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CUIDADO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA

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5 5 Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 201629(Supl): 5-15, dez., 2016
Educação em saúde ao idoso pelo fsioterapeutaEducação em saúde ao idoso pelo fsioterapeuta
Artigo OriginalArtigo Original
Ana Carolina Ana Carolina Ferreira TsuFerreira Tsunodanoda
Del AntonioDel Antonio(1)(1)
Silvia Franco da RochaSilvia Franco da Rocha
TonhomTonhom(2)(2)
Mara Quaglio ChirelliMara Quaglio Chirelli(2)(2)
1) Universidade Estadual do Norte do1) Universidade Estadual do Norte do
Paraná - UENP - Jacarezinho (PR) - BrasilParaná - UENP - Jacarezinho (PR) - Brasil
2) Faculdade de Medicina de Marília -2) Faculdade de Medicina de Marília -
FAMEMA - Marília (SP) - BrasilFAMEMA - Marília (SP) - Brasil
 Este artigo seguiu as normas e formatação Este artigo seguiu as normas e formatação
estabelecidas pelo 5º CIAIQ - Congressoestabelecidas pelo 5º CIAIQ - Congresso
 Ibero-Americano em Investigação Ibero-Americano em Investigação
Qualitativa.Qualitativa.
CUIDADO AO IDOSO NA ACUIDADO AO IDOSO NA ATENÇÃO BÁSITENÇÃO BÁSICA: PRÁTICASCA: PRÁTICAS
DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO FISIOTERAPEUTADE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO FISIOTERAPEUTA
Caution the elderly in primary care: education practice inCaution the elderly in primary care: education practice in
health physical therapist health physical therapist 
RESUMORESUMO
Objetivo:Objetivo: Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento humano é uma realidade Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento humano é uma realidade
cada vez mais presente no mundo atualcada vez mais presente no mundo atual  e necessitamos de investimentos para lidar com tale necessitamos de investimentos para lidar com tal
contexto. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar e propor estratégias de intervenção a partircontexto. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar e propor estratégias de intervenção a partir
da reexão sobre o processo de da reexão sobre o processo de educação em saúde no cuidado individual ao idoso educação em saúde no cuidado individual ao idoso realizadorealizado
 pelos  pelos sioterapeutas sioterapeutas no no Serviço Serviço de de Atenção Atenção Básica.Básica. MétodosMétodos: Abordagem qualitativa: Abordagem qualitativa
exploratória, realizada no cenário da Atenção Básica com 14 sioterapeutas, desenvolvidaexploratória, realizada no cenário da Atenção Básica com 14 sioterapeutas, desenvolvida
em dois momentos. No primeiro, os dados foram coletados por meio de um grupo focal eem dois momentos. No primeiro, os dados foram coletados por meio de um grupo focal e
entrevista semiestruturada e na segunda fase, houve a realização de entrevista semiestruturada e na segunda fase, houve a realização de uma Ocina de trabalho,uma Ocina de trabalho,
com validação dos dados e reexão para reconstrução da prática prossional. Os com validação dos dados e reexão para reconstrução da prática prossional. Os dados foramdados foram
analisados por meio da Análise de analisados por meio da Análise de Conteúdo, modalidade temática.Conteúdo, modalidade temática. ResultadosResultados: Observamos: Observamos
uma prática no cuidado e na educação em saúde ao idoso fragmentada e uma prática no cuidado e na educação em saúde ao idoso fragmentada e integral a dependerintegral a depender
do cenário. Após reexão na ocina, os prossionais construíram propostas de mudanças edo cenário. Após reexão na ocina, os prossionais construíram propostas de mudanças e
intervenção.intervenção. ConclusãoConclusão: Consideramos que o sioterapeuta ainda enfrenta grandes desaos: Consideramos que o sioterapeuta ainda enfrenta grandes desaos
 para  para compreender seu compreender seu papel papel na Atenção na Atenção Básica, Básica, demonstrando limitações demonstrando limitações no no processo processo dede
formação e por meio das propostas construídas na ocina, demonstram que os espaçosformação e por meio das propostas construídas na ocina, demonstram que os espaços
 para  para educação educação permanente permanente devem devem ser ser considerados considerados ambientes ambientes importantes importantes para para fomentarfomentar
reexões e possibilidades de transformações, com a nítida intenção de melhorar a qualidadereexões e possibilidades de transformações, com a nítida intenção de melhorar a qualidade
de atendimento aos usuários bem como a de atendimento aos usuários bem como a transformação do processo de trabalho.transformação do processo de trabalho.
DescritoresDescritores: Atenção Primária à Saúde; Fisioterapia; S: Atenção Primária à Saúde; Fisioterapia; Saúde do Idoso; Educação em Saúde.aúde do Idoso; Educação em Saúde.
 ABSTRACT ABSTRACT
Objective:Objective: With increased life expectancy, human aging is a reality more and more present With increased life expectancy, human aging is a reality more and more present
in the world today and we need investments to handle such a context. This researchin the world today and we need investments to handle such a context. This research
aimed to evaluate and propose intervention strategies from the reection on the healthaimed to evaluate and propose intervention strategies from the reection on the health
education process in individual elderly education process in individual elderly care performed by physiotherapists in care performed by physiotherapists in primary careprimary care
 service. service. Methods:Methods:  A qualitative approach, performed in the setting of Primary with 14  A qualitative approach, performed in the setting of Primary with 14
 physiotherapists, developed in  physiotherapists, developed in two stages. two stages. In the In the rst, data rst, data were collected through a were collected through a focusfocus
 group and  group and semi-structured interviews semi-structured interviews and and in in the the second second phase, phase, there there was was the the realizationrealizationof a work Workshop, with data validation and reection for reconstruction of professionalof a work Workshop, with data validation and reection for reconstruction of professional
 practice.  practice. Data Data were were analyzed analyzed through through content content analysis, analysis, thematic thematic modality.modality. Results:Results:   WWee
observed a practice in the care and health education to the elderly fragmented and fullobserved a practice in the care and health education to the elderly fragmented and full
depending on the scenario. After reection in the workshop, professionals built proposalsdepending on the scenario. After reection in the workshop, professionals built proposals
 for change and intervention. for change and intervention. Conclusion:Conclusion: We consider that the physical therapist still  We consider that the physical therapist still facesfaces
major challenges to understand their role in primary care, demonstrating limitations inmajor challenges to understand their role in primary care, demonstrating limitations in
training and through the proposals built in the workshop process, show that the spaces fortraining and through the proposals built in the workshop process, show that the spaces for
 permanent educa permanent education should be considetion should be considered important ered important environments for nvironments for promoting idepromoting ideas andas and
 possibilities transformations, with  possibilities transformations, with the clear the clear intention of improving the intention of improving the quality of quality of service toservice to
users as well as users as well as the transformation of the work the transformation of the work process.process.
Descriptors:Descriptors: Primary Health Care; Phys Primary Health Care; Physical Therapy Specialty; Agedical Therapy Specialty; Aged. Health Education.. Health Education.
  
6 6  Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 20165-15, dez., 2016
 Antonio ACFT Antonio ACFT, Tonhom SFR, Chirelli MQ , Tonhom SFR, ChirelliMQ 
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
O envelhecimento humano é um processo pelo qual oO envelhecimento humano é um processo pelo qual o
homem está sujeito a passar, e com isso tem a incumbênciahomem está sujeito a passar, e com isso tem a incumbência
de aprender a lidar com sude aprender a lidar com suas consequências. A Organizaçãoas consequências. A Organização
Mundial da Saúde (OMS), prevê que no períodoMundial da Saúde (OMS), prevê que no período
compreendido entre 1950 à 2025, a população de idososcompreendido entre 1950 à 2025, a população de idosos
deverá aumentar em quinze vezes, enquanto a populaçãodeverá aumentar em quinze vezes, enquanto a população
total em cinco, sendo que até 2025 o Brasil alcançará cercatotal em cinco, sendo que até 2025 o Brasil alcançará cerca
de 32 milhões de pessoas com 60 de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Tal aumentoanos ou mais. Tal aumento
 populacional  populacional de de idosos idosos no no país país implicará implicará fortementefortemente
em mudanças nas políticas sociais, particularmente, nasem mudanças nas políticas sociais, particularmente, nas
voltadas para atender às crescentes demandas nas áreas davoltadas para atender às crescentes demandas nas áreas da
saúde, previdência e assistência socialsaúde, previdência e assistência social(1)(1)..
O envelhecimento traz consigo diversas alterações aoO envelhecimento traz consigo diversas alterações ao
homem, dentre elas pode-se citar as psicológicas, físicas ehomem, dentre elas pode-se citar as psicológicas, físicas e
emocionais aumentando assim a necessidade de atenção àemocionais aumentando assim a necessidade de atenção à
saúde destes. saúde destes. Com o objetivo de Com o objetivo de suportar a nova suportar a nova demanda,demanda,
em 1996 foi regulamentada a Política Nacional do Idosoem 1996 foi regulamentada a Política Nacional do Idoso
(PNI)(PNI)(2)(2). Posteriormente a Portaria Ministerial n°. 1.395 de. Posteriormente a Portaria Ministerial n°. 1.395 de
1999, anuncia a Política Nacional 1999, anuncia a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosade Saúde da Pessoa Idosa
(PNSPI), a qual determina que os órgãos e entidades do(PNSPI), a qual determina que os órgãos e entidades do
Ministério da Saúde (MS) relacionados ao tema elaboremMinistério da Saúde (MS) relacionados ao tema elaborem
ou readéquem os projetos e atividades na conformidade dasou readéquem os projetos e atividades na conformidade das
diretrizes e responsabilidade nela estabelecidasdiretrizes e responsabilidade nela estabelecidas(3)(3)..
