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1 Ética no Setor Público 2 Quando se aborda a questão do conteúdo ético da conduta privada e pública no Brasil, logo deparamos, pelo menos, com duas formas complementares e recorrentes de ceticismo. De um lado, seríamos prisioneiros de uma história construída em cima da “cultura da transgressão”, o que significa dizer que a sociedade seria intrinsecamente leniente com múltiplas formas de desvio de conduta. Exemplos sempre citados são a tolerância com o contrabando e a pirataria, o desrespeito aos espaços públicos, o pagamento de propina para contornar exigências legais, o nepotismo, o compadrio. De outro lado, não menos inexorável seria a corrupção na esfera política, os “mensalões”, a manipulação das emendas ao orçamento, a troca de favores. Essa percepção transparece em inúmeras pesquisas de opinião. No limite, faz com que a sociedade brasileira se veja como uma das mais corruptas do mundo, e que as tentativas de moralização das relações entre cidadão e Estado sejam consideradas ingênuas e, portanto, fadadas ao insucesso. Trata-se, porém, de um grave reducionismo da complexidade da nossa organização social, econômica e política. 1. Introdução Nesse sentido, há um processo evolutivo contínuo no plano normativo, tanto na abordagem constitucional mais ampla, por meio dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência aplicáveis aos atos administrativos (art. 37), quanto na previsão específica de normas também constitucionais de substrato ético, como são exemplos a ação popular para anular ato lesivo à moralidade administrativa, as hipóteses de inelegibilidade para evitar influência do poder econômico ou abuso do cargo público, o sistema do mérito para provimento de cargos públicos, a restrição à livre nomeação para cargos em comissão, a vedação de acumulação de cargos públicos, a limitação de remuneração e as restrições impostas aos parlamentares para o exercício de determinados cargos no Executivo e para firmar contratos. Na administração pública, a ética tem sido um assunto bastante frequente e atual. Com efeito, certas condutas que recentemente eram consideradas normais na administração pública, tais como nepotismo, “valimento do cargo”, já não são mais aceitas. Sua ênfase deve-se tanto à conscientização dos cidadãos de que os agentes do Estado têm o dever de pautar suas condutas funcionais por padrões éticos quanto à exigência cada vez maior de estabelecer distinção entre o público e o privado. É certo que hoje, mais que nunca, tem-se consciência de que a coisa pública é de todos; não é coisa de ninguém. O Estado pertence aos cidadãos, e não àqueles que titulam o poder ou dele se apoderam. Quando se tira algo do Estado de forma indevida, lesam-se todos os seus cidadãos. Os agentes públicos devem estar a serviço do Estado, assim entendido o ente dotado de organização capaz de promover o equilíbrio das relações sociais. Por isso é que se diz que o servidor público deve estar a serviço do público, dos cidadãos e de toda a coletividade, enfim, do interesse público, e não a serviço dos seus interesses pessoais ou daqueles que lhe são próximos. Não mais se concebe que o indivíduo tome “posse” do cargo público e dele se apodere como uma propriedade particular, do qual pode tirar todos os proveitos possíveis, inclusive o do exercício do poder pelo poder e o da barganha de vantagens que possam traduzir-se em aumento do seu patrimônio ou do de seus familiares. Segundo Adolfo Sanches Vázquez, Ética é a ciência que tem a moral como objeto. Em termos mais singelos, Ética é a ciência da moral, da probidade, da moralidade. Ética tem origem no grego “ethos”, que significa modo de ser. A palavra moral vem do latim “mos” ou “morus”, ou seja, costume ou costumes. Etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas (praticamente se confudem), pois ambas indicam um tipo de comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é adquirido ou conquistado por hábito. A Ética é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em sociedade e está relacionada à Filosofia. Sua função é a mesma de qualquer teoria: explicar, esclarecer ou investigar determinada realidade, elaborando os conceitos correspondentes. 1.1 Ética Para Motta (1984) a palavra Ética é definida como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. Já com relação a Moral, Vasquez (1998) diz que é “um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”. Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabe formular juízo valorativo, mas, sim, explicar as razões da existência de determinada realidade e proporcionar a reflexão acerca dela. A moral é normativa e se manifesta concretamente nas diferentes sociedades como resposta a necessidades sociais; sua função consiste em regulamentar as relações entre os indivíduos e entre estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social. Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida”. O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade. "A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta".(VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7) Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: 1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas; 2. Ética é permanente, moral é temporal; 3. Ética é universal, moral é cultural; 4. Ética é regra, moral é conduta da regra; 5. Ética é teoria, moral é prática. A ética, nesse sentido basilar, é compreendida como uma visão utilitarista, ou seja, uma ação ou inação irão provocar um resultado. Ora, percebe-se que o utilitarismo, retratado pela ética, é visto diante de uma caso de omissão, pela qual o servidor ou pessoa que deixa de praticar algo vai gerar uma consequência a alguém, ou mesmo diante da prática de um ato também tem-se um resultado. 1.2 Ética, Princípios e Valores Há três maneiras importantes como a palavra ética é usada atualmente: Disciplina filosófica: Teórica/Reflexiva tendo por objetivo de estudo a moral ou moralidade. Ética Profissional: padrão a que determinado conjunto de pessoas está submetido na medida em que atua na sua profissão – médico, jornalista, administrador, etc. Ética no sentido Valorativo: quando dizemos de uma pessoa que ela é ética esamos, em geral, aprovando-a, isto é, estamos dizendo: essa pessoa age de forma correta, boa, aceitável. Quanto ao padrão ético do serviço público pode se dizer que ele decorre de sua própria natureza. Os valores fundamentais do serviço público decorrem primariamente do seu caráter público e de sua relação com o público. De um ponto de vista normativo (ou seja, do ponto de vista do “dever ser”, que é o que nos interessa aqui), podemos imaginar que o Estado (e a estrutura administrativa que o torna funcional) foi instituído com o propósito de realizar determinados fins daqueles que o instituíram.O princípio fundamental, do qual decorre a obrigação básica do serviço público, é que esse serviço é um “public trust”, isto é, envolve uma espécie de “depósito de confiança” por parte do público. O padrão ético do serviço público, assim, deve refletir, em seus valores, princípios, ideais e regras, a necessidade primária de honrar essa confiança. A necessidade do respeito a essa confiança depositada pelo público está implícita nos “princípios” da Administração Pública afirmados pela Constituição Federal. Há necessidade de se ressaltar também que, segundo a melhor doutrina, os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, as idéias centrais que norteiam a atuação da Administração Pública, regulando a validade de todos os atos por ela praticados. Por isso, devem ser respeitados em qualquer situação em que atue a Administração. Em outras palavras, os princípios administrativos são de observância obrigatória por todos os agentes públicos e são representativos, também, de um contexto ético. 