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Fisioterapia na saúde coletiva II Un 04

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Fisioterapia na 
Saúde Coletiva II
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Simone Nunes Pinto
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
Os Cuidados Paliativos 
na Assistência Fisioterapêutica
 
 
• Apresentar os conceitos e princípios dos cuidados paliativos, a importância da comunicação e dos 
cuidados multidisciplinares, assim como a atuação do fisioterapeuta nos cuidados paliativos. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Cuidados Paliativos: Conceito e Princípios;
• Cuidados Paliativos: Comunicação e Cuidados Multidisciplinares;
• Modelo de Assistência nos Cuidados Paliativos;
• Fisioterapia e os Cuidados Paliativos.
UNIDADE Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
Introdução
Você já deve ter ouvido falar sobre cuidados paliativos, correto? Nesta unidade co-
nheceremos os conceitos, objetivos e princípios que envolvem os cuidados paliativos. 
Quem são os profissionais que integram a equipe de cuidados paliativos? Veremos 
como é organizada a assistência em cuidados paliativos, assim como a importância 
da comunicação e a Fisioterapia.
Cuidados Paliativos: Conceito e Princípios
Cuidados Paliativos (CP) são ações ofertadas por equipe multiprofissional para 
pessoas com doenças graves que ameaçam a continuidade da vida, a fim de aliviar a 
dor e o sofrimento físico, emocional e espiritual, e ainda para ofertar tratamento de 
sintomas que geram desconfortos, auxiliando o paciente e seus familiares a lidar com 
a doença incurável para melhorar a qualidade de vida.
São oferecidas medidas terapêuticas para o alívio dos sintomas físicos, apoio psi-
coterapêutico e espiritual do paciente, e englobam apoio social, espiritual e interven-
ções psicoterapêuticas para familiares.
Os cuidados paliativos defendem a vida e a morte com dignidade, neste sentido, 
os cuidados paliativos respeitam a história de vida do paciente, suas escolhas, seus 
desejos no planejamento e na execução dos cuidados.
Até pouco tempo, os cuidados paliativos estavam associados a pacientes com 
quadros graves, que tinham doença que ameaçavam a vida, e, devido à impossibili-
dade de cura, os pacientes ficavam sob cuidados paliativos até sua morte. Então os 
cuidados paliativos ficaram associados à desesperança, ao luto e à expressão “não 
há mais nada a fazer”. 
Ao contrário disso, os cuidados paliativos devem ser iniciados desde o início, no 
diagnóstico, e não apenas na finitude da vida, de forma a oferecer conforto, aco-
lhimento e entendimento do paciente e seus familiares sobre o curso da doença, 
permitindo que o paciente esteja ativo e compreenda que, embora os tratamentos 
possam não modificar a doença, ele pode seguir sua vida com menos sofrimento, 
valorizando e dando sentido a sua existência.
Nos cuidados paliativos o paciente preferencialmente é chamado de pessoa, para ti-
rar dele a postura passiva e devolvê-lo a autonomia, o direito de permanecer ativo o má-
ximo que puder; a assistência envolve cuidado com os familiares inclusive após a morte.
Podemos dizer que a autonomia é um dos princípios bioéticos que permeiam os cuida-
dos paliativos, os direitos do paciente a viver sua vida com dignidade, sem ter o prolonga-
mento do sofrimento, mas, ao contrário, ter cuidados que amenizem dores e desconfortos. 
Dentre os princípios que fundamentam a atuação dos profissionais nos cuidados 
paliativos, temos:
8
9
• Amenizar a dor, outros sintomas e desconfortos: É preciso considerar que a 
dor e o sofrimento têm relação não apenas com sintomas físicos, mas psicológi-
cos e espirituais, portanto, necessitam de uma abordagem que extrapola o uso 
de medicação e engloba outros recursos. 
