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PROCESSO TRIBUTÁRIO

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COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 14 Josiane Minardi 1 
 
 
PROCESSO TRIBUTÁRIO 
Antes de falarmos sobre processo tributá-rio, vamos comentar sobre a instituição de tributos. 
A criação de tributos ocorrerá, via de re-gra, por meio de Lei Ordinária. No entanto, existem as exceções de tributos que 
poderão ser instituídos por meio de Lei Complementar (são eles: Contri-buição Social Residual, Empréstimo Compulsório, 
Imposto sobre Grandes Fortunas e Imposto Residu-al). Ainda, de acordo com o artigo 62 § 2.º da CF, a Medida Provisória 
poderá instituir tributo. 
A Lei, quando instituir tributo, deverá esta-belecer tudo o que for necessário para que ocorra no caso concreto. Portanto, 
deverá estabelecer o fato gerador (verbo a ser praticado no “mundo con-creto”), para assim nascer a obrigação tributária. 
A obrigação pode ser Principal ou Acessó-ria. 
A obrigação principal consiste em paga-mento de tributo ou penalidade pecuniária. Já a obrigação acessória consiste 
em deveres formais que o sujeito passivo está obrigado, a fim de facilitar a arrecadação e a fiscalização. 
Com a obrigação tributária, surgem os su-jeitos da relação jurídico-tributária, quais sejam: ativo e passivo. 
Sujeito Ativo: aquele que tem o direito subjetivo de exigir o cumprimento da obrigação tri-butária. 
Sujeito Passivo: aquele que tem o dever de pagar o tributo, ou seja, que deverá cumprir a obrigação tributária. O sujeito 
passivo pode ser o contribuinte (que possui relação direta e imediata com o fato gerador) ou o responsável (pelo qual, sem 
revestir a condição de contribuinte, possui uma relação indireta com o fato gerador, a lei impõe a ele o dever de pagar o 
tributo). 
Por meio da ocorrência do fato gerador, surge o crédito tributário. Assim, pode-se afirmar que o Sujeito Ativo possui um 
crédito tributário para com o Sujeito Passivo. Esse Crédito Tributário é constituído por meio do lançamento. O lançamento 
tributário pode ser: de ofício, por declaração ou por homologação. 
Uma vez constituído o crédito tributário esse poderá ser exigido pelo sujeito ativo, vez que a obrigação torna-se líquida, 
certa e exigível. Assim, o sujeito passivo deverá pagar o crédito, sob pena de sofrer os efeitos de mora. 
No entanto, existem situações que a Fa-zenda Pública não poderá exigir determinado tribu-to, em virtude da existência das 
causas de suspen-são da exigibilidade, situações previstas no art. 151 do CTN. 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tribu-tário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrati-vo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
As hipóteses de extinção do crédito tributário estão previstas no art. 156 do CTN e as hipóteses de ex-clusão no art. 175 do 
CTN. 
AÇÃO DECLARATÓRIA 
Tem por finalidade buscar o Poder Judiciário para declarar sobre a existência ou inexistência de relação jurídica. Está 
prevista no art. 4º do CPC. 
AÇÃO ANULATÓRIA 
A ação anulatória tem previsão no art. 38 da Lei nº 6.830-80 e visa desconstituir um crédito tributário já devidamente 
constituído, por meio do lançamen-to, por estar eivado de ilegalidade, inconstitucionali-dade ou outros vícios. 
Por essa razão, para o cabimento desta ação, deve-se partir do pressuposto da existência de lan-çamento ou de ato 
administrativo de cobrança (au-tuação, notificação, CDA, guias de pagamento, car-nê de imposto ou de decisão 
administrativa). 
A sentença proferida na ação anulatória tem na-tureza declaratória e constitutiva negativa, uma vez que visa desconstituir o 
lançamento tributário. 
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconsti-tucionalidade de exigência de depósito para admis-sibilidade de ações. 
Por essa razão, não é necessá-rio realizar o depósito do montante exigido pelo fisco para ajuizar uma ação anulatória, pois 
não é mais condição de sua admissibilidade. 
STF - Súmula Vinculante nº 28 - É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de ad-missibilidade de 
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário. 
A realização de depósito pelo contribuinte não é condição de admissibilidade da ação anulatória, conquanto, vale ressaltar 
que a mera propositura dessa demanda não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Assim, como já existe um lança-
mento tributário, ainda que seja proposta ação anu-latória, o fisco poderá ajuizar uma execução fiscal. 
Para suspender a exigibilidade do crédito tributá-rio, e assim evitar a propositura de execução fiscal, o contribuinte deverá 
conseguir a concessão de www.cers.com.br 
COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 14 Josiane Minardi 2 
 