Os principais objetivos da PNSPI incluem aOs principais objetivos da PNSPI incluem a
recuperação, manutenção e promoção da autonomia e darecuperação, manutenção e promoção da autonomia e da
independência da pessoa idosa, direcionando medidasindependência da pessoa idosa, direcionando medidas
coletivas e individuais de saúde para esse m. Sãocoletivas e individuais de saúde para esse m. São
considerados público alvo todo cidadão e cidadã brasileirosconsiderados público alvo todo cidadão e cidadã brasileiros
com 60 anos ou maiscom 60 anos ou mais(4)(4)..
Enquanto o próprio sistema de saúde, em nívelEnquanto o próprio sistema de saúde, em nível
organizacional necessita se adaptar à inversão da pirâmideorganizacional necessita se adaptar à inversão da pirâmide
 populacional,  populacional, com com o o aumento aumento do do numero numero de de idosos idosos nono
Brasil, os prossionais atuantes neste sistema também sãoBrasil, os prossionais atuantes neste sistema também são
inuenciados a se transformar para melhor atender estainuenciados a se transformar para melhor atender esta
 população.  população. Inclui-se Inclui-se neste neste aspecto, aspecto, todos todos os os prossionaisprossionais
com relação direta com os idosos como médicos,com relação direta com os idosos como médicos,
 psicólogos,  psicólogos, nutricionistas, nutricionistas, enfermeiros enfermeiros e e especialmenteespecialmente
sioterapeutassioterapeutas(1,3)(1,3)..
O sioterapeuta dentro deste cenário possui umaO sioterapeuta dentro deste cenário possui uma
atuação muito recente na história de sua prossão, tantoatuação muito recente na história de sua prossão, tanto
no Brasil quanto em outros países. E sua atuação efetivano Brasil quanto em outros países. E sua atuação efetiva
vem sendo destacada por diversos pesquisadores, comovem sendo destacada por diversos pesquisadores, como
no Canadá, onde a atuação deste prossional nos cuidadosno Canadá, onde a atuação deste prossional nos cuidados
 primários  primários à à saúde saúde trouxe trouxe benefícios benefícios ao ao sistema sistema de de saúde,saúde,
aumento do nível de satisfação dos usuários, diminuição doaumento do nível de satisfação dos usuários, diminuição do
tempo na lista de espera para consultas, além da melhoratempo na lista de espera para consultas, além da melhora
na qualidade de vidana qualidade de vida(5)(5). No Brasil, somente em meados. No Brasil, somente em meados
de 2003, na 12ª Conferência Nacional de Saúde (CNS),de 2003, na 12ª Conferência Nacional de Saúde (CNS),
quando o plenário aprovou a composição da equipequando o plenário aprovou a composição da equipe
multiprossional, incluiu-se o sioterapeuta como apoio àsmultiprossional, incluiu-se o sioterapeuta como apoio às
equipes de Saúda da Família. Entretanto, no ano seguinte,equipes de Saúda da Família. Entretanto, no ano seguinte,
em 2004, este prossional teve sua inserção denitivaem 2004, este prossional teve sua inserção denitiva
nas unidades de Estratégia de Saúda da Família (ESF). Anas unidades de Estratégia de Saúda da Família (ESF). A
atuação deste prossional no campo da Atenção Básicaatuação deste prossional no campo da Atenção Básica
tem favorecido diversas reexões sobre a ampliação e/outem favorecido diversas reexões sobre a ampliação e/ou
reconguração de suas práticas para a apropriação de novosreconguração de suas práticas para a apropriação de novos
conhecimentos, essenciais a uma melhor intervenção nesseconhecimentos, essenciais a uma melhor intervenção nesse
nível de atenção à saúde, corroborando com os princípios enível de atenção à saúde, corroborando com os princípios e
diretrizes sinalizados como desejáveis para a construção dediretrizes sinalizados como desejáveis para a construção de
uma política de saúde efetivauma política de saúde efetiva(6)(6)..
 Nesta  Nesta direção, direção, há há um um movimento movimento de de se se reconstruir reconstruir oo
modelo de atenção à saúde por meio da Estratégia Saúdemodelo de atenção à saúde por meio da Estratégia Saúde
da Família (ESF), Humaniza SUS, entre outras estratégias,da Família (ESF), Humaniza SUS, entre outras estratégias,
 pautados  pautados nos nos princípios princípios da da integralidade, integralidade, universalidadeuniversalidade
e equidade. Na perspectiva da integralidade busca-se ae equidade. Na perspectiva da integralidade busca-se a
construção adequada do cuidado aconteça, na qual osconstrução adequada do cuidado aconteça, na qual os
 prossionais da  prossionais da saúde considsaúde considerem os erem os princípios básicprincípios básicos deos de
escutar, ver e tocar mais. Observando que por meio destaescutar, ver e tocar mais. Observando que por meio desta
atitude, já se está fazendo diferente. Entretanto, é necessárioatitude, já se está fazendo diferente. Entretanto, é necessário
ser mais radical quando se almeja o cuidado, onde o próprioser mais radical quando se almeja o cuidado, onde o próprio
usuário e a comunidade devem se recongurar buscandousuário e a comunidade devem se recongurar buscando
também efetivar suas práticas, compreendendo a maneiratambém efetivar suas práticas, compreendendo a maneira
de como deve ocorrer sua vida e saúde no cotidianode como deve ocorrer sua vida e saúde no cotidiano (6,7)(6,7)..
Buscando desenvolver estas práticas do cuidado, háBuscando desenvolver estas práticas do cuidado, há
a necessidade da clínica do sujeito e para que isto ocorra,anecessidade da clínica do sujeito e para que isto ocorra,
a educação em saúde é uma ferramenta importante para aa educação em saúde é uma ferramenta importante para a
construção de um cuidado integral e autônomo.construção de um cuidado integral e autônomo.
A educação em saúde é um processo dinâmico, ondeA educação em saúde é um processo dinâmico, onde
se espera que os sujeitos a considerem como um valor,se espera que os sujeitos a considerem como um valor,
incentivando a boa utilização dos serviços, além deincentivando a boa utilização dos serviços, além de
estimulá-los a conseguirem seu acesso por meio de suasestimulá-los a conseguirem seu acesso por meio de suas
 próprias ações próprias ações(8)(8)..
Grandes et al, destaca que a educação em saúdeGrandes et al, destaca que a educação em saúde
concentra-se em estratégias destinadas a aumentar oconcentra-se em estratégias destinadas a aumentar o
conhecimento, a motivação além de habilidades para aconhecimento, a motivação além de habilidades para a
mudança de comportamento do sujeito, com o intuito demudança de comportamento do sujeito, com o intuito de
melhorar a saúde deste, em todos os aspectos, físico, socialmelhorar a saúde deste, em todos os aspectos, físico, social
e ambientale ambiental(9)(9)..
Sabe-se que uma das maneiras de proporcionarSabe-se que uma das maneiras de proporcionar
qualidade ao atendimento na Atenção Básica (AB) é porqualidade ao atendimento na Atenção Básica (AB) é por
meio da educação em saúde, que meio da educação em saúde, que é um dos mais importantesé um dos mais importantes
elos entre os desejos e expectativas da população por umaelos entre os desejos e expectativas da população por uma
qualidade de vida melhor e as projeções e estimativas emqualidade de vida melhor e as projeções e estimativas em
oferecer programas de saúde mais ecientesoferecer programas de saúde mais ecientes(1)(1)..
Como parte deste cenário, buscando reforçar os pilaresComo parte deste cenário, buscando reforçar os pilares
da AB e dando suporte principalmente às equda AB e dando suporte principalmente às equipes da ESF, emipes da ESF, em
2008, foi instituído os Núcleo2008, foi instituído os Núcleos de Apoio à Saúde da Famílias de Apoio à Saúde da Família
(NASF). Estes núcleos, buscam a ampliação da assistência(NASF). Estes núcleos, buscam a ampliação da assistência
 prestada  prestada à pà população, opulação, principalmente principalmente aos aos idosos, idosos, suprindosuprindonecessidades que não conseguem ser absorvidas pelasnecessidades que não conseguem ser absorvidas pelas
equipes ESF, ressaltando que o sioterapeuta, na condiçãoequipes ESF, ressaltando que o sioterapeuta, na condição
  
7 7 Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 201629(Supl): 5-15, dez., 2016
Educação em saúde ao idoso pelo fsioterapeutaEducação em saúde ao idoso pelo fsioterapeuta
de integrante de uma equipe NASF, deve apresentar umade integrante de uma equipe NASF, deve apresentar uma
atuação ampliada, com ações entre os idosos, que incluamatuação ampliada, com ações entre os idosos, que incluam
 promoção  promoção de de conscientização conscientização da da população população para para mudançamudança
do enfoque de tratamento, realização de atendimentodo enfoque de tratamento, realização de atendimento
individual dentro da unidade ou à domicílio, dentre outrasindividual dentro da unidade ou à domicílio, dentre outras
ações que melhorem a qualidade de vidaações que melhorem a qualidade de vida (10)(10)..  
Portanto, a presente pesquisa torna-se importante noPortanto, a presente pesquisa torna-se importante nosentido de investigarmos como essa atuação recente dosentido de investigarmos como essa atuação recente do
sioterapeuta ocorre na ESF como nas demais unidades dasioterapeuta ocorre na ESF como nas demais unidades da
AB, além de explorarmos os diversos aspectos frente a suaAB, além de explorarmos os diversos aspectos frente a sua
 prática  prática prossional prossional relacionada relacionada à à educação educação em em saúde saúde e e oo
cuidado com os idosos.cuidado com os idosos.
Deste modo, questionamos como ocorre o processo deDeste modo, questionamos como ocorre o processo de
atuação do sioterapeuta na prática com o idoso na AB?atuação do sioterapeuta na prática com o idoso na AB?
Como ocorre a educação em saúde no cuidado realizadoComo ocorre a educação em saúde no cuidado realizado
 pelo sioterapeuta ao idoso? pelo sioterapeuta ao idoso?
O objetivo geral deste estudo foi avaliar e proporO objetivo geral deste estudo foi avaliar e propor
estratégias de intervenção a partir da reexão sobre oestratégias de intervenção a partir da reexão sobre o
 processo  processo de de educação educação em em saúde saúde no no cuidado cuidado individual individual aoao
idoso realizado pelos sioterapeutas no Serviço de Atençãoidoso realizado pelos sioterapeutas no Serviço de Atenção
Básica.Básica.