1.3 Ética no ordenamento Constitucional Agente Penitenciário Federal Depto.Penitenciário Nacional – DEPEN Profº Alexandre Gomes 3 validade de todos os atos por ela praticados. Por isso, devem ser respeitados em qualquer situação em que atue a Administração. Em outras palavras, os princípios administrativos são de observância obrigatória por todos os agentes públicos e são representativos, também, de um contexto ético. Importante: Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, as idéias centrais que norteiam à atuação da Administração Pública, regulando a validade de todos os atos por ela praticados. São de observância obrigatória por todos os agentes públicos. Sendo assim, o ato que seja feito em disconformidade aos princípios constitucionais deverão ser anulados (atos inválidos), pela própria Administração que os produziu ou pelo Poder Judiciário. Nesse caso, anular um ato significa retirá-lo do ordenamento jurídico. Logo, a anulação produzirá efeitos retroativos (ex-tunc) à data de produção do ato. Jurisprudências do STF: "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial." (Súmula no 473) "A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos." (Súmula no 346) “Separação dos poderes. Possibilidade de análise de ato do Poder Executivo pelo Poder Judiciário. (...) Cabe ao Poder Judiciário a análise da legalidade e constitucionalidade dos atos dos três Poderes constitucionais, e, em vislumbrando mácula no ato impugnado, afastar a sua aplicação.” (AI 640.272-AgR) É importante registrar que os princípios tanto podem ser explícitos (o seu nome está taxativamente previsto em normas jurídicas) como implícitos (a sua aplicação está prevista em normas jurídicas). Os princípios que regem a Administração Pública são exemplos de princípios explícitos no sistema constitucional pátrio, previstos no art. 37 da CF/88, nos seguintes termos: CF/88, art. 37: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade...” Assim, percebemos que os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em cinco regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência - “LIMPE”. Todos os princípios se equivalem juridicamente, isto é, não há hierarquia entre eles. Sempre incidirão de forma conjunta e harmônica. Por exemplo, a Administração não pode, sob alegação de uma atuação mais eficiente, praticar atos não previstos em lei. Ou seja, o princípio da eficiência não pode opor exceção ao da legalidade. Vamos ver de forma sintética cada um deles. Lembrando que o estudo dos princípios caberá à disciplina de Direito Constitucional. CURSO ON-LINE ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFC-CGU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 6 permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Se você não os conhecia, pode chamá-los de “LIMPE”. Princípios da Administração Pública (CF/88, art. 37) Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Atenção: Há questões de prova cujo enunciado cita apenas três ou quatro desses princípios como sendo aplicáveis à administração pública. Por exemplo: a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade. Se vocês se deparassem com essa afirmativa em uma prova, marcariam V ou F? Tenho certeza que todos aqui marcariam verdadeiro. É isso mesmo! Parabéns! O item estaria corretíssimo! Não o seria, porém, se houvesse alguma palavra com significado restritivo (somente, apenas, exclusivamente...). Ou seja, se a nossa questão hipotética afirmasse que a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá, somente (apenas, exclusivamente), aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade, consideraríamos o item como falso. Importante: Os princípios enumerados no art. 37 da CF/88 (“LIMPE”) são de observância obrigatória para os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, quando no exercício de atividades administrativas, e em todas as esferas da federação (U, E, DF e M), alcançando a Administração Direta e a Indireta. Sendo assim, o ato que seja feito em disconformidade aos princípios constitucionais deverão ser anulados (atos inválidos), pela própria Administração que os produziu ou pelo Poder Judiciário. Nesse caso, anular um ato significa retirá-lo do ordenamento jurídico. Logo, a anulação produzirá efeitos retroativos (ex-tunc) à data de produção do ato. Agente Penitenciário Federal Depto.Penitenciário Nacional – DEPEN Profº Alexandre Gomes 3 validade de todos os atos por ela praticados. Por isso, devem ser respeitados em qualquer situação em que atue a Administração. Em outras palavras, os princípios administrativos são de observância obrigatória por todos os agentes públicos e são representativos, também, de um contexto ético. Importante: Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, as idéias centrais que norteiam à atuação da Administração Pública, regulando a validade de todos os atos por ela praticados. São de observância obrigatória por todos os agentes públicos. Sendo assim, o ato que seja feito em disconformidade aos princípios constitucionais deverão ser anulados (atos inválidos), pela própria Administração que os produziu ou pelo Poder Judiciário. Nesse caso, anular um ato significa retirá-lo do ordenamento jurídico. Logo, a anulação produzirá efeitos retroativos (ex-tunc) à data de produção do ato. Jurisprudências do STF: "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial." (Súmula no 473) "A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos." (Súmula no 346) “Separação dos poderes. Possibilidade de análise de ato do Poder Executivo pelo Poder Judiciário. (...) Cabe ao Poder Judiciário a análise da legalidade e constitucionalidade dos atos dos três Poderes constitucionais, e, em vislumbrando mácula no ato impugnado, afastar a sua aplicação.”(AI 640.272-AgR) É importante registrar que os princípios tanto podem ser explícitos (o seu nome está taxativamente previsto em normas jurídicas) como implícitos (a sua aplicação está prevista em normas jurídicas). Os princípios que regem a Administração Pública são exemplos de princípios explícitos no sistema constitucional pátrio, previstos no art. 37 da CF/88, nos seguintes termos: CF/88, art. 37: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade...” Assim, percebemos que os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em cinco regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência - “LIMPE”. Todos os princípios se equivalem juridicamente, isto é, não há hierarquia entre eles. Sempre incidirão de forma conjunta e harmônica. Por exemplo, a Administração não pode, sob alegação de uma atuação mais eficiente, praticar atos não previstos em lei. Ou seja, o princípio da eficiência não pode opor exceção ao da legalidade. Vamos ver de forma sintética cada um deles. Lembrando que o estudo dos princípios caberá à disciplina de Direito Constitucional. CURSO ON-LINE ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFC-CGU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 6 permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Se você não os conhecia, pode chamá-los de “LIMPE”. Princípios da Administração Pública (CF/88, art. 37) Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Atenção: Há questões de prova cujo enunciado cita apenas três ou quatro desses princípios como sendo aplicáveis à administração pública. Por exemplo: a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade. Se vocês se deparassem com essa afirmativa em uma prova, marcariam V ou F? Tenho certeza que todos aqui marcariam verdadeiro. É isso mesmo! Parabéns! O item estaria corretíssimo! Não o seria, porém, se houvesse alguma palavra com significado restritivo (somente, apenas, exclusivamente...). Ou seja, se a nossa questão hipotética afirmasse que a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá, somente (apenas, exclusivamente), aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade, consideraríamos o item como falso. Importante: Os princípios enumerados no art. 37 da CF/88 (“LIMPE”) são de observância obrigatória