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Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
Disposições Preliminares
 Os artigos 1º a 6º do Estatuto da Criança e do Adolescente trazem 
regras (conceito de criança e adolescente, abrangência da Lei etc.) e 
princípios (como os relativos à proteção integral e prioridade absoluta), a 
serem observados quando da análise de todas as disposições estatutárias. 
Estes dispositivos devem ser invariavelmente interpretados e aplicados em 
benefício das crianças e adolescentes. Princípios adicionais quanto à 
interpretação e aplicação das disposições da Lei nº 8.069/1990 estão 
relacionados no art. 100, caput e parágrafo único, do ECA, assim como em 
tratados e convenções internacionais das quais o Brasil é signatário. 
Art. 1º, ECA: Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao 
adolescente.
Doutrina da Proteção Integral: é fundamental a compreensão do caráter 
principiológico adotado pelo ECA. A Lei tem o objetivo de tutelar a criança 
e o adolescente de forma ampla, não se limitando apenas a tratar de 
medidas repressivas contra seus atos infracionais. Pelo contrário, o 
Estatuto dispõe sobre direitos infanto-juvenis, formas de auxiliar a família 
e tipificação de crimes praticados contra criança e adolescentes, infrações 
administrativas, tutela coletiva, etc. Enfim, por proteção integral deve-se 
compreender um conjunto amplo de mecanismos jurídicos voltados tutela 
da criança e do adolescente. 
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O art. 1º, do ECA advém do art. 227, CF:
Art. 227, CF: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a 
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Conceito de Criança e Adolescente
Art. 2º, ECA: Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze 
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de 
idade.
 Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este 
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Este artigo conceitua objetivamente quem é considerado criança e 
adolescente para fins de incidência das disposições estatutárias. Trata-se de um 
conceito legal e estritamente objetivo, sendo certo que outras ciências, como a 
psicologia e a pedagogia, podem adotar parâmetros etários diversos.
Interessante observar que o legislador (a exemplo do que já havia feito o 
constituinte, quando da promulgação do art. 227, de nossa Carta Magna) deixou 
de utilizar, propositalmente, o termo “menor”, que possui uma conotação 
pejorativa e discriminatória, incompatível, portanto, com a nova orientação 
jurídico-constitucional, que além de alçar crianças e adolescentes à condição de 
titulares de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (dentre os 
quais os direitos à dignidade e ao respeito), também impôs a todos (família, 
comunidade, sociedade em geral e Poder Público, o dever de respeitá-los com a 
mais absoluta prioridade, colocando-os a salvo de qualquer forma de 
discriminação ou opressão (cf. arts. 4º, caput e 5º, do ECA e art. 227, caput, da 
CF), o que compreende, obviamente, a própria terminologia utilizada para sua 
designação. 
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Criança: considera-se criança a pessoa com 12 anos incompletos, ou seja, 
aquela que ainda não completos seus 12 anos. 
Adolescente: é aquele que conta com 12 anos completos e 18 anos 
incompletos. Ao completar 18 anos, a pessoa deixa de ser considerada 
adolescente e alcança a maioridade civil – art. 5º, CC. 
Princípios Aplicáveis ao ECA
Princípio da Prioridade Absoluta: 
Art. 4º, ECA: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a 
proteção à infância e à juventude.
Idade Nomen Iuris
De 0 a 12 anos incompletos Criança
De 12 completos e 18 anos incompletos Adolescente
A partir de 18 anos completos Maior plenamente capaz
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Princípio da Prioridade Absoluta 
Também previsto no artigo 227 da Magna Carta, o princípio da prioridade 
absoluta determina que crianças e adolescentes sejam tratados pela sociedade; e 
em especial, pelo Poder Público, com total prioridade pelas políticas públicas e 
ações do governo. Cumpre destacar o caráter meramente exemplificativo do 
parágrafo único, posto que, a interpretação deverá ser extensiva.
Princípio da Prevalência dos interesses
Art. 6º, ECA: Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a 
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e 
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em 
desenvolvimento.
Princípio da Brevidade e Excepcionalidade
Art. 121, ECA: A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de 
pessoa em desenvolvimento.
§ 5º - A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. 
O princípio da brevidade impõe que o período de internação o qual o jovem 
será submetido seja o mais breve possível, observando o prazo máximo de três 
anos.
O princípio da excepcionalidade consiste no fato de que a medida de 
internação só será aplicada subsidiariamente, isto é, quando não houver 
cabimento para nenhuma outra medida socioeducativa.
Medida Prazo
Internação provisória – art. 108, caput/ECA 45 dias
Internação definitiva – art. 121, § 3o/ECA Aplicável sem prazo
Limite de cumprimento: 3 anos
Internação Sanção (Regressão) – art. 122, § 
1o/CPP
3 meses
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Princípio do Respeito à Condição Peculiar de Pessoa em Desenvolvimento
- Atividades pedagógicas
- Atividades externas
Princípio do Respeito à Condição Peculiar de Pessoa em Desenvolvimento
“Art. 121, ECA: A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita 
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de 
pessoa em desenvolvimento.
 § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe 
técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
 § 7º A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a 
qualquer tempo pela autoridade judiciária.” 
 
