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Ezequiel (MHenry)

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EZEQUIEL 
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 Introdução 
 Capítulo 1 Capítulo 13 Capítulo 25 Capítulo 37 
 Capítulo 2 Capítulo 14 Capítulo 26 Capítulo 38 
 Capítulo 3 Capítulo 15 Capítulo 27 Capítulo 39 
 Capítulo 4 Capítulo 16 Capítulo 28 Capítulo 40 
 Capítulo 5 Capítulo 17 Capítulo 29 Capítulo 41 
 Capítulo 6 Capítulo 18 Capítulo 30 Capítulo 42 
 Capítulo 7 Capítulo 19 Capítulo 31 Capítulo 43 
 Capítulo 8 Capítulo 20 Capítulo 32 Capítulo 44 
 Capítulo 9 Capítulo 21 Capítulo 33 Capítulo 45 
 Capítulo 10 Capítulo 22 Capítulo 34 Capítulo 46 
 Capítulo 11 Capítulo 23 Capítulo 35 Capítulo 47 
 Capítulo 12 Capítulo 24 Capítulo 36 Capítulo 48 
 
Introdução 
Ezequiel foi um dos sacerdotes levados ao cativeiro caldeu com 
Joaquim. Todas as suas profecias foram entregues neste país, em alguma 
parte no norte da Babilônia. Seu principal objetivo era consolar os seus 
irmãos cativos. Foi ordenado a que os advertisse sobre as espantosas 
calamidades que sobreviriam à Judéia, particularmente aos falsos 
profetas e às nações vizinhas. Também, para anunciar a futura 
restauração de Israel e de Judá, de suas várias dispersões e de seu estado 
de felicidade em seus dias posteriores, sob o reinado do Messias. Há 
muito de Cristo neste livro, especialmente em sua conclusão. 
 
Ezequiel 1 
Versículos 1-14: A visão que Ezequiel tem de Deus e da hoste 
angelical; 15-25: A conduta da divina providência; 26-28: A revelação 
do Filho do Homem em seu trono celestial. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 2 
Vv. 1-14. É um ato de misericórdia quando nos trazem a Palavra de 
Deus, e é nosso dever atendê-la com diligência quando estamos aflitos. 
A voz de Deus veio com plenitude de luz e poder pelo Espírito Santo. 
Estas visões parecem ter sido enviadas para possuir a mente do profeta 
com grandes e elevados pensamentos de Deus, para golpear os pecadores 
com terror e falar de consolo àqueles que temiam a Deus e se 
humilhavam. 
Nos versículos 4-14, está a primeira parte da visão; representa a 
Deus atendido e servido por uma vasta companhia de anjos, todos seus 
mensageiros, ministros que executam as suas ordens. Esta visão 
impressionaria a mente com exagero e temor solene do 
descontentamento divino, ainda que suscitando expectativas de bênçãos. 
o fogo está rodeado de glória. Ainda que o busquemos, não poderíamos 
contemplar a Deus em toda a sua plenitude, mas vemos o esplendor que 
o rodeia. A semelhança dos seres viventes sai do meio do fogo; os anjos 
recebem de Deus tanto o seu ser como o seu poder; têm o entendimento 
do homem e muito mais. Um leão se destaca em força e ousadia. 
Um boi se destaca em diligência e paciência, no cumprimento 
infatigável do trabalho que faz. A águia se destaca pela rapidez, ótima 
visão e por voar muito alto, e os anjos, que superam os homens em todos 
estes aspectos, são representados com este parecer. os anjos têm asas, e 
qualquer coisa que Deus lhes ordena fazem prontamente. Eles estão 
elevados, firmes e constantes. Não tinham asas somente para se 
locomoverem, mas tinham mãos para agir. Muitas pessoas são rápidas, 
alas não ativas; se apressam, porém, sem fazer nada com propósito; têm 
asas, mas faltam-lhes mãos. Contudo, onde quer que as asas dos anjos os 
levassem, tinham suas mãos consigo, para fazer o que o seu dever 
requeria. Qualquer que fosse o serviço que os ocupava, iam direto a eles, 
um de cada vez. Quando andamos direito, vamos adiante, e quando 
servimos a Deus com um só coração fazemos a obra. Eles não se 
voltavam quando iam; não cometiam erros, e a sua obra não precisava 
ser feita novamente. Não deixavam o seu trabalho para se entreterem 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 3 
com qualquer outra coisa, e iam aonde o Espírito de Deus queria que 
fossem. 
O profeta viu a estes seres viventes por sua própria luz, porque o 
seu aspecto era como brasas de fogo; são serafins ou "ardentes" o que 
denota o ardor de seu amor por Deus e o fervente zelo por seu serviço. 
Podemos aprender proveitosas lições dos temas a que podemos ter 
acesso ou entender completamente. Atendamos as coisas relacionadas à 
nossa paz e dever, e deixemos as coisas secretas ao único Senhor ao qual 
pertencem. 
Vv. 15-25. A providência, representada pelas rodas, produz 
mudanças. Às vezes um raio da roda está acima, às vezes outro, mas o 
movimento da roda sobre o seu próprio eixo é uniforme e constante. Não 
devemos desfalecer quando estivermos em adversidades; as rodas giram 
e nos levantarão no momento devido, enquanto aqueles que presumem 
que serão prósperos não sabem quão sujeitos estão a serem 
repentinamente derrubados. A roda está próxima dos seres viventes; os 
anjos são encarregados como ministros da providência de Deus. O 
Espírito dos seres viventes estava nas rodas; a mesma sabedoria, poder e 
santidade de Deus, que dirige e governa os anjos, ordena por eles tudo o 
que acontece no mundo. As rodas tinham quatro rostos; isso denotava 
que a providência de Deus é exercida em todas as partes. 
Observe que a roda da providência tem, de todos os ângulos, um 
rosto voltado para você. Seu aspecto e obra eram como de uma roda em 
meio a outra roda. As disposições da providência nos parecem obscuras, 
confusas e são inumeráveis, mas todas estão sabiamente ordenadas para 
o melhor. 
O movimento das rodas era uniforme, regular e constante. 
Andavam conforme o Espírito lhes mandava, portanto não retornavam. 
Se seguirmos a direção do Espírito Santo, não precisaremos desfazer 
aquilo que fizemos de forma errada, por nos arrependermos. os aros e as 
bordas das rodas eram tão grandes, que, quando se movimentaram, o 
profeta temeu olhar para eles. A consideração da altura e da 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 4 
profundidade dos conselhos de Deus deve nos deixar perplexos e com 
assombro. Estavam cheias de olhos em seus contornos. os movimentos 
da providência, são todos dirigidos pela sabedoria infinita. Todas as 
ações estão determinadas pelos olhos do Senhor, que estão em todas as 
partes contemplando o mal e o bem; não existe algo tal como a sorte e a 
fortuna. o firmamento de cima era como cristal, glorioso, mas de forma 
terrível. isto que consideramos ser uma nuvem negra, para Deus é claro 
como o cristal, através do qual Ele vê todos os habitantes da terra. 
Quando os anjos despertaram para um mundo desconsiderado, eles 
baixaram as suas asas para que se ouvisse claramente a voz de Deus. A 
voz da providência serve para abrir os ouvidos dos homens para a voz da 
Palavra. Os sons da terra devem despertar a nossa atenção para a voz do 
céu, pois como escaparemos se nos afastarmos daquEle que fala de lá? 
Vv. 26-28. O Filho eterno, a Segunda Pessoa da Trindade, que um 
dia tomou a natureza humana, é denotado aqui. A primeira coisa que se 
observa é um trono; um trono de glória, de graça, de triunfo, um trono de 
governo e de juízo. É bom para os homens que o trono, acima do 
firmamento, esteja repleto com a presença de alguém que mesmo ali se 
mostre exteriormente semelhante ao homem. O trono está rodeado por 
um arco-íris, o bem conhecido sacramento do pacto, que representa a 
misericórdia e o amor pactuado de Deus com o seu povo. O fogo da ira 
de Deus estava irrompendo contra Jerusalém, mas seriam colocados 
(imites a ele; Ele olharia por cima do arco e se lembraria do pacto. 
Tudo o que o profeta contemplou serviu somente a fim de prepará-
lo para o que iria ouvir. Quando caiu prostrado sobre o seu rosto, ouviu a 
voz de Deus. Deus se deleita em ensinar o humilde. Então, que os 
pecadores se humilhem diante dEle. Que os crentes pensem em sua 
glória paraserem, aos poucos, transformados à sua imagem pelo Espírito 
do Senhor. 
 
 
 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 5 
Ezequiel 2 
Versículos 1-5: É ordenado ao profeta aquilo que deve fazer. 6-10: 
Ele é exortado a ser corajoso, fiel e devoto. 
Vv. 1-5. Para que Ezequiel não se envaidecesse com a abundância 
de revelações, é chamado de filho do homem, criatura fraca e mortal. 
Como Cristo era habitualmente chamado de Filho do homem, esta 
também foi para Ezequiel uma distinção honrosa. 
A postura de Ezequiel mostra reverência, mas levantar-se seria uma 
postura de maior aptidão e vontade para entrar em ação. Deus falará 
conosco quando estivermos prontos para fazer aquilo que Ele nos 
ordena. Como Ezequiel não possuía força própria, o Espírito entrou nele. 
Deus, por sua graça, se agrada em realizar em nós aquilo que requer de 
nós. O Espírito Santo nos coloca de pé, inclinando as nossas vontades ao 
nosso dever. Assim, pois, quando o Senhor chama o pecador para que se 
desperte e atenda os interesses de sua alma, o Espírito de vida e graça 
traz o chamado. Ezequiel é enviado aos filhos de Israel com uma 
mensagem. Muitos poderiam tratar esta mensagem com desprezo, mas 
deveriam saber, pelo acontecimento, que um profeta lhes fora enviado. 
Deus será glorificado e a sua Palavra honrada, para que seja sabor de 
vida para a vida, ou de morte para a morte. 
Vv. 6-10. Aqueles que desejam servir a Deus não devem temer aos 
homens. os ímpios são como cardos e espinhos, mas estão preparados 
para a maldição, e o seu fim é serem queimados. O profeta deve ser fiel 
às almas daqueles para os quais foi enviado. Todos aqueles que falam da 
parte de Deus ao próximo devem obedecer a sua voz. Tomar consciência 
do pecado e das advertências da ira deve ser motivo de lamento. Aqueles 
que estão familiarizados com a Palavra de Deus perceberão claramente 
que ela está cheia de ais para os pecadores não arrependidos; e que todas 
as promessas preciosas do Evangelho são para os servos crentes e 
arrependidos do Senhor. 
 