Não basta que os profissionais paliativistas tenham postura humanizada, façam 
uso de tecnologias leves na assistência à pessoa e à família sob cuidados palia-
tivos; eles necessitam ter conhecimentos técnicos e competências para avaliar e 
auxiliar nas decisões sobre as ações, procedimentos e cuidados mais indicados 
para a pessoa e sua família no curso da doença;
• Defender a vida e considerar a morte como um processo normal da vida:
O cuidado paliativo entende a morte como um acontecimento natural e espera-
do na presença de uma doença ameaçadora da vida. Nesse sentido, defende que 
a vida deve ser vivida, que a pessoa sob cuidados paliativos pode ter objetivos e 
planos em sua vida;
• Não abreviar a vida nem prolongar a morte: É fundamental que a socieda-
de, os profissionais de saúde e familiares entendam que os cuidados paliativos 
não defendem a eutanásia, que é abreviar a vida, tampouco a distanásia, que é 
o prolongamento do sofrimento, mas justamente a ortotanásia, que respeita o 
tempo da morte, no tempo certo;
• Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente: As pes-
soas com diagnóstico de doença que ameaça a continuidade da vida passam a ter 
perdas significativas da autonomia, da autoimagem, da segurança, da capacidade 
física, perdas materiais, de status social, que podem trazer angústia, depressão e 
desesperança, influenciando diretamente na evolução da doença, na intensidade e 
frequência dos sintomas que podem apresentar maior dificuldade de controle.
Além dos aspectos psicológicos, é fundamental a abordagem espiritual, que não 
está relacionada à religião, mas à busca pelo sentido de sua existência, de seu 
propósito de vida;
• Oferecer suporte ao paciente para viver mais ativamente possível: Auxiliar 
o paciente e sua família, ofertando apoio na resolução de problemas que estão 
interferindo ou impedindo-o de viver com qualidade;
• Apoiar a família durante o processo de fim de vida e a enfrentar o luto: 
A família e os amigos são essenciais nos cuidados paliativos do paciente, pois 
muitas vezes conhecem seus gostos, necessidades e auxiliam a equipe e o pa-
ciente no processo, mas também necessitam de cuidados, pois sofrem e vivem 
o luto antecipado da morte;
• Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doen-
ça: Por meio de abordagem integral, os cuidados paliativos respeitam o indiví-
duo como ser biográfico, seus valores, crenças, necessidades e desejos, oferece 
suporte para minimizar o sofrimento, possibilitando ao indivíduo e à sua família 
lidar com a doença e valorizar o tempo que está por vir, contribuindo para a 
sobrevida com qualidade.
• Os cuidados paliativos devem ter início o mais precocemente possível:
Preconiza-se que os cuidados sejam iniciados desde o diagnóstico, para assegurar 
9
UNIDADE Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
tratamento aos sintomas e prevenção a complicações próprias da enfermidade, 
além de auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças que possam surgir no 
curso da doença primária.
É fundamental que a avaliação leve em consideração os exames físicos, a capa-
cidade funcional, portanto, deve ser realizada a avaliação multidimensional para 
auxiliar na construção do plano de cuidados adequados segundo suas necessi-
dades em cada fase do curso da doença;
• Cuidado multiprofissional para o paciente e seus familiares: A abordagem 
multiprofissional adotada nos cuidados paliativos engloba as necessidades da 
pessoa, sejam físicas, emocionais, espirituais, ou suas angústias, seus medos, 
suas relações familiares e a forma como lida com suas perdas. Nessa abordagem 
também devem ser consideradas as necessidades da família, como estão lidando 
com os cuidados, entendendo o curso da doença, suas fragilidades, deverão ser 
abordadas as questões do luto e da morte como um processo natural.
Gestão da
Doença
Espiritual
FísicoPerda
e Luto
Cuidados ao
Fim da Vida /
Processo de
Morrer
Psicológico
SocialQuestões
Práticas
1
28
37
46
5
PACIENTE
E FAMÍLIA
Figura 1 – Necessidades do paciente/família 
presentes durante a doença e o luto
Fonte: SBGG (2015, p. 10)
Os cuidados paliativos formam um campo interdisciplinar de cuidados in-
tegrais, ativos, com finalidade de promover melhor qualidade de vida do 
pacientecom doença incurável e dos seus familiares, por meio de avalia-
ção correta e de tratamento adequado para o alívio da dor e dos sintomas 
causados pelo avanço da doença, além de proporcionar apoio psicológico, 
social e espiritual em todos os estágios, desde o diagnóstico de uma doença 
incurável até o período de luto da família.
