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Transferência da corte portuguesa para o Brasil episódio da história de Portugal e da história do Brasil Embarque da família real portuguesa no cais de Belém, em 29 de novembro de 1807. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Embarque_da_Fam%C3%ADlia_Real_para_o_Brasil_-_Nicolas-Louis-Albert_Delerive,_attrib._(Museu_Nacional_dos_Coches).png https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_Real_Portuguesa A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi o episódio da história de Portugal e da história do Brasil em que a família real portuguesa, a sua corte de nobres (ver nobreza portuguesa) e mais servos e demais empregados domésticos (tais como valetes) e inclusive uma biblioteca com mais de 60 000 livros, radicaram-se no Brasil, entre 1808 e 1821. Tendo a leva inicial de 15 000 pessoas.[nota 1] Posteriormente, após 1821, muitos destes voltaram a Portugal. A capital do Reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_real_portuguesa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nobre https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nobreza_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Servid%C3%A3o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Empregado_dom%C3%A9stico https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Valete https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Estado_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(cidade) registrando-se o que alguns historiadores denominam de "inversão metropolitana", ou seja, da colônia passou a ser exercida a soberania e o governo do império ultramarino português. Pela primeira e única vez na história uma colônia passava a sediar uma corte europeia.[2] O plano de transferência da família real e da corte de nobres portugueses para o Brasil, refúgio seguro para a soberania portuguesa quando a resistência militar a um invasor fosse inútil na metrópole, já havia sido anteriormente cogitado: Antecedentes https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Historiador https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Portugu%C3%AAs https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Corte_(realeza) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_real_portuguesa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nobreza_de_Portugal Durante a crise de sucessão de 1580, ante o avanço dos tercios do duque de Alba, D. António I terá sido aconselhado a buscar um refúgio além-Atlântico[3]; No contexto da Restauração da Independência (1640), quando a França abandonou Portugal no Congresso de Münster (1648), o padre António Vieira apontou ideia semelhante a D. João IV, associando-a ao vaticínio da fundação do Quinto Império. Posteriormente, embora sem ameaça militar iminente, o diplomata Luís da Cunha defendeu a ideia de se transferir https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Crise_de_sucess%C3%A3o_de_1580 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ter%C3%A7o_(militar) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Duque_de_Alba https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_I_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Restaura%C3%A7%C3%A3o_da_Independ%C3%AAncia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Paz_de_Vestf%C3%A1lia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/D._Jo%C3%A3o_IV https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Quinto_Imp%C3%A9rio https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_da_Cunha para o Brasil a sede da monarquia portuguesa[4]. A ideia principiou a ser colocada em prática quando da invasão de Portugal por tropas espanholas, no contexto do chamado Pacto de Família, tendo o marquês de Pombal chegado a ordenar o apresto de uma esquadra que transportaria D. José I, a família real e a corte. À época, Pombal considerava alguns exemplos estrangeiros, como a recomendação de Sébastien Le Prestre de Vauban ao futuro Filipe V de Espanha para que se refugiasse na América, e nomeadamente o precedente da imperatriz Maria Teresa da Áustria que https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pacto_de_Fam%C3%ADlia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Marqu%C3%AAs_de_Pombal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/D._Jos%C3%A9_I https://pt.m.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9bastien_Le_Prestre_de_Vauban https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Filipe_V_de_Espanha https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Maria_Teresa_da_%C3%81ustria se dispusera a descer o rio Danúbio, caso a sua Corte em Viena viesse a correr perigo. No início do século XIX, no contexto internacional criado pela ascensão do império de Napoleão Bonaparte, a ideia da retirada da família real para o Brasil voltou à tona, tendo sido defendida pelo marquês de Alorna em 30 de maio de 1801[5] e, novamente, em 16 de agosto de 1803, por D. Rodrigo de Sousa Coutinho[6]. A ideia de uma transferência para o Brasil, ressurgindo como um meio de reforço à segurança nacional, sobretudo em contextos de ameaça https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rio_Dan%C3%BAbio https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Marqu%C3%AAs_de_Alorna