 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 6 
Ezequiel 3 
Versículos 1-11: A preparação do profeta para realizar a obra; 12-
21: O seu ofício, como o de um atalaia ou sentinela; 22-27: A restrição e 
a restauração de sua fala. 
Vv. 1-11. Ezequiel ia receber as verdades de Deus como alimento 
para a sua alma, ia alimentar-se delas por fé e seria fortalecido. As almas 
na graça podem receber essas verdades de Deus com deleite, ainda que 
falem de terror ao ímpio. Deve falar tudo o que Deus lhe falou, e 
somente isso. Como podemos expressar da melhor maneira o 
pensamento de Deus, do que com as suas próprias Palavras? 
Se estava desiludido com o seu povo, não deveria estar ofendido. os 
ninivitas foram alcançados pela pregação de Jonas, enquanto Israel não 
se humilhava nem se consertava. 
Deixemos isto para a soberania divina, crendo que o Senhor tem 
juízos insondáveis. Eles não consideraram a palavra do profeta porque 
também não consideravam a vara de Deus, mas Deus promete fortalecer 
seu servo. Ele deve continuar com fervor e pregar, não importa qual seja 
o resultado. 
Vv. 12-21. Esta missão fez com que os santos anjos se 
regozijassem. Tudo isto para convencer a Ezequiel que o Deus que o 
enviava tinha poder para sustentá-lo em sua obra. 
Estava triste pelos pecados e misérias do seu povo, e sobressaltado 
pela glória da visão que tinha visto. Por mais doce que seja o retiro, a 
meditação e a comunhão com Deus, o servo do Senhor deve se preparar 
para servir à sua geração. o Senhor disse ao profeta que o havia nomeado 
como atalaia da casa de Israel. Se advertirmos o ímpio, a culpa pela sua 
destruição não nos será atribuída. 
Ainda que tais passagens se refiram ao pacto nacional com Israel, 
são igualmente aplicáveis ao estado final de todos os homens em cada 
dispensação. Não devemos somente alentar e consolar aqueles que 
parecem ser justos, mas adverti-los também, porque muitos têm se 
tornado altivos e seguros, têm caído, e até morrido em seus pecados. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 7 
Então, os ouvintes do Evangelho desejarão ouvir advertências e até 
reprovações. 
Vv. 22-27. Podemos admitir que temos para sempre dívida com o 
Senhor Jesus Cristo, pela mediação feita por Ele para gozarmos o 
abençoado relacionamento entre Deus e o homem; o crente verdadeiro 
dirá: Nunca estou menos só do que quando estou sozinho. Quando o 
Senhor abriu os lábios de Ezequiel, ele entregaria diretamente a 
mensagem, exporia a vida e a morte, a bênção e a maldição diante do 
povo, e deixaria que escolhessem. 
 
Ezequiel 4 
Versículos 1-8: O cerco de Jerusalém; 9-17: A fonte que os 
habitantes passarão. 
Vv. 1-8. O profeta iria representar por sinais o cerco de Jerusalém. 
Teria que se deitar sobre o seu lado esquerdo por uma quantidade de 
dias, que seria igual ao número de anos em que a sua idolatria fora 
estabelecida. Tudo o que o profeta coloca diante dos filhos de seu povo, 
sobre a destruição de Jerusalém, serve para mostrar que o pecado é a 
causa da destruição daquela que anteriormente foi uma próspera e 
florescente cidade. 
Vv. 9-17. O pão que era o sustento de Ezequiel teria que ser feito 
com uma mistura de grãos grossos e sementes de legumes, raramente 
usados, salvo em casos de extrema escassez, e ele só poderia tomar uma 
pequena quantidade dele. Assim, era figurado o extremo a que os judeus 
seriam reduzidos durante o cerco e o cativeiro. 
Ezequiel não roga: Senhor desde a minha juventude tenho sido 
criado com regalias e nunca fui acostumado a algo assim; contudo, sua 
criação jamais permitiria comer nada proibido pela lei. 
É um consolo para nós, quando somos levados a sofrer dificuldades, 
o nosso coração possa testificar que sempre temos sido cuidadosos em 
evitar toda a aparência do mal. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 8 
Observe quão lamentável é a obra que o pecado faz, e 
reconheçamos a justiça de Deus aqui. Abusaram da abundância que 
possuíam até ao luxo e ao excesso, e foram castigados com a fome. 
Quando os homens não servem a Deus com alegria na abundância de 
todas as coisas, Deus os fará servir aos seus inimigos na escassez de 
todas as coisas. 
 
Ezequiel 5 
Versículos 1-4: Um tipo de cabelo mostra os juízos que sobrevirão 
aos judeus; 5-17: Juízos espantosos são declarados. 
Vv. 1-4. O profeta deve cortar os cabelos de sua cabeça e barba, 
significando a reprovação e o abandono absoluto de Deus ao povo. Uma 
parte deve ser queimada no meio da cidade, denotando que multidões 
morrerão de fome e pestilências, outra parte deveria ser cortada em 
pedaços, representando os muitos que iriam morrer pela espada. Uma 
terceira parte teria que ser lançada ao vento para denotar o traslado de 
alguns à terra do conquistador, e a fuga de outros aos paises vizinhos, em 
busca de refúgio. Uma pequena quantidade da terceira parte do cabelo 
deveria ser atada à túnica do profeta, como algo de que se cuida muito. 
Porém, poucos [eram reservados. A qualquer refúgio que os pecadores 
fujam, o fogo e a espada da ira de Deus os consumirá. 
Vv. 5-17. A sentença ditada contra Jerusalém é terrível, e a maneira 
de expressá-la torna-a ainda mais terrível. Quem é capaz de permanecer 
diante da vista de Deus quando Ele está irado? 
Os que vivem e morrem sem arrependimento perecerão sem 
piedade para sempre; chegará o dia em que o Senhor nos salvará. Que 
ninguém deseje mudar os estatutos do Senhor e tenha esperanças de 
escapar do que acontecerá a Jerusalém. Que nos proponhamos a adornar 
as doutrinas do Senhor em todas as coisas. Cedo ou tarde, a Palavra de 
Deus se mostrará verdadeira. 
 
 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 9 
Ezequiel 6 
Versículos 1-7: Os juízos divinos por causa da idolatria; 8-10: Um 
remanescente será salvo; 11-14: As calamidades que serão lamentadas. 
Vv. 1-7. A guerra destrói pessoas, lugares e coisas que se estimam 
ser muito sagradas. Deus destrói a idolatria até pelasmãos dos próprios 
idolatras. É justo que Deus assole aquilo que idolatramos. As 
superstições nas quais muitos confiam para se sentirem seguros, costuma 
ser a causa de sua ruína. Aproxima-se o dia em que os ídolos e a idolatria 
serão totalmente destruídos na igreja que se professa cristã, como o 
foram de entre os judeus. 
Vv. 8-10. Um remanescente de Israel deverá ser deixado, e depois 
de um grande espaço de tempo, se lembrarão do Senhor, das suas 
obrigações para com Ele e de sua rebelião contra Ele. Os penitentes 
verdadeiros vêem que o pecado é algo abominável e odiado pelo Senhor. 
Aqueles que verdadeiramente aborrecem o pecado odeiam-se a si 
mesmos por praticarem-no. Dão glória a Deus por seu arrependimento. 
Qualquer coisa que leve os homens a se lembrarem de Deus e dos 
pecados cometidos contra Ele, deve ser considerados como uma bênção. 
 Vv. 11-14. O nosso dever é ser tocados não apenas com os nossos 
próprios pecados e sofrimentos, mas olhar com compaixão para as 
misérias que os ímpios causam a si mesmos. O pecado é algo desolador; 
portanto, andemos em temor e não pequemos. 
Se conhecermos o valor das almas e o perigo a que os incrédulos se 
expõem, consideraremos que todo o pecador, que se refugia da ira 
vindoura em Jesus, é uma grande recompensa por todo o desprezo ou 
oposição com que possamos nos deparar. 
 
Ezequiel 7 
Versículos 1-15: A desolação da terra; 16-22: A angústia dos 
poucos que escaparão; 13-27: O cativeiro. 
Vv. 1-15. O abrupto desta profecia e as muitas repetições mostram 
que o profeta estava profundamente afetado pela perspectiva destas 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 10 
calamidades. Tal será a destruição dos pecadores, porque ninguém pode 
evitá-la. Quem dera que a iniqüidade do ímpio terminasse antes que os 
consumisse! A angústia para o penitente é somente um mal, endurece os 
seus corações e move as suas corrupções, porém, existem aqueles para os 
quais a mesma angústia é santificada pela graça de Deus, e torna-se um 
meio de fazer-lhes muito bem. 
O dia da angústia real está próximo, e não é um simples eco ou 
rumor de problemas. Qualquer que seja o fruto dos juízos de Deus, o 
nosso pecado é a raiz deles. Estes juízos serão universais. Deus será 
glorificado em tudo. Agora é o dia da paciência e da misericórdia do 
Senhor, mas o tempo da angústia do pecador está próximo. 
Vv. 16-22. Mais cedo ou mais tarde, o pecado causará dor; e 
aqueles que não se arrependerem de seus pecados podem, em justiça, ser 
deixados para a destruição neles. Há muitos cuja riqueza é a sua 
armadilha e destruição; e ganhar o mundo significa a perda de suas 
almas. As riquezas não serão de nenhum proveito no dia da ira. A 
riqueza deste mundo não tem em si o que responderá aos desejos da alma 
ou não trará satisfação para ela no dia da angústia. O templo de Deus não 
lhes permitirá a entrada. Aqueles que não são governados por seu poder 
são indignos de ser honrados com a piedade. 
Vv. 23-27. Qualquer que infrinja os limites da lei de Deus será 
preso pelas cadeias dos seus juízos. Uma vez que eles se animam uns aos 
outros para pecar, Deus os desalentará. Todos serão angustiados quando 
Deus vier julgá-los conforme as suas deserções. Que o Senhor nos 
capacite a buscar a boa parte que não será tirada. 
 