tutela antecipada ou realizar o depósito do montante integral do crédito. 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
Os Embargos à execução é a defesa do contribuinte frente à execução fiscal. Trata-se de uma ação autônoma, distribuída 
por dependência aos autos de execução fiscal e visa desconstituir o título executivo fiscal. Tem previsão no art. 16 da Lei 
nº 6.830-80. 
Para sua propositura, é necessário que seja realizada a garantia prévia do juízo, nos termos do art. 16, da Lei n° 6.830/80, 
através de penhora, car-ta-fiança ou depósito integral. 
O prazo para oferecer os embargos é de 30 dias a contar da intimação da penhora, da juntada da carta-fiança ou da 
efetivação do depósito inte-gral, conforme art. 16, da Lei nº 6.830/80. 
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE 
A exceção de pré-executividade é outra modalidade de defesa do contribuinte frente à pro-positura de execução fiscal pelo 
fisco. 
Esse instrumento permite ao executado formular defesa dentro do processo de execução, por meio de simples petição, 
evitando a obrigatorie-dade de garantir o juízo. 
A exceção de pré-executividade tem funda-mento legal no art. 5.°, XXXIV, “a” e XXXV, da CF e súmula 393, do STJ. 
É necessário que a matéria abordada na exceção de pré-executividade seja conhecida de ofício pelo juiz, e não comporte 
dilação probatória. 
STJ – Súmula 393 - A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal rela-tivamente às matérias 
conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. 
A título de exemplo, podemos citar que as matérias que podem ser conhecidas de ofício são: 
(i) As do art. 301 do CPC, com exceção da convenção de arbitragem elencada no inciso IX; 
(ii) Na hipótese de faltar certeza, liquidez e inexigibilidade do título executivo, art. 204, do CTN e art. 618 do CPC; 
(iii) Quando presentes as causas impediti-vas do crédito tributário: imunidade, isenção ou anistia, nos termos do art. 175, 
do CTN; 
(iv) Casos de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, V, do CTN. 
(v) Tributo declarado inconstitucional pelo STF 
EXERCÍCIOS 
1) José dos Anjos ajuíza ação anulatória de débi-to fiscal após realizar depósito do montante in-tegral do crédito 
que busca a anulação. Neste sentido, é correto afirmar que: 
A) O depósito prévio do montante integral é requisi-to de admissibilidade da ação ajuizada por José dos Anjos. 
B) O depósito do montante objeto de discussão judicial poderá ser levantado caso José dos Santos tenha seu pedido 
julgado procedente perante o juízo de primeiro grau. 
C) O depósito prévio do montante integral produz os efeitos de impedir a propositura da execução fiscal, bem como evita a 
fluência dos juros e a imposição de multa. 
D) Caso o contribuinte saia vencido, caberá à Fa-zenda promover execução fiscal para fins de rece-ber o crédito que lhe é 
devido. 
2) A redação da Súmula Vinculante n. 28 (“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de 
admissibilidade de ação judi-cial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário”) tem por escopo 
impedir a adoção de que princípio jurídico: 
A) Venire contra factum proprium.B) Exceção de contrato não cumprido. 
C) Solve et repete. 
D) Contraditório e ampla defesa. 
3) A empresa ABC ingressou com medida judici-al destinada a questionar a incidência da contri-buição social 
sobre o lucro. Em sede de exame liminar, o juiz concedeu a medida liminar para que a empresa não recolhesse a 
contribuição. Durante a vigência da medida judicial, a Receita Federal iniciou procedimento de fiscalização 
visando à cobrança da contribuição social sobre o lucro não recolhida naquele período. Com ba-se no relatado 
acima, assinale a alternativa cor-reta: 
A) A Receita Federal não pode lavrar auto de infra-ção, em virtude da liminar concedida na medida judicial em questão. 
B) A Receita Federal pode lavrar auto de infração, mas somente com a exigibilidade suspensa para prevenir a decadência. 
C) A empresa ABC, diante da abertura do procedi-mento de fiscalização, pode solicitar ao juiz nova medida liminar, a fim 
de que determine o encerra-mento de tal procedimento. 
D) A Receita Federal pode lavrar auto de infração, já que a medida liminar possui caráter provisório. www.cers.com.br 
COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 14 Josiane Minardi 3 
 