para os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, quando no exercício de atividades administrativas, e em todas as esferas da federação (U, E, DF e M), alcançando a Administração Direta e a Indireta. É importante registrar que os princípios tanto podem ser explícitos (o seu nome está taxativamente previsto em normas jurídicas) como implícitos (a sua aplicação está prevista em normas jurídicas). Os princípios que regem a Administração Pública são exemplos de princípios explícitos no sistema constitucional pátrio, previstos no art. 37 da CF/88, nos seguintes termos: Agente Penitenciário Federal Depto.Penitenciário Nacional – DEPEN Profº Alexandre Gomes 3 validade de todos os atos por ela praticados. Por isso, devem ser respeitados em qualquer situação em que atue a Administração. Em outras palavras, os princípios administrativos são de observância obrigatória por todos os agentes públicos e são representativos, também, de um contexto ético. Importante: Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, as idéias centrais que norteiam à atuação da Administração Pública, regulando a validade de todos os atos por ela praticados. São de observância obrigatória por todos os agentes públicos. Sendo assim, o ato que seja feito em disconformidade aos princípios constitucionais deverão ser anulados (atos inválidos), pela própria Administração que os produziu ou pelo Poder Judiciário. Nesse caso, anular um ato significa retirá-lo do ordenamento jurídico. Logo, a anulação produzirá efeitos retroativos (ex-tunc) à data de produção do ato. Jurisprudências do STF: "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial." (Súmula no 473) "A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos." (Súmula no 346) “Separação dos poderes. Possibilidade de análise de ato do Poder Executivo pelo Poder Judiciário. (...) Cabe ao Poder Judiciário a análise da legalidade e constitucionalidade dos atos dos três Poderes constitucionais, e, em vislumbrando mácula no ato impugnado, afastar a sua aplicação.” (AI 640.272-AgR) É importante registrar que os princípios tanto podem ser explícitos (o seu nome está taxativamente previsto em normas jurídicas) como implícitos (a sua aplicação está prevista em normas jurídicas). Os princípios que regem a Administração Pública são exemplos de princípios explícitos no sistema constitucional pátrio, previstos no art. 37 da CF/88, nos seguintes termos: CF/88, art. 37: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade...” Assim, percebemos que os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em cinco regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência - “LIMPE”. Todos os princípios se equivalem juridicamente, isto é, não há hierarquia entre eles. Sempre incidirão de forma conjunta e harmônica. Por exemplo, a Administração não pode, sob alegação de uma atuação mais eficiente, praticar atos não previstos em lei. Ou seja, o princípio da eficiência não pode opor exceção ao da legalidade. Vamos ver de forma sintética cada um deles. Lembrando que o estudo dos princípios caberá à disciplina de Direito Constitucional. CURSO ON-LINE ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFC-CGU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 6 permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Se você não os conhecia, pode chamá-los de “LIMPE”. Princípios da Administração Pública (CF/88, art. 37) Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Atenção: Há questões de prova cujo enunciado cita apenas três ou quatro desses princípios como sendo aplicáveis à administração pública. Por exemplo: a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade. Se vocês se deparassem com essa afirmativa em uma prova, marcariam V ou F? Tenho certeza que todos aqui marcariam verdadeiro. É isso mesmo! Parabéns! O item estaria corretíssimo! Não o seria, porém, se houvesse alguma palavra com significado restritivo (somente, apenas, exclusivamente...). Ou seja, se a nossa questão hipotética afirmasse que a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá, somente (apenas, exclusivamente), aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade, consideraríamos o item como falso. Importante: Os princípios enumerados no art. 37 da CF/88(“LIMPE”) são de observância obrigatória para os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, quando no exercício de atividades administrativas, e em todas as esferas da federação (U, E, DF e M), alcançando a Administração Direta e a Indireta. Assim, percebemos que os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em cinco regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência - “LIMPE”. Todos os princípios se equivalem juridicamente, isto é, não há hierarquia entre eles. Sempre incidirão de forma conjunta e harmônica. Por exemplo, a Administração não pode, sob alegação de uma atuação mais eficiente, praticar atos não previstos em lei. Ou seja, o princípio da eficiência não pode opor exceção ao da legalidade. Vamos ver de forma sintética cada um deles. Lembrando que o estudo dos princípios caberá à disciplina de Direito Constitucional. Agente Penitenciário Federal Depto.Penitenciário Nacional – DEPEN Profº Alexandre Gomes 3 validade de todos os atos por ela praticados. Por isso, devem ser respeitados em qualquer situação em que atue a Administração. Em outras palavras, os princípios administrativos são de observância obrigatória por todos os agentes públicos e são representativos, também, de um contexto ético. Importante: Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, as idéias centrais que norteiam à atuação da Administração Pública, regulando a validade de todos os atos por ela praticados. São de observância obrigatória por todos os agentes públicos. Sendo assim, o ato que seja feito em disconformidade aos princípios constitucionais deverão ser anulados (atos inválidos), pela própria Administração que os produziu ou pelo Poder Judiciário. Nesse caso, anular um ato significa retirá-lo do ordenamento jurídico. Logo, a anulação produzirá efeitos retroativos (ex-tunc) à data de produção do ato. Jurisprudências do STF: "A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial." (Súmula no 473) "A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos." (Súmula no 346) “Separação dos poderes. Possibilidade de análise de ato do Poder Executivo pelo Poder Judiciário. (...) Cabe ao Poder Judiciário a análise da legalidade e constitucionalidade dos atos dos três Poderes constitucionais, e, em vislumbrando mácula no ato impugnado, afastar a sua aplicação.” (AI 640.272-AgR) É importante registrar que os princípios tanto podem ser explícitos (o seu nome está taxativamente previsto em normas jurídicas) como implícitos (a sua aplicação está prevista em normas jurídicas). Os princípios que regem a Administração Pública são exemplos de princípios explícitos no sistema constitucional pátrio, previstos no art. 37 da CF/88, nos seguintes termos: CF/88, art. 37: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade...” Assim, percebemos que os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em cinco regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência - “LIMPE”. Todos os princípios se equivalem juridicamente, isto é, não há hierarquia entre eles. Sempre incidirão de forma conjunta e harmônica. Por exemplo, a Administração não pode, sob alegação de uma atuação mais eficiente, praticar atos não previstos em lei. Ou seja, o princípio da eficiência não pode opor exceção ao da legalidade. Vamos ver de forma sintética cada um deles. Lembrando que o estudo dos princípios caberá à disciplina de Direito Constitucional. CURSO ON-LINE ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFC-CGU TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: ANDERSON LUIZ Prof. Anderson Luiz www.pontodosconcursos.com.br 6 permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Se você não os conhecia, pode