Ezequiel 8 
Versículos 1-6. Idolatrias cometidas pelos reis dos judeus; 7-12: As 
superstições às quais os judeus eram devotos, o egípcio; 13, 14: O 
fenício; 15, 16: O persa; 17, 18: Quão mau é o pecado. 
Vv. 1-6. A gloriosa personagem que Ezequiel contemplou em visão 
pareceu tomá-lo, e foi levado em espírito a Jerusalém. Ali, no pátio 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 11 
interior do templo, havia um lugar preparado para um ídolo vil. Tudo foi 
apresentado em visão ao profeta. Deus se compraz em dar a um homem 
uma clara visão da sua glória e majestade, e de todas as abominações 
cometidas em uma cidade qualquer; então, este reconhecerá a justiça dos 
castigos mais severos que Deus inflige ali. 
Vv. 7-12. Abriu-se uma espécie de lugar secreto, onde o profeta viu 
criaturas pintadas nas paredes e muitos anciãos de Israel adorando diante 
delas. Nenhuma superioridade em assuntos mundanos preservará os 
homens da luxúria ou da idolatria, quando são entregues aos seus 
corações enganosos; os que rapidamente se cansam do serviço a Deus, 
costumam não reclamar pelo esforço nem pelos gastos originados por 
suas superstições. Quando os hipócritas se escondem detrás do muro de 
uma profissão de fé exterior, há uma ou outra escavação no muro, algo 
que os trai diante dos que olham com diligência. Há muita iniqüidade 
secreta no mundo. Eles crêem estar fora da vista de Deus, mas quando 
culpam o Senhor por seus pecados, estão maduros para a destruição. 
Vv. 13-18. O lamento anual por Tamuz era acompanhado de 
costumes infames; e se supõe que os adoradores do sol, aqui retratados, 
eram sacerdotes. O Senhor apela ao profeta quanto ao seu ódio pelo 
pecado; "Ei-los a chegar o ramo aos seus narizes", denotando com isso 
um costume usado pelos idólatras em honra aos ídolos que serviam. 
Quanto mais examinamos a natureza humana e os nossos corações, mais 
abominações descobriremos; quanto mais tempo o crente se examina, 
mais se humilhará diante de Deus e mais valorizará a fonte aberta para a 
purificação do pecado, e procurará lavar-se nela. 
 
Ezequiel 9 
Visão que denota a destruição dos habitantes de Jerusalém e a 
partida do símbolo da presença divina. 
Vv. 1-4. É um grande consolo para os crentes, que em meio aos 
destruidores e da destruição, haja um mediador, um grande Sumo 
Sacerdote que tem seus interesses no céu, e no que os santos da terra têm 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 12 
seus interesses. A representação da glória divina sobre a arca, colocada 
em um umbral, mostra que o Senhor estava a ponto de deixar seu trono 
de graça para fazer juízo ao povo. 
O caráter distintivo deste remanescente que iria ser salvo, é um 
grande suspiro e um grande pranto a Deus em oração, devido às 
abominações de Jerusalém. Deus manterá a salvo, em tempos de 
transtorno e angústia geral, àqueles que se mantém puros. 
Vv. 5-11. A matança deveria começar no santuário, para que todos 
vissem e soubessem que o Senhor odeia o pecado, e de modo extremo na 
vida daqueles que estão mais próximos dEle. Aquele que foi nomeado 
para proteger informa o assunto. Cristo é fiel para com Deus Pai naquilo 
para que foi incumbido. Seu Pai lhe manda assegurar a vida eterna do 
remanescente escolhido: "Tenho guardado aqueles que tu me deste, e 
nenhum deles se perdeu". Se os demais perecem e nós somos salvos, 
devemos atribuir a diferença totalmente à misericórdia de nosso Deus, 
porque nós também merecemos a ira. Prossigamos ainda pedindo em 
favor dos demais. Porém, o Senhor não comete injustiça, mas mostra a 
sua misericórdia; somente Ele recompensa os caminhos do homem. 
 
Ezequiel 10 
Versículos 1-7: Visão do incêndio da cidade; 8-22: A glória divina 
deixa o templo. 
Vv. 1-7. O fogo tirado de entre as rodas, debaixo do querubim 
(capítulo 1.13), parece significar a ira de Deus, que cairia sobre 
Jerusalém. Sugere que o fogo da ira divina, que acende juízo para um 
povo, é justo e santo; e no grande dia, a terra e todas as obras que há 
nela, serão queimadas. 
Vv. 8-22. Ezequiel vê o trabalhar da providência divina no governo 
do mundo e nos assuntos que se referem a este. Quando Deus abandona 
um povo com desagrado, os anjos que estão nos céu e todos os feitos da 
terra ajudam em sua partida. O Espírito de vida, o Espírito de Deus, 
ordena a todas as criaturas, do céu e da terra, que sirvam o propósito 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 13 
divino. Deus se afasta paulatinamente de um povo provocador, e quando 
está pronto para ir-se, poderia regressar se estes se arrependessem e 
orassem. Que isto sirva de advertência aos pecadores, para buscarem ao 
Senhor enquanto pode ser achado e chamá-lo enquanto estiverperto, e 
faça com que andemos humildes e despertados com o nosso Deus. 
 
Ezequiel 11 
Versículos 1-13: Os juízos divinos contra o ímpio de Jerusalém; 14-
21: O favor divino para os do cativeiro; 22-25: A presença divina 
abandona a cidade. 
Vv. 1-13. Onde Satanás não pode convencer os homens a 
considerarem os juízos vindouros como incertos, ganha o seu argumento 
persuadindo-os para que os considerem distantes. Estes reis perversos 
ousam dizer: Estamos tão seguros nesta cidade como a carne em uma 
panela que ferve; os muros da cidade serão para nós como muros de 
bronze, não receberemos mais danos dos sitiadores do que o caldeirão do 
fogo. 
Quando os pecadores se afagam para a sua própria destruição, é 
hora de dizer-lhes que não terão paz se continuarem agindo assim. 
Ninguém terá posse da cidade, a não ser os que estão enterrados 
nela. Aqueles que se sentem mais seguros são os que menos estão a 
salvo. 
Deus costuma se comprazer em apartar alguns pecadores para 
advertência de outros. Não se sabe ao certo se Pelatias morreu nessa 
época em Jerusalém, ou quando se aproximava o cumprimento da 
profecia. Como Ezequiel, também devemos nos sentir afetados pela 
morte súbita do próximo a ponto de implorar ao Senhor que tenha 
misericórdia daqueles que ficam. 
Vv. 14-21. Os cativos piedosos da Babilônia foram insultados pelos 
judeus que continuavam em Jerusalém; porém, Deus lhes fez promessas 
de graça. É prometido a eles que Deus lhes dará um coração firmemente 
estabelecido nEle, e não inconstante. Todos os que são feitos santos têm 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 14 
um espírito novo, um temperamento novo e uma nova disposição; eles 
agem a partir de novos princípios, andam de acordo com novas regras e 
apontam para novos objetivos. Um novo homem, ou um novo semblante, 
para nada servem sem um espírito novo. 
Se um homem está em Cristo, nova criatura é. Não se pode tornar 
sensível um coração carnal, duro como pedra. os homens vivem entre os 
mortos, e aqueles que estão morrendo nunca se preocupam nem se 
humilham. Ele fará que os seus corações sejam ternos e aptos para 
receberem novas impressões: esta é a obra de Deus, seu dom pela 
promessa; e uma mudança feliz e maravilhosa acontece devido a ela, da 
morte para a vida, os seus costumes serão coerentes com estes princípios. 
os dois devem estar e estarão de acordo. Quando o pecador sente a 
necessidade destas bênçãos, deve apresentar estas promessas em oração 
no nome de Cristo, e elas se cumprirão. 
Vv. 22-25. Aqui está a partida da presença de Deus da cidade e do 
templo. A visão subiu do Monte das Oliveiras, tipificando a ascensão de 
Cristo ao céu deste mesmo monte. Ainda que o Senhor não abandone o 
seu povo, pode, contudo, se afastar de qualquer parte da sua igreja pelos 
pecados dela, e o "ai" cairá sobre eles quando retirar a sua presença, 
glória e proteção. 
 
Ezequiel 12 
Versículos 1-16. O cativeiro que se aproxima; 17-20: Um emblema 
da consternação dos judeus; 21-28: Respostas às objeções dos 
zombadores. 
Vv. 1-16. Pelos preparativos para ir embora, e as sua saída através 
da parede de sua casa no anoitecer, como quem está ansioso para escapar 
do inimigo, o profeta simbolizou a conduta e o destino de Zedequias. 
Quando Deus nos liberta, devemos glorificá-lo e edificar o 
próximo, reconhecendo os nossos pecados. Aqueles que são levados a 
isto pelas aflições passam a saber que Deus é o Senhor, e podem levar o 
próximo a conhecerem-no. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 15 
Vv. 17-20. O profeta deve comer e beber preocupado e temeroso, 
tremendo, para expressar a condição dos habitantes de Jerusalém durante 
o cerco. Quando os ministros falam da destruição que sobrevirá aos 
pecadores, devem falar como aqueles que conhecem os terrores do 
Senhor. As aflições são felizes se nos aperfeiçoam no conhecimento de 
Deus, por mais penosas que sejam para a carne e o sangue. 
Vv. 21-28. Dessa paciência de Deus, que deveria tê-los (evado ao 
arrependimento, os judeus se endureceram no pecado. Alegar que uma 
fala ruim é um ditado comum não servirá de desculpa. 
Não há senão um passo entre nós e uma espantosa eternidade; 
portanto, nos convém estar preparados para o estado futuro. Ninguém 
será capaz de resistir por suas próprias forças no dia mal, a menos que 
busque a paz com o Senhor. 
 
Ezequiel 13 
Versículos 1-9: Os duros juízos contra os profetas mentirosos; 10-16. 
A insuficiência de sua obra; 17-23: Os ais contra as falsas profetizas. 
Vv. 1-9. Quando Deus garante que algo será realizado, concede a 
sabedoria necessária para tal, o que eles entregavam não era o que 
tinham visto ou ouvido, como o que os ministros do Senhor entregam. 
Não eram profetas que oravam, não tinham comunhão com Deus e 
ocupavam-se em agradar as pessoas, não em fazer-lhes o bem; não 
resistiam ao pecado, e afagavam o povo com esperanças vãs, os tais 
alargam a brecha, fazendo que os homens pensem que merecem a vida 
eterna, quando a ira de Deus está sobre eles. 
Vv. 10-16. Um falso profeta edificou um muro, deu a idéia de que 
Jerusalém triunfaria e, com isso, tornou-se aceitável, outros tornaram 
este assunto ainda mais promissor e digno de crédito; pintaram o muro 
que os primeiros haviam edificado, mas se decepcionaram logo, quando 
a sua obra foi demolida pela tormenta da justa ira de Deus, na ocasião 
em que o exército caldeu devastou a terra. As esperanças de paz e 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 16 
felicidade, não garantidas pela Palavra de Deus, enganam os homens; 
como um muro bem pintado, porém, mal construído. 
Vv. 17-23. Tudo irá mal para aqueles que preferem ouvir mentiras 
agradáveis em lugar das verdades desagradáveis. As falsas profetizas 
procuraram fazer com que o povo se sentisse segurlo, confortável e se 
orgulhasse, o que era representado pelos finos véus sobre as suas cabeças. 
Elas serão confundidas em seus intentos e o povo de Deus será 
livrado das suas mãos. Os cristãos devem se manter muito próximos da 
Palavra de Deus, e em tudo devem buscar o ensino do Espírito Santo. 
Confiemos deste modo nas promessas divinas para obedecermos os seus 
mandamentos. 
 
