Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LABORATÓRIO DE MATERIAIS POLIMÉRICOS Profa. Dra. Patrícia Schmid Calvão Depto de Engenharia de Materiais Aula 1- Introdução 2 •Normas de segurança •Esta disciplina não tem relatório •Questionários dirigidos (sem gabarito) •2 provas: PL1 e PL 2 (última aula antes da semana de provas P1 e P2 ) 2 21 PPPL Informações Gerais 2 Objetivos da Disciplina Interpretar dados experimentais, utilizando conceitos físicos, químicos, mecânicos, térmicos, reológicos e óticos Comparar os comportamentos observados com as propriedades dos materiais poliméricos Selecionar materiais poliméricos para aplicações em engenharia 3 3 Ensaios de Materiais - Para que serve? •Avaliar a qualidade de um produto •Controle do processo de fabricação ou de transformação; •Obter novas informações sobre um produto conhecido; •Desenvolver novos produtos. Antigamente avaliação da qualidade pelo próprio uso Hoje métodos padronizados 4 Tipos de esforços que afetam os materiais: Ensaios de Materiais 5 4 Ensaios de Materiais Na realização dos ensaios são utilizadas técnicas próprias para cada tipo de propriedade requerida. Transferência de estímulo Resposta do material •carga (força, tensão, pressão) (dados quantitativos ou qualitativos) •deformação (elástica ou plástica) •calor •luz •condições climáticas •tempo 6 Ensaios Mecânicos • Os ensaios mecânicos dos materiais são procedimentos padronizados que compreendem testes, cálculos, gráficos e consultas a tabelas, em conformidade com normas técnicas. • Realizar um ensaio consiste em submeter um objeto já fabricado ou um material que vai ser processado industrialmente a situações que simulam os esforços que eles vão sofrer nas condições reais de uso, chegando a limites extremos de solicitação. 7 5 Podem ser feitos em: • Protótipo (versão preliminar do produto, obtida em pequena quantidade); • Corpos de prova (amostra do material com dimensões e forma especificada em normas técnicas). Ensaios Mecânicos 8 Mudança de Propriedade dos Materiais • Químicas : mudança da composição do material. • Físicas : material sofre deformação. 9 6 Tipos de ensaios mecânicos • Ensaios destrutivos: Tração, compressão, cisalhamento, flexão, torção, dureza, fluência, fadiga impacto etc • Ensaios não-destrutivos: Visual, densidade, microscopia, infravermelho 10 É a especificação ou padronização do método experimental, condições de ensaio e formas de obtenção dos corpos de prova. Itens que devem constar da norma para que haja reprodutibilidade na realização dos ensaios: • Precisar o princípio do ensaio e definir a terminologia empregada; • Descrever o equipamento, suas características e calibração; • Definir o corpo de prova: dimensões, métodos de preparação, número; • Condições de acondicionamento; • Descrição do procedimento experimental e medição do corpo de prova; • Especificar os cálculos a serem realizados, unidades empregadas e a precisão a ser obtida. Normalização 11 7 Normas mais utilizadas em materiais: ASTM – American Society for Testing and Materials (USA) ISO – International Organization for Standardization DIN – Deustsche Industrie Normum (Alemanha) ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (Brasil) 12 Fatores que influenciam no resultado dos ensaios • Acondicionamento • Velocidade de ensaio • Método de obtenção do corpo de prova 13 8 Como decidir qual polímero deve ser utilizado em uma determinada aplicação? Definir qual será a função do produto e identificar o ambiente de serviço. Quais as características que este produto deve ter em termos de: • Propriedades mecânicas: resistência, rigidez, fadiga, tenacidade e a influência de altas ou baixas temperaturas nestas propriedades; • Suscetibilidade à corrosão e degradação; • Resistência ao rasgo e propriedades friccionais; • Propriedades especiais como, térmicas, elétricas, óticas e magnéticas; • Métodos de fabricação; • Custo. 