chamá-los de “LIMPE”. Princípios da Administração Pública (CF/88, art. 37) Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Atenção: Há questões de prova cujo enunciado cita apenas três ou quatro desses princípios como sendo aplicáveis à administração pública. Por exemplo: a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade. Se vocês se deparassem com essa afirmativa em uma prova, marcariam V ou F? Tenho certeza que todos aqui marcariam verdadeiro. É isso mesmo! Parabéns! O item estaria corretíssimo! Não o seria, porém, se houvesse alguma palavra com significado restritivo (somente, apenas, exclusivamente...). Ou seja, se a nossa questão hipotética afirmasse que a administração pública direta ou indireta de todas as esferas de governo obedecerá, somente (apenas, exclusivamente), aos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade, consideraríamos o item como falso. Importante: Os princípios enumerados no art. 37 da CF/88 (“LIMPE”) são de observância obrigatória para os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, quando no exercício de atividades administrativas, e em todas as esferas da federação (U, E, DF e M), alcançando a Administração Direta e a Indireta. Princípio da Legalidade O princípio da legalidade, que é uma exigência decorrente do Estado de Direito, estabelece que toda atividade administrativa só poderá ser exercida em conformidade absoluta com a lei. Caso contrário, a atividade será ilícita. Esse significado não é o mesmo quando o princípio se aplica aos particulares. Pois, enquanto a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei permite, o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Princípio da Impessoalidade O princípio da impessoalidade pode ser interpretado de cinco maneiras, a saber: relacionado ao princípio da finalidade; relacionado ao princípio da isonomia; relacionado à vedação à promoção pessoal; relacionado aos institutos do impedimento e suspensão; e relacionado à responsabilidade objetiva da Administração Pública. Princípio da Moralidade O princípio da moralidade admite três interpretações: impõe ao agente público o dever de atuação ética (princípio da probidade); exige a aplicação das leis pelos agentes de modo a alcançar os valores nelas consagrados; e admite os costumes administrativos como fonte de Direito. Princípio da Publicidade O princípio da publicidade pode ser interpretado de duas maneiras. Na primeira delas, faz referência ao princípio da publicação oficial dos atos administrativos. Na segunda, refere-se ao princípio da transparência. Princípio da Eficiência O princípio da eficiência, que integra o caput do art. 37 da Constituição Federal por força da Emenda Constitucional nr 19/98 (“reforma administrativa”), trouxe para a Administração Pública o dever expresso de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento. Tem por objetivo assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação às necessidades da sociedade. Ou seja, a atividade administrativa deve ser desempenhada com eficiência para que seus propósitos sejam atingidos com celeridade e dinamismo, de modo afastar a idéia de burocracia (administração burocrática). Nesse contexto, a atividade administrativa privilegia a aferição de resultados, identificando-se, por isso,com a administração gerencial. Concluindo, os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, as idéias centrais que norteiam a atuação da Administração Pública, regulando a validade de todos os atos por ela praticados. São de observância obrigatória por todos os agentes públicos. Comportamento Profissional A ética está diretamente relacionada ao padrão de comportamento do indivíduo e dos profissionais. A elaboração das leis serve para orientar o comportamento dos indivíduos frente às necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de comportamento. Desta forma, outro ponto importante, que é a cultura entrando no contexto, ficando claro que não há cultura no sentido de quantidade de conhecimento adquirido, mas sim, a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social e do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano. Este é o ponto fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando se trata da ética no serviço público. 1.4 Ética no Serviço Público Para que ética? Os padrões são necessários para manter o mínimo de coesão e estabilidade na comunidade. No caso específico do serviço público, o padrão é requisito para garantir a confiança do público. Existe uma relação entre a confiança depositada e a eficiência e eficácia do serviço prestado. Organização do Trabalho O conceito de organização do trabalho procura analisar se os diferentes elementos de uma organização trabalham em conjunto, funcionam de forma eficiente e focalizam as necessidades de ambos, clientes e prestadores de serviços. Uma melhor organização do trabalho exige muitas vezes pequenas mudanças de um processo ou procedimento que resolvem importantes problemas relacionados ao trabalho. Por exemplo, a redistribuição de carga de trabalho entre vários prestadores de serviços, a eliminação de passos desnecessários nos procedimentos, ou a realização de certas tarefas ao mesmo tempo (ao invés de uma de cada vez) podem melhorar o nível dos serviços e economizar tempo e recursos. O conceito de organização no trabalho pode ajudar a tratar de alguns elementos chaves que, se negligenciados, interferirão com a facilidade de acesso e a qualidade dos serviços. Os elementos são: 1 – Uso de práticas baseadas em evidências: Aplicar a orientação com base em impactos já demonstrados e eliminar barreiras desnecessárias nos procedimentos. 2 – Capacidade de adaptação: Ser flexível para enfrentar as mudanças de condições comuns na prestação de serviços. 3 – Ligações com outros serviços e locais: Melhoria dos sistemas internos e externos de referência dos usuários do serviço. 4 – Maximização do uso de informações: Coleta, registro, comunicação e aplicação das informações mais corretas e da forma mais eficaz. 5 – Fatores físicos: Estímulo ao pessoal para ser mais criativo no uso do espaço disponível nas unidades de serviço e para garantir a existência de suprimentos. 6 – Horário e programa dos serviços: Adaptação do horário de funcionamento do serviço, da programação e do acompanhamento de forma a atender as necessidades tanto dos usuários do serviço como dos servidores. 7 – Fluxo dos usuários: Redução dos tempos de espera e melhoria dos esquemas de circulação, dosando e ajustando o volume e o fluxo dos usuários. 8 – Divisão e definição do trabalho: Definição muito clara das responsabilidades e funções do pessoal, das linhas de comando e das estruturas de gestão. 9 – Fatores sociais: Exercer liderança, motivar e encorajar o desenvolvimento de habilidades e relações humanas positivas. Atitudes e Prioridades em Serviço As atitudes de um profissional no exercício de suas funções devem ser pautadas no seu comportamento ético. A prioridade no serviço deve ser a satisfação e o bem-estar do atendido. Nesse contexto, o decreto n° 1.171 de 22 de junho de 1994 (aprova o código de ética profissional do servidor público civil do poder executivo federal) pontua o padrão ético do servidor público (veremos mais adiante). O Código de Ética trás as chamadas Regras Deontológicas, ou seja, os valores que devem nortear tanto o servidor quanto o serviço público. Conflito de interesse no serviço público é uma expressão de sentido bastante amplo que abrange situações das mais diversas, sempre relacionadas com a influência que interesses privados podem exercer sobre a conduta funcional do servidor público. Não existe no Brasil uma norma legal que defina conflito de interesses e seja aplicável a todos os servidores públicos. Também não existe uma norma que estabeleça o dever do agente público de não se colocar em situação que possa configurar conflito de interesses. Há, porém, normas que regulam condutas específicas, as quais, embora não façam referência expressa à questão do conflito de interesses, deixam evidente que esse é o objetivo delas. O Código de Conduta da Alta Administração Federal é um Código que tem como finalidade principal regular a questão do conflito de interes- ses, mas não o define. Ademais, é bastante reduzido o número de agentes públicos a ele submetidos, haja vista sua aplicação estar limitada às altas autoridades do Poder Executivo Federal. 