Obs.: Em ambas as medidas, a realização de atividades externas independe 
de autorização judicial (art. 120, caput e 121, § 1o /ECA). Entretanto, para 
restringir é preciso que seja expressa podendo ser revista a qualquer tempo.
A restrição de atividades externas é medida excepcional e por isso, exige 
determinação judicial expressa que pode ser revista a qualquer momento.
Princípio do Respeito à Condição Peculiar de Pessoa em Desenvolvimento
Tem que ser cumpridas em estabelecimento adequado que não se confunde 
com prisão (adulto) – art. 123, caput, ECA. Estabelecimento exclusivo para 
medidas socioeducativas.
Realização de atividades externas
Semiliberdade Internação
Sem vigilância direta Com vigilância direta (com escolta)
Não há previsãode restrição, pois as atividades 
externas são a essência da medida.
Juiz pode restringir realização de atividades 
externas por determinação expressa – art. 121, § 
1o/ECA. Revista a qualquer tempo conforme art. 
121, § 7o/ECA. Trata-se de medida excepcional.
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“Art. 123, ECA: A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para 
adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa 
separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.”
Exceção: é possível que fique privado de sua liberdade em repartição policial (mas 
sempre em compartimento separado de adulto) por no máximo 5 dias – art. 185, 
§ 2º, ECA. Após esse período não havendo vaga em estabelecimento próprio deve 
ser solto. Se manter o adolescente por tempo superior a este incorrerá no art. 
235, ECA. 
Princípio da Sigilosidade
Art. 143, ECA: É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos 
que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato 
infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a 
criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, 
filiação, parentesco e residência.
O princípio da sigilosidade garante a privacidade dos registros referentes aos 
jovens infratores, isto é, só terá acesso a tais arquivos/documentos pessoas 
devidamente autorizadas. Tal medida tem como objetivo evitar que o menor 
infrator sofra algum tipo de preconceito e seja segregado da sociedade.
Para exemplificar, o Tribunal de Justiça do Paraná manteve a sentença que 
recusou acesso às informações relativas a adolescentes acusados por ato 
infracional, solicitadas pelo Exército Nacional a fim de impedi-los de prestar o 
serviço militar.
Princípio da Gratuidade
Art. 141, ECA: É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria 
Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, 
através de defensor público ou advogado nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são 
isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
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Cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal de Justiça reconheceu que a 
referida isenção de custas não se estenderá aos demais sujeitos processuais 
envolvidos, posto que, tal princípio visa beneficiar apenas crianças e adolescentes 
na qualidade de autor ou requerido. 
Princípio da Convivência Familiar
Art. 19, ECA: Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no 
seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a 
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas 
dependentes de substâncias entorpecentes.
O direito fundamental à convivência familiar, respaldado no artigo 227 da 
Carta Magna e assegurado pelo ECA, valoriza as relações afetivas da família, vez 
que, é na família que a criança encontra refúgio e apoio. É no meio familiar que a 
personalidade da criança se estrutura. No mais, faz-se importante ressaltar que, o 
papel dos genitores da família não se limita ao pagamento dos gastos ao final do 
mês ou na simples coabitação doméstica. Garantir a convivência familiar significa, 
como disposto na Constituição Federal de 1988, “respeitar seu direito de 
personalidade e garantir-lhe a dignidade (...)”
Conceitos
Ato infracional 
“Art. 103, ECA: Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou 
contravenção penal.”
Ato equivalente a crime ou contravenção se praticada por um adulto.
Utilizam-se o tipos penais incriminadores do Código Penal.
Tipo penal incriminador:
Preceito Primário: traz a definição legal da conduta proibida ou incriminada. 
Preceito Secundário: cominação de penas.
- Diferença entre Lei e Norma: Sujeito age conforme a lei, mas conforme norma 
que está por trás. O ECA se aproveita do preceito primário do Código Penal e, em 
relação ao preceito secundário, troca a sanção pena por medida socioeducativa. 
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Logo, em tema de ato infracional, o ECA adota um sistema de tipicidade 
remetida, pois incorpora a definição legal da conduta contida no preceito primário 
dos tipos penais incriminadores ( incorporam-se assim as garantias inerentes ao 
princípio da legalidade penal). 
- Diretrizes de Riad: onde não se pune o adulto, não se pune o adolescente. O ECA 
apenas modifica a sanção que decorre da conduta prevendo medidas 
socioeducativas no lugar das penas do direito penal comum. 
● Para o Código Penal aplica-se o Sistema Vicariante: pena ou medida de 
segurança.
Em caso de adolescente com doente mental, o ECA não prevê medida de 
segurança como o faz o Código Penal em relação aos adultos: nesse caso, só pode 
incidir uma medida de proteção (não tem caráter de sanção) contida no art. 101, 
inc. V, ECA.
Criança – até 12 anos Adolescente
Só pode receber medidas de proteção por prática 
de ato infracional – art. 101/ECA. Não tem caráter 
de sanção. Art. 105/ECA.
Pode receber medidas de proteção (art. 112, inc. 
VII/ECA) e medidas socioeducativas (art. 112, inc. 
I a VI/ECA).
Obs.: as crianças NUNCA se sujeitam a qualquer 
das medidas socioeducativas (art. 112, inc. I a 
VI/ECA). O fato da criança não receber medida 
socioeducativa não significa que não tenha 
praticado ato infracional.
Obs.: o adolescente é penalmente inimputável 
(art. 228/CF) para o sistema penal, mas 
responsável por ato infracional na sistemática do 
ECA, recebendo uma sanção especial ou 
diferenciada daquela aplicável para os adultos 
(essa sanção são as medidas socioeducativas).
Sistema de Irresponsabilidade Sistema de Responsabilidade Especial ou 
Diferenciada
Atendimento é feito pelo Conselho tutelar que é 
quem aplica as medidas de proteção – art. 136, 
inc. I/ECA.
Atendimento é feito pelo Delegado de Polícia - 
art. 172/ECA.
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Para a definição da responsabilidade por ato infracional, deve ser aferida a 
idade do sujeito no momento da conduta (ação ou omissão) adotando-se assim a 
Teoria Atividade (art. 104, parágrafo único, ECA).
 
Obs.: vide artigos 101, 104, 105, 112, 136, 172 e 228, ECA.
Conceitos
Medida socioeducativa pode ser definida como uma medida jurídica 
aplicada em procedimento adequado ao adolescente autor de ato infracional. 
Adolescente, na definição do art. 2º da Lei 8.069/90, é a pessoa que conta entre 
doze e dezoito anos de idade.
Há, no entanto, situações em que o Estatuto da Criança e do Adolescente se 
aplica excepcionalmente às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade, 
como ocorre, por exemplo, na execução de medidas socioeducativas de duração 
continuada, ou seja, aquelas que se prolongam no tempo. São assim classificadas 
as medidas de liberdade assistida (que tem tempo mínimo de três meses), a 
prestação de serviços à comunidade (que não pode exceder seis meses), a 
semiliberdade (que pode durar no máximo três anos) e a internação (que também 
pode durar no máximo três anos).
ATENÇÃO: 
Súmula 605 do STJ: “A superveniência da maioridade penal não interfere na 
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em 
curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos”.
Obs.: aprovada em 19/03/2018.
Medida socioeducativa - Escolha do juiz entre as medidas
“Art. 112/ECA: Verificada a pra ́tica de ato infracional, a autoridade competente 
podera ́ aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - adverte ̂ncia;
II - obrigac ̧a ̃o de reparar o dano;
III - prestac ̧a ̃o de serviços a ̀ comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserc ̧a ̃o em regime de semiliberdade;
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.comVI - internac ̧a ̃o em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas 
no art. 101, I a VI.”
Livre aplicação (leva-se em conta para aplicação o art. 112/ECA): incisos I, II, III, 
IV e V.
Não é livre, cabimento taxativo (previsto em lei): inciso VI.
Medida socioeducativa – Advertência e Reparação de Danos
Há 6 medidas:
Medidas cumpridas em meio aberto:
I - Advertência (art. 115/ECA) – admoestação verbal, que será reduzida termo e 
assinada. Aplicada para ato brando.
“Art. 115/ECA: A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida 
a termo e assinada.”
 
II – Reparação dos Danos em atos que causam prejuízo (art. 116/ECA) – Há três 
formas de se promover a reparação dos danos: cumprimento de sanção
● Ressarcimento – entregar o equivalente em dinheiro ao prejuízo causado.
● Restituição do bem – devolve o bem.
● Por outro modo compensar o prejuízo – cláusula aberta, qualquer outro 
modo que não seja os anteriores.
“Art. 116/ECA: Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a 
autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, 
promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da 
vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser 
substituída por outra adequada.”
III – Prestação de serviços comunitários (art. 117/ECA) – realização de tarefas 
gratuitas de interesse geral. Aplicação direta e não substitutiva. 
Prazo máximo: 6 meses com jornada semanal de 8 horas. 
 