14 Exemplo : Farol de carros Requisito principal: Transparência Candidatos: PMMA (poli(metacrilato de metila)) PC (policarbonato) PMMA: não tem temperatura de amolecimento suficientemente alta ou resistência à fratura. PC: Polímero mais adequado: Transparente e com propriedades mecânicas adequadas ao uso. 15 9 Programa da Disciplina: •Aula 1: Apresentação da disciplina, Programa, Normas Técnicas •Aula 2: Características físico-químicas dos materiais poliméricos; •Aulas 3 a 8: Ensaios Mecânicos (dureza, abrasão, tração, impacto, flexão, resiliência) •Aulas 9 e 10: Ensaios Térmicos (amolecimento Vicat e deflexão ao calor) •Aula 11: Ensaios Reológicos (índice de fluidez, injeção) •Aula 12: Envelhecimento de Polímeros Referências CALLISTER, William D. - Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. LTC Editora, 5a ed., 2002. CANEVAROLO Jr, Sebastião V. - Ciências dos Polímeros, Artliber Editora, 1a ed., 2002/2006. 16 Aula 2 – Classificação 10 DEFINIÇÕES - REVISÃO POLÍMERO Material de alta massa molecular (acima de dez mil), cuja estrutura consiste na repetição de pequenas unidades (meros). Macromolécula formada pela união de moléculas simples, ligadas por ligação covalente Macromoléculas é uma molécula de alta massa molecular, que não tem necessariamente em sua estrutura uma unidade de repetição 19 11 Molécula de polietileno Monômero, Mero e Polímero 20 Petróleo Destilação Gás Gasolina, Óleo diesel Nafta Outros Craqueamento Etileno Propileno Butileno Outros HidrocarbonetosMonomeros Polímeros Modificação e Polimerização Polimerização 70% 20% 10% 12 22 Microestrutura Não há ordem entre cadeias, e as distâncias intercadeias são irregulares Região Cristalina: Cadeias dispostas de forma ordenada (cristais lamelares), próximas entre si e com intensa força de interação intermolecular. (tamanho médio dos cristais é maior do que metade do comprimento de onda da luz incidente) Semi-cristalino apresenta regiões cristalinas e amorfas Pigmento X Corante 23 13 Anotações: 24 CLASSIFICAÇÃO 14 Classificação dos polímeros quanto ao comportamento mecânico POLÍMEROS FIBRAS PLÁSTICOS BORRACHAS TERMOFIXOS TERMOPLÁSTICOS Convencionais Especiais de Engenharia de Engenharia especiais (Commodities) 28 • TERMOPLÁSTICOS São polímeros capazes de serem repetidamente amolecidos pelo aumento de temperatura e endurecidos pela diminuição da temperatura. Esta alteração reversível é física e não química, mas pode provocar alguma degradação no termoplástico para um número elevado de ciclos de aquecimento e resfriamento. Estrutura dos termoplásticos – Polímeros com cadeias lineares ou ramificadas, sem ligações cruzadas. Entre as cadeias poliméricas existem apenas ligações secundárias. PLÁSTICOS 29 15 Anotações: 30 • TERMOFIXOS São materiais plásticos que quando curados, com ou sem aquecimento, não podem ser reamolecidos por aquecimento. As matérias-primas para os termofixos são resinas oligoméricas (pré-polímeros), com capacidade de fluxo, que na moldagem em produtos, são curadas e transformadas irreversivelmente em termofixos, insolúveis e infusíveis. Exemplos: baquelite , resina epóxi, resina de poliéster insaturado Estrutura dos termofixos Polímeros com alta quantidade de ligações cruzadas PLÁSTICOS 32 16 Anotações: 33 ELASTÔMEROS BORRACHAS OU ELASTÔMEROS São materiais poliméricos que exibem elasticidade em longas faixas de deformação, na temperatura ambiente. Para as borrachas tradicionais esta característica é obtida após a vulcanização - possuem baixa quantidade de ligações cruzadas. 34 17 Anotações: 35 FIBRAS POLIMÉRICAS FIBRAS São materiais definidos pela condição geométrica de alta relação entre o comprimento e o diâmetro da fibra. Em muitos polímeros, considera-se que o quociente comprimento da fibra / diâmetro da fibra, denominado razão de aspecto, deve ser igualou maior a cem. Estrutura das Fibras Os polímeros, empregados na forma de fibras, são termoplásticos, com cadeias lineares, orientadas no sentido do eixo da fibra (longitudinalmente). Exemplos de fibras poliméricas Poliamida (náilons), politereftalato de etileno (PET), poliacrilonitrila (PAN) e fibras poliolefinicas. 