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APOSTILA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

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INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
SERRA – ES 
 
 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA 
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Rua Pouso Alegre, 49, Bairro Barcelona, Serra/ES, CEP- 29166.160 
Tel. (27) 3064-8462/ 3241-9093 www.soufabra.com.br 
 
"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
2 
1 EMENTA 
Informática na educação baseada na web, comunicação, educação, tecnologias e suas 
relações. Critérios para utilização de recursos didáticos. Modalidade de software 
educacional na web e ambientes de aprendizagem. Informática na gestão escolar. 
Tecnologias da educação na educação básica. Metodologia de Pesquisa. 
2 OBJETIVOS 
O curso Informática na Educação foi concebido com o objetivo de preencher essa 
lacuna, capacitando professores e demais profissionais da educação a utilizar, de 
maneira crítica e criativa, novas tecnologias como ferramenta pedagógica. 
 
 
3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
INTRODUÇÃO - O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA SOCIEDADE DA 
INFORMACAO 
 
UNIDADE I – USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO 
 
 
UNIDADE II – GESTÃO EDUCACIONAL E A TECNOLOGIA 
 
 
UNIDADE III – TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
 
 
 
 
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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
4 
SUMÁRIO 
 
Introdução 
O processo ensino-aprendizagem na sociedade da 
informação.....................................................................................................................05 
 
Unidade I 
Uso da internet na educação ........................................................................................07 
 
Unidade II 
Gestão educacional e a tecnologia...............................................................................18 
 
Unidade III 
Tecnologia na educação básica...................................................................................30 
 
 
Simplificando...............................................................................................................41 
 
 
Indicações 
Culturais......................................................................................................................44 
 
 
Bibliografia..................................................................................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
5 
 
 
A forma clássica de conhecimento presente nas escolas centrava-se na figura do professor, sendo este 
tratado como o “possuidor do conhecimento”. Compreendemos transformações nesse cenário. Na era 
da informação, num mundo globalizado, que o espaço de saber do docente foi dando espaço ao de 
mediador e problematizador do aprender ele passou a ser visto como aquele que provoca os alunos, 
mostrando-lhes, entre as várias probabilidades de aprendizagem, caminhos que poderão ser 
percorridos. O papel da escola e do professor não é divulgar informações, mas excitar o conhecimento. 
A escola da informação e da memorização deve dar lugar à escola do conhecimento e da descoberta. 
 
A descoberta e a construção de modos criativos de conhecimento, usando as múltiplas e diversas 
modalidades de informação já disponíveis, devem ser o foco da educação escolar. O aluno e o professor 
apresentarão à sua disposição recursos tecnológicos atuais e de grande interesse. Esses recursos 
podem funcionar como mediadores culturais, isto é, instrumentos que permeiam significantemente a 
relação com o mundo. Um dos principais mediadores do processo de ensino-aprendizagem perante o 
uso da internet continua sendo o professor. A educação precisa de mediadores, de pessoas que saibam 
escolher o que é mais importante para cada um de nós em todas as áreas da nossa vida, que garimpem 
o essencial, que nos orientem sobre as suas consequências, que traduzam os dados técnicos em 
linguagem acessível e contextualizada. 
 
Nesse cenário, o professor é o elemento essencial neste processo de mediação do aprendizado do 
aluno, sendo sua função ensinar ao aluno novas formas de leitura, possibilitando-lhe ler nas entrelinhas 
sem se impressionar com a aparência e a forma, permitindo-lhe também confirmar ou questionar as 
fontes e a veracidade ou a qualidade de citações e, acima de tudo, da informação. Dessa forma, tanto o 
papel do professor como o do aluno mudarão. Aquele passará a ser o intermediador, ajudando o aluno a 
analisar as fontes de informação que possuem as melhores evidências sobre um determinado fato ou 
assunto, centrando sua atenção não mais na função de transferência de informações, mas sim na de 
mediação do saber. Já o aluno deverá deixar a posição de passividade, na qual apenas recebia 
informações de livros e do professor, para se tornar um ser mais participante do seu processo educativo. 
 
Então, professor e aluno terão de aprender a lidar com as novas tecnologias e também com os modelos 
tradicionais para adquirir as informações necessárias para sua formação profissional e pessoal. Como 
se percebe, o desafio não é simples, requer que professores e alunos se preparem para trabalhar com 
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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
6 
um universo tecnológico no qual eles ainda estão se iniciando. Vivemos uma época em que o ensino 
presencial e a difusão pela internet acabarão se complementando. No processo educativo, as pessoas 
devem desaprender certos métodos, embora mantenham intactos o seu leque de conhecimentos. Novas 
estratégias de ensino-aprendizagem foram e estão sendo concebidas com o uso das novas tecnologias 
da informação e da comunicação no campo da educação. Com a internet, alunos e professores 
introduzem formas diferentes de lidar com a informação e com o conhecimento. 
 
Assim, a internet começa a ser um meio privilegiado de comunicação entre professores e alunos de 
modo que exige postura dinâmica de ambas as partes. Ao professor cabe o papel de orientar, estimular 
e acompanhar as atividades e pesquisas realizadas pelos alunos. Aos discentes, cabe a função ativa no 
manuseio de informação digital para a construção de seu conhecimento pessoal. O objetivo é educar os 
estudantes para a autonomia, permitindo-lhes que criem seu próprio saber, de acordo com seu ritmo. 
Assim, ensinar ou aprender, na era da informação, exige mudanças nos paradigmas de ensino. O 
importante é utilizar as tecnologias de forma que nos ajudem a aprender, levando-nos a transformar 
informação em conhecimento e, mais ainda, em sabedoria, pois a interligação permite aperfeiçoar o 
pensamento reflexivo como instrumento de emancipação humana. 
 
No que tange a aprendizagem e ao conhecimento, chegamos a uma transformação sem precedentes 
das ecologias cognitivas. A sociedade da informação, também considerada sociedade da aprendizagem, 
tem, nas novas tecnologias da informação e da comunicação, seus elementos essenciaispara organizar 
o mundo. As novas tecnologias assumem um papel ativo e co-estruturante nas formas de aprender e de 
conhecer. Assim, o processo de conhecimento se transforma intrinsecamente em uma versatilidade de 
ações, escolhas, alternativas seletivas e comprovações de caminhos errados ou certos. O importante é 
que o aluno “aprenda a aprender” e a ter consciência de que tudo muda e que nada é seguro, pois o 
conhecimento/saber é uma aventura improvável que comporta em si mesma, permanentemente, o risco 
de ilusão e de erro. O que se destaca nesta definição é a importância de os professores se prepararem 
para ajudar seus alunos a lidar não com as verdades e certezas absolutas, mas sim com as incertezas 
do saber e da vida. 
 
Este papel de mediador e instigador do conhecimento, que o educador passa a assumir na era da 
informação, não reduz nem minimiza sua responsabilidade com a formação do sujeito, muito pelo 
contrário, deve contribuir para uma formação humana e ético-social. Logo, a escola não deve ser oficina 
isolada onde se prepara o indivíduo, mas o lugar onde, numa situação real da vida, indivíduo e 
sociedade constituam uma unidade orgânica. Fazer o resgate de princípios humanísticos é também 
tarefa que cabe à escola realizar na figura de seus docentes. 
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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
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O século XXI está sendo marcado pelo aceleramento da tecnologia eletrônica, com 
atenção especial para a informática, o computador a Internet ou até mesmo por meio 
de celular e TV via satélite, as diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de 
alunos e professores de qualquer escola. Contudo, fazer com que essas ferramentas 
de fato auxiliem o ensino e a produção de conhecimento em sala de aula não é tarefa 
fácil. 
 
Atualmente, o meio em que vivemos está permeado pelo uso de técnicas e recursos 
tecnológicos, fazendo do computador uma ferramenta que vem auxiliar o processo 
ensino/aprendizagem nas questões do cotidiano trazidas até a sala de aula. É muito 
importante o compromisso do docente e a escola deve impor-se de questionar e 
discutir os aspectos da informática dentro da evolução da sociedade juntando nesse 
processo as transformações às vezes não percebíveis. 
 