https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_de_Sousa_Coutinho iminente à soberania de Portugal, foi apresentada como uma via necessária ao cumprimento de um projecto messiânico, como em António Vieira, ou como um meio para redefinir as relações de forças no "equilíbrio europeu" pós-Vestfália, como o marquês de Alorna, Luís da Cunha e o conde de Linhares. Depois das campanhas do Rossilhão e da Catalunha, a Espanha abandonara a aliança com Portugal, fazendo causa comum com o inimigo da véspera – a França de Napoleão. Resultou daí a A conjuntura de 1807 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Marqu%C3%AAs_de_Alorna https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_da_Cunha https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_de_Sousa_Coutinho https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Campanha_do_Rossilh%C3%A3o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Catalunha invasão de 1801, em que a Grã-Bretanha de nada serviu a Portugal. Enquanto o Corpo de Observação da Gironda penetrava em Portugal debaixo do pretexto da protecção, o tratado de Fontainebleau entretanto assinado entre a França e a Espanha, retalhava Portugal em três principados. O plano de Napoleão era o de aprisionar a família real portuguesa, sucedendo ao Príncipe- regente Dom João de Bragança (futuro Rei Dom João VI), o que veio a suceder a Fernando VII de Espanha e a Carlos IV de Espanha em Baiona – forçar uma abdicação. Teria Portugal um Bonaparte no trono e, paralelamente, a Inglaterra https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Guerra_das_Laranjas https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A3-Bretanha https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Corpo_de_Observa%C3%A7%C3%A3o_da_Gironda&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Fontainebleau_(1807) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lista_de_regentes_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fernando_VII_de_Espanha https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Carlos_IV_de_Espanha https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Baiona_(Fran%C3%A7a) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Casa_de_Bonaparte apossar-se-ia das colônias do império ultramarino português, sobretudo a colônia do Brasil[7]. Após os tratados secretos de Tilsit de julho de 1807, os representantes da França e de Espanha em Lisboa Os acontecimentos O Príncipe-regente Dom João de Bragança em 1804. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Portugu%C3%AAs https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B4nia_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tratados_de_Tilsit https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pr%C3%ADncipe_regente_dom_Jo%C3%A3o_(1804).jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_regentes_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal entregaram ao príncipe-regente de Portugal, a 12 de agosto, as determinações de Napoleão: Portugal teria que aderir ao Bloqueio Continental, fecharos seus portos à navegação britânica, declarar guerra aos britânicos, sequestrar os seus bens em Portugal e deter todos os cidadãos ingleses residentes no país. O príncipe-regente era intimado a dar uma resposta até ao dia 1º de setembro. No Conselho de Estado, reunido a 18 de agosto, sem que se conhecesse ainda a manobra de Napoleão, venceu a posição do ministro António de Araújo e Azevedo: Portugal unia-se ao Bloqueio Continental, https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bloqueio_Continental https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bem_(economia) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Estado_(Portugal) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Ara%C3%BAjo_e_Azevedo fechando os portos aos navios britânicos. A única objecção era a de não aceitar o sequestro dos bens e nem a detenção de pessoas de nacionalidade britânica, por não serem conciliáveis com os princípios cristãos. O ministro Araújo ordenou a redação das cartas e expediu- as. Essa era a posição tomada por Lisboa, mas deixando vencida uma minoria liderada por D. Rodrigo de Sousa Coutinho, que defendera que se fizesse a guerra contra a França e a Espanha, colocando-se em prontidão 70 mil homens e mobilizando-se 40 milhões de cruzados para a custear. Na mesma reunião, Coutinho formulou uma vez mais a ideia preconizada em 1803, de uma https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cristianismo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lisboa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_de_Sousa_Coutinho https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Espanha https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cruzado_(moeda_portuguesa) retirada estratégica: caso Portugal não tivesse sorte nas armas, "passasse a família real para o Brasil"[8]. Os membros do Conselho de Estado encontravam-se divididos em dois partidos – o chamado "partido francês" e o chamado "partido inglês". Este último, liderado por D. Rodrigo de Sousa Declaração de guerra feita por D. João a Napoleão Bonaparte e todos os seus vassalos, 1808. Arquivo Nacional. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Declara%C3%A7%C3%A3o_de_guerra_feita_por_D._Jo%C3%A3o_a_Napole%C3%A3o_Bonaparte_e_todos_os_seus_vassalo.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Arquivo_Nacional_(Brasil) Coutinho, contava com personalidades como D. João de Almeida e preconizava a continuação dos pactos internacionais com o Reino Unido, insistindo na necessidade de encarar com firmeza a ideia de guerra. O "partido francês", liderado por D. António de Araújo e Azevedo, defendia a aceitação das condições francesas e, embora dissesse que buscava a neutralidade, inclinava-se para o lado da França. Sucederam-se as reuniões. Na reunião do Conselho de Estado de 30 de agosto, vingou a ideia de se enviar para o Brasil apenas o Príncipe da Beira (D. Pedro de Alcântara, herdeiro do trono) e as https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Almeida_Melo_e_Castro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%ADncipe_da_Beira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_do_Brasil infantas. D. Rodrigo de Sousa Coutinho continuou a defender a ideia de que Portugal devia fazer primeiro guerra à França e que a saída de toda a família real só se deveria realizar perante a dificuldade militar. Começaram imediatamente os preparativos para a saída do Príncipe da Beira e das infantas, mandando-se aprontar uma esquadra de quatro naus. As restantes naus da Armada portuguesa ficariam em defesa do porto de Lisboa. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nau https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Marinha_Portuguesa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Porto_de_Lisboa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ant%C3%B3nio_de_Ara%C3%BAjo_e_Azevedo,_conde_da_Barca.jpg Nas flutuações constantes do período que se seguiu, as movimentações do general Jean Lannes, embaixador francês em Lisboa, frutificaram na queda de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, de D. João de Almeida, e na demissão de Pina Manique. Vencia o "partido francês", com António de Araújo e Azevedo a substituir os ministros demitidos, e a triunfar a "política de neutralidade" favorável à António de Araújo e Azevedo, conde da Barca. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jean_Lannes https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pina_Manique https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ant%C3%B3nio_de_Ara%C3%BAjo_e_Azevedo,_conde_da_Barca.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Ara%C3%BAjo_e_Azevedo França Napoleónica. Em meados de outubro, a reunião do Conselho de Estado fez-se já sem a presença de D. Rodrigo de Sousa Coutinho. Antes de receber qualquer resposta, Napoleão já dera ordem de marcha através da Espanha a um exército de cerca de 30 mil homens sob o comando de Jean- Andoche Junot. Não se sabia ainda se as tropas se dirigiam para Portugal, avaliando-se as posições das potências. Napoleão Bonaparte mostrava-se cauteloso, modificando a cláusula em que pedia o sequestro dos bens e pessoas de nacionalidade britânica; Manuel de Godoy, dizia que se a Espanha tivesse a intenção de tomar Portugal, tê- https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jean-Andoche_Junot https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Godoy lo-ia feito em 1801, mas "que nem se lembrasse(m) do retiro para o Brasil"; o rei do Reino Unido exortava à transferência para o Brasil da família real portuguesa e oferecia a sua esquadra. A posição britânica vinha apoiada num extenso documento em que se dizia que ficara resolvido pelas outras potências "a extinção da Monarchia Europêa Portuguesa, e portanto o único recurso era ir conservar a sua Monarchia no Brasil"[9] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rodrigo_de_Sousa_Coutinho.jpg Em fins de outubro, realizaram-se novas reuniões do Conselho de Estado, defendendo D. João de Almeida a saída de toda a família real e não apenas do Príncipe da Beira e das infantas. Mantiveram-se todas as ordens dadas para que continuassem os preparativos da esquadra. Depois se veria quem iria sair para o Brasil. Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rodrigo_de_Sousa_Coutinho.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_de_Sousa_Coutinho No dia 22 de outubro, foi publicado o edital tornando público o decreto do príncipe regente mandando fechar os portos portugueses aos navios de guerra e mercantes da Grã-Bretanha. Três dias depois, o príncipe regente deu parte aos seus ministros dos preparativos da viagem do Príncipe da Beira, mas que pode ser de toda a família real se as circunstâncias assim o impusessem, e decidiu escrever para a Espanha e a França. A decisão de transferir a Corte para o Brasil, porém, já ficara resolvida na convenção secreta subscrita em Londres, em 22 de outubro de 1807, e https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_Secreta_sobre_a_Transfer%C3%AAncia_da_Monarquia_Portuguesa_para_o_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Londres que veio a ser ratificada em Lisboa no dia 8 de novembro. Pela mesma altura, chegava a Lisboa a notícia da prisão, em Espanha, do príncipe herdeiro do trono (Príncipe das Astúrias), e de que tropas espanholas e francesas se estavam a dirigir para a fronteira portuguesa. Confirmavam-se os propósitos de Napoleão em relação a Portugal e a Espanha; tinham fundamento as advertências do rei da Grã-Bretanha e as do chamado "partido inglês" no Conselho de Estado. Não havia alternativa à retirada de toda a família real e do governo do Reino para a cidade do Rio de Janeiro. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%ADncipe_das_Ast%C3%BArias https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(cidade) Nas últimas decisões tomadas pelo príncipe regente parece haver a intenção de manter-se um certo equilíbrio entre os partidos em conflito. O "partido francês" viu satisfeitos os "pedidos" de Napoleão, fechando-se os portos aos navios de guerra e mercantes ingleses, e dando-se ordem de expulsão aos ingleses residentes em Portugal, enquanto o Mapa da cidade do Rio de Janeiro, em 1820, então capital do Reino de Portugal, com a transferência da corte para o Brasil. Arquivo Nacional. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mapa_da_cidade_do_Rio_de_Janeiro.jpghttps://pt.m.wikipedia.org/wiki/Arquivo_Nacional_(Brasil) "partido inglês" obteve a continuação dos preparativos da esquadra para a saída do Príncipe da Beira. O ministro António de Araújo e Azevedo ainda mandou desviar para as costas portuguesas os poucos efectivos militares de que o país dispunha, alegando que Portugal poderia ser surpreendido por um desembarque britânico. Era um último esforço para favorecer a entrada das tropas comandadas por Junot. O príncipe regente apenas no dia 23 de novembro recebeu a notícia do que viria a ser, a Primeira invasão francesa de Portugal. Convocou imediatamente o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jean-Andoche_Junot https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Primeira_invas%C3%A3o_francesa_de_Portugal Conselho de Estado, que decidiu embarcar o quanto antes toda a família real e o governo, servindo-se da esquadra que estava pronta para o Príncipe da Beira e as infantas. Nos três dias seguintes ainda se aprontaram outros navios, que viriam a transportar para o Brasil cerca de quinze mil pessoas. Em 26 de novembro, foi nomeado um Conselho de Regência para permanecer em Portugal, e difundidas Instruções aos governadores, nas quais se dizia que "quanto possível for", deviam procurar conservar em paz o reino, recebendo bem as tropas do imperador. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Reg%C3%AAncia_de_1807 (...) Vejo que pelo interior do meu reino marcham tropas do imperador dos franceses e rei da Itália, a quem eu me havia unido no continente, na persuasão de não ser mais inquietado (...) e querendo evitar as funestas consequências que se podem seguir de uma defesa, que seria mais nociva que proveitosa, servindo só de derramar sangue em prejuízo da humanidade, (...) tenho resolvido, em benefício dos mesmos meus vassalos, passar com a rainha minha senhora e mãe, e com toda a real família, para os estados da América, e estabelecer-me na Cidade do Rio de Janeiro até à paz geral. Junot, no seu "Diário", manuscrito na Biblioteca Nacional da Ajuda, revela quanto os franceses receavam aquele embarque. Ao ser informado que este estava já em execução, e não podendo voar sobre o Ribatejo até Lisboa com as suas tropas, ainda enviou M. Hermann a Lisboa com a missão de o atrasar ou impedir. "Mr. Hermann ne put voir ni le Prince ni Mr. D. Araujo; celui-ci seulement lui dit que tout était perdu" ("O Sr. Hermann não pôde ver nem o Príncipe nem o Sr. D. Araujo; este apenas lhe disse que tudo estava perdido"), escreveria depois Junot a Bonaparte. Para Araújo, para o "partido francês", o mais importante estava na verdade https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Manuscrito https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_Nacional_da_Ajuda https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ribatejo https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=M._Hermann&action=edit&redlink=1 perdido – não era mais possível aos franceses aprisionarem o príncipe- regente de Portugal. A esquadra portuguesa, que saiu do porto de Lisboa em 29 de novembro de 1807, ia comandada pelo vice-almirante Manuel da Cunha Souto Maior. A partida Embarque da Família Real Portuguesa https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Manuel_da_Cunha_Souto_Maior&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Autor_n%C3%A3o_identificado_-_Embarque_da_Fam%C3%ADlia_Real_Portuguesa.jpg Integravam-na as seguintes embarcações[10]: Naus Príncipe Real - Comandante, Capitão de Mar e Guerra, Francisco José do Canto e Castro Mascarenhas. D. João de Castro - Cmdte, Cap. de M. e G., D. Manuel João Loccio. Afonso de Albuquerque - Cmdte, Cap. de M. e G., Inácio da Costa Quintela Rainha de Portugal - Cmdte, Cap. de M. e G., Francisco Manuel Souto- Maior. Medusa - Cmdte, Cap. de M. e G., Henrique da Fonseca de Sousa Prego. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nau https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Francisco_Jos%C3%A9_do_Canto_e_Castro_Mascarenhas&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Manuel_Jo%C3%A3o_Loccio&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/In%C3%A1cio_da_Costa_Quintela https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Francisco_Manuel_Souto-Maior&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Henrique_da_Fonseca_de_Sousa_Prego Príncipe do Brasil - Cmdte, Cap. de M. e G., Francisco de Borja Salema Garção. Conde D. Henrique - Cmdte, Cap. de M. e G., José Maria de Almeida. Martins de Freitas - Cmdte, Cap. de M. e G., D. Manuel de Menezes. Fragatas Minerva - Cmdte, Cap. de M. e G., Rodrigo José Ferreira Lobo. Golfinho - Cmdte, Cap. de Fragata, Luís da Cunha Moreira, Urânia - Cmdte, Cap. de Frag., D. João Manuel. Brigues https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Francisco_de_Borja_Salema_Gar%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Maria_de_Almeida https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Menezes https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fragata https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Rodrigo_Jos%C3%A9_Ferreira_Lobo&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_da_Cunha_Moreira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Manuel https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Brigue Lebre - Cmdte, Cap. de M. e G., Daniel Tompsom. Voador - Cmdte, Cap. de Frag., Maximiliano de Sousa. Vingança - Cmdte, Cap. de Frag., Diogo Nicolau Keating. Escunas Furão - Cmdte, Capitão Tenente, Joaquim Martins. Curiosa - Cmdte, Primeiro Tenente, Isidoro Francisco Guimarães. A família real embarcara desde o dia 27 de novembro, tomando-se a bordo as últimas decisões. No dia 28 de novembro não foi possível levantar ferros porque o vento soprava do Sul. https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Daniel_Tompsom&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Maximiliano_de_Sousa&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Diogo_Nicolau_Keating&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Escuna https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Joaquim_Martins&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Isidoro_Francisco_Guimar%C3%A3es Entretanto, as tropas francesas tinham já passado os campos de Santarém, pernoitando no Cartaxo. No dia 29 de novembro, o vento começou a soprar de nordeste, e bem cedo o Príncipe Regente ordenou a partida. Quatro naus da Marinha Real Britânica, sob o comando do capitão Graham Moore, reforçaram a esquadra portuguesa até o Brasil. O general Junot entrou em Lisboa às 9 horas da manhã do dia 30 de novembro, liderando um exército de cerca 26 mil homens e tendo à sua frente um destacamento da cavalaria portuguesa, que se rendera e se pusera às suas ordens. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Santar%C3%A9m_(Portugal) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cartaxo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Marinha_Real_Brit%C3%A2nica https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Graham_Moore https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cavalaria Após a partida, os navios da esquadra portuguesa, escoltados pelos britânicos, dispersaram-se devida a uma forte tempestade. Em 5 de dezembro conseguiram se reagrupar e logo depois, em 11 de dezembro, a frota avistou a ilha da Madeira. A viagem e a chegada à Bahia Carta Régia declarando a abertura dos portos às nações amigas. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ilha_da_Madeira https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Abertura_dos_portos.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Carta_R%C3%A9gia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Decreto_de_Abertura_dos_Portos_%C3%A0s_Na%C3%A7%C3%B5es_Amigas As embarcações chegaram à costa da Bahia a 18 de janeiro de 1808 e, no dia 22, os habitantes de Salvador já puderam avistar os navios da esquadra. Às quatro horas da tarde do dia 22, após os navios estarem fundeados, o conde da Ponte (governador da capitania da Bahia à época) foi a bordo do navio Príncipe Real. No dia seguinte, fizeram o mesmo os membros da Câmara. A comitiva real só desembarcou às cinco horas da tarde do dia 24, em uma grande solenidade. Em Salvador foi assinado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bahia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Salvador_(Bahia)https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Conde_da_Ponte https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Capitania_da_Bahia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Decreto_de_Abertura_dos_Portos_%C3%A0s_Na%C3%A7%C3%B5es_Amigas A esquadra partiu de Salvador rumo ao Rio de Janeiro, onde chegou no dia 8 de março de 1808, desembarcando no cais do Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro). A chegada ao Rio de Janeiro Alvará de 1808 que autoriza as fábricas e manufaturas no Brasil, 1° de outubro de 1808. Arquivo Nacional. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Salvador_(Bahia) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(estado) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_XV_(Rio_de_Janeiro) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Alvar%C3%A1_de_1808_que_autoriza_as_f%C3%A1bricas_e_manufaturas_no_Brasil.