Cuidados Paliativos: Comunicação 
e Cuidados Multidisciplinares 
Você sabia que existem princípios éticos e bioéticos relacionados à comunicação 
com o paciente?
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11
Para o exercício da autonomia da pessoa sob cuidados paliativos é essencial que 
tenha suas dúvidas esclarecidas, conheça os riscos e benefícios dos tratamentos e 
procedimentos existentes para que sua escolha seja a mais acertada e benéfica, con-
siderando as necessidades de condição clínica e o curso da doença.
É fundamental que os profissionais de saúde evitem posicionamento paternalista, 
pois muito médicos, pela dificuldade em comunicar o diagnóstico e prognóstico de 
doença incurável e medo da reação do paciente, optam por omitir sua real condição 
de saúde e acabam restringindo a autonomia do paciente.
A comunicação do insucesso terapêutico é um dever ético e assegura o princípio 
do direito à informação ao paciente e, ao mesmo tempo, é um fator bioético, preser-
vando a autonomia do paciente. Respeitar esses princípios é fundamental, mas esse 
papel é um grande desafio para a equipe multiprofissional. 
A equipe multiprofissional deve adotar técnicas de comunicação interpessoal que 
permitam aos pacientes e familiares sentirem-se acolhidos e abertos a compartilhar 
seus medos, angústias e dúvidas, contribuindo para a diminuição do estresse e asse-
gurando a autonomia do paciente. 
Os profissionais envolvidos nos cuidados paliativos devem entender que os pa-
cientes apresentam sofrimento que transcendem a dor física, estão combinados a 
conflitos existenciais, à angústia pelas perdas, ao medo da dor, da morte, o que exige 
dos profissionais expressões de compaixão. 
Para entender um pouco sobre a comunicação interpessoal, abordaremos alguns 
aspectos da comunicação verbal e não verbal:
• Na comunicação verbal, expressamos, por meio da palavra, as informações, escla-
recemos dúvidas, mas também expressamos sentimentos e emoções que podem 
auxiliar na compreensão da mensagem, na aceitação e no conforto dos pacientes; 
• Na comunicação não verbal expressamos os sentimentos pelos gestos, postura 
corporal adotada, pelas expressões faciais, tom de voz e até mesmo pela proxi-
midade e distanciamento que adotamos. 
A comunicação não verbal é essencial para a formação do vínculo que fundamen-
ta o relacionamento interpessoal, portanto, é indispensável na relação entre profis-
sionais de saúde e pacientes.
Por meio de sinais não verbais o paciente e seus familiares desenvolvem a confiança, 
que é fundamental na relação terapêutica, especialmente nos cuidados paliativos. 
Na comunicação dos profissionais, a empatia e a segurança são transmitidas ao 
paciente pelos comportamentos verbais e não verbais.
Para a comunicação ser empática, deve-se ouvir atentamente, silenciar quando 
o paciente ou familiar fala, posicionar-se na direção de quem fala, usar tom de voz 
suave, sorrir, manter contato visual durante aproximadamente 50% do tempo da in-
teração com braços descruzados, usar o contato físico, como mão no ombro, segurar 
a mão e gestos que favorecem a relação interpessoal.
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UNIDADE Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
O uso adequado da comunicação interpessoal favorece a diminuição da ansieda-
de, traz mais conforto, especialmente quando a pessoa está no final de vida. 
A comunicação de notícias difíceis, como o diagnóstico, o insucesso no tratamen-
to, a piora do quadro, o prognóstico desfavorável, a aproximação com a terminali-
dade da vida, colocam profissionais e familiares em posturas de distanciamento que 
levam ao isolamento emocional.
É direito do paciente receber informações claras e honestas sobre o estado avan-
çado da doença, assim como ser informado sobre as opções terapêuticas, os efeitos 
colaterais e os cuidados que podem auxiliar no curso da doença.
É fundamental que profissionais estejam capacitados a abordar essas questões 
para não passarem informações ambíguas e resultar em malefícios ao paciente, aos 
familiares e à equipe.