O computador tem provocado uma revolução na educação por causa de sua 
capacidade de "ensinar". As possibilidades de implantação de novas técnicas de 
ensino são praticamente ilimitadas e contamos, hoje, com o custo financeiro 
relativamente baixo para implantar e manter laboratórios de computadores, cada vez 
mais demandados tanto por pais quanto por alunos. 
 
Tudo isso causa insegurança nos professores, que em um primeiro momento temem 
sua substituição por máquinas e programas capazes de cumprir o papel antes 
reservado para o ser humano. Mas o computador pode realmente provocar uma 
mudança no paradigma pedagógico e pôr em risco a sobrevivência profissional 
daqueles que concebem a educação como uma simples operação de transferência de 
conhecimentos do professor para o aluno. 
 
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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
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No paradigma instrucionista, o uso do computador na educação consistiria 
simplesmente na informatização dos meios tradicionais de instrução. "No entanto, o 
computador pode enriquecer ambientes de aprendizagem onde o aluno, interagindo 
com os objetos desse ambiente, tem chance de construir o seu conhecimento". 
 
Desde a chegada da Televisão, ainda não se tinha visto uma explosão de avanço 
tecnológico e de comunicação como a Internet que é considerada a mídia mais aberta, 
descentralizada, e, por que não dizer acessível, e desta forma torna-se muito mais 
ameaçadora para os grupos políticos e econômicos hegemônicos. Aumenta o número 
de grupos que criam na Internet suas próprias revistas, emissoras de rádio ou de 
televisão, sem pedir licença ao Estado ou ter vínculo com setores econômicos 
tradicionais. 
 
Cada um pode dizer o que quer, conversar com quem desejar, oferecer os serviços 
que considerar convenientes, assim como resultado de toda essa liberdade e ameaça, 
o mundo começa a assistir as tentativas de controlá-la de forma clara e sutil. 
 
A distância hoje não é principalmente a geográfica, mas a econômica (ricos e pobres), 
a cultural (acesso efetivo pela educação continuada), a ideológica (diferentes formas 
de pensar e sentir) e a tecnológica (acesso e domínio ou não das tecnologias de 
comunicação). Uma das expressões claras de democratização digital se manifesta na 
possibilidade de acesso à Internet e em dominar o instrumental teórico para explorar 
todas suas potências. 
 
Desta forma, e a partir desses pressupostos, é impossível a educação não passar a 
conviver, e de certa forma, precisar adequar-se ás novas tecnologias, As 
Universidades e escolas correm para tornarem-se visíveis, para não ficar para trás. 
Alguns colocam páginas padronizadas, previsíveis, em que mostram a sua filosofia, as 
atividades administrativas e pedagógicas. Outros criam páginas atraentes, com 
projetos inovadores e múltiplas conexões. 
 
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Diariamente, em suas rotinas pedagógicas a adequação não está tão latente, e ainda 
hoje quase uma década de século XXI, professores e alunos encontram barreiras 
pedagógicas, didáticas e comunicativas, e por que não dizer linguísticas, no convívio 
dos corredores das instituições de ensino. 
 
As paredes das escolas e das universidades se abrem, as pessoas se intercomunicam, 
trocam informações, dados, pesquisas. A educação continuada é otimizada pela 
possibilidade de integração de várias mídias, acessando as tanto em tempo real e no 
horário favorável a cada indivíduo, e também pela facilidade de conectar educadores e 
educandos, adaptada as necessidades e possibilidades de cada interessado. 
 
Na Internet, encontramos vários tipos de aplicações educacionais: de divulgação, de 
pesquisa, de apoio ao ensino e de comunicação. A divulgação pode ser institucional 
onde a escola mostra o que faz, particular ou em grupos onde professores ou alunos 
criam suas home pages pessoais, com o que produzem de mais significativo. A 
pesquisa pode ser feita individualmente ou em grupo, ao vivo e até mesmo fora da 
aula, pode ser uma atividade obrigatória ou livre. Já nas atividades de apoio ao ensino, 
podemos conseguir textos, imagens, sons do tema específico do programa, utilizando-
os como um elemento a mais, junto com livros, revistas e vídeos. 
 
A comunicação ocorre entre professores e alunos, entre professores e professores, 
entre alunos e alunos da mesma ou de outras cidades e países. A comunicação se dá 
com pessoas conhecidas e desconhecidas, próximas e distantes, interagindo 
esporádica ou sistematicamente. As redes atraem os estudantes. Eles gostam de 
navegar, de descobrir endereços novos, de divulgar suas descobertas, de comunicar-
se com outros colegas, detalhar suas experiências através de redes sociais. Mas 
também podem perder-se entre tantas conexões possíveis, tendo dificuldade em 
escolher o que é significativo, em fazer relações, em questionar afirmações 
problemáticas. 
 
 
A PESQUISA NA INTERNET 
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A Internet é uma ferramenta às práticas pedagógicas e está a cada dia trazendo 
inúmeras possibilidades de pesquisa para professores e alunos, dentro e fora da sala 
de aula. A facilidade de, digitando duas ou três palavras nos serviços de busca, 
encontrar varias respostas para qualquer tema é uma facilidade deslumbrante, 
impossível de ser imaginada há bem pouco tempo. Isso traz grandes vantagens e 
também alguns problemas. 
 
As primeiras buscas mostrarão milhares de resultados. Em geral alunos, cursando as 
Séries Finais do Ensino Fundamental se deixa, primeiramente, deslumbrar quando vê 
que uma pesquisa apresenta milhares de resultados. Depois desanima, ao constatar 
que não pode esgotá-la, que há inúmeras repetições, muitas indicações equivocadas. 
 
Com a prática, desenvolvemos a habilidade de descobrir onde estão os melhores 
endereços, aqueles nos quais vale a pena aprofundar-se, observando a organização 
dos tópicos, a riqueza e variedade de artigos, a respeitabilidade da instituição e dos 
pesquisadores. 
 
Porem a pesquisa na educação, em especial para o ensino básico, não pode ter um 
fim em si própria, mas é preciso uma proposta pedagógica em que a pesquisa possua 
objetivos bem específicos, os quais sejam monitorados de perto em cada etapa da 
busca. 
 
É importante sensibilizar o aluno antes para o que se quer conseguir neste momento. 
Se o aluno tem claro ou encontra valor no que vai pesquisar, procederá com mais 
rapidez e eficiência. O professor precisa estar atento, porque a tendência na Internet é 
para a dispersão fácil. O intercâmbio constante de resultados e a supervisão do 
professor podem ajudar a obter melhores resultados. Na pesquisa com objetivos bem 
específicos, podemos fazer uma busca, isto é, todos pesquisam os mesmos endereços 
previamente indicados pelo professor ou fazem uma busca mais aberta sobre o mesmo 
assunto. 
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11 
Podemos fazer pesquisas de temas diferentes, individualmente ou em pequenos 
grupos. 
 
É interessante que os alunos escolham algum assunto dentro do programa que esteja 
mais próximo do que eles mais valorizam. Essas pesquisas podem ser realizadas 
dentro e fora do período de aula. Durante a aula, o professor acompanha cada aluno, 
tira dúvidas, dá sugestões, incentiva, complementa os resultados, aprende com as 
informações que os alunos passam. 
 
Essas pesquisas são depois apresentadas para os demais colegas e para o professor. 
Este complementa, problematiza, adapta à realidade local, os resultados trazidos pelos 
alunos. Como há tantas possibilidades de pesquisa e facilidade de dispersão, o 
educador estará atento, na aula-pesquisa, a escolher o melhor momento de cada aluno 
comunicar os seus resultados para a classe. 
 
A comunicação de resultados pode ser espontânea: o professor pede que, quando 
alguém encontre algo significativo, que o comunique a todos. Isso ajuda a que os 
colegas possam avançar mais, aprofundar os melhores sites, os mesmos assuntos. 
 
Pode-se também, ao final do período da aula-pesquisa, pedir aos alunos que relatem a 
síntese do que encontraram de mais significativo. Os alunos terão gravadas as 
principais páginas, junto com um roteiro de anotações, para esclarecer a navegação 
feita e encontrar melhores relações, ao final. Um aprofundamento dos resultados 
pesquisados pode ser deixado para a próxima aula. Os alunos fazem, fora da aula, 
análise das páginas encontradas. 
 