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
“Art. 117/ECA: A prestação de serviços comunitários consiste na realização de 
tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto 
a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, 
bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, 
devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos 
sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a 
freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.”
IV – Liberdade assistida (Art. 118 e 119/ECA) – liberdade sob assistência ou 
orientação. Orientador fará supervisão.
Prazo mínimo: 6 meses.
“Art. 118/ECA: A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a 
medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o 
adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual 
poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a 
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido 
o orientador, o Ministério Público e o defensor.
IV – Liberdade assistida (Art. 118 e 119/ECA) 
Art. 119/ECA: Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade 
competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação 
e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e 
assistência social;
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, 
promovendo, inclusive, sua matrícula;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção 
no mercado de trabalho;
IV - apresentar relatório do caso.
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V – Semiliberdade (art.120/ECA) – na semiliberdade, o adolescente permanece 
solto (sem vigilância direta) durante o dia para estudar e trabalhar, recolhendo-se 
a noite e fins de semana na entidade de atendimento socioeducativo.
“Art. 120/ECA: O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o 
início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização 
de atividades externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, 
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que 
couber, as disposições relativas à internação.”
VI – Internação (art. 121 a 125/ECA) – medida privativa de liberdade.
“Art. 121/ECA: A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos 
princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa 
em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe 
técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser 
reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser 
liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, 
ouvido o Ministério Público.
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer 
tempo pela autoridade judiciária
“Art. 122, ECA: A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente 
imposta.”
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A internação somente será cogitada nas hipóteses do art. 122, ECA – 
possibilidade jurídica da medida, não há aplicação automática, é preciso 
possibilidade e necessidade:
I – ato praticado com violência ou grave ameaça à pessoa; 
Obs.: 1 Rol de cabimento do art. 122, ECA significa apenas possibilidade 
jurídica de aplicação da medida socioeducativa de internação. Por se tratar de 
medida regida pelo princípio da excepcionalidade (art. 121, caput, ECA e art. 227, 
§3º, inc. V, CF) a sua efetiva imposição depende ainda da aferição da sua 
necessidade e adequação ao caso concreto: se houver medida mais branda que 
seja adequada esta terá preferência sobre a internação – art. 122, §2º/ECA.
Obs.: 2 Tráfico de drogas – ser equiparado a hediondo só tem relevância 
quando praticado por adulto. O tráfico não é ato praticado com violência ou 
ameaça a pessoa e, portanto, não cabe internação.
SÚMULA Nº 492 DO STJ: “O ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO TRÁFICO DE 
DROGAS, POR SI SÓ, NÃO CONDUZ OBRIGATORIAMENTE ‘A IMPOSIÇÃO DE 
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO DO ADOLESCENTE”.
II – reiteração no cometimento de atos graves – pressupõe no mínimo um 
segundo ato. Aplicação de internação do 2o em diante. Exige 2 ou + atos graves 
ainda que não sejam os mesmos (heterogêneo ou homogêneo). Grave é aquela 
infração da qual a lei comina reclusão – este é um critério doutrinário, visto que o 
ECA não traz este conceito. 
 
IMPORTANTE: no primeiro cometimento de tráfico não se aplica internação, no 
segundo é possível.
Sentença (que traz o encerramento da fase de conhecimento): apenas nos 
incisos I e II - internação sem prazo, chamada de internação definitiva (limite de 3 
anos).
III – descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente 
imposta – esta medida anterior imposta não era a internação. Trata-se de uma 
internação sanção imposta na fase de execução. STJ chama de internação sanção 
regressão – O limite é de três meses e o juiz aplica com prazo determinado 
conforme redação art. 122, §1o/ECA. Não há fim em si mesma, é meio para fazer 
cumprir medida anteriormente aplicada (alguns a chama de instrumental). 
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“Art. 122, § 1o/ECA: O prazo de internação na hipótese do inciso III deste 
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses,devendo ser decretada 
judicialmente após o devido processo legal.”
 
Ex.: medida anteriormente imposta: LA. > Descumprimento da LA: aplica-se 
internação sanção.
ATENÇÃO: verificar fato gerador da internação para verificar o tipo.
SÚMULA Nº 265 DO STJ: “É necessária a oitiva do menor infrator antes de 
decretar-se a regressão da medida socioeducativa.”
“Art. 43, § 4o da Lei 12.594/12: A substituição por medida mais gravosa somente 
ocorrerá em situações excepcionais, após o devido processo legal, inclusive na 
hipótese do inciso III do art. 122 da Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), e deve ser:
(...) II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1o do art. 42 desta Lei.”
Internação definitiva – art. 122, inc. I e II, ECA
 
“Art. 122, ECA: A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;”
 
“Art. 121, § 3º, ECA: Em nenhuma hipótese o período máximo de internação 
excederá a três anos.
Sem prazo: 3 anos.
Internação Sanção - Art. 122, inc. III, ECA
“Art. 122, inc. III, ECA: por descumprimento reiterado e injustificável da medida 
anteriormente imposta.
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser 
superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido 
processo legal.”
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Requisito de procedimento para internação sanção: 
- Antes de decretar sanção, é preciso designar audiência para justificação 
onde o juiz deve ouvir o adolescente antes de aplicar a sanção (exercício do 
contraditório e ampla defesa) - Súmula 265/STJ e art. 43, §4o , inc. II da Lei 
12.594/12 – SINASE. 
Chamada de regressão: 3 meses.
Internação Provisória
 É aquela aplicada antes da sentença definitiva (que encerra a fase de 
conhecimento). Tem função equivalente a prisão preventiva, tendo natureza de 
medida cautelar pessoal.
 No processo penal a preventiva não tem prazo, mas a internação provisória 
tem o prazo limite de 45 dias – art. 108, caput/ECA. Este prazo, segundo STJ e CNJ, 
é improrrogável (prazo peremptório). Se não soltar, o juiz comete o art. 235/ECA.
 
Requisitos – art. 108, parágrafo único, ECA:
Fumus commissi delicti: indícios de autoria e de materialidade.
Obs.: diferença para a prisão preventiva – Na prisão preventiva, o art. 312, 
caput, CPP exige como requisito de fumus commissi delicti que haja prova da 
existência de crime, enquanto que o ECA se contenta com indícios, inclusive da 
materialidade.
 
Periculum libertatis: “necessidade imperiosa da medida” – prevalece ser caso de 
aplicação subsidiária do art. 312, caput, CPP que regula a prisão preventiva, por 
falta de explicitação no ECA - Art. 152, ECA.
- Necessidade para garantia da ordem pública ou da ordem econômica;
- Necessidade para a instrução criminal;
- Necessidade para a aplicação da lei penal no caso da lei infracional.
 