Geralmente, é o médico que costuma passar as informações quanto ao diagnós-
tico, tratamento e prognóstico, mas se preconiza que outros profissionais da equipe 
estejam presentes para auxiliar e complementar com as informações dos cuidados 
das demais áreas.
Nesse sentido, é importante que a equipe paliativista use estratégias adequadas 
para a comunicação de notícias difíceis.
Existem algumas estratégias que favorecem a comunicação de más notícias:
• Esteja preparado para a comunicação, selecione o local, para que exista priva-
cidade e o tempo suficiente para a conversa, deixe disponíveis água e lenços;
• Identifique o que o paciente conhece sobre a doença, indagando: o que você 
sabe sobre sua doença? O que você teme sobre sua condição?
• Perceba o interesse do paciente em saber mais sobre a doença e se o momento 
é adequado, para isso, fique atento aos sinais não verbais do paciente, que pos-
sam demonstrar muita ansiedade ou sofrimento exacerbado;
• Ao comunicar, utilize tom de voz suave e firme, com linguagem de fácil compre-
ensão, e faça pausas para que o paciente possa se expressar.
Esteja próximo ao paciente, evite cruzar braços e pernas, faça uso de toque afe-
tivo em ombros, mãos. Demonstre sua solidariedade e compaixão, caso perceba 
o sofrimento do outro, permanecendo próximo, ouvindo e expressando que 
está disponível a ouvi-lo e a auxiliar;
• Estabeleça com o paciente as metas e os objetivos da terapia, assim como a 
programação do acompanhamento.
Assim com é importante informar o paciente, é igualmente importante orientar e 
ouvir os familiares, especialmente daqueles que se encontram no estágio mais avan-
çado, de fim da vida.
Estudos têm demonstrado o despreparo dos profissionais e a necessidade de a 
equipe ser treinada para fazer comunicação de más notícias.
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Foi desenvolvido um protocolo Spikes, que traz os passos a serem seguidos pelos 
profissionais. Nesses passos temos, inicialmente, a preparação do ambiente; o se-
gundo passo é “conhecendo o paciente e seus familiares”; o terceiro passo é “convi-
dando para o diálogo” (nesse momento, deve-se estar atento e sensível para perceber 
se alguém (familiar, paciente) não gostaria de ter informações mais detalhadas sobre 
a doença); do quarto passo, conhecido como “transmitindo as emoções”, podem 
estar presentes na comunicação os sentimentos, como a não aceitação do curso da 
doença, raiva, tristeza, que são emoções relacionadas ao luto.
Caso o paciente ou familiar expresse emoções com choro, ofereça água, lenço, 
ofereça um toque afetivo, demonstrando empatia. Assim que o clima ficar mais leve, 
finaliza-se a reunião com a fase de “planejamento dos cuidados”.
Devem ser evitadas as expressões “infelizmente”, “sinto muito”, pois podem dar a falsa 
impressão de que algo poderia ter sido feito ou evitado. E em especial a expressão “não 
há mais nada a fazer”, pois, embora não haja cura, todos os esforços serão realizados para 
minimizar o sofrimento e trazer qualidade de vida ao paciente. 
Estudos indicam que uma das grandes necessidades dos familiares é a comunica-
ção com a equipe de cuidados, que deve ser clara e honesta; esclareça sobre os sin-
tomas, a evolução clínica, as possíveis mudanças nas condições do paciente e como 
podem auxiliar, dar conforto, expressarem seus sentimentos na fase final da vida.
Além das questões sobre os cuidados com as condições clínicas e cuidados físi-
cos, é de vital importância proporcionar escuta sobre as preocupações referentes a 
questões existenciais, sobre pendências que a pessoa gostaria de solucionar, sobre a 
necessidade de fazer reconciliações.
Diante do exposto, para que o profissionalatue em uma equipe multidisciplinar 
em cuidados paliativos, ele deve possuir competência técnica e científica para tomar 
decisões acertadas, ter preparo emocional para lidar com conflitos e sentimento de 
luto e ter habilidades de comunicação.