MÉTODOSMÉTODOS
Pesquisa qualitativa, exploratória, que busca entenderPesquisa qualitativa, exploratória, que busca entender
os valores culturais e as representações de determinadoos valores culturais e as representações de determinado
grupo sobre temas especícos, além de compreender asgrupo sobre temas especícos, além de compreender as
relações que se dão entre atores sociais tanto no âmbito dasrelações que se dão entre atores sociais tanto no âmbito das
instituições como no dos movimentos sociais e nalmente,instituições como no dos movimentos sociais e nalmente,
avaliar as políticas públicas e sociais tanto do ponto de vistaavaliar as políticas públicas e sociais tanto do ponto de vista
de sua formação e aplicação técnicade sua formação e aplicação técnica(11)(11)..
A investigação foi desenvolvida em Unidades doA investigação foi desenvolvida em Unidades do
Serviço de Atenção Básica à Saúde de um municípioServiço de Atenção Básica à Saúde de um município
do interior paulista que conta com 23 sioterapeutasdo interior paulista que conta com 23 sioterapeutas
distribuídos da seguinte maneira: Unidade Municipal dedistribuídos da seguinte maneira: Unidade Municipal deFisioterapia (12 sioterapeutas), Programa InterdisciplinarFisioterapia (12 sioterapeutas), Programa Interdisciplinar
de Internação Domiciliar (PROIID) – um sioterapeuta,de Internação Domiciliar (PROIID) – um sioterapeuta,
Centro Estadual e Regional de Referência em Saúde doCentro Estadual e Regional de Referência em Saúde do
Trabalhador (CEREST) – dois sioterapeutas, e quatroTrabalhador (CEREST) – dois sioterapeutas, e quatro
equipes NASF divididas em quatro regiões (norte, sul, lesteequipes NASF divididas em quatro regiões (norte, sul, leste
e oeste) – sete sioterapeutase oeste) – sete sioterapeutas(12)(12). Todas as unidades com. Todas as unidades com
 participação de sioterapeutas foram contempladas. participação de sioterapeutas foram contempladas.
Para a seleção dos participantes foi utilizada umaPara a seleção dos participantes foi utilizada uma
amostra intencional, na qual consideramos como critériosamostra intencional, na qual consideramos como critérios
de inclusão ser sioterapeuta em um dos serviços da ABde inclusão ser sioterapeuta em um dos serviços da AB
do município da pesquisa por pelo menos 6 (seis) meses edo município da pesquisa por pelo menos 6 (seis) meses e
contemplar todas as áreas que os serviços da AB dispõe econtemplar todas as áreas que os serviços da AB dispõe e
que os sioterapeutas atuam, sendo constituído dois grupos:que os sioterapeutas atuam, sendo constituído dois grupos:
grupo 1 teve a composição de dois sioterapeutas dagrupo 1 teve a composição de dois sioterapeutas da
Unidade Municipal de Fisioterapia, considerando as áreasUnidade Municipal de Fisioterapia, considerando as áreas
de atuação neste serviço; um do CEREST e um do PROIIDde atuação neste serviço; um do CEREST e um do PROIID
e o Grupo 2 foi constituído por cinco prossionais doe o Grupo 2 foi constituídopor cinco prossionais do
 NASF NASF, conforme a , conforme a inserção destes ninserção destes nas regiões de as regiões de saúde nosaúde no
município, totalizando, inicialmente, 9 sujeitos na pesquisa.município, totalizando, inicialmente, 9 sujeitos na pesquisa.
A coleta de dados foi dividida em duas fases. NaA coleta de dados foi dividida em duas fases. Na
 primeira fase tivemos a  primeira fase tivemos a realização de grupo realização de grupo focal (GF) quefocal (GF) que
consiste em uma técnica derivada das entrevistas grupais,consiste em uma técnica derivada das entrevistas grupais,
que se baseia na interação entre as pessoas para obter osque se baseia na interação entre as pessoas para obter osdados necessários à pesquisa. Seu principal objetivo édados necessários à pesquisa. Seu principal objetivo é
reunir informações detalhadas sobre um determinado tópicoreunir informações detalhadas sobre um determinado tópico
a partir de critérios pré-determinados pelo pesquisador, dea partir de critérios pré-determinados pelo pesquisador, de
acordo com os objetivos da investigaçãoacordo com os objetivos da investigação(13,14)(13,14)..
 Na  Na segunda segunda etapa, etapa, foi foi realizada realizada com com os os dois dois gruposgrupos
a “ocina de produção de conhecimento e resolução dea “ocina de produção de conhecimento e resolução de
 problemas”,  problemas”, que que teve teve como como objetivo objetivo “V“Validar alidar os os dados dados dada
1ª fase, reetir sobre a prática do sioterapeuta na AB no1ª fase, reetir sobre a prática do sioterapeuta na AB no
cuidado aos idosos nas equipes de Estratégia Saúde dacuidado aos idosos nas equipes de Estratégia Saúde da
Família, Unidade Básica de Saúde e Unidade Municipal deFamília, Unidade Básica de Saúde e Unidade Municipal de
Fisioterapia, a partir do referencial da clínica ampliada eFisioterapia, a partir do referencial da clínica ampliada e
construir estratégias de intervenção a partir desta reexãoconstruir estratégias de intervenção a partir desta reexão
sobre os dados apresentados”.sobre os dados apresentados”.
As ocinas de produção de conhecimento e resoluçãoAs ocinas de produção de conhecimento e resolução
de problemas são espaços em que dialogicamente se ensina,de problemas são espaços em que dialogicamente se ensina,
se aprende, se socializa e se constrói conhecimento numase aprende, se socializa e se constrói conhecimento numa
relação fecunda entre o pesquisador e os sujeitos do camporelação fecunda entre o pesquisador e os sujeitos do campo
da prática. Nas ocinas, o pesquisador se apresenta comoda prática. Nas ocinas, o pesquisador se apresenta como
facilitador do processo de reexão sobre a prática, quefacilitador do processo de reexão sobre a prática, que
dá sustentação para a construção do conhecimento. Sãodá sustentação para a construção do conhecimento. São
construídas partindo do princípio de atitudes que privilegiemconstruídas partindo do princípio de atitudes que privilegiem
a criação coletiva, além da construção de um material, quea criação coletiva, além da construção de um material, que
responde as interrogações dos pesquisadoresresponde as interrogações dos pesquisadores(15)(15)..
 Na  Na fase fase 1, 1, os os prossionais prossionais foram foram convidados convidados aa
 participar  participar de de um um grupo grupo focal, focal, onde onde após após vários vários contatoscontatos
 prévios c prévios com o om o Grupo Grupo 1, 1, por inpor incompatibilidade compatibilidade de agde agendasendas
e pouca adesão dos prossionais o grupo focal foi realizadoe pouca adesão dos prossionais o grupo focal foi realizado
com quatro sioterapeutas. Para este momento, utilizamoscom quatro sioterapeutas. Para este momento, utilizamosum roteiro previamente preparado e adequado conforme asum roteiro previamente preparado e adequado conforme as
necessidades observadas no piloto, que continham questõesnecessidades observadas no piloto, que continham questões
norteadoras, quanto à prática dos prossionais para onorteadoras, quanto à prática dos prossionais para o
cuidado e a educação em saúde ao idoso.cuidado e a educação em saúde ao idoso.
Observamos que durante a coleta do dado houveObservamos que durante a coleta do dado houve
 participação  participação efetiva efetiva dos dos integrantes integrantes que que compareceram,compareceram,
ocorrendo envolvimento com a atividade e o conteúdo a serocorrendo envolvimento com a atividade e o conteúdo a ser
discutido. Neste momento, a realização do diário de campodiscutido. Neste momento, a realização do diário de campo
foi essencial para que pudéssemos observar e compreenderfoi essencial para que pudéssemos observar e compreender
as reações e características dos participantes do grupo.as reações e características dos participantes do grupo.
Portanto, o diário de campo é um caderno de notas, emPortanto, o diário de campo é um caderno de notas, em
que o observador, vai anotando o que observa. Nele devemque o observador, vai anotando o que observa. Nele devem
ser escritas impressões pessoais que se modicam com oser escritas impressões pessoais que se modicam com o
tempo, resultados de conversas informais, observações detempo, resultados de conversas informais, observações de
comportamentos contraditórios com as falas, manifestaçõescomportamentos contraditórios com as falas, manifestações
dos interlocutores quanto aos vários pontos investigados,dos interlocutores quanto aos vários pontos investigados,
  
8 8  Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 20165-15, dez., 2016
 Antonio ACFT Antonio ACFT, Tonhom SFR, Chirelli MQ , Tonhom SFR, Chirelli MQ 
dentre outros aspectos, o que favorece a qualidade e adentre outros aspectos, o que favorece a qualidade e a
 profundidade das análises profundidade das análises(14)(14)..
Com o Grupo 2 após contatos prévios, eCom o Grupo 2 após contatos prévios, e
incompatibilidade de agendas, foi necessário realizar aincompatibilidade de agendas, foi necessário realizar a
técnica de entrevista semi-estruturadatécnica de entrevista semi-estruturada(11)(11), contando com, contando com
a participação de cinco sioterapeutas, sendo utilizado oa participação de cinco sioterapeutas, sendo utilizado o
mesmo roteiro com o grupo 1 no grupo focal.mesmo roteiro com o grupo 1 no grupo focal. Na  Na fase fase 2 2 observamos observamos claramente claramente maior maior adesão adesão dosdos
 prossionais à  prossionais à nossa pesquinossa pesquisa. No sa. No Grupo 1 Grupo 1 contamos cocontamos comm
oito participantes, e no Grupo 2 com seis, momento emoito participantes, e no Grupo 2 com seis, momento em
que chegamos à elaboração das propostas de intervenção,que chegamos à elaboração das propostas de intervenção,
 produtos desta pesquisa. produtos desta pesquisa.