“Art. 152/ECA: Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se 
subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente.”
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Internação e Semiliberdade
Aplicação na sentença: 
Prazo: sem prazo determinado – art. 121, § 2o/ECA.
Execução: Reavaliação a cada no MÁXIMO 6 meses – não pode completar 
seis meses sem que haja avaliação, podendo:
Decidir pela liberação do sujeito: soltar a pessoa e extinguir o processo. 
Substituir por outra medida mais branda: progressão das medidas 
socioeducativas. Trata-se de uma progressão entre são e não por regime. 
Admite-se progressão por salto.
Obs.: Em execução penal não cabe progressão per saltum – Súmula 491/STJ.
Manutenção da medida até a próxima avaliação: até o limite total de 
cumprimento da medida de 3 anos – art. 121, § 3o/ECA. 
As medidas socioeducativas de internação e semiliberdade são aplicadas, na 
sentença (fase de conhecimento), sem prazo determinado, devendo a sua 
necessidade ser reavaliada a cada no máximo seis meses. Por ocasião da 
reavaliação a medida pode ser mantida, sucessivamente até o limite total de três 
anos ( e desde que o sujeito não complete 21 anos antes disso). 
Remissão – art. 126 a 128/ECA
“Art. 126, ECA: Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de 
ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, 
como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e 
consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do 
adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela 
autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
Art. 127, ECA: A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou 
comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, 
podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em 
lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
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Art. 128, ECA: A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista 
judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de 
seu representante legal, ou do Ministério Público.”
Poderá surgir sob duas formas:
Perdão puro e simples: para ato brando.
Transação: aplica-se sanção (medida socioeducativa) de forma consensual 
sem gerar antecedentes. Evitar sentença final que imponha pena. Apenas medidas 
socioeducativas que não privem a liberdade (art. 127, ECA – semiliberdade e 
internação não são passíveis de aplicação). Na remissão como forma de transação, 
podem ser aplicadas medidas socioeducativas em meio aberto – art. 112, inc. I a 
IV, ECA: 
● Advertência
● Reparação dos danos
● Prestação de Serviços Comunitários
● Liberdade assistida 
Obs.: Prof. Jurandir – o perdão puro e simples seria a perdão própria e a 
transação seria a imprópria.
Natureza Jurídica: é de solução alternativa (diversa) que permite abreviar o 
procedimento, evitando a sua tramitação até final de sentença. 
Obs.: Chama-se “diversion" em outros países. A tradução foi mal feita.
 
A remissão mesmo quando concedida coma a aplicação de medida 
socioeducativa (transação dou imprópria), nunca gera antecedentes infracionais 
nem significa reconhecimento de confissão do ato infracional.
 
Por não gerar antecedentes infracionais, a remissão não pode ser 
considerada para configuração do requisito da reiteração contida no inc. II do art. 
122, ECA.
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Prescrição
 
O ECA não prevê prescrição para medidas socioeducativas. 
Súmula 338/STJ – incidência da prescrição penal nas socioeducativas do ECA. 
Reconhecimento que tem caráter de sanção embora tenha caráter pedagógico.
 A premissa da Súmula 338/STJ foi o reconhecimento da natureza jurídica 
mista ou híbrida das medidas socioeducativas: tais medidas teriam finalidade 
pedagógica, mas conteriam um caráter de sanção, o qual atrai a incidência da 
prescrição penal para tais medidas.
- Cálculo do STF: parte-se da pena máxima em abstrato do tipo penal do adulto – 
art. 109/CP = Resultado da prescrição> reduz-se à metade conforme art. 115/CP, 
pois é menor de 21 anos ao tempo da conduta.
Ex.: ato equivalente à roubo simples – art. 157, caput/CP – reclusão de 4 a 10 anos 
aplica-se o art. 109, inc. II/CP – prescreve em 16 anos que caem para 8 anos 
aplicando-se art. 115/CP.
- Cálculo do STJ: parte-se da pena máxima disposta no ECA que é da internação 
cujo prazo limite é de 3 anos. Após, aplica-se o art. 109, inc. IV/CP que prescreve 8 
anos com a redução de metade do art. 115/CP que alcançaria a 4 anos, salvo se o 
prazo de prescrição do adulto for menor. 
Ex.: prática de grave ameaça – no direito penal do adulto prescreve em 3 anos 
(art. 109, inc. VI/CP) portantoaplicar-se-á ao adolescente a prescrição de 3 anos, 
pois é menor que a prescrição do ECA. Não pode punir o adolescente mais do que 
se pune o adulto, pune-se igual ou menos, nunca mais. 
Quem concede? MP – art. 126, caput Juiz – art. 126, parágrafo único
Em qual momento? Pré processual (concedida 
antes da instauração do 
processo – forma de evitar a 
propositura da medida 
socioeducativa) – art. 180, inc. 
II/ECA.
Processual (concedida durante 
o processo instaurado, antes 
da sentença) – art. 188/ECA.
Como e com quais efeitos? Gera exclusão do processo, 
pois impede que nasça o 
processo (não se trata de 
extinção)
Gera extinção/suspensão do 
processo
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Leis penais e processuais penais 
O Estatuto apresenta tipos penais cujos bens jurídicos são os da criança e 
adolescentes.
Esse rol não é exaustivo, ou seja, há outros tipos penais previstos em 
diversos diplomas legislativos que também tutelam crianças e adolescentes e são 
plenamente aplicáveis. O próprio ECA destaca a aplicação de outras disposições 
da legislação penal. Ex.: art. 133; 134 e 136, CP.
Ação Penal
Todos os crimes dispostos no ECA são de ação penal pública incondicionada, 
conforme art. 227.
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Família Natural, Extensa, 
Substituta e Guarda
O Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece a existência de 
três espécies de família: a natural, a extensa e a substituta.
 
a) família natural: assim entendida a comunidade formada pelos pais ou 
qualquer deles e seus descendentes (art. 25, caput, ECA).
b) família extensa: aquela que se estende para além da unidade pais e 
filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os 
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e 
afetividade (art. 25, parágrafo único, ECA).
c) família substituta: para a qual o menor deve ser encaminhado de 
maneira excepcional, por meio de qualquer das três modalidades 
possíveis, que são: guarda, tutela e adoção.
Participação do menor na concessão da guarda, tutela ou adoção: 
qualquer idade é possível ouvir-se a criança, respeitado o seu grau de 
desenvolvimento e de compreensão do fato. Contudo, após 12 anos – na 
qualidade de adolescente -, será necessário que ele consinta em receber 
a intervenção da nova família.
 ATENÇÃO
GUARDA
 
A guarda destina-se a regularizar a convivência de fato, atribuindo ao 
guardião vínculo e representação jurídica em relação a criança ou 
adolescente, aquele que detém a guarda deve proteger o sujeito em 
desenvolvimento de terceiros, inclusive seus pais biológicos.
 
