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1 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 2 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 aviso importante NFPSS Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão reservados. Além da proteção legal, este arquivo possui um sistema GTH anti-tem- per baseado em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário, gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do arquivo. O código-fonte tem mecanismo autônomo de segurança e proteção contra descriptografia, independentemente da conversão do arquivo de PDF para os formatos doc, odt, txt entre outros. 3 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 NFPSS TJ/MS DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 1- Aspectos Gerais do Direito da Criança e do Adolescente. A proteção da infância no Brasil. 2 - O Direito de ser Criança e Adolescente. Retrospectiva Histórica. A proteção integral. O Princípio do Melhor Interesse da Criança. 3 - A Trilogia da Proteção Integral. Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. - HISTÓRICO LEGISLATIVO: 1) Código de Menores de 1979 - doutrina da situação irregular; criança ou o adolescente considerados como um objeto de proteção; centralização de medidas socioeducativas aplicadas pelo juiz. 2) CF/88 e Lei nº 8.069/1990 (ECA) - mudança para a doutrina da proteção integral; mecanismos jurídicos volta- dos à tutela da criança e do adolescente como sujeitos de direitos, a partir de uma tríplice proteção: a) crianças e adolescentes são pessoas em condição de desenvolvimento; b) prioridade absoluta no seu tratamento; c) princípio do melhor (superior) interesse da criança e do adolescente, segundo o qual “todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por instituições públicas ou privadas de bem estar social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança” (art. 3.1, da Convenção sobre os Direitos da Criança). PRINCÍPIOS NORTEADORES DO ECA Prioridade absoluta (art. 227, CF; art. 4º, ECA) A criança e o adolescente devem ter primazia, quanto às ações da família, comu- nidade, sociedade em geral e Poder Público, na concretização dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Proteção integral (art. 1º, ECA) Proteção normativa direcionada a todas as crianças e adolescentes indistintamente, e não apenas àqueles taxados como “em situação irregular” (adotada no Código de Menores). Esse modelo de proteção integral deve ser levado em consideração pela família, sociedade e Poder Público. Superior interesse da criança e do adolescente (art. 100, IV, ECA) Orienta o legislador e o aplicador do Direito a conferirem primazia das necessidades da criança e do adolescente como critério de interpretação da lei, deslinde de con- flitos ou mesmo para elaboração de futuras normas. Criança e adolescente como pessoas em desenvolvimento (art. 6º, ECA) A noção do infante como pessoa em desenvolvimento justifica que esse grupo ob- tenha um tratamento diferenciado, tanto no âmbito internacional quanto no âmbito interno, seja em relação a medidas administrativas ou mesmo em relação a medidas legislativas. É decorrência da maior vulnerabilidade das crianças e adolescentes e da necessidade de lhes conferir igualdade material. 4 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 #ATENÇÃO: Lembrar que, enquanto no Brasil, criança é quem tem de 0 a 12 anos incompletos e adolescente de 12 a 18 anos (art. 2º do ECA), para a Convenção da ONU, criança é quem tem menos de 18 anos (art. 1). A Convenção de Haia sobre Sequestro de crianças aplica-se até os 16 anos incompletos (art. 4). #JURISPRUDÊNCIA1 São constitucionais os dispositivos do ECA que proíbem o recolhimento compulsório de crianças e adolescentes, mesmo que estejam perambulando nas ruas. São constitucionais o art. 16, I, o art. 105, o art. 122, II e III, o art. 136, I, o art. 138 e o art. 230 do ECA. Tais dispositivos estão de acordo com o art. 5º, caput e incisos XXXV, LIV, LXI e com o art. 227 da CF/88. Além disso, são compatíveis com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a Convenção sobre os Direitos da Criança, as Regras de Pequim para a Administração da Justiça de Menores e a Convenção Americana de Direitos Humanos. STF. Plenário.ADI 3446/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 7 e 8/8/2019 (Info 946). 4- Responsabilidade Civil. Danos Causados por Crianças e Adolescentes. Os pais respondem objetivamente pelo ato dos filhos, nos termos do art. 932, I do CPC. Contudo, caso os filhos sejam emancipados, os pais não respondem objetivamente pelos seus atos. Exceção: caso a emancipação seja voluntária os pais responderão objetivamente e de maneira solidária (não é subsidiária). Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. #FALATARTUCE #DOUTRINA “O art. 932 do CC/2002 consagra hipótese de responsabilidade civil por atos praticados por terceiros, também denominada responsabilidade civil objetiva indireta ou por atos de outrem”; “para que os pais respondam ob- jetivamente, é preciso comprovar a culpa dos filhos. (...) Desse modo, é fundamental repetir que não se pode mais falar em culpa presumida nesses casos, mas em responsabilidade sem culpa, de natureza objetiva. (...) os casos de presunção relativa de culpa foram banidos do ordenamento jurídico brasileiro, diante de um importante salto evolutivo”. (Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce – 8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, págs. 609/610). - A responsabilidade do incapaz é subsidiária, excepcional e equitativa (#APOSTACICLOS) e não cabe ação em regresso dos pais contra os filhos. 1 A jurisprudência deste material foi retirada do site www.buscadordodizerodireito.com.br e do site do STJ (https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/ e https://scon.stj. jus.br/SCON/recrep/ https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b8fd7211e5247891e4d4f0562418868a?categoria=7&ano=2019 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b8fd7211e5247891e4d4f0562418868a?categoria=7&ano=2019 http://www.buscadordodizerodireito.com.br https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/ https://scon.stj.jus.br/SCON/recrep/ https://scon.stj.jus.br/SCON/recrep/ 5 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, SALVO se o causador do dano for DESCENDENTE seu, ABSOLUTA OU RELATIVAMENTE INCAPAZ. #DIZERODIREITO: A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicio- nal, mitigada e equitativa Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuí- zos, terão responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC. Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meiospara ressarcir a vítima. Condicional e mitigada: porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio mínimo do infante. Equitativa: tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo necessário para a sobrevivência digna do incapaz. A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária. STJ. 4ª Turma. REsp 1436401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599). Atenção! O Enunciado n. 40 da I Jornada de Direito Civil, estabelece, quanto ao art. 928 do Código Civil, que o incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária ou excepcionalmente como devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medidas socioeducativas ali previstas. Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada 5- Direito à Vida e a Proteção ao Nascituro. 6-Direito Fundamental à Convivência Familiar e Comunitária. Parentesco. Poder Familiar. - DIREITO À VIDA: #INOVAÇÃO LEGISLATIVA: - Instituição da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) 6 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público adolescente. (In- cluído pela Lei nº 13.798, de 2019) A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria gestan- te (art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpretação con- forme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para ex- cluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da propor- cionalidade. STF. 1ª Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/11/2016 (Info 849). - DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR: Direito a convivência familiar e comunitária é uma regra, ao passo que o acolhimento familiar e institucional é ex- ceção. #OLHAOGANCHO: Acolhimento institucional significa retirar a criança ou o adolescente de seu lar orig- inal e colocá-lo para residir, temporariamente, em uma entidade de atendimento (antigamente chamada “abrigo”) a fim de que ali ele fique protegido de situações de maus tratos, desamparo ou qualquer outra forma de violência (física ou moral) que estava sofrendo. Trata-se de medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade (art. 101, § 1º). #ATENÇÃO: Somente pode ser determinado pelo magistrado. Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvol- vimento integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) - Acolhimento familiar e institucional: Art. 19, § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) §2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolon- gará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devida- mente fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 7 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 #INOVAÇÃOLEGISLATIVA A Lei nº 13.509/2017 reduziu o prazo máximo de permanência da criança e ado- lescente em programa de acolhimento institucional para 18 meses. §3o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promo- ção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) §4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entida- de responsável, independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) §5o Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) §6o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) PROCEDIMENTO CASO A GESTANTE OU MÃE MANIFESTE INTERESSE DE ENTREGAR O FILHO PARA ADOÇÃO: Encaminhamento ao juizado da infância e juventude: Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Oitiva da gestante ou mãe por equipe interprofissional: §1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que apre- sentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Encaminhamento para atendimento especializado: §2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializa- do. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Preferência na manutenção da criança com o pai ou com algum representante da família extensa: §3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará 8 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Impossibilidade de permanência da criança com o genitor ou a família extensa: §4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Atenção! A extinção do poder familiar e a colocação em família substituta é uma exceção, priorizando-se a preserva-ção dos vínculos familiares com o genitor ou com a família extensa. Manifestação voluntária da mãe ou ambos os genitores para colocação em família substituta: §5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Obs. Trata-se da hipótese de adesão voluntária e expressa da mãe ou ambos os genitores, APÓS O NASCIMENTO DA CRIANÇA, em audiência específica. Art. 166, § 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado ou por defensor público, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) §6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017). Prazo para ingresso da ação de adoção: §7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 9 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Desistência do desejo de entregar a criança: §8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe interpro- fissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (In- cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Direito ao sigilo: §9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Obs. Vale ressaltar, contudo, que o adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos (art. 48). §10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) - DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER: • direito da criança e do adolescente (Art. 53 do ECA); • dever do estado (art. 54 do ECA) O ensino domiciliar não está previsto na Constituição Federal e depende de lei específica para ser permitido no Brasil. O ensino familiar (homeschooling) exige o cumprimento de todos os requisitos constitucionais. Não é vedado o ensino em casa desde que respeite todos os preceitos constitucionais, e há necessidade de legislação, como estabelecimento de requisitos de frequência, avaliação pedagógica. (STF, Info 914 e 915) São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na edu- cação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas idades estejam completas. Cabe ao Poder Público desenhar as políticas educacionais, respeitadas as balizas constitucionais. O corte etário, apesar de não ser a única solução constitucionalmente possível, insere-se no espaço de conformação do administrador, sobretudo em razão da “expertise” do CNE e da ampla participação técnica e social no processo de edição das resoluções, em respeito à gestão democrática do ensino público [CF, art. 206, VI]. (STF, Info 909) #INOVAÇÃOLEGISLATIVA: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, pre- paro para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 10 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo es- tabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019) Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 7- Colocação em Família Substituta: Guarda, Tutela e Adoção. MODALIDADE DE GUARDA2 DESCRIÇÃO Guarda de fato não possui vínculo jurídico Guarda provisória concedida no início do procedimento de tutela ou adoção (art. 33, § 1°; art. 167) Guarda definitiva concedida ao final do processo de guarda Guarda excepcional atende a situações excepcionais de ausência dos pais (art. 33, § 2°) Guarda subsidiada concedida a pessoas que recebem algum tipo de incentivo do Poder Público, ligada ao acolhimento familiar (art. 34) Guarda derivada decorre da concessão de tutela (art. 36, p.