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Abandono Infantil - Intervenção Jurídica Estatal nos Direitos dos Menores

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1 
 
 
 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA 
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CURSO 
MONOGRAFIA JURÍDICA 
 
 
 
 
ABANDONO INFANTIL 
 
INTERVENÇÃO JURÍDICA-ESTATAL NOS DIREITOS DOS MENORES 
 
 
 
 
 
ORIENTANDO (A): JORDANA SOUZA PRACHEDES 
ORIENTADOR (A): PROF. CARLOS VINICIUS ALVES RIBEIRO 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2018 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABANDONO INFANTIL 
 
INTERVENÇÃO JURÍDICA-ESTATAL NOS DIREITOS DOS MENORES 
 
 
 
Monografia Jurídica apresentada à disciplina 
Trabalho de Curso II, da Escola de Direito e 
Relações Internacionais, Curso de Direito, da 
Pontifícia Universidade Católica de Goiás 
(PUCGOIÁS). 
Prof. (ª) Orientador (ª): Carlos Vinicius Alves 
Ribeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2018 
3 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
RESUMO .................................................................................................... 7 
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8 
CAPÍTULO I – ABANDONO INFANTIL .................................................. 10 
1.1 BREVE ANÁLISE HISTÓRICA ............................................................. 10 
1.2 PSICOLOGIA DA CRIANÇA ................................................................ 11 
1.3 A DESIGUALDADE SOCIAL E A BASE EDUCACIONAL ..................... 12 
CAPÍTULO II – DIREITOS HUMANOS....................................................... 16 
2.1 DOS DIREITOS HUMANOS ................................................................. 16 
2.2 DOS DIREITOS CONFERIDOS AOS MENORES ................................ 18 
2.3 ABRIGOS ............................................................................................. 19 
CAPÍTULO III- A CRUELDADE CONTRA A CRIANÇA ............................. 22 
3.1 ESTUDO NUMÉRICO SOBRE O ABANDONO .................................... 22 
3.2 ADOÇÃO .............................................................................................. 23 
3.3 POLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS JURISDICIONAIS PARA A 
ERRADICAÇÃO DO ABANDONO INFANTIL ............................................. 25 
CONCLUSÃO ............................................................................................ 29 
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 31 
4 
 
RESUMO 
 
 
 
 
A presente monografia visa abordar uma questão social, que é o abandono infantil, 
entremeios a interveção de políticas públicas para que o problema seja solucionado a 
longo prazo e reduzido a curto prazo. 
5 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Foram palavras de Roberto Mangabeira Unger: 
 
É verdade que nós não podemos nos tornar visionários até que nos 
tornemos realistas. É verdade também que para nos tornarmos relistas nós 
devemos nos transformar em visionários.1 
 
O Brasil, assim como vários outros países, se encontra em situação de 
calamidade social. O que encontramos são crianças menores de idade não recebendo 
boa e adequada educação, e ao invés, trabalhando em sinaleiros, pedindo dinheiro, 
vivendo do pouco que conseguem conforme o modo que vivem. 
 
Muitas das crianças que se encontram neste estado de total abandono advém 
de lares desequilibrados, em que a mãe por não ter condições de criar um filho que, na 
maioria das vezes não era desejado, o deixa à mercê das ruas. É nesse momento que 
encontramos aquela imagem que tanto nos incomoda mas não fazemos nada ou 
pensamos não poder fazer nada. 
O princípio da dignidade da pessoa humana é um dos princípios fundamentais 
elencados na Constituição Federal. Este, é aquele princípio que ouvimos falar desde os 
primórdios da graduação em Direito e que, no decorrer deste, tanto aplicamos como forma 
de fundamentação para teses e argumentações, mas que, na maioria das vezes não nos 
atentamos para o real valor deste princípio. 
Como seres sociáveis devemos estabelecer regras para que a situação não 
fuja do controle, como relatado na época da Lei de Talião, o “olho por olho, dente por 
dente” não deve ser mais aplicado à nós. E, ainda como sociedade, devemos respeitar 
uns aos outros, e acima de tudo, a dignidade do outro que é tão ser humano quanto você 
e desa forma, ter como princípio máximo para si, o respeito à dignidade das pessoas, para 
que possamos ter a consciência de quando e como agir quando isso é violado. 
A situação da qual discorro não isenta, tampouco, o Estado de seus deveres 
que, se comprometeu em assegurar os direitos humanos no Pacto São José da Costa 
Rica. Muito menos ignora o fato de que as políticas públicas compreedem uma dimensão 
ético-política e tem relação com um projeto de desenvolvimento econômico-social. Deve 
haver uma relação entre Estado e sociedade que respeite a promoção da vida e os Direitos 
 
1 UNGER, Roberto Mangabeira. What should legal analysis become?. Cambridge Harvard Law School, 
1995, p. 356-357. 
6 
 
 
Humanos, que implemente ações com objetivo público, coletivo e universal. 
 
Neste trabalho, será tratado o abandono da criança orfã de pais vivos. A palavra 
orfão para a língua portuguesa significa “aquele que perdeu os pais, ou um deles. 
Abandonado, desamparado.” Quando tratamos das crianças orfãs de pais vivos, não é a 
intenção apontar para aquelas que, por um infortúnio, teve seus pais mortos, ambos ou 
um deles, mas sim aquelas que foram rejeitados e abandonados pelos pais ainda vivos, 
ambos ou apenas um deles. 
Entremeio aos muitos fatores que provocam essas situações em que vivem 
essas crianças, uma delas é o abandono, o descaso que esses seres humanos sofrem de 
tal forma que os deixam desamparados e desprotegidos contra tudo que lhe é retirado. E 
é sobre isso que iremos tratar neste trabalho, o abandono tanto dos pais dos menores, 
quanto do Estado e da sociedade, e ainda, esta que muda do sentimento de pena para o 
de marginalizar estes indivíduos e fecha os olhos para a barbaridade que ocorre debaixo 
de seus narizes. 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
ABANDONO INFANTIL 
 