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Destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida liminar ou 
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no caso de 
adoção por estrangeiros.
Ademais, diferencia-se da tutela e da adoção, em especial, por não 
pressupor restituição ou suspensão do poder familiar dos pais (família 
natural). A guarda confere à criança ou adolescente a condição de 
dependente, para todos os fins de direito.
 Tipos de Guarda
 
Do que consta no Estatuto da Criança e do Adolescente, pode-se 
classificar a guarda em permanente (duradoura, definitiva) e temporária 
(ou provisória). 
 
É permanente (ou duradoura, definitiva) quando o instituto é visto 
como um fim em si mesmo, ou seja, o guardião deseja a criança ou 
adolescente como membro de família substituta e com as obrigações e 
direitos daí advindos, sem que o menor seja pupilo ou filho (ECA, arts. 33, 
§ 1º, início e 34). 
 
De outro norte, será temporária (ou provisória) quando visa a 
atendimento de situação limitada ou por termo ou por condição, não 
sendo, assim, um fim em si mesmo (ECA, art. 167). Finda quando se realiza 
o termo ou condição. Pode ser liminar, para regularizar situação de posse 
de fato, ou seja, guarda de fato de criança ou de adolescente pura e 
simples, com vistas a uma situação jurídica futura. Ou pode ser incidental, 
nos procedimentos de tutela e adoção, também para regularizar posse de 
fato ou com vistas a uma situação jurídica futura. E, ainda, pode ser 
especial, para atender situações peculiares ou suprir a falta eventual dos 
pais ou responsável, com o possível deferimento de direito de 
representação para a prática de atos determinados. Este tipo tem 
previsão, ainda, no art. 167, do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
quando possibilita ao Juiz concedê-la. 
 
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Não se deve confundir a guarda compartilhada com a guarda alternada, 
pois a primeira pressupõe exercício simultâneo dos direitos inerentes à 
guarda, enquanto na segunda existe uma alternância entre quem ficará 
com a guarda e quem ficará com o direito de visita (um período com 
cada um).
 ATENÇÃO
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XIX EXAME
Marcelo, com 17 anos, e seu irmão Caio, com 20 anos de idade, permanecem 
sozinhos na casa da família, enquanto os pais viajam por 30 dias em férias no 
exterior. Durante tal período, Marcelo, que acabou de terminar o ensino médio, 
recebe uma excelente proposta de trabalho. Ao comparecer à empresa para 
assinar o contrato de trabalho, Marcelo é impedido pela falta de um 
responsável. Marcelo, então, procura orientação de um advogado. Assinale a 
opção que apresenta a ação que deverá ser ajuizada, de acordo com o Estatuto 
da Criança e do Adolescente, para que o adolescente não perca a oportunidade 
de emprego.
A) Marcelo deve ingressar com ação de emancipação, com pedido de 
antecipação de tutela.
B) Caio deve ingressar com ação de guarda de Marcelo, requerendo a sua 
guarda provisória.
C) Caio deve ingressar com ação, objetivando o direito de assistir Marcelo para a 
prática do ato.
D) Caio deve ingressar com ação de tutela de Marcelo, com pedido liminar.
 Comentários: A alternativa correta é a letra “C”. 
Primeiro, não se trata de ação de guarda ou tutela, posto que há o exercício do 
poder familiar. Os pais estavam apenas viajando e o filho adolescente ficou sob 
os cuidados do filho de 20 anos, plenamente capaz. Não é emancipação, posto 
que a situação não e enquadra nas hipóteses legais. O mero emprego não faz 
cessar a menoridade civil (art. 5º, parágrafo único, V, CC). No caso, a melhor 
saída, é Caio ajuizar uma ação visando assistir, tão somente naquele ato, a a 
assinatura do contrato de trabalho do irmão.
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XX EXAME
Vanessa e Vitor vivem com o filho Marcelo, criança com 06 anos de idade, na casa 
dos avós paternos. Em um trágico acidente, Vitor veio a falecer. A viúva, logo após 
o óbito, decide morar na casa de seus pais com o filho. Após 10 dias, já residindo 
com os pais, Vanessa, em depressão e fazendo uso de entorpecentes, deixa o filho 
aos cuidados dos avós maternos, e se submete a tratamento de internação em 
clínica de reabilitação. Decorridos 20 dias e com alta médica, Vanessa mantém 
acompanhamento ambulatorial e aluga apartamento para morar sozinha com o 
filho.
Os avós paternos inconformados ingressaram com Ação de Guarda de Marcelo. 
Afirmaram que sempre prestaram assistência material ao neto, que com eles 
residia desde o nascimento até o falecimento de Vitor. Citada, Vanessa contestou 
o pedido, alegando estar recuperada de sua depressão e da dependência química. 
Ainda, demonstrou possuir atividade laborativa, e que obteve vaga para o filho 
em escola. Os avós maternos, por sua vez, ingressam com oposição. Aduziram que 
Marcelo ficou muito bem aos seus cuidados e que possuem excelente plano de 
saúde, que possibilitará a inclusão do neto como dependente.
Sobre a guarda de Marcelo, à luz da Proteção Integral da Criança e do 
Adolescente, assinale a afirmativa correta.
A) Marcelo deve ficar com os avós maternos, com quem por últimoresidiu, em 
razão dos benefícios da inclusão da criança como dependente do plano de saúde.
B) Marcelo deve ficar na companhia dos avós paternos, pois sempre prestaram 
assistência material à criança, que com eles residia antes do falecimento de Vitor.
C) Marcelo deve ficar sob a guarda da mãe, já que ela nunca abandonou o filho e 
sempre cumpriu com os deveres inerentes ao exercício do poder familiar, ainda 
que com o auxílio dos avós.
D) Em programa de acolhimento familiar, até que esteja cabalmente demonstrado 
que a genitora não faz mais uso de substâncias entorpecentes.
Comentários
O raciocínio que devemos adotar na colocação de crianças e adolescentes em 
famílias substitutas é o de prestigiar a permanência perante a família natural. A 
colocação em família extensa – no caso, os avós – é medida de exceção que 
somente poderá ser determinada caso a genitora falte com os seus deveres. 
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Por fim, é excepcionalíssima a colocação em família substituta, mediante 
guarda, tutela ou adoção.
No caso, embora a genitora tenha se envolvido com entorpecentes, o que 
gerou o afastamento temporário, tal fato foi superado. Note que 
objetivamente temos: a) a genitora superou a mazela com drogas; b) trabalha; 
c) encontrou escola para criança. Mais importante que isso, todavia, é não 
ocorrido qualquer violação aos direitos da criança, seja com a negligência, não 
assistência, maus tratos etc.
Desse modo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão, devendo a 
criança permanecer junto à família natural!
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Tutela e Adoção
TUTELA
 