Procuram o que houve demais significativo. Esses dados são colocados em comum na 
aula seguinte. Professor e alunos relacionam as coincidências e divergências entre os 
resultados encontrados e as informações já conhecidas em reflexões anteriores, em 
livros e revistas. Essa discussão maior é importante, para que a Internet não se torne 
só uma bela diversão e que esse tempo de pesquisa se multiplique pela difusão em 
comum, pela troca, discussão, síntese final. A comunicação dos resultados ao grupo é 
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12 
cada vez mais relevante pela quantidade, variedade e desigualdade de dados, 
informações contidas nas páginas da Internet. 
 
A colocação em comum facilita a comparação, a seleção, a organização hierárquica de 
ideias, conceitos, valores. A tendência dos alunos é a de quantificar, mais do que 
analisar e qualificar. Se não estivermos atentos, não explorarão todas as possibilidades 
nelas contidas. A pesquisa na Internet requer uma habilidade especial devido à rapidez 
com que são modificadas as informações nas páginas e à diversidade de pessoas e 
pontos de vista envolvidos. 
 
A navegação precisa de bom senso, gosto estético e intuição. Bom senso para não 
deter-se, diante de tantas possibilidades, em todas elas, sabendo selecionar, em 
rápidas comparações, as mais importantes. A intuição é um radar que vamos 
desenvolvendo ao "clicar" o mouse nos links que nos levarão mais perto do que 
procuramos. A intuição nos leva a aprender por tentativa, acerto e erro. 
 
Às vezes, passaremos bastante tempo sem achar algo importante e, de repetente, se 
estivermos atentos, conseguiremos um artigo fundamental, uma página esclarecedora. 
O gosto estético nos ajuda a reconhecer e a apreciar páginas elaboradas com cuidado, 
com bom gosto, com integração de imagem e texto. Principalmente para os alunos, o 
estético é uma qualidade fundamental de atração. Uma página bem apresentada, com 
recursos atraentes, é imediatamente selecionada, pesquisada. 
 
O educador não deve simplesmente dizer ao aluno que aquele assunto não faz parte 
da aula. Pode pedir- lhe que grave rapidamente o que achar mais importante e que 
deixe para outro momento o aprofundamento desse novo assunto, para voltar mais que 
logo ao tema específico da aula. Não podemos deslumbrar-nos com a pesquisa na 
Internet e deixar de lado outras tecnologias. 
A chave do sucesso está em integrar a Internet com as outras tecnologias vídeo, 
televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as técnicas já conhecidas, 
dentro de uma visão pedagógica nova, criativa, aberta. 
 
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A COMUNICAÇÃO NA INTERNET COMO PROPOSTA DIDÁTICA 
 
Todos procuram na rede seus semelhantes, seus interesses. Cada um busca a sua 
"turma"; buscam pessoas que tenham gostos, valores, expectativas parecidas; 
pessoas fisicamente próximas e distantes, conhecidas e desconhecidas. Uma das 
características mais interessantes da Internet é a possibilidade de descobrir lugares 
inesperados, de encontrar materiais valiosos, endereços curiosos, programas úteis, 
pessoas divertidas, informações relevantes. São tantas as conexões possíveis, que a 
viagem vale por si mesma. Viajar na rede precisa de intuição acurada, de estarmos 
atentos para fazer tentativas no escuro, para acertar e errar. 
 
A pesquisa nos leva a garimpar joias entre um monte de banalidades,a descobrir 
pedras preciosas escondidas no meio de inúmeros sites publicitários. 
 
A comunicação torna-se mais e mais sensorial, mais e mais multidimensional e não 
linear. As técnicas de apresentação são mais fáceis hoje e mais atraentes do que anos 
atrás, o que aumentará o padrão de exigência para mostrar qualquer trabalho. 
 
Na educação, professores e alunos praticam formas de comunicação novas. 
Encontram colegas com os quais podem comunicar-se facilmente por correio 
eletrônico, por listas de discussão, por comunicação instantânea em IRC. Atualmente 
começam a comunicar-se por intermédio de voz e também de imagem. 
 
Muitos estudantes passam horas seguidas em conversas aleatórias, fragmentadas, em 
um autêntico jogo de cena, de camuflagem de identidade, de meias-verdades. Mas o 
chat tem um grande potencial democrático, por ser aberto, multidimensional. Nessas 
trocas, realizam-se encontros virtuais, criam-se amizades, relacionamentos 
inesperados que começam virtualmente e muitas vezes levam a contatos presenciais. 
 
Começamos a ser nossos próprios editores de textos e diretores de imagens na 
Internet. Há centenas de jornais escolares na rede. Quem tem algo a dizer pode fazê-lo 
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14 
sem depender da autorização de emissoras, jornais ou conselhos editoriais; basta 
colocá-lo na sua página pessoal. 
 
Os estudantes podem mostrar sua capacidade on-line, ao vivo, sem ter de esperar 
anos pelo ingresso formal dentro do mercado de trabalho. O artista está podendo 
divulgar suas obras para o mundo inteiro imediatamente. 
 
O pesquisador consegue publicar na rede os resultados do seu trabalho 
instantaneamente, em depender do julgamento de especialistas e sem demora na 
publicação. Isso torna mais difícil a seleção do que vale ou não vale a pena ser lido. 
Nem sempre há um conselho editorial de notáveis para filtrar os melhores artigos. Com 
isso, há muito lixo cultural, mas também se amplia imensamente o número e a 
variedade de pessoas que se expõem ao julgamento público. 
 
Hoje o problema não está na falta de informação, mas na qualidade destas, cada vez 
temos menos tempo para procurar tantas informações necessárias. Por isso, 
precisamos de mediadores, de pessoas que saibam escolher o que é mais importante 
para cada um de nós em todas as áreas da nossa vida, que garimpem o essencial, que 
nos orientem sobre as suas conseqüências, que traduzam os dados técnicos em 
linguagem acessível e contextualizada. 
 
ALGUNS PROBLEMAS APRESENTADOS NESSE PROCESSO. 
 
Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação, organizamos os 
dados dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é 
integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, 
tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento se 
cria, constrói-se. Há facilidade de dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado 
de possibilidades de navegação. Não procuram o que está combinado, deixando-se 
arrastar para áreas de interesse pessoal. 
 
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"Os que confiam no Senhor são como monte de Sião, que não se abalam, firme para sempre” (Salmos125: 1). 
 
15 
Há informações que distraem, que pouco acrescentam ao que já sabemos, mas que 
ocupam muito tempo de navegação. Perde-se muito tempo na rede. 
 
Onde mais se percebe isso é ao observar a variedade de listas de discussão e 
newsgroups sobre qualquer tipo de assunto banal. Mas, em contrapartida, a Internet 
espelha nessas listas os desejos reais de cada um de nós, sem termos o controle do 
Estado ou de outras instituições, que, em outras mídias, sempre estão "orientando-
nos", oferecendo-nos os "melhores" produtos econômicos e culturais. 
 
A impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para outro. Essa 
impaciência os leva a aprofundar pouco as possibilidades que há em cada página 
encontrada. Os alunos, principalmente os mais jovens, "passeiam" pelas páginas da 
Internet, descobrindo muitas coisas interessantes, enquanto deixam por afobação 
outras tantas, tão ou mais importantes, de lado. 
 
Nem sempre é fácil conciliar os diferentes tempos dos alunos. Uns respondem 
imediatamente. Outros demoram mais, são mais lentos. A lentidão pode permitir maior 
aprofundamento. Na pesquisa individual, esses ritmos diferentes podem ser 
respeitados. Nos projetos de grupo, depende muito da forma de coordenar e do 
respeito entre seus membros. 
 
A participação dos professores é desigual. Alguns se dedicam a dominar a Internet, a 
acompanhar e supervisionar os projetos. Outros, às vezes por estarem 
sobrecarregados, acompanham à distância o que os alunos fazem e vão ficando para 
trás no domínio das ferramentas da Internet. Esses professores terminam pedindo aos 
alunos as informações essenciais. Em avaliações dos projetos educacionais que 
utilizam a Internet, há queixas de que muitos professores vão deixando de estar 
atentos aos projetos dos alunos, que não se atualizam, não mexem no computador e 
empregam mal o tempo de aula e de pesquisa. 
 