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Arquivo_Nacional_(Brasil) Os membros da família real foram alojados em três prédios no centro da cidade, entre eles o paço do vice-rei Marcos de Noronha e Brito, conde dos Arcos, e o convento das Carmelitas. Os demais agregados espalharam-se pela cidade, em residências confiscadas à população assinaladas com as iniciais "P.R." ("Príncipe-Regente"), o que deu origem ao trocadilho "Ponha-se na Rua", ou "Prédio Roubado" como os mais irônicos diziam à época. Em outra medida tomada logo após a chegada da corte ao Brasil, declarou-se guerra à França, e foi ocupada a Guiana Francesa em 1809. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Marcos_de_Noronha_e_Brito https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Conde_dos_Arcos https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Convento_das_Carmelitas&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ironia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Guiana_Francesa Em abril de 1808, o Príncipe Regente decretou a suspensão do alvará de 1785, que proibia a criação de indústrias no Brasil. Ficavam, assim, autorizadas as atividades em território colonial. A medida permitiu a instalação, em 1811, de duas fábricas de ferro, em São Paulo e em Minas Gerais. Mas o sopro de desenvolvimento parou por aí, pois a presença de artigos britânicos bem elaborados e a preços relativamente acessíveis bloqueava a produção de similares em território brasileiro. A eficácia da medida seria anulada pela assinatura dos Tratados de 1810: o Tratado de Aliança e Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação. Por https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ferro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(estado) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Alian%C3%A7a_e_Amizade https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Com%C3%A9rcio_e_Navega%C3%A7%C3%A3o este último, o governo português concedia aos produtos ingleses uma tarifa preferencial de 15%, ao passo que a que incidia sobre os artigos provenientes de Portugal era de 16% e a dos demais países amigos, 24%. Na prática, findava o pacto colonial. Principais medidas tomadas pela Coroa ao chegar no Brasil Primeiro bilhete de banco, precursor das atuais cédulas, emitido pelo Banco do Brasil em 1810. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pacto_colonial https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Papelmoeda1810.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9dula https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Banco_do_Brasil Entre as mudanças que ocorreram com a vinda da família real para o Brasil, destacam-se as nove principais: a abertura dos portos às nações amigas em 1808; a criação da Imprensa Régia e a autorização para o funcionamento de tipografias e a publicação de jornais em 1808[nota 2]; a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808; a criação da Academia Real Militar (1810); https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Decreto_de_Abertura_dos_Portos_%C3%A0s_Na%C3%A7%C3%B5es_Amigas https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Imprensa_R%C3%A9gia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tipografia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jornal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Banco_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Academia_Real_Militar a abertura de algumas escolas, entre as quais duas de Medicina – uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro — por influência do médico pernambucano Correia Picanço; a instalação da Real Fábrica de Pólvora no Rio de Janeiro e de fábricas de ferro em Minas Gerais e em São Paulo; elevação do Estado do Brasil à condição de reino, unido a Portugal e Algarves; a vinda da Missão Artística Francesa em 1816, e a fundação da Academia de Belas Artes; https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Escola https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Medicina https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Bahia https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(estado) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Correia_Pican%C3%A7o https://pt.m.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3lvora https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ferro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Minas_Gerais https://pt.m.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(estado) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Estado_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Reino_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido_de_Portugal,_Brasil_e_Algarves https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Miss%C3%A3o_Art%C3%ADstica_Francesa https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Academia_Imperial_de_Belas_Artes a mudança de denominação das unidades territoriais, que deixaram de se chamar "capitanias" e passaram a denominar-se de "províncias" (1821); a criação da Biblioteca Real (1810), do Jardim Botânico (1811) e do Museu Real (1818), mais tarde Museu Nacional. Ao evitar-se que a família real portuguesa fosse aprisionada em Lisboa pelas tropas francesas, inviabilizou-se o projecto de Napoleão Bonaparte para a Península Ibérica, que consistia em estabelecer nela famílias reais da sua própria família, como ainda se tentou