36 18 Aula 3- Dureza e Abrasão Ensaio de Dureza Dureza é a medida da resistência oposta à penetração de uma superfície (ou risco) por um instrumento de dimensões determinadas, sob carga também determinada. Diferentes instrumentos projetados para medir a dureza não estão normalmente de acordo com outro, devido a várias razões: • Definição de escalas e pontos; • Forma e tamanho do ponto indentor; • Carga aplicada; • Taxa e tempo da aplicação da carga (comportamento viscoelástico - fluência) Desta forma, é importante, ao expressar os resultados de dureza, definir qual Durômetro foi utilizado. 38 19 Anotações: 39 • Dureza Shore A e D O Durômetro Shore (ASTM D2240 ou NBR7456) é largamente utilizado. Escala Shore: Shore A : materiais moles. Até a leitura de 90. Acima de 90, utilizar o durômetro Shore D. Shore D: materiais mais duros. • Dureza Barcol Plásticos rígidos, reforçados e não reforçados e compósitos 0 100 líquidos superfície plana dura (vidro) Ensaio de Dureza - Polímeros 41 20 Comparação de Escalas – Dureza Shore 21 Exemplos: • fôrro de mangueira (resistência a abrasão, resistência à óleos e à intempéries) • gaxeta para aplicação em flanges (este é um dos poucos casos em que a penetração da superfície tem alguma significação, e isso porque a indentação produzida pela agulha do instrumento é semelhante, dentro dos limites, às perfurações que podem ser causadas na gaxeta pelas saliências das superfícies vedadas). Ensaio de Dureza 47 Dureza x Rigidez As duas são medidas de tensão-deformação, porém para dois tipos de deformação completamente diferentes. Regras: • a dureza , apesar de tão divulgada é apenas uma medida aproximada, sem precisão e por vezes sem significação, só em casos especificos tolerâncias inferiores a 5 são observados. • A dureza não é uma medida adequada da capacidade de suporte de carga (rigidez). 48 22 A Dureza de polímeros pode ser influenciada por: • Carga mineral; • Plastificantes; • Densidade de reticulação; • Cristalinidade; • Viscoelasticidade. Portanto, a dureza é uma propriedade que pode variar em função da mudança de concentração dos componentes do material, além da natureza do polímero puro em questão. Ensaio de Dureza 49 Ensaio de Abrasão Resistência à Abrasão: resistência oferecida pelas composições de borracha ao desgaste pelo contato com superfícies abrasivas em movimento. • A resistência à abrasão é medida sob condições definidas de carga e velocidade, sendo expressa em porcentagem após comparação com uma composição padrão. Resistência à Abrasão 100 amostradavolumedeperda padrãodovolumedeperda 50 23 • Métodos para verificação da resistência à abrasão de elastômeros: ASTM D394 e D1630 e DIN 53516. • Todo os métodos comprimem o corpo de prova sob carga determinada, contra um abrasivo (geralmente esmeril ou papel lixa), montado num disco ou tambor rotativo. • A superfície abrasiva gira à velocidade especificada, prosseguindo o ensaio durante tempo determinado ou até que se tenha desgastado uma certa quantidade do corpo de prova. Considerações: O ensaio não pretende reproduzir as condições de serviço. Nenhum ensaio isolado seria capaz de reproduzir todos os tipos de abrasão sofridos por artefatos tão diferentes quanto as bandas de rodagem dos pneumáticos, as capas de correias de transportadoras, as solas de saltos de sapatos, os materiais para revestimentos de assoalhos, etc. Ensaio de Abrasão 51 Abrasão (V), em mm3, é o volume perdido, por um corpo de prova cilíndrico passado através de um papel lixa, de poder abrasivo definido, com uma força definida de aplicação, em uma distância também definida. (DIN 53516 ) S Som V Ensaio de Abrasão V = abrasão (perda de volume em mm3); m = Variação da massa (mfinal-minicial) = densidade em mg/mm3; So = valor nominal do poder abrasivo (200 mg); S = média do poder abrasivo, em mg. 52 24 Aula 4- Comportamento Mecânico de Termoplásticos Ensaio de Tração Os ensaios de tração constituem a principal forma de avaliação das propriedades mecânicas dos polímeros, em ensaios de curta duração e com solicitações estáticas. Normas: ASTM D638 (ensaios de tração em plásticos) ASTM D412 (ensaios de tração em borrachas) 54 25 Ensaio de Tração Características dos ensaios de tração: • Solicitação: taxa de deformação constante (velocidade do ensaio) • Resultado ou resposta do ensaio: tensão axial de estiramento (tensão de tração) em função da deformação. 