Ezequiel 14 
Versículos 1-11: Ameaças contra os hipócritas; 12-23: O propósito 
de Deus ao castigar os judeus culpáveis, porém alguns poucos serão 
salvos. 
Vv. 1-11. Nenhuma forma ou reforma externa pode ser aceitável 
para Deus, enquanto houver um ídolo de posse do coração, mas quantos 
preferem os seus próprios inventos e sua própria justiça, em lugar do 
caminho da salvação! As corrupções dos homens são ídolos de seus 
corações, de sua própria criação. Deus deixará que eles sigam o seu 
curso. O pecado torna o pecador odioso aos olhos do Deus puro e santo, 
e também aos seus próprios olhos quando a consciência é vivificada. 
Procuremos ser lavados da culpa e da contaminação do pecado, na fonte 
que o Senhor tem aberto. 
Vv. 12-23. Os pecados nacionais acarretam juízos nacionais. Ainda 
que os pecadores escapem de um juízo, existe outro à sua espera. 
Quando o povo que professa a Deus se rebela contra Ele, é justo que 
esperem todos os juízos, pois eles lhes sobrevirão. A fé, a obediência e 
as orações de Noé prevaleceram para salvar a sua casa, mas não ao 
mundo antigo. O sacrifício e a oração de Jó a favor dos seus amigos 
foram aceitos, e Daniel prevaleceu para a salvação de seus companheiros 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 17 
e dos sábios da Babilônia. Entretanto, um povo que tenha enchido a 
medida dos seus pecados não deve ter esperanças de escapar por amor 
aos justos que vivem entre eles; nem sequer por causa dos santos mais 
eminentes, que poderiam ser aceitos e salvarem-se a si mesmos por meio 
dos sofrimentos e da justiça de Cristo. Mesmo quando Deus faz grandes 
desolações através dos seus juízos, salva a alguns para que sirvam como 
memorial de sua misericórdia. Crendo firmemente que aprovaremos toda 
a maneira de Deus tratar a nós e à humanidade, aquietemo-nose não 
murmuremos, nem coloquemos objeções rebeldes. 
 
Ezequiel 15 
Jerusalém como uma vide estéril. 
Se uma vide dá fruto é valiosa. Porém, se não dá fruto, não vale 
nada e é inútil, devendo ser lançada no fogo. Assim, pois, o homem é 
capaz de produzir um fruto precioso ao viver para Deus; este é o único 
propósito de sua existência, e se falhar nisto, não servirá para nada, 
senão para ser destruído. Que cegueira então afeta aos que vivem 
rejeitando completamente a Deus e a verdadeira religião! Esta 
semelhança é aplicada a Jerusalém. Cuidemo-nos de não professar uma 
fé estéril. vamos a Cristo e procuremos permanecer nEle, e que as suas 
Palavras permaneçam em nós. 
 
Ezequiel 16 
Parábola que mostra o primeiro estado vil da nação judaica, sua 
prosperidade, idolatria e seu castigo. 
Vv. 1-58. Neste capítulo é descrito os procedimentos de Deus com 
a nação judaica e a conduta deles para com Ele, e o castigo deles pelas 
nações vizinhas, até daquelas em que mais confiavam, isso é feito por 
meio da parábola da criança abandonada, resgatada da morte, educada, 
desposada e ricamente abastecida, e depois culpável pela conduta mais 
indigna, e castigada por isto; porém, ao final, recebida com favor e 
envergonhada por sua conduta vil. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 18 
Não devemos julgar estas expressões segundo as idéias modernas, mas 
pelas idéias dos tempos e lugares em que foram usadas, onde muitas delas 
não soariam como soam a nós. O desígnio era suscitar ódio para com a 
idolatria, e uma parábola assim era muito adequada para este propósito. 
Vv. 59-63. Depois de uma completa advertência dos juízos, a 
misericórdia é lembrada e reservada. Estes versículos de encerramento 
são uma preciosa promessa, parcialmente cumprida pelo retorno dos 
judeus arrependidos e reformados da Babilônia, mas que terão o seu 
pleno cumprimento no período do Evangelho. 
A misericórdia divina é poderosa para derreter os nossos corações 
em santa dor pelo pecado. Deus nunca deixará perecer o pecador 
humilhado por seus pecados, que passa a confiar em sua misericórdia e 
graça por meio de Jesus Cristo, mas Ele o sustentará por seu poder, pela 
fé para a salvação. 
 
Ezequiel 17 
Versículos 1-10: Uma parábola relativa à nação judaica; 11-21: A 
esta se agrega uma explicação; 22-24: Uma promessa direta sobre o 
Messias. 
Vv. 1-10. Os fortes conquistadores são comparados aos pássaros ou 
animais de rapina, mas suas paixões destrutivas não contribuem para o 
progresso dos desígnios de Deus. Aqueles que se afastam de Deus 
somente variam os seus delitos ao trocar uma confiança carnal por outra, 
e jamais prosperarão. 
Vv. 11-21. A parábola é explicada, e os detalhes particulares da 
nação judaica nessa época podem ser vistos. Zedequias fora ingrato com 
o seu benfeitor, um pecado contra Deus. Em todo voto solene, Deus é 
invocado como testemunha da sinceridade daquele que jura. A verdade é 
uma dívida que se tem para com todos os homens. Se os que professam a 
verdadeira religião tratam traiçoeiramente aos de uma religião falsa, sua 
profissão piora o seu pecado; Deus certamente o castigará, e com maior 
severidade. o Senhor não considera inocentes aqueles que tomam o seu 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 19 
nome em vão; nenhum homem que morre culpado, sem arrependimento, 
escapará do justo juízo de Deus. 
Vv. 22-24. A incredulidade do homem não anulará o efeito da 
promessa de Deus. A parábola de uma árvore, usada na ameaça, aqui 
está representada na promessa. Parece ser aplicável somente a Jesus, o 
Filho de Davi, o Messias de Deus. O reino de Satanás, que tem durado 
um longo tempo, será quebrantado, e o Reino de Cristo, olhado com 
desprezo, será estabelecido. Bendito seja Deus, pois nosso Redentor é 
visto até pelos confins da terra. Podemos encontrar refúgio da ira 
vindoura, e de todo inimigo e perigo, à sua sombra; todos os crentes são 
frutíferos nEle. 
 
Ezequiel 18 
Versículos 1-20: Deus não faz acepção de pessoa; 21-29: A 
providência divina é reivindicada; 30- 32: Um convite de graça ao 
arrependimento. 
Vv. 1-20. A alma que pecar morrerá. Quanto à eternidade, todo 
homem era, é e será tratado segundo a conduta com que esteve debaixo 
do pacto de obras, ou do novo pacto de graça. 
Qualquer que seja o sofrimento exterior que sobrevenha aos 
homens pelos pecados do próximo, eles merecem tudo o que sofrem por 
seus próprios pecados; o Senhor despreza ou anula todo o sucesso para o 
bem eterno dos crentes. Todas as almas estão nas mãos do Grande 
Criador. Ele as tratará com justiça ou misericórdia, e ninguém perecerá 
por pecados alheios; se for de alguma maneira digno de morte, o será por 
seus próprios. Todos temos cometido pecados, e a nossa alma deveria se 
perder se Deus nos tratasse segundo o rigor da sua santa Lei; porém, 
somos convidados amorosamente a ir a Cristo. 
Vv. 10-20. Se um homem que tivesse mostrado a sua fé através das 
suas obras, tivesse um filho ímpio, cujo caráter e conduta fossem o 
contrário dos de seu pai, poderia se esperar que escapasse da vingança 
divina pela piedade de seu pai? Não. Se um homem mal tivesse um filho 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 20 
que andasse como é justo diante de Deus, este filho não pereceria pelos 
pecados de seu pai. Mesmo que o filho não estivesse livre de males nesta 
vida, ainda assim é participante da salvação. A questão aqui não é sobre 
a base meritória da justificação, mas sobre os tratos do Senhor para com 
o justo e o injusto. 
Vv. 21-29. O homem mal seria salvo se deixasse os seus maus 
caminhos. o verdadeiro arrependido é um verdadeiro crente. Nenhuma 
das suas transgressões anteriores seio mencionadas; certamente viverá 
pela justiça que tenha feito, como fruto da fé e o efeito da conversão. 
A questão não é se o justo verdadeiro alguma vez se torna apostata. 
É certo que assim fazem muitos que, durante certo tempo acreditaram ser 
justos, enquanto os versos 26 e 27 falam da plenitude da misericórdia 
que perdoa: quando o pecado é perdoado, é completamente apagado e já 
não existirá mais qualquer lembrança dele. Na justiça divina eles 
viverão, não na justiça deles mesmos, como se isto fosse expiação por 
seus pecados; essa é uma das bênçãos compradas pelo Mediador. Que 
alento tem um pecador arrependido, que se volta para esperar o perdão e 
a vida conforme esta promessa! No versículo 28 está o inicio e o 
progresso do arrependimento. os crentes verdadeiros vigiam e oram, 
continuam fiéis até o fim e são salvos. Em toda nossa argumentação com 
Deus, Ele sempre tem razão, e nós sempre estamos equivocados. 
Vv. 30-32. O Senhor julgará a cada um dos israelitas segundo os 
seus caminhos. Nisto se baseia uma exortação ao arrependimento, e em 
dar-lhes um coração e um espírito novos. 
Deus não ordena que façamos aquilo que não podemos fazer, mas 
nos admoesta que façamos o que está ao nosso alcance, e para que 
oremos pelo que não nos é possível fazer. As ordenanças e os meios 
estão designados, e são dadas promessas e ordens, para que quem desejar 
esta transformação possa buscá-la em Deus. 
 
 
 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 21 
Ezequiel 19 
Versículos 1-9: Parábola que lamenta a ruína de Joacaz e 
Joaquim; 10-14: Parábola que descreve a desolação do povo. 
Vv. 1-9. Ezequiel compara o reino de Judá com uma leoa. Compara 
os reis de Judá com os filhotes dos leões; foram cruéis opressores de seus 
próprios súditos. A justiça de Deus deve ser reconhecida quando aqueles 
que aterrorizam e escravizam o próximo são também aterrorizados e 
escravizados. 
Quando os crentes associam-se a pessoas ímpias, seus filhos 
costumam crescer seguindo as doutrinas e os costumes do mundo ímpio. 
A chegada a uma posição de autoridade descobre a ambição e o 
egoísmo do coração dos homens, e os que passam a sua vida cometendo 
maldades geralmente a terminam de modo violento. 
Vv. 10-14. Jerusalém era uma vide florescente e frutífera. Esta vide 
está agoradestruída, ainda que sua raiz não tenha sido arrancada. Ela se 
tornou, por sua maldade, como isca para as faíscas da ira de Deus, de 
modo que os seus próprios ramos servem de combustível para queimá-la. 
Bendito seja Deus, pois aqui se faz alusão a Cristo como um ramo da 
vide, que não somente virá a ser uma vara forte para o cetro daqueles que 
reinam, mas Ele mesmo é a Vide viva e verdadeira. isto servirá de 
regozijo para o povo escolhido de Deus em todas as gerações. 
 