1.1. BREVE ANÁLISE HISTÓRICA 
No decorrer da história do Brasil, não há muitos escritos sobre o abandono 
infantil. Entretanto, é um fato que recorre de muitos séculos. O grande fator principal do 
abandono está baseado na miséria, assim como antigamente, quem não tinha condições 
de criar uma criança à abandonava. Haviam aquelas que também seriam mães solteiras, 
algo que era visto com maus olhos perante a sociedade da época, dessa forma, via como 
“única” altenativa abandonar a criança às margens da sociedade. 
Com o êxodo rural, as cidades cresceram e os problemas urbanos foram 
instaurados, como o desemprego, a falta de alimentação, moradia entre tantos outros. Os 
pais da criança, muitas vezes conseguiam emprego em fábricas, como operários, porém, 
trabalhando de forma análoga a de escravo seus filhos ficavam negligenciados. 
A grande maioria das crianças abandonadas no início do século XX vivia nas 
ruas, além dos motivos já citados, para exercer atividades que complementassem a renda 
da família. Hoje ainda vemos várias crianças que ficam na rua vendendo balas, doces e 
vários outros produtos para ajudar na renda familiar. Nos sinais de trânsito, milhares de 
crianças são usadas pelos adultos para pedir dinheiro aos motoristas dos carros. 
Atualmente, as crianças abandondas que são orfãs de pai e mãe vivos, são as 
maiores vítimas recorrentes de trabalho infantil, tanto para seu sustento quanto para os 
adultos que também estão em situação de rua. 
Este tipo de acontecimento deve ser extremamente inexistente em um país 
desenvolvido, não no sentido 
Em 1969 foi promulgada a Convenção Americana sobre Direitos Humanos 
(Pacto de São José da Costa Rica) na qual o Brasil, desde então, passou a integrar como 
Estado membro. Com políticas para assegurar os direitos das pessoas como sereshumanos, o Estado assumiu a obrigação de zelar com este compromisso. 
No ano de 1990 foi criado pelo governo brasileiro o Estatuto da Criança e do 
8 
 
 
Adolescente (ECA), que regulamenta políticas em favor da criança e do adolescente e 
institui seus direitos e deveres. Mas a situação das crianças abandonadas no Brasil ainda 
está longe de ser solucionada: atualmente existem milhões de crianças morando em 
situação de risco nas ruas. Basta sair de casa para ver uma criança nessa situação de 
abandono. 
Segundo a Organização das Nações Unidas, hoje em dia, o número de 
crianças que vivem em situação de rua no mundo ultrapassa 150 milhões. São 
diferentes casos em todo o mundo de crianças abandonadas, algumas com apenas 2 
(dois) meses de vida, outras já maiores, com 9 (nove) anos, todas igualmente advindas 
de situações traumáticas, lares desestruturados ou sem ao menos ter tido um lar. De 
acordo com uma matéria do Jornal Hoje de 2012, o abandono de incapazes é 
correspondente a 40% das denúncias de violência hoje em dia e atinge crianças até 9 
(nove) anos. 
Um especialista da ONU explica2: “Crianças em situação de rua, 
frequentemente tendo escapado da violência, encaram um alto risco de serem 
sexualmente exploradas.” 
Ainda além da exploração sexual a criança está sujeita a se tornar também 
meio de traficância, bem como ser seduzida para a prática de outros tipos de crimes. Já 
é constatado que, a maioria dos adolescentes que adentram o mundo do crime provém 
de famílias de baixa renda, desestabilizadas, com pais ausentes e comumente sem ter 
escolaridade completa ou parcial. 
 
1.2. PSICOLOGIA DA CRIANÇA. 
 
Raramente paramos para pensar no real valor dos pais em nosso 
desenvolvimento. Ainda na barriga da mãe, a criança já se sente protegida contra o que 
ela ainda nem sabe que vai enfrentar ao nascer. Assim, quando nasce, aqueles dois perfis, 
pai e mãe, são sua estabilidade e proteção. Esse vínculo é ainda mais forte com a mãe, 
uma vez que, esta é a responsável por gerar, carregar, amamentar, educar e acompanhar 
o desenvolvimento de seu filho. 
A relação da mãe com o filho em seus primeiros anos de vida é fundamental 
para a construção social, emocional e psicológica da criança, uma vez que esta depende 
inteiramente daquela. É a partir do afeto, cuidado, carinho e amor da mãe que essa tem 
 
 
2 Boer-Buquicchio, Maud. Abandonadas e descartadas: mais de 150 milhões de crianças vivem nas 
ruas’, alertam especialistas da ONU. https://nacoesunidas.org/abandonadas-e-descartadas-mais-de- 
150-milhoes-de-criancas-vivem-nas-ruas-alertam-especialistas-da-onu/ 
https://nacoesunidas.org/abandonadas-e-descartadas-mais-de-150-milhoes-de-criancas-vivem-nas-ruas-alertam-especialistas-da-onu/
https://nacoesunidas.org/abandonadas-e-descartadas-mais-de-150-milhoes-de-criancas-vivem-nas-ruas-alertam-especialistas-da-onu/
https://nacoesunidas.org/abandonadas-e-descartadas-mais-de-150-milhoes-de-criancas-vivem-nas-ruas-alertam-especialistas-da-onu/
9 
 
 
menos chances de desenvolver uma personalidade antissocial, por exemplo, por não 
confiar em “estranhos”, uma vez que, ela não pode confiar nem na própria mãe que a 
abandonou, ou até mesmo, procurar incansavelmente o afeto que deixou de receber da 
figura materna, em outros de forma exagerada. 
As crianças são um “copia e cola”, ou seja, o que apredem com os pais em 
casa eles copiam e agem da mesma forma, tanto com eles quanto com as outras pessoas. 
Então, se uma criança cresce em um lar cercado de arrogância e brutalidade, é 
extremamente provável que ela vá agir dessa forma com seus colegas, ainda assim, se 
uma criança não possui um lar ou uma casa e cresce sem referencial de amor ou 
felicidade, ela não vai saber reproduzir estes sentimentos. 
Um pesquisador chamado Harlow fez um experimento com macacos, e em um 
dos momentos deste experimento ele colocou um macaco órfão junto com outros macacos 
não órfãos em uma sala com vários objetos. Segundo Paula Inez Cunha Gomide3: 
 
O órfao não se aproximou dos demais, não explorou o ambiente e quando 
“provocado” pelos outros para brincar iniciou uma luta, que precisou ser 
interrompida pelos pesquisadores. O filhote órfao constantemente 
apresentava comportamentos autodestrutivos, batendo a cabeça na 
parede e mordendo as mãos. 
 
Obviamente, este estudo serve apenas como base para o nosso presente caso, 
um reflexo de como o ser humano se sente e reage quando é órfão, mesmo que de pais 
vivos, tendo em vista que não lhe é dado o amparo necessário da mãe, a que agiu com 
negligência. 
Podemos analisar que com uma visão ampla que, a maioria das crianças 
abandonadas tem uma tendência maior para adentrar o mundo do crime que, por ter sido 
negligenciado, provavelmente já possuirá baixa auto-estima, insegurança e certo caráter 
antissocial, está mais vulnerável a conseguir outros meios para sobreviver, influencido por 
aqueles que já está nesta situação de vida. 
 