Modelo de Assistência
nos Cuidados Paliativos
Você sabia que os cuidados paliativos podem ser oferecidos em diferentes cená-
rios? Eles podem ser oferecidos nos hospitais, nos domicílios e em ambulatórios. 
Historicamente, os cuidados paliativos tiveram início em serviços de oncologia em 
unidades hospitalares. 
 Ao falar de cuidados paliativos, em especial na fase avançada, do fim de vida, 
geralmente se associa a cuidados hospitalares, porém, entenderemos que não neces-
sariamente precisa ser assim.
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UNIDADE Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
Embora estudos indiquem que as pessoas em fase avançada de doença relatam 
preferir morrer no ambiente domiciliar, ainda é no ambiente hospitalar onde ocorre 
a maioria dos óbitos das pessoas em cuidados paliativos.
Os cuidados paliativos no ambiente hospitalar podem ser oferecidos:
• Em uma unidade específica para CP: com leitos e equipe especializada, exis-
tem diferentes possibilidades; esta unidade pode fazer parte do hospital, dentro 
da estrutura física, ou ainda fora da Unidade hospitalar.
Estudos apontam algumas vantagens dos cuidados oferecidos em unidade espe-
cífica, por oferecer condições de um cuidado mais harmonioso e coerente entre 
os profissionais, e a desvantagem é que muitos ainda interpretam erroneamente 
que pessoas que fazem uso dessa unidade estão na fase final de vida, ou pos-
suem tempo mais prolongado de vida;
• Por uma equipe consultora interdisciplinar: que presta suporte ao médico e 
sua equipe para efetuar os cuidados paliativos. Essa equipe está disponível e é 
ativada pelo médico. Nesta modalidade, a vantagem é a disseminação da filoso-
fia do CP, auxiliando na educação dos profissionais, porém a desvantagem é o 
tempo maior para preparo e aceitação das equipes, uma vez que há despreparo 
dos profissionais para atuar com cuidados paliativos;
• Por uma equipe Itinerante: que é acionada pelo médico e se torna responsável 
pelos cuidados paliativos; os pacientes ficam em enfermarias comuns.
Os cuidados paliativos domiciliares oferecem maior conforto, aconchego e, ao 
mesmo tempo, autonomia aos pacientes, que não ficam presos à rigidez de horários 
e regras da modalidade hospitalar. 
Porém, da mesma forma que na atenção domiciliar, para se ofertar os cuida-
dos paliativos domiciliares, é condição que o paciente ou a família autorize e esteja 
preparado(a) para lidar com a evolução e agravamento da doença. 
Hospice é um serviço, um local e é considerado por alguns como uma filosofia que objetiva 
cuidar de pessoas com doenças em fases avançadas, no fim de vida, para ofertar cuidados 
que promovam conforto, amenizem o sofrimento e mantenham a vida com qualidade.
Dentre as vantagens da modalidade de CP no domicílio estão o maior conforto, 
a possibilidade de atender às necessidades segundo os desejos do paciente e a maior 
disponibilidade dos cuidadores que estão exclusivamente para atender ao paciente e 
seus familiares. Já as desvantagens são em relação à distância, o que pode ocasionar 
atrasos na medicação, e quanto à fase final, em caso de óbito, pode haver a dificul-
dade do atestado de óbito.
Existem algumas condições básicas para que o paciente seja incluído em cuidados 
paliativos domiciliares, são elas: possuir diagnóstico e plano terapêutico estruturado, 
morar em casa com água encanada e energia elétrica, com condições mínimas de 
higiene e ter um cuidador responsável pelos cuidados.
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Os cuidados paliativos no domicílio estão destinados a pacientes portadores de 
doença em estado avançado e em progressão, que exigem monitoramento contínuo 
de sintomas e aplicação de um plano de cuidados previamente estabelecido.
As visitas podem ser realizadas por médico ou enfermeira treinados para esse 
fim e atentos às especificidades dos cuidados paliativos. Porém, o paciente deve ser 
referenciado para ambulatório ou unidade especializada que elabora o seu Plano de 
Cuidados, que consiste em uma série de ações determinadas para aquele paciente de 
forma individualizada.
