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RESOLUÇÃO DE CASOS PRÁTICOS E QUESTIONÁRIOS - IED PRIVADO I - FBDG - AURISVALDO MELO

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RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
PROFESSOR: AURISVALDO MELO SAMPAIO 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO Nº 1 – 23/03/2020 
 
1. Qual o conceito de nome? 
Nome, um dos elementos da individualização da pessoa natural, é uma designação 
pela qual a pessoa é reconhecida e identificada na família e na sociedade. É, pois, o 
nome completo do indivíduo, formado por prenome (partícula inicial que pode ser 
simples ou composta) e patronímico (ou sobrenome). 
2. Qual a natureza jurídica do nome? 
A natureza jurídica do nome, refere-se a uma terceira teoria que atribui ao nome a 
classificação de Direito de Personalidade, ou seja, recaem sobre este, atributos físicos, 
psíquicos ou morais da pessoa (inerentes a pessoa, inseparáveis), estando na mesma 
categoria do Direito à vida, Moralidade, Liberdade, Intimidade, Honra, etc. É a teoria 
mais aceita no Brasil. 
Entretanto, existem outras duas outras teorias: 
A primeira teoria trata do nome como Direito de Propriedade, ou seja, o nome 
pertenceria ao indivíduo assim com um objeto pertence ao mesmo. É uma teoria não 
aceita no Brasil, pois a propriedade pode ser doada e/ou vendida, coisa que não 
podemos fazer quando se trata do nome, já que este permite a identificação para que 
se possa ser responsável pelos seus atos. O nome seria no caso do Brasil, algo 
indisponível, mas uma indisponibilidade que não é absoluta. 
A segunda teoria trata que o nome é um Direito Sui Generis, isto é, gênero próprio, 
sem igual. Dessa forma, não pertenceria a nenhuma categoria jurídica, pois é uma 
decorrência da necessidade de identificação. Seria, portanto, um direito que não tem 
paralelo. Esta é uma teoria não tão aceita, pois o nome não é uma mera identificação 
da pessoa, não é uma mera exigência. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
3. Por que não se pode afirmar ser o nome um direito de propriedade? 
Não se pode afirmar ser o nome um Direito de Propriedade, uma vez que a 
propriedade pode ser doada, vendida, leiloada, coisas que não são permitidas quando 
se trata do nome, já que este permite a identificação da pessoa natural. 
4. Quais as partes que compõem o nome? 
O nome completo ou, simplesmente, o nome, é integrado de duas partes: o prenome 
e o sobrenome (ou patronímico). 
Por prenome, como infere a própria etimologia da palavra, entende-se que se trata da 
parte inicial do nome e que pode ser simples ou composto. É atribuído pelos pais aos 
filhos, com uma ampla liberdade de escolha, salvo 3 restrições. 
A outra parte do nome, é o sobrenome, também conhecido como patronímico. Este, 
por sua vez, vem logo após o prenome e também é atribuído pelos pais, contudo não 
com a mesma liberdade, pois devem exprimir a ancestralidade do indivíduo. 
5. Quais as restrições impostas para a formação do prenome? 
O prenome, partícula inicial do nome, é colocado pelos pais que detêm de uma ampla 
liberdade para tal escolha, salvo 3 restrições para salvaguardar a integridade do 
indivíduo: 
. A grafia do prenome deve obedecer às regras gramaticais da Língua Portuguesa. 
E, ao se tratar de um nome estrangeiro é necessário que sua grafia seja, ao menos, 
consagrada, como por exemplo Washington. 
. Irmãos não podem ter os mesmos prenomes, isto é, os dois se chamarem de 
Marcelo, por exemplo. Mas, a exemplo de Maria Alice e Maria Laura, já são 
prenomes em si distintos e, portanto, cabíveis de serem adotados. 
. Não pode expor a criança ao ridículo, à exemplo de “Facebookson”, que é 
inadmissível. 
6. Como deve ser formado o sobrenome? 
O sobrenome ou patronímico, também é uma atribuição dada aos pais, contudo não 
com a mesma liberdade de escolha do prenome, pois deve exprimir a ancestralidade 
do indivíduo. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
Podem ser utilizadas partículas vindas do pai, da mãe, da combinação dos dois ou até 
mesmo de partículas que não integrem o nome dos seus progenitores, desde que 
indiquem a ascendência, a estipe, a família da pessoa. 
Vale ressalta ainda que, caso, na mesma família, duas pessoas tenham o mesmo nome, 
se faz necessária a utilização de um agnome, isto é, de uma partícula que distinga 
essas pessoas, como por exemplo Junior, Primeiro, Segundo, Neto, Sobrinho, etc. 
7. Em relação ao nome, por que se diz que, sobre ele, vigora o princípio da 
inalterabilidade relativa? 
O princípio da inalterabilidade relativa vigora porque, embora, em regra, o nome seja 
imutável, visando estabelecer e manter a seguridade jurídica, comporta exceções de 
alteração, como em casos de evidente erro gráfico. 
8. Mencione cinco hipóteses que permitem a alteração do prenome. 
Algumas das hipóteses que permitem a alteração do prenome são: 
1) O nome pode ser alterado em caso de evidente erro gráfico, permitindo-se a 
retificação do erro – não altera, não modifica, não substitui o nome, é tão 
somente para corrigir o erro. (Tem previsão na Lei 6015 do Registro Civil). 
2) O nome pode ser alterado em caso de exposição ao ridículo do portador, 
podendo ser anulado pelo oficial e trocado. (Tem previsão na Lei 6015 do 
Código Civil). 
3) O nome pode ser alterado em caso de adição/substituição de/por cognomes 
(forma como a pessoa é popularmente conhecida) públicos e notórios. À 
exemplo de Luiz Inácio LULA da Silva. (Tem previsão na Lei 6015 do 
Registro Civil). 
4) O nome pode ser alterado em caso de a pessoa ser testemunha/vítima de um 
crime, colaborando com a justiça e sofra ameaça. Pode-se requerer 
judicialmente a alteração e, caso deseje, pode voltar depois a utilizar o nome 
original. 
5) O nome pode ser alterado em caso de desejo de aportuguesamento de 
prenomes estrangeiros, para facilitar a integração da pessoa. (Não tem 
previsão legal, é feita com base em Jurisprudência). 
 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
9. Mencione três hipóteses que permitem a alteração do sobrenome. 
Exceções que comportam a mutabilidade do sobrenome ou patronímico: 
1) Quando se tenha o desejo de adição de sobrenome de ascendente, diante da 
comprovação de parentesco. 
2) Em casamentos, onde a lei permite a ADIÇÃO, mas não substituição, da 
partícula que os cônjuges desejarem. Em casos de divórcio, a retirada do 
patronímico adotado pelo cônjuge é FACULTATIVA (o cônjuge que cedeu 
seu patronímico não pode exigir a retirada do sobrenome do divorciado). 
3) Em caso de reconhecimento do filho, onde o pai que reconhece o filho pode 
adicionar seu sobrenome. 
 