Professores e alunos se relacionam com a Internet, como se relacionam com todas as 
outras tecnologias. Se são curiosos, descobrem inúmeras novidades nela como em 
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16 
outras mídias. Se são acomodados, só falam dos problemas da lentidão, das 
dificuldades de conexão, do lixo inútil, de que nada muda. 
 
O DESAFIO: A INTERNET E O PARADIGMA EDUCACIONAL 
 
Ensinar com a Internet atinge resultados significativos quando se está integrado em um 
contexto estrutural de mudança do processo de ensino-aprendizagem, no qual 
professores e alunos vivenciam formas de comunicação abertas, de participação 
interpessoal e grupal efetivas. 
 
Caso contrário, a Internet será uma tecnologia a mais, que reforçará as formas 
tradicionais de ensino. A Internet não modifica, sozinha, o processo de ensinar e 
aprender, mas a atitude básica pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si 
mesmo e do outro. 
 
O essencial é integrar, integrar a Internet com as outras tecnologias na educação 
vídeo, televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as técnicas 
convencionais, integrar o humano e o tecnológico, dentro de uma visão pedagógica 
nova, criativa, aberta. Há um pouco de confusão entre tecnologias interativas que 
permitem participação e processos interativos. 
 
Uma tecnologia pode ser profundamente interativa, como, por exemplo, o telefone, que 
permite o intercâmbio constante entre quem fala e quem responde. Isso não significa 
que automaticamente a comunicação entre pessoas, pelo telefone, seja interativa no 
sentido profundo. 
 
Com a Internet fala-se das inúmeras possibilidades de interação, de troca, de 
pesquisa. Elas existem. Mas, na prática, se uma escola mantém um projeto 
educacional autoritário, controlador, a Internet não irá modificar o processo já instalado. 
A Internet será uma ferramenta a mais que reforçará o autoritarismo existente: a escola 
fará tudo para controlar o processo de pesquisa dos alunos, os resultados esperados, 
a forma impositiva de avaliação. 
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17 
 
Os alunos, eventualmente, ou alguns professores poderão estabelecer formas de 
comunicação menos autoritárias, mas, para isso, precisam contrariar a filosofia da 
escola, mudando-a por conta própria, sem o endosso institucional. 
 
Compreendo perfeitamente que a Internet é uma ferramenta fantástica para buscar 
caminhos novos, para abrir a escola para o mundo, para trazer inúmeras formas de 
contato com as pessoas. Mas essas possibilidades só se concretizam, se, na prática, 
elas estão atentas, preparadas, motivadas para querer saber, aprofundar, avançar na 
pesquisa, na compreensão do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Podemos iniciar afirmando que a forma de ver o objeto define esse objeto (SOUZA 
2006). Há, assim, diversas concepções do que seja a Escola enquanto instituição 
dentro de uma organização social. A Escola pode ser vista como o sítio de aquisição 
do saber, numa visão conteudista, ou como uma arena para desenvolvimento de 
competências variadas através do ensino-aprendizagem significativo e sistemático, 
numa visão mais sócio-interacionista. 
 
Essas visões de Escola vão definir e determinar os desdobramentos de todo processo 
educacional. Assim, é fundamental iniciar questionando a respeito de que Escola é 
essa de que falamos e que Escola é essa que estamos fazendo. 
 
A Escola do novo tempo 
 
Vivemos em um outro tempo, com outros paradigmas diversos dos que vivenciamos 
em nossa infância e juventude. Esses novos paradigmas são novos para nós, que 
viemos de uma configuração conceitual e valorativa diferente, mas são os paradigmas 
hegemônicos para os jovens que neles nasceram e se criaram. Como estão em 
constante mutação – porque a sociedade é dinâmica e movente –, esses novos 
paradigmas tendem a cedo ou tarde se reconfigurar, tornando-se igualmente 
antiquados ou anacrônicos para a geração seguinte, num ciclo que se repete desde 
sempre. 
 
A informação era exclusivamente acessada através de impressos (jornais, revistas, 
etc), que exigiam a produção de um objeto concreto, a ser manuseado. Esse 
paradigma tem suas vantagens e desvantagens. Uma vantagem visível é que, por 
necessidade, o conhecimento precisa ser buscado nas fontes, tornando a tarefa de 
aprender necessariamente planejada e, por isso, valorizada. Uma desvantagem clara, 
por outro lado, é a necessária exploração de recursos naturais renováveis ou não para 
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a produção da informação (para produzir o LP, era necessário petróleo; para a 
produção de livros, era e ainda é preciso a produção de celulose através da derrubada 
de árvores). Esse paradigma envolvia deslocamento no espaço e consumo de tempo, 
pois a locomoção dos átomos (pessoas ou objeto) assim o requer. 
 
Hoje, o paradigma dominante (ainda que por sua natureza para muitos não seja 
totalmente visível) é o paradigma do bit. Bit é uma palavra em inglês formada pela 
união do sintagma “BInary digiT”, ou dígito binário, em nosso bom português, fazendo 
referência ao mundo digital, à vida digital (NEGROPONTE 1995). Bit, por extensão, 
significa uma pequena porção de informação. Assim, estamos nos movendo de uma 
era do concreto para uma era do abstrato, da era da indústria de manufatura para a era 
da indústria da informação. Schaff (1990) chama a sociedade contemporânea de 
Sociedade Informática. Lévy (1996, 1999), um dos teóricos mais celebrados desse 
novo momento, chama a atenção em seus trabalhos para o modelo virtual emergente e 
para essa nova mentalidade a que chama de “cibercultura”. 
 
Mas o que essa mudança paradigmática tem a ver com a Escola? A resposta é muito 
direta: tudo. As instituições educacionais não estão soltas, mas sim inseridas em um 
processo mais amplo de uma sociedade que a ela fornece subsídios e demandas e 
dela espera coerência e significância como retorno. A Escola que queremos é a Escola 
que seja significativa para o aluno, a Escola através da qual esse aluno possa acessar 
o mundo de forma crítica e possa, subsidiado por informação qualitativa, tomar 
decisões. Para que haja essa sensação de Escola significativa, é necessário que os 
padrões escolares se adaptem aos novos tempos, à nova mentalidade, ao novo ser 
humano do início do milênio. A Escola conteudista, que deposita informação 
quantitativamente no banco cerebral do aluno não nos interessa mais. Freire (1970) já 
nos dizia isso há mais de trinta anos, quando questionava essa concepção bancária de 
educação. 
 
Acesso à informação está deixando de ser cada vez mais o problema principal com o 
qual a Escola tem de lidar. A informação hoje se disponibiliza de várias formas (em 
átomo ou bits), através de revistas, jornais, Internet, TV, TV a cabo, etc. À Escola, nos 
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parece, cabe redirecionar suas práticas para a viabilização e democratização do 
acesso a essa informação, e, tão importante quanto, deve visar a criação de condições 
para que o aluno gerencie de forma coerente e significativa o volume de dados que lhe 
bombardeiam a cada instante. É preciso criar condições que permitam desenvolver no 
aluno suas diversas competências, competência entendida aqui como “capacidade de 
mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação” 
(PERRENOUD 2000). 
 
Currículos para os novos tempos 
 
A literatura sobre estruturação e gestão escolar tem abordado com muita propriedade a 
necessidade de um amplo planejamento educacional inclusivo (cf. GANHEM 1995, 
PARO 1997, FERREIRA 1998, ABRANCHES 2003). Muitas das vezes esse 
planejamento não é executado por que é idealista demais, formalista demais ou não-
participativo. 
 
Nossa sociedade, grosso modo, é marcada pelo idealismo, entendido aqui como a 
valorização excessiva das ideias em detrimento da valorização da prática. Para esse 
entendimento, basta uma ideia clara para que haja alteração da realidade (cf. 
BOUTINET 1996). O planejamento pode igualmente estar impregnado dessas 
concepções, sendo a impressão de uma série enorme de boas intenções, de coisas 
que gostaríamos de fazer, mas que não têm o menor senso de realidade. É preciso 
conhecer as condições materiais que determinam as nossas possibilidades de ação 
para que o planejamento não seja letra morta, algo só de papel. A consequência desse 
idealismo é a não atenção para as contradições sociais reais. O idealismo não é 
problemático se articulado com a realidade, mas é elemento indesejável se dissociado 
do contexto e daquilo que ele permite porque imobiliza. A alma precisa de corpo. 
 
