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2ª AVALIAÇÃO – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I PROFESSOR: AURISVALDO MELO SAMPAIO ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUCÕES ABAIXO: I. Leia atentamente o enunciado de cada questão, pois a compreensão deste integra a avaliação; II. A avaliação levará em consideração a linguagem utilizada (clareza, uso adequado de termos técnicos e correção gramatical); III. As respostas devem ser digitadas em fonte times new roman ou arial, tamanho 12; IV. A pontuação de cada questão e o número máximo de linhas admitido para as respostas estão previstos antes dos respectivos enunciados; V. Atente para o limite máximo de linhas para as respostas. As que excederem o máximo não serão consideradas; VI. As respostas devem ser autorais. A partir das aulas, da legislação e da pesquisa em fontes doutrinárias ou jurisprudenciais, responda em forma de texto; VII. Em caso de respostas idênticas de alunos distintos, as respostas de ambos serão zeradas; VIII. Quando for o caso, as respostas devem apresentar as respectivas citações ou referências dentro das normas da ABNT (n. 6023); IX. As questões que apresentarem como respostas transcrições de textos sem a devida referência serão desconsideradas para correção, ou seja, será atribuída nota zero para a questão. Sobre este tópico, para mais informações, consulte a cartilha “Cartilha Plágio (Links para um site externo.). Q U E S T Õ E S 1 - (Quatro pontos – vinte linhas) João Granafirme detentor de vasto patrimônio, sem possuir cônjuge, ascendentes ou descendentes, resolveu destinar a totalidade dos seus bens, após a sua morte, ao tratamento de determinada doença que acomete exclusivamente crianças. Para isto, ele pretende instituir uma pessoa jurídica para manter um hospital especializado especificamente no tratamento de tal doença. Consultado pelo interessado acerca do assunto, cabe a você esclarecer, com http://ead.uva.br/filemanager/file/11/Cartilha_plagio.pdf 2ª AVALIAÇÃO – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 fundamentação sucinta: 1.1. (um ponto) Qual a espécie de pessoa jurídica apropriada para o caso? 1.2. (um ponto) Qual a forma que deverá utilizar o interessado para determinar a sua criação? 1.3. (meio ponto) É necessário que João Granafirme obtenha a adesão de outras pessoas para, juntos, criarem a entidade pretendida? 1.4. (um ponto e meio) Ocorrendo a erradicação da doença cogitada, pela descoberta de uma vacina, hipótese não cogitada por João Granafirme enquanto vivo, quais os procedimentos necessários para que a entidade passe a dedicar-se ao combate do analfabetismo infantil, se assim pretender a unanimidade da sua diretoria? Observações referentes à quarta questão: a) o aluno deverá numerar cada resposta, ou seja: 1.1. - 1.2. - 1.3. - 1.4. b) o limite máximo de linhas é referente à totalidade da questão. RESPOSTAS – 1ª QUESTÃO 1.1) Qual espécie de pessoa jurídica apropriada para o caso? Consoante uma análise do caso exposto, a espécie de pessoa jurídica apropriada para o caso seria a fundação. Isto porque, por se tratar de um acervo patrimonial que se destinam a um fim que deve ter um objetivo de cunho social, as fundações podem ser estabelecidas por uma só pessoa, desde que esta tenha um patrimônio suficiente para perseguir o fim que pretende. Assim, isso está em total anuência com as condições expostas na questão a respeito de João Granafirme, pois ele tem um vasto patrimônio e pretende fundar uma instituição que tem um cunho social, isto é, manter um hospital especializado no tratamento de uma determinada doença. 1.2) Qual a forma que deverá utilizar o interessado para determinar a sua criação? Como João G. pretende destinar seu vasto patrimônio para essa pessoa jurídica, somente após a sua morte, a forma que deverá ser utilizada para a criação da fundação será via testamento. Vale ressaltar, que uma feita a dotação, ela é irreversível. 1.3) É necessário que João Granafirme obtenha a adesão de outras pessoas para, juntos, criarem a entidade pretendida? Por não se tratar de uma corporação, isto é, pessoa jurídica formada pela associação de pessoas, as fundações podem ser estabelecidas por uma única pessoa. De modo que, João G. não necessita da adesão de outras pessoas para criar a entendida pretendida. 2ª AVALIAÇÃO – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 1.4) Ocorrendo a erradicação da doença cogitada, pela descoberta de uma vacina, hipótese não cogitada por João Granafirme enquanto vivo, quais os procedimentos necessários para que a entidade passe a dedicar-se ao combate do analfabetismo infantil, se assim pretender a unanimidade da sua diretoria? A entidade em questão, não poderia se dedicar ao combate ao analfabetismo infantil em caso de erradicação da doença a qual serviu de finalidade para criação da fundação. Isto porque, os fins das fundações são imutáveis, isto é, após o estabelecimento da finalidade pelo instituidor, elas não podem sofrer modificações. Neste caso, se a doença fosse erradicada, a fundação seria extinta, consoante o Art. 69º do Código Civil. Com sua extinção, se passaria a observar o destino do patrimônio, em que o próprio Estatuto ou instituidor poderiam estabelecer este, ou em caso de omissão, ficaria a cargo do juízo destinar esse patrimônio para alguma fundação com finalidades iguais ou semelhantes. 