1.2.1. A DESIGUALDADE SOCIAL E A BASE EDUCACIONAL. 
 
Um dos grandes problemas do Brasil, talvez o maior, é a educação. Como já 
foi mencionado, com o capitalismo em sua crescente, principalmente após a revolução 
industrial, imprimiu-se um novo ritmo de progresso tecnológico e integração da economia 
no qual percebemos as feições mais próximas da economia experimentadas no mundo 
 
3 GOMIDE, Paula Inez Cunha. Pais Presentes Pais Ausentes: Regras e Limites. 2004. Vozes – RJ, pg. 
68. 
10 
 
 
contemporâneo. O desenvolvimento tecnológico, a obtenção de matérias-primas a baixo 
custo e a expansão dos mercados consumidores fez com que o sistema capitalista 
conseguisse gerar uma situação de extrema ambiguidade: o ápice do enriquecimento das 
elites capitalistas e o empobrecimento da classe operária. 
 
Assim como a maioria dos países subdesenvolvidos, no Brasil, a maior 
concentração de renda está nas mãos das pessoas ricas, enquanto as pessoas de classe 
baixa ficam com muito pouco ou nada. Entretanto, as pessoas que detém a maior parte 
da renda não a utilizam de forma consciente e proporcional, fazendo com que aconteça 
uma decreção de tudo o que não poderia decrescer, como a qualidade e o acesso a 
educação, o acesso a planos de saúde, até mesmo acesso a alimentação em muitos 
casos. 
 
Com a chegada do século XIX, houve uma exploração da mão-de-obra e o 
crescimento de grandes monopólios industriais, o desenvolvimento social, econômico e 
político trazido pelo sistema capitalista levou à ascensão das doutrinas socialistas. 
Entretanto, hoje ainda vemos que novas formas de rearticulação das políticas econômicas 
e o progresso tecnológico conseguiram dar suporte para que o capitalismo alcançasse 
novas fronteiras, com essa crescente a desigualdade social piora cada vez mais afetando 
diretamente na educação da população. 
De acordo com o Jornal Estadão de São Paulo foi apresentado na abertura do 
V Fórum Urbano Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) cinco cidades 
brasileiras estão entre as 20 mais desiguais do mundo, sendo Goiânia a mais desigual 
entre elas. Com o aumento da pobreza fica muito mais difícil para as classes sociais mais 
baixas e até médias conseguirem educação de qualidade, tendo em vista que o ensino 
público do Brasil é precário e para se conseguir um ensino compensatório é preciso ter 
uma boa renda para pode arcar com as escolas particulares. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 
quase metade da população brasileira (49,25%) com 25 anos ou mais não tem o ensino 
fundamental completo e outros 16 milhões (14,65%) de pessoas com 25 anos ou mais 
concluíram o fundamental, mas não chegaram ao fim do ensino médio. 
Ainda de acordo com a ONU, no Brasil a concentração econômica no topo da 
pirâmide social é maior do que o esperado, classificando o país em primeiro lugar, dos 29 
(vinte e nove) países analisados, em que o 1% mais rico recebe mais do que 15% darenda total, visto ainda que este número não se modificou durante o período de 2006 a 
2014. Afirmaram os pesquisadores: 
 
Uma vez que a renda é muito concentrada no topo (da pirâmide), o 
11 
 
 
resultado líquido é um declínio muito menor das desigualdades do que o 
sugerido pelas pesquisas domiciliares. 
 
Por consequência, a desigualdade social gera menos oportunidades para as 
pessoas pobres terem acesso à escolaridade. Ainda que existam escolas públicas, essas 
pessoas vão optar por trabalhar para conseguir sustento para a casa ou ajudar, nos casos 
dos filhos, do que frequentar a escola, ou ainda pode existir a pressão dos próprios pais 
para que os filhos trabalhem, repetindo um ciclo vicioso do que foi visto em suas gerações 
anteriores. 
Podemos analisar também que, o índice de pessoas que adentram o mundo do 
crime são, na grande maioria dos casos, justamente essas pessoas de baixa renda, que 
vivem nas periferias, advindas muitas vezes das famílias desestruturadas, com pais e 
mães que também não tiveram a oportunidade de terem uma boa base educacional. De 
acordo com o Ministério da Justiça e o gráfico abaixo apresentado4: 
 
Manter os jovens na escola pelo menos até o término do fundamental 
pode ser uma das políticas de prevenção mais eficientes para a redução 
da criminalidade e, por conseguinte, da população prisional. (Grifo Nosso) 
 
 
 
Figura 1 - A Escolaridade dos Presidiários Brasileiros. 
 
 
A partir desse conhecimento, podemos entender que, em casos assim, o 
abandono infantil é mais recorrente, de modo que, sem o estudo e ainda em situação de 
 
4 http://www.politize.com.br/populacao-carceraria-brasileira-perfil/ 
http://www.politize.com.br/populacao-carceraria-brasileira-perfil/
12 
 
 
criminalidade, as chances de conseguir emprego com um salário bom diminuem e em 
situação de pobreza fica muito difícil criar uma criança, motivo latente pelo qual os pais 
acabam negligenciando e abandonando seus filhos. 
Consequentemente, com a aplicação de políticas públicas para a redução da 
desigualdade e aumento da escolaridade, gerando uma boa base educacional e 
começando por aqueles que já estão em situação de descaso e abandono tanto por suas 
famílias quanto pelo Estado, o número de crianças em situação de rua diminuiria 
drasticamente. 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
DIREITOS HUMANOS 
 
2.1. DOS DIREITOS HUMANOS. 
 
Desde os tempos mais remotos o ser humano tem deveres para com a 
comunidade em que vive, entretanto, contrapondo os deveres deve haver também os 
direitos conferidos a estes para que não fique a mercê de injustiças e crueldades, como 
foi o caso do holocausto. 
 
A Declaração dos Direitos Humanos foi um marco para a humanidade e para a 
história dos direitos humanos. Esta declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das 
Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, que veio assegurar, pela primeira 
vez, a proteção universal aos direitos humanos. 
É o objetivo desta declaração Declaração: 
 
 
A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos 
Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos 
e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da 
sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através 
do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e 
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e 
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância 
universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, 
quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. 5 
 
No âmbito júridico, junto com a Constituição Federal, surgiu um dos princípios 
que regem o Direito, o da dignidade da pessoa humana. De acordo com o entendimento 
de Ingo Wolfgang Sarlet, a influência portuguesa, espanhola e alemã, no direito brasileiro 
faz com que o princípio da dignidade da pessoa humana assuma uma dimensão jurídica 
 