55 Anotações: (relembrar conceitos vistos na disciplina “Princípios de ciência dos Materiais”) 56 26 Tensão de tração (nominal): é a razão entre a carga ou força de tração e a área mínima da seção transversal do corpo de prova (A0) 0A F Deformação (% de deformação – Alongamento): L Lo 100 Lo L % F: força ou carga aplicada; Lo: comprimento inicial entre as marcas; L = L - Lo : variação do comprimento entre marcas; A0 : área inicial da seção transversal do corpo de prova; Ensaio de Tração 57 Ponto no escoamento: é o primeiro ponto da curva tensão-deformação no qual um aumento na deformação ocorre sem aumento de tensão. Resistência à tração: é a máxima tensão de tração suportada pela amostra durante o ensaio de tração. Quando a resistência à tração ocorrer no ponto do escoamento, a resistência à tração deverá ser designada como "resistência à tração no escoamento". Quando a resistência à tração ocorrer na ruptura, a resistência à tração deverá ser designada como "resistência à tração na ruptura". Ensaio de Tração 58 27 Módulo de elasticidade em tração ou módulo de Young (E): é a razão entre a tensão de tração (nominal) e a deformação correspondente*. E Apesar do módulo de elasticidade não ser sinônimo de rigidez, ele está diretamente relacionado com este comportamento mecânico. Isto é, quanto maior for E, maior será sua rigidez. Ensaio de Tração * Lembrar que os polímeros apresentam o comportamento viscoelástico! 59 Uma simples e prática classificação em x , distingue o comportamento frágil do comportamento dúctil. Comportamento frágil: Não existe ponto de escoamento; O polímero não se deforma plasticamente. Comportamento dúctil: Um ponto de escoamento é observado; O material polimérico tem limite elástico, além do qual ocorre deformação permanente. Ensaio de Tração 60 28 Ductibilidade é a deformação plástica total sofrida pelo material até o ponto de ruptura, sendo avaliada, usualmente, pelo alongamento. Tenacidade: é a quantidade de energia absorvida pelo material necessária para rompê-lo ("energia absorvida antes da quebra"). Um material dúctil, com a mesma resistência à tração de um material frágil irá requerer mais energia para ser rompido. Portanto, é mais tenaz. Ensaio de Tração 61 Ensaio de Tração - Polímeros No caso dos polímeros as respostas às tensões e deformações dependem de fatores estruturais e variáveis externas: Fatores estruturais: • Peso molecular; • Ramificações e ligações cruzadas; • Cristalinidade, incluindo morfologia cristalina; • Copolimerização; • Blendas poliméricas; • Orientação molecular; • Reforços, cargas, plastificantes, entre outros aditivos. Variáveis externas: • Temperatura; • Tempo; • Velocidade de deformação; • Nível de solicitação mecânica; • Tipo de solicitação; • Natureza da atmosfera vizinha (umidade; agentes químicos agressivos ao polímero avaliado, etc). 62 29 Anotações: O que acontece com a microestrutura do polímero no ensaio de tração? 63Anotações: 64 30 Influência da temperatura e da velocidade de ensaio, nos ensaios de tração de polímeros. O efeito do aumento da velocidade de ensaio (deformação) é equivalente ao efeito da diminuição da temperatura. Nos diagramas x , o tempo está apenas embutido na velocidade de ensaio, que é constante para cada ensaio. Explicações O aumento da velocidade de ensaio impede o escorregamento e o acomodamento das moléculas, diminuindo a deformação e aumentando E. Quando se aumenta a temperatura a partir de T<Tg para T> Tg é observado o seguinte comportamento: A deformação é baixa a menores temperaturas e não há escoamento. Em temperaturas superiores, há um ponto de escoamento e a deformação aumenta grandemente. Ensaio de Tração 65 Ensaio de Tração 66 31 Ensaio de Tração 67 PEAD (semicristalino) Tg = -90°C C = 90% PEBD (semicristalino) Tg = -90°C C = 40 a 60% PP (semicristalino) Tg = -10°C C = 70% PMMA (amorfo) Tg =105°C C = 0 PC (amorfo) Tg =150°C C = 0 68 32 Aula 5- Elastômeros Revisão: Elastômeros são polímeros, que na