O formalismo é o outro problema da ação do planejamento. Um plano não deve ficar 
ligado no imaginário dos agentes educacionais como uma mera formalidade 
burocrática, mas deve ser um instrumento de caminhada e de avaliação concretos. 
Quando há essa formalização burocrática, o planoperde sua função e passa a ser 
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mais um problema para os agentes do processo educacional. Novamente, a 
articulação com a realidade volta a ser uma certa garantia de que o trabalho feito vai 
ser revisitado e a não articulação com o contexto real, por sua vez, um grande 
indicador de um uso formal do planejamento. O corpo precisa de alma. 
 
Por fim, o planejamento deve ser participativo. A não participação desvincula quem 
planeja e quem operacionaliza, distanciando cada vez mais a obtenção de metas 
comuns. Planejar participativamente é garantir que todos os elementos do quadro 
educacional tomem parte no processo decisório e que a participação não se restrinja à 
execução do planejado ou às atividades periféricas, como geralmente acontece. O 
planejamento não deve ser utilizado como um processo de disciplinarização 
(FOUCAULT 1977). Corpo e alma precisam do social. 
 
Uma outra questão pertinente é a priorização do caráter significativo do que é 
trabalhado no processo educacional. Qualquer um dos agentes desse processo deve 
ter a sensação e a certeza de que o investimento que estão fazendo vale a pena ser 
feito. Para isso, todos devem trabalhar visando articular as demandas da burocracia 
superior às reais possibilidades contextuais. 
 
O gestor educacional tem como papel preponderante mediar as exigências do quadro 
hierarquicamente superior com as necessidades e os anseios da comunidade em 
questão. 
 
O professor, por sua vez, deve conjugar o conteúdo curricular proposto com uma 
metodologia que apresente esse conteúdo como sendo significativo para o aluno, sob 
o risco de ele ir embora da Escola, literal ou metaforicamente, por não ver relação 
entre o que é trazido para a Escola e sua vida. 
 
O aluno, por fim, deve se perguntar a cada momento sobre qual significação 
determinado conteúdo tem para sua formação como profissional e como individuo. 
 
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22 
A Escola tem de prover e trabalhar com as competências contemporâneas a partir 
dessa relação conteúdo-realidade. 
 
Competências contemporâneas 
 
Tendo em vista a mudança de modelo social, a Escola deve privilegiar as 
competências correspondentes a esse modelo e subsidiar a renovação de antigas 
competências ou emergência de competências novas. 
 
Competência dos professores 
 
Entre as competências que um professor antenado com seu mundo deve apresentar 
estão, entre outras, a competência teórica, a competência aplicada, a competência 
institucional e a competência afetiva. 
 
A competência teórica refere-se ao domínio de sua área de estudo. O professor deve 
antes de tudo ser um pesquisador, um estudioso de seu assunto e conhecer o que está 
acontecendo no seu campo. Essa competência começa em sua formação especifica 
sistemática e se estende a cursos de capacitação e formação continuada, seminários, 
oficinas, congressos e simpósios. 
 
Envolve também o que chamamos de excesso de visão, ou seja, a capacidade de ver 
além do que sua profissão exige, de saber o que está acontecendo na esquina e no 
mundo. Essa competência teórica tem de ser continuamente questionada pelo caráter 
de incompletude que caracteriza o professor (FREIRE 1996). 
 
De muito pouco adianta uma competência teórica ampla se o professor não consegue 
articulá-la com a realidade de seu aluno, naquilo que chamamos de competência 
aplicada. Ser capaz de verificar qual conhecimento teórico dentre os que possui pode 
ser articulado em sua práxis de forma significativa para o aluno é uma das 
características de um bom professor contemporâneo. É fazendo uso da competência 
aplicada que o professor consegue achar a gradação da informação a ser 
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23 
problematizada em sala de aula e consegue encontrar a linguagem mais apropriada 
para fazê-lo. 
 
O professor carente de competência aplicada origina e sofre com a velha frase: “esse 
professor sabe muito, mas só para ele”. 
 
Não basta apenas saber. É preciso usar esse saber de forma significativa para o aluno. 
Mas essa articulação se dá quase sempre dentro de um contexto institucional dado, 
estabelecido, com as normas e contingências da política hegemônica. O professor 
necessita então planejar a articulação significativa de seu saber teórico dentro da 
ordem institucional na qual se encontra. 
 
É nessa hora que dizemos que é preciso “jogo de cintura”, pois muitas vezes as 
demandas institucionais, anacrônicas e autoritárias, não cedem espaço para essa 
articulação. É preciso saber administrar as regras e desconstruir aquelas que impedem 
nosso trabalho. Desconstruir é mudar de dentro, no que se distingue de destruir, que é 
mudar a partir do lado de fora. Quando estamos dentro do prédio, implodi-lo envolve 
implodir a nós mesmos, o que, claro, não queremos. Por isso, desconstruir processos 
exige um cuidado diferenciado e uma ação planejada e articulada. 
 
Articular a competência teórica com a aplicada envolve fazer uso da competência 
institucional. Mas educação é prioritariamente feita por pessoas. Por isso, faz-se 
necessário que o professor valorize e desenvolva sua competência afetiva, que é a 
capacidade de lidar de forma social e respeitosa com os demais agentes do processo. 
Freire (1996) afirma que não é preciso ser autoritário para ter autoridade e nem 
licencioso para ter liberdade. 
 
Autoridade e liberdade devem andar de mãos dadas. Desde que seja uma autoridade 
sem autoritarismo e liberdade com observação às regras do jogo social e escolar. As 
relações afetivas são fundamentais como elemento de equilíbrio na conjuntura sócio-
econômica atual, cada vez mais fomentadora de um processo de individualização. 
 
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Essas são, de forma resumida, as competências do professor do século XXI. 
Trabalhando essas competências, se perguntando continuamente como andam e 
buscando sanar eventuais defasagens são atitudes que ajudam a desenvolver as 
competências do aluno da nova escola. 
 
Competências dos alunos 
 
Tendo em vista o novo momento em que vivemos, as necessidades de escolarização 
dos alunos também ganham objetivos diferentes. Se antes a educação era quantitativa, 
hoje ela é essencialmente qualitativa. Em função disso, o aluno deverá ter a 
capacidade e a possibilidade de desenvolver na escola algumas competências, entre 
elas a competência avaliativa, a competência relacional e a competência social. 
 
A informação palavra-chave para o momento, não é mais problema. Ela está disponível 
de várias formas. Avaliar qual informação entre as que chegam e são disponibilizadas 
é mais significativa é uma das competências que hoje se quer dos alunos em nossas 
escolas. A Escola precisa criar condições para exercitar essa competência avaliativa 
através de atividades correspondentes. 
 
Acúmulo de informaçãosó prepara o aluno para trás, para o século passado. A 
competência memorística já não tem o mesmo sentido que um dia teve. É a 
capacidade de processamento articulado que deve ser desenvolvida. O aluno precisa 
ter competência avaliativa. 
 
Uma vez selecionadas as informações relevantes, é preciso que complementarmente o 
aluno desenvolva a competência relacional. Como o nome sugere, essa competência 
consiste em relacionar as informações processadas como elementos para tomada de 
decisão fundamentada. Uma das formas mais interessantes de se fazer isso na Escola 
é a contextualização do assunto através do esquema tema problematizado a vida do 
aluno-tema problematizado. Toda experiência de sala de aula deve ser relacionada 
com o contexto de vida dos alunos para ser, finalmente, sistematizada através de um 
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processo que não seja meramente formal e mecânico, mas fundamentalmente 
histórico. 
Uma vez capaz de definir o que é significativo e habilitado a por tudo isso em relação, 
o aluno necessita contextualizar o novo conhecimento em relação ao seu meio social, 
partindo do pressuposto de respeito às diferenças individuais, das identidades 
fragmentadas (SILVA 2000) e da necessidade da convivência na diversidade, típicas 
desse mundo pós-moderno. A essa capacidade chamamos de competência social. 
 