Ezequiel 20 
Versículos 1-9: Os anciãos de Israel são lembrados da idolatria no 
Egito; 10-26. No deserto; 27-32: Em Canaã; 33-44: Deus promete 
perdoá-los e restaurá-los; 45-49: Profecia contra Jerusalém. 
Vv. 1-9. Os corações daqueles que pedem permissão a Deus para 
continuar em pecado, mesmo quando sofrem por isto, estão 
miseravelmente endurecidos (verso 32). Deus, está com razão irado com 
aqueles que resolvem continuar transgredindo. Ele faz com que as 
pessoas conheçam as más obras de seus pais, para que percebam quão 
justo foi que Deus os cortasse. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 22 
Vv. 10-26. No Novo e no Antigo Testamentos se faz referência à 
historia de Israel no deserto, para servir de advertência. Deus fez grandes 
coisas por eles. Deu-lhes a lei, e renovou a antiga obediência ao dia de 
repouso. os dias de repouso são privilégios, sinais de que somos seu 
povo. Se cumprimos o dever do dia, para nosso consolo descobriremos 
que o Senhor é quem nos torna santos, isto é, verdadeiramente felizes 
aqui; e nos prepara para sermos felizes, isto é, perfeitamente santos, no 
além. 
Os israelitas se rebelaram e foram abandonados aos juízos que 
ocasionaram a si mesmos. Às vezes Deus faz com que o pecado seja o 
próprio castigo do pecador; contudo, Ele não é o autor do pecado: para 
tornar os homens miseráveis, não é necessário mais do que entregá-los 
aos seus maus desejos e paixões. 
Vv. 27-32. Os judeus persistiram na rebeldia depois que se 
instalaram na terra de Canaã. Estes anciãos parecem ter pensado em 
unirem-se aos pagãos. Nada fazemos por nossa profissão de fé, se for 
somente uma mera profissão. Nada se alcança pelo cumprimento 
pecaminoso; e os projetos carnais dos hipócritas não terão êxito. 
Vv. 33-44. Os malvados israelitas, apesar de seguirem os caminhos 
pecaminosos das outras nações, não se misturam com eles em sua 
prosperidade; antes, serão separados deles para a destruição. Não existe 
maneira de não estar sujeito ao domínio de Deus, e aqueles que não se 
rendem ao poder de sua graça irão submergir sob o poder de sua ira. 
Porém, nenhuma das jóias de Deus se perderá no vazio deste mundo. 
Ele levará novamente os judeus à terra de Israel, e lhes dará 
arrependimento verdadeiro. Eles serão vencidos por sua bondade: quanto 
mais conheçamos a santidade de Deus, mais notaremos quão odiosa é a 
natureza do pecado. Aqueles que permanecem sem se sentirem tocados 
pelos meios da graça, e vivem sem Cristo, como o mundo que os rodeia, 
podem estar certos de que este é o caminho para a destruição. 
Vv. 45-49. Judá e Jerusalém haviam estado cheias de gente, como 
um bosque de árvores, porém vazios de frutos. A Palavra de Deus 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 23 
profetiza contra aqueles que não dão frutos de justiça. Quando Ele 
arruína uma nação, quem ou o que poderá salvá-la? As verdades mais 
claras eram como parábolas para o povo. É comum que aqueles que não 
são tocados pela Palavra lancem a culpa sobre ela. 
 
Ezequiel 21 
Versículos 1-17: A ruína de Judá sob o símbolo de uma espada 
afiada; 18-27: A aproximação do rei da Babilônia é descrita; 28-32: A 
destruição dos amonitas. 
Vv. 1-7. Aqui há uma explicação da parábola do último capítulo. 
Declara-se que o Senhor estava prestes a exterminar Jerusalém e toda a 
terra, para que todos soubessem de seu decreto contra um povo mau e 
rebelde. Convém que aqueles que denunciam a espantosa ira de Deus 
contra os pecadores demonstrem que não desejara o dia lamentável. o 
exemplo de Cristo nos ensina a lamentarmo-nos por aqueles cuja 
destruição declaramos. 
Vv. 8-17. Não importa quais sejam os instrumentos que Deus use 
para executar os seus juízos, Ele os fortalecerá conforme o serviço no 
qual estão empregados. A espada resplandece para terror daqueles contra 
quem ela é desembainhada. É uma espada para outros, mas uma vara 
para o povo do Senhor. Deus dita esta sentença de maneira muito séria, e 
o profeta deve comportar-se de modo sério ao anunciá-la. 
Vv. 18-27. Através do Espírito de profecia, Ezequiel prevê a 
marcha de Nabucodonosor, da Babilônia. Esta marcha seria determinada 
por Nabucodonosor por meio de adivinhação. o Senhor anularia o 
governo de Judá até a chegada daquele a quem pertence o direito. Isto 
parece anunciar as sucessivas quedas da nação judaica até o presente, e 
os transtornos dos estados e reinos que abriram o caminho para 
estabelecer o reino do Messias em toda a terra. O Senhor guia 
secretamente a todos para que adotem os seus sábios desígnios. Em 
meios às mais tremendas advertências da ira, ainda ouvimos mencionar a 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 24 
misericórdia, e alguma menção daquele pelo qual se mostra misericórdia 
aos pecadores. 
Vv. 28-32. Os adivinhos dos amonitas falaram falsas profecias de 
vitórias. Nunca recuperariam o seu poder e seriam totalmente esquecidos. 
Devemos ser agradecidos por ser empregados como instrumentos 
de misericórdia; usemos o nosso entendimento para fazer o bem; e nos 
afastemos dos homens que são hábeis somente para destruir. 
 
Ezequiel 22 
 Versículos 1-16. Os pecados de Jerusalém; 17-22: Israel é 
condenado como escória; 23-31: Como a corrupção é geral, assim será 
o castigo. 
Vv. 1-16. O profeta deve julgar a cidade sanguinária. Jerusalém é 
assim chamada devido aos seus crimes. os pecados dos quais é acusada 
são extremamente pecaminosos. Assassinatos, idolatria, desobediência 
aos pais, opressão e extorsão, profanação do dia do repouso e das coisas 
santas, e pecados contra o sétimo mandamento: luxúria e adultério, o 
desprezo deles para com Deus, era a causa de toda esta maldade. os 
pecadores provocam a ira de Deus porque se esquecem dEle. Jerusalém 
havia enchido a medida dos seus pecados. Aqueles que permitem que a 
sua vida seja comandada por suas luxúrias serão dados como porção 
delas. Aqueles que resolvem ser o seu próprio Senhor, não devem ter 
expectativa de outra felicidade, além daquela que as suas próprias mãos 
podem lhes prover; e isto se mostrará ser uma porção miserável. 
Vv. 7-22. Israel, comparado com outras nações, havia sido como o 
ouro e a prata, quando comparados com os metais mais vis. Porém, agora 
são como o lixo que se consome no fogo, ou o que se lança fora depois 
da prata ter sido refinada. Os pecadores, especialmente os "desviados", 
são inúteis, sem qualquer serventia. Quando Deus lança o seu próprio 
povo no forno, se assenta ao lado deles, como um refinador ao lado do 
ouro, para providenciar que não continuem ali por mais tempo do que o 
apropriado ou necessário. A escória será totalmente separada, e o metal 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 25 
nobre será purificado. Que aqueles que sofrem dores ou enfermidades 
prolongadas, e pensam que os seus corações apenas podem suportar as 
aflições leves e momentâneas, sejam advertidos a fugir da ira vindoura. 
Se estas provas não são santificadas pelo poder do Espírito Santo, para 
que os seus corações e mãos sejam purificados do pecado, coisas muito 
piores lhes sobrevirão. 
Vv. 23-31. Todas as ordens e classes de homens haviam ajudado a 
encher a medida da culpa da nação. Pessoas que possuíam algum poder 
abusaram dele, e até os compradores e vendedores encontraram uma 
maneira de se oprimirem uns aos outros. Sucede o mal a um povo 
quando o juízo lhe sobrevêm, e se restringe o espírito de oração. Que 
todos os que temem a Deus se unam para fomentar a sua verdade e 
justiça, como os homens maus de todas as classese profissões conspiram 
juntos para derrubá-los. 
 
Ezequiel 23 
Uma história da apostasia do povo de Deus e o agravamento desta. 
Nesta parábola, Samaria e Israel levam o nome de Aolá, "seu 
próprio tabernáculo", porque os lugares de adoração que estes reinos 
possuíam era de sua própria concepção. Jerusalém e Judá levam o nome 
de Aolibá, "meu tabernáculo está nela", porque o seu templo era o lugar 
onde o próprio Deus havia escolhido para colocar o seu nome. 
A linguagem e as figuras concordam com aquela época. Estas 
humildes representações da natureza não manterão vivos o 
arrependimento e a tristeza perpétua na alma, ocultando o orgulho de 
nossos olhos e tirando-nos do alcance de nossa justiça própria? Não 
prepararão também a alma para olhar continuamente a Deus por graça, 
para que por seu Espírito Santo possamos mortificar as obras do corpo e 
viver uma vida de bondade e santidade em nosso falar? 
 
 
 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 26 
Ezequiel 24 
Versículos 1-14: A sorte de Jerusalém; 15-27: A extensão dos 
sofrimentos dos judeus. 
Vv. 1-14. A panela no fogo representava Jerusalém sitiada pelos 
caldeus; os homens de todas posições e classes sociais estavam dentro 
dos muros, preparados como uma presa para o inimigo. Deveriam ter 
abandonado as suas transgressões, como a espuma que sobe pelo calor 
do fogo é tirada da parte de cima da panela. Porém, tornaram-se piores e 
as suas misérias aumentaram. 
Jerusalém seria demolida até ao chão, o tempo designado para o 
castigo dos ímpios parece vir lentamente, mas certamente virá. É triste 
pensar quantos são aqueles que perdem todas as ordenanças e as 
providências. 
Vv. 15-27. Ainda que chorar pelos mortos seja um dever, devemos, 
contudo, mantermo-nos sujeitos à religião e à reta razão: não devemos 
nos entristecer como homens que não têm esperanças. Os crentes não 
devem copiar a linguagem e as expressões daqueles que não conhecem a 
Deus, o povo perguntou o significado do sinal. Deus permitiu que tudo o 
que lhes era mais querido lhes fosse tomado. Como Ezequiel não chorou 
por causa de sua aflição, assim também eles não deveriam chorar pelas 
suas. 
Bendito seja Deus, pois não temos que desfalecer sob o peso de 
nossas aflições. Se todos os consolos falharem e se todo o sofrimento se 
unir, ainda assim o coração quebrantado e a oração do doente serão 
sempre aceitáveis diante de Deus. 
 