10. É possível haver pessoa sem nome? 
Não é possível que uma pessoa natural não tenha nome (prenome e sobrenome), 
pois trata-se de um direito intrínseco a todos, Direito de Personalidade, requisito 
fundamental para se conquistar direitos. Em caso de o indivíduo não ter nome ou não 
saber seu nome, cabe ao Juiz nomear este. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
PROFESSOR: AURISVALDO MELO SAMPAIO 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO Nº 2 – 30/03/2020 
 
1- O que é estado da pessoa natural? 
Estado da pessoa natural, em um sentido de Direito Privado, é uma noção destinada a 
caracterizar a posição jurídica da pessoa no meio social. Em outras palavras, trata-se 
de um conjunto de atributos juridicamente relevantes que permitem a identificação da 
pessoa na sociedade. 
Falar de uma pessoa e caracterizá-la com peso de 90kg, altura de 180 cm, olhos 
castanhos e cabelos longos, por exemplo, são elementos importantes para identificar 
uma pessoa, mas não são juridicamente relevantes. Entretanto, se dizemos que uma 
pessoa é capaz ou não,brasileira, casada, solteira, dentre outras definições, têm-se 
elementos de relevância jurídica e que, portanto, integram o estado da pessoa natural. 
2- Quais são as espécies de estado admitidas pelo nosso direito? 
Herdamos do Direito Romano a ideia de usar o Estado como um dos elementos de 
individualização do indivíduo, de tal forma que hoje pode-se falar, baseado nos 
romanos, em 3 espécies de estado. 
O primeiro é o estado político (antigo status civitatis no Direito Romano), que embora 
regido pelo Direito Civil, não é objeto de disciplina deste. Trata-se para nós da 
definição em ser brasileiro ou estrangeiro. E, em caso de ser brasileiro, de ser nato ou 
naturalizado. 
O segundo é o estado familiar (antigo status familiae no Direito Romano), que não 
apenas interessa ao Direito Civil, como também é regido por ele. Este estado pode ser 
visto sob o prisma matrimonial e sob o prisma de parentesco. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 
 
O terceiro e último estado é o individual (antigo libertatis no Direito Romano) que 
apresenta um certo caráter residual, porque abarca uma série de características 
juridicamente relevantes para a Pessoa Natural que não podem ser enquadradas nem 
no estado político, nem no estado familiar. Os aspectos desse estado seriam: a idade 
no sentido de maioridade ou menoridade, no tocante ao sexo e a saúde no que diz 
respeito a saúde mental. 
3- Quais os estados familiares sobre o prisma matrimonial? 
Sob o prisma matrimonial, têm-se 5 estados familiares: solteiro, casado, viúvo, 
divorciado ou judicialmente separado. 
Com isso, não está se negando a relevância de outras situações jurídicas que não essas 
citadas acima, particularmente, a união estável. Mas, não existe um estado derivado 
da união estável: então, se alguém mantém esse tipo de união, terá grande relevância 
jurídica (sobretudo para o regime de bens), mas não haverá um estado decorrente 
dessa união estável, segundo a maioria dos autores. 
4- Em que consiste o parentesco por consanguinidade? 
Sobre parentesco por consanguinidade, entende-se que se trata de um vínculo de 
parentesco que há entre pessoas que tem um ancestral comum, que procedem de um 
tronco comum. A título exemplificativo têm-se os pais e filhos, netos e avôs, irmãos, 
primos, tios e sobrinhos, etc. 
A consanguinidade pode ser em linha reta (aquela que há entre pessoas que estão entre 
si na condição de ascendente e descendente, como pai e filho, avô e bisavô, etc.), que 
por sua vez, pode ser em linha reta ascendente (quando recua na escala evolutiva) ou 
descendente (quando avança na escala evolutiva). Ou, ainda, ser em linha colateral 
(aquela que há entre pessoas que embora procedam de um tronco comum, não estão 
entre si na condição de ascendente ou descendente, como por exemplo: irmãos, 
primos, tia e sobrinho, etc.). 
5- Em que consiste o parentesco por afinidade? 
Sobre o parentesco por afinidade, entende-se que se trata de um vínculo que há entre 
alguém e os consanguíneos do seu cônjuge, como por exemplo, a relação de cunhados. 
Aquele que é consanguíneo de um é afim do outro cônjuge. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 
 
Esta, por sua vez, também pode ser dividir em linha reta e linha colateral. 
6- Quais as características do estado da Pessoal Natural? 
Quanto as características do Estado da Pessoa Natural, têm-se: 
1) A INDISPONIBILIDADE: não podemos nos desfazer do Estado da Pessoa 
Natural por ato de vontade, isto é, ele é irrenunciável e intransmissível. 
2) A INDIVISIBILIDADE: não podemos ostentar estados contraditórios, 
estados antagônicos, com exceção da dupla cidadania. 
3) A IMPRESCRITIBILIDADE: o Estado da Pessoa Natural não sofre nenhum 
prejuízo em razão do passar do tempo. 
7- O que são ações de estado? 
São ações judiciais que objetivam criar, modificar ou extinguir um estado, como por 
exemplo, um divórcio, uma investigação de paternidade, uma interdição de alguém 
que é pródigo, etc. 
São ações imprescritíveis (que podem ser propostas a qualquer tempo, não há prazo 
para que se proponha), personalíssimas (apenas o legítimo interessado é quem pode 
ingressar com a ação de estado) e que são obrigatoriamente acompanhadas pelo 
Ministério Público, que deve intervir depois de proposta a ação de estado, a fim de 
fiscalizar a ordem jurídica, se está sendo respeitada ou não. 
8- O que é “domicílio”? 
Por domicílio, de uma forma geral, entende-se que se trata da localidade que é o centro 
das atividades habituais da Pessoa Natural e onde, em tese, ela pode ser localizada 
para os mais diversos fins de direito. 
9- Como regra, qual o domicílio da pessoa natural? 
O domicílio da pessoa natural, como regra, com base no Art. 70 do Código Civil 
Brasileiro seria: “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua 
residência com ânimo definitivo”, isto é, com ânimo de ali permanecer, de ali ficar. 
10- Quais as hipóteses de pluralidade de domicílios da pessoa natural? 
Admite-se a pluralidade de domicílios da pessoa natural quando: 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 8 
 
1) A Pessoa Natural tiver múltiplas residências onde eventualmente viva, tiver 
múltiplas moradas habituais. Como por exemplo: uma pessoa que permanece 
em Salvador de segunda-feira a quinta-feira e em Praia do Forte de sexta-feira 
a domingo, essa pessoa terá essa pluralidade de domicílio, no caso 2, mas 
poderiam ser várias. 
a. Não basta que a pessoa tenha múltiplos imóveis (que aliás não precisa 
ser necessariamente próprio, pode ser da mãe, do pai, primo, etc.), é 
necessário que ela faça nesses imóveis moradas habituais. 
b. Todos esses endereços serão seus domicílios para todos os fins de 
direito. 
2) Domicílio profissional: quando a pessoa natural exerce atividade profissional 
em localidades diversas, cada uma dessas localidades será domicílio dessa 
pessoa natural apenas para as relações jurídicas concernentes a sua atividade 
profissional. 
 
