Z/R ⊆ {0̄, 1̄, . . . ,m− 1}. Logo, Z/R = {0̄, 1̄, . . . ,m− 1}. Para afirmarmos que Z/R tem m elementos devemos verificar que seus elementos são todos distintos. Para isto, suponhamos que existam duas classes, r̄ e s̄ iguais em {0̄, 1̄, . . . ,m− 1}, representadas por elementos r e s, podemos supor sem perda de gene- ralidade que r < s. Então r̄ = s̄ e 0 ≤ r < s < m. De r̄ = s̄ segue que r ≡ s (mod m) e, portanto m | (s− r). Como 0 < s− r < m, isso é absurdo. Conclúımos que Z/R = {0̄, 1̄, . . . ,m− 1} é constitúıdo por exatamente m elementos distintos dois a dois. 22 CAPÍTULO 1. OPERAÇÕES Como o conjunto Z/R = {0̄, 1̄, . . . ,m− 1} é muito importante em diversas áreas da matemática, existe uma notação especial para ele. Denotamos por Zm, isto é, Zm = {0̄, 1̄, . . . ,m− 1}. Seja m > 1 um inteiro, podemos definir a adição e multiplicação em Zm com segue: Definição 1.19. Dadas duas classes a, b ∈ Zm, chama-se soma a+ b a classe a+ b. Definição 1.20. Dadas duas classes a, b ∈ Zm, chama-se produto a · b a classe a · b. Lembrando que uma operação é uma aplicação, sendo assim sempre que definimos uma nova operação, temos que verificar se a tal operação está bem definida. Sejam a, a′, b, b′ ∈ Zm tais que a = a′ e b = b′, devemos verificar que: a+ b = a′ + b′ e a · b = a′ · b′. Isso mostar que a soma e o produto de classes não dependem da esoclha dos represen- tantes das classes. Garantindo que a+ b e a · b é única, ou seja, as aplicações estão bem definidas. Tais operações sobre Zm, são denomindas adição e multiplicação, respectiva- mente. Propriedades da Adição 1. Associativa: ∀ a, b, c ∈ Zm, temos a+ (b+ c) = (a+ b) + c. 2. Comutativa: ∀ a, b ∈ Zm, temos a+ b = b+ a. 3. Elemento Neutro: ∀ a ∈ Zm, temos, a+ 0 = a 4. Elementos Simetrizáveis: Dado a ∈ Zm, devemos encontrar a′ ∈ Zm tal que a+ a′ = 0. Mas, a + a′ = a+ a′ = 0, ou seja, a + a′ ≡ 0 (mod m) ou, a′ ≡ −a (modm), que é equivalente a dizer que a′ ≡ m− a (mod m). Portanto, a′ = m− a. Com isso, conclúımos que todo elemente a ∈ Zm é simetrizável para adição e seu simétrico é m− a. 1.7. OPERAÇÕES EM ZM 23 Propriedades da Multiplicação 1. Associativa: ∀ a, b, c ∈ Zm, temos a(bc) = (ab)c. 2. Comutativa: ∀ a, b ∈ Zm, temos ab = ba. 3. Elemento Neutro: ∀ a ∈ Zm, temos, a1 = a1 = a 4. Elementos Simetrizáveis: a ∈ Zm é simetrizável para a multiplicação se, e somente se, mdc(a,m) = 1. (=⇒) Seja a ∈ Zm um elemento iverśıvel. Existe, então, a′ ∈ Zm tal que aa′ = 1, assim aa′ = 1, com isso aa′ ≡ 1 (mod m), o que implica m | (aa′ − 1), ou seja, aa′ − 1 = mq para algum inteiro q e esta ultima igualdade pode ser reescrita como aa′ +m(−q) = 1 o que significa que mdc(a,m) = 1. (⇐=) Se mdc(a,m) = 1, então existem r, s ∈ Z tais que ar + ms = 1. Logo ar − 1 = m(−s), esta igualdade nos diz que m | (ar − 1), ou seja, ar ≡ 1 (mod m). Conclúımos então que ar = 1 ou ainda ar = 1, o que mostra que a é inverśıvel e r é seu inverso. Operações Conceitos preliminares Aplicações Operações Propriedades das Operações Parte Fechada Para uma Operação Tábua de uma operação Operações em Zm
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