23 1.5 - Conflito de Interesse A Comissão de Ética Pública da Presidência da República editou a Resolução Interpretativa no 8, de 25 de setembro de 2003, com o objetivo de orientar as autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Admi- nistração para que identifiquem situações que possam suscitar conflito de interesses. De acordo com essa resolução, suscita conflito de interesses o exercício de atividade que: a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo ou função pública da autoridade, como tal considerada, inclusive a atividade desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência funcional; b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança que exige a precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras atividades; c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica, ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva da autoridade; d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não seja de conhecimento público; e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, da 24 Pode-se observar que a Comissão de Ética Pública optou por indicar situações passíveis de configurar conflito de interesses em vez de apresentar um conceito do que seja esse tipo de conflito. Tal opção, conquanto facilite a identificação das situações capazes de gerar conflito de interesses, não alcança o universo delas. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) define “conflito de interesses” como uma situação que “envolve um conflito entre o dever público e o interesse privado de um agente público, em que este tem interesses no setor privado que podem influenciar, indevidamente, o desempenho de suas obrigações e responsabilidades oficiais”. Essa definição está focada na questão do interesse patrimonial privado em contraposição ao interesse público. Logo, ela não alcança todas as formas de conflito de interesses, porque a existência de interesse patrimonial privado não é condição necessária à configuração de uma situação de conflito de interesses no serviço público. 25 O interesse pessoal do agente público, que pode contrapor-se ao interesse público, não precisa ser, necessariamente, de natureza patrimonial. Ele pode ter outra natureza e apresentar-se, inclusive, dissimulado por um suposto interessepúblico, como ocorre quando um agente público investido de poderes para tomar decisão que afeta interesse de órgão público que tenha, sob sua esfera de poder, caso específico de interesse daquele agente. É o caso, por exemplo, de um parlamentar que é designado relator de um projeto de lei de interesse da magistratura, mas contra ele existe ação penal pendente de julgamento. Nessa hipótese, não há um interesse patrimonial que influencie a atuação do parlamentar como agente público. Há, isto sim, conflito entre seu interesse pessoal de livrar-se da ação penal e de uma possível condenação criminal e o interesse público que justifica o projeto de lei do qual ele é relator. Sabe-se que os poderes de um relator são bem maiores que os dos demais parlamentares. 26 Portanto, é sob o ângulo mais abrangente possível que deve ser vista e analisada a questão do conflito de interesses no serviço público. E não se pode pensar em ética no serviço público sem levar em consideração a questão do conflito de interesses, que não se limita ao tráfico da função pública ou ao uso do cargo público para atender a interesses particulares. Ele adquire maior relevância na medida em que provoca a degeneração dos valores colocados como primados maiores da Administração Pública, tais como moralidade, impessoalidade, imparcialidade, igualdade e transparência dos atos de gestão da coisa pública. Conflito de interesses, portanto, é um dos aspectos, e, certamente, o mais importante deles, que envolve a questão da ética no serviço público. 27 Como afirmado, no Brasil ainda não existe um ato normativo, com força de lei, que estabeleça a definição de conflito de interesses. Há, no entanto, vários atos legais e regulamentares cujas disposições, no todo ou em parte, têm por finalidade reprimir ou prevenir a ocorrência desse tipo de conflito, embora nem sempre lhe façam referência expressa. Apresentamos, a seguir, alguns desses atos mais relevantes para nosso estudo. 28 1.5.1 - Conflitos de Interesse - Atos Normativos e Assuntos Regulados Código de Conduta da Alta Administração Federal O Código de Conduta da Alta Administração Federal foi instituído em agosto de 2000 e constitui “um conjunto de normas ao qual a pessoa nomeada pelo Presidente da República para um cargo de primeiro escalão da Administração Federal deve aderir”. Trata-se, portanto, de um código de adesão cuja transgressão “não necessariamente implicará violação de lei, mas tão somente descumprimento do compromisso pessoal e moral assumido pelo administrador”. A finalidade principal desse código é disciplinar a questão do conflito de interesses, visando a evitar ou minimizar sua ocorrência. Por isso, nele estão regulados os assuntos relacionados a seguir. Situação patrimonial que possa gerar conflito de interesses Participação societária em empresa privada Atividade paralela à do serviço público Proposta de trabalho ou de negócio futuro Atividades após deixar o cargo público Participação em congressos, seminários e outros eventos Recebimento de presentes 29 Código de Ética do Servidor Civil do Poder Executivo Federal O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal foi instituído em 1994, mediante Decreto n 1.171, com a finalidade de estabelecer princípios e valores relativos à moralidade no serviço público e exortar os servidores públicos a manterem o respeito pelos cidadãos que pagam impostos e demandam serviços da Administração Pública. Sua edição decorreu de sugestões apresentadas pela Comissão Especial instituída pelo Decreto n 1.001, de 6 de dezembro de 1993, a qual foi criada em razão dos incidentes que levaram ao impeachment do ex-Presidente Fernando Collor de Melo e, também, do que restou apurado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Orçamento. O relatório da CPMI do Orçamento apontou a existência de grupos de interesse que atuavam no Poder Legislativo fazendo indicação de emendas ao Orçamento da União, as quais tinham por finalidade propiciar o desvio e a apropriação de recursos públicos. Após a aprovação dessas emendas pelo Congresso Nacional, esses grupos cuidavam, perante o Poder Executivo, para que a verba respectiva fosse descontingenciada e liberada. 30 São destinatários desse Código todos os servidores da Administração Pública federal direta e indireta, inclusive das empresas públicas e das sociedades de economia mista. Dentre os assuntos regulados destacam-se o tráfico de influência, o recebimento de vantagem indevida (corrupção) e o uso de informação privilegiada, temas diretamente relacionados à questão do conflito de interesses. Registre-se que os outros temas aqui discutidos, ligados à questão do conflito de interesses, tais como participação societária em empresa privada, exercício de atividade paralela à do serviço público, proposta de trabalho ou de negócio futuro e restrições posteriores ao exercício do cargo, não são tratados por esse Código. Vejamos os assuntos que falam de conflito de interesse relacionados a seguir. •Tráfico de influência •Recebimento de vantagem indevida •Uso de informação privilegiada 31 Lei da Improbidade Administrativa A Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, denominada Lei da Improbidade Administrativa, foi editada com a finalidade de dar efetividade ao princípio da moralidade na Administração Pública, estabelecido no art. 37 da Constituição Federal. Trata-se de uma lei geral nacional, aplicável a todos os agentes públicos dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. É o ato normativo de estatura legal que possui o mais forte conteúdo ético no ordenamento jurídico brasileiro. Essa Lei especifica uma série de condutas qualificadas como atos ímprobos, porque contrários à probidade e à moralidade no serviço público. Essas condutas estão divididas em três grupos: as que caracterizam enrique- cimento ilícito, as que causam prejuízo ao erário e as que violam os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. Todas elas possuem forte conteúdo ético, mesmo porque a probidade na Administração Pública, por ser decorrência necessária da moralidade administrativa, constitui objeto da ética. 