Ezequiel 25 
Versículos 1-7: Juízos contra os amonitas; 8-17: Contra os 
moabitas, edomitas e filisteus. 
Vv. 1-7. Uma pessoa demonstra ser má quando se contenta com as 
calamidades de outros, especialmente do povo de Deus; é um pecado que 
certamente terá que ser confessado. Deus fará evidente que Ele é o Deus 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 27 
de Israel, ainda que por um certo tempo permita que seu povo seja cativo 
na Babilônia. É melhor conhecê-lo e ser pobre, do que ser rico e 
ignorante em relação a Ele. 
Vv. 8-17. Ainda que um mesmo evento suceda ao justo e ao ímpio, 
será tremendamente diferente em cada um dos casos. Aqueles que se 
gloriam em qualquer outra defesa e proteção diferente daquela que o 
poder, a providência e as promessas divinas podem lhe oferecer, mais 
cedo ou mais tarde serão envergonhados de sua glória. 
Aqueles que não permitem que Deus os vingue contra os seus 
inimigos, podem esperar que Deus se vingue contra eles, e não contra os 
seus inimigos. A eqüidade dos juízos do Senhor deve ser observada 
quando Ele não somente vinga as luxúrias naqueles que as praticaram, 
mas pela mão daqueles contra quem foram cometidas. Aqueles que 
entesouram um antigo ódio e esperam a oportunidade de manifestá-lo 
estão entesourando ira para si mesmos no dia da ira. 
 
Ezequiel 26 
Uma profecia contra Tiro. 
Vv. 1-14. Sentir secretamente prazer com a morte ou a deterioração 
do próximo, quando nós mesmos podemos ser atingidos por isto, ou por 
sua queda, ou ser beneficiados com isso, é um pecado que facilmente nos 
assalta, mas não costuma ser considerado tão mal como realmente é. 
Entretanto, parte de um princípio egoísta e ambicioso, e do amor ao 
mundo, que se for a nossa felicidade, proibirá expressamente o amor de 
Deus. Ele costuma aniquilar os projetos daqueles que se exaltam a si 
mesmos pisando nas ruínas do próximo. As regras mais comuns do 
mundo do comércio, quando praticado de modo enganoso, opõem-se 
diretamente à lei de Deus, o Senhor se porá contra os comerciantes 
egoístas e amantes do dinheiro, cujos corações, como os dos habitantes 
de Tiro, estão endurecidos pelo amor às riquezas. 
Os homens têm pouca razão para se gloriarem nas coisas que 
estimulam a inveja e o roubo nos demais, e que estão continuamente 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 28 
alternando-se entre um e outro; têm também poucas razões para 
gloriarem-se e esforçarem-se para obter, manter e gastar tudo aquilo que 
provoca a esse Deus, cuja ira converte as cidades jubilosas em montões 
de escombros. 
Vv. 15-21. Observe quão grande e exaltada fora Tiro, observe a que 
ponto foi rebaixada. A queda de outros deveria nos despertar e nos tirar 
de nossa falsa segurança. A descoberta do cumprimento de uma profecia 
da Escritura é como um milagre que confirma a nossa fé. 
Tudo o que é terreno é vaidade e aflição. Aqueles que têm agora 
uma prosperidade estável logo estarão fora da vista e esquecidos. 
 
Ezequiel 27 
Versículos 1-25: A mercadoria de Tiro; 26-36. A sua queda e ruína. 
Vv. 1-25. Aqueles que vivem de forma confortável se lamentarão, 
se não estiverem preparados para os problemas. Que ninguém leve mais 
em conta a sua formosura do que a sua santificação. 
A informação sobre o comércio de Tiro sugere que o olhar de Deus 
está sobre os homens quando estão ocupados nos negócios do mundo. 
Não somente quando estão na Igreja, orando e ouvindo, mas também 
quando estão nos mercados e nas feiras, comprando e vendendo. 
Em todos os nossos negócios devemos manter a consciência limpa 
de ofensas. Deus, como um Pai de toda a humanidade, faz com que cada 
país abunde em determinados bens, para servir à necessidade ou para o 
conforto e adorno da vida humana, observe que grande bênção é o 
comercio e as mercadorias para a humanidade, quando são realizados 
com temor a Deus. 
Além das necessidades básicas, dá-se valor a uma abundância de 
coisas somente por costume, e Deus nos permite usá-las. Porém quando 
as riquezas aumentam, os homens tendem a colocar os seus corações 
nelas e esquecem-se do Senhor, que lhes dá o poder para obterem 
riquezas. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 29 
Vv. 26-36. Os reinos e os estados mais magníficos e poderosos 
caem, mais cedo ou mais tarde. Aqueles que depositam a sua confiança 
nas criaturas e nelas colocam as suas esperanças cairão juntamente com 
elas: felizes são os que têm ao Deus de Jacó como sua ajuda, e cuja 
esperança está no Senhor seu Deus, que vive para sempre. Aqueles que 
se envolvem no comércio devem aprender a realizar os seus negócios 
conforme a Palavra de Deus. Aqueles que possuem riquezas devem se 
lembrar que são mordomos do Senhor, e devem usar os seus bens para 
fazer o bem a todos. Busquemos primeiro o reino de Deus e a sua justiça. 
 
Ezequiel 28 
Versículos 1-19: A sentença contra o príncipe ou rei de Tiro; 20-
23: A queda de Sião; 24-26: A restauração de Israel. 
Vv. 1-19. Etbaal ou Itobal era o príncipe ou rei de Tiro; e havendo 
se enaltecido com orgulho excessivo, reivindicou honras divinas. o 
orgulho é o pecado peculiar de nossa natureza caída. Nenhuma sabedoria 
pode conduzir à felicidade neste mundo ou no vindouro, salvo aquela 
que o Senhor nos dá, o altivo príncipe de Tiro pensou que era capaz de 
proteger o seu povo por seu próprio poder, e considerou-se igual aos 
habitantes do céu. Se fosse possível habitar no jardim do Éden, ou até 
mesmo entrar no céu, nenhuma felicidade sólida poderia ser desfrutada 
sem uma mente humilde, santa e espiritual. Todo orgulho espiritual é 
especialmentediabólico. Aqueles que o permitem devem ter a 
expectativa de perecer. 
Vv. 20-26. Os sidônios eram vizinhos fronteiriços com a terra de 
Israel e poderiam ter aprendido a glorificar ao Senhor, mas ao invés 
disto, atraíram Israel a adoração de seus ídolos. A guerra e a pestilência 
são os mensageiros de Deus, e Ele será glorificado ao restaurar ao seu 
povo à sua anterior prosperidade e segurança. Deus os curará de seus 
pecados e os aliviará de seus problemas. Esta promessa se cumprirá 
plenamente, a longo prazo, na Canaã celestial: quando todos os santos 
serão reunidos, tudo aquilo que ofende a Deus será eliminado, e todas as 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 30 
penas e temores desaparecerão para sempre. Feliz, então, é a Igreja de 
Deus, e todo membro vivo dela, ainda que pobre, aflito e desprezado, 
porque o Senhor esclarecerá a sua verdade, poder e misericórdia na 
salvação e na felicidade de seu povo redimido. 
 
Ezequiel 29 
Versículos 1-16: A desolação do Egito; 17-21: Uma promessa de 
misericórdia para Israel. 
Vv. 1-16. As mentes carnais e mundanas se orgulham em sua 
propriedade, esquecendo-se de que o que temos, recebemos de Deus e 
devemos usar para Ele. Então, de que nos ensoberbecemos? O "eu" é o 
grande ídolo que todo o mundo adora, desprezando a Deus e a sua 
soberania. Deus pode forçar os homens a deixarem aquilo em que estão 
mais seguros e confortáveis. os tais, e todos os que se apegam a tais 
coisas, perecerão juntamente. Dessa forma, o orgulho, a presunção e a 
segurança carnal do homem são aniquilados. 
O Senhor está contra aqueles que causam danos ao seu povo e ainda 
mais contra aqueles que os levam a pecar. O Egito será um reino 
novamente, porém, será o mais vil dos reinos; terá pouca riqueza e 
poder. A história mostra o pleno cumprimento desta profecia. Deus, não 
somente com justiça, mas com sabedoria e bondade para conosco, tira as 
criaturas humanas sobre as quais nos apoiamos, para que não 
depositemos mais a nossa confiança nelas. 
Vv. 17-21. Os sitiadores de Tiro obtiveram pouco despojo. 
Entretanto, quando Deus emprega homens ambiciosos ou cobiçosos, os 
recompensará conforme os desejos de seus corações, porque cada um 
terá a sua recompensa. Deus tinha misericórdia guardada para a casa de 
Israel pouco depois. A historia das nações explica melhor as antigas 
profecias. Todos os acontecimentos cumprem as Escrituras. 
Assim, nas mais profundas cenas de adversidade, o Senhor semeia a 
semente de nossa prosperidade futura. Felizes são aqueles que desejam o 
seu favor, graça e imagem; eles se deleitarão em seu serviço e não 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 31 
cobiçarão nenhuma recompensa terrena, e as bênçãos que têm escolhido 
serão garantidas para eles para sempre. 
 
Ezequiel 30 
Versículos 1-19: Uma profecia contra o Egito; 20-26: Outra 
profecia. 
Vv. 1-19. A profecia da destruição do Egito é completa. Aqueles 
que lançam a sua sorte com os inimigos de Deus estarão com eles no 
castigo. O rei da Babilônia e o seu exército serão os instrumentos desta 
destruição. Muitas vezes Deus faz com que um homem mau seja o acoite 
de outro. Nenhum lugar da terra do Egito escapará da fúria dos caldeus. 
O Senhor é conhecido pelos juízos que executa. Estes são efeitos atuais 
do descontentamento divino, não dignos de nosso temor, comparados 
com a ira vindoura da qual Jesus livrará o seu povo. 
Vv. 20-26. O Egito ficará mais e mais enfraquecido. Se os juízos 
menores não prevalecem para humilhar e restaurar os pecadores, Deus 
enviará outros maiores. Com justiça, Deus despedaça o poder daqueles 
que abusam, seja lançando males ao povo ou lançando enganos sobre 
eles. A Babilônia se fortalecerá. Em vão os homens se propõem a atarem 
o braço que o Senhor se compraz em quebrar, e a fortalecerem aqueles 
que Ele derrubará. Aqueles que desprezam as descobertas de sua verdade 
e misericórdia conhecerão o seu poder e justiça no castigo que receberão 
por seus pecados. 
 
