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RESENHA CRÍTICA

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RESENHA CRÍTICA
Obra resenhada: 
PRIMAVESI, A.; PRIMAVESI, A. M. A MODERNA AGRICULTURA INTENSIVA: A biocenose do solo na produção vegetal. Santa Maria, RS: Editora Pallotti, 1964. 232 p. 
Patrícia Joyce Assis Lima
	O casal Artur Primavesi e Ana Maria Primavesi abordaram os solos tropicais de forma inovadora e diferenciada para o padrão da época, eles apresentam no capítulo I sobre a biocenose do solo, mostram que a agroecologia procura o maior equilíbrio com o ambiente, e segundo eles se o homem destrói este equilíbrio com as suas técnicas, ele tem que lidar com as consequências. É interessante a forma que abordam este assunto como método viável de produção agrícola com condições de sobra para substituir o agronegócio e atender a demanda da fome no mundo, diferente das árduas críticas de alguns pesquisadores conservadores.
Ainda no capítulo I o casal afirma que, “a biocenose equilibrada do solo é base da saúde dos povos que ali vivem” (p.27) ou seja, quando um solo é manejado de forma racional é possível a produção de alimentos limpos, nutritivos e saudáveis, além da produção em qualquer escala, diferente do que muitos defendem que a agroecologia é associada apenas aos pequenos produtores, desqualificando o método como insuficiente para atender a demanda mundial. Mas quando alguém a indaga sobre agricultura orgânica em larga escala, seu argumento é tão simples que chega a ser óbvio, “durante 5 mil anos, a agricultura foi orgânica e a humanidade comeu. Se continuar assim, o solo vai ser destruído e a gente vai comer o quê?”[footnoteRef:1]. [1: https://www.youtube.com/watch?v=DiYO6ueyyDk] 
Com autoridade os autores discorrem no capítulo II sobre a vida no solo, ressaltam a interação entre os organismos e o ambiente. E os microrganismos, elementos químicos e matéria orgânica ganham vida, tornando-se personagens de uma história que tem o intuito de provar, de maneira didática, que o solo é vivo. Os microrganismos tem grande contribuição para a produção de alimentos, pois realizam processos imprescindíveis para a sustentabilidade dos ecossistemas e para a vida no planeta, apesar disso, a sociedade de modo geral ignora esse papel e os considera apenas do ponto de vista de patógenos, e pouca importância tem sido dada a estes seres. 
Primavesi apresentou um trecho tanto quanto reflexivo, quando diz: “onde há intensa atividade microbiana, as culturas são sadias” (p.83), com isto podemos afirmar que a fertilidade do solo depende claramente dos microrganismos, ou seja, com uma microvida equilibrada tem-se sucesso na produção. 
No capítulo III é abordado sobre as fontes de nitrogênio no solo, e está inteiramente ligado ao capítulo II. É fundamental entender essa dinâmica entre matéria orgânica (MO), nutrientes e microrganismos, pois, sem MO o solo se compacta, se torna anaeróbico, e consequentemente os nutrientes são “reduzidos”

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