32 Relacionamos a seguir algumas condutas reguladas por essa Lei cujos dispositivos, conquanto não façam referência expressa à questão do conflito de interesses, deixam evidente ser essa a finalidade deles. Recebimento de vantagem econômica indevida Recebimento de hospitalidade e outras vantagens Atividade paralela à do serviço público Tráfico de influência Uso de informação privilegiada 33 Código Penal brasileiro – crimes contra a Administração Pública Em 1940, o Código Penal brasileiro instituído pelo Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro desse ano, já qualificava como crime, à época da sua edição, várias condutas comprometedoras da ética no serviço público, tituladas como crimes contra a Administração Pública. Mais recentemente, em razão, especialmente, das convenções internacionais assinadas pelo Brasil, as quais têm por finalidade combater a corrupção de funcionários públicos, outras condutas foram incluídas no rol desses crimes. Dentre as condutas que o Código Penal, desde sua edição original, já qualificava como crimes contra a Administração Pública e que têm relação direta com a questão do conflito de interesses, destaca-se a corrupção passiva, a concussão, o tráfico de influência e a advocacia administrativa. 34 As condutas que foram acrescentadas a esse rol, mediante a edição de atos mais recentes, são: corrupção ativa em transação comercial internacional e tráfico de influência em transação comercial internacional. Vejamos a relação de conflitos de interessa. Corrupção passivaConcussão Corrupção ativa em transação comercial internacional Tráfico de influência Tráfico de influência em transação comercial internacional Advocacia administrativa 35 Lei de Licitações e Contratos na Administração Pública A Lei no 8.666, de 23 de junho de 1993, estabelece normas para licitações e contratos nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Visa a garantir a lisura do processo de aquisição de bens e serviços pela Administração Pública. Possui normas relacionadas à questão do conflito de interesses, a seguir mencionadas. •Fornecimento de bens e serviços •Patrocínio de interesse privado (tráfico de influência) 36 Estatuto do Funcionário Público Federal (Lei no 8.112/1990) A Lei Federal no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, denominada Lei do Regime Jurídico Único, é o estatuto que rege a situação jurídica dos funcionários públicos federais da administração direta (Presidência da República e Ministérios), das autarquias e das fundações públicas federais, bem como dos servidores dos Poderes Judiciário e Legislativo, e, também, do Ministério Público da União. A expressão “servidores”, aqui empregada, não inclui os “membros” dos referidos Poderes e do Ministério Público da União. A estes somente se aplica essa Lei de forma subsidiária e suplementar. 37 Membros do Poder Judiciário são os titulares de cargo de magistrado (juízes, desembargadores e ministros dos tribunais superiores). Membros do Poder Legislativo são os deputados e os senadores. Membros do Ministério Público da União são os titulares dos cargos de procurador e promotor. A Lei no 8.112/1990, na seção que trata dos deveres dos funcionários públicos, estabelece algumas regras que têm por finalidade evitar ou reprimir situações de conflito de interesses. Essas regras são apresentadas a seguir. Gerência ou administração de empresa privada Representação de interesses privados Recebimento de vantagem de qualquer espécie 38 01.[Assist. Adm.-(NI)-(GA)-(CA)-(T1)-PM-MG/2012-FCC].(Q.26) Considerando a ética no “trato da coisa pública”, a Administração Pública prevê que são deveres do funcionário a) notificar aos pais a ausência do professor antes do aluno entrar na escola. b) registrar toda e qualquer dúvida apresentada pelo representante legal do aluno. c) zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado. d) avaliar a procedência da queixa do usuário antes de encaminhá-la a seu superior. 02.[Assist. Adm.-(NI)-(GA)-(CA)-(T1)-PM-MG/2012-FCC].(Q.27) Em relação à ética na Administração Pública, a Constituição Federal brasileira estabelece que a Administração Pública direta ou indireta obedecerá, dentre outros, aos princípios de a) lealdade e autoridade. b) legalidade e moralidade. c) liberdade e credibilidade. d) disponibilidade e pessoalidade. Letra C 3. Questões FCC Letra B 03.[Perito Médico Previdenciário-(CA01)-(T1)-INSS/2012-FCC].(Q.16) Manoel, servidor público civil do Poder Executivo Federal, está sendo investigado para apuração de eventual infração ética. Nos termos do Decreto nº 6.029/2007, Manoel tem o direito de saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, a) no recinto da Comissão de Ética, mesmo que ainda não tenha sido notificado da existência do procedimento investigatório. b) no recinto da Comissão de Ética, porém, apenas se tiver sido devidamente notificado da existência do procedimento investigatório. c) dentro ou fora da Comissão de Ética, mesmo que ainda não tenha sido notificado da existência do procedimento investigatório. d) dentro ou fora da Comissão de Ética, porém, apenas se tiver sido devidamente notificado da existência do procedimento investigatório. e) no recinto da Comissão de Ética, não estando, no entanto, incluído em tal direito o de obter cópia dos autos. Letra A 04.[Perito Médico Previdenciário-(CA01)-(T1)-INSS/2012-FCC].(Q.17) No que concerne à Comissão de Ética Pública – CEP, consoante as disposições previstas no Decreto nº 6.029/2007, pode-se afirmar que a) contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada ao Ministério da Justiça, à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão. b) seus integrantes serão designados para mandatos de três anos, não coincidentes, sendo vedada recondução. c) a atuação no âmbito da CEP enseja remuneração a seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público. d) compete-lhe, dentre outras atribuições, dirimir dúvidas a respeito de interpretação das normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal, deliberando sobre casos omissos. e) deve observar, dentre outros princípios, a proteção à identidade do denunciante, que deverá sempre ser mantida sob reserva. Letra D 05.[Perito Médico Previdenciário-(CA01)-(T1)-INSS/2012-FCC].(Q.18) Considere duas hipóteses: I. Fernanda, servidora pública civil do Poder Executivo Federal, tem sido vista embriagada, habitualmente, em diversos locais públicos, como eventos, festas e reuniões. II. Maria, também servidora pública civil do Poder Executivo Federal, alterou o teor de documentos que deveria encaminhar para providências. Nos termos do Decreto nº 1.171/1994, a) ambas as servidoras públicas não se sujeitam às disposições previstas no Decreto nº 1.171/1994. b) apenas o fato descrito no item II constitui vedação ao servidor público; o fato narrado no item I não implica vedação, vez que a lei veda embriaguez apenas no local do serviço. c) apenas o fato descrito no item I constitui vedação ao servidor público, desde que ele seja efetivo. d) ambos os fatos não constituem vedações ao servidor público, embora possam ter implicações em outras searas do Direito. e) ambos os fatos constituem vedações ao servidor público. Letra E 06.