11- Como identificar que alguém mudou de domicílio? 
A pessoa natural precisa somente de manifestar sua intenção às municipalidades dos 
lugares (o que em suma não acontece) e, mesmo que não se tenha declaração 
alguma, as circunstâncias da própria mudança servirão de prova da intenção. 
O próprio Código Civil Brasileiro, em seu Art. 74 explana: “Muda-se de domicílio, 
transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.” 
E, nota-se essas circunstâncias, quando, por exemplo, a pessoa começa a usar aquele 
endereço para destino de suas correspondências, matricula o filho numa escola 
próxima aquele lugar, faz um contrato de academia por um tempo maior, etc. 
12- Qual o domicílio de quem não possui residência habitual? 
Nesse caso, o domicílio de quem não possui residência habitual, será o lugar onde ele 
for encontrado naquele instante, conforme trata o Art. 73 do Código Civil Brasileiro. 
13- Quais as espécies de domicílio admitidas no nosso ordenamento jurídico? 
Em nosso ordenamento jurídico, admite-se 3 espécies de ordenamento jurídico: 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 
 
1) Voluntário: é o domicílio geral que decorre de ato de vontade, ou seja, do fato 
de o indivíduo estabelecer sua residência com ânimo definitivo, em um 
determinado lugar. 
2) Necessário/legal: é o domicílio geral que decorre de determinação legal. 
3) De eleição/contratual: é o domicílio que decorre do ajuste de vontade entre as 
partes. 
14- Quais os casos de domicílio necessário? 
Nos casos de domicílio necessário, é a lei quem define qual é o domicílio do indivíduo 
nos seguintes casos: 
1) INCAPAZ – o incapaz será, segundo a lei, domiciliado onde estiverem 
domiciliados os seus representantes legais. 
2) SERVIDOR PÚBLICO – domiciliadoonde exercer permanentemente as suas 
funções. Vale ressaltar que, empregados públicos que exerçam sua atividade 
temporariamente em algum lugar, não terão o seu domicílio alterado. 
3) O MILITAR – domiciliado onde servir. Se for da marinha ou aeronáutica, ele 
será domiciliado onde estiver a sede do comando ao qual ele está 
imediatamente subordinado. 
4) O MARÍTIMO (aquele profissional que exerce sua atividade em embarcação 
não militar) – toda embarcação é matriculada em algum lugar, aqui no Brasil 
é matriculada nas capitanias dos portos. Esse profissional será domiciliado de 
acordo com a capitania dos portos em que ele estiver matriculado. 
5) O PRESO – será domiciliado onde estiver cumprindo a sentença (prisão 
processual não modifica o domicílio, só prisão sentencial). 
15- O que é domicílio de eleição? 
Por domicílio de eleição (mesmo que domicílio contratual), entende-se que se trata 
daquele local especificado no contrato para o exercício de direitos e deveres propostos 
naquele contrato, bem como para a realização de ações envolvidas com aquele mesmo 
contrato. 
Nos contratos de adesão (uma das parte estabelece suas cláusulas e a outra parte 
apenas concorda) e consumo (consumidor x fornecedor), embora seja permitida a 
cláusula de domicílio de eleição, apresentam algumas ressalvas: essa cláusula de 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 10 
 
domicílio de eleição não pode prejudicar o exercício do direito de defesa do 
aderente/do consumidor conforme seja o caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
PROFESSOR: AURISVALDO MELO SAMPAIO 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO Nº 3 – 06/04/2020 
 
1. Qual é, como regra, o domicílio da pessoa jurídica de direito privado? 
Como regra geral, o domicilio da Pessoa Jurídica de Direito Privado, é a sede indicada 
em seu Ato Constitutivo (quem cria e organiza a Pessoa Jurídica), que deve prevê 
expressamente este domicilio. Mas, eventualmente, o Ato Constitutivo dessa Pessoa 
Jurídica pode não indicar qual a sua sede. Embora isso não deva ocorrer, quando 
acontece, o domicilio da Pessoa Jurídica será o lugar onde funcionar a sua diretoria 
ou administração. 
2. A pessoa jurídica de direito privado pode ter pluralidade de domicílios? 
Explique. 
Pessoa Jurídica do Direito Privado pode ter sim pluralidade de domicílios, assim 
como a Pessoa Natural. Isso ocorre quando esta tiver vários estabelecimentos, como 
filiais de lojas/supermercados, por exemplo, e cada um desses estabelecimentos será 
domicílio dessa Pessoa Jurídica para os atos nele praticados. 
Têm-se, então, um domicílio geral para todos os atos praticados (o lugar indicado 
como sua sede no Ato Constitutivo ou então onde funcionar sua diretoria ou 
administração) e, tantos domicílios quantos forem os seus estabelecimentos (só será 
domicílio para os atos neles praticados). 
3. Qual o domicílio da pessoa jurídica cuja administração, ou diretoria, tiver 
sede no estrangeiro? 
Pessoa Jurídica cuja sede seja no estrangeiro e, que não é constituída aqui 
internamente, tendo no Brasil apenas estabelecimentos/representações, mas sem sede 
formal, terá tantos domicílios quanto forem seus estabelecimentos. Ocorre que cada 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 12 
 
um desses domicílios, será domicilio apenas para as obrigações contraídas em cada 
um deles. 
Essa pessoa jurídica não terá um domicilio geral no Brasil. 
4. Quais os domicílios da União, dos Estados e dos Municípios? 
A União é domiciliada no Distrito Federal. Por sua vez, os estados e territórios (como 
no momento não temos territórios essa norma está ociosa) nas suas capitais. E, por 
fim, os municípios estão sediados na sua sede, onde funciona a sua administração. 
As demais Pessoas de Direito Público, como autarquias, fundações públicas, 
associações públicas, etc. também são domiciliadas onde funcionarem as suas 
administrações. À exemplo, têm-se a UFBA (uma autarquia federal) que é 
domiciliada em Salvador, porque aqui funciona a sua administração. 
5. O que são direitos da personalidade? 
Direitos da Personalidade são aqueles direitos, que não têm cunho patrimonial, que 
recaem sobre atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa. 
6. O rol de direitos da personalidade previsto no Código Civil tem caráter 
taxativo? Explique. 
Os direitos da personalidade não podem, de maneira alguma, constituir um rol 
taxativo, pois são direitos que o homem possui, apenas pela sua condição humana 
e, que são absolutos, “oponíveis erga omnes”, ou seja, pode-se exigir Direitos de 
Personalidade a todas as pessoas, afim de salvaguardar a dignidade da pessoa humana. 
7. As pessoas jurídicas titularizam direitos da personalidade? Explique. 
No passado houveram muitas discussões, em que muitos rejeitavam que o fato da 
Pessoa Jurídica poder titularizar Direitos da Personalidade. Entretanto, essa discussão 
está ultrapassada, e isso se comprova pela própria Constituição Federal que nos rege, 
em seu Art. 5º, inciso X, que fala desses direitos sem restrição às Pessoas Naturais. 
O fato de não poder restringir direitos fundamentais, denota que a sua interpretação 
tem que ser sempre ampliada. De modo que, como a Constituição Federal fala de 
pessoas e não discrimina entre Pessoas Naturais e Pessoas Jurídicas, a conclusão é 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 13 
 