4) (JUIZ TJMG 2010 – FCC) Sobre as ações de iniciativa do contribuinte, é correto afirmar 
que: 
A) o mandado de segurança em matéria tributária só pode ser preventivo, pois se já houver 
crédito tributário a defesa se fará em sede de embargos à execução. 
B) ao questionar judicialmente o valor do crédito tributário devidamente constituído, o Poder Ju-
diciário só pode anular o mesmo, não lhe sendo admitida a reforma. 
C) o prazo para propositura da ação para repetição do indébito tributário é de dez anos, ou 
seja, de cinco anos para a constituição do crédito por ho-mologação e de mais cinco anos para 
a ação pro-priamente dita. 
D) cabe consignação em pagamento extrajudicial, com depósito da quantia que o contribuinte 
entende devida em conta a ser aberta em favor do Fisco, em estabelecimento bancário oficial, 
como forma de extinção do crédito tributário. 
E) o prazo para propositura dos embargos à ex-ecução fiscal é de quinze dias, a contar da data 
da intimação da penhora, ao passo que o prazo nomeação de bens a penhora é de três dias. 
ÃO 81 
5) Empresa “Promo” foi autuada em relação a uma exigência do ICMS, apresentando 
recurso administrativo, protocolado em 05 de março de 2010, no qual pleiteia o 
cancelamento da au-tuação com base em determinado fundamento. Em 25 de maio de 
2010, com base em argumento idêntico, ingressa com ação anulatória perante a Justiça 
Estadual para cancelar a exigência tributária questionada administrativamente, muito 
embora ainda não tenha sido proferida nenhuma decisão administrativa. Com base 
nesse cenário, 
A) o contribuinte está impedido de ingressar na via judicial, pois ainda aguarda decisão 
administrativa. 
B) a opção pela via judicial não implica em renúncia à via administrativa, uma vez que os 
fundamentos jurídicos são relevantes. 
C) a opção pela via judicial implica renúncia à via administrativa, considerando que a lide versa 
sobre a mesma situação fática e fundamento legal. 
D) a opção pela via judicial garantirá ao contribuinte escolher entre a decisão administrativa ou 
judicial, aplicando-se a que lhe for mais benéfica. 
E) valerá a decisão que for primeiro proferida, não se aplicando a decisão posterior. 
6) (PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE TANQUE D’ARCA/AL – ADIVSE – 2011) 34. Com 
base na Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/80), os embar-gos devem ser oferecidos no 
prazo de: 
A) 30(trinta) dias, contados da intimação da pen-hora. 
B) 10(dez) dias, contados da intimação da penhora. 
C) 10(dez) dias, contados do depósito. 
D) 10(dez) dias, contados da juntada do mandado de intimação da penhora aos autos do 
processo. 
E) 30(trinta) dias, contados da juntada do mandado de intimação da penhora aos autos do 
processo. 
7) (JUIZ SUBSTITUTO TJPA 2012 – CESPE) 85 Com relação ao processo tributário, 
assinale a opção correta. 
A) Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir da data da 
citação do processo de execução. 
B) A discussão judicial do crédito tributário, por si só, é causa suspensiva da sua exigibilidade. 
C) A fazenda pública pode substituir certidão de dívida ativa, até a prolação da sentença de 
embar-gos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do 
sujeito passivo da execução. 
D) É legítima a exigência de depósito prévio para a admissibilidade de recurso administrativo. 
E) Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir da data da prolação 
da sentença. www.cers.com.br 
COMEÇANDO DO ZERO Direito Tributário - Aula 14 Josiane Minardi 4 
 
GABARITO 
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