2- (Dois pontos – quinze linhas) Marcelo vendeu a Carlos uma propriedade rural situada no Município de Conceição do Coité, na qual estavam em funcionamento várias máquinas desfibradoras de sisal (maquinário agrícola portátil destinado à retirada das fibras daquele vegetal), nada dispondo o negócio jurídico acerca destes equipamentos. Ao ser realizada a entrega da propriedade a Carlos, este percebeu que as máquinas haviam sido retiradas do imóvel por Marcelo, o qual, questionado pelo primeiro, afirmou que não as entregaria. Ao ser consultado por Carlos acerca da viabilidade de êxito de ação judicial para obrigar o vendedor a entregar as máquinas, cabe a você orientá-lo. Faça-o. (Fundamente. A resposta só será considerada se estiver corretamente fundamentada). RESPOSTA 2ª QUESTÃO Pertenças, tal qual expressa o Art. 93 do Código Civil, dizem respeito a bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, serviço e/ou aformoseamento de outro. Nosso ordenamento jurídico civil, é omisso quanto a definição do que seriam partes integrantes, e para suprir essa lacuna, buscou respostas no direito comparado, o qual segundo o Código Suíço, parte integrante seria tudo que constitui elemento essencial da coisa e não pode ser dela separada sem destruir, deteriorar ou 2ª AVALIAÇÃO – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 alterar. Ato contínuo, insta salientar, que estas pertenças possuem um regime jurídico singular em relação aos demais acessórios. E, dessa forma, estas não se sujeitam ao princípio da gravitação jurídica, em que o acessório, em regra, seguiria o principal. As máquinas agrícolas em um módulo rural, tais como as expostas no caso do enunciado, compreendem um exemplo de pertença e, seguindo tal entendimento, em consonância ao que é exposto no Art. 94 do Código Civil, não estão sujeitas ao bem principal, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade ou das circunstâncias do caso. Assim, ao vender a fazenda e nada dispor sobre as máquinas, Marcelo não tem o dever de devolvê-las para Carlos. 3- (Dois pontos – quinze linhas) Maria e Joana possuem uma loja de alimentos funcionais que, após três anos de funcionamento, encerrou as suas atividades. Apurou-se que a empresa não dispõe de patrimônio, entretanto, as sócias possuem bens emseus nomes, havendo indicações de que se utilizaram, para fins pessoais, de recursos depositados na conta corrente da sociedade. Consultado por fornecedor da empresa, você deve orientá-lo – fundamentadamente – sobre a viabilidade do recebimento do seu crédito a despeito do estado de insolvência da pessoa jurídica devedora RESPOSTA 3ª QUESTÃO Embora, alicerçado na autonomia patrimonial, não restam dúvidas de que os direitos e deveres da pessoa jurídica não se confundem com os da(s) pessoa(s) que integra(m) essa pessoa jurídica, entretanto essa regra comporta exceções em situações autorizadas por lei, que tangem a questão da despersonalização da pessoa jurídica. Pelo caso apresentado no enunciado da questão, fica claro que houve o abuso da personalidade jurídica da pessoa jurídica. Abuso este, que se evidencia, amparado na Teoria Maior da Desconsideração, tal qual expressa o Art. 50º do Código Civil, na situação da confusão patrimonial, em que houveram indicações de que as sócias se utilizaram, para fins pessoais, de recursos depositados na conta corrente da sociedade, contrariando a separação de fato entre os patrimônios. Frente a isso, o fornecedor, deve solicitar desconsideração da personalidade jurídica e, como ambas foram beneficiadas pelo abuso, tal fato recairá sobre as duas sócias. Assim, sendo autorizada pelo juízo o 2ª AVALIAÇÃO – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 incidente da desconsideração da personalidade jurídica, e como constam bens nos nomes destas sócias, será feito um bloqueio desses e posterior penhora para levantamento de verba necessária para pagamento dos credores. 4-(Um ponto – dez linhas) Levando em consideração que um microcomputador pode ser fragmentado, separando-se teclado, monitor, placa-mãe, processador, etc, podendo-se dar a cada uma dessas partes uma destinação independente, é possível considerá-lo um bem divisível? (Fundamente. A resposta só será considerada se estiver corretamente fundamentada). RESPOSTA 4ª QUESTÃO Por bens indivisíveis, entende-se que se tratam de bens que caso sejam fracionados, implicarão a alteração da sua substância, diminuição de valor ou prejuízo do uso a que se destinam. Tal indivisibilidade, pode decorrer de decisão legal, acordo entre as partes ou por natureza. Neste caso, o microcomputador, por se tratar de um bem indivisível por natureza, não poderá gozar de divisibilidade sem que isso acarrete alteração da sua substância, diminuição do seu valor e/ou prejuízo do uso a que se destina. 5-(Um ponto – dez linhas) Levando-se em consideração que nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime de separação absoluta, vender os seus bens imóveis, embora possa vender sem tal autorização os móveis, indaga- se: um fazendeiro casado pelo regime de comunhão parcial de bens poderá vender, sem autorização da esposa, os pés de eucalipto plantados na sua propriedade rural, ainda não destacados desta, mas destinados ao corte para abastecer a indústria da celulose? Fundamente. A resposta só será válida se adequadamente fundamentada. RESPOSTAS 5ª QUESTÃO Os pés de eucalipto plantados na propriedade rural deste fazendeiro, caracterizam os chamados bens móveis por antecipação, isto porque, se tratam de bens que, embora incorporados ao solo, se destinam a ser separados deste a fim de serem objetos de relações jurídicas próprias, que neste caso, é abastecer a indústria da celulose. E, por receberem o tratamento de bens móveis, com uma finalidade pré-estabelecida ligada a negociação, dispensam a vênia conjugal, isto é, não necessitam da autorização do 2ª AVALIAÇÃO – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 cônjuge. De tal forma, que o fazendeiro, caso pelo regime de comunhão parcial, pode vender os pés de eucalipto plantados, sem necessidade de requerer a anuência da sua esposa.
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