que esses direitos são invioláveis para todas as pessoas, sejam elas Naturais ou 
Jurídicas. 
Hoje o Código Civil é expresso, e em seu Art. 52º já traz: “Aplica-se às pessoas 
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”. Como o próprio 
Artigo traz, titulariza no que couber, porque existem Direitos da Personalidade que 
não são compatíveis com a condição de Pessoa Jurídica (todos são compatíveis com 
a Pessoa Natural). Por exemplo, honra subjetiva, autoestima, direito de ir e vir, são 
Direitos da Personalidade que não incidirão sobre as Pessoa Jurídicas que por não 
terem existência física, não tem existência biopsíquica. 
8. Quais as características dos direitos da personalidade? 
Dentre as características do Direito da Personalidade, elenca-se que: 
. São absolutos, pois a condição de sujeito passivo recai sobre a coletividade 
(sujeito passivo indeterminável). - “Oponíveis erga omnes” – oponíveis em 
relação a todos, ou seja, pode-se exigir os seus direitos de personalidade a todas 
as pessoas. 
. São gerais, porque todos titularizamos os Direitos da Personalidade, de maneira 
que não há ninguém despido destes. E, para além mais, titularizamos os mesmos 
Direitos da Personalidade e em igual medida. 
. São extrapatrimoniais, ou seja, não são suscetíveis de mensuração pecuniária, 
de avaliação em dinheiro/pecúnia. 
. São indisponíveis, na medida em que não podemos nos desfazer destes. E, isto 
envolve a irrenunciabilidade e a inalienabilidade, em outras palavras, “não posso 
nem renunciar (jogar fora) nem posso alienar (transmitir para outra pessoa) os 
Direitos da Personalidade”. Essa característica está expressa no Art. 11º do 
Código Civil. 
. São imprescritíveis, porque não sofrem nenhum prejuízo em razão do passar do 
tempo, ou seja, não se perdem os Direitos da Personalidade com o decorrer do 
tempo. 
. São impenhoráveis, ou seja, não podem ser tomados de penhora dos seus 
titulares a fim de pagamento de seus credores. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 14 
 
. São vitalícios, porque nascem com o titular e com ele permanecem até a sua 
morte. 
 
9. Os direitos da personalidade são suscetíveis de aferiçãoeconômica? 
Apesar de serem direitos extrapatrimoniais, ou seja, não são suscetíveis de 
mensuração pecuniária, de avaliação em dinheiro/pecúnia, quando surge a violação 
desses Direitos da Personalidade, se faz necessário quantificar a lesão, para que ela 
não fique impune. Isto se reflete na reparação por dano moral. 
Neste caso, se leva em consideração elementos não relacionados ao valor do direito 
lesado (já que ele não tem valor), mas sim levo em consideração a pessoa do ofensor 
e sua condição financeira. De forma que não seja um valor tão alto para um ofensor 
de baixa renda, nem irrisório para uma pessoa de condição financeira alta. Também 
se leva em consideração a pessoa do ofendido, o valor do bem e a repercussão do 
dano. 
10. Os direitos da personalidade podem ser adquiridos ou se perdem em razão 
do passar do tempo? 
Os Direitos da Personalidade não podem ser adquiridos, pois traduzindo a 
característica de serem indisponíveis, não podem ser renunciados e nem alienados 
(transmitido a outras pessoas), 
O que pode acontecer, é a existência de Direitos da Personalidade que não são puros, 
a exemplo dos Direitos Autorais. Isto é, esses Direitos Autorais se subdividem em 
Direito Autoral Moral (vínculo entre obra e autor) e Direito Autoral Patrimonial 
(direito de aferir ganhos com base na utilização da obra). Assim, somente o Direito 
Autoral Moral é Direito da Personalidade, logo, não pode ser alienado. Por outro lado, 
o Direito Autoral Patrimonial, que não diz respeito a um Direito da Personalidade 
pode ser alienado. 
Quanto à segunda pergunta, cabe frisar que não. Os Direitos da Personalidade não se 
perdem em razão do passar do tempo, isto porque são imprescritíveis. 
11. Em que implica dizer que os direitos da personalidade são absolutos? 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 15 
 
Dizer que os Direitos da Personalidade são absolutos, significa que estes são 
“Oponíveis Erga Omnes”, ou seja, oponíveis em relação a todos, podendo se exigir 
seus direitos de personalidade) a todas as pessoas. 
A título exemplificativo têm-se o direito à vida: de quem eu posso exigir o respeito a 
minha própria vida? De todas as pessoas. Nesse caso, a condição de sujeito passivo 
recai sobre a coletividade. Por isso se diz que os Direitos da Personalidade são 
absolutos, porque o sujeito passivo é indeterminável. 
12. O que implica dizer que há direitos da personalidade relativamente 
indisponíveis? 
Há Direitos da Personalidade que são relativamente indisponíveis (não tem 
indisponibilidade absoluta), um exemplo disso é o direito de imagem que, por sua 
vez, é um direito da personalidade. Mas, o modelo vive de ceder sua imagem. Como 
isso é possível se o direito de imagem é um Direito de Personalidade e, portanto, 
indisponível? É que o Direito de Imagem é apenas relativamente indisponível, no 
sentido de que a disposição pode ocorrer não sendo total nem permanente. 
13. Há pessoas desprovidas de direitos da personalidade? Explique. 
Não, porque os Direitos da Personalidade são inseparáveis da pessoa, de modo que 
todos nós somos titulares naturais da proteção destes. Ademais, cabe ressaltar, que 
inclusive os nascituros têm os seus Direitos da Personalidade tutelados compatíveis 
com a sua condição. 
Outrossim, as Pessoas Jurídicas também são detentoras desses Direitos de 
Personalidade que sejam compatíveis com a sua condição. 
Conclui-se, assim, que esses direitos são invioláveis para todas as pessoas, sejam elas 
Naturais ou Jurídicas. 
14. É possível alguém perder os seus direitos da personalidade para o pagamento 
de dívidas? Explique. 
Não é possível alguém perder os seus Direitos da Personalidade para o pagamento de 
dívidas, pois estes são impenhoráveis, ou seja, não podem ser tomados de penhora 
dos seus titulares a fim de pagamento de seus credores. 
 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 16 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
PROFESSOR: AURISVALDO MELO SAMPAIO 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO Nº 4 – 08/04/2020 
 