Existe ainda a possibilidade de pacientes receberem cuidados paliativos em hos-
pedarias, onde pacientes permanecem em internamento recebendo cuidados de 
equipe paliativista.
Os pacientes que apresentam melhor capacidade funcional e mobilidade são encami-
nhados para acompanhamento em ambulatório, de forma a preservar sua autonomia. 
A principal vantagem de realizar os cuidados paliativos no ambulatório é poder 
acompanhar logo no início, em uma fase da doença que o paciente ainda não tenha 
muitas perdas funcionais, podendo oferecer um controle adequado de sintomas e 
abordagem psicológica que permita dar qualidade à sobrevida do paciente, prepa-
rando-o a lidar com as perdas e a compreender o processo da doença e da morte.
Os cuidados paliativos deverão ser ofertados em qualquer ponto da rede de 
atenção à saúde, desde a Atenção Básica, a Atenção Domiciliar, nas Unidades de 
Urgência e Emergência e Atenção Hospitalar.
Fisioterapia e os Cuidados Paliativos
A Fisioterapia, enquanto ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera 
pacientes com distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas 
do corpo humano, tem muito a contribuir nos cuidados paliativos.
Considerando que os indivíduos sob cuidados paliativos apresentam dor, dispneia, 
fadiga e perda de capacidade funcional, os conhecimentos e recursos fisioterapêuticos 
auxiliam no alívio desses sintomas, na redução do estresse, na manutenção da função, 
autonomia e promoção de qualidade de vida.
O alívio de sintomas é fundamental para a pessoa com doença incurável que 
ameaça a vida, proporcionando-lhe que viva os dias com o mínimo de sofrimento. 
A dor é uma experiência sensorial e emocional desconfortável, e é um dos sintomas 
mais frequentes em pessoas em cuidados paliativos; além de causar sofrimento, diminui 
a capacidade funcional, pode acarretar isolamento social e prejuízo na qualidade de vida.
É um sintoma que compromete muito a qualidade de vida, em especial aos
pacientes oncológicos em estado avançado da doença, e tem componentes físicos, 
emocionais, sociais e espirituais que podem influenciar a sensação dolorosa.
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UNIDADE Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
A dor é um sintoma subjetivo, que deve ser avaliado e monitorado diariamente 
para ajustar a terapia visando ao controle efetivo desse sintoma. Pode ser causada 
por câncer ou por outras doenças degenerativas, como osteoartrose, discopatias 
degenerativas, a imobilidade, a presença de úlceras por pressão, ou, ainda, podem 
ser decorrentes de tratamentos como quimioterapia, radioterapia e outros.
Os profissionais de equipe multidisciplinar podem contribuir no controle dessa 
queixa com uso de terapias farmacológicas e não farmacológicas.
É fundamental que o fisioterapeuta saiba avaliar a dor e determinar os fatores que 
intensificam e produzem alívio para selecionar qual o recurso fisioterapêutico mais 
indicado para o controle da dor, minimizando ou retirando a sensação dolorosa.
Dentre os fatores que pioram, podemos destacar o medo, a ansiedade, o cansaço, 
isolamento social, raiva e depressão. Por isso é muito importante considerar a pre-
sença desses fatores e estabelecer uma abordagem interdisciplinar, com tratamento 
conjunto do fisioterapeuta e do psicólogo para efetividade da terapêutica.
Existem fatores que podem melhorar o quadro doloroso, dentre eles temos o la-
zer, descanso, relaxamento, apoio social, uso de terapia medicamentosa ou terapias 
integrativas e complementares.
Leia o artigo de Gabriela da Silva Góes et al., “Atuação do fisioterapeuta nos cuidados paliativos em 
pacientes oncológicos adultos hospitalizados: revisão de literatura”, no link: https://bit.ly/3e84OOX 
Importanteconsiderar que primeiramente são adotadas terapêuticas medicamen-
tosas e que podem estar associadas ou posteriormente complementadas com tera-
pêuticas não farmacológicas.
Na avaliação da dor, utiliza-se a escala visual analógica tanto para estabelecer a 
terapêutica, os recursos a serem utilizados, quanto para avaliar a efetividade dela, 
para os ajustes necessários, e isso é muito importante para eliminar a dor e o sofri-
mento do paciente.
