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Faculdade de Engenharia e Arquitetura Curso de Engenharia Civil APOSTILA DE HIDRÁULICA I (Material para o acompanhamento das aulas) CURSO: Engenharia Civil CÓDIGO: CIV011 DISCIPLINA: Hidráulica I PROFESSORA: Gislaine Praetorius Mello Alves Maristâni G. Spannenberg Formigheri Simone Fiori Passo Fundo 2009 Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 3 SUMÁRIO Capítulo 1 – Conceitos Fundamentais dos Fluidos.................................................. 1.1 Introdução, Objetivos, Divisão e Evolução da hidráulica 1.2 Fluidos : Líquidos e Gases 1.3 Sistemas de unidades 1.4 Propriedades dos fluidos 3 Capítulo 2 – Hidrostática ou Fluidostática.................................................................. 2.1 Equação Fundamental 2.2 Fundamentos da hidrostática – Lei de Stevin - Lei de Pascal 2.3 Altura ou carga piezométrica 2.4 Planos de carga 2.5 Medidas de Pressão – Pressão relativa ou efetiva – Pressão Absoluta 2.6 Equilíbrio de líquidos não miscíveis 2.7 Vasos comunicantes 2.8 Manometria 2.9 Empuxo ou resultante das pressões – Princípio de Arquimedes 2.9.1 Empuxo em superfícies planas 2.9.2 Empuxo em superfícies curvas 15 Capítulo 3 – Hidrodinâmica ou Fluidodinâmica.......................................................... 3.1 Classificação dos movimentos 3.2 Regimes de escoamento 3.3 Equação da continuidade 3.4 Teorema de Bernoulli 3.5 Escoamento em condutos forçados 40 Capítulo 4 – Perda de Carga...................................................................................... 4.1 Definições das linhas de carga 4.2 Perda de carga distribuída ao longo das tubulações 4.2.1 Método Universal e métodos empíricos 4.3 Perda de carga localizada 4.3.1 Método Universal e método empírico dos comprimentos equivalentes 48 Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 4 Capítulo 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.1 Introdução Hidráulica Hidráulica: “Condução de água.” Hydor – água Aulos – tubo, condução Definição Hoje o significado de Hidráulica: “ é o estudo do comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso, quer em movimento. “ Objetivo: Estudar o equilíbrio e o movimento dos líquidos. Divisão da Hidráulica: - Hidrostática ou Fluidostática: Líquido em repouso; - Hidrodinâmica ou Fluidodinâmica: Líquido em movimento. Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica: “ É a aplicação da Hidráulica Teórica aos diversos ramos da Técnica. ” Hidráulica Teórica: A hidráulica é a área da engenharia e da arquitetura que aplica os conceitos da mecânica dos fluidos na resolução de problemas ligados à captação, armazenamento, controle, transporte e usos da água. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 5 Evolução da Hidráulica: N a B a b i lô n ia e x is t ia m c o le t o r e s d e e s g o t o d e s d e 3 7 5 0 a .C .N a B a b i lô n ia e x is t ia m c o le t o r e s d e e s g o t o d e s d e 3 7 5 0 a .C . I m p o r t a n t e s e m p r e e n d im e n t o s d e ir r ig a ç ã o t a m b é m f o r a m e x e c u t a d o s n o E g it o , 2 5 s é c u lo s a .C . I m p o r t a n t e s e m p r e e n d im e n t o s d e ir r ig a ç ã o t a m b é m f o r a m e x e c u t a d o s n o E g it o , 2 5 s é c u lo s a .C . O p r im e ir o s is t e m a p ú b l i c o d e a b a s t e c im e n t o d e á g u a d e q u e s e t e m n o t íc ia , o a q u e d u t o d e J e r w a n , f o i c o n s t r u íd o n a A s s ír ia , 6 9 1 a .C . E x e m p lo s d e A q u e d u t o s : O p r im e ir o s is t e m a p ú b l i c o d e a b a s t e c im e n t o d e á g u a d e q u e s e t e m n o t íc ia , o a q u e d u t o d e J e r w a n , f o i c o n s t r u íd o n a A s s ír ia , 6 9 1 a .C . E x e m p lo s d e A q u e d u t o s : N o s é c u lo X V I , f i ló s o f o s v o lt a r a m -s e p a r a o p r o b le m a s d e p r o je t o s d e c h a f a r iz e s e f o n t e s m o n u m e n t a is n a I t á lia . L e o n a r d o d a V in c i e n t ã o p e r c e b e u a im p o r t â n c ia d e s t e s e t o r . N o s é c u lo X V I , f i ló s o f o s v o lt a r a m -s e p a r a o p r o b le m a s d e p r o je t o s d e c h a f a r iz e s e f o n t e s m o n u m e n t a is n a I t á lia . L e o n a r d o d a V in c i e n t ã o p e r c e b e u a im p o r t â n c ia d e s t e s e t o r . U m n o v o t r a t a d o , p u b lic a d o e m 1 5 8 6 p o r S t e v in , e a s c o n t r ib u iç õ e s d e G a li le u , T o r r ic e l l i e D a n ie l B e r n o u ll i c o n s t r u ír a m a b a s e p a r a o n o v o r a m o c ie n t íf ic o . A p e n a s n o s é c u lo X I X , c o m o d e s e n v o lv im e n t o d a p r o d u ç ã o d e t u b o s d e f e r r o f u n d id o , c a p a z e s d e r e s is t ir a p r e s s õ e s in t e r n a s r e la t iv a m e n t e e le v a d a s , e c o m o c r e s c im e n t o d a s c id a d e s e a im p o r t â n c i a c a d a v e z m a io r d o s e r v i ç o d e a b a s t e c im e n t o d e á g u a , é q u e a h id r á u l i c a t e v e u m p r o g r e s s o r á p id o e a c e n t u a d o . Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 6 Hidráulica Urbana: Sistemas de abastecimento de água, de Esgotos Sanitários, de águas pluviais; Paisagismo; Hidráulica Rural ou Agrícola: Rios, Canais, Irrigação, Moinhos; Exemplos de Hidráulica Técnica: Exemplo de ETA (Estação de Tratamento de Água): Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 7 Hidráulica Marítima: Portos, Obras marítimas; Hidrelétrica: Geração de energia através da água; Hidráulica Industrial: Macaco hidráulico, Prensa hidráulica... Os fluidos são corpos sem forma própria. Tanto os líquidos, quanto os gases são fluidos. Fluido gasoso – forças de repulsão são maiores que as de coesão, as partículas afastam-se, logo, só em recipientes fechados é que podemos contê-los; 1.2 Fluidos: Líquidos e gases Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 8 Fluido líquido – tem uma superfície livre ou não, e uma determinada massa de um líquido, a uma mesma temperatura, ocupa só um determinado volume de qualquer recipiente. A forma como o líquido responde na prática, às várias situações, depende basicamente de suas propriedades Físico-químicas. Unidades: “São Normas arbitradas e magnitudes consignadas às dimensões primárias como padrões para a medição.“ “Essas unidades são relacionadas entre si por fatores de conversão”, por exemplo: Existe mais de uma maneira para selecionar a unidade de medida, são os chamados: SISTEMAS DE UNIDADES, o mais utilizado é o sistema S.I. (Systeme International d’ Unités), aceito em mais de 30 países. As unidades fundamentais do Sistema S.I. são: Massa: Quilograma (kg) Comprimento: metro (m) Tempo: segundos (s) Temperatura: Kelvin (k) Força: Newton (N) Obs.: No Sistema S.I. a unidade de VOLUME não é o Litro (L) mas sim o metro cúbico (m3). Descrevem o movimento dos fluidos. São os Termos para definir o seu estado físico. As propriedades são: “Características de uma substância que tem um valor constante para um dado estado.” 1.3 Sistemas de Unidades: Exemplo: Comprimento: – metros - pés - jardas ou milhas 1 milha = 5280 pés = 1609 metros 1.4 Propriedades HidráulicaI Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 9 Intensivas – Cujo valor, num dado estado, independe da quantidade de matéria presente. Exemplos: Pressão, temperatura, Viscosidade e tensão superficial Extensivas – Ao contrário, são diretamente variáveis em função da quantidade de matéria presente, é possível associar valores específicos por unidade de massa ou de volume. Exemplos: Volume, peso, energia, quantidade de movimento e massa. Algumas Propriedades Importantes: Classificação das propriedades: 1. Massa específica ou Densidade Absoluta (ρ): 2. Peso específico (γ): Relação entre Massa específica e Peso específico: 3. Densidade relativa ou gravidade específica (δ): Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 10 4. Pressão (p): Genericamente: é o quociente da intensidade de uma força normal a uma superfície, pela área desta superfície. p = F/A Distribuindo e Concentrando: Um sapato de salto “agulha” e uma bota caminham lado a lado. Qual causa maior estrago onde pisa? A pressão é medida em Newtons por metro quadrado (N/m2) ou Pascal (Pa) ou Kgf/m2. Exemplificando: Para as situações ilustradas o cálculo fornece, respectivamente, as seguintes pressões: 50 Pa, 100 Pa e 200 Pa. Pressão nos líquidos: numa determinada superfície de um volume líquido, a pressão resulta de efeitos de forças normais de superfície (ângulo de 90o) sobre tal volume. Relação entre Densidade relativa e Peso específico: É o sapato com salto “agulha”! Ele pode arruinar tapetes e perfurar buracos no chão. Não é porque este aplica no chão uma força maior que a da bota. É porque a força que ele aplica está concentrada em uma área bem pequena. E produz, com isso, uma pressão bem mais alta. Ao contrário da bota. Os blocos, graças a seus pesos (que são as resultantes de todas as forças gravitacionais que agem em cada uma de suas partículas), exercem pressão contra o chão. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 11 Exemplo: Pressão atmosférica ao nível do mar: 10.330 Kgf/m2 ou 1,033 Kgf/cm2 Também: 1 Kgf = 9,81 N então: 1 Kgf/m2 = 9,81 N/m2 e N/m2 = Pa 5. Coeficiente de viscosidade (ou Coeficiente de viscosidade dinâmica) (μ): Viscosidade de um líquido diz respeito à resistência que uma lâmina de partículas impõe a outra a ela adjacente, quando existe movimento relativo. O coeficiente de viscosidade é função da pressão e da temperatura. Pode-se definir ainda a viscosidade como a capacidade do fluido em converter energia cinética em calor. Nos líquidos: μ é praticamente independente da pressão e decresce com o aumento da temperatura. Ou seja, a viscosidade relaciona-se com a força de atração molecular e decresce com a temperatura. Para a água a 20oC e 1 atm: μ = 10-3 Pa.s Resumindo: A viscosidade é a propriedade dos fluidos responsável pela resistência à deformação. Por isso certos óleos escoam mais lentamente que a água e o álcool. Unidade: Pa.s 6. Coeficiente de viscosidade cinemática (ν): É a razão entre o coeficiente de viscosidade dinâmica e a massa específica: ν = μ / ρ Unidade: m2/s 7. Coesão, Adesão e Tensão Superficial: Coesão: Permite às partículas fluidas resistirem a pequenos esforços de tensão. Exemplo: a formação de uma gota de água deve-se à coesão. a) a pressão atmosférica agindo sobre a superfície da água. b) a pressão da água nas paredes e no fundo do reservatório. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 12 Adesão: É a propriedade que tem os fluidos de se unirem a outros corpos. Quando um líquido está em contato com um sólido, a atração exercida pelas moléculas do sólido pode ser maior que a atração existente entre as moléculas do próprio líquido: ocorre então a adesão. Por exemplo: a água adere fortemente a uma superfície de vidro perfeitamente desengordurada: Tensão Superficial (σ): É o fenômeno que se verifica na superfície de separação de dois líquidos não miscíveis, a qual se comporta como se estivesse num estado de tensão uniforme, dando a impressão de haver uma película, que pode suportar pequenas cargas. Também ocorre na superfície livre de um líquido em contato com o ar. Unidade: N/m A água a 200C tem σ = 7,23x10-2 N/m. A intensidade da σ depende da natureza do líquido e da temperatura, então a σ diminui com o aumento da temperatura. O coeficiente de tensão superficial representa a energia superficial por unidade de área. As propriedades de coesão, adesão e tensão superficial são responsáveis pelos conhecidos fenômenos de capilaridade. 8. Compressibilidade: É a propriedade que, em maior ou menor grau, possuem os fluidos de sofrerem redução de seus volumes quando sujeitos a ação de pressões externas, com consequente aumento de densidade. A compressibilidade nos líquidos é muito pequena, por isso são considerados incompressíveis (densidade constante). Existe alguns casos em que a compressibilidade dos líquidos não é desprezada: por exemplo o Golpe de Aríete, que é a sobrepressão que as tubulações recebem quando por exemplo se fecha um registro, interrompendo-se o escoamento. Golpe de Aríete: Choque violento que se produz sobre as paredes de um conduto forçado quando o movimento do líquido é modificado bruscamente. Então, uma carga suficientemente grande no prato à direita determina o levantamento da lâmina de vidro; a face inferior está molhada. Portanto, o levantamento do vidro se dá com superação das forças de coesão; assim constata- se que a adesão entre a água e o vidro é maior do que a coesão da água. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 13 Então: O que é o Golpe de Aríete e como evitá-lo? Trata-se de uma forte trepidação que acontece no sistema hidráulico sempre que uma saída é fechada. O motivo é simples: quando uma saída é aberta, a água escoa pela tubulação e sai do sistema. Assim que se fecha a saída e o fluxo é interrompido, a água tende a refluir para dentro dos tubos. Quando esse refluxo é muito violeno, ocorre o Golpe de Aríete, quase sempre com válvulas de descarga, que trabalham com tubos largos e pressões elevadas. Com o tempo isso pode até provocar fissuras e vazamentos. Já existem válvulas que saem de fábrica mais resistentes e com dispositivos que evitam o problema. O Coeficiente de compressibilidade (α) é o inverso do módulo de elasticidade. α = 1 / e 9. Módulo de elasticidade (e): É constante para cada líquido, em uma determinada temperatura, independente da pressão. Unidade: Kgf/cm2 ou Kgf/m2 Obs.: A água a 20oC possui: α = 4,75x10-10 m2/N e e = 21,07x108 N/m2 TABELAS: Tabela 1: Variação da massa específica da água com a temperatura: Temperatura (oC) Massa específica ρ (Kg/m3) 0 2 4 6 8 10 20 30 100 999,87 999,97 1000,00 999,97 999,88 999,73 998,23 995,67 958,4 Tabela 2: Massa específica ρ de alguns líquidos (em Kg/m3): Líquido ρ (Kg/m3) Líquido ρ (Kg/m3) Acetona (CH3COCH3) Ácido sulfúrico (H2SO4) Água destilada a 4oC Água do mar a 15oC Álcool etílico Azeite de coco Azeite de oliva 790 a 792 1050 a 1830 1000 1022 a 1030 789 a 800 930 910 a 920 Melado Mercúrio Óleo combustível médio Óleo comb. pesado Óleo de algodão Óleo de baleia Óleo de cereais 1400 a 1500 13590 a 13650 865 918 880 a 930 925 924 Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 14 Benzina Betume (asfalto líquido) Cerveja Clorofórmio (CHCl3) Éter de petróleo Gasolina Glicerina Glicose Gordura de porco Leite 680 a 700 1100 a 1500 1020 a 1040 1480 a 1489 670 660 a 738 1260 a 1262 1350 a 1440 960 1020 a 1050 Óleo de gergelin Óleo de linhaça Óleo de mamona Óleo de soja Óleo diesel Óleo lubrificante para motores de automóveis Petróleo Querosene Vinho 923925 a 940 960 930 a 980 820 a 960 880 a 935 880 700 a 800 990 Importante: Resumo – Conceitos Fundamentais Massa Especifica ρ = m/V Unidade: Kg/m3 Peso Específico γ = W/V Unidade: N/m 3 ou Kgf/m3 Relação γ = ρ.g Volume Especifico √ = 1/ρ Unidade: m3/kg Densidade Relativa δ = ρ/ρpadrão Adimensional Pressão p = F/A Unidade: Pascal (N/m2) Coef. Viscos. Cinemática ν = μ/ρ Unidade: m2/s √ = 1/γ Unidade: m3/N ou m3/Kgf Resumo – Conceitos Fundamentais Massa Especifica ρ = m/V Unidade: Kg/m3 Peso Específico γ = W/V Unidade: N/m 3 ou Kgf/m3 Relação γ = ρ.g Volume Especifico √ = 1/ρ Unidade: m3/kg Densidade Relativa δ = ρ/ρpadrão Adimensional Pressão p = F/A Unidade: Pascal (N/m2) Coef. Viscos. Cinemática ν = μ/ρ Unidade: m2/s √ = 1/γ Unidade: m3/N ou m3/Kgf Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 15 Capítulo 2 - HIDROSTÁTICA 2.1 - Equação fundamental da Hidrostática: O equilíbrio dos fluidos em repouso, em particular dos líquidos, podem ser estabelecidos a partir dos “ Princípios da Mecânica dos Fluidos”: Não podendo existir no interior dos fluidos esforços tangenciais: as pressões são sempre normais às superfícies onde atuam; e que em ponto qualquer agem com igual intensidade em todas direções. Z X Z Y O F – X Y Z M Z X Z Y O F – X Y Z M Certa massa M de um fluido em repouso, referido a um sistema de eixos cartesianos, Cuja orientação é indiferente, Sujeita a um sistema de forças exteriores que, em cada ponto do espaço ocupado pelo fluido admite uma resultante, Cujo valor por unidade de massa é F, Considerando-se: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 16 Sejam X, Y e Z as componentes de F segundo os três eixos, Sejam p e ρ , pressão e massa específica do fluido, (Que são funções escalares e contínuas das coordenadas dos pontos da massa fluida): p = p (x,y,z) ρ = ρ (x,y,z) Z X Z Y O F – X Y Z M Z X Z Y O F – X Y Z M a b d c e g h f dx dz dy p’p a b d c e g h f dx dz dy p’p isolando na massa fluida M um paralelepípedo elementar abcdegh de volume: dxdydz e massa: ρ.