Ezequiel 31 
Versículos 1-9: A glória da Assíria; 10-18: Sua queda, e o mesmo 
para o Egito. 
Vv. 1-9. As quedas dos demais no pecado e a sua ruína nos 
advertem a não nos sentirmos seguros nem ensoberbecidos. O profeta 
deveria mostrar o caso de uma pessoa a quem o rei do Egito se parecia 
em grandeza: o assírio, comparado a um cedro majestoso. Aqueles que 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 32 
superam os demais tornam-se objetos de inveja, mas as bênçãos do 
paraíso celestial não são responsáveis por tal situação. 
A máxima segurança que uma criatura pode dar é apenas como a 
sombra de uma árvore, uma escassa e insignificante proteção. Fujamos a 
Deus em busca de proteção, e assim estaremos a salvo. A sua mão deve 
ser reconhecida no surgimento dos grandes homens da terra, e não 
devemos invejar os tais. 
Ainda que as pessoas mundanas possam aparentar que têm uma 
firme prosperidade, contudo, somente o aparentam. 
Vv. 10-18. O rei do Egito lembrava o rei da Assíria em sua 
grandeza: aqui vemos que se assemelhava a ele também em seu orgulho. 
E a sua queda também seria semelhante. Seu pecado causa a sua ruína. 
Nenhuma de nossas consolações se perdem para sempre, senão aquelas 
às quais temos renunciado mais de mil vezes. 
Quando os grandes homens caem, muitos caem com eles, como 
tantos têm caído diante deles. A queda dos homens orgulhosos é uma 
advertência para os demais, para mantê-los humildes. 
Observe quão baixo está o Faraó; e veja a que ponto chegou toda a 
sua pompa e orgulho. É melhor ser uma humilde árvore de justiça, que 
dá fruto para a glória de Deus e para o bem dos homens. Muitas vezes o 
ímpio se encontra florescendo como o cedro e se alarga como a faia, mas 
logo morre e o seu lugar não é mais encontrado. Então, nos firmemos no 
homem perfeito e contemplemos o justo, porque o fim deste homem será 
de paz. 
 
Ezequiel 32 
Versículos 1-16. A queda do Egito; 17-32: É como as outras 
nações. 
Vv. 1-16. Nos convém chorar e tremer por aqueles que não choram 
nem tremem por si mesmos. São grandes opressores, a critério de Deus, 
não melhores que os animais ferozes. Aqueles que apreciam a pompa 
deste mundo se maravilharão diante da ruína desta pompa; isto não é 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 33 
surpresa para aqueles que conhecem a vaidade de todas as coisas desta 
terra. Quando o próximo é destruído pelo pecado, devemos temer por 
sabermos que também somos culpáveis. Os instrumentos da desolação 
são espantosos, e os exemplos da desolação, terríveis. As águas do Egito 
correrão como azeite, o que significa que haverá tristeza e pesar 
universal em toda a nação. Deus pode rapidamente esvaziar, dos bens 
deste mundo, aqueles que os possuem em maior abundância. 
Acrescentando os motivos de nosso gozo, aumentamos as ocasiões de 
nossa tristeza. Quão frágeis e indefesos são os homens mais poderosos 
da humanidade em relação a Deus! A destruição do Egito foi um tipo da 
destruição dos inimigos de Cristo. 
Vv. 17-32. São mencionadas as diversas nações que desceram à 
sepultura antes do Egito. Estas nações foram finalmente destruídas e 
exterminadas. Porém, ainda que Jerusalém e Judá nessa época 
estivessem destruídas e desfeitas, não são mencionadas aqui. Ainda que 
tenham sofrido a mesma aflição e da mesma mão, a misericórdia de 
Deus reservada para elas e o bondoso desígnio pelo qual foram afligidas 
mudavam-lhes a natureza. Isto não era para que elas fossem rebaixadas 
até ao chão, como era para os pagãos. Faraó verá e será consolado; 
porém, o consolo que os maus têm depois da morte é pobre e imaginário. 
A visão que esta profecia dá dos estados destruídos mostra algo 
deste mundo presente, e do império da morte nele. Vinde e vede o estado 
calamitoso da vida humana. Como se os homens não morressem com 
suficiente rapidez, são engenhosos para encontrar maneiras de 
destruírem-se uns aos outros. Também do outro mundo; ainda que a 
destruição das nações como tais parece ser a principal alusão, aqui éuma 
clara alusão à ruína eterna dos pecadores impenitentes. Como os homens 
são enganados por Satanás! Quais são os objetivos que perseguem 
através do derramamento de sangue e de seus muitos pecados? 
Certamente o homem se inquieta em vão, não importa se persiga fama, 
riqueza, poder ou prazer. Chegará a hora em que todos os que estão nos 
sepulcros ouvirão a voz de Cristo e sairão; os que fizeram o bem, para a 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 34 
ressurreição da vida, e os que fizeram o mal para a ressurreição da 
condenação. 
 
Ezequiel 33 
Versículos 1-9: O dever de Ezequiel como atalaia; 10-20: Ele deve 
reivindicar o governo divino; 21-29: A desolação da Judéia; 30-33: 
Juízos para aqueles que zombam dos profetas. 
Vv. 1-9. O profeta é um sentinela da casa de Israel. O seu trabalho é 
advertir os pecadores sobre a desgraça e o perigo. Ele deve advertir o ímpio 
para que deixe o seu mau caminho para viver. Se uma alma perecer por sua 
própria negligência quanto ao dever, a culpa é dela mesma. 
Observe pelo que devem responder aqueles que desculpam o 
pecado, afagando os pecadores e exortando-os a crer que terão paz, ainda 
que continuem no pecado. Quão mais sábios são os homens em suas 
preocupações temporais do que nas espirituais! Colocam atalaias para 
guardarem as suas casas e sentinelas para que lhes advirtam sobre a 
aproximação do inimigo, mas quando o que está em jogo é a felicidade 
ou a miséria eterna da alma, se ofendem se os ministros obedecem o 
mandamento de seu Senhor e lhes dão uma fiel advertência; preferem 
perecer ouvindo coisas doces. 
Vv. 10-20. Aqueles que se desesperam por achar misericórdia em 
Deus têm resposta em uma declaração solene da prontidão de Deus para 
mostrar misericórdia. A ruína da cidade e do estado estava decidida, 
porém, isto não estava relacionado com o estado final das pessoas. 
Deus disse que o justo certamente viverá, mas muitos que fizeram 
profissão de fé foram destruídos pela orgulhosa confiança em si mesmos. 
o homem que confia em sua própria justiça e presume de sua própria 
suficiência é levado a cometer iniqüidade. 
Se aqueles que têm levado uma vida ímpia se arrependerem e 
abandonam os seus maus caminhos, serão salvos. Muitas mudanças 
surpreendentes e benditas têm sido realizadas pelo poder da graça divina. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 35 
Quando é estabelecida uma separação entre o homem e o pecado, não 
haverá mais separação entre ele e Deus. 
Vv. 21-29. Sem dúvida, não é possível ensinar aqueles que não 
aprendem a depender de Deus quando todos os consolos humanos falham. 
Muitos reivindicam participação nas bênçãos peculiares dos crentes 
verdadeiros, enquanto a sua conduta demonstra que são inimigos de Deus. 
Dizem que a sua presunção sem fundamentos é uma fé firme, quando o 
testemunho de Deus os declara merecedores de suas ameaças e nada mais. 
Vv. 30-33. Motivos indignos e corruptos costumam levar os 
homens a lugares onde se prega fielmente a Palavra de Deus. Muitos 
chegam para encontrar algo a que se opor; muitos vêm mais por pura 
curiosidade ou costume. os homens podem agradar suas fantasias com a 
Palavra, sem que as suas consciências sejam tocadas nem os seus 
corações transformados. Porém, não importa se os homens ouvem ou 
deixem de ouvir, saberão que um servo de Deus esteve entre eles. Todos 
aqueles que não desejam conhecer o valor das misericórdias 
aproveitando-as, conhecerão o seu valor pela falta destas. 
 
Ezequiel 34 
Versículos 1-6. Os reis são reprovados; 7-16. O povo deve ser 
restaurado à sua própria terra; 17-31: O reino de Cristo. 
Vv. 1-6. O povo chegou a ser como ovelhas sem pastor, dados 
como presa aos seus inimigos, e a terra foi completamente devastada. 
Nenhuma classe social ou oficio pode eximir das repreensões da Palavra 
de Deus os homens que são negligentes em seu dever, e que abusam da 
confiança neles depositada. 
Vv. 7-16. O Senhor declara que será misericordioso com o rebanho 
espalhado. Sem dúvida isto refere-se, em primeiro lugar, à restauração 
dos judeus. Também representa o terno cuidado que o Bom Pastor tem 
para com as almas de seu povo. Encontra-os quando estão em trevas e 
ignorância e os leva ao seu redil. Socorre-os em tempos de perseguição e 
tentação. Guia-os pelos caminhos de justiça e faze-os repousar em seu 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 36 
amor e fidelidade. o homem orgulhoso e auto-suficiente é inimigo do 
Evangelho verdadeiro e dos crentes, contra os quais devemos nos 
resguardar. Ele tem repouso para os santos atribulados, e terror para os 
pecadores presunçosos. 
Vv. 17-31. Toda a nação aparentava ser rebanho do Senhor; porém, 
tinham características muito diferentes, e Ele sabia distinguí-los. os bons 
pastos e águas profundas, eram representações da Palavra de Deus e da 
dispensação da justiça. Os últimos versículos, 23-31, profetizam de 
Cristo e sobre os tempos mais gloriosos de sua igreja na terra. Tendo Ele 
como Bom Pastor, a igreja será uma bênção para todos aqueles que a 
rodeiam. Cristo, ainda que excelente em si mesmo, era como uma tenra 
planta que brota em um solo seco. Sendo a árvore da vida, que dá a todos 
os frutos da salvação, produz alimento espiritual para as almas do seu 
povo. Nosso desejo e oração constantes devem ser para que haja chuvas 
de bênçãos em todos os lugares onde se pregue a verdade de Cristo; e 
que todos os que professem o Evangelho sejam cheios dos frutos da 
justiça. 
 
Ezequiel 35 
Uma profecia contra Edom. 
Vv. 1-9. Todos os que se colocam contra Deus têm a Palavra dEle 
contra si mesmos. Aqueles que têm um ódio constante por Deus e por 
seu povo, como a mente carnal, podem esperar ser desolados para 
sempre. 
Vv. 10-15. Quando vemos a vaidade do mundo, nos desenganos nas 
perdas e cruzes com que o próximo se encontra; em lugar de nos 
mostrarmos ambiciosos pelas coisas do mundo, devemos abandoná-las. 
Na multidão de Palavras, nenhuma é desconhecida por Deus, nem sequer 
a palavra mais ociosa; e a mais ousada não está isenta de sua reprovação. 
Na destruição dos inimigos da Igreja, Deus busca a sua glória, e 
podemos estar certos de que Ele não deixará de cumprir os seus 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 37 
propósitos. E quando chegar a plenitude dos judeus e dos gentios à 
igreja, todos os oponentes anticristãos serão destruídos. 
 