em Consequências https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_Nacional_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jardim_Bot%C3%A2nico_do_Rio_de_Janeiro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Museu_Real https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Museu_Nacional_de_Belas_Artes_(Brasil) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pen%C3%ADnsula_Ib%C3%A9rica Espanha com a deposição de Fernando VII e Carlos IV, colocando no trono José Bonaparte. A revelação da correspondência secreta de Junot e de Napoleão, bem como os textos dos Tratados secretos de Tilsit, não deixam margem para quaisquer dúvidas a este respeito. O "partido francês" em Portugal, não se dando por derrotado, começou imediatamente a difundir a ideia de que a retirada estratégica da Corte para o Brasil mais não era do que uma "fuga", que teria deixado Portugal sem Rei e sem Lei. Por esse motivo foi enviada uma delegação sua ao encontro de https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Bonaparte https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tratados_de_Tilsit Junot para que Napoleão Bonaparte lhes desse uma Constituição e um Rei. Revolução Pernambucana A Revolução Pernambucana, também conhecida como "Revolução dos Padres", foi um movimento … Revolução Pernambucana de 1817: movimento é considerado o precursor da Independência do Brasil.[11] https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=O_pedido_de_uma_Constitui%C3%A7%C3%A3o_a_Napole%C3%A3o_(1807)&action=edit&redlink=1 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Transfer%C3%AAncia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil&action=edit§ion=9 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:B%C3%AAn%C3%A7%C3%A3o_das_bandeiras_da_Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_1817.jpg https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana emancipacionista que eclodiu no dia 6 de março de 1817 em Pernambuco, no Brasil.[12][13] Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas, o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-chegados ao Brasil — a capitania de Pernambuco, então a mais lucrativa da colônia, era obrigada a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que dificultava o enfrentamento de problemas locais (como a seca ocorrida em 1816) e ocasionava o atraso no https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Pernambuco https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Brasilhttps://pt.m.wikipedia.org/wiki/Iluminismo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Absolutismo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro pagamento dos soldados, gerando grande descontentamento no povo pernambucano.[13][14][15] Único movimento separatista do período de dominação portuguesa que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo de tomada do poder, a Revolução Pernambucana provocou o adiamento da aclamação de João VI de Portugal como rei e o atraso da viagem de Maria Leopoldina de Áustria para o Rio de Janeiro, mobilizando forças políticas e suscitando posicionamentos e repressões em todo o Reino do Brasil.[14][16][17][18] O príncipe regente impôs uma repressão violenta: quatorze https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Maria_Leopoldina_de_%C3%81ustria https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido_de_Portugal,_Brasil_e_Algarves revoltosos foram executados pelo crime de lesa-majestade (a maioria enforcados e esquartejados, enquanto outros foram fuzilados), e centenas morreram em combate ou na prisão.[19][20] Ainda em retaliação, Dom João VI desmembrou a então comarca das Alagoas do território pernambucano (sete anos mais tarde, Dom Pedro I tiraria de Pernambuco as terras que correspondem ao atual Oeste da Bahia como punição pela Confederação do Equador).[21] Apenas na data de sua coroação, em 6 de fevereiro de 1818, Dom João ordenou o encerramento da devassa.[22] https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Crime_de_lesa-majestade https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Alagoas https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Dom_Pedro_I https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Comarca_do_Rio_de_S%C3%A3o_Francisco https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Confedera%C3%A7%C3%A3o_do_Equador A Revolução Pernambucana contou com relativo apoio internacional: os Estados Unidos, que dois anos antes tinham instalado no Recife o seu primeiro Consulado no Brasil e no Hemisfério Sul devido às relações comerciais com Pernambuco, se mostraram favoráveis ao movimento, bem como os ex-oficiais de Napoleão Bonaparte que pretendiam resgatar o seu líder do cativeiro em Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a Nova Orleans.[23][24] Os revolucionários, oriundos de várias partes da colônia, tinham como objetivo principal a conquista da independência do Brasil em relação a Portugal, com a https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Recife https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hemisf%C3%A9rio_Sul https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Santa_Helena_(ilha) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nova_Orleans implantação de uma república liberal. O movimento abalou a confiança na construção do império americano sonhado por Dom João VI, e por este motivo é considerado o precursor da independência conquistada em 1822.