temperatura ambiente podem ser alongados até duas ou mais vezes seu comprimento e retornam rapidamente ao seu comprimento original ao se retirar a pressão. Possuem, portanto, a propriedade da elasticidade. Elastômeros 70 33 Requisitos para ser considerado uma borracha: • Ser um polímero de elevado peso molecular, já que a elasticidade da borracha é devida principalmente ao emaranhamento e desemaranhamento das longas cadeias. • O polímero deve estar acima de sua temperatura de transição vítrea, Tg (-50 C a -80 C), quando em uso, para permitir o livre desemaranhamento e emaranhamento das cadeias, conseqüência de elevada mobilidade segmental. • O polímero deve ser amorfo no seu estado não estirado, já que a cristalinidade restringirá os movimentos moleculares, necessários para que ocorra elasticidade da borracha. 71 Exemplos Poliisopreno ou borracha natural, polibutadieno, poliisobutileno e poliuretanas são elastômeros. As cadeias poliméricas podem ser representadas de 2 maneiras: como uma peça de elástico emaranhada alta entropia esticada ou ordenada baixa entropia 72 34 Requisito aplicado somente às borrachas vulcanizadas: • O polímero deve conter uma rede de ligações cruzadas para restringir a mobilidade de suas cadeias, já que estas poderiam deslizar umas sobre as outras ao ser aplicada tensão, e a recuperação seria incompleta. • As ligações cruzadas devem ser relativamente poucas e amplamente separadas, de forma que o estiramento até grandes extensões possa ser realizado sem a ruptura das ligações primárias. • Geralmente, essas ligações cruzadas são obtidas por meio da adição de enxofre ou peróxido, sendo a reação acelerada com aquecimento e aditivos adequados. 73 • O processo de VULCANIZAÇÃO consiste de reações químicas entre cadeias do elastômero e o enxôfre (ou outro agente), adicionado na proporção de 1 a 5 %, gerando ligações cruzadas entre cadeias conforme esquematizado abaixo: • BORRACHA NÃO-VULCANIZADA: mais macia, pegajosa e com baixa resistência à abrasão. • BORRACHA VULCANIZADA: valores maiores de módulo de elasticidade, resistência à tração e resistência à degradação oxidativa. Vulcanização 74 35 Principal Rota de Produção 75 EPDM Poli-(etileno-propileno-dieno).Excelentes na extrusão,permite altas cargas.Vedações porta automotivas e janelas residenciais NR Natural Folhas defumadas ,Crepes e Látices Uso Geral IR Polisopreno Borracha “Natural “ Polimerizada . Adesivo /Correias,Gaxetas extrudadas BR Polibutadieno Amortecedores de Vibração, Batentes,Buchas SBR Copolimero do Estireno 25% -Butadieno 75% Pneu NBR Poli-(acrilonitrila-butadieno)Também resistente abrasão,calor,baixa permeabilidade gases Retentores,Mangueiras para Solventes,Revestimentos tanques e cilindros,anéis e gaxetas, Artefatos têxteis CR Policloropreno Resistente a Óleo minerais moderada.O cloro é extinguível. Revestimentos eixos e cilindros MQ Siliconas. Faixa trabalho de –100ºC até 315ºC.Excelentes condições de trabalho nos extremos.Isolamento perfeito.Resistente a fungos.Gaxetas,tubos,isolamento fios aeronaves,aparelhos eletrônicos,artigos farmacêuticos,implantes cirúrgicos ACM (Acrilato Etila,Butila, Metoxi-etila). Isentas de dupla ligação livre.Temperatura trabalho 200ºC.Resistência à óleos alta Temp CFM/FPM Borrachas Fluoradas.Resistente Baixas e AltasTemperaturas,Retentores, Mangueiras especiais,Diafragma.Produtos químicos Aplicações 76 36 BORRACHA NITRÍLICA ( Buna N ou NBR ) Excelente resistência aos derivados de petróleo. Fabricação de peças e componentes das indústrias automobilística, gráfica, de petróleo e petroquímica (mangueiras para óleos e solventes, gaxetas, juntas, anéis de vedação e revestimento de cilindros de impressão, vasos e tanques industriais). 77 SBR ( Buna S ) Boas propriedades físicas; excelente resistência à abrasão; não possui resistência a óleo, ozônio ou a intempéries; propriedades elétricas boas, porém não excepcionais. Aplicações em Pneus e tubos, solas, juntas, gaxetas 78 37 ETILENO PROPILENO DIENO - EPDM Alta resistência ao envelhecimento. Peças externas de automóveis, como molduras de vedação de janelas e portas de veículos, batentes, frisos e palhetas de limpador de pára-brisas. 