Para a análise dos dados a opção foi a análise dePara a análise dos dados a opção foi a análise de
conteúdo, modalidade temática que desdobra-se emconteúdo, modalidade temática que desdobra-se em
três etapas, sendo: pré-análise, exploração do material etrês etapas, sendo: pré-análise, exploração do material e
tratamento dos resultados obttratamento dos resultados obtidos. A idos. A pré-análise consiste napré-análise consiste na
escolha dos documentos a serem analisados e na retomadaescolha dos documentos a serem analisados e na retomada
das hipóteses e objetivos iniciais da pesquisa, sendo que,das hipóteses e objetivos iniciais da pesquisa, sendo que,
cabe ao investigador questionar-se sobre as relações entrecabe ao investigador questionar-se sobre as relações entre
as etapas realizadas, construindo alguns indicadores queas etapas realizadas, construindo alguns indicadores que
o orientem na compreensão do material e na interpretaçãoo orientem na compreensão do material e na interpretaçãonal. Esta fase pode ser segmentada em três tarefas, sendonal. Esta fase pode ser segmentada em três tarefas, sendo
leitura utuante, constituiçãodo corpus e formulação eleitura utuante, constituição do corpus e formulação e
reformulação de hipóteses e objetivos, que juntos compõemreformulação de hipóteses e objetivos, que juntos compõem
a essência da primeira fase da análise temáticaa essência da primeira fase da análise temática(11)(11)..
A segunda etapa é baseada na exploração do material,A segunda etapa é baseada na exploração do material,
 por  por meio meio da da identicação identicação e e exploração exploração das das categorias categorias queque
são palavras ou expressões signicativas em função dassão palavras ou expressões signicativas em função das
quais o conteúdo de uma fala será organizadoquais o conteúdo de uma fala será organizado(11,15)(11,15)..  
A terceira etapa está concentrada no tratamento dosA terceira etapa está concentrada no tratamento dos
resultados obtidos e na iresultados obtidos e na interpretação de seus dados. A partirnterpretação de seus dados. A partir
daí o analista propõe inferências e realiza interpretações,daí o analista propõe inferências e realiza interpretações,
inter-relacionando-as com o quadro teórico desenhadointer-relacionando-as com o quadro teórico desenhado
inicialmente ou abre outras pistas em torno de novasinicialmente ou abre outras pistas em torno de novas
dimensões teóricas e interpretativas, sugeridas pela leituradimensões teóricas e interpretativas, sugeridas pela leiturado materialdo material(11,16)(11,16)..  
Por m, consideramos que tal análise nos permitiráPor m, consideramos que tal análise nos permitirá
ampliar a compreensão dos contextos, as potencialidade, asampliar a compreensão dos contextos, as potencialidade, as
diculdades e os processos de formação dos prossionaisdiculdades e os processos de formação dos prossionais
em questão, para realizar as práticas da educação e cuidadoem questão, para realizar as práticas da educação e cuidado
em saúde na Atenção Básica junto à pessoa idosaem saúde na Atenção Básica junto à pessoa idosa(12)(12)..  
 Na  Na apresentação apresentação dos dos dados, dados, para para garantir garantir o o sigilo, sigilo, osos
sujeitos do grupo 1 foram identicados pela inicial destesujeitos do grupo 1 foram identicados pela inicial deste
agrupamento de setores sendo nominados por F1PUMCagrupamento de setores sendo nominados por F1PUMC
(PROIID, Unidade Municipal e CEREST), F2PUMC,(PROIID, Unidade Municipal e CEREST), F2PUMC,
F3PUMC e F4PUMC. Nas entrevistas do Grupo 2,F3PUMC e F4PUMC. Nas entrevistas do Grupo 2,
identicamos as falas identicamos as falas dos sujeitos dos sujeitos como F1NASFcomo F1NASF, F2NASF, F2NASF,,
e assim por diante.e assim por diante.
Para a apresentação das propostas que surgiram comPara a apresentação das propostas que surgiram com
as ocinas, utilizamos a sigla OT, que indica Ocina deas ocinas, utilizamos a sigla OT, que indica Ocina de
Trabalho.Trabalho.
É importante ressaltar que o projeto foi submetido aoÉ importante ressaltar que o projeto foi submetido ao
Conselho Municipal de Avaliação em Pesquisa (COMAP)Conselho Municipal de Avaliação em Pesquisa (COMAP)
e Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicinae Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina
de Marília (FAMEMA), sendo aprovado com o Parecerde Marília (FAMEMA), sendo aprovado com o Parecer
nº 861.287. (Resolução nº 466, de 12 de dezembro denº 861.287. (Resolução nº 466, de 12 de dezembro de
2012, 2013). Todos os sujeitos assinaram o Termo de2012, 2013). Todos os sujeitos assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes deConsentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes deiniciarmos a coleta dos dados.iniciarmos a coleta dos dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃORESULTADOS E DISCUSSÃO
O grupo 1 foi composto por três sioterapeutas doO grupo 1 foi composto por três sioterapeutas do
gênero masculino e cinco do gênero feminino, sendo quegênero masculino e cinco do gênero feminino, sendo que
estes realizam a prática prossional na AB num período queestes realizam a prática prossional na AB num período que
varia de 6 à 11 anos.varia de 6 à 11 anos.
Já o Grupo 2 foi constituído por um do gêneroJá o Grupo 2 foi constituído por um do gênero
masculino e cinco do gênero feminino, com atuação na ABmasculino e cinco do gênero feminino, com atuação na AB
num período que varia de 11 meses à 6 anos.num período que varia de 11 meses à 6 anos.
A seguir faremos a apresentação dos temas de acordoA seguir faremos a apresentação dos temas de acordo
com a enunciação dos títulos.com a enunciação dos títulos.
A prática do fsioterapeuta no cuidado individual e aA prática do fsioterapeuta no cuidado individual e a
educação em saúde ao idosoeducação em saúde ao idoso
O cuidado individual ao idoso foi abordado em ambosO cuidado individual ao idoso foi abordado em ambos
os grupos, demonstrando que existem diferentes maneirasos grupos, demonstrando que existem diferentes maneiras
de executá-lo, sofrendo inuência de todo o contextode executá-lo, sofrendo inuência de todo o contexto
envolvido. O grupo 1, identicou que praticam o cuidadoenvolvido. O grupo 1, identicou que praticam o cuidado
restritos à patologia apresentada pelo paciente.restritos à patologia apresentada pelo paciente.
“O cuidado principal é aquela patologia que ele traz, aí“O cuidado principal é aquela patologia que ele traz, aí
a gente cuida utilizando as técnicas de sioterapia que aa gente cuida utilizando as técnicas de sioterapia que a
 gente tem. (F1PUMC)” gente tem. (F1PUMC)”
 Neste  Neste cenário cenário observamos observamos uma uma prática prática pautada pautada nono
modelo biomédico, onde o indivíduo é visto de maneiramodelo biomédico, onde o indivíduo é visto de maneira
fragmentada. Um estudo realizado por Valençafragmentada. Um estudo realizado por Valença(17)(17) apontou apontou
a urgente necessidade de uma transformação curricular naa urgente necessidade de uma transformação curricular na
formação destes prossionais, de modo que esta perpasseformação destes prossionais, de modo que esta perpasse
os muros da visão fragmentada e reducionista do indivíduoos muros da visão fragmentada e reducionista do indivíduo
doente, demonstrando que a ciência do cuidado humanodoente, demonstrando que a ciência do cuidado humano
deve ser essencialmente integralizadora, com um fortedeve ser essencialmente integralizadora, com um forte
objetivo de fortalecimento do sistema de saúde público.objetivo de fortalecimento do sistema de saúde público.
Sabe-se que a formação dos prossionais de saúdeSabe-se que a formação dos prossionais de saúde
no Brasil é, atualmente, fundamentada por uma educaçãono Brasil é, atualmente, fundamentada por uma educação
uniprossional, e baseia-se no modelo biomédico. Taluniprossional, e baseia-se no modelo biomédico. Tal
modelo corresponde a uma rede de serviços, gestão emodelo corresponde a uma rede de serviços, gestão e
cuidado organizados com a maestria de um médico, ocuidado organizados com a maestria de um médico, o
que faz dos demais componentes da equipe coadjuvantesque faz dos demais componentes da equipe coadjuvantes
neste cenário. Deste modo, as práticas cam orientadasneste cenário. Deste modo, as práticas cam orientadas
de maneira fragmentada, o que por m, tem grandede maneira fragmentada, o que por m, tem grande
inuência da formação inicial destes prossionais.inuência da formação inicial destes prossionais.
Tais considerações tornam-se mais agravantes no que seTais considerações tornam-se mais agravantes no que se
  
99Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 201629(Supl): 5-15, dez., 2016
Educação em saúde ao idoso pelo fsioterapeutaEducação em saúde ao idoso pelo fsioterapeuta
trata à formação dos sioterapeutas, já que a atuação destestrata à formação dos sioterapeutas, já que a atuação destes
 prossionais  prossionais foi confoi considerada csiderada como parte omo parte do ndo nível ível terciárioterciário
de atenção à saúde por longos anos,pois além do fato dede atenção à saúde por longos anos, pois além do fato de
estar inserido no contexto trazido acima, possui um desgasteestar inserido no contexto trazido acima, possui um desgaste
 prossional ainda maior prossional ainda maior, já que , já que é visto como prosé visto como prossional dasional da
reabilitaçãoreabilitação(18)(18)..