[Perito Médico Previdenciário-(CA01)-(T1)-INSS/2012-FCC].(Q.19) Nos termos do Decreto nº 1.171/1994, a pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação a) não é necessária para a aplicação da pena; no entanto, exige-se ciência do faltoso. b) constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. c) constará do respectivo parecer, assinado apenas pelo Presidente da Comissão, com ciência do faltoso. d) não é necessária para a aplicação da pena, sendo dispensável também a ciência do faltoso. e) constará do respectivo parecer, assinado apenas pelo Presidente da Comissão, sendo dispensável a ciência do faltoso. Letra B 07.[Perito Médico Previdenciário-(CA01)-(T1)-INSS/2012-FCC].(Q.20) Nos termos do Decreto nº 6.029/2007, o procedimento para a apuração de infração ética deve ser mantido com a chancela de “reservado”. Sobre o prazo em que deve ser mantida tal chancela, pode-se afirmar que a) após a apresentação da defesa pelo investigado, é possível a supressão da chancela de “reservado”. b) é possível que, a qualquer momento, ainda que antes da conclusão do procedimento, seja retirada tal chancela. c) a condição de reservado deve ser mantida até a conclusão do procedimento e deliberação da respectiva Comissão de Ética do órgão ou entidade ou da CEP. d) tal condição deve ser mantida até a conclusão do procedimento, independentemente de qualquer deliberação da respectiva Comissão de Ética do órgão ou entidade ou da CEP. e) após concluída a fase probatória, é possível a supressão da chancela de “reservado”. Letra C 08.[Téc. Seg. Social-(CB02)-(T1)-INSS/2012-FCC].(Q.1) João, servidor público federal, é membro de Comissão de Ética de determinado órgão do Poder Executivo Federal e foi acusado do cometimento de infração de natureza ética. Nesta hipótese, a infração ética será apurada a) peloMinistério da Justiça. b) pelo Presidente da República. c) pelo Ministro Chefe da Casa Civil. d) pela Comissão de Ética Pública. e) pela própria Autarquia Federal a que está vinculado. 09. [Téc. Secretariado-(NMT)-UFMT/2013.2].(Q.25) De acordo com o Decreto N.º 1.171, de 22 de junho de 1994, é uma regra deontológica: a) Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva. b) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deve encaminhar para providências. c) O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. d) A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer. Letra D Letra C 10. [Assistente Social-(NS)-UFMT/2013.2].(Q.26) Em relação às regras deontológicas do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil (Decreto N.º 1.171/1994), marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) Os atos e fatos verificados na conduta do dia a dia na vida privada do servidor público não interferem no seu bom conceito na vida profissional. ( ) O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. ( ) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público descaracterizam a disciplina na organização pública. ( ) Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. Assinale a sequência correta. a) V, F, V, F b) F, F, V, V c) V, V, F, V d) F, V, F, V Letra D 11. [Anal. Sup. II-(Contador)-(C12)-(T1)-INFRAERO/2011.2-FCC].(Q.23) Considere as seguintes assertivas atinentes ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal: I. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. II. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, não se integra na vida particular de cada servidor público. III. Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. IV. Os repetidos erros do servidor, seu descaso e o acúmulo de desvios tornam- se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. Está correto o que consta em a) II e III, apenas. c) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas. d) I e IV, apenas. Letra C 12. [Ag. Leg. Serv. Técn. Adm.-(CU21)-(T1)-Assemb. Leg.-SP/2010-FCC](Q.54) Ética é o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. A respeito de ética, considere: I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público. II. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. III. A moralidade na Administração Pública se limita à distinção entre o bem e o mal, não devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. IV. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade não deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, embora, como cidadão, seja parte integrante da sociedade. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II, e IV. b) I, III e IV. c) II, III e V. d) II, IV e V. e) III, IV e V. Letra A 13. [Ag. Leg. Serv. Técn. Adm.-(CU21)-(T1)-Assemb. Leg.-SP/2010- FCC](Q.55) Considere as seguintes afirmativas: O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente PORQUE os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. É correto concluir que a) as duas afirmativas são falsas. b) a primeira afirmativa é falsa e a segunda verdadeira. c) a primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa. d) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. Letra D 14. [Ag. Administrativo-(CE05)-(T1)-DNOCS/2010-FCC].(Q.31) No que concerne às Regras Deontológicas estabelecidas no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, é correto afirmar que a) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como obrigação, independentemente do seu próprio bem-estar, já que, como funcionário público, integrante do Poder Executivo, o êxito desse trabalho é requisito essencial à manutenção de seu cargo, não dizendo respeito ao seu patrimônio e a sua vida particular. b) a remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, sendo dissociável de sua aplicação e de sua finalidade. c) a moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. d) toda pessoa tem direito à verdade, sendo que o servidor poderá omiti-la, caso seja contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo da opressão, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. e) deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, é comum e normal e, portanto, não causa dano moral aos usuários dos serviços públicos e nem mesmo configura atitude contra a ética ou ato de desumanidade. Letra C 15. [Ag. Def.-(Administrador)-(CC01)-(T1)-DPE-SP/2010-FCC].(Q.45) O servidor público quando instado pela legislação a atuar de forma ética, não tem que decidir somente entre o que é legal e ilegal, mas, acima de tudo entre o que é a) oportuno e inoportuno. b) conveniente e inconveniente. c) honesto e desonesto. d) público e privado. e) bom e ruim. Letra C 16. [Oficial de Chancelaria-(CA01)-(T2)-MRE/2009-FCC].(Q.60) NÃO é considerada regra deontológica, dentre outras, destinada ao servidor público civil do Poder Executivo federal: a) A publicidade de todo e qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. b) O servidor deve prestar toda a atenção às ordens legais de seus superiores, velando por seu cumprimento e evitando conduta negligente, sendo que o descaso e o acúmulo de desvios revelam imprudência no desempenho funcional. c) Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordemnas relações humanas. d) Toda pessoa tem direito à verdade, motivo pelo qual o servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. e) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina, sendo que tratar mal uma pessoa que paga seus tributos é causa de dano moral. Letra B 17. [Téc. Secretariado-(NMT)-UFMT/2013.2].(Q.26) Segundo o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil (Decreto N.º 1.171/1994), NÃO é dever fundamental do servidor público: a) Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público. b) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, pleiteando vantagem de qualquer espécie. c) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito. d) Retardar jamais qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão de bens, direitos e serviço da coletividade. Letra B 18. [Assistente Social-(NS)-UFMT/2013.2].