[11] Revolução do Porto Após a derrota de Napoleão, a transferência da Corte para o Brasil veio também a ter como consequência a Revolução de 1820 em Portugal, que exigiu o retorno da família real portuguesa e da Corte a Lisboa. O comportamento dos deputados às Cortes Constituintes face ao Brasil … https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Liberalismo https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_1820 https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Transfer%C3%AAncia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil&action=edit§ion=10 depois também veio a provocar a proclamação da sua Independência. História do Brasil História de Portugal Revolução Pernambucana Revolução liberal do Porto Independência do Brasil 1. O historiador Nireu Cavalcanti contesta essa cifra com base em suas pesquisas de documentos primários e na implausibilida Ver também Notas https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Portugal https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_liberal_do_Porto https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Nireu_Oliveira_Cavalcanti de de que 8% da população lisboeta tenha embarcado em total segredo em apenas 40 horas e desembarcad o no Rio sem provocar uma crise de sem- tetos.[1] 2. Em 10 de setembro de 1808 começou a circular o primeiro jornal editado no Brasil. Era a Gazeta do Rio de Janeiro, impresso na Imprensa Régia. Com apenas quatro páginas, a publicação se limitava a divulgar notícias oficiais e de interesse da https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Gazeta_do_Rio_de_Janeiro https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Not%C3%ADcia família real. Mais significativa, no entanto, foi a publicação, entre 1808 e 1822, do Correio Braziliense, editado em Londres por Hipólito José da Costa, um brasileiro que estudara na Universidade de Coimbra e se filiara ao movimento liberal. Trazido clandestiname nte ao Brasil por comerciantes britânicos, o jornal de oposição ao governo joanino contribuiu para incluir na elite brasileira as ideias liberais que https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Correio_Braziliense_(1808) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3lito_Jos%C3%A9_da_Costa formaram a ideologia do movimento de independência . 1. A reordenação urbanística da nova sede da Corte (em português) 2. «Parte do livro "Império à Deriva: A Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, 1808- 1821".» 3. Jorge Pedreira; Fernando Dores Costa. Dom João VI. Lisboa: Círculo de Referências https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ideologia https://docs.google.com/file/d/1iwf0ZqxRFrcFmWAVH4hT6fhEqywpJoVMP2EqTWLyFULFAJwuei99R69qgPCz/edit https://pt.m.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa http://www.objetiva.com.br/site2011/livro_ficha.php?id=333 http://www.objetiva.com.br/site2011/livro_ficha.php?id=333 Leitores, 2006, p. 143. 4. D. Luís da Cunha, Instruções Políticas, 1736, Lisboa, Edição Abílio Diniz Silva, 2001 5. Manuel de Oliveira Lima. D. João VI no Brasil (3ª. ed.). Rio de Janeiro: Topbooks, 1996, p. 46. �. Ângelo Pereira. D. João Príncipe e Rei (4 v.). Lisboa: 1953-1958. 7. Correspondê ncia de Napoleão; Diário de Junot; Tratados secretos de Tilsit (Julho de 1807) �. Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda. História Orgânica e Política do Exército Português - Provas, volume XVII, Invasão de Junot em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1932. p. 113. 9. Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda. História Orgânica e Política do Exército Português - Provas, volume XVII, Invasão de Junot em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1932. p. 115. 10. Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda. História Orgânica e Política do Exército Português - Provas, volume XVII, Invasão de Junot em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1932. p. 130- 131. 11. «Revolução Pernambuca na - Considerada o berço da democracia brasileira, revolta completa 200 anos» . UOL. https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/revolucao-pernambucana-considerada-o-berco-da-democracia-brasileira-revolta-completa-200-anos.htm Consultado em 3 de julho de 2019 12. «Pernambuc o 1817 – A Revolução» . Biblioteca Nacional. Consultado em 8 de julho de 2019 13. «Revolução pernambuca na de 1817: a "Revolução dos Padres" » . Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 16 de abril de 2017 14. 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Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php? title=Transferência_da_corte_portuguesa_para_ o_Brasil&oldid=58666601" https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Especial:History/Transfer%C3%AAncia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil https://pt.m.wikipedia.org/wiki/User:Zoldyick https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Transfer%C3%AAncia_da_corte_portuguesa_para_o_Brasil&oldid=58666601
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