ú.) Guarda do dirigente de entidade de acolhimento institucional decorre da inserção da criança ou adolescente em programa de acolhimento (art. 92, § 1°) Guarda como medida protetiva ou estatutária concedida diante da caracterização de situação de risco (art. 98 c/c art. 101, IX) Guarda concedida a terceiro na Vara de Família decorre da verificação de que nem o pai nem a mãe estão em condições de exercer a guarda (CC, art. 1.584, § 5°) Guarda de estrangeiro refugiado situação em que os pais da criança ou do adolescente estão mortos ou não conseguiram fugir do país de origem; não há amparo legal expres.so. Situação jurídica disciplinada pela Lei n. 9.474/97. Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº 9.528/97 na Lei nº 8.213/91. O art. 33, § 3º do ECA deve prevalecer sobre a modificação legislativa promovida na lei geral da Previdência Social, em homenagem ao princípio da proteção integral e preferência da criança e do adolescente (art. 227 da CF/88). (STJ, Info 595) 2 BARROS, Guilherme Freire de Melo. Coleção Sinopses para Concursos, Bahia, Editora Juspodivm, 3ª edição, 2015, Pg.69. 11 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 HIPÓTESES DE PERDA DO PODER FAMILIAR (Art. 1635, CC) Pela morte dos pais ou do filho. Pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único. Pela maioridade. Pela adoção. Por decisão judicial, na forma do artigo 1.638, CC (castigo imoderado – abandono – atos imorais – reiteradamente abusar da autoridade - arruinar bens dos filhos) Por decisão judicial, o pai ou a mãe que entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. #INOVAÇÃOLEGISLATIVA (Lei 13.715/2018) EFEITOS DA CONDENAÇÃO REGRA: a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar. EXCEÇÃO: A Lei 13.715/2018 dispôs que a destituição do Poder Familiar de mãe ou pai passa a ser possível diante da condenação de qualquer deles por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder (mãe ou pai) ou contra filho, filha ou outro descendente (netos, bisnetos, etc.) Art. 92. São também efeitos da condenação: (...) II - a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; Obs. Os efeitos extrapenaisespecíficos da condenação previstos no art. 92 do Código Penal não são automáticos, de maneira que devem ser expressos na sentença penal condenatória e preencher os seguintes requisitos: • Condenação por crimes dolosos; • Condenação por crimes sujeitos à pena de reclusão; • Condenação por crimes cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; • declaração expressa na sentença. Obs. a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. Pela doutrina da proteção integral, caso constatada a vulnerabilidade frente a esta situação será feito um acompanhamento em programas de proteção, nos termos do art. 19, §3º do ECA. §3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promo- ção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016). #SAINDODOFORNO: STJ – INFORMATIVO 659 - A existência de vínculo familiar ou de parentesco não constitui requisito para a legitimidade ativa do interessado na requisição da medida de perda ou suspensão do poder familiar. 12 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE ADOÇÃO C/C PEDIDO DE EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR - MAGISTRADO SINGULAR QUE JULGOU PROCEDENTES OS PEDIDOS - TRIBUNAL DE ORIGEM QUE, DE OFÍCIO, EXTINGUIU A DEMANDA POR ILEGITIMIDADE ATIVA DA AUTORA. A controvérsia reside em saber se, nos termos do art. 155 do Estatuto da Criança e do Adolescente, constitui requisito para o pedido de adoção cumulada com pedido de destituição do poder familiar que o interessado osten- te algum laço familiar com o adotando. 1. O art. 155 do ECA estabelece hipótese de legitimação ativa concorrente para o procedimento de perda ou suspensão do poder familiar, atribuindo a iniciativa tanto ao Ministério Público como a quem tenha o legítimo interesse, esse caracterizado pela estreita relação/vínculo pessoal do sujeito ativo e o bem-estar da criança ou adolescente. 2. O legislador não definiu quem teria, em tese, o ‘’legítimo interes- se” para pleitear a medida, tampouco fixou requisitos estanques para a legitimação ativa, tratando-se de efetivo conceito jurídico indeterminado. A omissão, longe de ser considerada um esquecimento ou displi- cência, constitui uma consciente opção legislativa derivada do sistema normativo protetivo estatuído pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que tem como baliza central os princípios do melhor interesse da criança e da proteção integral. Eventuais limitações e recrudescimento aos procedimentos de proteção e garantia de direitos previstos no ECA são evitados para abarcar, na prática, um maior número de hipóteses benéficas aos seus destinatários. 3. A existência de vínculo familiar ou de parentesco não constitui requisito para a legitimidade ativa do interessado na requisição da medida de perda ou suspensão do poder familiar, devendo a aferição do legítimo interesse ocorrer na análise do caso concreto, a fim de se perquirir acerca do vínculo pessoal do sujeito ativo com o menor em estado de vulnerabilidade. 4. Recurso especial parcialmente provido. (STJ – INFORMATIVO 659 - REsp 1203968/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 10/10/2019, DJe 23/10/2019) STJ – INFORMATIVO 658 - A diferença etária mínima de 16 (dezesseis) anos entre adotante e ado- tado pode ser flexibilizada à luz do princípio da socioafetividade. A diferença etária mínima de 16 (dezesseis) anos entre adotante e adotado é requisito legal para a adoção (art. 42, § 3º, do ECA). No entanto, a adoção é sempre regida pela premissa do amor e da imitação da realidade biológica, sendo o limite de idade uma forma de evitar confusão de papéis ou a imaturidade emocional indis- pensável para a criação e educação de um ser humano e o cumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar. Dessa forma, incumbe ao magistrado estudar as particularidades de cada caso concreto a fim de apreciar se a idade entre as partes realiza a proteção do adotando, sendo o limite mínimo legal um norte a ser seguido, mas que permite interpretações à luz do princípio da socioafetividade, nem sempre atrelado às diferenças de idade entre os interessados no processo de adoção. RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. ADOÇÃO. MAIOR. ART. 42, § 3º, DO ECA (LEI Nº 8.069/1990). IDADE. DIFERENÇA MÍNIMA. FLEXIBILIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. SOCIOAFETIVIDADE. 