A Fisioterapia, por meio dos recursos fisioterapêuticos físicos, termoterápicos, 
eletroterápicos, recursos terapêuticos manuais e técnicas de relaxamento, contribui 
muito para o alívio da dor nos pacientes.
O uso de técnicas manuais, como massoterapia, produz relaxamento e sensação 
de bem-estar, pois, além de aliviar a dor, estimula a digestão, a respiração e circula-
ção. A drenagem linfática, além de produzir relaxamento, reduz edemas, proporcio-
nando conforto ao paciente.
O calor é muito indicado para diminuir a percepção da dor e trazer relaxamento 
muscular, especialmente em pacientes idosos.
As terapias integrativas complementares também são indicadas e trazem 
bons resultados.
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O posicionamento no leito é fundamental no tratamento de pessoas em cuidados 
paliativos, especialmente para o controle da dor, para oferecer conforto e prevenir 
complicações como úlceras de decúbito em pacientes acamados e prevenção de 
contraturas e deformidades.
Outro sintoma muito prevalente em indivíduos em cuidados paliativos é a disp-
neia, que é o desconforto respiratório que traz limitação funcional, compromete a 
qualidade de vida da pessoa e traz preocupação aos familiares e à equipe paliativista.
A dispneia pode estar associada à taquipneia (aumento da frequência respiratória), 
uso de musculatura acessória e batimento de asas do nariz.
É muito importante avaliar a dispneia, para isso são usadas as escalas numérica e 
visual, nas quais o paciente quantifica o grau de desconforto respiratório.
A Fisioterapia respiratória é muito utilizada para manutenção de vias aéreas livres, 
melhora da ventilação e padrão respiratório. Podem ser realizadas manobras desobs-
trutivas ou para reexpansão pulmonar, cinesioterapia respiratória, para alongamento 
e relaxamento de musculatura acessória, adoção de posturas que favoreçam a ação 
do diafragma, bem como oxigenoterapia, uso de incentivadores respiratórios, venti-
lação mecânica não invasiva.
As técnicas de Fisioterapia respiratórias podem ser indicadas para promover o con-
forto ao paciente, manter a capacidade funcional pulmonar e prevenir complicações.
A fadiga é um dos sintomas mais frequentes em pacientes oncológicos e com-
promete muito a vida das pessoas, pois limita suas funções, especialmente nas fases 
avançadas da doença, e é preciso avaliar e monitorar o gasto energético.
É importante identificar as causas da fadiga, dentre as quais tem-se a doença 
oncológica, anemia, aspectos nutricionais, efeitos medicamentoso, distúrbios meta-
bólicos e psiquiátricos.
A avaliação dessa queixa deve ser feita por meio de escala numérica de 0 a 10, 
e na presença de fadiga moderada a intensa (4 a 10), deve-se proceder a anamnese e 
exame físico detalhados na busca de causas e possíveis terapêuticas a serem adotadas.
Dentre as terapêuticas, temos as farmacológicas e não farmacológicas, e a 
Fisioterapia pode contribuir com programas de cinesioterapia, que podem trazer 
benefícios na funcionalidade, melhorar a tolerância aos esforços, otimizando o 
gasto energético com uso dos princípios de conservação de energia. 
Além da Fisioterapia, o suporte psicológico, familiar e nutricional pode ser combi-
nado à atividade de lazer; orientações quanto à adaptação do ambiente e das ativida-
des cotidianas e medidas para melhorar a qualidade do sono são indicadas.
A Fisioterapia é muito importante para manter o paciente ativo e assegurar a au-
tonomia e independência dele. Na Fisioterapia, a cinesioterapia, o uso de exercício 
aeróbico, como caminhadas, e o uso de circo ergômetro têm sido relatados como 
eficazes. Deve-se avaliar e monitorar a fadiga com uso da escala.
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UNIDADE Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
Para a elaboração do plano de cuidados, é fundamental que o fisioterapeuta faça 
uma avaliação que inclua, além dos dados habituais, os dados biográficos do paciente 
(com quem mora, a religião, as crenças, seus gostos, lazer, sonhos, o que sabe sobre 
a doença, sua condição de saúde e quanto gostaria de saber), a cronologia da doença 
(data do início dos sintomas, do diagnóstico, exames e terapêuticas realizadas, com-
plicações, cirurgias e internações).