(dxdydz), Então: Sobre o fluido contido no paralelepípedo agem os seguintes esforços : forças exteriores que possuem as componentes: Xρdxdydz , Yρdxdydz e Zρdxdydz as pressões exercidas pelo fluido circundante, atuam perpendicularmente às faces do paralelepípedo, Para haver equilíbrio, a soma das projeções das forças que agem sobre o paralelepípedo, segundo os 3 eixos devem ser nulas: - o esforço abcd: dxdzdy y pp ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ + pdxdz - o esforço efgh: - Resultando: dxdzdy y pppdxdz ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ +− Considerando-se por exemplo, as faces perpendiculares ao eixo Y, teremos nas faces: - abcd – pressão unitária p - efgh – pressão unitária p’ py= p’y= py – p’y= Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 17 - Somando-se a componente de força externa , teremos : 0 =⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ +−+ dxdzdy y pppdxdzdxdydzYρ - Simplificando-se, teremos: ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ = y pY ρ - Escrevendo por Analogia para as outras componentes, teremos também: ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ = x pX ρ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ = z pZ ρ ( ) dz z pdy y pdx x pZdzYdyXdx ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =++ρ - o segundo membro é a equação diferencial total da função p: Que é a : EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DE EQUILÍBRIO DOS FLUIDOS EM REPOUSO - Se multiplicarmos cada uma por dx, dy e dz, respectivamente, teremos: ( ) dpZdzYdyXdx =++ρ Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 18 EXEMPLO: Admitindo-se os pontos A e B no interior do líquido em repouso e sujeito à ação da gravidade (Patm): Se reduz para: dzg dzdp - γρ =−= Equação de equilíbrio dos fluidos em repouso, quando sujeitos apenas a ação da gravidade. Se orientarmos os eixos coordenados de modo que: - OX e Oy – sejam horizontais - OZ – seja vertical Teremos: X = 0 ; Y = 0 e Z = -g Logo, a equação fundamental: ( ) dpZdzYdyXdx =++ρ Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 19 Então: a pressão que o líquido exerce sobre os pontos A e B será pA e pB, respectivamente, e a diferença de pressão entre os pontos A e B será: Blaise Pascal (1623-1662): formulou pela primeira vez, em 1647, que um acréscimo de pressão em um líquido em equilíbrio se transmite integralmente em todas as direções, ou em todos os pontos no interior do líquido na estática. É o princípio físico que se aplica, por exemplo, aos elevadores hidráulicos dos postos de gasolina e ao sistema de freios e amortecedores, e deve-se ao físico e matemático francês Blaise Pascal. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 20 Aplicando um esforço W1 no pistão menor, o maior se desloca elevando a carga W2 , ou seja: Conhecendo a pressão em um ponto, se determina a pressão em um outro ponto. A idéia de Prensa Hidráulica baseia-se no princípio que diz: "os líquidos transmitem integralmente pressões de uma região para outra". Se a pressão é a mesma em todos os pontos de um líquido incompressível e em equilíbrio hidrostático então, em superfícies de áreas diferentes as intensidades das forças aplicadas pelo líquido também devem ser diferentes. Assim, se aplicarmos uma força de pequena intensidade F1 na superfície de pequena área A1, então o líquido, graças à integral transmissão da pressão, fará surgir na superfície de grande área A2 uma força de grande intensidade F2. Então: Ela é constituída por dois cilindros comunicantes, fechados por pistões bem ajustados de seções A1 e A2 ; aplicando um esforço W1 no pistão menor, o maior se desloca elevando a carga W2 , de modo que os volumes A1.Z1 e A2. Z2 sejam iguais. 2.3 – Altura piezométrica ou carga piezométrica Pela fórmula vista anteriormente: p2 = p1 + γ. h Que é a EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DOS LÍQUIDOS EM REPOUSO, Fica claro que: - a altura h (ou ∆h) de líquido, corresponde uma pressão; - inversamente, sempre que há uma pressão é possível representá-la por uma altura real ou fictícia de líquido. Vemos aqui que a Prensa Hidráulica, ao utilizar-se dessa técnica, funciona como uma verdadeira máquina, ou seja, um dispositivo capaz de multiplicar forças. O 'operador' aplica a força F1 (de pequena intensidade) e a máquina aplica na 'carga' a força F2 (de grande intensidade). Logo: 1 2 12 A AWW = Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 21 ALTURA PIEZOMÉTRICA OU CARGA PIEZOMÉTRICA. Ou seja: altura piezométrica é a altura de uma coluna de líquido, de peso específico γ, capaz de equilibrar a pressão p. 2.4 – Planos de carga A experiência de Torricelli ilustra o significado de plano de carga estático: “Mergulhando em um líquido em equilíbrio, um tubo fechado em uma extremidade, cheio de líquido, de modo que o mesmo fique vertical com a extremidade aberta a uma certa profundidade, o líquido desce no tubo até que a altura h seja capaz de equilibrar a pressão atmosférica livre.” h A altura do plano estático representa a altura da coluna do líquido capaz de equilibrar a pressão atmosférica. Patm = γ . h Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 22 EXEMPLOS: Patm = 10330 kgf/m2 no nível do mar m m kgf m kgf p oH atm 33,10 000.1 330.10 3 2 2 == γ Logo: m m kgf m kgf p Hg atm 76,0 600.13 330.10 3 2 == γ Superfície Livre do Líquido γ 2p γatmp γ 1p M2 M1 Z2 Z1 PLANO DE CARGA ESTÁTICO Z o Xplano de Referência Superfície Livre do Líquido γ 2p γ atmp γ 1p M2 M1 Z2 Z1 PLANO DE CARGA ESTÁTICO Z o Xplano de Referência γ 2p γ atmp γ 1p M2 M1 Z2 Z1 PLANO DE CARGA ESTÁTICO Z o Xplano de Referência A figura abaixo, ilustra o Plano de Carga Estático (ou Absoluto) e o Plano de Carga Efetivo: (Plano de carga efetivo) Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 23 2.5 – Medidas de pressão A pressão relativa pode ser medida em termos da altura h de coluna de líquidos. É nisto que se baseia o funcionamento de equipamentos denominados MANÔMETROS. Logo: Pressão Relativa ou Efetiva: Pressão Absoluta: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 24 2.6 – Equilíbrio de líquidos não miscíveis 2.7 – Vasos comunicantes: Na Hidrostática, denominam-se “vasos comunicantes” sistemas de dois ou mais vasos (frascos, tubos) contendo um ou mais líquidos em equilíbrio e interligados mediante comunicações banhadas pelos líquidos; as pressões exercidas nas superfícies livres podem ser iguais ou diferentes. Exemplo: Como podemos medir a pressão em uma edificação? Equilíbrio de líquidos imiscíveis (d' > d). São os líquidos que não se misturam, Teoricamente o líquido mais denso poderia situar-se acima do outro; o equilíbrio seria instável, razão pela qual ele não se realiza deste modo. Portanto, o líquido mais denso se apresenta abaixo do menos denso. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 25 O problema dos vasos comunicantes consiste em relacionar entre si os níveis relativos das superfícies de separação entre fluidos, as densidades dos fluidos e as pressões exercidas nas superfícies livres. Obs.: “ Pontos que estiverem na mesma horizontal tem igualdade de pressões.” Em vasos comunicantes que contêm um único líquido suposto homogêneo, este se eleva ao mesmo nível em todos os ramos desde que a pressão na superfície livre do líquido seja a mesma em todos. Quando não se usam bombas de recalque, o abastecimento de água através de redes hidráulicas urbanas se baseia no principio dos vasos comunicantes. Em construções, uma mangueira plástica transparente contendo água e operada como par de vasos comunicantes permite fazer nivelamento expedito e preciso (nível de mangueira). Em laboratório, vasos comunicantes encontram aplicação na determinação de densidades e na medição de pressões. 2.8 - A pressão relativa pode ser medida em termos da altura h da coluna de líquido em equilibrio. E é nisto que se baseia o funcionamento de equipamentos denominados Manômetros. Logo: A manometria trata da medida das pressões e para isso utiliza de instrumentos ou dispositivos denominados manômetros. Definições: MANOMETRIA M a n ô m e tro : É u m in s tr u m e n to p a ra m e d i r a “ p r e s s ã o e fe t iva ” . Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 26 Instrumentos: 2.8.1. Barômetro de Torricelli: É o manômetro mais elementar, utilizado para medir a pressão atmosférica. 