13 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. IMPRESCINDIBILIDADE. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. A diferença etária mínima de 16 (dezesseis) anos entre adotante e adotado é requisito legal para a adoção (art. 42, § 3º, do ECA), parâmetro legal que pode ser flexibilizado à luz do princípio da socioafetividade. 3. O reconhecimento de relação filial por meio da adoção pressupõe a maturidade emocional para a assunção do poder familiar, a ser ava- liada no caso concreto. 4. Recurso especial provido. (STJ – INFORMATIVO 658 - REsp 1785754/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/10/2019, DJe 11/10/2019) #JURISPRUDÊNCIA O ensino domiciliar não está previsto na Constituição Federal e depende de lei específica para ser permitido no Brasil. O ensino familiar (homeschooling) exige o cumprimento de todos os requisitos constitucionais. Não é vedado o ensino em casa desde que respeite todos os preceitos constitucionais, e há necessidade de legislação, como estabelecimento de requisitos de frequência, avaliação pedagógica. (STF, Info 914 e 915) São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na edu- cação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas idades estejam completas. Cabe ao Poder Público desenhar as políticas educacionais, respeitadas as balizas constitucionais. O corte etário, apesar de não ser a única solução constitucionalmente possível, insere-se no espaço de conformação do administrador, sobretudo em razão da “expertise” do CNE e da ampla participação técnica e social no processo de edição das resoluções, em respeito à gestão democrática do ensino público [CF, art. 206, VI]. (STF, Info 909) Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº 9.528/97 na Lei nº 8.213/91. O art. 33, § 3º do ECA deve prevalecer sobre a modificação legislativa promovida na lei geral da Previdência Social, em homenagem ao princípio da proteção integral e preferência da criança e do adolescente (art. 227 da CF/88). (STJ, Info 595) É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA. O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em determinados horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder Público pode apenas re- comendar os horários adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória). (STF, Info 837) A conduta de emissora de televisão que exibe quadro que, potencialmente, poderia criar situações discrimi- natórias, vexatórias, humilhantes às crianças e aos adolescentes configura lesão ao direito transindividual da coletividade e dá ensejo à indenização por dano moral coletivo. (STJ, Info 618) 14 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 MODALIDADES DE FAMÍLIA SUBSTITUTA GUARDA (Arts. 33 a 35) TUTELA (Arts. 36 a 38) ADOÇÃO (Arts. 39 a 52-D) Obriga aprestar assistência ma- terial, moral e educacional. Engloba o dever de guarda e de administração dos bens do tu- telado. Forma vínculo familiar. Não implica perda ou suspen- são do poder familiar, mas o guardião pode se opor aos pais. Demanda necessariamente a perda ou suspensão do poder familiar. É necessária a perda do poder familiar dos pais biológicos. Destinada a regularizar a posse de fato da criança ou do adoles- cente. Destinada ao amparo e à admi- nistração dos bens da criança ou adolescente em caso de fa- lecimento dos pais, ausência ou perda do poder familiar. Objetiva a criação do vínculo de paternidade/maternidade entre pais-adotantes e filhos-a- dotados. Em regra, é deferida no curso dos processos de tutela e adoção, ex- ceto na adoção estrangeira. Ca- bível também como pedido autô- nomo em caso de falta eventual de pais ou responsável. É possível a concessão de guarda no curso do processo de tutela. É possível a concessão de guarda no curso do processo de adoção. Em processo de adoção estrangeira, não é possível a concessão da guarda. Não é permitida para famílias es- trangeiras. Não é permitida para famílias es- trangeiras. É permitida para famílias estrangeiras STJ: inclui direitos previdenciários. Inclui direitos previdenciários, pois há previsão no art. 16, §3º, da lei 8213. Goza de plenos direitos previ- denciários, pois é filho tal qual o biológico. Revogável. Revogável. Em regra, irrevogável. Não há mudança de nome da criança ou adolescente. Não há mudança de nome da criança ou adolescente. O adotado recebe o nome do adotante e pode mudar o preno- me. EDIÇÃO N. 27 DA JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - GUARDA E ADOÇÃO 1) A observância do cadastro de adotantes não é absoluta, podendo ser excepcionada em prol do princípio do melhor interesse da criança. 2) A jurisprudência tem excepcionado o entendimento de que o habeas corpus não seria adequado para discutir questões relativas à guarda e adoção de crianças e adolescentes. 3) O acolhimento institucional ou familiar temporário não representa o melhor interesse da criança mesmo nos casos de adoção irregular ou “à brasileira”, salvo quando há evidente risco à integridade física ou psíquica do menor. 4) É possível a adoção póstuma quando comprovada a anterior manifestação inequívoca do adotante. file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item3.submit(); 15 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 5) A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda. (Súmula n. 383/STJ) 6) Eventuais irregularidades na adoção podem ser superadas em virtude da situação de fato consolidada no tempo, desde que favoráveis ao adotando. 7) O reconhecimento do estado de filiação constitui direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, po- dendo ser exercitado sem qualquer restrição, fundamentado no direito essencial à busca pela identidade biológica. 8) Nas disputas de custódia de crianças e adolescentes devem ser evitadas sucessivas e abruptas alterações de guarda e residência, ressalvados os casos de evidente risco. 9) Compete à Justiça Federal o julgamento dos pedidos de busca e apreensão ou de guarda de menores quando fundamentados na Convenção de Haia sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças. 10) Nos casos em que o Ministério Público promove a ação de destituição do poder familiar ou de acolhimen- to institucional não é obrigatória a nomeação da Defensoria Pública como curadora especial. 11) A falta da citação do pai biológico no processo de adoção não obsta a homologação da sentença estran- geira, nos casos em que se verifica o abandono ou desinteresse do genitor. 12) É possível o deferimento da guarda de criança ou adolescente aos avós, para atender situações peculia- res, visando preservar o melhor interesse da criança. 