 
5 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948, pg.4. 
14 
 
 
de norma fundamental, positivada na Constituição de 1988, assumindo, dessa forma, duas 
funções, a defensiva e a prestacional, a primeira assegura que a diginidade da pessoa 
não seja ferida, já a segunda, condiciona o Estado e a sociedade a realizar 
implementações positivas para a asseguração do princípio. 
De acordo com o imperativo de Kant, as pessoas devem agir de modo a se 
pensar no meio e não no fim de suas ações, ou seja, antes de agir deve ser pensado nas 
intenções e não o que aquilo resultará. Com a crescente do capitalismo, a sociedade se 
porta de forma cada vez mais individualista, “o que é meu é meu” e vice-versa, fato esse 
que permite que as pessoas se ceguem diante das necessidades e dificuldades dos 
outros. 
A frase “O Estado sou eu”, ilustra a ausência de democracia, o descaso com a 
população e uma futura nação em que os governantes ao reterem todo o poder olham de 
cima para a sociedade como se fosse deuses. Entretanto, tráz a Constituição Federal de 
1988 em seu artigo 1º que “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 
Veja bem, perante esta norma máxima, a Constituição, somos todos iguais e o 
poder é da maioria, de todos, sendo apenas representado por uma minoria. Não é o que 
vemos nos dias atuais, o que vivemos é um momento de “O Estado sou eu”, em que a 
maioria é esquecida e não tem seus direitos assegurados por aquela minoria que deveria 
estar representando-a, e é nesse momento em que os direitos e a dignidade de vidas 
humanas não são assegurados nem pelo Estado e nem pela sociedade. 
No entanto, por sermos classificados como iguais, todos merecemos chances 
iguais e justas, os direitos humanos devem ser aplicados de forma a promover a igualdade 
entre as gerações. Como disseram especialistas da Organização das Nações Unidas 
(ONU): 
 
“A chave para mudar as vidas das crianças em situação de rua é 
assegurar, onde for possível, sua participação no desenvolvimento em 
termos de direitos humanos baseados em programas e políticas que se 
relacionem com elas, assim como proporcionar moradias adequadas e 
acesso à educação”, disseram. “Crianças de rua são detentoras de direitos 
estabelecidos na Convenção sobre os Direitos da Criança, e devem ser, 
portanto, reconhecidas, valorizadas e tratadas dessa forma.” 
 
Os direitos humanos vigoram nos dias atuais para garantir que nós tenhamos 
certeza de que estaremos assegurados como pessoas de nossos direitos, bem como 
nossos princípios. 
Tendo me vista o exposto, é uma certeza que os direitos humanos são podem 
15 
 
 
servir apenas de enfeite na Constituição, é por meio dele que se fazem valer as políticas 
públicas de desenvolvimento e melhorias sociais, pois sem ele estaríamos a mercê de um 
Estado absolutista, sem interesse para com seus cidadãos, e essa forma de governo 
nunca foi muito benéfico e nunca funcionou. 
 
2.1 DIREITOS CONFERIDOS AOS MENORES. 
 
Não é um fato atual que as crianças e os adolescentes são abusados de muitas 
formas e sempre foram. Crentes, pois foram criados dessa forma, que o trabalho dignifica 
o homem, os pais na maioria das vezes submetiam seus filhos a trabalhos pesados e 
inadequados à sua idade. 
Ainda assim, existem as crianças que vivem em situação de rua, estas sempre 
existiram. Tendo que encontrar uma forma de sobreviver, elas acabam tendo que trabalhar 
e se sujeitarem a uma vida que lhes retiram um dos momentos mais importantes do 
desenvolvimento, a infância. 
Visando o bem e a proteção destes foi criado em 13 de julho de 1990 a Lei nº 
8.069, mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, que institui em seu 1º 
artigo que “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.” É do 
interesse desta lei prover a condição mais favorável ao menor. 
O artigo 19 desta leiestabelece que toda criança ou adolescente tem o direito 
a ser criado e educado no seio de sua própria família ou uma substituta em casos 
excepcionais. Quando não está inserido em uma família o menor deve ser inserido em um 
programa de acolhimento familiar ou institucional. 
No mundo jurídico há o que chamamos de poder familiar, antigamente 
chamado de poder pátrio, referente ao dever de cuidado efetivo que os pais devem a seus 
filhos enquanto ainda são menores, tanto com a criação e a educação, quanto moralmente 
e materialmente. Acontece que, em certos casos, quando decretada judicialmente, pode 
haver a perda do poder familiar. 
Como já mencionamos, um dos grandes fatores do abandono familiar é a falta 
de recurso financeiro, entretanto, esta mesma insuficiência de recusos econônimos não é 
considerado causa suficiente para a perda do poder familiar. 
 
Menor – Guarda – Recurso: AC nº 13.819-0 – Origem: Santos – Órgão: C. 
Esp. – Rel. Cesar de Moraes – Data: 9-1-92 – Lei: ECA, art. 23 – Menor – 
Guarda – Restituição à família de origem – Hipótese em que a pobreza dos 
pais não consitui motivo para deferimento da guarda a terceiros e, 
‘inexistindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a 
criança ou adolescente será mantido em sua família de origem’ – art. 23, 
16 
 
 
parágrafo único do ECA – Negado Provimento à Apelação. 
 
 
Os pais são responsáveis por seus filhos, isso decorre do chamado poder 
familiar, antigamente “pátrio poder”, dessa forma cabe aos pais, conforme consta na 
Constituição Federal: 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, 
e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, 
carência ou enfermidade. 
 
Notem que não cabe aos pais escolherem se querem ou não zelar pela criança, 
ou mesmo se podem ou não, no artigo supracitado demonstra claramente a 
obrigatoriedade dos pais para com os filhos ao usar o verbo “dever”. Todos temos deveres 
e direitos, e esse é um dos deveres que todos temos desde o momento em que temos 
filhos. É ainda, regulado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sanção para 
casos em que os pais descumprem esses deveres que possuem: 
 
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao 
poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim 
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: 
 
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro 
em caso de reincidência. 
 
Existem ainda, penalidades reguladas pelo Código Penal para aqueles que 
realmente cometem o abandono efetivo de crianças e adolescentes. Estas que, inclusive, 
ao sofrerem esse abuso a seus direitos, o abandono, acabam em situação de 
marginalidade, prostituição, trabalho infantil, exploração sexual, entre vários outros leques 
de situação atentatórias aos direitos dos menores. 
Dessa forma, os pais que deixam de exercer seu dever de cuidado com a 
criança, seu poder familiar, não está amparado pela lei ao praticar tal ato, tendo em vista 
que, quando se tratar de mãe solteira, esta possui oportunidade para requerer que o pai 
pague alimentos que são obrigatórios, e no mínimo, o necessário para que o filho possua 
um conforto 
 
2.2 ABRIGOS. 
 
Os acolhimentos institucionais são abrigos os quais se destinam a atender 
àqueles que possuem uma vulnerabilidade social maior, e por algum motivo não tem mais 
como estar com seus pais, seja por perda do poder familiar, por abandono ou por serem 
órfãos. Essas instituições acolhem esses menores com o intento de lhes dar um lar 
provisório, entretanto, eles acabam, muitas das vezes, se tornando os lares definitivos até 
17 
 
 
que eles atinjam a maioridade. 
Esses acolhimentos são medidas protetivas que estão definidas no Estatuto da 
Criança e do Adolescente (ECA), e portanto, aplicáveis a crianças e adolescentes: 
 
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a 
autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes 
medidas: 
VII - acolhimento institucional; 
 
 
Ainda que seja bem distante da realidade em que vivemos nos dias atuais, o 
acolhimento institucional é ainda uma medida protetiva do Conselho Tutelar, o qual pode 
em caráter excepcional utilizar dessa medida, conforme informa o Estatuto da Criança e 
do Adolescente (ECA): 
 
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento 
institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher 
crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade 
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas 
ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. 
 