O cuidado pode ser construído de dO cuidado pode ser construído de diversas formas pelosiversas formas pelos prossionais,  prossionais, tendo tendo diversas diversas nuances, nuances, sendo sendo que que algunsalguns
conseguem se aproximar um pouco mais da pessoa outrosconseguem se aproximar um pouco mais da pessoa outros
necessitam constituir outros caminhos. Nos dois gruposnecessitam constituir outros caminhos. Nos dois grupos
(1 e 2), observamos outras faces da prática do cuidado ao(1 e 2), observamos outras faces da prática do cuidado ao
idoso, sendo que o grupo 1 reconhece que realiza o cuidadoidoso, sendo que o grupo 1 reconhece que realiza o cuidado
diferenciado em esporádicas situações. Em ambos osdiferenciado em esporádicas situações. Em ambos os
grupos, isso ocorre, percebendo as necessidades do idoso,grupos, isso ocorre, percebendo as necessidades do idoso,
valorizando seu contexto e incluindo a família. Isso foivalorizando seu contexto e incluindo a família. Isso foi
conrmado claramente por meio do sorriso durante a falaconrmado claramente por meio do sorriso durante a fala
de dois integrantes do grupo.de dois integrantes do grupo.
“T“Tem os cuidados que a gente em os cuidados que a gente tem que ter pela patologia,tem que ter pela patologia,
talvez pelas limitações do idoso, se o idoso tiver umatalvez pelas limitações do idoso, se o idoso tiver uma
limitação, na hora de colocar ele numa determinadalimitação, na hora de colocar ele numa determinada
 posição,  posição, a a gente gente tem tem mais mais cuidado cuidado que que com com pessoaspessoas
mais novas que a gente só oriente; vou colocar elamais novas que a gente só oriente; vou colocar ela
num posicionamento, aí você vem, deita, senta. O idosonum posicionamento, aí você vem, deita, senta. O idoso
a gente vai, a gente ajuda, cuidados assim que eua gente vai, a gente ajuda, cuidados assim que eu
 falo.”(F2PUMC) falo.”(F2PUMC)
O conceito de integralidade surge neste cenário, emboraO conceito de integralidade surge neste cenário, embora
que claro que os prossionais não possuem clareza a cercaque claro que os prossionais não possuem clareza a cerca
de seu signicado. Integralidade surgiu como uma estratégiade seu signicado. Integralidade surgiu como uma estratégia
 para  para as as mudanças mudanças que que tanto tanto são são desejadas desejadas no no sistema sistema dede
saúde do país, entretanto para alcançá-la é necessáriosaúde do país, entretanto para alcançá-la é necessário
encontrar práticas intersubjetivas, com criação de relaçõesencontrar práticas intersubjetivas, com criação de relações
interpessoais entre os sujeitos. Assim, caso exista o desejointerpessoais entre os sujeitos. Assim, caso exista o desejo
de pleitear a integralidade como um todo, deve-se promoverde pleitear a integralidade como um todo, deve-se promover
ações de saúde que aconteçam em sintonia com o contextoações de saúde que aconteçam em sintonia com o contexto
singular de cada relação, com participação e empenho desingular de cada relação, com participação e empenho de
cada prossionalcada prossional(19)(19)..
Para melhor compreender o cuidado, pode-se descrevê-Para melhor compreender o cuidado, pode-se descrevê-
lo em três categorias de trabalho em saúde, sendo: leve,lo em três categorias de trabalho em saúde, sendo: leve,
leve dura e dura. Aquela a qual chama-se tecnologialeve dura e dura. Aquela a qual chama-se tecnologia
leve, dene-se por um processo de trabalho centrado noleve, dene-se por um processo de trabalho centrado no
campo das relações, tratando-se de acolhimento e criaçãocampo das relações, tratando-se de acolhimento e criação
de vínculos, sendo considerada um caminho possívelde vínculos, sendo considerada um caminho possível
 para  para a a qualicação qualicação das das práticas práticas que que são são desenvolvidas desenvolvidas nono
âmbito dos serviços de saúde. Já a tecnologia leve dura,âmbito dos serviços de saúde. Já a tecnologia leve dura,
refere-se ao conhecimento técnico o qual o prossionalrefere-se ao conhecimento técnico o qual o prossional
dispõe, e a tecnologia dura, trata-se daquela que aborda osdispõe, e a tecnologia dura, trata-se daquela que aborda os
equipamentos tecnológicos, como máquinas e normas alémequipamentos tecnológicos, como máquinas e normas além
de estruturas organizacionaisde estruturas organizacionais(20,21)(20,21)..
Observamos a presença de algumas das categoriasObservamos a presença de algumas das categorias
relacionadas acima, nas atitudes dos prossionaisrelacionadas acima, nas atitudes dos prossionais
envolvidos nesta pesquisa, nas diversas faces que o cuidadoenvolvidos nesta pesquisa, nas diversas faces que o cuidado
 por  por eles eles foi foi apresentado, apresentado, dentre dentre estas estas principalmenteprincipalmente
a tecnologia dura e leve-dura. Porém, a prática dosa tecnologia dura e leve-dura. Porém, a prática dos
 prossionais  prossionais ainda ainda está está focada focada no no cuidado cuidado centrado centrado ee
inspirado no modelo biomédico, com tecnologias “duras”,inspirado no modelo biomédico, com tecnologias “duras”,
nas técnicas e aparelhos para a realização de exercíciosnas técnicas e aparelhos para a realização de exercícios
sioterapêuticos. Alguns deles vem tentando iniciar novassioterapêuticos. Alguns deles vem tentando iniciar novas
abordagens, mesmo que poucas, mas podendo vivenciarabordagens, mesmo que poucas, mas podendo vivenciar
nessas oportunidades novas práticas.nessas oportunidades novas práticas.
O grupo 2 desenvolve o cuidado considerando asO grupo 2 desenvolve o cuidado considerando as
necessidades dos idosos, na perspectiva da integralidade donecessidades dos idosos, na perspectiva da integralidade do
cuidado, com visão ampliada da saúde e doença da pessoa,cuidado, com visão ampliada da saúde e doença da pessoa,
família e comunidade, podendo trabalhar com ações defamília e comunidade, podendo trabalhar com ações de
 promoção,  promoção, prevenção prevenção e e reabilitação, reabilitação, visando visando a a qualidadequalidade
de vida do idoso. Constrói o cuidado em parceria comde vida do idoso. Constrói o cuidado em parceria com
outras pessoas, sendo essas prossionais ou familiares,outras pessoas, sendo essas prossionais ou familiares,
na medida em que necessita que o cuidado seja executadona medida em que necessita que o cuidado seja executado
continuamente pelos cuidadores.continuamente pelos cuidadores.
“Seria uma condição de saúde, cuidar de uma pessoa“Seria uma condição de saúde, cuidar de uma pessoa
na sua integralidade, a gente poderia intervir tanto nana sua integralidade, a gente poderia intervir tanto na
 parte  parte de de promoção de promoção de saúde, saúde, prevençprevenção ão e e reabilitação.reabilitação.
(F1NASF)”(F1NASF)”
“A gente tem sempre o i“A gente tem sempre o intuito de orientar ntuito de orientar os cuidadores,os cuidadores,
 porque você  porque você só só vai vai conseguir ver conseguir ver esse paciente esse paciente de de novonovo
daqui uns quinze dias, e olhe lá, então não tem como!daqui uns quinze dias, e olhe lá, então não tem como!
Você tem que orientar bem para ver se você consegueVocê tem que orientar bem para ver se você consegue
que o cuidador ajude você, mais orientar tudo, sobreque o cuidador ajude você, mais orientar tudo, sobre
 posicionamento, obstáculos  posicionamento, obstáculos físicos, tudo.” (F2NASF)físicos, tudo.” (F2NASF)
Realizar um cuidado integral requer um olhar queRealizar um cuidado integral requer um olhar que
envolva todos os fatores biopsicossociais que circundamenvolva todos os fatores biopsicossociaisque circundam
cada sujeito, e pode ser denida, em sentido amplo, comocada sujeito, e pode ser denida, em sentido amplo, como
um modo de atuar democrática e de saber fazer saúdeum modo de atuar democrática e de saber fazer saúde
integrado. Neste modo de atuar, inclui-se uma relação deintegrado. Neste modo de atuar, inclui-se uma relação de
compromisso ético e político entre pessoas e instituições,compromisso ético e político entre pessoas e instituições,
traduzida em ato e reconhecida nas práticas, aquelastraduzida em ato e reconhecida nas práticas, aquelas
consideradas melhores, que valorizam o cuidado com oconsideradas melhores, que valorizam o cuidado com o
usuário e consideram-se como sujeito a ser respeitado emusuário e consideram-se como sujeito a ser respeitado em
suas demandas e necessidadessuas demandas e necessidades(22)(22)..
 Na  Na construção construção das das práticas práticas no no cuidado cuidado integralintegral
 podemos car  podemos car atentos se estamos atentos se estamos exercitando a constituiçãoexercitando a constituição
de sujeitos no processo, sendo esses na articulação dasde sujeitos no processo, sendo esses na articulação das
diversas dimensões (promoção, prevenção e reabilitação)diversas dimensões (promoção, prevenção e reabilitação)
e na interação entre o prossional e usuário do sistema dee na interação entre o prossional e usuário do sistema de
saúde, ou com outros participantes das ações. Dizemossaúde, ou com outros participantes das ações. Dizemos
isso em função das relações estabelecidas, que nem sempreisso em função das relações estabelecidas, que nem sempre
 podem ser  podem ser horizontais, horizontais, por vpor vivermos em ivermos em uma transição uma transição dodo
modelo biomédico. Nas práticas de educação em saúde, aomodelo biomédico. Nas práticas de educação em saúde, ao
orientar os prossionais ou familiares sobre as condutas, oorientar os prossionais ou familiares sobre as condutas, o
sioterapeuta também necessita se questionar como as temsioterapeuta também necessita se questionar como as tem
realizado, se de forma prescritiva ou compartilhada.realizado, se de forma prescritiva ou compartilhada.