13) Não é possível conferir-se a guarda de criança ou adolescente aos avós para fins exclusivamente finan- ceiros ou previdenciários. 14) Não há óbice à adoção feita por casal homoafetivo desde que a medida represente reais vantagens ao adotando. file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item8.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item8.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item12.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item12.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item13.submit(); file:///E:/Downloads/Ciclos%20-%20Indesign/2019%20-%20Dezembro/28.12.19/NFPSS/javascript:document.frmDoc1Item13.submit(); 16 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 - ADOÇÃO: CLASSIFICAÇÃO DA ADOÇÃO ADOÇÃO CONJUNTA OU BILATERAL (Art. 42, §2°) Hipótese em que um casal se apresenta como postulante à adoção, o ECA exige que ambos estejam casados ou mantenham união estável. #ATENÇÃO: O STJ também já flexibilizou essa exigência. Adoção conjunta feita por dois irmãos. Na verdade, eram dois irmãos (um homem e uma mulher) que criavam um menor há alguns anos e, com ele, desenvolveramrelações de afeto. STJ. 3ª Turma. REsp 1217415-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/6/2012. #ATENÇÃO: Excepcionalmente, é possível que um ex-casal realize a adoção conjunta, desde que: a) Haja prévio acordo sobre a guarda e o regime de visitação ou fixação de guarda compartilhada; b) O estágio de convivência tenha se iniciado no período em que o casal ainda estava junto; c) Fique comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com quem não detenha a guarda. ADOÇÃO UNILATERAL (Art. 41, §1) Feita pelo cônjuge ou companheiro com relação ao filho de seu par. #SELIGANOEXEMPLO: homem, após casar-se com mulher que já tinha filho, adota a criança. ADOÇÃO PÓSTUMA (Art. 42, §6°) Possibilidade expressa de que a adoção seja levada a efeito ainda que o adotante venha a falecer no curso do procedimento, desde que tenha manifestado inequívoca vontade. #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Adoção post mortem mesmo que não iniciado o procedimento formal enquanto vivo. STJ. 3ª Turma. REsp 1217415-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/6/2012. #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Para o STJ a manifestação inequívoca de vontade tem os mesmos requisitos da filiação socioafetiva e significa: a) tratamento do menor como se filho fosse e b) conhecimento público dessa situação. 17 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 ADOÇÃO INTUITO PERSONAE (Art. 50, §13°) Situações em que a adoção poderá ser deferida a pessoa ou casal que não estava inscrito previamente nos cadastros de adoção. São hipóteses excepcionalíssimas que se fundamentam no melhor interesse da criança: - Adoção unilateral. - Formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade. - Pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 do ECA. ADOÇÃO INTERNACIONAL (Art. 51) Aquela na qual o pretendente possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção. #SELIGA A adoção é internacional quando o postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, independente de nacionalidade! #ATENÇÃO Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro. A possibilidade de adoção internacional se dá apenas quando esgotadas as tentativas de colocação em família substituta no Brasil. Deverá haver a consulta a adolescente sobre a adoção e a demonstração, dentro do seu grau de discernimento, de que está preparado para a medida. 18 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 ADOÇÃO À BRASILEIRA Trata-se da situação em que uma pessoa registra filho alheio como próprio. Não é uma modalidade legítima de adoção, pelo contrário, configura o crime do at. 242 do Código Penal. #DEOLHONAJURIS Apesar de teoricamente esse ato de registro ser nulo, a jurisprudência mais moderna considera também esse vínculo irrevogável por estabelecer paternidade socioafetiva. #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Desconstituição da paternidade registral e adoção à brasileira. Se o marido ou companheiro descobre que foi induzido em erro no momento de registrar a criança e que não é pai biológico do seu filho registral, ele poderá contestar a paternidade, pedindo a retificação do registro (arts. 1.601 e 1.604 do CC). Não se pode obrigar o pai registral, induzido a erro substancial, a manter uma relação de afeto, igualmente calcada no vício de consentimento originário, impondo- lhe os deveres daí advindos, sem que, voluntária e conscientemente, o queira. Vale ressaltar, no entanto, que, para que o pai registral enganado consiga desconstituir a paternidade, é indispensável que tão logo ele tenha sabido da verdade (da traição), ele tenha se afastado do suposto filho, rompendo imediatamente o vínculo afetivo. Se o pai registral enganado, mesmo quando descobriu a verdade, ainda manteve vínculos afetivos com o filho registral, neste caso ele não mais poderá desconstituir a paternidade. A situação acima descrita é diferente da chamada “adoção à brasileira”, que ocorre quando o homem e/ou a mulher declara, para fins de registro civil, o menor como sendo seu filho biológico sem que isso seja verdade. No caso de adoção à brasileira, o pai sabe que não é genitor biológico (ele não foi enganado). Caso o pai registral se arrependa da “adoção à brasileira” realizada, ele poderá pleitear a sua anulação? NÃO. O pai que questiona a paternidade de seu filho registral (não biológico), que ele próprio registrou conscientemente, está violando a boa-fé objetiva, mais especificamente a regra da “venire contra factum proprium” (proibição de comportamento contraditório). Para que seja possível a anulação do registro, é indispensável que fique provado que o pai registrou o filho enganado (induzido em erro), ou seja, é imprescindível que tenha havido vício de consentimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.330.404-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/2/2015 (Info 555). Segundo já decidiu o STJ, o êxito em ação negatória de paternidade, consoante os princípios do CC/2002 e da CF/1988, depende da demonstração, a um só tempo, de dois requisitos: a) Inexistência da origem biológica; b) Não ter sido construída uma relação socioafetiva entre pai e filho registrais. Assim, para que a ação negatória de paternidade seja julgada procedente, não basta apenas que o DNA prove que o “pai registral” não é o “pai biológico”. É necessário também que fique provado que o “pai registral” não é “pai socioafetivo”, ou seja, que não existe relação socioafetiva entre pai e filho. STJ. 4ª Turma. REsp 1059214-RS, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/2/2012. 