Ezequiel 36 
Versículos 1-15: A terra será liberta dos pagãos opressores; 16-24: 
O povo é lembrado dos seus pecados anteriores e da libertação 
prometida; 25-38: Também santidade e bênçãos de Evangelho. 
Vv. 1-15. Aqueles que desprezam e rejeitam o povo de Deus 
receberão estes mesmos desgostos. Deus promete o seu favor ao seu 
Israel. Não temos razão para nos queixarmos se quanto mais maus os 
homens são, mais bondoso é Deus. Eles retornarão às suas próprias 
fronteiras. 
É um tipo da Canaã celestial, da qual todos os filhos de Deus são 
herdeiros, e à qual serão levados todos juntos. Quando Deus novamente 
trata com misericórdia a um povo que regressa a Ele com o seu dever, 
todas as aflições deste são resolvidas. O pleno cumprimento desta 
profecia deve se dar em algum momento no futuro. 
Vv. 16-24. A restauração deste povo tipifica a nossa redenção por 
Cristo, o que mostra que o objetivo apontado em nossa salvação é a 
glória de Deus, o pecado de um povo contamina a sua terra, torna-a 
abominável para Deus e incômoda para nós. O santo Nome de Deus é o 
seu grande nome, sua santidade é a sua grandeza e, no caso dos homens, 
nada além destas qualidades podem tornar um homem verdadeiramente 
grande. 
Vv. 25-38. A água simboliza a limpeza de nossas almas 
contaminadas pelo pecado. Porém, nenhuma água pode fazer nada além 
de lavar a imundícia da carne. Em geral, a água parece ser o sinal 
sacramental das influências santificadoras do Espírito Santo; entretanto, 
isto sempre está relacionado com o sangue de Cristo que faz expiação 
por nós. Quando por fé aplica-se este último à consciência paralimpá-la 
das más obras, a primeira sempre é aplicada aos poderes da alma para 
purificá-la da contaminação do pecado. 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 38 
Todos aqueles que são participantes do novo pacto têm um novo 
coração e um novo espírito, para andar em novidade de vida. Deus dará 
um coração de carne, brando e terno, que cumpra a sua santa vontade. A 
graça renovadora realiza uma mudança tão grande na alma, como a 
transformação de uma pedra morta em carne viva. Deus colocará dentro 
dela o seu Espírito para agir como Mestre, Guia e Santificador. A 
promessa da graça de Deus para prepararmo-nos para o nosso dever 
deveria despertar o nosso cuidado e um propósito constante para 
cumprirmos o nosso dever. Estas são promessas das quais todos os 
verdadeiros crentes, de todas as épocas, devem fazer uso em oração para 
que se cumpram. 
 
Ezequiel 37 
Versículos 1-14: Deus restaura à vida os ossos secos; 15-28: Toda a 
casa de Israel é apresentada desfrutando as bênçãos do reino de Cristo. 
Vv. 1-14. Nenhum poder criado pode restaurar ossos humanos e 
dar-lhes vida. Só Deus pode fazê-los viver, os ossos foram cobertos por 
pele e carne e foi ordenado que o vento soprasse sobre os corpos; e estes 
receberam vida novamente, o vento é a figura do Espírito de Deus e 
representa o seu poder vivificante. A visão serviria para alentar os judeus 
que desfaleciam; para anunciar a restauração deles depois do cativeiro, e 
a recuperação de sua dispersão, que era então tão prolongada. Também 
fazia uma clara alusão à ressurreição dos mortos; e representa o poder e a 
graça de Deus na conversão a Ele dos pecadores mais desesperançados. 
Olhemos para aquEle que ao final abrirá as nossas sepulturas e nos 
tirará dela para juízo, para que nos livre do pecado, coloque em nós o seu 
Espírito, e nos guarde para a salvação por seu poder por meio da fé. 
Vv. 15-28. Este símbolo mostraria ao povo que o Senhor uniria 
Judá e Israel. Cristo é o verdadeiro Davi, o Rei de Israel; e aqueles que 
Ele tornar voluntários no dia do seu poder, fará andar em seus juízos e 
obedecer os seus estatutos, os acontecimentos que ainda hão de 
acontecer explicarão melhor esta profecia. Nada tem prejudicado mais o 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 39 
êxito do Evangelho do que as divisões. Estudemos uma maneira de 
conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz; busquemos a graça 
divina para que nos guarde das coisas detestáveis; e oremos para que 
todas as nações possam ser como súditos obedientes e felizes do Filho de 
Davi, que o Senhor seja nosso Deus e nós sejamos seu povo para sempre, 
 
Ezequiel 38 
Versículos 1-13: O exército e a malícia de Gogue; 14-23: Os juízos 
de Deus. 
Vv. 1-13. Estas coisas acontecerão nos últimos dias. Supõe-se que 
estes inimigos se unirão para invadir a terra da Judéia e Deus os 
derrotará. Deus não somente se ocupa com aqueles que agora são 
inimigos da sua igreja, mas também vê com antecedência aqueles que o 
serão, e através de sua Palavra os faz saber que está contra eles; ainda 
que se unam, os maus não ficarão sem castigo. 
Vv. 14-23. O inimigo fará uma espantosa invasão na terra de Israel. 
Quando Israel habitar a salvo, sob a proteção divina, o conhecerão ao 
descobrirem que os esforços para destruir Israel são realizados em vão? 
As promessas de segurança se entesouram na Palavra de Deus contra os 
transtornos e os perigos aos quais a Igreja pode ser [evada nos últimos 
tempos. Na destruição dos pecadores, Deus deixa muito claro que Ele é 
um Deus grande e santo. Devemos desejar e orar diariamente: Pai, 
glorifica o teu nome. 
 
Ezequiel 39 
Versículos 1-10: A destruição de Gogue; 11-22: A sua magnitude; 
23-29: A nação de Israel é novamente favorecida. 
Vv. 1-10. O Senhor fará com que os transgressores mais 
despreocupados e endurecidos conheçam o seu santo Nome, seja por sua 
justa ira, seja pelas riquezas de sua misericórdia e graça. As armas 
forjadas contra Sião não prosperarão. Esta profecia é certa e se cumprirá 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 40 
somente nos últimos dias. Pela linguagem usada, parece que o exército 
de Gogue será destruído por milagre. 
Vv. 11-22. Quão numerosos são os inimigos que Deus destruiu para 
a defesa do seu povo Israel! os tempos de grandes libertações devem ser 
tempos de reforma. Cada um deve ajudar no que estiver a seu alcance 
para que a terra possa ser limpa de reprovações. o pecado é um inimigo 
contra o qual todo homem deve lutar. Aqueles que se dedicam a 
trabalhos públicos, especialmente os de limpar e reparar um país, devem 
ser homens que se dedicam a terminar o que empreendem, e que sempre 
estejam ocupados nisto. Quando há uma obra a ser realizada, cada um 
deve ajudar a promovê-la. Havendo recebido favores especiais de Deus, 
limpemo-nos de todo mal. É uma obra que requer diligência perseverante 
para esquadrinhar os esconderijos secretos do pecado. 
Os juízos do Senhor, sobre o pecado e sobre os pecadores, são um 
sacrifício à justiça de Deus e uma festa para a fé e a esperança do povo 
de Deus. observe como o mal persegue os pecadores até depois da morte. 
Depois de tudo que os homens ambiciosos e cobiçosos fazem e buscam, 
"um lugar de sepulcros" é tudo o que o Senhor lhes dá na terra, enquanto 
as suas almas culpáveis são condenadas à miséria no outro mundo. 
Vv. 23-29. Quando o Senhor tiver misericórdia da casa de Israel e 
convertê-la ao cristianismo, e quando tiverem passado a vergonha de 
serem rejeitados por causa de seus pecados, então as nações aprenderão a 
conhecer, a adorar e a servirem a Deus. Israel também conhecerá ao 
Senhor, segundo se revela em Cristo e por Ele. Acontecimentos passados 
não correspondem à estas predições. O derramamento do Espírito é um 
penhor dado como sinal de que o favor de Deus continuará. Ele não 
esconderá mais o seu rosto daqueles nos quais tem derramado o se"u 
Espírito. Quando oramos pedindo a Deus para que nunca nos lance fora 
de sua presença, devemos rogar tão fervorosamente que, para isto, nunca 
tire o seu Espírito de nós. 
 
 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 41 
Ezequiel 40 
A visão do templo. 
Aqui há uma visão que começa no capítulo 40, e continua até o 
final do livro, no capítulo 48, a qual é com justiça considerada uma das 
partes mais difíceis de todo o livro de Deus. Quando nos desesperamos 
por resolver uma dificuldade com a qual nos deparamos, devemos 
bendizer a Deus porque a nossa salvação não depende da solução dela; 
as coisas necessárias são bastante claras. Esperemos até que Deus nos 
revele o que não entendermos. 
Este capítulo descreve dois pátios exteriores do templo. Não está 
claro que o personagem aqui mencionado seja o Filho de Deus ou um 
anjo criado. Porém, Cristo é o nosso Altar e o nosso Sacrifício, a quem 
devemos olhar com fé em todos as nossas aproximações a Deus; e Ele é 
salvação no meio da terra (Sl 74.12), para ser vista de todos as partes dela. 
 
Ezequiel 41 
Depois de observar os pátios, o profeta foi levado ao templo. Se 
atendermos às instruções mais claras da fé e nos beneficiarmos delas, 
seremos levados a um conhecimento mais profundo dos mistérios do 
reino dos céus. 
 
Ezequiel 42 
Neste capítulo descrevem-se as câmaras dos sacerdotes, seu uso e 
as dimensões do monte santo sobre o qual o templo foi erguido. Estas 
câmaras eram muitas. Jesus disse: Na casa de meu pai há muitas 
moradas; em sua casa na terra também há muitas; as multidões por fé, 
hospedam-se em seu santuário, e ainda assim há lugar. 
Essas câmaras, ainda que privadas, estavam próximas do templo. 
Os nossos serviços religiosos, em nossas câmaras, devem nos preparar 
para as devoções públicas e nos levar a aproveitá-las de acordo com as 
nossas oportunidades. 
 
Ezequiel (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 42 
Ezequiel 43 
Depois que Ezequiel pode rever o templo de Deus, teve uma visão 
da glória divina. Quando Cristo crucificado e as coisas que Deus nos dá 
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