2.8.2. Piezômetro Simples ou Manômetro Aberto: É um tubo de vidro ligado ao interior do recipiente que contém o líquido. A altura do líquido acima do recipiente dá diretamente a pressão no interior do mesmo. Quando a pressão no recipiente é muito elevada, para reduzir a altura da coluna piezométrica deve ser usado um líquido de densidade maior (exemplo o mercúrio), para o qual a altura piezométrica é menor. Inversamente, se a pressão é pequena, o emprego de um líquido de densidade inferior (ex. um óleo) permite obter colunas manométricas maiores e de leitura mais fácil. Patm = γ . d po = γ . d Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 27 2.8.3. Manômetro de Tubo em U: Utilizado para medir a pressão efetiva ou relativa. Baseia-se na igualdade das pressões em pontos que estão na mesma horizontal, como por exemplo, os pontos R e S que estão na mesma horizontal. Se o fluido em B for um gás, tal que γ1 for desprezível face a γ2 (normalmente o mercúrio), a expressão fica: 2.8.4. Manômetros Diferenciais São usados para medir a diferença de pressão entre dois ambientes B e C, por exemplo. Também baseiam-se na igualdade das pressões nos pontos que estão na mesma horizontal, R e S por exemplo. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 28 2.8.5. Manômetros de tubo inclinado É utilizado para medidas de pressões pequenas (ou de diferenças pequenas de pressões). Inclinando-se o tubo manométrico a um ângulo θ com a horizontal, aumenta-se a precisão na leitura da altura manométrica. Neste tipo de manômetro, para a variação da pressão correspondente, em um pequeno desnível h, tem –se uma leitura L ampliada na escala inclinada, que é tanto maior uanto menor a inclinação do tubo, o que aumenta a precisão da leitura. 2.9 – Empuxo ou Resultante das Pressões nos Líquidos “A pressão hidrostática submete um corpo mergulhado num líquido em equilíbrio a uma força ascendente vertical, de intensidade igual ao peso da água que ele deslocou.” É este o princípio de Arquimedes. O Princípio de Arquimedes: Então: θγγ sen lhp == Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 29 O princípio de Arquimedes aplica-se evidentemente a todos os líquidos. Se mergulharmos num líquido de densidade ρ um corpo de volume V, o peso do líquido deslocado (que é a impulsão) será igual a ρgV. Indicando-se essa impulsão ou empuxo de Arquimedes, como atualmente é denominado, por E: E = ρ . g . V Onde: E = empuxo (N); ρ= densidade do líquido (kg/m3); g = aceleração da gravidade (m/s2); e V = volume (m3) O que determina se um corpo sólido vai flutuar ou afundar num líquido? Peso Aparente: Quando mergulhamos um corpo em um líquido, notamos que o seu peso aparente diminui. Esse fato se deve à existência de uma força vertical de baixo para cima, exercida pelo líquido sobre o corpo, à qual damos o nome de Empuxo. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 30 2.9.1 Empuxo em superfícies planas Considerando-se uma superfície plana A, de contorno qualquer, mergulhada em um líquido em equilíbrio, Onde: Portanto: Em (a): Em (b): Em (c): y o X M S.L. A G CP CG α α ho y o α y h E P dA y o X M S.L. A G CP CG α α ho y o α y h E P dA o X M S.L. o X M S.L. A G CP CG α α ho y o α y h E P dA A G CP CG α α ho y o α y h E P dA dA = área elementar, cujo ponto genérico é P; MOX = plano da superfície livre (S.L.) do líquido; XOY = plano que contém a superfície de área A, mergulhada no líquido; h = profundidade de P em relação a S.L.; ho = profundidade de CG em relação a S.L. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 31 Sobre cada uma das faces da superfície A, o líquido exerce um esforço denominado empuxo, que é perpendicular à esta superfície. Cada face da superfície elementar dA, está sujeita as pressões unitárias p, provocando o esforço: dE = p . dA O produto da pressão efetiva (p) pela área elementar dA, é o que denominamos EMPUXO ELEMENTAR, o qual age em cada face da superfície dA (mergulhada no líquido). Considerando-se toda a área, o efeito da pressão produzirá uma força resultante (Empuxo ou pressão total). Essa força é dada pela integral: ∫ dE = ∫ p . dA Se a pressão for a mesma em todaa área, e pela equação fundamental da fluidostática: p = γ h O empuxo será: ∫ dE = ∫ γ . h . dA Logo, pode-se definir: O Empuxo produzido por um líquido sobre uma superfície plana imersa será igual ao peso de uma coluna líquida que tem por base a área da superfície e por altura a profundidade do seu centro de gravidade (CG): Pela figura, a pressão na superfície será: p = dE/dA E = γ = Onde: A = ho = Empuxo: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 32 Conclui-se que em determinado líquido, o empuxo E varia apenas com a área A da superfície e com a profundidade ho do seu Centro de Gravidade (CG). Pela observação da figura abaixo, pode-se concluir que: A resultante das pressões (E) não estará aplicada no Centro de Gravidade (CG) das superfícies, mas um pouco abaixo, num ponto que se denomina Centro de Pressão (CP); Exceção: quando a superfície plana é horizontal (fundo de um reservatório por exemplo), então CP = CG. → Centro de Pressão ou de Empuxo (CP) É o ponto exato de aplicação da pressão total (Empuxo) que atua sobre a superfície analisada. Pela figura: Tem-se que: Io = É o momento de inércia da área A em relação ao eixo OX (em m4). (determinado conforme as características geométricas da superfície plana). Io é calculado conforme a tabela da página 34. A CG ho Vista de frente A E CG α ho Vista de Lado A CG ho Vista de frente A CG ho Vista de frente A E CG α ho Vista de Lado A E CG α ho Vista de Lado CP X S.L. O M A P d A CP CG y ho yp O M A P d A CP CG y ho yp M A P d A CP CG y ho yp M A P d A CP CG y ho yp Yp = Onde: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 33 → Diagrama das pressões: Exemplo: Qual a pressão estática e o empuxo no fundo e laterais de um reservatório com 1,5 m de altura e cheio de água? O Diagrama das Pressões pode ser representado através das pressões distribuídas ou da pressão concentrada em um ponto (pressão resultante ou empuxo). E o Diagrama de Pressões neste reservatório será: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 34 Aplicações práticas do empuxo em superfícies planas: Freqüentemente, o engenheiro encontra problemas relativos ao projeto de estruturas que devem resistir às pressões exercidas por líquidos. Alguns exemplos: Definições: Tampa: É a peça removível e apropriada com que se fecha qualquer abertura (lateral, superior ou no fundo) de tanques, reservatórios, etc... Válvula: É qualquer dispositivo que se opõe ao refluxo do fluido ou que tem a função de reter (ou retardar) o curso do fluido. Exemplo: registro. Comporta: É a placa móvel que retém ou libera as águas de um canal (ou de um conduto livre), de um reservatório, etc... Barragem: É a obra destinada a reter um curso d’água (rio, córrego, águas pluviais...), para sua utilização no abastecimento de águas de cidades, ou em irrigação, ou em produção de energia, ou em controle de inundações, etc... (Obras de grande porte). Açude: É a construção que represa águas (principalmente as da chuva em regiões de seca), para uso doméstico ou para irrigação. (Pequeno porte). Dique: É um reservatório com comportas que permite (ou impede) a passagem da água do mar (ou de rio), para fins de conserto ou limpeza de navios, ou elevação de navios (mudança de nível), ou ainda como parte de uma barragem. Muro de retenção: É uma barragem de pequena dimensão, adotada no meio rural ou em obras de pequena duração. Paramento de Montante: É a face da barragem (ou do muro de retenção, ou dique...) que está em contato com a água armazenada. Paramento de Jusante: É a face oposta ao paramento de montante. Não tem contato com a água armazenada. Algumas Aplicações Práticas: Dispositivos Mecânicos Válvulas Tampas Comportas Obras PiscinasBarragens Paredes de Reservatórios Algumas Aplicações Práticas: Dispositivos Mecânicos Válvulas Tampas Comportas Obras PiscinasBarragens Paredes de Reservatórios Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 35 TABELA DO EMPUXO EXERCIDO POR UM LÍQUIDO SOBRE UMA SUPERFÍCIE PLANA IMERSA: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 36 2.9.2 Empuxo em superfícies curvas Nos casos práticos de empuxo sobre superfícies curvas, é mais conveniente considerarmos as componentes horizontais e verticais das forças. Seja A o corte de uma superfície curva, mergulhada em um líquido em equilíbrio: Aplicações: Devido às propriedades da geometria no espaço, prefere-se que a superfície curva seja cilíndrica. As aplicações são: Comportas de segmento cilíndrico, no dimensionamento da espessura de tubos e reservatórios cilíndricos... S.L. A AH AV E EH EV ho S.L. A AH AV E EH EV ho Onde: γ - peso específico do líquido; AH - Projeção horizontal de A; AV – Projeção vertical de A; V – Volume da coluna líquida vertical, tendo A e AH por base; h o – p ro f u n d id a d e d o C G d e A v E V – c o m p o n e n te v e rt ic a l d e E ; E H – c o m p o n e n t e h o r iz o n t a l d e E ; E – e m p u x o t o t a l re s u lt a n te n a s u p e rf íc ie c u rv a . Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 37 ½ Parábola: Algumas Superfícies em contato com o fluido: Expressões: EH: EV: E: Onde: Av será um retângulo, então: Av = Altura da água x Extensão Onde: V = A x Extensão; e A = área da superfície em contato com o fluido Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 38 Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 39 1.1. A componente horizontal EH é igual ao Empuxo atuando na superfície Plana que representa a Projeção AV da superfície Curva no eixo vertical; 2.2. 3.3. 4.4. O centro de empuxo de EH é o centro de Empuxo na área AV; A componente vertical EV é igual ao peso do volume líquido V entre a superfície Curva e o nível da água; O centro de empuxo de EV é o Centro de Gravidade do volume V; CONCLUSÕES S.L. A AH AV E EH EV S.L. A AH AV EE EH EV Empuxo em superfícies curvas: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 40 Ainda: 5.5. EV poderá estar dirigida para baixo ou para cima, conforme curvatura em contato com o líquido; 6.6. EH estará dirigida da esquerda para direita, ou vice- versa. Em qualquer caso, EH e EV estarão dirigidas do líquido para a superfície curva. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 41 Capítulo 3 - Hidrodinâmica É o estudo dos líquidos em movimento. A Cinemática dos Líquidos estuda o seu escoamento, sem considerar suas causas. 3.1 - Generalidades 3.1.1 – CONDUTOS HIDRÁULICOS: as tubulações podem ser projetadas e executadas para funcionarem como condutos livres ou condutos forçados: CONDUTOS FORÇADOS: São aqueles onde as seções transversais são sempre fechadas e o fluido as preenche completamente. A pressão interna é diferente da atmosférica. O movimento pode efetuar-se em um ou outro sentido do conduto. Exemplos: CONDUTOS LIVRES: São aqueles em que o líquido apresenta superfície livre sobre a qual se encontra a pressão atmosférica. A seção transversal, não tem necessariamente perímetro fechado e, quando isso ocorre, funciona parcialmente cheia. O movimento se faz sempre no sentido decrescente das cotas topográficas (por gravidade). Exemplos: Obs.: Neste semestreestudaremos somente o escoamento em condutos forçados, o estudo do escoamento nos condutos livres será visto na Hidráulica II. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 42 Pode-se distinguir tubo, tubulação, encanamento pelo uso prático dado a cada um: TUBO: Uma só peça, geralmente cilíndrica e de comprimento limitado pelo tamanho de fabricação ou de transporte. Exemplos: tubos de ferro fundido, tubos de concreto, tubos de aço, tubos PVC, tubos de polietileno... TUBULAÇÃO: Conduto constituído de tubos (várias peças) ou tubulação contínua fabricada no local. É o termo usado também para o trecho de um aqueduto pronto e acabado. Sinônimos: canalização, encanamento, tubulagem. REDE: é um conjunto de tubulações interligadas em várias direções. 3.1.2 – VAZÃO DE DESCARGA ou VAZÃO DE ESCOAMENTO: Denomina-se Vazão de Descarga, numa determinada seção, o volume de líquido que atravessa essa seção, na unidade de tempo: Q = V/Δt. No sistema de unidades, a vazão (Q) é expressa em m3/s. Mas também pode ser expressa em unidades múltiplas, é comum empregar-se litros por segundo (L/s), ou em perfurações de poços em L/hora. A expressão da Vazão utilizada no escoamento de líquidos é: Onde: A = área da seção (m2); v = velocidade do fluido (m/s); Essa expressão permite relacionar as dimensões da seção de escoamento com a velocidade e a vazão. 3.1.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS: MOVIMENTO PERMANENTE: é aquele cujas características (densidade, velocidade, pressão) permanecem constantes para cada ponto e independem do tempo. No movimento permanente a vazão é constante. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 43 O movimento permanente pode ser: Movimento Permanente Uniforme: quando a velocidade média permanece constante e uniforme ao longo da corrente líquida. As seções transversais são iguais. Então: Q1 = Q2; A1 = A2; v1 = v2. Movimento Permanente Não Uniforme: quando a velocidade não é constante. Pode ser: Acelerado: se a seção diminuir e a velocidade aumentar. Então: Q1 = Q2; A1 > A2; v1 < v2. Retardado: se a seção aumentar e a velocidade diminuir. Então: Q1 = Q2; A1 < A2; v1 > v2. MOVIMENTO VARIADO (ou não-permanente): é aquele onde as características do líquido variam de instantes em instantes, em função do tempo, para cada ponto. Então: Q1 ≠ Q2; A1 ≠ A2; v1 ≠ v2. 3.1.4 - REGIMES DE ESCOAMENTO: Os regimes de escoamento levam em conta as trajetórias das partículas dos líquidos. A observação dos líquidos em movimento nos leva a distinguir dois tipos de escoamento: REGIME LAMINAR (tranqüilo ou lamelar): As trajetórias das partículas em movimento são bem definidas e não se cruzam (são paralelas). É estável. Característico das baixas velocidades. Exemplo: REGIME TURBULENTO (agitado ou hidráulico): Caracteriza-se pelo movimento desordenado das partículas (são curvilíneas e irregulares). Elas se entrecruzam formando uma série de minúsculos redemoinhos. A trajetória das partículas é errante, isto é, cuja previsão de traçado é impossível. Em cada ponto da corrente fluida, a velocidade varia em módulo, direção e sentido. Característico das altas velocidades. Exemplo: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 44 3.1.5 – NÚMERO DE REYNOLDS (Re): Osborne Reynolds (1883) procurou observar o comportamento dos líquidos em escoamento. Após suas investigações teóricas e experimentais, trabalhando com diferentes diâmetros e temperaturas, concluiu que o melhor critério para se determinar o tipo de diâmetro em uma tubulação não se prende exclusivamente ao valor da velocidade, mas ao valor de uma expressão sem dimensões, na qual se considera, também, a viscosidade do líquido. Equação do número de Reynolds: Então: o número de Reynolds é um parâmetro que leva em consideração a velocidade entre o fluido e o material que o envolve, uma dimensão linear (o diâmetro, por exemplo) e a viscosidade cinemática do fluido. Qualquer que seja o sistema de unidades empregado, o valor de Re será o mesmo. Se Re ≤ 2000 – O Regime é LAMINAR, característico de fluidos com pouca velocidade, pequenos diâmetros ou grande viscosidade (ex.: óleos). Se Re ≥ 4000 – O Regime é TURBULENTO, característico dos fluidos com maior velocidade, grandes diâmetros ou pequena viscosidade (ex.: água, álcool). Na prática, o movimento da água nas tubulações é SEMPRE TURBULENTO. Se Re entre 2000 e 4000: encontra-se uma zona crítica, chamada zona de transição, na qual não se pode determinar com segurança a perda de carga nas tubulações (também, é muito raro de ocorrer). 3.2 - EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE: A equação da continuidade traduz o princípio de conservação da massa. Admitindo-se que um líquido seja incompressível (Fluidos Perfeitos ou incompressíveis são aqueles onde se admite que não haja atrito, ou seja, não possuem viscosidade e nem coesão, e não há elasticidade, e que seu peso específico seja constante em todos os pontos), a quantidade de líquido que entra na seção (1) de um tubo de corrente é a mesma que sai na seção (2) do mesmo tubo, onde a água escoa horizontalmente (Q1 = Q2): Onde: Re = número de Reynolds (adimensional); v = velocidade do fluido (m/s); D = diâmetro da tubulação (m); ν = viscosidade cinemática (m2/s) - (tabela apresentada em anexo) Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 45 Tem-se que a vazão em ambas as seções são iguais, e seu valor é dado por: Onde: Q = vazão (m3/s); v = velocidade média do escoamento (m/s); A = área da seção de escoamento (m2). “A Equação da Continuidade no escoamento permanente, é constante, considerada na unidade de tempo”, ou seja: “No escoamento permanente é constante o produto de cada seção transversal (A) do conduto, pela respectiva velocidade média (v) das partículas”. 