Conceito: é o conjunto de direitos e obrigações conferidos pela lei a um terceiro 
para que proteja a pessoa de um menor não emancipado, que não se ache sob o 
poder familiar, administrando seus bens representando-o, assistindo-o nos atos 
da vida civil. O objetivo da tutela é assistencialista e sua natureza jurídica é munus 
público.
Condições para a Tutela :
O tutelado será o menor de 18 anos, nas hipóteses em que os pais estiverem:
- Mortos
- Destituídos do poder familiar
- Suspensos
- Declarados ausentes
Funções da Tutela: 
(Arts. 1.740 a 1.752 do CC)
“Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à pessoa do menor:
I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus 
haveres e condição;
II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja 
mister correção;
III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a 
opinião do menor, se este já contar doze anos de idade.
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Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens 
do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e 
boa-fé.
Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um 
protutor.
Art. 1.743. Se os bens e interesses administrativos exigirem 
conhecimentos técnicos, forem complexos, ou realizados em lugares 
distantes do domicílio do tutor, poderá este, mediante aprovação judicial, 
delegar a outras pessoas físicas ou jurídicas o exercício parcial da tutela.
Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será:
I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado o tutor, ou não o houver 
feito oportunamente;
II - subsidiária, quando não tiver exigido garantia legal do tutor, nem o 
removido, tanto que se tornou suspeito.
Art. 1.745. Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo 
especificado deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado.
Parágrafo único. Se o patrimônio do menor for de valor considerável, 
poderá o juiz condicionar o exercício da tutela à prestação de caução 
bastante, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida idoneidade.
Art. 1.746. Se o menor possuir bens, será sustentado e educado a 
expensas deles, arbitrando o juiz para tal fim as quantias que lhe pareçam 
necessárias, considerado o rendimento da fortuna do pupilo quando o pai 
ou a mãe não as houver fixado.
Art. 1.747. Compete mais ao tutor:
I - representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e 
assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte;
II - receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas;
III - fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de 
administração, conservação e melhoramentos de seus bens;
IV - alienar os bens do menor destinados a venda;
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V - promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens 
de raiz.
Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz:
I - pagar as dívidas do menor;
II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos;
III - transigir;
IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis 
nos casos em que for permitido;
V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas 
as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele 
movidos.
Parágrafo único. No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor 
depende da aprovação ulterior do juiz.
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de 
nulidade:
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, 
bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor;
II - dispor dos bens do menor a título gratuito;
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente 
podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante prévia 
avaliação judicial e aprovação do juiz.
Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor declarará tudo o que o menor 
lhe deva, sob pena de não lhe poder cobrar, enquanto exerça a tutoria, 
salvo provando que não conhecia o débito quando a assumiu.
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, 
causar ao tutelado; mas tem direito a ser pago pelo que realmente 
despender no exercício da tutela, salvo no caso do art. 1.734, e a perceber 
remuneração proporcional à importância dos bens administrados.
§ 1º Ao protutor será arbitrada uma gratificação módica pela fiscalização 
efetuada.
§ 2º São solidariamente responsáveis pelos prejuízos as pessoas às quais 
competia fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o 
dano.”
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Espécies de Tutela: 
1. Testamentária = Os pais nomeiam no testamento o tutor. 
2. Documental = A nomeação é dada através dos pais e deve constar em 
um documento autêntico como o testamento.
3. Legítima = Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos 
parentes consangüíneos do menor, na seguinte ordem:
- Aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
- Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais 
remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer 
dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em 
benefício do menor.
4. Dativa = O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor 
na falta de tutor testamentário ou legítimo, quando estes forem excluídos 
ou escusados da tutela ou quando removidos por não idôneos o tutor 
legítimo e o testamentário.
Quem pode ser Tutor:
- Pessoa capaz
- Idônea
- Não inclusa nos impedimentos legais 
Impedimentos legais:
“Art. 1.735 (CC). Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, 
caso a exerçam:
I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem 
constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer 
direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem 
demanda contra o menor;
III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes 
expressamente excluídos da tutela;
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IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra 
a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena;
V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as 
culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa 
administração da tutela.”
Escusas: 
 Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a 
tutela, se houver no lugar parente idôneo, consangüíneo ou afim, em 
condições de exercê-la.
Podem escusar-se da tutela:
- mulheres casadas;
- maiores de sessenta anos;
- aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
- os impossibilitados por enfermidade;
- aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;
- aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
- militares em serviço.
Cessação da Tutela:
Cessa a condição de tutelado:
- com a maioridade ou a emancipação do menor;
- ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou 
adoção.
Cessam as funções do tutor:
- ao expirar o termo, em que era obrigado a servir;
- ao sobrevir escusa legítima;
- ao ser removido.
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Legislação sobre a Tutela no ECA:
“Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 
(dezoito) anos incompletos.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação 
da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o 
dever de guarda.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento 
autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 
10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 
(trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado 
ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 
165 a 170 desta Lei.
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos 
previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à 
pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado 
que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em 
melhores condições de assumi-la.
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.”
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ADOÇÃO (arts. 39 a 52-D do ECA)
“Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o 
disposto nesta Lei.
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer 
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou 
adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do 
art. 25 desta Lei.
§ 2º É vedada a adoção por procuração.”
A adoção é o ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família, 
na qualidade de filho, pessoa a ela estranha. É regido pelo Estatuto da 
Criança e do Adolescente, assim como pelo art. 227, §5º, da Carta Magna 
(“A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que 
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de 
estrangeiros.”). Tanto é um ato solene e delicado que a lei veda a sua 
ocorrência via procuração. E deve ser aplicada de maneira excepcional, 
pois o primazia das atenções deve ser direcionada à permanência da 
criança ou adolescente junto à sua família natural (pais e seus 
descendentes) ou extensa ou ampliada (parentes próximos com os quais 
há uma convivência com vínculos de afinidade e afetividade).
Á respeito de sua sua natureza jurídica, pode-se dizer que é um ato jurídico 
bilateral complexo, pois num primeiro momento, de natureza negocial, 
surgirão as manifestações dos interessados e, num segundo, ingressará na 
relação o Poder Público para atestar a conveniência ou não da sua 
efetivação, de acordo nos Princípios regentes da Criança e do Adolescente. 
Dividindo-se, em fases, a primeira será a postulatória e a segunda a 
instrutória que termina na emanação de uma sentença.
“Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do 
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.”
A maioridade, de acordo com o Código Civil, via de regra, ocorre aos 18 
anos de idade; sendo assim este foi o parâmetro escolhido pelo legislador 
como sendo o limite para ser procedida a adoção, excetuando-se os casos 
em que o adotando já esteja convivendo numa relação jurídica de guarda 
ou de tutela.
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“Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos 
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo 
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se 
os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do 
adotante e os respectivos parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o 
adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, 
observada a ordem de vocação hereditária.”
Informa o presente artigo que o adotado, tanto fática quanto 
juridicamente, deve possuir os mesmos direitos (inclusive sucessórios e de 
alimentos) e deveres de uma filho natural, nenhum tipo de discriminação 
existirá que não seja aquela que trate a respeito dos impedimentos 
matrimoniais dispostos no Código Civil.
“Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, 
independentemente do estado civil.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam 
casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a 
estabilidade da família.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o 
adotando.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros 
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o 
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado 
na constância do período de convivência e que seja comprovada a 
existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor 
da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
§ 5º Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo 
benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme 
previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código 
Civil.
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca 
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes 
de prolatada a sentença.”
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Encerrando o mesmo patamar da maioridade civil a fim de reconhecer o 
discernimento necessário a partir de tal marco, o ECA autoriza a 
habilitação para adotar àqueles que tenham idade igual ou superior a 18 
anos. É o requisito etário que não afasta, pela interpretação sistemática do 
ordenamento jurídico, a verificação de condições morais e materiais de 
desempenhar a elevada função de verdadeiro pai de uma criança e, da 
mesma forma, disponham de absoluta capacidade civil, em termos de 
discernimento para a prática de atos da vida civil.
Impede-se, contudo, os ascendentes (avós, bisavós e gerações 
antecedentes no mesmo tronco genealógico) e irmãos dessa possibilidade 
e, ainda, aqueles pretensos adotantes que tenham menos do que 16 anos 
de diferença a maior de idade do adotado.
Visando ao superior interesse da criança ou do adolescente e para 
assegurar a saudável convivência familiar, indispensável à transmissão dos 
valores e princípios pela família, a legislação exige que, para adoção 
realizada por mais de uma pessoa, deve ser comprovada a estabilidade 
familiar pelo casamento civil ou pela união estável. 
Autorizando, entretanto, os divorciados e os ex-companheiros a assim 
agirem desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na 
constância do período de convivência e que seja comprovadaa existência 
de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, 
que justifiquem a excepcionalidade, sendo permissível, inclusive, a guarda 
compartilhada. Até mesmo é possível o deferimento da adoção ao falecido 
que, antes, havia demonstrado o seu interesse indubitável de vontade 
nesse sentido concretizando-se, assim, todos os seus efeitos.
Então, deve-se tratar a respeito da adoção conjunto almejada por casal 
homossexual. A legislação não dispõe sobre a temática expressamente. Há 
posições contrárias e favoráveis a adoção por homossexuais (sejam casais 
compostos por pessoas organicamente femininos ou masculinos). Em 
verdade, o que há de ser considerado é o Melhor ou Superior Interesse da 
Criança e do Adolescente e não determinantes meramente 
discriminatórias em face do Princípio Constitucional da Igualdade. A união 
homossexual também pode ser considerada uma união estável, há 
precedentes assim declarando.
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“Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o 
adotando e fundar-se em motivos legítimos.”
Derivado do Princípio do Melhor ou Superior Interesse da criança ou do 
adolescente, prezando sempre pelas vantagens ao adotando. 
“Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu 
alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.”
Trata-se de regra protetiva do adotando eis que, apesar de o ordenamento 
jurídico autorizar a adoção do tutelado ou do curatelado, respectivamente, 
pelo tutor ou curador, faz-se necessário demonstrar que os mesmos 
tenham condições de gerir ou administrar verbas ou patrimônio dos 
futuros adotados.
“Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do 
representante legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou 
adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do 
poder familiar.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será 
também necessário o seu consentimento.”
O consentimento decorre do mandamento inserido no art. 166 do Estatuto 
da Criança e do Adolescente, dispensando tão somente quando houver 
destituição do poder familiar ou quando falecidos os pais. Garante-se, 
ainda, a oitiva e consentimento do próprio adolescente (assim considerado 
a partir dos 12 anos de idade).
“Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança 
ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as 
peculiaridades do caso.
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já 
estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente 
para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da 
realização do estágio de convivência.
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora 
do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, 
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será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe 
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, 
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da 
política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão 
relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.”
Consolidando-se, a adoção, numa mudança, um tanto radical de 
estruturação familiar, por isso para fins comprobatórios de sua adequação, 
a lei impõe a realização de período de estágio de convivência, com efetivo 
acompanhamento técnico. Quando se trata de adotantes residentes no 
estrangeiro, é de, ao menos, 30 dias em território nacional; nos demais 
casos, no tempo fixado pela autoridade judiciário de acordo com cada caso 
concreto.
“Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será 
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá 
certidão.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o 
nome de seus ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original 
do adotado.
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório 
do Registro Civil do Município de sua residência.
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas 
certidões do registro.
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de 
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome.
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é 
obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do 
art. 28 desta Lei.
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da 
sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta 
Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito.
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados 
serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em 
microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta 
a qualquer tempo.
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§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o 
adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença 
crônica.”
Tratam-se de normas procedimentais para concretização jurídica da 
adoção, desde a prolação da sentença até a sua inscrição no registro civil 
mediante mandado judicial. Em suma, portanto, são estes os requisitos ou 
condições para adoção, segundo Carlos Roberto Gonçalves:
* idade mínima de 18 anos do adotante (comentada no art. 42, caput);
* diferença de idade de, no mínimo, dezesseis anos entre o adotante e o 
adotado (também comentado no art. 42, §3º);
* consentimento dos pais ou representantes legais de quem se deseja 
adotar;
* concordância do adotado quando tiver idade igual ou superior a 12 anos, 
consoante preconiza o art. 28, §2º;
* processo judicial (art. 47, caput); e
* efetivo benefício para o adotando, fundado no Princípio do Superior ou 
Melhor Interesse para a Criança ou Adolescente (art. 43).
“Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem 
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada 
e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também 
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada 
orientação e assistência jurídica e psicológica.”
Faz parte da dignidade da pessoa humana o conhecimento de sua origem 
biológica e acesso ao processo judicial que culminou em sua adoção.
“Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais 
naturais.”
Possuindo a condição ou status de filho natural, como fixado no texto 
constitucional no art. 227, §6º, da CF, o adotado não será considerado 
juridicamente filho dos seus pais biológicos em função do falecimento dos 
seus adotantes.
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“Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro 
regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem 
adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos 
técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfazer os 
requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de 
preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça 
da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos 
responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à 
convivência familiar.
§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no§ 3o 
deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em 
acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a 
ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da 
Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis 
pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de 
garantia do direito à convivência familiar.
§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de 
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou 
casais habilitados à adoção.
§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do 
País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes 
nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5º deste artigo.
§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão 
acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a 
cooperação mútua, para melhoria do sistema.
§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem 
adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das 
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos 
cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena de 
responsabilidade.
§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e 
correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à 
Autoridade Central Federal Brasileira.
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§ 10º A adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao 
cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça 
da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual 
e nacional referidos no § 5o deste artigo, não for encontrado interessado 
com residência permanente no Brasil.
§ 11º Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, 
a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será 
colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento 
familiar.
§ 12º A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes 
à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
§ 13º Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato 
domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei 
quando:
I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente 
mantenha vínculos de afinidade e afetividade;
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança 
maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de 
convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não 
seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas 
nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
§ 14º Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá 
comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos 
necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.”
A norma estabelece a criação de bases de dados de crianças e 