19 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 ADOÇÃO À BRASILEIRA *#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: Para que haja a decretação da perda do poder familiar da mãe biológica em razão da suposta entrega da filha para adoção irregular (“adoção à brasileira”), é indispensável a realização do estudo social e avaliação psicológica das partes litigantes. Por envolver interesse de criança a questão deve ser solucionada com observância dos princípios da proteção integral e do melhor interesse dela e do adolescente, previstos na CF e no ECA. Para constatação da “adoção à brasileira”, em princípio, o estudo psicossocial da criança do pai registral e da mãe biológica não se mostra necessário. Contudo, como o reconhecimento de sua ocorrência (“adoção à brasileira”) foi fator preponderante para a destituição do poder familiar a realização da perícia se mostra imprescindível para aferição da presença de causa para a excepcional medida de destituição e para constatação de existência de uma situação de risco para a infante, caracterizando cerceamento de defesa o seu indeferimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1674207-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 17/04/2018 (Info 624). Principais características da adoção: • Excepcionalidade da medida: cabível apenas quando superadas as tentativas de permanência da criança ou do adolescente no seio de sua família natural ou extensa; • Irrevogabilidade; • cessa os vínculos com os pais biológicos, exceto os impedimentos matrimoniais; ainda que ocorra o faleci- mento dos adotantes, os vínculos com os pais biológicos não se restabelecem; • natureza jurídica de ato jurídico em sentido estrito; • o adotante (aquele que irá adotar) deve ter, no mínimo, 18 anos de idade e ser 16 anos mais velho do que o adotante; • o adotando (aquele que será adotado) deve ter, no máximo, 18 anos de idade, salvo se já estiver sob guarda ou tutela; •toda adoção deve passar pelo crivo do Judiciário, ainda que o adotando seja maior; e os processos de ado- ção que envolvam criança ou adolescente com deficiência ou doença crônica têm prioridade de tramitação. - Estágio de convivência: Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) §2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 20 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Obs. Possibilidade de dispensa excepcional do prazo de convivência se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constitui- ção do vínculo. Contudo, a simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência. - Estágio de convivência na adoção internacional: §3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) ADOÇÃO NACIONAL ADOÇÃO INTERNACIONAL Até a edição da Lei n° 13.509/2017, o período do estágio de convivência era determinado pelo juiz. Agora, há previsão expressa de um limite de 90 dias (art. 46), prorrogável por igual período (art. 46, §2°- A). Assim, o art. 46 foi alterado para dizer que a autoridade judiciária continua tendo liberdade para fixar a duração do estágio de convivência, mas o prazo máximo tem que ser de 90 dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. O estágio de convivência é de no mínimo 30 e no máximo 45 dias, prorrogável uma vez por igual período. #Atenção: §3º-A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no §4º deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. (In- cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) §4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. (In- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) #INOVAÇÃOLEGISLATIVA §5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a compe- tência do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. 21 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 §1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. §2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado. §3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua resi- dência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) §4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) §5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) §6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) §7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no §6º do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) §8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) §9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com de- ficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014) §10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017). #OLHAOGANCHO: Direito de conhecer a família biológica: Apesar da formação do vínculo irrevogável entre o adotado e os adotantes, o adotado, ao completar a maioridade, tem direito de conhecer a sua origem e de saber quem são os seus pais biológicos, inclusive tendo acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada (art. 48 do ECA). Para tanto, o ECA determina o armazenamento dos dados referentes aos processos de adoção. #OLHAOGANCHO Da Habilitação de pretendentes à adoção (arts. 197-A a 197-E) Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: I - qualificação completa; 22 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 II - dados familiares; III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de união estável; IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas; V - comprovante de renda e domicílio; VI - atestados de sanidade física e mental; VII - certidão de antecedentes criminais; VIII - certidão negativa de distribuição cível. Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e testemunhas; III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências que entender necessárias. Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. #INOVAÇÃOLEGISLATIVA §1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juven- tude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) §2º Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no §1º deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado 23 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS| @CICLOSR3 sob orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) §3º É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora sejam preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Minis- tério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. #INOVAÇÃOLEGISLATIVA §1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) §2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) §3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da habilitação, bas- tando a avaliação por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) §4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) §5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 24 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogá- vel por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) APADRINHAMENTO (ART. 19-B): #INOVIDADELEGISLATIVA Conceito Proporcionar