3.3 – TEOREMA DE BERNOULLI Daniel Bernoulli (1700-1782): Matemático francês que obteve a primeira equação correlacionando energia cinética com potencial de pressão. “É constante a energia em um ponto qualquer da massa fluida em escoamento permanente, e ao longo de qualquer linha de corrente é constante a soma das alturas cinética (v2/2g), piezométrica (p/γ) e geométrica (z)”. O teorema de Bernoulli é o princípio da conservação de energia, cada um dos termos da equação representa uma forma de energia. O teorema de Bernoulli fornece uma relação entre a posição das partículas, a pressão e a velocidade respectiva. A equação é aplicada a líquidos sujeitos à ação da gravidade em movimento permanente. Nessas condições: z + (p/γ) + (v2/2g) = constante Da Física, sabe-se que a Energia Cinética é dada por: Ec = ½ m . v2; A relação entre o Peso (W) e a massa (m) é: m = W/g; Logo, para a unidade de peso fluido (W=1) tem-se a massa: m = 1/g; Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 46 Conclui-se que a energia cinética à unidade de peso do fluido é: Ec = ½ . 1/g. v2 = v2/2g (que é a parcela relativa ao movimento do fluido) Representação Gráfica do Teorema de Bernoulli para os fluidos ideais, em um trecho de conduto hidráulico do tipo forçado: A Equação de Bernoulli é aplicável a todos os pontos da corrente. Então, aplicando-a nos pontos 1 e 2 da corrente líquida, podemos escrever: Significado das parcelas do Teorema de Bernoulli: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 47 Denomina-se H o plano de carga total, que é a altura de um plano de carga acima do plano de referência, e que pode ser determinado, em cada caso, conhecendo as três parcelas numa seção qualquer: Z1 + (p1/γ) + (v12/2g) = Z2 + (p2/γ) + (v22/2g) = H Portanto: Seção 1: Seção 2: Aequação do TEOREMA DE BERNOULLI é o ponto de partida da solução de quase todos os problemas do movimento dos líquidos em regime permanente. Obs.: Se o fluido estiver em repouso (v = 0), a equação será a mesma da HIDROSTÁTICA. Na demonstração do Teorema de Bernoulli faz-se várias hipóteses: a) não se considera a viscosidade do líquido; b) o movimento é permanente ideal; c) o escoamento se dá ao longo de um tubo infinitesimal; d) o líquido é incompressível. Na prática isso não ocorre: introduz-se então à Equação de Bernoulli, uma perda por energia, ou seja, o termo corretivo hf. Porque, para deslocar-se do ponto 1 para o ponto 2, o escoamento do fluido ocorre com uma perda de energia (perda de carga), ou seja, a energia se dissipa sob forma de calor em conseqüência das forças de atrito (que será visto no próximo capítulo: PERDA DE CARGA). Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 48 TABELAS Valores da viscosidade cinemática da água e de alguns fluidos: Tabela 3 - Tabela da viscosidade cinemática da água em diversas temperaturas (ν): Temperatura (0C) Viscosidade cinemática (m2/s) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 50 100 0,000001792 0,000001673 0,000001567 0,000001473 0,000001386 0,000001308 0,000001237 0,000001172 0,000001112 0,000001059 0,000001007 0,000000960 0,000000917 0,000000876 0,000000839 0,000000804 0,000000772 0,000000741 0,000000713 0,000000687 0,000000470 0,000000290 Tabela 4 - Tabela da viscosidade cinemática de alguns fluidos (ν) e peso específico (γ): Fluido Temperatura (0C) Peso específico (Kgf/m3) Viscosidade cinemática (m2/s) Gasolina 5 10 15 20 25 30 737 733 728 725 720 716 0,000000757 0,000000710 0,000000681 0,000000648 0,000000621 0,000000596 Óleo combustível 5 10 15 20 25 30 865 861 858 855 852 849 0,00000598 0,00000516 0,00000448 0,00000394 0,00000352 0,00000313 Ar (Pressão atmosférica) 5 10 15 20 25 30 1,266 1,244 1,222 1,201 1,181 1,162 0,0000137 0,0000141 0,0000146 0,0000151 0,0000155 0,0000160 Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 49 Capítulo 4 - PERDA DE CARGA 4.1 – Generalidades: No capítulo anterior, o Teorema de Bernoulli foi considerado para fluidos ideais (fluidos com movimento permanente e desconsiderando a viscosidade e o atrito), onde a carga H era igual em (1) e em (2): Z1 + (p1/γ) + (v12/2g) = Z2 + (p2/γ) + (v22/2g) = H Na prática, no escoamento dos líquidos, uma parte da energia se dissipa em forma de calor e nos turbilhões que se formam na corrente fluida causada pelo atrito do fluido com as paredes internas do conduto, ou pela viscosidade do fluido. Assim, a carga H nos líquidos na verdade não é mais aquele valor visto na Equação de Bernoulli para os fluidos ideais, pois uma parte ficou perdida (chamada “Perda de Carga”). Se o diâmetro da tubulação é constante, a velocidade de escoamento será constante e então as linhas de carga (cinética e piezométrica) serão paralelas. Agora, a Equação de Bernoulli é: Z1 + (p1/γ) + (v12/2g) = Z2 + (p2/γ) + (v22/2g) + hf = H O enunciado geral do Teorema de Bernoulli fica sendo, portanto: “Para um escoamento contínuo e permanente, a carga total de energia em qualquer ponto de uma linha de corrente, é igual à carga total em qualquer ponto à jusante da mesma linha de corrente mais a perda de carga entre os dois pontos”. Representação Gráfica das Cargas do Teorema de Bernoulli para fluidos Reais: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 50 Então, a Diferença entre a Energia Inicial e a Energia Final de um líquido, quando o mesmo flui em uma tubulação de um ponto a outro é chamada “Perda de Carga ou Perda de Energia”. Essa diferença de energia que é dissipada sob a forma de calor, é de grande importância nos problemas hidráulicos e por isso ela precisa ser investigada. Essa perda de energia por fricção ou por atrito ocorre da seguinte maneira: Observa-se que, junto às paredes da tubulação estabelece-se uma camada aderente estacionária, e praticamente não há movimento do líquido, então a velocidade se eleva de praticamente ZERO até o seu valor máximo junto ao eixo da tubulação, criando várias camadas em movimento com velocidades diferentes, ocasionando a dissipação de energia. As condições das paredes das tubulações, por exemplo, é uma das variáveis para se determinar a perda de carga final. A perda de carga é função dos elementos que interferem no deslocamento do líquido, como por exemplo: a rugosidade da tubulação; a viscosidade e a densidade do líquido; a velocidade de escoamento e a turbulência do fluido; a distância percorrida pelo fluido; a mudança de direção do fluxo... As perdas de carga podem ser: LOCALIZADAS (ou acidentais): As perdas localizadas são relativamente importantes no caso de tubulações curtas com peças especiais; ao passo que nas tubulações longas, o seu valor DISTRIBUÍDAS (ou contínuas): Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 51 freqüentemente é desprezível comparado ao da perda pela resistência ao escoamento (distribuída ou contínua). 4.2 – Cálculo da perda de carga: No cálculo das instalações elevatórias (bombas de recalque) e da rede de distribuição de água de uma edificação, é indispensável a determinação da perda de carga. Então, as perdas de carga são de fundamental importância na escolha de bombas e também em todos os itens implicados no escoamento de fluidos em tubulações. A perda de carga unitária é determinada a cada metro de tubulação: se dividirmos a perda de carga hf pelo comprimento do conduto, temos a chamada PERDA DE CARGA UNITÁRIA (J) que representa a inclinação da linha de carga. (m/m) O cálculo da Perda de Carga Total é realizado através da determinação da perda de carga distribuída e da perda de carga localizada. 