Na avaliação do fisioterapeuta é imprescindível que seja avaliada a capacidade 
funcional do paciente e a avaliação dos sintomas.
A avaliação dos sintomas deve ser realizada diariamente, e para isso utiliza-se a 
escala ESAS (Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton), que é um questionário 
com nove sintomas determinados, e o décimo é o paciente que selecionará. Para 
cada sintoma o paciente dará uma nota de zero a dez, sendo zero sem o sintoma e 
dez a intensidade máxima.
A avaliação da funcionalidade é de vital importância na atenção à pessoa em 
cuidados paliativos, e depende da evolução da doença; a partir dessa avaliação é que 
são tomadas as decisões sobre as terapêuticas mais indicadas, se tem uma estimativa 
do prognóstico e diagnóstico da terminalidade da vida.
Para a avaliação funcional existem escalas, a mais utilizada atualmente é a escala 
Palliative Performance Scale – PPS, que considera cinco domínios: deambulação, 
atividade e evidência da doença, autocuidado, ingestão alimentar e nível de consci-
ência. Essa escala apresenta onze níveis de performance de 0 a 100, divididos em 
intervalos de 10. Ela é funcional e deve ser usada diariamente.
O treino funcional deve incluir treino e orientação quanto às mudanças de de-
cúbito, as transferências, com cinesioterapia para mobilização global com enfoque 
para as atividades funcionais do dia a dia, adequar os movimentos, utensílios, com 
prescrição de órteses, recursos auxiliares de marcha e adaptação ambiental quando 
necessária em razão de perdas funcionais.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites 
Cuidados Paliativos – UFMG
O aplicativo é um instrumento que auxilia os profissionais da área de saúde a 
reconhecerem os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes portadores de 
doença ameaçadora da continuidade da vida e, portanto, ajuda a aliviar o sofrimento 
e agregar qualidade à vida e ao processo. 
https://bit.ly/3e49wxi 
 Livros
Vamos falar de cuidados paliativos
Leia o livro elaborado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, com 
apoio da ACNP, a respeito dos cuidados paliativos, os pacientes, benefícios, entre 
outros assuntos dentro dessa ação.
 Vídeos
Cuidados paliativos na atenção domiciliar
No vídeo, o médico Fabiano Moraes Pereira, do Hospital das Clínicas da Universidade 
Federal de Minas Gerais, fala sobre as ações e os conceitos que norteiam os cuidados 
paliativos.
https://bit.ly/39OVtZ3 
 Leitura
Cuidados paliativos
No artigo de Ana Luisa Z. Gomes e Marília B. Othero, você se aprofundará na 
história da prática no mundo e no Brasil, conhecendo como se organizam os 
serviços e as regulamentações da profissão. 
https://bit.ly/2RozVMz
Fisioterapia em cuidados paliativos no contexto da atenção primária à saúde: ensaio teórico
De acordo com Oliveira et al. (2019), o artigo “visa tecer reflexões acerca da atuação 
da Fisioterapia em CP no contexto da APS, a partir de fundamentos, princípios e 
diretrizes que sustentam esse cuidado.”
https://bit.ly/3e5rQpR
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UNIDADE Os Cuidados Paliativos na Assistência Fisioterapêutica
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Cuidados paliativos. Brasília: SE/UNA-SUS, 2017. 
Disponível em: <https://bit.ly/2Rl5rLB>. Acesso em: 25 jan. 2020.
_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamentode 
Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar. Brasília: Ministério da Saúde, 
2013. v. 2. Disponível em: <https://bit.ly/3c1XB15>. Acesso em: 14 fev. de 2020. 
CARVALHO, R. T.; PARSOSNS, H. A. (org.). Manual de cuidados paliativos: 
ampliado e atualizado. 2. ed. Academia Nacional de Cuidados Paliativos, 2012. 
Disponível em: <https://bit.ly/34wX1WV>. Acesso em: 14 fev. 2020. 
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