(Q.25) Sobre os principais deveres do servidor público, conforme o Código de Ética do Servidor Público Civil (Decreto N.º 1.171/1994), assinale a afirmativa INCORRETA. a) Comunicar a seus superiores, em qualquer tempo, todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, e tomar as providências cabíveis. b) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público. c) Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções. d) Participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum. Letra A 19. [Prof. Serv. Téc.-(Téc. Contab.)-(C56)-(T1)-INFRAERO/2011.2-FCC].(Q.20) Júlio, servidor público civil do Poder Executivo Federal, sempre foi extremamente respeitoso em relação à hierarquia existente na Administração Pública. No entanto, em um determinado momento, decidiu representar contra o comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal, não tendo qualquer temor em assim o fazer. Tal postura de Júlio a) está correta, consistindo em um dos deveres fundamentais do servidor público civil do Poder Executivo Federal. b) não está correta, implicando em desobediência quanto à estrutura hierárquica do Poder Público. c) não está correta, porém implica apenas em uma conduta imoral e não afronta à hierarquia estatal. d) está correta, mas inexiste previsão sobre tal comportamento no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. e) não está correta, podendo Júlio sofrer penalidade administrativa por tal conduta. Letra A 20. [Anal. Sup. II-(Auditor)-(Audit. Entid. Prev. Compl. e Demonstr. Cont.)- (C02)-(T1)-INFRAERO/2011-FCC].(Q.25) João, servidor público civil do Poder Executivo Federal, retirou da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, documento pertencente ao patrimônio público. Já Maria, também servidora pública civil do Poder Executivo Federal, deixou de utilizar avanços técnicos e científicos do seu conhecimento para atendimento do seu mister. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar que a) nenhuma das condutas narradas constitui vedação prevista no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo o Federal. b) apenas João cometeu conduta vedada pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. c) apenas Maria cometeu conduta vedada pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. d) ambos praticaram condutas vedadas pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. e) João e Maria não estão sujeitos a Código de Ética; portanto, suas condutas, ainda que eventualmente irregulares, deverão ser apreciadas na seara própria. Letra D 21. [Auxiliar Adm.-(NF)-UNIR/2011].(Q.25) A Comissão de Ética de que trata o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 1.171/1994) pode aplicar a pena de: a) censura d) demissão b) advertência e) destituição de função comissionada c) suspensão Letra A 22. [Anal. Sup. II-(Contador)-(C12)-(T1)-INFRAERO/2011.2-FCC].(Q.27) De acordo com o Decreto nº 1.171/1994, para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, a) ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. b) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. c) ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado obrigatoriamente de forma direta a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, com exceção de setores independentes. d) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado necessariamente de forma direta a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. e) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, apenas. Letra A 23. [Prof. Serv. Téc.-(Téc. Contab.)-(C56)-(T1)-INFRAERO/2011.2-FCC].(Q.29) Considere: I. Órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta. II. Órgãos e entidades da Administração Pública Federal indireta autárquica. III. Órgãos e entidades da Administração Pública Federal indireta fundacional. IV. Órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público. De acordo com a Lei nº 1.171/1994, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público nos Órgãos e entidades indicados em a) I, II, III e IV. b) I, II e III, apenas. c) I e II, apenas. d) I e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. Letra A 24. [Anal. Jud.-(Ár. Jud.)-(CA01)-(T1)-TRE-TO/2011-FCC].(Q.39) De acordo com o Código de Ética do Servidor Público Federal, a pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de a) suspensão. b) multa. c) demissão. d) afastamento. e) censura. Letra E 25. [Anal. Proc. Organiz.-(Administração)-(CA01)-(T1)-BAHIAGÁS/2010-FCC].(Q.53) Compete à Comissão de Ética dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou de qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público: I. Orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura. II. Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis. III. Fornecer aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios dacarreira do servidor público. IV. Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal. V. Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva. É correto o que consta APENAS em a) II, III e IV. b) I, II e V. c) III e IV. d) II e V. e) I e III. Letra E 26. [Ag. Administrativo-(CE05)-(T1)-DNOCS/2010-FCC].(Q.32) Com relação às Comissões de Ética dispostas no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, considere: I. Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética. II. Incumbe ao servidor fornecer seu registro da sua conduta ética para a Comissão de Ética, encarregada da execução do quadro de carreira dos servidores, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. III. A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. IV. Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público, exclusivamente, a pessoa que, por força de lei, preste serviços de natureza permanente condicionada ao recebimento de salário e esteja ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias e as fundações públicas. Está correto o que consta APENAS em a) I e III. b) I e II. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV. Letra A 27. [Anal. Sup. II-(Auditor)-(C12)-(T1)-INFRAERO/2009-FCC].(Q.30) Em conformidade com o decreto que aprovou o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, a pena aplicável e imposta pela Comissão de Ética a um empregado público da INFRAERO deve ser a de a) suspensão pelo prazo de até 60 dias, e será anotada no prontuário do faltoso, após sua ciência formal ou de seu representante legal. b) declaração de inidoneidade, devendo ser registrada na própria decisão, assinada pela maioria absoluta de seus integrantes ou suplentes, com ciência do faltoso. c) suspensão pelo prazo de até 30 dias, cuja decisão deverá ficar registrada nos respectivos autos, para posterior ciência do faltoso. d) censura, e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. e) multa correspondente a 10% dos vencimentos líquidos desse empregado na data do evento faltoso, a ser descontada em até 5 parcelas. Letra D 28. [Anal. Jud.-(Ár. Adm.)-(CB02)-(T1)-TRE-TO/2011-FCC].(Q.36) Em face do Código de Ética do Servidor Público Federal, considere as seguintes afirmações: I. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida de cada servidor público. Entretanto, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada não poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. II. A ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho, não é fator de desmoralização do serviço público. III. Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal, é dever fundamental do servidor público. IV. O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. V. Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e IV. b) I e III. c) II, III e V. d) II e IV. e) III, IV e V. Letra E
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