Ao realizarem o cuidado, abordamos sobre as práticasAo realizarem o cuidado, abordamos sobre as práticas
da educação em saúde, e os dois grupos apresentamda educação em saúde, e os dois grupos apresentam
  
10 10  Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 20165-15, dez., 2016
 Antonio ACFT Antonio ACFT, Tonhom SFR, Chirelli MQ , Tonhom SFR, Chirelli MQ 
características distintas no seu processo considerando a suacaracterísticas distintas no seu processo considerando a sua
inserção na AB. O Grupo 1 ao desenvolverem a educaçãoinserção na AB. O Grupo 1 ao desenvolverem a educação
em saúde, realizam-na, principalmente, nas orientaçõesem saúde, realizam-na, principalmente, nas orientações
focalizadas nas doenças, buscando corresponsabilizar ofocalizadas nas doenças, buscando corresponsabilizar o
 paciente quanto a sua melhora. paciente quanto a sua melhora.
“A gente falou o “A gente falou o termo “orientação”, porque basicamentetermo “orientação”, porque basicamente
educar é orientar... Olha, vou te dar isso aqui e você vaieducar é orientar... Olha, vou te dar isso aqui e você vai
 fazer fazer... Então o que a g... Então o que a gente passa é a ente passa é a orientação, eu acorientação, eu achoho
que na educação podia ter também uma prescrição deque na educação podia ter também uma prescrição de
alguma coisa, um questionamento, você procura isso!alguma coisa, um questionamento, você procura isso!
a gente faz o trabalho de formiguinha aqui, orientandoa gente faz o trabalho de formiguinha aqui, orientando
um por um ... Olha, artrose é isso, procuro familiarizarum por um ... Olha, artrose é isso, procuro familiarizar
ele com a patologia o mais próximo possível, sem muitoele com a patologia o mais próximo possível, sem muito
(termo) técnico, mas tentar deixar ele a par daquilo que(termo) técnico, mas tentar deixar ele a par daquilo que
ele tem, e realmente podia ser um negócio diferente.”ele tem, e realmente podia ser um negócio diferente.”
(F1PUMC)(F1PUMC)
A maneira como se realiza a educação em saúde, A maneira como se realiza a educação em saúde, é reexoé reexo
de como se constitui a prática prossional. Neste cenáriode como se constitui a prática prossional. Neste cenário
identicamos o reexo da formação hospitalocêntrica,identicamos o reexo da formação hospitalocêntrica,
 biologicista,  biologicista, fragmentada fragmentada do do sioterapeuta, sioterapeuta, bem bem como como aa
maneira de executar a educação em saúde caracteriza-semaneira de executar a educação em saúde caracteriza-se
 pela  pela transmissão transmissão de de conhecimento conhecimento de de forma forma verticalizada,verticalizada,
sendo o prossional o detentor do saber. Entretanto, osendo o prossional o detentor do saber. Entretanto, o
sioterapeuta e a equipe envolvidos na assistência à saúdesioterapeuta e a equipe envolvidos na assistência à saúde
do sujeito não podem desprezar o mundo, as vivências, asdo sujeito não podem desprezar o mundo, as vivências, as
experiências e a cultura à que o sujeito sofre inuências,experiências e a cultura à que o sujeito sofre inuências,
quando se busca construir o processo dquando se busca construir o processo de educação em saúde.e educação em saúde.
Isso porque a partir destes aspectos busca-se entender oIsso porque a partir destes aspectos busca-se entender o
homem como ser social, que está inserido em um contexto,homem como ser social, que está inserido em um contexto,
cujo conteúdo inuencia em seu cotidianocujo conteúdo inuencia em seu cotidiano(23)(23)..
  Esta prática de cuidado centrada nos prossionais,  Esta prática de cuidado centrada nos prossionais,
tendo como foco somente o que o prossional conhecetendo como foco somente o que o prossional conhece
e determina como plano de cuidado, tem gerado aindae determina como plano de cuidado, tem gerado ainda
muita desinformação, falta de adesão ao próprio plano demuita desinformação, falta de adesão ao próprio plano de
cuidado entre os usuários do sistema de saúde. Isto porquecuidado entre os usuários do sistema de saúde. Isto porque
não considera a cultura, os valores, a forma de construirnão considera a cultura, os valores, a forma de construir
o conhecimento do outro, que também deveria ter sidoo conhecimento do outro, que também deveria ter sido
envolvido desde o início do cuidado.envolvido desde o início do cuidado.
Para o Grupo 2, a abordagem da educação em saúdePara o Grupo 2, a abordagem da educação em saúde
com os usuários idosos, acontece a partir do saber do outro.com os usuários idosos, acontece a partir do saber do outro.
“Partindo do que ele sabe, partindo do que ele entende“Partindo do que ele sabe, partindo do que ele entende
 sobre  sobre determinado determinado assunto, assunto, valorizando valorizando o o que que ele ele traztraz
e tentando reetir com ele, podendo talvez ampliar eme tentando reetir com ele, podendo talvez ampliar em
alguns aspectos, numa conversa considerando sempre oalguns aspectos, numa conversa considerando sempre o
 saber do  saber do outro. Acho que outro. Acho que a educação a educação em saúde em saúde é rotinaé rotina
nossa, porque o NASF é isso, [...] Na família é a mesmanossa, porque o NASF é isso, [...] Na família é a mesma
coisa, a gente vai fazer uma visita, e a gente leva emcoisa, a gente vai fazer uma visita, e a gente leva em
consideração o que eles vivem e tentar melhora a rotinaconsideração o que eles vivem e tentar melhora a rotina
deles por exemplo no cuidado do idoso, que eles tiveremdeles por exemplo no cuidado do idoso, que eles tiverem
diculdade. No que pra eles é diculdade. No que pra eles é importante, não pra gente.”importante, não pra gente.”
(F2NASF)(F2NASF)
A educação em saúde constituiu um dos alicercesqueA educação em saúde constituiu um dos alicerces que
sustenta ma atuação efetiva dos prossionais de saúdesustenta ma atuação efetiva dos prossionais de saúde
envolvidos na atenção primária à saúde, e pode ser denidaenvolvidos na atenção primária à saúde, e pode ser denida
como um conjunto de saberes e práticas. Deve tomar comocomo um conjunto de saberes e práticas. Deve tomar como
 ponto de partida, o  ponto de partida, o que chama-se de que chama-se de teoria da transmissão, teoria da transmissão, aa
qual parte do pressuposto de que as ideias e conhecimentosqual parte do pressuposto de que as ideias e conhecimentos
são pontos extremamente importantes para esta prática,são pontos extremamente importantes para esta prática,onde os prossionais de saúde envolvidos devem ofereceronde os prossionais de saúde envolvidos devem oferecer
espaços para reexão e compreensão das diculdades eespaços para reexão e compreensão das diculdades e
dúvidas enfrentadas pelo sujeito e sua família, abordandodúvidas enfrentadas pelo sujeito e sua família, abordando
componentes ambientais, físicos, culturais, sociais ecomponentes ambientais, físicos, culturais, sociais e
econômicoseconômicos(23)(23)..
 Na  Na fala fala do do grupo grupo 2 2 destacou-se destacou-se ainda ainda a a forma forma dede
trabalhar a educação em saúde na perspectiva de se ter umatrabalhar a educação em saúde na perspectiva de se ter uma
equipe de prossionais para se abordar diveequipe de prossionais para se abordar diversos aspectos dorsos aspectos do
 problema de saúde das pessoas. problema de saúde das pessoas.
“Educação não só partindo de um contexto, do paciente“Educação não só partindo de um contexto, do paciente
 ser  ser idoso, idoso, do do paciente paciente não não ser ser idoso idoso é é um um contexto contexto é... é... geralgeral
também, interdisciplinar em que a também, interdisciplinar em que a gente acaba avaliandogente acaba avaliando
o que o paciente ou a paciente vai estar precisandoo que o paciente ou a paciente vai estar precisando
naquele momento. Se ela tem uma queixa, partindo donaquele momento. Se ela tem uma queixa, partindo do
 princípio  princípio da da sioterapia, sioterapia, uma uma queixa queixa álgica álgica em em algumalgum
lugar, talvez é vericar qual é a origem disso, talvezlugar, talvez é vericar qual é a origem disso, talvez
um processo mais degenerativo, que ela precisa de umum processo mais degenerativo, que ela precisa de um
encaminhamento para um médico pra ver medicação, praencaminhamento para um médico pra ver medicação, pra
nutricionista que no caso por nutricionista que no caso por exemplo do NASF tem, exemplo do NASF tem, prapra
uma atividade física,[...] e depois podemos encaminharuma atividade física,[...] e depois podemos encaminhar
 para o  para o educador físico educador físico para manter para manter a a atividade atividade física física ee
evitar o quadro agudizar novamente[...].” (F5NASF)evitar o quadro agudizar novamente[...].” (F5NASF)
Sabe-se que o trabalho de uma equipe NASF éSabe-se que o trabalho de uma equipe NASF é
 baseado  baseado no no apoio apoio matricial, matricial, entretanto, entretanto, não não se se trata trata de de umum
ambulatório especializado, mas sim, de uma assistênciaambulatório especializado, mas sim, de uma assistência
realizada por equipes multiprossional, e os atendimentosrealizada por equipes multiprossional, e os atendimentos
devem funcionar conforme as necessidades de cada região,devem funcionar conforme as necessidades de cada região,
valorizando em todas as circunstâncias que o trabalho dovalorizando em todas as circunstâncias que o trabalho do
 NASF  NASF deve deve produzir produzir ou ou apoiar apoiar as as equipes equipes na na produçãoprodução
de um cuidado continuado e longitudinal, próximo dade um cuidado continuado e longitudinal, próximo da
 população  população além além de de estar estar mergulhado mergulhado na na perspectiva perspectiva dada
integralidadeintegralidade(24,25)(24,25)..
A abordagem do trabalho em equipe e a forma comoA abordagem do trabalho em equipe e a forma como
constroem as práticas de educação em saúde necessitam serconstroem as práticas de educação em saúde necessitam ser
observadas, no sentido de nos questionarmos se estamosobservadas, no sentido de nos questionarmos se estamos
organizando-as de forma integrada, na medida em que osorganizando-as de forma integrada, na medida em que os
 prossionais  prossionais promovem promovem dialogo dialogo entre entre si si para para construir construir osos
 planos de  planos de cuidado de cuidado de forma forma integrada e integrada e integrada ao integrada ao usuário,usuário,
e não somente na perspectiva da cultura do encaminhamentoe não somente na perspectiva da cultura do encaminhamento
das pessoas que estão sendo cuidadas, sem que elas tenhamdas pessoas que estão sendo cuidadas, sem que elas tenham
conhecimento do que está acontecendo com elas.conhecimento do que está acontecendo com elas.