4.2.1 – PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS (ou Contínuas): Para o cálculo da PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA (ou Contínua) existem vários métodos considerados. Porém, eles podem ser divididos em: Método Racional (ou Universal) e Métodos Empíricos. a) MÉTODO RACIONAL ou UNIVERSAL: O Método Racional é aquele que utiliza a “Fórmula Universal da Perda de Carga” (determinada por Darcy e Weisbach em 1850), e é recomendado pelas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), como na NBR 5626/98 (Instalações Prediais de Água Fria), já que tem aplicabilidade prática ao exprimir a perda de carga em função da velocidade na tubulação. Este método serve para qualquer situação de diâmetro e para qualquer tipo de líquido. FÓRMULA UNIVERSAL DA PERDA DE CARGA: (m) ONDE: hf - é a perda de carga (m); f – fator de atrito ou coeficiente de atrito (adimensional); é função de Re; Perda de Carga Unitária (J): Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 52 L – é o comprimento do conduto (m); D – é o diâmetro interno do conduto (m); v – é a velocidade média do escoamento (m/s); g – é a aceleração da gravidade (m/s2); v2/2g – é a carga de velocidade (m). A perda de carga unitária pelo método racional também pode ser obtida através da fórmula: 5 2 . D QkJ = (m/m) Tabela 5 – Valores das rugosidades internas dos materiais das tubulações (k) Característica da tubulação Rugosidade (k), (mm) Ferro fundido novo Ferro fundido enferrujado Ferro fundido incrustado Aço laminado novo Aço rebitado Aço galvanizado Aço soldados liso Aço muito corroído Cobre, vidro ou chumbo Concreto bem acabado Cimento bruto Cimento alisado Alvenaria de pedra bruta Rocha bruta Tijolo Alvenaria de pedra regular PVC 0,26 – 1 1 – 1,5 1,5 – 3 0,0015 0,92 – 9,2 0,15 0,1 2 0,0015 a 0,03 0,3 a 1 1 – 3 0,3 – 0,8 8 – 15 0,2 5 1 0,0015a 0,12 Analisando-se a natureza ou rugosidade das paredes, devem ser considerados: o material empregado na fabricação dos tubos, o comprimento de cada tubo e o número de juntas na tubulação, a técnica de assentamento, o estado de conservação das paredes dos tubos, a existência de revestimentos especiais, o processo de fabricação dos tubos, o emprego de medidas protetoras durante o funcionamento, etc. Assim por exemplo, um conduto de vidro é mais liso e oferece condições mais favoráveis ao escoamento que um conduto de ferro fundido. Uma tubulação de aço rebitado opõe maior resistência ao escoamento que uma tubulação de aço soldado. Porém, os condutos de ferro ou aço, com o uso são atacados, oxidam-se e na sua superfície podem surgir “tubérculos” (fenômeno da corrosão). Essas condições agravam-se com o tempo. Atualmente, tem sido empregados revestimentos internos especiais com o objetivo de eliminar ou minorar os inconvenientes da corrosão. Outro fenômeno que pode ocorrer nas tubulações é a deposição progressiva de substâncias contidas nas águas e a formação de camadas aderentes (incrustações), que reduzem o diâmetro útil dos condutos e alteram a sua rugosidade. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 53 Cálculo de f: O coeficiente de perda de carga f é um adimensional que depende basicamente do regime de escoamento. Para o cálculo do f (utilizado na fórmula da perda de carga universal), precisa-se saber o número de Reynolds e a rugosidade relativa do conduto, ou seja, a relação entre o tamanho da aspereza das paredes do conduto (K) e o diâmetro do conduto (D) é a Relação K/D. A partir do número de Reynolds pode-se classificar o regime de escoamento e indicar as expressões para o cálculo do coeficiente f. Para Re < 2000 – Regime Laminar, e f é dado por: Re 64f = Para 2000 ≤ Re ≤ 4000 – Região Crítica e não se calcula f; Para Re > 4000 – Regime Turbulento e o f pode ser calculado: → para condutos lisos ([Re0,9/(D/k)] ≤ 31): O regime é turbulento hidraulicamente liso e f é dado por: 2 9,0Re 62,5log2 − ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛−=f → para condutos mistos (31 < [Re0,9/(D/k)] < 448): O regime é turbulento hidraulicamente misto e f é dado por: 2 9,0 71,3Re 62,5log2 − ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ +−= D Kf Essa expressão é a mais recomendada para a determinação de f em escoamentos turbulentos. → para condutos rugosos ([Re0,9/(D/k)] ≥ 448): O regime é turbulento hidraulicamente rugoso e f é dado por: 2 71,3 log2 − ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ −= D Kf O cálculo de f também pode ser feito através do diagrama de Moody (é um diagrama que foi criado em 1944 e fundamentado nas expressões anteriores, para os regimes laminar e turbulento, onde é necessário o valor K/D dos condutos, e o valor de Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 54 Re para encontrar f) e, que durante muitos anos foi de grande utilidade. Mas atualmente, devido aos recursos disponíveis em termos de calculadora e o próprio computador, ficou mais fácil o uso das expressões matemáticas, e este diagrama praticamente não é utilizado (o Diagrama de Moody está apresentado no final do capítulo). Até agora, vimos o Método Racional para a Perda de Carga Contínua, com a utilização da Fórmula Universal. Entretanto, para sistemas mais complexos, do tipo rede de condutos, entre outros, torna-se praticamente inviável o cálculo através deste método, sem o uso de computador. Por essa razão, as fórmulas práticas (empíricas) estabelecidas por pesquisadores em laboratórios, ainda são muito utilizadas, embora sejam mais restritas do que o método anterior, pois só podem ser empregadas dentro das condições limites estabelecidas nas suas experiências. b) MÉTODOS EMPÍRICOS: O grande número de fórmulas existentes para o cálculo da perda de carga em tubulações certamente impressiona e põe em dúvida aqueles que iniciam nesse setor da hidráulica. Essas fórmulas são denominadas “empíricas”, e foram determinadas por pesquisadores em laboratórios, e só funcionam nas condições semelhantes às das experiências. Neste método, determina-se a perda de carga unitária (J) e depois se multiplica pelo comprimento da tubulação para obter a perda de carga final hf (hf = J x L). Na impossibilidade de se obter a perda de carga pela fórmula universal, a NBR 5626/98 aconselha a determinação utilizando a formulação a seguir (que são também as fórmulas mais utilizadas pelos projetistas, dentre todas as empíricas): Fórmula de FLAMANT: A fórmula de Flamant (1892) foi originalmente testada para tubos de parede lisa de uma maneira geral; posteriormente mostrou ajustar-se bem aos condutos de plástico de pequenos diâmetros (até 2”), como os usados em sistemas prediais de água fria. Fórmula de FAIR-WHIPPLE-HSIAO: (1930). É utilizada para o cálculo dos condutos de pequenos diâmetros das instalações prediais, ou seja, diâmetros de ½ a 2”. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 55 Após um grande número de experiências, conduzidas segundo a técnica mais avançada e sob um controle perfeito, Fair, Whipple e Hsiao propuseram fórmulas especiais que tem sido aceitas e recomendadas como as mais satisfatórias para pequenos diâmetros, incluindo as tubulações que conduzem água quente. * Para tubos de aço galvanizado ou ferro fundido conduzindo água fria, a fórmula é: * Para tubos de cobre ou PVC conduzindo água fria, a fórmula é: * Para tubos de cobre, latão ou CPVC conduzindo água quente, a fórmula é: * Não há fórmula específica para tubos de aço galvanizado conduzindo água quente, mas a fórmula: J = 0,002021 Q1,88/ D4,88 tem sido empregada, pois apresenta resultados em favor da segurança. Em todas as expressões: J = perda de carga unitária (m/m); Q = vazão da água (m3/s); D = diâmetro das tubulações (m). A norma brasileira para instalações prediais recomenda as fórmulas de Fair- Whipple-Hsiao nas seguintes formas: 88,488,16 D.Q.10.8,19J −= (para tubos hidraulicamente rugosos) e 75,475,16 D.Q.10.63,8J −= (para tubos hidraulicamente lisos) Sendo: J em KPa/m; Q em L/s e D em mm Fórmula de HAZEN-WILLIAMS: (EUA, 1903: Allen Hazen, Engenheiro civil e sanitarista e Gardner S. Williams, professor de Hidráulica). Essa fórmula tem sido largamente empregada, sendo Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 56 aplicável a condutos de seção circular com diâmetro superior a 50 mm (acima de 2”). É uma fórmula que pode ser satisfatoriamente aplicada para qualquer tipo de material. Por Hazen–Willians também se calcula: Q = 0,279 . C . D2,63 . J0,54 v = 0,355 . C. D0,63. J0,54 Onde: Q = vazão de água (m3/s); D = diâmetro das tubulações (m); v = velocidade das tubulações (m/s); J = perda de carga unitária (m/m); C = coeficiente de perda de carga de Hazen-Williams, que depende da natureza e das condições do material empregado nas paredes dos tubos (Tabela 6). Tabela 6 - Valores de C (Hazen-Williams) para diversos materiais: (m/m) ou PVC Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 57 A fórmula de Hazen-Williams apresenta muitas vantagens: • é uma fórmula que resultou de um estudo estatístico cuidadoso, no qual foram considerados os dados experimentais disponíveis, obtidos anteriormente por um grande número de pesquisadores, bem como os dados de observações dos próprios autores; • os expoentes da fórmula foram estabelecidos de maneira a resultarem as menores variações do coeficiente numérico C para tubos de mesmo grau de rugosidade; • a grande aceitação que teve a fórmula