que a criança e o adolescente que estejam em acolhimento institucional ou em acolhimento familiar possam formar vínculos com pessoas de fora da instituição ou da família acolhedora onde vivem e que se dispõem a ser “padrinhos,” visando favorecer a convivência familiar e comunitária e colaborando com o desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. #ATENÇÃO: Não implica em guarda ou qualquer outra forma de colocação em família substituta. Padrinhos Pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção. Pessoas jurídicas. Perfil das crianças e adolescentes Será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. Execução do programa Por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. #NÃOCONFUNDA Família Natural: Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais e seus descendentes ou por um dos pais e seus descendentes. (art. 25). Ex.: família monoparental. Família Extensa ou ampliada: É a comunidade que se estende para além da unidade de pais e filhos ou do casal, alcançando parentes próximos com os quais a criança ou adolescente conviva e mantenha vínculos de afinidade e afetividade. Família substituta: Possui caráter subsidiário, é a família resultante de guarda, tutela e adoção, sempre visando ao melhor interesse da criança e do adolescente. 8- Direito Fundamental à Educação e Cultura. Fundamentos constitucionais e legais. Os direitos infanto- juvenis na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 9- O Direito à Profissionalização e a Proteção do Trabalho Urbano e Rural do Adolescente. 10- Direito Fundamental à Saúde da Criança e do Adolescente. #INOVAÇÃO LEGISLATIVA: ECA - Capítulo IV Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 25 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabe- lecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019) Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da de- finição das propostas educacionais. Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e de estabelecimentos congê- neres assegurar medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO (Lei 9.394/96) EDUCAÇÃO INFANTIL: Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) DIREITO À EDUCAÇÃO NA LDB: Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da se- guinte forma: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) 26 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferen- cialmente na rede regular de ensino; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio paratodos os que não os concluíram na idade própria; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e per- manência na escola; VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplemen- tares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008). Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, durante o período de internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de sua competência federativa. (Incluído pela Lei nº 13.716, de 2018). Art. 5o O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 27 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 1o O poder público, na esfera de sua competência federativa, deverá: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a educação básica; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) II - fazer-lhes a chamada pública; III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. § 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais. § 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente. § 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade. § 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior. Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 11- A Justiça da Infância e da Juventude. Aspectos Processuais e Procedimentos Especiais. Atuação do Ministério Público. COMPETÊNCIA TERRITORIAL: Regra: Pelo domicílio dos pais ou responsável; Pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável. Competência para apuração de ato infracional: lugar da ação ou da omissão (Teoria da Atividade). 28 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Obs. Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede esta- dual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado. A competência territorial nas ações que envolvam medidas protetivas e discussão sobre o poder familiar é do juízo do domicílio dos pais ou responsáveis ou, ainda, do lugar onde se encontre a criança ou adolescente quan- do da falta dos seus responsáveis. Se os pais são separados, a ação deverá ser proposta no foro do domicílio de quem exerça a guarda da criança. (STJ, 2ª Seção, CC 117135-RS) - COMPETÊNCIA EM RELAÇÃO À MATÉRIA: • COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (art. 148, caput, do ECA) basta a incidência de uma das hipóteses legais. • COMPETÊNCIA CONCORRENTE (art. 148, parágrafo único, do ECA). – Aqui é necessário a incidência das hipóteses + situação de risco.. O juiz da infância e juventude tem o poder de determinar, de ofício, a realização de providências em favor de criança ou adolescente em situação de risco (no caso concreto, matrícula em escola pública), sem que isso sig- nifique violação do princípio dispositivo. (STJ, 2ª Turma, RMS 36949-SP) Compete à Justiça Comum Estadual ( juízo da infância e juventude) apreciar os pedidos de alvará visando a participação de crianças e adolescentes em representações artísticas. Não se trata de competência da Justiça do Trabalho. O art. 114, I e IX, da CF/88 não abrange os casos de pedido de autorização para participação de crianças e adolescentes em eventos artísticos, considerando que não há, no caso, conflito atinente a relação de trabalho. Trata-se de pedido de conteúdo nitidamente civil. STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917). - APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL: • Processo de conhecimento obedece à aplicação subsidiária do CPP. • Sistema recursal obedece à aplicação subsidiária do NCPC; APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL PROCESSO DE CONHECIMENTO: Aplicação subsidiária do CPP SISTEMA RECURSAL: Aplicação subsidiária do CPC A técnica de julgamento do art. 942 é aplicada no caso de apelação não unânime em processo no qual se apura a prática de ato infracional por adolescente? 5ª Turma do STJ: SIM 29 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 Admite-se a incidência do art. 942 do CPC/2015 para complementar o julgamento da apelação julgada por maioria nos procedimentos relativos ao estatuto do menor. 