Competência dos gestores 
 
Quem gere o sistema educacional possui responsabilidades amplas, igualmente 
diferenciadas e que pedem um novo olhar nesses novos tempos. Algumas 
competências também são esperadas desses profissionais, além daquelas desejáveis 
para os professores e alunos, para que o processo ensino-aprendizagem flua de forma 
coerente. Entre as competências dos gestores estão a competência política, 
competência afetiva, competência administrativa. 
 
Por competência política compreendemos a capacidade do gestor de articular 
politicamente interna e externamente para que as decisões advindas das discussões 
compartilhadas sejam viabilizadas. A direção do processo não implica em diretividade 
no sentido de ir automaticamente por onde manda a vontade da hierarquia. Implica em 
gerenciamento do fluxo de trabalho e encaminhamento de questões pertinentes de 
forma transparente e participativa. 
 
Um bom gestor defende as ideias propostas pela sua comunidade porque mantém 
uma ligação orgânica com os demais participantes do processo, que deve ser 
construído coletivamente. A gestão autoritária é a forma mais fácil de perder todo um 
investimento pedagógico e basta olhar para o lado para ver um exemplo disso 
acontecendo. 
 
Para a construção coletiva do projeto pedagógico é necessário que o gestor possua, 
como o professor, competência afetiva. Quem dirige deve possuir e desenvolver a 
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capacidade de se relacionar com pais, professores, funcionários e alunos de forma a 
respeitar suas particularidades, e ao mesmo tempo garantir que os exageros de um 
dos grupos não transbordem e inundem o processo, afogando os demais. Possuir uma 
capacidade de exercer relações humanas harmoniosas a partir da desarmonia 
constitutiva dos diferentes grupos de agentes é o que mais se valoriza e se deseja no 
gestor do novo século. 
 
Articular de forma democrática o planejamento escolar e viabilizá-lo politicamente 
requer que o gestor consiga administrar as regras do sistema. Isso nem sempre é fácil 
e sem dúvida requer o desenvolvimento de uma competência administrativa. 
Administrar, nesse novo tempo, não é garantir que as regras sejam cumpridas a todo 
custo, mas ser capaz de flexibilizar as regras quando for necessário para ir em direção 
à obtenção dos objetivos comuns propostos. A função do gestor é conseguir e garantir 
a imagem institucional, maior patrimônio de uma Escola. 
 
Todas essas competências que abordamos estão separadas nesse texto por questões 
didáticas. No entanto, elas se inter-relacionam e se atravessam mutuamente, 
requerendo uma atenção constante para que sua articulação se dê de forma fluente e 
significativa para alunos, professores, gestores e para todos os demais componentes 
da rede escolar. 
 
O papel da informática no processo educacional 
 
A informática só deve ser inserida no processo educacional caso venha trazer 
mudanças significativas. Fundamentalmente, para que essa inserção seja positiva, ela 
deve buscar possibilitar e desenvolver de forma planejada e integrada as diversas 
competências abordadas acima. 
 
Para o aluno, a informática traz as informações que lhe possibilitarão desenvolver sua 
competência avaliativa e sua competência relacional, possibilitando com isso o 
desenvolvimento de sua competência social. 
 
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27 
Entretanto, é preciso que as informações trazidas pelos procedimentos informatizados 
não sejam trabalhadas quantitativamente, pois senão voltamos ao velho paradigma e 
teremos um uso indesejável dos recursos eletrônicos, que só encarecerá o processo. 
Instrumentos novos são feitos para produzir efeitos novos que venha colaborar com os 
objetivos comuns. Senão é melhor nem vir. 
 
Para os professores, por exemplo, a Internet facilita a ampliação de sua competência 
teórica através da disponibilização de pesquisas e informação relevante para sua 
formação. Auxilia igualmente em sua competência aplicada ao otimizar seu trabalho de 
transformação teórica em material significativo para o aluno, através das ferramentas 
de apresentação que facilitam a visualização e sistematização de conteúdos a serem 
problematizados em sala de aula, através do uso mais instrumental da máquina. 
Aumentam o escopo das possibilidades de troca de informação interpessoal através do 
correio eletrônico e da disponibilização do material em homepages na rede, 
fomentando a aprendizagem cooperativa, assíncrona e à distância. A interação social 
potencializa o desenvolvimento de sua competência afetiva. O processo de 
informatização, por fim, auxilia o professor em sua integração institucional através das 
facilidades dos sistemas de gerenciamento e gestão escolar informatizados. 
 
Quanto aos gestores, a informática vem trazer a possibilidade da democratização da 
informação que irá auxiliar no processo decisório coletivo. A democratização da 
informação é sem dúvida umas das formas mais eficientes de alteração na estrutura 
social de uma comunidade. Vemos diariamente exemplos de como uma sociedade 
informada pode controlar abusos indesejáveis por parte de alguns de seus membros. 
Sabemos que nos regimes autoritários a primeira liberdade a ser sacrificada é a 
liberdade de expressão e de acesso à informação, através de censura direta ou 
políticas de silenciamentos (ORLANDI 1995). 
 
Daí que enfatizamos a crescente responsabilidade do gestor no contexto atual. 
 
É no nascer do processo educacional que se define sua personalidade, processo esse 
que é construído coletivamente quando e somente quando há espaço para construção. 
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É preciso que gestores, além de gerir, gestem igualmente, dando sustentação ao filho 
no próprio organismo que comanda. 
 
Os problemas do sistema educacional que encontramos na Escola de hoje devem ser 
entendidos como sintomas de uma incapacidade de possibilitar o desenvolvimento de 
competências por parte dos agentes do processo. Um professor sem oportunidade de 
qualificação e educação continuada e com uma remuneração que não lhe dá retorno 
profissional satisfatório dificilmente vai desenvolver sua competência teórica 
(consequentemente prejudicando a aplicada) e sua competência afetiva. Essa 
competência afetiva pode ser prejudicada também pela manutenção do discurso 
autoritário que tem caracterizado nossa Escola, quando na verdade o que desejamos é 
um discurso polêmico (no sentido de não haver hegemonia de sentidos), em que haja 
reversão de papéis (ORLANDI 1996), num processo em que o professor de repente 
seja aquele que aprende, como diz Guimarães Rosa em Grandes Sertão. 
 
O comportamento indesejável e rebelde do aluno, que se distancia do processo de 
ensino, deve igualmente ser observado não a partir de um modelo punitivo, mas 
preventivo. Seu comportamento é como uma febre que avisa que há algo errado com o 
corpo e que precisa ser visto. Não se deve combater a febre sem que se pergunte o 
que está causando o aumento de temperatura, sob o risco de ela voltar mais forte e de 
ser tarde demais para analisar o problema. Será que para o aluno sua ausência do 
processo não se deve à sua ausência no processo? Isto é: será que o fato de estar 
alheio às questões pedagógicas não é um efeito das questões pedagógicas não o 
levarem consideração em sua discussão? Será que os processos definidos não estão 
minando a competência avaliativa e relacional de nosso aluno através de um ensino 
pouco ou nada significativo? 
 
À gestão escolar devem ser feitas perguntas da mesma natureza. Qual é a política 
educacional e administrativa que possuímos? Há transparência sobre essas políticas 
para os demais coagentes ou sua participação se resume em por em prática o que é 
definido verticalmente, num ciclo que se repete em sala da aula através de um 
comportamento igualmente vertical por parte do professor? Como anda nossa 
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competência política? E a competência afetiva, fundamental como laço social na era da 
informação? Voltamos a afirmar: mais informação gera a necessidade de tornar essa 
informação significativa através de processos relacionais que são possibilitados pelas 
relações sociais. Se as relações sociais estão em risco, o processo nem se inicia ou se 
inicia de forma descompassada com as demandas conjunturais. Por fim, devemos 
como gestores sempre nos perguntar sobre nossa competência administrativa, que é o 
resultado da capacidade de harmonizar as outras competências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A educação básica ou ensino básico é o nível de ensino correspondente aos primeiros 
anos de educação escolar ou formal. Esta denominação corresponde ao sistema educativo 
que o ministra, a um conjunto específico de anos de escolaridade, correspondendo, na 
generalidade dos casos, aos primeiros quatro a nove anos. 
 