permitiu que fossem obtidos valores bem determinados do coeficiente C, nessas condições pode-se estimar o envelhecimento dos condutos; • os limites de aplicação são os maiores: diâmetros de 50 até 3500 mme velocidades até 3 m/s, ou seja, praticamente todos os casos práticos aí se enquadram. • é uma fórmula que pode ser satisfatoriamente aplicada para qualquer tipo de conduto (Condutos Livres ou Forçados); EXISTEM AINDA OUTRAS FÓRMULAS: Fórmula de DARCY: (O primeiro pesquisador a estudar a perda de carga, considerando a natureza e o estado das paredes dos condutos). J = K . (vn /D) O coeficiente n varia entre 1,76 e 2, mas Darcy adotou na sua época (cerca de 150 anos atrás) o valor de n = 2, pois queria estabelecer uma fórmula prática. Mais tarde, Reynolds, que investigou a velocidade-limite entre os regimes de escoamento Laminar e Turbulento, chegou à conclusão de que o expoente n assume o valor da unidade para o movimento laminar e que, para os movimentos turbulentos que ocorrem na prática, n depende da rugosidade da parede dos condutos, oscilando entre 1,73 e 2. Para os condutos muito lisos, n é aproximadamente 1,75, ao passo que para grandes turbulências, em condutos fortemente ‘incrustados’, n=2. Fórmula de Hagen-Poiseulle: (Usada em Regime Laminar de Escoamento) hf = 128.ν.L.Q π.D4.g Válida para Re < 2000, mas com maior segurança para Re < 1000. Outra apresentação da Fórmula de Poiseulle: J = 32.μ.v γ.D2 Onde: ν = viscosidade cinemática (m2/s) Onde: μ = viscosidade γ = peso específico v = velocidade Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 58 Fórmula de CHÉZY: (Usada em Condutos Livres) v = C . √ (RH . J) Fórmula de MANNING: (Usada em Condutos Livres) v = 1/n . RH 2/3 . J 1/2 Fórmula de SCOBEY: (Indicada para o cálculo da perda de carga em redes de irrigação por aspersão e gotejamento que utilizam tubos leves). J = Ks . Q1,9 245.D4,9 Onde: Ks = coeficiente da perda de carga de Scobey: Material das paredes Ks Plástico e cimento amianto Alumínio Aço galvanizado 0,32 0,43 0,45 Entre outras fórmulas... 4.2.2 – PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS (ou Acidentais): Adicionalmente às perdas de carga contínuas que ocorrem ao longo das tubulações, têm-se perturbações localizadas, denominadas perdas de carga localizadas, causadas pelas peças especiais e demais singularidades de uma instalação, do tipo curva, junção, válvula, medidor, etc. que também provocam dissipação de energia. Algumas vezes (como acontece nas instalações hidráulicas prediais e industriais, dos sistemas de recalque e dos condutos forçados das usinas hidrelétricas), a perda de carga localizada é mais importante do que a perda de carga contínua, devido ao grande número de conexões e aparelhos, relativamente ao comprimento da tubulação. Entretanto, no caso de tubulações muito longas, com vários quilômetros de extensão, como nas adutoras e redes de distribuição, a perda de carga localizada pode ser desprezada. Onde: RH = Raio Hidráulico C = Coeficiente de rugosidade de Chézy dos condutos livres Onde: n = coeficiente de rugosidade de Manning dos condutos livres Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 59 a) Método da Fórmula Universal: A perda de carga localizada hf para uma determinada peça pode ser calculada através do Método da Fórmula Universal pela expressão geral: (m) Onde: v = velocidade média do fluido em uma tubulação (m/s); g = aceleração da gravidade (m/s2); k’ = coeficiente equivalente próprio do elemento causador da perda que depende da geometria da singularidade (curva, registro, tê, etc) (Tabela 7). Tabela 7: Valores aproximados de k’ para Perdas Localizadas. Peça k’ Bocais Comporta aberta Controlador de vazão Cotovelo de 900 Cotovelo de 450 Crivo Curva de 900 Curva de 450 Curva de 22,50 Entrada de Borda Entrada Normal Junção Medidor Venturi Saída de canalização Tê, passagem direita Tê, saída de lado Tê, saída bilateral Registro de ângulo aberta Registro de gaveta aberta Registro de globo aberta Válvula de pé Válvula de retenção 2,75 1,00 2,50 0,90 0,40 0,75 0,40 0,20 0,10 1,00 0,50 0,40 2,50 1,00 0,60 1,30 1,80 5,00 0,20 10,00 1,75 2,50 Observação: o valor de k’ é praticamente constante para valores do número de Reynolds superiores a 50 000. Conclui-se, portanto, que para os fins de aplicação prática pode-se considerar constante o valor k para determinada peça, desde que o escoamento seja turbulento, independente do diâmetro da tubulação e da velocidade e natureza do fluido. Para a determinação da perda de carga total em um sistema hidráulico através do método universal, considerando as singularidades, devem ser somadas todas as perdas que ocorrem no sistema, ou seja, a perda que ocorre na tubulação (contínua ou Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 60 distribuída ao longo da tubulação) MAIS a perda que ocorre nas peças ou singularidades do sistema (perdas localizadas ou acidentais). b) Método Empírico dos Comprimentos Equivalentes: A perda de carga localizada também pode ser determinada pelo Método Empírico dos Comprimentos Equivalentes: O MÉTODO DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES consiste em substituir, para efeitos de cálculo, as singularidades por comprimentos equivalentes de tubos de igual perda de carga, ou seja, através de tabelas, convertendo-se a perda localizada (ou acidental) em perda de carga equivalente a um determinado comprimento de tubulação. Isso significa que, ficticiamente, seria como substituir, por exemplo, uma curva de 90o por um comprimento de conduto, e a perda de carga contínua nesse comprimento equivalesse à perda localizada nessa curva de 90o. Matematicamente, define-se perda de carga localizada como sendo: (m) sendo hf1-2 = perda de carga entre os pontos 1 e 2 de uma instalação (m); J = perda de carga unitária (m/m); LV = comprimento virtual (m), é dado por: LV = LR + ∑ Leq LR= comprimento real da tubulação (m); Leq = comprimento equivalente da tubulação cuja perda de carga equivale àquela promovida pela singularidade substituída (com as Tabelas). Para determinação dos comprimentos equivalentes são utilizadas as tabelas apresentadas em anexo. No final deste capítulo há uma tabela resumo das fórmulas para perda de carga. Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 61 Anexos: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 62 Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 63 Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 64 Diagrama de Moody: Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 65 RESUMO: Fórmulas para calcular a Perda de Carga: Método Racional Método Empírico (hf = J.L) Fórmula Universal: g v D Lfhf 2 .. 2 = ou 5 2 D Q.eJ = → hf = J . L Cálculo de f: Pelo Núm. de Reynolds: Re = v . D / ν • Re < 2000 – Movimento Laminar: f = 64 / Re • Re > 4000 – Movimento turbulento: (fórmulas mais recomendadas para f): - para 31 Re 9,0 ≤ K D → Regime hidraulicamente Liso: 2 9,0Re 62,5log2 − ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛−=f - para 448 Re31 9,0 〈〈 K D → Regime hidraul. Misto: 2 9,0 71,3Re 62,5log2 − ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ +−= D Kf - para 448 Re 9,0 ≥ K D → Regime hidraul. Rugoso: 2 71,3 log2 − ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ −= D Kf Fórmulas Empíricas: (mais utilizadas) - HAZEN – WILLIAMS J = 10,64. Q1,85 . C -1,85 . D -4,87 Utilizada em condutos de D ≥ 2” e seção circular - FÓRMULA DE SCOBEY J = Ks . Q1,9 / 245 D4,9 Ks – perda de carga de Scobey - tabelado Utilizado em redes de irrigação por aspersão e gotejamento que utilizam tubos leves - FÓRMULAS DE FAIR-WHIPPLE- HSIAO (São recomendadas pelas normas brasileiras para projetos de instalaçõesprediais) (D ≤ 2”) • Para tubos de aço galvanizado e ferro fundido, conduzindo água fria: J = 0,002021 Q1,88/D4,88 • Tubos de cobre ou PVC, conduzindo agua fria: J = 0,00086 Q1,75/ D4,75 • Tubos de cobre ou latão ou CPVC, conduzindo água quente: J = 0,00069 Q1,75/ D4,75 • Não há formula específica p/ tubos de aço galvanizado, conduzindo água quente, mas a fórmula: J = 0,002021 Q1,88/ D4,88 tem sido empregada, pois apresenta resultados em favor da segurança. Perda de total (peças+tubulação) Perda de carga total (peças+tubulação) g vkhf 2 '. 2 = para cada peça → hftotal = hflocal + hfdistrib hf = J. Lv e Lv = LR + ΣLeq Hidráulica I Engenharia Civil - Profa. Ms. Simone Fiori 66
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