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RELATÓRIO DO DOCUMENTÁRIO: “O GUARAPÁ” Lançado em 2009, o documentário “Garapa”, de José Padilha será exibido no SESC Boulevard nesta quarta-feira (24), com debate mediado pela Associação de Críticos de Cinema do Pará. o filme conta coma direção de José Padilha, premiado pelo trabalho em Tropa de Elite. "Garapa" é a primeira obra realizada por Padilha após o mega-sucesso do filme policial brasileiro. O cineasta foi ao nordeste documentar a seca e a fome consequente da miserável paisagem. Acompanhando a vida de três famílias famintas no estado do Ceará, Padilha fez de um dos mais dolorosos filmes, cuja dureza ainda foi um tanto amenizada pela fotografia em preto e branco. Durante quatro semanas, o diretor e sua pequena equipe registraram o cotidiano das famílias e especialmente de suas crianças q. A garapa, uma mistura de água com açúcar, é aquecida e dada como alimento, muitas vezes o único, durante dias de inanição e seca. Enganar o estômago e dar energias aos que estão em fase de desenvolvimento, reflete a aspereza com que Padilha enfrenta a realidade cruel com sua câmera. Em entrevista concedida na época do Festival de Berlim, ele disse que “Garapa” se tratava do retrato da fome sem ‘filtro intelectual’. “A questão é que isso não resolve o problema. Essas crianças crescem sem condições de aprender ou disputar espaço no mercado de trabalho”, assinalou. O programa do governo Federal de erradicação da miséria, a Fome Zero também tem espaço no filme. Apenas uma das famílias entrevistadas recebe o benefício, cerca de 50 reais por mês. A voz de Padilha surge em off para questionar como é usado o recurso ínfimo. A verdade é que “Garapa” é uma das produções mais violentas e incômodas que o cinema brasileiro já produziu - isso sem derramar uma gota de sangue. A miséria retardada no filme é a mesma que atinge mais de 10 milhões de brasileiros, de acordo com as estatísticas e estudos do Governo Federal. E Padilha buscou alinhavar realidades ao fazer um retrato simples, com o mínimo de alegorias e informações que fossem além da história das famílias. Em meio a mais de 45 horas de material filmado, ele entregou um documentário que precisa ser visto e pensado pelos que almejam um país menos desigual. Este filme ajuda em minha formação, pois passa aspectos importantíssimos para o serviço social como Pobreza, fome, benefícios, políticas públicas, entre outros.