Existem três tipos de acolhimento institucional: os abrigos, as casas-lares e as 
casas de passagens. O primeiro trata-se de um local institucional que funciona como se 
fosse uma residência, pensada para produzir um ambiente que seja acolhedor para a 
criança. Esta forma de acolhimento é destinada para um grupo de 20 crianças e 
adolescentes e o estabelecimento possui vários cuidadores que revezam seus turnos. 
A casa-lar também é uma instituição residencial que visa a boa e segura estadia 
dos menores, de todo modo, esta é feita para uma quantidade menor de pessoas, mais 
ou menos 10 e é normal que possuam apenas um cuidador ou um casal de cuidadores 
que cuidam das crianças e da casa como se suas fossem. Já as casas de passagens, 
como o nome já sugere, são aquelas em que os menores ficam por tempo muito curto, 
nos momentos em que as crianças serão restabelecidas à sua família de origem ou para 
a família substituta. 
De acordo com a Fundação Abinq6, dentre os números de disque 100 em 2014 
a violação do direito das crianças mais recorrente é a negligência. 
A verdade é que, o que ocorre hoje em dia na maioria dos Estados do Brasil é, 
os abrigos atuando em caráter permanente, ou seja, o que o Estatuto da Criança e do 
 
6 https://observatoriocrianca.org.br/system/library_items/files/000/000/005/original/Cenario- 
Brasil_2016.pdf?1510343805 
18 
 
 
Adolescente determina como temporário: 
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio 
de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a 
convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu 
desenvolvimento integral. 
 
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa 
de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no 
máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária 
competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional 
ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de 
reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das 
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. 
 
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de 
acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito 
meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior 
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
 
Vem sido realizado de forma permanente, tendo nestes lugares crianças que 
foram encontradas ainda quando pequenas e cresceram nas instituições, sem a noção do 
que é ter uma família e ser criado por uma. Essa vivência una, de passar quase toda sua 
vida em um abrigo, prejudica tanto a criança quanto à sociedade. Como são bastante 
menores, muitos acabam fugindo dos abrigos e tentando a vidas nas ruas, as vezes se 
refugiando nas drogas ou no mundo do crime. 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
A CRUELDADE CONTRA A CRIANÇA 
 
 
3.1 ESTUDO NUMÉRICO SOBRE ABANDONO. 
 
Tão grande é o número relacionado a abandonos, que é necessário estudos 
mais aprofundados para entendermos a situação. Todos os dias escutamos casos de 
crianças achadas em lixeiras ou muitas as vezes já um pouco maiores que são 
abandonadas pelos pais,a maior parte desse segundo caso se dá por causa do uso de 
drogas. 
Se comparado com tempos antigos, com certeza o número de crianças 
abandonadas em total desamparo diminuiu, uma vez que, em tempos mais remotos, a 
visão de ser uma mãe solteira era motivo de perda de respeito perante a sociedade, bem 
como, a situação econômica era mais precária, era mais difícil ter acesso à saúde, e a 
escolaridade era para poucos. 
Entretanto, ainda no século em que estamos, casos de abandono são bastante 
recorrentes em nossa sociedade, porque apesar de todo o desenvolvimento que já 
conseguimos alcançar, o Brasil ainda é um país subdesenvolvido que carrega consigo as 
marcas de ocupar o lugar em um ranking com vários outros países com uma das maiores 
desigualdades. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE)7, “Um quarto da população, ou 52,168 milhões de brasileiros, estavam 
abaixo da linha de pobreza do Banco Mundial em 2016.” 
Apesar do ano de 2016 ter sido o ano mais intenso da recessão, as coisas ainda 
não melhoraram muito, exatamente 4,48% do número de extremamente pobres recuou no 
ano de 2017. Estas circunstâncias influenciam diretamente nos casos de abandono, uma 
vez que a maioria provém de lares desestabilizados e pobres. 
De acordo com o site da Tribuna do Norte8, uma pesquisa feita no ano de 2014 
 
 
 
7 http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,um-em-cada-quatro-brasileiros-vive-abaixo-da-linha-da- 
pobreza,70002121064 
8 http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/em-dois-anos-mais-de-27-mil-criancas-foram- 
abandonadas/275665 
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral%2Cum-em-cada-quatro-brasileiros-vive-abaixo-da-linha-da-
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/em-dois-anos-mais-de-27-mil-criancas-foram-
20 
 
 
constatou que nos últimos dois anos anteriores ao citado, houve um número de 27.625 de 
casos de abandono, sendo que 61% correspondem a crianças com idade até 4 (quatro) 
anos, sendo o restante contituído também por menores, porém entre 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos. 
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU)9, são mais de 150 
milhões de crianças abandonadas em situação de rua no mundo, e os especialistas 
pedem intervenção Estatal para garantir os direitos básicos da criança. A ONU se 
manifestou, dizendo: 
Essas crianças estão escapando da pobreza, de moradias inadequadas, 
famílias desestruturadas, violência doméstica, desalojamento, desastres 
naturais, conflitos e guerras. Elas tomam as ruas porque não há outro lugar 
para onde ir. Uma vez nas ruas, elas sofrem discriminação e 
estigmatização. 
Já Leilani Farha, relatora especial da ONU, disse sobre o direito à moradia adequada: 
 
“[...] ressaltou o impacto da crise econômica global na qualidade e 
quantidade de recursos disponíveis em nível local e nacional. E 
acrescentou que “os Estados devem adotar estratégias de longo prazo 
para a moradia baseadas nos direitos humanos e que integrem políticas 
econômicas para as famílias, para ajudar a prevenir que as crianças vão 
para as ruas”. 
Ainda que superada a recessão de 2016, a situação econômica do país irá 
demorar a se recuperar, e ainda que se recupere, os problemas com desigualdades e 
abandonos continuarão a acontecer pois já se encontravam assim antes do período citado, 
que apenas se agravaram. 
 