6ª Turma do STJ: DEPENDE • Se a decisão não unânime foi favorável ao adolescente infrator: não se deve aplicar o art. 942 do CPC/2015. • Se a decisão não unânime foi contrária ao adolescente infrator: deve-se aplicar o art. 942. É inaplicável a técnica de julgamento prevista no artigo 942 do CPC/2015 nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude quando a decisão não unânime for favorável ao adolescente. A aplicação da técnica de julgamento prevista no art. 942 do CPC, quando a decisão não unânime for favorável ao adolescente, implicaria em conferir ao menor tratamento mais gravoso que o atribuído ao réu penalmente imputável, já que os embar- gos infringentes e de nulidade previstos no art. 609 do CPP somente são cabíveis se o julgamento tomado por maioria for contrário ao réu. Ora, se não cabem embargos infringentes do art. 609 do CPP quando o acórdão não unânime foi favorável ao réu, com maior razão também não se pode admitir a técnica do art. 942 do CPC se o acórdão não unânime foi favorável ao adolescente infrator. (STJ, Infos 626 e 627) A contagem dos prazos nos ritos regulados pelo ECA ocorre em dias CORRIDOS (não se aplica a regra dos dias úteis do CPC/2015). Segundo o texto expresso do ECA, em todos os recursos, salvo os embargos de decla- ração, o prazo será decenal (art. 198, II) e a sua contagem ocorrerá de forma corrida, excluído o dia do começo e incluído o do vencimento, vedado o prazo em dobro para o Ministério Público (art. 152, § 2º). Desse modo, por força do critério da especialidade, os prazosdos procedimentos regulados pelo ECA são contados em dias corridos, não havendo que se falar em aplicação subsidiária do art. 219 do CPC/2015, que prevê o cálculo em dias úteis. STJ. 6ª Turma. HC 475.610/DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/03/2019 (Info 647). Obs. Recursos: Sistema recursal do CPC. Os recursos serão interpostos independente de preparo. Os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor; Efeito regressivo ou de retratação: Antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamenta- do, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias. Mantida a decisão apelada ou agra- vada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação. Não cabe habeas corpus para impugnar decisão judicial liminar que determinou a busca e apreensão de criança para acolhimento em família devidamente cadastrada junto a programa municipal de adoção. (STJ, Info 574) https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/81e793dc8317a3dbc3534ed3f242c418?categoria=7&subcategoria=214 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/81e793dc8317a3dbc3534ed3f242c418?categoria=7&subcategoria=214 30 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 #OLHAOGANCHO AÇÃO DE PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR (arts. 155 a 163 do ECA) - Necessidade de provocação para a perda ou suspensão do poder familiar: O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar inicia-se por provocação do Ministério Pú- blico ou de quem tenha legítimo interesse (art. 155 do ECA). #SELIGA: Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério Público, não ha- verá necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente (novo § 4º do art. 162). - Decretação liminar ou incidental da suspensão do poder familiar: Havendo motivo grave, a autoridade judiciária pode, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade (art. 157). - Citação e determinalçao de realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional: Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária deverá determinar, concomitantemente ao despacho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar, caso ainda não tenha sido realizado (novo § 1º do art. 157 do ECA). - Intervenção de representante da FUNAI para casos oriundos de comunidade indígena: Se os pais da criança/adolescente forem oriundos de comunidades indígenas, deverá haver a intervenção, junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar, de representante da FUNAI (novo § 2º do art. 157 do ECA). - Possibilidade de citação por hora certa na ação de perda ou suspensão do poder familiar: A Lei nº 13.509/2017 acrescentou um parágrafo ao art. 158 prevendo a possibilidade de citação por hora certa na ação de perda ou suspensão do poder familiar: Art. 158 (...) § 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). - Possibilidade de citação por edital: A Lei nº 13.509/2017 também acrescentou um parágrafo prevendo a possibilidade de citação por edital: Art. 158 (...) § 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a localização. #ATENÇÃO! Vale ressaltar que, mesmo não havendo previsão expressa no ECA antes da Lei nº 13.509/2017, a 31 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 doutrina e a jurisprudência já admitiam a possibilidade de citação por hora certa e por edital nas ações de sus- pensão e perda do poder familiar. - Ausência de contestação e parecer do Ministério Público: Se o pai/mãe da criança/adolescente não contestar o pedido, e já tiver sido concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público para que ele, como custos legis, ofereça parecer, no prazo de 5 dias, salvo se o autor da ação foi o próprio MP. Em outras palavras, o Promotor de Justiça só oferece parecer se o MP não foi o autor da ação. Após a manifestação do MP, o juiz decidirá a ação, também no prazo de 5 dias. - Oitiva de testemunhas: A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar (novo § 1º do art. 161 do ECA). - Oitiva obrigatória dos pais: É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local conhecido, ressal- vados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente citados (§ 4º do art. 161). - Audiência: Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oral- mente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito. Em seguida, o requerente se manifesta, depois o requerido e, por fim, o Ministério Público oferece parecer oral. O tempo para cada um falar é de 20 minutos, prorrogável por mais 10 minutos. - Decisão em audiência: A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo máximo de 5 dias. ATENÇÃO! O prazo máximo para conclusão do procedimento é de 120 dias. No caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, caberá ao juiz dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família substituta (nova redação do art. 163). 12- A prevenção geral e especial no Estatuto. Formas de controle. A ação civil pública. #INOVAÇÃO LEGISLATIVA: A Lei nº 13.812/2019 disciplinou que os adolescentes menores de 16 anos também estão incluídos nas hipóteses necessárias de autorização para viajar. Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) 32 RETA FINAL TJ/MS NFPSS RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3 § 1º A autorização não será exigida quando: a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco; 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável. § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos. Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente: I - estiver acompanhado
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