1- É possível afirmar que o direito “à vida” não implica um direito “sobre a 
vida”? Explique. 
Sim, porque o que existe é um Direito “à vida”, que todos nós titularizamos e não um 
direito “sobre a vida”, no sentido de que por ser um direito indisponível nós não 
podemos abrir mão nos desfazer ou abdicar deste. 
2- O nosso direito admite afastar, no caso concreto, a tutela à vida de 
determinada pessoa? 
O nosso direito admite afastar, no caso concreto, a tutela à vida de determinada 
pessoa, desde que não seja de maneira arbitrária. Por exemplo, é possível que alguém 
tire a vida de outrem em legítima defesa, em estado de necessidade, morte em estado 
de guerra, etc. 
Em suma, admite-se a relativização da proteção à vida, quando em choque com outros 
direitos que se revelem, no caso concreto, mais relevantes no momento. 
3- O nosso sistema jurídico admite o abortamento? Em caso positivo, em quais 
hipóteses? 
Como o direito à vida é assegurado a todo ser humano mesmo antes do nascimento -
até porque a vida é pressuposto de todos os demais direitos – o nascituro é também 
detentor deste. Assim sendo, nosso ordenamento jurídico pune o aborto, conforme o 
Art. 124 do Código Penal Brasileiro. 
Entretanto, há determinadas hipóteses em que o próprio legislador excluiu o crime em 
casos de aborto. São situações em que este é praticado por médicos quando não há 
outro meio de salvar a gestante (aborto terapêutico – feito em estado de necessidade) 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 
 
ou se a gravidez resulta de estupro (é preciso que haja o consentimento da gestante ou 
quando for incapaz do seu representante legal – aborto 
sentimental/ético/humanitário). 
Também o STF admite o aborto em caso de feto anencefálico. Neste caso, têm-se um 
nascituro sem viabilidade de sobrevida que ocasiona sofrimento para a gestante. 
4- O nosso sistema jurídico admite a eutanásia? 
Nosso sistema jurídico considera ilícita a eutanásia tanto em sua forma passiva quanto 
ativa. 
No que diz respeito a forma de eutanásia ativa, também chamada de benemortásia ou 
sanicídio, têm-se que consiste no emprego de algum meio, seja químico ou mecânico, 
para suprimir a vida de um enfermo incurável. Já no tocante a eutanásia passiva, 
também chamada de ortotanásia ou para-eutanásia, considera-se que consiste na 
omissão do emprego do recurso clínico disponível para manter a vida do doente 
terminal, objetivando apressar a sua morte. 
Ambos resultam em uma conduta criminal. 
5- Nas hipóteses de tratamento médico ou de intervenção cirúrgica, para salvar 
a vida do paciente, é possível afirmar-se que o médico pode realizá-los sem a 
concordância deste? 
Nosso Ordenamento jurídico tutela o Direito à Integridade Física e o Código Civil 
especificamente diz que: “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se com risco 
de vida a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”. Em outras palavras, o doente 
ou seu responsável legal tem a prerrogativa de recusar o tratamento (medicamentoso 
ou não, cirúrgico, etc.) de saúde com impacto na sua integridade física. 
Ocorre que não havendo tempo hábil para ser ouvido o paciente e/ou responsável 
legal, em casos de parada cardíaca ou acidentes graves por exemplo, o médico tem o 
dever de efetuar o medicamento. Mas, se ele tem tempo hábil para fazer a consulta, 
ele é obrigado a consultar, confirmando que a pessoa deseja se submeter a tal 
procedimento/tratamento, ministrando as informações necessárias para que a esta 
tome a decisão de maneira consciente e informada. 
6- As lesões consentidas de pequena monta são consideradas ilícitas? 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 18 
 
Não, asautolesões leves, como por exemplo o penitente que sobe de joelhos a 
escadaria da igreja, quem faz jejuns prolongados, quem se chicoteia em forma de 
penitência, quem faz tatuagens e/ou piercings, dentre outros, não são consideradas 
ilícitas. Em casos de lesão consentida, como o sadomasoquismo, também é admitido 
quando implicar lesão de natureza leve. 
Para ser considerada uma autolesão ilícita, a autolesão deve diminuir a integridade 
física ou contrariar os bons costumes. 
7- É permitida a disposição onerosa de órgãos humanos? 
Mesmo o direito ao corpo vivo apresentando uma característica de indisponibilidade, 
o direito admite em algumas hipóteses o ato de disposição do próprio corpo. Nestes 
termos, é possível disposição de partes do próprio corpo, mas apenas para fins de 
transplantes, na forma estabelecida em lei especial (a Lei de Transplantes, 9434 de 
199). 
Entretanto, essa disposição, em hipótese alguma, será admitida a título oneroso, ou 
seja, não se pode vender partes do corpo. Posso doar um dos meus rins, mas não posso 
vende-los. 
8- Quais os requisitos para a doação inter vivos de órgãos humanos? 
A lei estabelece certos limites para doações inter vivos de partes do corpo, isso pode 
ocorrer: no tocante a órgãos duplos, partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo, cuja 
retirada não impeça o doador de continuar vivendo, sem risco para sua integridade e 
que não apresente grave comprometimento de suas funções vitais e saúde mental, e 
não cause mutilação ou deformação inaceitável, além de corresponder a uma 
necessidade terapêutica comprovadamente indispensável a pessoa receptora. 
9- Quais as hipóteses que permitem a violação do cadáver? 
Como regra, o cadáver é inviolável. Mas, há circunstâncias que possibilitam a 
violação deste: 
A) Para produção de prova em caso de morte que induza suspeita de crime, 
através do exame necroscópico. E isto independe da vontade dos familiares do 
falecido, etc. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 19 
 
B) Para produção de prova em processo de investigação de paternidade, afim de 
que prevaleçam os interesses do investigante na ação de comprovação de 
paternidade. 
C) Em benefício da Ciência, para fins de pesquisa científica. 
D) Para fins de transplantes. 
10- Quem pode autorizar a retirada de órgãos de pessoa morta para fins de 
transplante? 
Na redação original, a Lei 9434/97 (Lei de Transplantes) presumia que todas as 
pessoas eram doadoras de órgãos após a sua morte, em caso contrário, dever-se-ia 
declarar expressamente sua intenção de não ser doadora. Ocorre que houveram 
problemas, suspeitas de tráfico de órgãos, pessoas mortas para que seus órgãos fossem 
retirados, entre outras situações. A partir disso, veio uma guinada retrógrada, 
subordinando a retirada de órgãos de pessoa falecida a concordância da sua família. 
Segundo o Art. 4º da Lei 9434/97, que ganhou uma nova redação dada pela Lei 
10211/2001: “A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para 
transplantes ou outras finalidades terapêuticas dependerá da autorização do cônjuge 
ou parente maior de idade, obedecida a linha sucessória (mais próximos precedem os 
mais remotos) reta ou colateral até o 2º grau, inclusive firmada em documento 
subscrito por dois testemunhas presentes a verificação da morte”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 20 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
PROFESSOR: AURISVALDO MELO SAMPAIO 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
QUESTIONÁRIO DE FIXAÇÃO Nº 5 – 14/04/2020 
 