3.2 ADOÇÃO 
 
Um assunto ainda delicado no Brasil atual é a adoção, apesar de a quantidade 
de pessoas que adotam tenha aumentado em relação ao passado, ainda é muito difícil 
pessoas que se valem da adoção para constituir uma família, e ainda aquelas que querem 
adotar, definem preferências em crianças que não é a realidade da maioria que estão na 
fila esperando para serem adotadas. 
Se nos detivermos na ideia de que boa parte da maioria das crianças e 
adolescentes que estão abandonadas hoje em dia vivem em abrigos, nos questionamos, 
como fazer para retirar todas essas crianças dessa situação e dar a elas um verdadeiro 
 
9 https://nacoesunidas.org/abandonadas-e-descartadas-mais-de-150-milhoes-de-criancas-vivem-nas-ruas- 
alertam-especialistas-da-onu/ 
21 
 
 
lar? A resposta é bem óbvia, porém com seus problemas. 
 
A adoção é o método geralmente mais usado por casais que não podem ter 
filhos, e o mais esperado pelas crianças que, por algum motivo, foram tiradas de seus pais 
e moram em abrigos. De acordo com o site do Senado Federal10: “Existem hoje cerca de 
5.500 crianças em condições de serem adotadas e quase 30 mil famílias na lista de espera 
do CNA. O Brasil tem 44 mil crianças e adolescentes atualmente vivendo em abrigos [...]”. 
Entretanto, apesar de tantas pessoas na lista de espera, o número de crianças 
para serem adotadas só aumentam. Isso acontece pois as famílias possuem expectativas 
que são incompatíveis com a maior parte das crianças que estão para adoção, como por 
exemplo, a maioria das famílias querem crianças brancas e abaixo de 4 (quatro) anos de 
idade, sendo que esse perfil é minoritário dentro do quadro de adoção, a maioria das 
crianças são negras ou pardas e com idade acima e 4 (quatro) anos. 
Segundo o site do Senado Federal, “para o senador Magno Malta (PR-ES), a 
morosidade nos processos de adoção acaba contribuindo para que vidas sejam 
desperdiçadas. ” 
Continua ele ainda: 
“Algumas dessas crianças vão se prostituir depois dos 12, 13 anos de 
idade porque não aguentam mais. Saltam o muro do abrigo, vão para a rua 
e não voltam. Dizem que a rua é o lugar delas. Estão roubando e 
assaltando, pagando o preço desse tipo de raciocínio de quem tem o poder 
e podia facilitar as coisas, mas não faz isso. ” 
Todo o sistema de adoção fica parado, pois como o número de crianças que 
possuem as características que as famílias normalmente querem são poucas, as outras 
crianças continuam sem um lar e uma família, muitos até sem nunca conseguirem ser 
adotadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/realidade-brasileira-sobre-adocao.aspx 
http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/realidade-brasileira-sobre-adocao.aspx
22 
 
 
 
Figura 2 - Estudo gráfico da adoção. 
O gráfico acima relata exatamente a complexidade da adoção no Brasil, tendo 
sido acumulada uma fila com 30 mil pretendentes à adoção, montante que se explica, 
além da exigência feita pelas famílias, de toda a burocracia que gira em torno da 
adoção. 
Todo o processo de adoção começa, primeiramente, com a intrevista de 
intenção, após, deve ser preenchido um formulário constando as características dos 
interessados, em seguida, a entrega dos documentos listados. As famílias interessadas 
a adotar devem então fazer um curso, passando por avaliação psicológica, bem como 
pelo serviço social, após tem uma avaliação e em seguida a entrada na fila de espera 
para adoção. 
 
 
3.2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E MEDIDAS JURISDICIONAIS PARA A 
ERRADICAÇÃO DO ABANDONO INFANTIL. 
 
O abandono infantil, como já foi explicado, não é um acontecimento somente 
da atualidade, é algo que já acontece, como dizem, “desde que mundo é mundo”. Então, 
como mesmo depois de todo esse tempo nós, como Estado e cidadãos, ainda não 
sabemos lidar corretamente com esse fato? 
De fato, existem sanções destinadas à punição daquele que abandona pessoa 
que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, bem como para quem expõe 
e abandona recém nascido, ou deixar de prestar assistência à criança abandonada ou 
extraviada quando lhe seja possível fazer sem que haja risco pessoal. Entretanto, na 
23 
 
 
prática que podemos observar do dia-a-dia, essas sanções não são cumpridas ou 
colocadas em ação e o abandono infantil continuar recorrente. Dessa forma, devem ser 
criadas políticas públicas para assegurar que essas punições sejam executadas, bem 
como medidas sociais sejam criadas com o fim de erradicar a situação do abandono. 
Mas para sabermos mais como issopoderia acontecer, antes precisamos 
entender qual a função das políticas públicas e como elas podem interferir no âmbito 
privado. 
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2013. P.22): 
 
As políticas públicas são as metas e os instrumentos de ação que o poder 
público define para a consecução de interesses públicos que lhe incumbe 
proteger. Elas compreendem não só a definição das metas, das diretrizes, 
das prioridades, mas também a escolha dos meios de atuação. 
 
Segundo Maria Paula Dallari Bucci (2002, p.264/265), conforme citado por 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2013. P.22): 
 
[...] as políticas públicas devem ser vistas também como processo ou 
conjunto de processos que culmina na escolha racional e coletiva de 
prioridades, para a definição dos interesses públicos reconhecidos pelo 
direito. 
A mesma autora define ainda as políticas públicos como: 
“programas de ação governamental visando a coordenar os meios à 
disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de 
objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados”. 
Seguindo o raciocínio exposto, podemos chegar a conclusão de que as 
políticas públicas são programas ou ações realizadas pelo Governo com finalidade social. 
Entretanto, percebemos também que esse poder para criar medidas ou ações que visam 
a melhoria social são facultativos, ficam à escolha ou são discricionários ao poder público, 
dentre os vários casos acolhidos pelo ordenamento jurídico. Essa escolha do poder 
público pode ser externadas por meio da Constituição, de Emendas Constitucionais, Atos 
normativos do Poder Legislativo, do Poder Executivo e de órgãos e entidades da 
Administração Pública. 
Já existem sanções no âmbito jurisdicional, para aqueles que cometem algum 
tipo de ato atentatório quanto a um menor, como são exemplos, o artigo 249 do Estatuto 
da Criança e do Adolescente, bem como os artigos 133, 134 e 135, todos do Código Penal. 
Entretanto, nos dias atuais elas já não são tão eficazes na repressão dos atos de 
abandono, momento em que, já não sendo mais efetivas as normas sancionadoras, o 
Estado deve intervir para assegurar o cumprimento da lei. 
Consta na Constituição Federal: 
24 
 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
 