adolescentes aptos à adoção e de interessados habilitados, 
individualmente ou em conjunto, a serem adotantes em cada comarca ou 
foro regional, estaduais e nacionais (nestes devendo haver 
necessariamente autoridade central estadual ou federal brasileira, 
respectivamente). Determina controle rigoroso na inserção ou exclusão de 
registros, rigor compatível com a atenção que deve ser dispendida em prol 
da proteção dos propensos adotados, atribuindo-se ao Ministério Público a 
função precípua desse controle. E, somente de modo excepcional 
atendidos os critérios elencados no §13 do artigo em questão, será 
permitida a adoção em favor de não cadastrado nas mencionadas bases de 
dados.
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Apresenta, ainda, de forma a prevenir o tráfico internacional de crianças ou 
adolescentes preferência daqueles que residam com ânimo de permanência no 
Brasil em face dos pretensos adotantes que aqui não residam ou não possuam 
domicílio.
“Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou casal 
postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no 
Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das 
Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, aprovada pelo 
Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto 
no 3.087, de 21 de junho de 1999.
§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado 
no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado:
I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto;
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou 
adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros 
mencionados no art. 50 desta Lei;
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por 
meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra 
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe 
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos 
casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro.
§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais 
Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional.”
A Convenção de Haia dispõe o âmbito de sua aplicação (arts. 1 a 3), os requisitos 
para as adoções internacionais (arts. 4 e 5), define as Autoridades Centrais e 
regular-lhes a atividade (arts. 6 a 13), discrimina os requisitos processuais (arts. 
14 a 22), o reconhecimento e os efeitos da adoção (arts. 23 a 27), indica 
cláusulas finais permissivas que os Estados soberanos a ela adiram ou 
denunciem, isto é, retirem-se. 
Seu art. 2º dispõe que “a Convenção será aplicada quando uma criança com 
residência habitual de um Estado Contratante (Estado de origem) tiver sido, for, 
ou deva ser deslocada para outro Estado Contratante (Estado de acolhida), que 
após sua adoção no Estado de origem por cônjuges ou por
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uma pessoa residente habitualmente no Estado de acolhida, quer para que essa 
adoção seja realizada, no Estado de acolhida ou no Estado de origem.”
Pelo exposto, conclui-se que o critério não é o Estado de origem ou nascimento 
do(s) adotante(s), a sua nacionalidade, mas, sim, o critério territorial. Destarte, 
um brasileiro pode realizar uma adoção internacional, desde que residente no 
exterior e para lá deseje conviver com o adotado em território brasileiro.
A própria Carta Magna de 1988 já se preocupa com a adoção internacional, ao 
dispor, em seu art. 227, § 5º, que a lei estabelecerá casos e condições para 
efetivação por parte de estrangeiros.
“Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 
a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações:
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente 
brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade 
Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido 
aquele onde está situada sua residência habitual;
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes 
estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha 
informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos 
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, 
os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional;
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade 
Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira;
IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária,incluindo 
estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia 
autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de 
vigência;
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela 
autoridade consular, observados os tratados e convenções internacionais, e 
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado;
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar 
complementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à 
adoção, já realizado no país de acolhida;
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VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a 
compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do 
preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos 
objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que 
dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido 
laudo de habilitação à adoção internacional, que terá validade por, no 
máximo, 1 (um) ano;
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a 
formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do 
local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação 
efetuada pela Autoridade Central Estadual.
§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que 
os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados por 
organismos credenciados.
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de 
organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos 
de habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às 
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de 
imprensa e em sítio próprio da internet.
§ 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que:
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e 
estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde 
estiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em 
adoção internacional no Brasil;
II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência 
profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países 
respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e 
experiência para atuar na área de adoção internacional;
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro 
e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira.
§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda:
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos 
limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem 
sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida 
idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para atuar 
na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de 
Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, 
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mediante publicação de portaria do órgão federal competente;
III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país 
onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua 
composição, funcionamento e situação financeira;
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, 
relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de 
acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja 
cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central 
Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo 
período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a 
juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania 
do país de acolhida para o adotado;
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes 
encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de 
registro de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão 
logo lhes sejam concedidos.
§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste artigo pelo 
organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu 
credenciamento.
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado 
de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois) 
anos.
§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante 
requerimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 
(sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade.
§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção 
internacional, não será permitida a saída do adotando do território 
nacional.
§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a 
expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção 
de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança 
ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços 
peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do 
seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da 
decisão e certidão de trânsito em julgado.
§ 10º A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer 
momento, solicitar informações sobre a situação das crianças e 
adolescentes adotados.
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§ 11º A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que 
sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e 
que não estejam devidamente comprovados, é causa de seu 
descredenciamento
§ 12º Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados 
por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em 
adoção internacional.
§ 13º A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil 
terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada.
§ 14º É vedado o contato direto de representantes de organismos de 
adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de 
acolhimento institucional ou familiar, assim como com crianças e 
adolescentes em condições de serem adotados, sem a devida autorização 
judicial.
§ 15º A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender 
a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário, 
mediante ato administrativo fundamentado.”
Por inexistência de uma lei especial disciplinando exclusivamente a adoção 
internacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente reza que a esse 
instituto deve ser aplicada a Lei Estatutária, Convênios e Tratados.
O temor pelo tráfico internacional, bem mais difícil de remediar do que o 
tráfico local, fez com que o legislador, prevenindo-se, fixasse, além das 
exigências para a adoção nacional, outras mais dificultosas. Destacando-se 
a comprovação de que o estrangeiro esteja habilitado para a adoção 
também em seu país e apresente laudo psicossocial de lavra de agência 
especializada e credenciada em seu país de origem, dentre outras.
A participação das Autoridades Centrais Federal e Estadual, bem como do 
Departamento da Polícia Federal, órgão do Ministério da Justiça, torna-se 
obrigatória nesse processo, praticamente disciplinado pelo Estatuto da 
Criança e do Adolescente no tocante ao prazo de validade da habilitação 
de postulante estrangeiro ou que resida em outro Estado (1 ano, 
renovável), autoriza a intermediação por organismos internacionais sem 
fins lucrativos, ao mesmo tempo em que coloca como causa de seu 
descredenciamento a cobrança de valores, lista requisitos para o 
credenciamento dos mesmos organismos e o prazo máximo de seu 
credenciamento (2 anos).
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