1. Em que consiste o direito autoral moral? Trata-se de direito da 
personalidade? 
O Direito autoral, se subdivide em direito autoral moral e direito autoral patrimonial. 
O Direito autoral moral consiste no próprio vínculo entre a obra e o autor. É o direito 
que o próprio autor tem de reivindicar a autoria da obra. Este, por sua vez, consiste 
em um direito da personalidade, recaindo sobre ele as características, como por 
exemplo do fato de ser indisponível, já que não é possível transferir a obra a outrem, 
afim de que essa pessoa atribua a ela mesma a autoria da obra. 
Por outro lado, o direito autoral patrimonial não consiste em um direito da 
personalidade e versa sobre o direito do autor de auferir ganhos com a obra. 
2. Em que consiste o direito autoral patrimonial? Trata-se de direito da 
personalidade? 
Direito autoral patrimonial consiste no direito do autor de auferir ganhos com a obra. 
Este, por sua vez, por se tratar de um direito de cunho patrimonial, não integra os 
direitos da personalidade. 
3. Em que consiste o domínio público? Quais direitos da personalidade caem 
em domínio público? 
Uma obra cai em domínio público quando cessam sobre ela os direitos autorais 
patrimoniais. Qualquer obra, de qualquer natureza, passará por um momento em que 
terá cessado seus direitos autorais patrimoniais. 
O domínio público não integra nenhum direito da personalidade, pois recai apenas 
sobre o direito autoral patrimonial, que não é um direito da personalidade. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 21 
 
Por exemplo, a obra de Machado de Assis, Dom Casmurro, não permite mais que 
sejam acumulados direitos autorais, sendo assim, qualquer editora pode publicar 
alguma obra dele, desde que não destinando a autoria para outra pessoa, sem pagar 
nada a ninguém. 
O prazo para uma obra cair em domínio público é de 70 anos, contados do mês de 
janeiro subsequente a morte do seu autor, como regra. Já em casos de obras 
audiovisuais ou fotográficas, o prazo continua sendo 70 anos, mas contados a partir 
do mês de janeiro subsequente a data de sua veiculação. 
4. Em que consiste o direito à privacidade? 
Um direito que decorre da própria ideia de dignidade da pessoa humana, o direito à 
privacidade consiste no direito que todos temos de impedir que certas informações a 
nosso respeito cheguem ao conhecimento de terceiros. 
5. É possível afirmar que a pessoa pública não titulariza direito à privacidade? 
Explique. 
Não é correto afirmar que a pessoa pública não titulariza direito à privacidade. Isto 
porque, todos temos o direito de impedir que que certas informações a nosso respeito 
cheguem ao conhecimento de terceiros. Entretanto, certamente existem informações 
de pessoas públicas, que podem ser de interesse público, e sendo assim, é necessário 
fazer uma ponderação de interesses jurídicos diante do que se mostre mais relevante 
perante o caso concreto. 
Muitas vezes, pessoas públicas abrem mão da sua própria privacidade, até mesmo 
como mecanismo de promoção social. 
6. Distinga a honra objetiva da honra subjetiva. 
A honra subjetiva, corresponde a autoestima da pessoa, como ela mesma se enxerga. 
É o sentimento que temos acerca de nós mesmos, a autoestima da pessoa. 
Por outro lado, a honra objetiva, diz respeito a reputação da pessoa. “Como as pessoas 
me vêm”, se sou uma pessoa honesta, trabalhadora, que fala verdade, que cumpre com 
as obrigações, etc. 
7. A pessoa jurídica titulariza o direito à honra subjetiva? Explique. 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 22 
 
Pessoa jurídica não titulariza o direito à honra subjetiva, e isso é justificado pelo fato 
dela não ter existência bio-psíquica, não tem consciência da própria dignidade, 
autoestima. 
8. Em que consiste o direito de imagem? 
No sentido que é utilizado pela maioria dos autores, o direito de imagem recebe uma 
definição associada a “imagem retrato”, isto é, uma projeção plástica da pessoa, a 
projeção da pessoa que pode ser percebida com olhar. 
Entretanto, também há outra acepção, que configura o direito de imagem como 
“imagem atributo”, que se traduz na reputação da pessoa. 
9. Quais os aspectosem que se evidencia a tutela aos direitos da personalidade? 
Explique. 
Os aspectos em que se evidencia a tutela aos direitos da personalidade são: 
 O aspecto preventivo: quer se evitar que o dano ocorra. Exige-se que se cesse a 
ameaça ou mesmo que a lesão já tenha se iniciado se impede que ela tenha 
continuidade. 
 O aspecto repressivo: se quer reprimir a lesão ao direito da personalidade. É 
possível que se reclamem danos morais para reparação de perdas e danos que tenham 
ocorrido. 
10. Em se tratando de pessoa morta, quem está legitimado para promover a 
tutela dos seus direitos da personalidade? 
Não há cessação de direitos em se tratando da pessoa morta, e isso está assegurado 
pelo Código Civil no Artigo 12º, que legitima para o cônjuge sobrevivente ou 
qualquer parente em linha reta ou colateral até o 4º grau a tutela dos direitos da 
personalidade do falecido. 
 
 
 
 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 23 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO I 
PROFESSOR: AURISVALDO MELO SAMPAIO 
ALUNA: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
INTRUÇÕES PARA AS QUESTÕES PRÁTICAS: 
 
I. Leia atentamente o enunciado de cada questão, pois a compreensão deste 
integra a avaliação; 
II. A avaliação levará em consideração a linguagem utilizada (clareza, uso 
adequado de termos técnicos e correção gramatical); 
III. As respostas devem ser digitadas em fonte times new roman ou arial, tamanho 
12, espaço 1,5; 
IV. A pontuação de cada questão e o número máximo de linhas admitido para 
as respostas estão previstos antes dos respectivos enunciados; 
V. Atente para o limite máximo de linhas para as respostas. As que 
excederem o máximo não serão consideradas; 
VI. As respostas devem ser autorais. A partir das aulas, da legislação e da pesquisa 
em fontes doutrinárias ou jurisprudenciais, responda em forma de texto; 
VII. Em caso de respostas idênticas de alunos distintos, as respostas de ambos 
serão zeradas; 
VIII. Quando for o caso, as respostas devem apresentar as respectivas citações ou 
referências dentro das normas da ABNT (n. 6023); 
IX. As questões que apresentarem como respostas transcrições de textos sem a 
devida referência serão desconsideradas para correção, ou seja, será atribuída 
nota zero para a questão. Sobre este tópico, para mais informações, consulte a 
cartilha “Cartilha Plágio (Links para um site externo.). 
 
