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Resenha crítica criança, a alma do negócio

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RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO
CRIANÇA, A ALMA DO NEGÓCIO (2008)
Criança, a alma do negócio é um documentário brasileiro lançado em 2008 que faz uma reflexão sobre a publicidade das empresas nos ramos de brinquedos, vestuário, beleza, alimentício e tecnológico voltada para o público infantil. Para isso, o mesmo traz em seu escopo os depoimentos de crianças, pais, psicólogos entre outros estudiosos da temática a fim de exporem o cenário do marketing e como promovem impactos nas relações de consumo e consequente formação de crianças e adolescentes 
Um dos primeiros aspectos discutidos é como as campanhas publicitárias conseguem convencer as crianças e, consequentemente, os pais a adquirirem os produtos e serviços anunciados, já que como apresentado no documentário, segundo os dados da Associação Dietética Norte Americana – Borzekowiski/Robinson, em apenas 30 segundos uma criança é influenciada por uma marca, e como possuem alto poder de persuasão, facilmente convencem os pais a satisfazerem seus desejos.
A principal preocupação dos responsáveis e estudiosos vai além do que o impacto dessa problemática causa na condição econômica familiar, envolve o prejuízo à formação das crianças e adolescentes por suscitarem neles comportamentos demasiadamente consumistas, se importando mais com a quantidade e marca dos produtos do que propriamente com a utilidade deles, o crescimento precoce e realidade distorcida que muitas campanhas mostram e o desenvolvimento de uma mentalidade consumista em pessoas que ainda não possuem maturidade suficiente para decidir o que é melhor para si mesmo.
É inegável que os pais e responsáveis têm grande parcela de culpa neste cenário, porque eles é que possuem o poder de atender aos pedidos das crianças e adolescentes, logo, deveriam impor limites no consumo, todavia, as empresas colaboram sobremaneira pois investem fortemente em campanhas publicitárias para atingirem o público infantil que é mais vulnerável e, desta forma, provocando a formação de uma mentalidade consumista, em que o ter se torna determinante do ser.
Este documentário é bastante relevante pois permite fazer análises englobando diversas áreas. Sob a ótica da responsabilidade social empresarial é possível inferir que a mesma não se refere apenas a realização de ações filantrópicas, a RSE envolve também o dever das empresas de agir de maneira a buscar reduzir impactos negativos que possam vir a causar sobre o público externo, como quando promovem efeitos nocivos nas relações de consumo e consequente formação de crianças e adolescentes. A responsabilidade social deve ser ampliada para as campanhas publicitárias das empresas de forma a considerarem os interesses do público externo, terem valores na relação com os mesmos e serem éticos, a fim de contribuírem para o desenvolvimento social.
No Brasil não há uma legislação que regule a publicidade como em outros países, o ideal seria que fossem dirigidas aos adultos pois eles que possuem o poder de decidir pela compra, no entanto, já que não são, as empresas devem se comprometer a promover campanhas que sejam éticas e que busquem levar em consideração os interesses da sociedade, de forma a zelar pela integridade física e intelectual das crianças

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