79 NEOPRENE (Policloropreno) • Utilizada com excelente desempenho em sistemas pneumáticos e situações sujeitas à intempéries. • É usado em uma variedade larga dos ambientes, como em roupas de mergulho, da isolação elétrica, nas correias de ventilador do carro, adesivos; correias transportadoras; revestimentos de tanques para produtos químicos; vedações e gaxetas. 80 38 Formulação de Elastômeros Formas de expressar uma formulação: Partes % - Partes por 100 PHR - Parts per Hundred Rubber Componentes de uma Formulação 1-Elastômeros 2-Cargas (reforço/custo) 3-Agentes de Processamento: Ex: plastificantes (facilita processamento) 4-Ativadores de Vulcanização ( velocidade de vulcanização) 5-Agentes de proteção (oxigênio/luz/calor/frio etc) 6-Agentes de Vulcanização (acelerantes) 7-Materiais Específicos Comportamento Mecânico De Elastômeros 39 Ensaio de Tração - Elastômeros Nos elastômeros, a tensão não é linear com a deformação. O módulo não é uma razão nem uma inclinação constante, mas designa um ponto na curva tensão/deformação. 83 84 • Quando submetidos a tensão, os elastômeros se deformam, mas voltam ao estado inicial quando a tensão é removida. • Os elastômeros apresentam baixo módulo de elasticidade. • São polímeros amorfos ou com baixa cristalinidade (obtida sob tensão). • Apresentam geralmente altas deformações elásticas, resultantes da combinação de alta mobilidade local de trechos de cadeia (baixa energia de interação intermolecular) e baixa mobilidade total das cadeias (ligações covalentes cruzadas entre cadeias ou reticuladas). (b) (a) Ensaio de Tração - Elastômeros 84 40 Ensaio de Tração - Elastômeros Polímero frágil Polímero dúctil Elastômeros 85 86 Comportamento tensão - deformação até elongação de 600% para uma borracha natural vulcanizada e sem vulcanizar. Ensaio de Tração - Elastômeros 86 41 As cargas reforçantes, como o negro de fumo, modificam as propriedades mecânicas dos elastômeros vulcanizados Ensaio de Tração - Elastômeros 87 A histerese é a tendência de um material ou sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou. Ensaio de Tração - Histerese Curvas de deformação e de relaxação não coincidem 88 42 A área encerrada por ambas as curvas é proporcional a energia dissipada no interior do material elástico. A grande histerese elástica de algumas borrachas as fazem especialmente apropriadas para absorver vibrações. Somente parte da deformação volta a forma original, o resto da deformação volta à forma apósalgum tempo (reação viscoelástica) A resposta viscoelástica e as perdas por histerese são grandemente melhoradas pelo uso de cargas. Ensaio de Tração - Histerese 89 Curiosidade: • Pneus com baixa resistência à rolagem: não perde tanta energia por histerese. Quando um pneu está parado, ele tem uma distribuição de pressão simétrica, porém, quando está rolando, devido à compressão, o pneu perde energia por histerese, o que acaba afetando a distribuição de pressão, causando um momento contrário ao aplicado no pneu, daí o nome de resistência à rolagem. 90 43 Viscoelasticidade dos Elastômeros: Fatores principais (externos) que afetam as propriedades viscoelásticas dos elastômeros (e dos polímeros em geral): 1) Temperatura – quanto maior a temperatura mais fácil é o rearranjo das macromoléculas. 2) Frequencia dos ciclos de carregamento - quanto maior a frequência, mais rígido fica o material, ele perde elasticidade, não há tempo para as moléculas se reajeitarem. 91 Ensaio de Deformação Permanente à Compressão (DPC) É uma medida da razão entre os componentes elásticos e viscosos da resposta de um elastômero a uma dada deformação. Mediante barras de aço, aplica-se uma deformação especificada de 25% em relação á altura inicial do corpo de prova em determinado tempo e temperatura. Submete-se a amostra à uma determinada compressão e após um tempo de repouso faz-se novas medidas para determinar em percentagem a deformação sofrida durante o ensaio. Relaxação de tensão é a mudança na tensão com o tempo quando o elastômero é mantido sob deformação constante. 