Assim como já foi abordado no decorrer desta monografia, um dos grandes 
problemas que assola o país e cresce cada dia mais, é a desigualdade social, e como 
consta na nossa Constituição no artigo acima citado, bem como em vários outros, como 
é o caso dos artigos 193, 203 e 204 do mesmo dispositivo, é dever dirigido a todos os 
entes da federação e aos três Poderes do Estado, a redução de desigualdades regionais 
e sociais, o bem estar e a justiça social, a assistência social abrangendo ao amparo das 
crianças e adolescentes carentes, bem como ações governamentais na área de 
assistência social que deverão ser realizadas com os recursos do orçamento da 
seguridade social. 
Sabendo disso, alcançamos o tema do nosso capítulo e a essência deste 
trabalho. São várias as políticas públicas, tanto a curto prazo quanto a longo prazo, que 
podem ser relizadas para reduzir os casos de abandono infantil. Em conjunto com as 
medidas jurisdicionais já existentes, a curto prazo, o Poder Público pode intervir quanto a 
aplicação das sanções no caso concreto/ mundo real, para que a lei seja aplicada de forma 
mais rígida e célere. 
A longo prazo, o Poder Público deve intervir na educação pública, 
aperfeiçoando-a, de modo a optimizar o tempo usado dentro de sala de aula, combater a 
repetência e ter mais rigidez quanto a faltas, tanto dos alunos quanto dos professores. 
Mais uma medida a longo prazo seria a restituição de programas como Cidadão 2000 e 
Trabalhando com a Mãos, em que as crianças, jovens e até mesmo adultos em situação 
de vunerabilidade social possam se preparam para ingressar no mercado de trabalho, que 
oferecesse assistência psicológica, atividades culturais, cursos profissionalizantes, 
evitando que passem todo um período do dia ociosas. Outra medida a longo prazo 
também seria a criação de novas escolas de artes e investimento nas que já existem, 
como o Teatro Escola Basileu França ou o Instituto Gustav Hitter, que oferecem cursos 
de níveis, bem como profissionalizantes, em todas as áreas artísticas. 
É preciso também que seja investido para que essas instituições vão às ruas 
para propagar o programa, assim como os abrigos devem fazer, para que as crianças que 
já estão em situação de rua possa ter a oportunidade de ter um futuro melhor também ou 
para as que não conhecem o acolhimento institucional passem a conhecer e possam ter 
um lugar para se abrigar ou futuramente poder passar pr um processo de adoção. O 
investimento em mais abrigos e boas condições para eles é fundamental. 
25 
 
 
Todos esses métodos de investimento do Poder Público geram um 
conhecimento maior da vida para a sociedade, principalmente as pessoas mais carentes, 
podendo evitar gravidez indesejadas, bem como gera oportunidades de emprego para 
essas pessoas fazendo com que elas tenham mais estrutura e estabilidade financeira para 
criar seus filhos. 
Deve ser ressaltado também, que o auxílio psicológico é super importante, 
tendo em vista que a maioria dos casos de abandono vem de famílias desestruturadas, o 
auxílio psicológico gratuito, seja nas escolas ou em instituições, deve ser sempre 
lembrada pois ajudam as pessoas a se estabilizarem e construírem lares melhores para 
si no futuro. 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Por fim, cabe reiterar que, infelizmente, a situação em que vivemos é 
extremamente degradante para a sociedade. O Brasil ocupa um lugar consideravelmente 
baixo em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano11, de acordo com o Relatório 
das Nações Unidas, caindo ainda mais de posição quando adicionado a desigualdade. 
Preconiza-se então, que algo deve ser feito, entretanto, este algo deve ser feito tanto por 
nós, como membros de uma sociedade, quanto pelo Poder Público e jurisdiconal. 
 
Foi abordado também durante esta monografia o surgimento dos abandonos, 
desde os tempos mais antigos, como eles foram tratados e os motivos do surgimento 
desse ato, foi explorado um pouco da psicologia da criança e dos traumas que podem 
sem causados com o abandono, principalmente pela mãe. 
Foi dada uma certa enfatizada na base educacional de uma pessoa, bem como 
na condição social e financeira. Pois, vejam bem, nascemos com um esboço de 
personalidade que é formada até os 7 anos de idade, ou seja, durante 7 anos de nossas 
vidas o meio externo juntamente com o próprio ser, se fundem para formar o caráter das 
pessas. 
Tendo isso em vista, devo ressaltar que a base educacional, principalmente 
para crianças, é fundamental, bem como que seja dada a instrução correta, principalmente 
em casa, motivo pelo qual seria importante também disponibilizar psicólogas que agissem 
de forma mais ativa no âmbito escolar, de modo a aconselhar tanto o aluno, quanto os 
pais quando percebesse que não não estava certo. 
Foi abordado também no tema a questão da desigualdade social, talvez um 
dos maiores problemas nos dias atuais em que ainda estamos. Segundo o jornal Estadão, 
pesquis feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os ricos ganham 
36 vezes mais do que os pobres, fazendo com que essa desigualdade seja discrepante 
entre os ricos na faixa alta da riqueza e os pobres na faixa abaixo da pobreza. 
Foi tratado sobre os direitos humanos no decorrer da monografia, momento 
reservado para ser falado sobre os princípios inerentes às pessoas, bem como as formas 
 
11 http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-se-mantem-na-79-posicao-em-ranking-de-idh,70001707897 
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral%2Cbrasil-se-mantem-na-79-posicao-em-ranking-de-
27 
 
 
de governo pelas quais já passamos e a evolução desses direitos no decorrer dos anos. 
Assim como, a evolução dos direitos dos menores também foi conquistada com o decorrer 
dos anos. 
Esta monografia serve como um alerta para nós, sociedade, para o Poder 
Público e para o âmbito jurídico. O mundo está em situação de alerta, e o Brasil, 
especialmente, necessita de cuidados especiais quando concernentes aos menores em 
situação de abandono. Nós que temos uma casa quente para nos abrigarmos durante o 
frio e as chuvas não sabemos o que é o seu lar muitas vezes ser uma marquize ou como 
é dormir no chão sujo e passar por diversas situações perigosas ainda quando criança, 
bem como não entendemos a verdadeira raiz do trabalho escravo infantil. 
Lugar de criança é na escola, em centros culturais e amparado por um seio 
familiar, assim como todos nós que lutamos pelos nossos direitos, elas por não 
conhecerem seus direitos não têm como lutarem por ele, mas nós podemos em nome 
delas. 
A políticas públicas são medidas mínimas que o Poder Público deve tomar para 
assegurar o cumprimento das leis e assegurar os direitos que as crianças e adolescentes 
desse Brasil tem de possuírem uma boa educação, alimento, um teto e sua dignidade 
intacta. Fere profundamente o princípio da dignidade humana uma criança que não possui 
seus direitos básicos. 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1 - ALVARENGA, Maria Amália de Figueiredo Pereira; ROSA, Maria Virgínia de 
Figueiredo Pereira do Couto. Apontamentos de metodologia para a ciência e técnicas 
de redação científica (monografias, dissertações e teses). Porto Alegre: SAFE, 2012. 
 