Em linhas gerais percebemos que os sioterapeutasEm linhas gerais percebemos que os sioterapeutas
tem uma prática do cuidado tanto centrada no modelotem uma prática do cuidado tanto centrada no modelo
 biomédico,  biomédico, bem bem como como vem vem buscando buscando possibilidades possibilidades dede
  
1111Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 201629(Supl): 5-15, dez., 2016
Educação em saúde ao idoso pelo fsioterapeutaEducação em saúde ao idoso pelo fsioterapeuta
construção de novas práticas do cuidado pautadas na clínicaconstrução de novas práticas do cuidado pautadas na clínica
do sujeito, considerando a recente inserção no NASF.do sujeito, considerando a recente inserção no NASF.
Transitam por duas vertentes da educação em saúde comTransitam por duas vertentes da educação em saúde com
concepções de saúde e doença diferenciadas, trabalhandoconcepções de saúde e doença diferenciadas, trabalhando
com o cuidado por meio das orientações transmitidas àscom o cuidado por meio das orientações transmitidas às
 pessoas,  pessoas, desconsiderando desconsiderando as as suas suas origens origens e e os os conceitosconceitos
que essa tem. Por outro lado, os sioterapeutas inseridosque essa tem. Por outro lado, os sioterapeutas inseridosno NASF vem buscando a construção de novas práticasno NASF vem buscando a construção de novas práticas
 pautadas na clínica do  pautadas na clínica do sujeito, ao considerar qusujeito, ao considerar que a pessoa ae a pessoa a
ser cuidada tem demandas e necessidades, ser cuidada tem demandas e necessidades, as quais precisamas quais precisam
ser incluídas na construção do cuidado.ser incluídas na construção do cuidado.
O trabalho do fsioterapeuta nos cenários da AtençãoO trabalho do fsioterapeuta nos cenários da Atenção
BásicaBásica
Identicou-se que existe indenição de umaIdenticou-se que existe indenição de uma
organização do processo de trabalho para o sioterapeutaorganização do processo de trabalho para o sioterapeuta
na AB, a partir da fala dos participantes, considerando na AB, a partir da fala dos participantes, considerando que aque a
gestão não ajudou a organizar as ações destgestão não ajudou a organizar as ações desta categoria, suasa categoria, suas
atribuições, para que houvesse articulação inclusive comatribuições, para que houvesse articulação inclusive com
outras categorias.outras categorias.
“Se tivesse assistente social integrada com a gente, nossa“Se tivesse assistente social integrada com a gente, nossa
ia passar muita coisa pra ia passar muita coisa pra gente.”(F1PUMC)gente.”(F1PUMC)
“Governo após governo, e troca, troca de secretário, não“Governo após governo, e troca, troca de secretário, não
chegou alguém um dia falar olha hoje isso aqui chamachegou alguém um dia falar olha hoje isso aqui chama
Unidade X. NãoUnidade X. Não! ! Nós colocamos. Nós colocamos. E aí colocaram E aí colocaram umauma
 placa lá,  placa lá, tem até tem atéo nome o nome de alguém lá. de alguém lá. E se E se a gente a gente nãonão
consegue se situar no nome da unidade que a genteconsegue se situar no nome da unidade que a gente
que criou, imagine as atribuições, o direito que a genteque criou, imagine as atribuições, o direito que a gente
tem, os deveres, a gente tenta fazer o melhor possível.”tem, os deveres, a gente tenta fazer o melhor possível.”
(F1PUMC)(F1PUMC)
Destacam que há pouca ou nenhuma integração comDestacam que há pouca ou nenhuma integração com
outros prossionais de outros serviços, não possuindooutros prossionais de outros serviços, não possuindo
clareza de suas atribuições dentro do processo internoclareza de suas atribuições dentro do processo interno
da instituição. Neste momento, observamos grandeda instituição. Neste momento, observamos grandedesconforto dos participantes do grupo, ao tratar dessedesconforto dos participantes do grupo, ao tratar desse
tema, com alterações no tom de voz e gesticulação com astema, com alterações no tom de voz e gesticulação com as
mãos durante toda a fala, acompanhado pela concordânciamãos durante toda a fala, acompanhado pela concordância
com a cabeça do restante dos prossionais.com a cabeça do restante dos prossionais.  
“Se você acha que é legal ele usar determinado recurso,“Se você acha que é legal ele usar determinado recurso,
aí então ele aí então ele vai entrar com pedido vai entrar com pedido e a prefeitura comprare a prefeitura comprar..
 Mas isso não vai a Mas isso não vai acontecercontecer. Então, a gente acaba . Então, a gente acaba candocando
restrito mesmo. A gente nem sabe na verdade se a genterestrito mesmo. A gente nem sabe na verdade se a gente
 pode ou não, direcionar aquele paciente. Desde o inicio, pode ou não, direcionar aquele paciente. Desde o inicio,
eu estou te falando, a gente não pode orientar pra eleeu estou te falando, a gente não pode orientar pra ele
 fazer uma hidro, por fazer uma hidro, porque se não ele não tem, e a rede nãoque se não ele não tem, e a rede não
tem.” (F1PUMC)tem.” (F1PUMC)
“Não tem integração com a parte social, que dirá com“Não tem integração com a parte social, que dirá com
o médico! Eu não sei como funciona, entre a chea e aso médico! Eu não sei como funciona, entre a chea e as
UBS’, eu jamais posso ligar, eu evito de ligar, -Olha, euUBS’, eu jamais posso ligar, eu evito de ligar, -Olha, eu
estou com um paciente aqui, que é da unidade de vocês,estou com um paciente aqui, que é da unidade de vocês,
 perdeu  perdeu o o prontuário. prontuário. Esquece! Esquece! Não Não tem tem integração integração ee
 pronto! [...] O  pronto! [...] O que é que é certo, o certo, o que é que é errado? Não errado? Não sei. Nasei. Na
dúvida, não faz! Porque se acontecer alguma coisa eudúvida, não faz! Porque se acontecer alguma coisa eu
não tenho respaldo nenhum!” (F1PUMC)não tenho respaldo nenhum!” (F1PUMC)
“[...]a diculdade de interação acontece dentro do“[...]a diculdade de interação acontece dentro do
 próprio serviço.” (F3PUM próprio serviço.” (F3PUMC)C)
Diversos fatores inuenciam nas práticas prossionais,Diversos fatores inuenciam nas práticas prossionais,
sejam elas restritas ou ampliadas. Muitas vezes, ossejam elas restritas ou ampliadas. Muitas vezes, os
 prossionais  prossionais sentem-se sentem-se frustrados, frustrados, pois pois mesmo mesmo sabendosabendo
que existem possibilidades de um cuidado especíco, queque existem possibilidades de um cuidado especíco, que
traria benefícios e melhorariam a qualidade de vida dotraria benefícios e melhorariam a qualidade de vida do
sujeito, infelizmente acabam encontrando pelos caminhossujeito, infelizmente acabam encontrando pelos caminhos
obstáculos que os impedem de fornecer tal atenção, como,obstáculos que os impedem de fornecer tal atenção, como,
 por  por exemplo, exemplo, a a organização organização do do processo processo de de trabalho, trabalho, aa
fadiga do prossional, e questões burocráticas da instituiçãofadiga do prossional, e questões burocráticas da instituição
fornecedora do cuidadofornecedora do cuidado(19)(19)..
Em vista da reorganização do atual cenário de saúde,Em vista da reorganização do atual cenário de saúde,
surgiram o que chamamos de arranjos organizacionaissurgiram o que chamamos de arranjos organizacionais
de ações e serviços de saúde, as chamadas RAS (Redesde ações e serviços de saúde, as chamadas RAS (Redes
de Atenção à Saúde), que possuem o grande objetivo dade Atenção à Saúde), que possuem o grande objetivo da
integralidade do cuidado. Entretanto, a implementação dasintegralidade do cuidado. Entretanto, a implementação das
RAS enfrente desaos, mas aponta para uma transformaçãoRAS enfrente desaos, mas aponta para uma transformação
nos sistema de saúde, contribuindo para uma efetivaçãonos sistema de saúde, contribuindo para uma efetivação
dos princípios do SUS. Para que estes objetivos sejamdos princípios do SUS. Para que estes objetivos sejam
alcançados, deve-se levar em consideração o empenhoalcançados, deve-se levar em consideração o empenho
de todos os prossionais envolvidos, além da valorizaçãode todos os prossionais envolvidos, além da valorização
desta nova proposta para a gestão do sistema de saúdedesta nova proposta para a gestão do sistema de saúde (26)(26)..
Os prossionais destacaram, que tem algunsOs prossionais destacaram, que tem alguns
impedimentos para conduzirem suas práticas comimpedimentos para conduzirem suas práticas com
efetividade, na medida em que questionam como realizarefetividade, na medida em que questionam como realizar
o cuidado de acordo com as diretrizes do prossionalo cuidado de acordo com as diretrizes do prossional
sioterapeuta no SUS, sendo que observamos tamanhosioterapeuta no SUS, sendo que observamos tamanho
desconforto dos prossionais participantes e ansiedade emdesconforto dos prossionais participantes e ansiedade em
tratar deste tópico.tratar deste tópico.
“Eu não posso pedir, por exemplo, uma ressonância“Eu não posso pedir, por exemplo, uma ressonância
magnética, um exame de imagem, no SUS eu nãomagnética, um exame de imagem, no SUS eu não
 posso  posso fazer fazer isso, isso, porque porque eu eu posso posso levar levar um um processprocesso.”o.”