De acordo com a Classificação Internacional Normalizada da Educação (ISCED), a 
educação básica inclui: Primeiro estágio ou educação primária: correspondente à 
aprendizagem básica da leitura, da escrita e das operações matemáticas simples; 
Segundo estágio ou ensino secundário inferior: correspondente à consolidação da leitura 
e da escrita e às aprendizagens básicas na área da língua materna, história e 
compreensão do meio social e natural envolvente. 
 
Alguns sistemas educativos, em particular os de países em desenvolvimento, incluem na 
educação básica a educação pré-escolar e os programas de ensino de segunda 
oportunidade destinados à alfabetização de adultos dando oportunidade ao educando que 
não frequentaram no ensino regular possam concluir com objetivo de uma educação 
para todos e assim melhorar o seu desenvolvimento social. 
 
Num contexto mais genérico, "educação básica" designa o conjunto de atividades 
educativas, formais, não formais e informais, destinadas a satisfazer as necessidades 
básicas de aprendizagem, em geral correspondentes aos primeiros estágios do 
processo de alfabetização. 
 
No Brasil, a educação básica compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o 
ensino médio, e tem duração ideal de dezoito anos. É durante este período de vida 
escolar que toma-se posse dos conhecimentos mínimos necessários para uma 
cidadania completa. Serve também para tomada de consciência sobre o futuro 
profissional e área do conhecimento que melhor se adapte. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_b%C3%A1sica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_escolar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_formal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_educativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_Internacional_Normalizada_da_Educa%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/ISCED
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_prim%C3%A1ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_b%C3%A1sica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_secund%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_em_desenvolvimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_pr%C3%A9-escolar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_b%C3%A1sica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_infantil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_fundamental
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensino_m%C3%A9dio
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O uso da tecnologia na educação básica está assim fortemente presente no discurso 
educacional oficial, e já deve ter sido incorporado ao discurso de professores da 
educação básica. 
 
Avanços na passagem do discurso curricular para a prática efetiva em sala de 
aula são pequenos e incipientes. Uma das principais queixas dos professores 
brasileiros é a dificuldade de acesso à tecnologia nas escolas. Não há dados 
disponíveis de levantamentos nacionais sobre o número de computadores, de 
calculadoras e de outros equipamentos por escolas. Nos EUA apesar da alta relação 
computador/aluno o uso educacional de computadores para ensinar ciências ou 
matemática é ainda baixo (BECKER, 2001). 
 
A superação das barreiras para o uso efetivo de tecnologia nas escolas depende de 
dois movimentos paralelos: do professor enquanto sujeito, no sentido de se formar 
para uma incorporação tecnológica, e do sistema educacional, enquanto responsável 
pela implantação das condições de incorporação da tecnologia na escola. 
 
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE 
EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
O desenvolvimento das novas tecnologias de informaçãoe comunicação provoca 
mudanças na sociedade em todas as áreas, inclusive, na educação. 
 
Sabe-se que a escola, na tentativa de acompanhar as mudanças que ocorrem na 
sociedade, busca conectar-se ao uso da tecnologia, adaptando-se para atender às 
demandas sociais, porém, o uso do computador em algumas escolas baseia-se no 
simples fato de ensinar o manuseio técnico da máquina. 
 
Quanto ao professor, para utilizar o computador como ferramenta educacional, 
necessita de uma formação que o capacite para o desempenho de atividades que 
contribuam para a construção do conhecimento do aluno. Entre os vários fatores que 
afetam a utilização do computador na escola, como ferramenta pedagógica, é a 
qualidade do professor. Os professores precisam entender que a entrada da 
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sociedade na era da informação exige habilidades que não têm sido desenvolvidas na 
escola, e que a capacidade das novas tecnologias de propiciar aquisição de 
conhecimento individual e independente implica num currículo mais flexível, desafia o 
currículo tradicional e a filosofia educacional predominante, e depende deles a 
condução das mudanças necessárias. 
 
Evidencia-se, portanto, que as exigências à educação pela era da informação tornam-
se grandes desafios para os professores e muitos deles se encontram despreparados 
para fazer uso das novas tecnologias. 
 
A formação do professor não tem acompanhado o avanço tecnológico porque as 
mudanças pedagógicas são difíceis de serem assimiladas e implantadas na escola. 
Outra dificuldade é que a velocidade das mudanças da informática exige muito mais do 
professor, o que acaba deixando-o estático diante dessas mudanças. Sabe-se, 
contudo, que a introdução do computador na educação tem auxiliado no processo de 
ensino e de aprendizado, mas o resultado tem sido pouco observado na prática e a 
educação formal continua essencialmente inalterada. 
 
Nesta perspectiva, a sociedade do conhecimento requer pessoas criativas e com 
capacidade para criticar construtivamente. Para isso, a preparação do professor é 
fundamental para que a educação deixe de ser baseada na transmissão da informação 
e seja baseada na construção do conhecimento. Assim, o professor necessita ser 
formado para tornar-se o facilitador, o mediador, dessa construção de conhecimento do 
aluno. 
 
O advento do computador na educação, segundo Valente (1993, p. 24), “provocou o 
questionamento dos métodos e da prática educacional [...] provocou insegurança em 
alguns professores menos informados que receiam e refutam o uso do computador na 
sala de aula”. 
 
Percebe-se, entretanto, que um dos motivos que dificultam as experiências inovadoras 
a não se instituírem na escola é a resistência dos professores e, certamente, o maior 
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desafio é como preparar o professor que está sendo chamado a incorporar os recursos 
tecnológicos em seu fazer pedagógico. O computador pode provocar uma mudança de 
paradigma pedagógico, no entanto Valente (1999) ressalta que existem diferentes 
maneiras de usar o computador na educação. 
 
Uma maneira é informatizando os métodos tradicionais de instrução. Do ponto de vista 
pedagógico, esse seria o paradigma instrucionista. No entanto, o computador pode 
enriquecer ambientes de aprendizagem onde o aluno, interagindo com os objetos 
desse ambiente, tem chance de construir o seu conhecimento. Nesse caso, o 
conhecimento não é passado para o aluno. O aluno não é mais instruído, ensinado, 
mas é o construtor do seu próprio conhecimento. Esse é o paradigma construcionista 
onde a ênfase está na aprendizagem ao invés de estar no ensino; na construção do 
conhecimento e não na instrução (VALENTE, 1999, p. 24-25). 
 
Vale ressaltar que na perspectiva tradicional, a informação era transmitida sem sofrer 
transformação ou adaptação. Este mecanismo prejudica o processo de aprendizagem 
do aluno, porque ele recebe a informação e não a assimila por não encontrar 
significado nela. A perspectiva construtivista propõe que o aluno seja visto como ser 
em desenvolvimento, ser ativo e capaz de construir o novo. 
Esse processo ocorre por meio de experiências com o objeto de conhecimento no qual 
o aluno promove o seu processo de desenvolvimento. 
 
Essa proposta construtivista, muitas vezes, não é desenvolvida nos laboratórios de 
informática porque o professor realiza atividades que impede o aluno de construir seu 
conhecimento, visto que ele recebe a tarefa pronta e não percorre o caminho 
necessário para alcançar a aprendizagem. Com isso, evidencia-se que o professor não 
tem a formação necessária em uma proposta pedagógica que a sustente. 
 
Observa-se na área educacional o paradigma instrucionista sendo caracterizado, 
erroneamente, como construtivista no sentido piagetiano. Na noção de construcionismo 
existem duas ideias que contribuem para que esse tipo de construção de 
conhecimento seja diferente do construtivismo de Piaget. 
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Primeiro, o aprendiz constrói alguma coisa, ou seja, é o aprendizado através do fazer, 
do “colocar a mão na massa”. Segundo, o fato de o aprendiz estar construindo algo do 
seu interesse e para o qual ele está bastante motivado. O envolvimento afetivo torna a 
aprendizagem mais significativa (VALENTE, 1999, p. 33). 
 
Para que o processo construcionista ocorra é preciso que o professor assuma essa 
teoria pedagógica que sustentará seu trabalho e servirá de orientação ao aluno. Este 
ambiente de aprendizagem precisa ser rico em atividades e ações, as quais são 
proporcionadas pelo professor. 
 