2 - GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2012. 
KAROLENSKY, Natália Regina; HENRIQUES, Hamilton Belloto. A Recusa de 
Tratamentos Vitais no Ordenamento Brasileiro: A escolha é sua In: MEZZAROBA, 
FEITOSA, SILVEIRA, SÉLLOS-KNOERR (orgs). Biodireito. Curitiba: Clássica Editora, 
2014. 
 
3 - LOPES, Lorena Duarte Santos. Colisão de direitos fundamentais: visão do 
Supremo Tribunal Federal. Disponível em: 
<http://www.ambito- 
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11242> 
Publicado em 01/02/2012. Acesso em 05/04/2016 
 
4 - UNICEF Brasil. https://www.unicef.org/brazil/pt/z 
 
5 - Planalto. Código Civil. Disponível em: 
&lt;http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm&gt;. Acesso em 24 de 
agosto de 2017. 
Planalto. Constituição Federal. Disponível em:&lt; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm&gt;. 
Acesso em 24 de agosto de 2017. 
 
6 - VENOSA, Sílvio de Salvo; Direito Civil: Responsabilidade civil. Volume IV. 
http://www.academia.edu/29853857/Responsabilidade_Civil_Volume_IV_Silvio_de_s 
alvo_venosa.pdf 
7 - http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/eca-25-anos-linha-do-tempo- 
direitos- criancas-e-adolescentes 
 
8 - http://periodicos.uesb.br/index.php/cadernosdeciencias/article/viewFile/4889/4683 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&amp;amp%3Bartigo_id=11242
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&amp;amp%3Bartigo_id=11242
https://www.unicef.org/brazil/pt/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm%26gt%3B
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm%26gt%3B
http://www.academia.edu/29853857/Responsabilidade_Civil_Volume_IV_Silvio_de_salvo_venosa.pdf
http://www.academia.edu/29853857/Responsabilidade_Civil_Volume_IV_Silvio_de_salvo_venosa.pdf
http://www.academia.edu/29853857/Responsabilidade_Civil_Volume_IV_Silvio_de_salvo_venosa.pdf
http://www.academia.edu/29853857/Responsabilidade_Civil_Volume_IV_Silvio_de_salvo_venosa.pdf
http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/eca-25-anos-linha-do-tempo-direitos-criancas-e-adolescentes
http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/eca-25-anos-linha-do-tempo-direitos-criancas-e-adolescentes
http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/eca-25-anos-linha-do-tempo-direitos-criancas-e-adolescentes
http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/eca-25-anos-linha-do-tempo-direitos-criancas-e-adolescentes
http://periodicos.uesb.br/index.php/cadernosdeciencias/article/viewFile/4889/4683
29 
 
 
9 - ISHIDA, Válter Kenji. Estatuto da Criança e do Adolescente. Doutrina e 
Jurisprudência.10. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2009. 
 
10 - PIOVESAN, Flávia Cristina. Direitos Humanos e o Direito Constitucional 
Internacional. 14.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
 
11 - DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27.ed. São Paulo: Atlas, 
2014. 
 
12 - CHAVES, Juliana de Castro. Psicologia Social e Políticas Públicas: Contribuições 
e Controvérsias. 1. ed. Goiás: Editora da PUC, 2012. 
 
13 - https://psicologado.com/atuacao/psicologia-da-familia/a-privacao-do-vinculo- 
afetivo-materno-pode-contribuir-para-o-ato-infracional-do-adolescente-na-atualidade 
 
14 - GOMIDE, Paula Inez Cunha. Pais Presentes Pais Ausentes: Regras e Limites. Rio 
de Janeiro:Editora Vozes, 2004. 
 
15 - https://nacoesunidas.org/concentracao-de-renda-manteve-se-estavel-no-brasil-na- 
ultima-decada-diz-centro-da-onu/ 
 
16 - http://www.politize.com.br/populacao-carceraria-brasileira-perfil/ 
 
17 - http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/05/abandono-de-criancas-corresponde- 
40-das-denuncias-de-violencia.html 
 
18 - http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-se-mantem-na-79-posicao-em- 
ranking-de-idh,70001707897 
 
19 - file:///C:/Users/home/Downloads/131-451-1-PB.pdf 
 
20- 
http://direito.unb.br/images/PosGraduacao/Processo_Seletivo/Processo_Seletivo_2016/ 
Prova_de_Conteudo/politicas_publicas_e_direito_administrativo.pdf 
 
21 - http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,um-em-cada-quatro-brasileiros-vive- 
abaixo-da-linha-da-pobreza,70002121064 
 
22 - http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/em-dois-anos-mais-de-27-mil-criancas- 
foram-abandonadas/2756 
https://psicologado.com/atuacao/psicologia-da-familia/a-privacao-do-vinculo-afetivo-materno-pode-contribuir-para-o-ato-infracional-do-adolescente-na-atualidade
https://psicologado.com/atuacao/psicologia-da-familia/a-privacao-do-vinculo-afetivo-materno-pode-contribuir-para-o-ato-infracional-do-adolescente-na-atualidade
https://psicologado.com/atuacao/psicologia-da-familia/a-privacao-do-vinculo-afetivo-materno-pode-contribuir-para-o-ato-infracional-do-adolescente-na-atualidade
https://nacoesunidas.org/concentracao-de-renda-manteve-se-estavel-no-brasil-na-ultima-decada-diz-centro-da-onu/
https://nacoesunidas.org/concentracao-de-renda-manteve-se-estavel-no-brasil-na-ultima-decada-diz-centro-da-onu/
https://nacoesunidas.org/concentracao-de-renda-manteve-se-estavel-no-brasil-na-ultima-decada-diz-centro-da-onu/
http://www.politize.com.br/populacao-carceraria-brasileira-perfil/
http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/05/abandono-de-criancas-corresponde-
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral%2Cbrasil-se-mantem-na-79-posicao-em-
file:///C:/Users/home/Downloads/131-451-1-PB.pdf
http://direito.unb.br/images/PosGraduacao/Processo_Seletivo/Processo_Seletivo_2016/
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral%2Cum-em-cada-quatro-brasileiros-vive-
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/em-dois-anos-mais-de-27-mil-criancas-

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