 
http://ead.uva.br/filemanager/file/11/Cartilha_plagio.pdf
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 24 
 
Q U E S T Õ E S P R Á T I C A S 
 
 
1. (Um ponto – vinte linhas) Atente para a seguinte mensagem extraída de um 
fórum de discussões da internet: 
“Oi mamães, 
Quero tirar uma dúvida. 
Vocês aqui sabem se existe regra pra formação do sobrenome do recém-nascido? 
Posso por exemplo não colocar o sobrenome do avô paterno e sim da avó paterna? O 
comum é colocar: 
PRENOME + sobrenome do avô materno + sobrenome do avô paterno 
Mas tem que ser necessariamente assim????????? 
Eu queria colocar assim PRENOME + sobrenome do avô materno + sobrenome da avó 
paterna. 
Será que pode??????????/ 
Bjs” 
(http://www.e-familynet.com/phpbb/registro-nascimento-cartorio-regras-vt266969.html) 
 
 
Responda fundamentadamente à indagação da mamãe. A resposta só será válida se 
adequadamente fundamentada: 
Conforme dispõe o Artigo 16 do Código Civil Brasileiro, “toda pessoa tem direito ao 
nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”. Por prenome, entende-se que se 
trata da parte inicial do nome, atribuído pelos pais aos filhos com uma ampla liberdade 
de escolha, salvo três restrições: ter uma grafia que obedeça as regras gramaticais da 
Língua Portuguesa, não expor a criança ao ridículo e não nomear irmãos com nomes 
iguais. Em se tratando do sobrenome, também conhecido como patronímico, têm-se que 
se trata da partícula que vem logo após ao prenome e que também é atribuído pelos pais 
aos descendentes, porém com uma menor liberdade de seleção. Isto porque, o patronímico 
deve exprimir a ancestralidade/estirpe do indivíduo, identificando a origem desta pessoa. 
Dito isso, frisa-se que, dessa forma, o sobrenome do indivíduo pode integrar até mesmo 
partículas que não estejam presentes no nome de seus pais, mas que estejam 
http://www.e-familynet.com/phpbb/registro-nascimento-cartorio-regras-vt266969.html
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 25 
 
expressando seus ascendentes, não importando a ordem de aparição destes na formação 
do nome, de forma que não necessariamente se precisa seguir prenome + sobrenome do 
avô materno + sobrenome do avô paterno, pois isso não se trata de algo definido em lei 
como regra. Assim, a inquietação da mãe no fórum de dúvidas na internet, têm sua 
resposta amparada na resolução de que é possível sim constar o sobrenome do avô 
materno e do avô paterno na formação do nome do filho, desde que ela comprove tal 
parentesco, haja vista que estes espelham a ancestralidade da criança e assim cumprem 
o requisito exigido pelo Código Civil. 
 
2. (Um ponto – vinte linhas) Ícaro era filho único de Dédalo, ambos brasileiros 
domiciliados neste País, mortos durante ataque de piratas a determinado navio 
quando este singrava as costas da Somália. Apurou-se que os piratas 
tencionavam abordar o navio, que resistiu à tentativa e tentou escapar ao ataque, 
imprimindo velocidade máxima, ao que os piratas retaliaram com o lançamento 
de foguetes que atingiram o casco da embarcação, provocando o seu naufrágio. 
Teseu e Zagreu, únicos sobreviventes do episódio, afirmam que viram o 
momento em que o primeiro foguete atingiu a embarcação, destroçando o corpo 
de Dédalo, cuja cabeça caiu a poucos metros de onde estavam. Disseram, ainda, 
que, instantes depois, viram Ícaro atirar-se ao mar, na tentativa de fugir a nado, 
sendo atraído pelo movimento das hélices do navio. Somente após dias dos fatos 
foram encontrados fragmentos dos corpos de pai e filho (pernas e braços), cuja 
identificação só foi possível através de exame de DNA. Após os acontecimentos, 
instaurou-se litígio entre Jocasta, esposa de Dédalo, e Electra, esposa de Ícaro, 
suas únicas herdeiras, a primeira afirmando ter ocorrido comoriência e a 
segunda defendendo a premoriência de Dédalo. Quem está certa, Jocasta ou 
Electra? A resposta só será válida com fundamentação. 
A Comoriência, trata-se de um fenômeno jurídico em que duas ou mais pessoas 
morrem ao mesmo tempo e não há como saber com exatidão quem veio a óbito 
primeiro, de tal forma que se presume, segundo o Artigo 8 do Código Civil 
Brasileiro, que ambas morreram no mesmo momento. A título exemplificativo, têm-
se uma situação de queda de avião sem sobreviventes, em que nesse caso se defere 
uma situação de morte simultânea. Por outro lado, a Premoriência, situação que deve 
ser provada mediante testemunhas e/ou fatos, versa sobre a determinação de 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 26 
 
precedência de morte de um dos envolvidos em uma determinada situação, isto é, 
têm-se se uma sequência definida de ordem dos mortos, que se mostra extremamente 
importante em discussões de consequências sucessórias. 
Dito isso, se evidencia que tal situação narrada na questão acima, está amparada no 
fenômeno jurídico da Premoriência. Isto porque, segundo os testemunhos de Teseu 
e Zagreu, únicos sobreviventes do episódio, Dédalo teria sido morto logo no 
momento em que o primeiro foguete atingiu a embarcação e só depois Ícaro teria 
morrido numa tentativa infrutífera de fugir a nado. Assim, têm-se como correta 
Electra, esposa de Ícaro, que defende a premoriência de Dédalo. 
 