92 44 Ensaio de Deformação Permanente à Compressão (DPC) 93 94 45 Resistência ao rasgamento Capacidade de resistir a propagação de um rasgamento, após iniciado. Ensaio para teste de resistência ao rasgamento. (a) Teste com rasgamento em tira, (b) Teste com rasgamento trapezoidal, (c) Teste mono-axial com rasgamento central. Fonte: SHAEFFER (1996) 95 Borrachas vulcanizadas muitas vezes falham em serviço devido à geração e propagação de um tipo especial de ruptura chamado (rasgo). Este método de ensaio mede a resistência à ação do rasgo. Para fins de remoção de peças moldadas de um molde, ou para determinar a facilidade de iniciar e propagar um rasgo durante aplicação, a resistência ao rasgamento se torna uma propriedade importante. • Normas: ISO 34, 816 ASTM D624 Resistência ao rasgamento 96 46 Neste teste a força aplicada não é distribuída por todo o corpo de prova, mas concentrada na posição do corte. O teste mede a energia necessária para rasgar o corpo de prova numa velocidade específica de separação (depende das propriedades viscoelásticas do material mas principalmente da velocidade empregada). Resistência ao rasgamento 97 a) Bastão; b) Calcas; c) Angular; d) Entalhe. Tipos de corpos de prova/resistência ao rasgamento Os diferentes ensaios utilizam formatos e métodos diferentes na aplicação de uma força de rasgamento. Resistência ao rasgamento 98 47 Resistência ao rasgamento 99 • CR: carga de rasgamento (N/mm) • c: carga máxima de rasgamento (N) • e: espessura do c.p (mm) c CR e Resistência ao rasgamento 100 48 Resiliência é a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido tensão. É medida normalmente em percentual da energia recuperada e fornece informações sobre o caráter elástico do material. Nos elastômeros, a resiliência é determinada pela quantidade de energia devolvida após o impacto do material com uma massa conhecida, sendo medida pelo ricochete resultante. Um material perfeitamente elástico tem uma resiliência de 100% e um perfeito absorvedor de 0%. Resiliência 101 Quando um pêndulo impacta um corpo de prova de borracha a partir de uma certa distância ou um certo ângulo, o grau ou a distância que o pêndulo não retorna é uma indicação da energia dissipada durante a deformação. Resiliência 102 49 Resumo: 103 Aula 6 - Resistência ao Impacto 104 50 Resistência ao Impacto 107Charpy Izod A resistência ao impacto pode ser expressa por: RI = energia absorvida = E (J/m) espessura do corpo de prova e RI = energia absorvida = _E_ (J/m2) área do corpo de prova A.e 108 Resistência ao Impacto 51 Influência do Entalhe na Resistência ao Impacto • O entalhe do corpo de prova atua concentrando tensões, minimizando a deformação plástica. • Portanto, a RI de um polímero com corpo de prova entalhado é menor que a RI com um corpo de prova não entalhado. • A concentração de tensão é maior para entalhes mais agudos, com pequenos raios de curvatura de sua ponta. • Outro motivo que afeta a sensibilidade do material ao entalhe é decorrente de que a fratura é um processo que envolve iniciação da trinca e sua propagação. 109 Influência do Entalhe na Resistência ao Impacto 110 52 Influência da Temperatura na Resistência ao Impacto • A resistência ao impacto aumenta com o aumento da temperatura. • Para polímeros amorfos, a RI aumenta drasticamente quando a temperatura se aproxima de Tg ou é maior que Tg. • A temperaturas próximas ou superiores a Tg, os movimentos moleculares são grandes o suficiente para aliviar as concentrações de tensão, muito mais energia pode ser dissipada na forma de calor pelo alto amortecimento mecânico. 111 Influência da Temperatura na Resistência ao Impacto 114 53 Influência de Fatores Estruturais na Resistência ao Impacto Massa Molar: A RI aumenta com a massa molar até um valor assintótico acima da qual a RI torna-se praticamente independente do MM. Cargas, reforços, plastificantes • Plastificantes abaixam a Tg, e portanto, aumentam a RI de um polímero se a Tg está próxima à temperatura de ensaio. • Cargas rígidas em um polímero rígido geralmente diminuem a RI do polímero. 115
Compartilhar