Portanto, é diferente da aprendizagem tradicional em que a informação é passada, 
transmitida pelo professor, e o aluno não constrói seu conhecimento, apenas interioriza 
quando há interesse, caso não, descarta. É preciso permitir ao aluno, em um ambiente 
informatizado, construir e não apenas responder à programação, mas fazer e 
programar. 
 
É o aluno que comanda o computador e não o computador que comanda o aluno. 
Assim, a abordagem construcionista valoriza as estruturas cognitivas, busca meios 
para que a aprendizagem ocorra, por meio de ações, discussões, interações com o 
objeto de estudo. 
 
É necessária uma metodologia diferente da abordagem tradicional em um ambiente 
informatizado. O construcionismo é uma nova abordagem de uso educacional do 
computador voltado ao processo de aprendizagem do aluno, que interage com o 
computador, na busca de compreender, analisar e resolver situações problemas. 
 
A referida autora menciona que a interação do aluno com o computador pode ocorrer 
de duas maneiras: sozinho ou com a participação de outras pessoas, que pode ser o 
professor. No entanto, o professor precisa atuar em uma concepção construcionista, ou 
seja, instigar, desafiar o aluno a procurar e experimentar ações que contribuam para a 
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sua construção do conhecimento. Neste contexto, a abordagem tradicional não condiz 
com o perfil de sujeito a se formar. 
 
Portanto, o professor que atua nessa concepção precisa conscientizar-se de que sua 
prática pedagógica não esta mais atendendo à necessidade de seus alunos. Assim, é 
preciso que sejam oferecidas ao aluno condições em que ele possa experimentar 
situações, construir ações para torná-lo mais flexível, criativo e crítico. Pelo exposto, 
entende-se que a compreensão é fruto da interação do aluno com o objeto. 
 
Os objetos e atividades deverão estimular o aluno para que possa estar envolvido com 
o que faz. Portanto, a abordagem construcionista valoriza as estruturas cognitivas do 
aluno, busca meios para que a aprendizagem ocorra, por meio de ações e interações 
com o objeto de estudo. 
 
Diante disso, o ambiente informatizado na perspectiva construcionista propõe ao aluno 
construir e reconstruir o seu conhecimento por meio das informações do mundo 
exterior. O computador passa a ser a ferramenta educacional que possibilita a 
construção do conhecimento. O professor assume o papel fundamental de auxiliar o 
aluno, ser o facilitador da aprendizagem. 
 
O computador não deve ser inserido na educação como uma máquina de ensinar. 
Deve ser visto pelo professor como uma ferramenta a ser dominada, programada, que 
apresenta desafios para o aluno na construção do conhecimento. A formação do 
professor precisa ser interligada com a perspectiva construcionista e a falta dessa 
formação, como evidenciamos, tem prejudicado o desenvolvimento de muitos alunos. 
 
Observa-se, contudo, que a maioria dos professores acredita que o computador pode 
tomar o seu lugar na sala de aula, outros temem o seu manuseio e resistem ao seu 
uso, com isso, persistem em utilizar a concepção tradicional para ensinar. 
 
Estudos realizados acerca do uso do computador em sala de aula mostram que a 
maioria das escolas dispõe de laboratórios de informática para serem utilizados 
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pedagogicamente pelos professores e alunos. No entanto, observa-se que o problema 
de não utilizar o computador não está na falta de equipamentos, mas em professores 
que busquem atender seus alunos no ambiente informatizado. 
 
É evidente que os professores precisam romper com práticas arcaicas e repensar o 
fazer pedagógico com práticas inovadoras, como um profissional crítico, questionador 
de sua própria prática. No contexto de uma sociedade tecnológica, a educação exige 
uma abordagem diferenciada. 
 
O objetivo principal do professor é promover a aprendizagem. Por isso, é 
imprescindível que os professores percebam a necessidade de se apropriarem das 
novas tecnologias de forma crítica, criativa e construtiva. O professor deve assumir 
novas tarefas e responsabilidades, novos conhecimentos, comportamentos e atitudes 
que modifiquem sua prática pedagógica. 
 
O emprego do computador no processo pedagógico exige do professor uma reflexão 
crítica. Refletir criticamente sobre o valor pedagógico da informática significa também 
refletir sobre as transformações da escola e repensar o futuro da educação. Além 
disso, dentro do contexto computacional, é preciso que o professor reflita sobre a sua 
prática pedagógica, eleja uma forma de usar o computador que propicie mudanças no 
paradigma educacional. 
 
É essencial, portanto, que o professor assuma uma ação pedagógica que promova a 
construção de conhecimentos pelo aluno e incorpore a sua prática uma abordagem 
construcionista. 
A relação entre tecnologia e educação básica é permeada de grandes projetos e 
grandes decepções. A tecnologia complexa, por sua vez, compreende todo o sistema 
de pessoas e recursos que se reúnem ao longo do tempo para que os dispositivos 
cheguem às mãos dos usuários, aliados às relações e condições que os sustentam. 
 
O interesse do aluno, quase sempre, é pelo dispositivo ao qual ele não tem acesso em 
casa. Mas se não for sustentado por práticas educacionais coerentes, o interesse é 
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efêmero e pouco se relacionará aos objetivos educacionais propostos. Em educação, 
só existe tecnologia complexa. É aquela que não passa a esmo de entraves que 
historicamente rondam a relação entre mercado, políticas públicas, políticas 
educacionais e inovação tecnológica. 
 
Não surpreende, portanto, que pais cada vez mais busquem cursos de informática para 
seus filhos desde o ensino infantil, com vistas a um diferencial para o futuro mercado 
de trabalho. É nesse caso que se inserem os projetos de tecnologias educacionais que 
prometem preparar os alunos para o mercado de trabalho e promovem a ascensão 
social através de competências instrumentais com a tecnologia. 
 
É importante lembrar que a perspectiva de transformação da educação por meio da 
tecnologia caminha junto com a ideia de que a escola precisa espelhar a sociedade e a 
“realidade dos alunos” que, em geral, é pouco compreendida por quem faz as políticas 
e promove e desenvolve os dispositivos. 
 
Tecnologias sempre trouxeram a promessa de inovações educacionais porém, as 
escolas, tendem a incorporá-las de maneira a não modificar substancialmente seu 
modo de trabalho. Quando chegam às escolas, os recursos tecnológicos tendem a ser 
absorvidos e utilizados de maneira complementar ou suplementar às práticas já 
existentes. 
 
A reflexão de um educador da década de 50 já apresenta esse dilema: 
“Projetores, televisores, fonógrafos e gravadores estão encontrando seu espaço em 
escolas e colégios americanos. Recursos audiovisuais podem suplementar ou 
suplantar palestras, demonstrações, e livros didáticos. Ao fazê-lo, eles podem servir 
para uma função exercida pelo professor: eles apresentam material ao aluno, e quando 
obtêm sucesso, o fazem com tanta clareza e de maneira tão interessante que os 
alunos aprendem. Há uma outra função para a qual eles contribuem pouco ou nada. 
Isso pode ser melhor evidenciado na troca que acontece entre professores e alunos 
em pequenos grupos ou tutoria. Muito dessa troca já foi sacrificada na educação 
americana para que se possa ensinar grupos numerosos de alunos. Há grande perigo 
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de que essa troca seja completamente obscurecida se a prática de usar equipamento 
feito simplesmente para apresentar material se difundir. O aluno se torna cada vez 
mais um passivo receptor de instrução”, diz Skinner (1958, p. 969). 
 
As transformações didáticas e melhorias de aprendizado que esperamos em sala de 
aula são dependentes das reformas que acontecem não só dentro da sala de aula, 
mas também das práticas regionais e nacionais. O sucesso da implementação de um 
laboratório de computadores em uma escola é tanto consequência das atitudes de um 
professor quanto da gestão que organiza o seu uso. Ignorar esses fatores ou tomá-los 
como unidades isoladas e esperar resultados sofisticados nas práticas educacionais no 
prazo de alguns poucos anos é, no mínimo, ingênuo. 
 
Há um discurso que promove a necessidade de incluir sempre

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