(F4PUMC)(F4PUMC)
De acordo com o art. 2º, da Resolução COFFITO n.°De acordo com o art. 2º, da Resolução COFFITO n.°
80/87, artigo em que reconhece a competência do prossional80/87, artigo em que reconhece a competência do prossional
da sioterapia para solicitação de laudos técnicos e examesda sioterapia para solicitação de laudos técnicos e exames
complementares, a m de lhe proporcionar condiçõescomplementares, a m de lhe proporcionar condições
de avaliação sistemática do paciente, e de reajustesde avaliação sistemática do paciente, e de reajustes
ou alterações das condutas terapêuticas empregadas,ou alterações das condutas terapêuticas empregadas,
adequando-as quando necessário. Fato este, que conformeadequando-as quando necessário. Fato este, que conforme
o relato acima descrito, não acontece na práticao relato acima descrito, não acontece na prática (27)(27)..
Identicam que nem sempre há compromisso com oIdenticam que nem sempre há compromisso com o
usuário e integração entre os prossionais e os serviçosusuário e integração entre os prossionais e os serviços
de saúde para construir o plano de cuidado, estabelecendode saúde para construir o plano de cuidado, estabelecendo
  
12 12  Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(Supl): 5-15, dez., 20165-15, dez., 2016
 Antonio ACFT Antonio ACFT, Tonhom SFR, Chirelli MQ , Tonhom SFR, Chirelli MQ 
minimamente um processo de comunicação horizontalizadominimamente um processo de comunicação horizontalizado
 para se constituir um cuidado integral. para se constituir um cuidado integral.
“O sioterapeuta dentro do SUS ele não pode, prescrever“O sioterapeuta dentro do SUS ele não pode, prescrever
órtese. Tem que ser o médico.E aí a gente joga proórtese. Tem que ser o médico. E aí a gente joga pro
médico, e o médico fala que não. Então ca esse vai emédico, e o médico fala que não. Então ca esse vai e
volta. “-Olha você necessita.” Porque ele pode entrarvolta. “-Olha você necessita.” Porque ele pode entrar
na justiça contra a prefeitura e pode vir a cair em cimana justiça contra a prefeitura e pode vir a cair em cima
de nós. Então é complicado trabalhar. Muitos lugares ade nós. Então é complicado trabalhar. Muitos lugares a
 gente  gente tem um tem um médico médico interessainteressado, outrdo, outros, ele os, ele vai olhar vai olhar prapra
 paciente e  paciente e vai me vai me mandar uma mandar uma cartinha, escrcartinha, escrito: Pacienteito: Paciente
reavaliadoreavaliado, mantêm-se tratamento. , mantêm-se tratamento. [...]e essa realidade é[...]e essa realidade é
bem melhor em PSF, se você for numa UBS você esquece,bem melhor em PSF, se você for numa UBS você esquece,
médico que está lá ele médico que está lá ele não vai nem atender o telefone pranão vai nem atender o telefone pra
conversar com o sioterapeuta.” (F3 PUMC)conversar com o sioterapeuta.” (F3 PUMC)
Segundo a portaria SAS/MS n° 661, de 0Segundo a portaria SAS/MS n° 661, de 02 de dezembro2 de dezembro
de 2010, o SUS reconhece a competência do sioterapeutade 2010, o SUS reconhece a competência do sioterapeuta
na prescrição e órteses, próteses e materiais especiais nãona prescrição e órteses, próteses e materiais especiais não
relacionados ao ato cirúrgico, o que claramente ampliarelacionados ao ato cirúrgico, o que claramente amplia
a atuação deste prossional neste cenário de atenção àa atuação deste prossional neste cenário de atenção à
saúde. Prescrições como calçados ortopédicos, muletas,saúde. Prescrições como calçados ortopédicos, muletas,
 prótese  prótese mamária, mamária, cadeira cadeira de de rodas, rodas, andadores, andadores, palmilhas,palmilhas,
coletes são permitidos a estes prossionais de realizaemcoletes são permitidos a estes prossionais de realizaem
a prescrição. Entretanto, conforme relatado acima peloa prescrição. Entretanto, conforme relatado acima pelo
sujeitos deste pesquisa, a prática e a teoria de opõemsujeitos deste pesquisa, a prática e a teoria de opõem (28)(28)..
 Na  Na perspectiva perspectiva do do grupo grupo 2, 2, no no processo processo de de trabalho,trabalho,
os prossionais os prossionais identicaram identicaram que algumas que algumas vezes realizamvezes realizam
atividades que não faz parte de sua responsabilidadeatividades que não faz parte de sua responsabilidade
 prossional,  prossional, atuando atuando como como parte parte de de uma uma equipe, equipe, queque
executa apoio entre prossionais.executa apoio entre prossionais.
“No NASF a gente faz muita coisa que não é do“No NASF a gente faz muita coisa que não é do
 sioterapeuta,  sioterapeuta, tipo, tipo, o o projeto projeto terapêutico terapêutico singularsingular, , dede
 famílias,  famílias, que que está está numa numa situação situação mais mais delicada, delicada, maismais
complexa, que muitas vezes é mais voltada pra saúdecomplexa, que muitas vezes é mais voltada pra saúde
mental, tem outras situações assim, emergentes. Tem omental, tem outras situações assim, emergentes. Tem o
 Projeto  Projeto TTerapêutico erapêutico SingularSingular, , se se compromcomprometer eter as as vezesvezes
com visita, mais aí muitas vezes como NASF, não sócom visita, mais aí muitas vezes como NASF, não só
como sioterapeuta, mais como prossional de apoiocomo sioterapeuta, mais como prossional de apoio
 pra unidade, por pra unidade, porque aí a gente pode contribuir dentrque aí a gente pode contribuir dentro dao da
nossa experiência também. Por exemplo, amanhã, eu façonossa experiência também. Por exemplo, amanhã, eu faço
uma visita com uma uma visita com uma psicóloga, pra uma orientação sobrepsicóloga, pra uma orientação sobre
 DST pra  DST pra uma adolescente. Tem nada uma adolescente. Tem nada a ver a ver com a com a gente,gente,
mais é da rotina assim. Reunião de coisas burocráticas,mais é da rotina assim. Reunião de coisas burocráticas,
mais as vezes é coisa de outra área, mais que a gentemais as vezes é coisa de outra área, mais que a gente
como apoio mesmo, a gente pode estar junto, e muitascomo apoio mesmo, a gente pode estar junto, e muitas
vezes é assim que o sioterapeuta pode ser solicitado, evezes é assim que o sioterapeuta pode ser solicitado, e
isso não é raro.” (F1NASF)isso não é raro.” (F1NASF)
“A gente tem uma equipe, gerada não só na parte da“A gente tem uma equipe, gerada não só na parte da
 sioterapia,  sioterapia, mas mas tem tem nutricionista, nutricionista, psicólogo, psicólogo, educadoreducador
 físico,  físico, uma uma equipe equipe interdisciplinar interdisciplinar que que ajuda ajuda a a gentegente
 poder  poder pedir pedir apoio apoio desses desses outros outros prossionaprossionais, is, que que vaivai
acarretar uma discussão ampla do comprometimentoacarretar uma discussão ampla do comprometimento
desse paciente. Há casos que a equipe vai na casa de umadesse paciente. Há casos que a equipe vai na casa de uma
 paciente que tem um contexto social complicado, que ela paciente que tem um contexto social complicado, que ela
mora num lugar mais difícil[...].” (F5NASF)mora num lugar mais difícil[...].” (F5NASF)
Os sioterapeutas ao mesmo tempo em que sinalizamOs sioterapeutas ao mesmo tempo em que sinalizam
adesão e compromisso ao trabalho interdisciplinar emadesão e compromisso ao trabalho interdisciplinar em
equipe, no qual buscam identicar as necessidades dasequipe, no qual buscam identicar as necessidades das
famílias e do usuário, para construir o plano de cuidado,famílias e do usuário, para construir o plano de cuidado,
estão se familiarizando com novas ferramentas, novasestão se familiarizando com novas ferramentas, novas
 práticas  práticas como como o o Projeto Projeto TTerapêutico erapêutico Singular Singular (PTS), (PTS), queque
ainda podem causar estranhamento pelas tecnologiasainda podem causar estranhamento pelas tecnologias
utilizadas, ou pelo não reconhutilizadas, ou pelo não reconhecimento da forma de realizarecimento da forma de realizar
matriciamento, que ainda não é muito bem denido nomatriciamento, que ainda não é muito bem denido no
município, ou pelo desconhecimento da tecnologia domunicípio, ou pelo desconhecimento da tecnologia do
PTS. Uma outra hipótese pode ser uma formação aindaPTS. Uma outra hipótese pode ser uma formação ainda
muito centrada no cuidado com tecnologias duras e leve-muito centrada no cuidado com tecnologias duras e leve-
duras, que não permitem ao prossional compreender eduras, que não permitem ao prossional compreender e
incorporar essas novas formas de organizar o cuidado comoincorporar essas novas formas de organizar o cuidado como
seu desempenho.seu desempenho.
As equipes NASF surgiram com a propostaAs equipes NASF surgiram com a proposta
 para  para aumentar aumentar uma uma perspectiva perspectiva de de um um atendimentoatendimento
mais humanizado, onde os prossionais, inclusive omais humanizado, onde os prossionais, inclusive o
sioterapeuta, buscando promover a saúde em todos ossioterapeuta, buscando promover a saúde em todos os
níveis possíveis, tendo como meio o trabalho em equipe.níveis possíveis, tendo como meio o trabalho em equipe.
Tratando-se especicamente do sioterapeuta, o grandeTratando-se especicamente do sioterapeuta, o grande
intuito é de que estes prossionais tivessem uma percepçãointuito é de que estes prossionais tivessem uma percepção
diferenciada do trabalho que devem realizar diferenciada do trabalho que devem realizar (25)(25)..
Como ferramenta para o trabalho em equipe, surgeComo ferramenta para o trabalho em equipe, surge
o PTS, que foi criado na perspectiva de uma construçãoo PTS, que foi criado na perspectiva de uma construção
coletiva de intervenções e propostas que auxiliem nacoletiva de

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