3. (Um ponto – vinte linhas) João, casado com Raimunda, em viagem pela Europa, 
desapareceu sem deixar notícia do seu paradeiro. Raimunda, desejandocasar-se 
com Antônio, é orientada por um amigo no sentido da viabilidade imediata da 
sua pretensão. Está correta a orientação? Responda analisando o assunto, 
exclusivamente, sob o prisma das hipóteses de morte presumida. 
Por morte presumida, entende-se que se trata de considerar morto aquele cuja morte 
é provável, mas que não pode ser provada. Para se chegar a tal conclusão, se faz 
necessário que seja autorizada legalmente a sucessão definitiva 10 anos após o 
trânsito em julgado (quando não há mais possibilidade de recursos) da sentença que 
determinou a abertura da sucessão provisória do ausente. Entretanto, é possível 
também requerer a abertura da sucessão definitiva caso o desaparecido tenha 80 
anos ou mais e se de 5 anos ou mais datarem as últimas informações deste. É nesse 
momento em que se pode requerer tanto a sucessão definitiva quanto a declaração 
de morte presumida. No tocante às questões matrimoniais, pode o cônjuge do 
ausente escolher entre pedir o divórcio para se casar novamente com outra pessoa 
ou esperar pelo deferimento de morte presumida, que se dá mediante as 
circunstâncias citadas acima a partir da conversão de sucessão provisória em 
definitiva. Ocorre que, embora celebre um processo mais célere, o divórcio traz 
como consequência a perda do direito quanto às questões sucessórias. Posto isso, 
pode se chegar à conclusão de que a orientação dada a Raimunda da viabilidade 
imediata de conceber matrimônio no momento de sua pretensão estaria errada, pois 
ela teria que escolher entre dois caminhos para realizar tal fato: casar imediatamente 
sem a espera do deferimento de morte presumida mediante solicitação de divórcio, 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 
 
episódio em que teria cessado todos os seus direitos sucessórios, ou para que se 
conserve na condição de herdeira, manter-se no seu matrimônio até a consolidação 
dos fatos aqui narrados. 
 
4. (Um ponto e meio – quarenta linhas) Os jovens Modesto Pinto e Olinda Rosa, 
ambos com dezessete anos de idade, casados há onze meses, estudam numa 
Faculdade de Direito em Salvador, onde residem com ânimo definitivo. Como 
ainda não trabalham, Modesto e Olinda são sustentados pelos pais de ambos, que 
são domiciliados na Cidade de Itabuna. Ocorre que o filho do casal (Modestinho 
Pinto Rosa) nasceu com grave doença, o que forçou Olinda a viajar para o Estado 
de São Paulo, onde permanece há dois meses, acompanhando o tratamento do 
seu filho, até que este seja concluído. Há dois meses, Modesto Pinto passou a 
ocupar um cargo público temporário (com exercício por prazo determinado) no 
Município de Simões Filho, para onde vai e de onde retorna todos os dias 
Esclareça, fundamentadamente, discutindo todas as variáveis apresentadas (mas 
exclusivamente estas), qual(is) o(s) domicílio(s) de Modesto Pinto e Olinda Rosa. 
A emancipação consiste numa aquisição antecipada da plenitude de capacidade civil 
por aquele que ainda não completou 18 anos. Um dos seus tipos compreende a 
emancipação legal, onde está inserido o exemplo do casamento entre indivíduos 
menores de 18 anos. Assim, casados há 11 meses, Modesto Pinto e Olinda Rosa já 
são considerados emancipados. Vale ressaltar, que ainda que estes se divorciassem, 
não se teria a reversão da condição de emancipado ao estado de incapacidade. 
Por domicílio da Pessoa Natural, assegurado pelo Art. 70 do Código Civil, entende-
se que este será definido segundo o lugar em que tal pessoa estabelece sua residência 
com ânimo definitivo, isto é, onde estão presentes circunstâncias que inferem o 
ânimo de ali permanecer naquele lugar. Assim, o fato de estarem matriculados em 
uma Faculdade de Direito em Salvador, já serviria como uma prova circunstancial 
de que esta cidade seria o domicílio destes. Caso não fossem casados, e por 
conseguintes, emancipados, por se tratarem de indivíduos que são sustentados pelos 
seus pais, Modesto e Olinda teriam como endereço legal o logradouro de seus pais. 
O “simples” fato de Olinda ter viajado para São Paulo e lá ter permanecido já por 
dois meses (e assim continuará até o fim do tratamento) em busca de tratamento 
médico para seu filho que nasceu com uma grave doença, não significa que esta 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 28 
 
cidade em questão, tenha se tornado um de seus domicílios, pois não existe a 
intenção de mudança para São Paulo. Tal mudança só seria possível, segundo o 
Artigo 74 do Código Civil, se intenções para tal feito fossem manifestadas, seja 
através de declarações que mostrassem de forma expressa tais anseios ou por 
circunstâncias como o cadastro deste endereço para destino de correspondências. 
Por fim, cabe citar que embora Modesto Pinto tenha ocupado um cargo público 
temporário (com exercício por prazo determinado) no município de Simões Filho, 
para onde vai e retorna todos os dias, este também não é considerado como um de 
seus domicílios, pois segundo as regras de Domicílio Legal Necessário, todo 
emprego público que apresente caráter temporário em algum lugar, não provocará 
alterações no domicílio da pessoa. 
Conclui-se, de tal forma, que o endereço de Modesto Pinto e Olinda Rosa é na cidade 
de Salvador, no estado da Bahia. 
 
5. (Um ponto e meio – trinta linhas) Uma grande empresa de planos de saúde 
veiculou publicidade institucional em diversos jornais e revistas, na qual 
constava uma fotografia de Marcelo, médico famoso na área de neurocirurgia. 
No texto da mensagem publicitária, após diversas referências elogiosas à atuação 
do médico, ressaltou-se que ele era um dos profissionais conveniados aos planos 
de saúde da empresa. Marcelo não autorizou o uso da fotografia. É cabível na 
hipótese alguma espécie de indenização a Marcelo? Em caso negativo, 
fundamente. Em caso positivo, indique a natureza dessa indenização, o direito 
violado e em que consiste este. 
Por direitos da personalidade, entende-se que se tratam de todos aqueles que recaem 
sobre atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa. Dentre eles, ressalta-se o direito 
à imagem. 
Não é algo incomum, que propagandas de publicidade de empresas que apresentam 
imagens de pessoas, sejam feitas sem autorização destas. 
O direito à imagem, um dos direitos da personalidade, no sentido que é utilizado pela 
maioria dos autores, recebe uma definição associada a “imagem retrato”, isto é, uma 
projeção plástica da pessoa, que pode ser percebida com o olhar. Este, por sua vez, 
é titularizado sempre e sua proteção independe do uso que se atribua. A proteção da 
 RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS E CASOS PRÁTICOS – IED PRIVADO I 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 
 
imagem das pessoas, está assegurada pelo Artigo 5, inciso X da Constituição Federal 
Brasileira. 
Assim sendo, publicidades que vinculem imagem de terceiros, só serão admitidas 
quando expressamente permitidas. Em caso de descumprimento, o ofensor responderá 
pelos danos morais causados a vítima, isto é, pelo desconforto, aborrecimento e/ou 
constrangimento sofridos por esta. O valor que compensará tais danos decorrentes da 
ofensa em pauta, não é algo fixo, e deve se levar em consideração as condições das 
partes envolvidas e as circunstâncias que geraram tal dano, de forma que não seja um 
valor irrisório nem que provoque enriquecimento. 
Posto isso, conclui-se que Marcelo, por ter sua imagem vinculada em publicidades 
desta empresa de planos de saúde sem o devido consentimento, deverá ser indenizado 
por danos morais, sobretudo porque esta foi utilizada para fins comerciais.

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