Buscar

Prova Direito Penal Especial I

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL – ESPECIAL – I - A 
2ª PROVA BIMESTRAL 
 
PROVA DE TESTES (cada questão vale 0,75 ponto) 
1. Inconformado por estar desempregado, Lúcio resolve se embriagar. Quando se encontrava no 
interior do coletivo retornando para casa, ele verifica que o passageiro sentado à sua frente estava 
dormindo, e o telefone celular deste estava solto em seu bolso. Aproveitando-se da situação, Lúcio 
subtrai o aparelho sem ser notado pelo lesado, que continuava dormindo profundamente. Ao tentar sair 
do coletivo, Lúcio foi interpelado por outro passageiro, que assistiu ao ocorrido, iniciando-se uma 
grande confusão, que fez com que o lesado acordasse e verificasse que seu aparelho fora subtraído. 
Após denúncia pelo crime de furto qualificado pela destreza e regular processamento do feito, Lúcio 
foi condenado nos termos da denúncia, sendo, ainda, aplicada a agravante da embriaguez preordenada, 
já que Lúcio teria se embriagado dolosamente. 
Considerando apenas as informações expostas e que os fatos foram confirmados, o (a) advogado(a) de 
Lúcio, no momento da apresentação de recurso de apelação, poderá requerer 
A ( ) o reconhecimento de causa de diminuição de pena diante da redução da capacidade em razão da 
sua embriaguez, mas não o afastamento da qualificadora da destreza. 
B ( ) a desclassificação para o crime de furto simples, mas não o afastamento da agravante da 
embriaguez preordenada. 
C ( X ) a desclassificação para o crime de furto simples e o afastamento da agravante, não devendo a 
embriaguez do autor do fato interferir na tipificação da conduta ou na dosimetria da pena. 
 
D ( ) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em razão da embriaguez completa. 
 
2. João invade um museu público disposto a furtar um quadro. Durante a ação, quando já estava tirando 
o quadro da parede, depara-se com um vigilante. Diante da ordem imperativa para largar o quadro, e 
temendo ser alvejado, vulnera o vigilante com um projétil de arma de fogo. O vigilante vem a óbito; e 
João, impressionado pelos acontecimentos, deixa a cena do crime sem carregar o quadro. De acordo 
com o entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, praticou-se 
 
A ( ) roubo qualificado tentado em concurso com homicídio qualificado consumado. 
B ( ) roubo próprio tentado em concurso com homicídio consumado. 
C ( ) roubo impróprio tentado em concurso com homicídio consumado. 
D ( ) latrocínio tentado. 
E ( X ) latrocínio consumado. 
 
3. Configura crime de latrocínio 
 
A ( ) se a morte da vítima resultar da grave ameaça 
B ( X ) mesmo que o agente tenha primeiro se apoderado da coisa, sem qualquer violência, para, logo 
em seguida, matar a vítima com o intuito de assegurar a subtração 
C ( ) quando o assaltante mata o comparsa para ficar com o proveito do crime 
D ( ) somente quando a morte da vítima decorrer de ação dolosa por parte do agente 
E ( ) somente nos casos em que o agente causar a morte da pessoa proprietária do patrimônio subtraído 
 
4. Sobre o crime de extorsão mediante sequestro, é correto afirmar que: 
 
a ( ) a consumação do crime do art. 159 do CP se opera com a exigência de uma vantagem como 
condição ou preço do resgate, o que faz com que o delito seja doutrinariamente classificado como 
crime formal. 
b ( X ) o crime é hediondo mesmo em sua forma simples, dispensando a verificação de resultados 
morte ou lesão corporal de natureza grave para a incidência da Lei n°8.072, de 1990. 
c ( ) o concurso de pessoas é uma das circunstâncias qualificadoras concernentes ao crime de extorsão 
mediante sequestro, nos mesmos moldes do furto e diferentemente do que ocorre no roubo, no qual a 
pluralidade de agentes tem a natureza de causa de aumento da pena. 
d ( ) há, no art. 159 do Código Penal, previsão expressa de delação premiada, determinando 
diminuição da pena ao participante que revelar o crime à autoridade, permitindo a libertação do 
sequestrado ou a recuperação do produto ou do proveito do crime. 
e ( ) ocorre a forma qualificada da extorsão mediante sequestro, entre outras hipóteses, quando a 
restrição à liberdade da vítima dura mais de quinze dias, mas nunca em tempo inferior. 
 
5. Em face das assertivas seguintes, pode-se afirmar que: 
 
I – Se a apropriação indébita se refere ao uso da coisa, não há crime. 
II – Ocorre apropriação indébita de coisa furtada, se o agente não sabia de sua origem. 
III – Se a coisa é produto de contravenção, não é cabível a receptação. 
IV – Incabível a receptação dolosa, se o sujeito recebe a coisa com dolo eventual. 
 
A ( ) somente I e II estão incorretas 
B ( ) somente III e IV estão incorretas 
C ( ) somente I e III estão corretas 
D ( ) somente II e IV estão corretas 
E ( X ) todas estão corretas. 
6. Maria, em uma loja de departamento, apresentou roupas no valor de R$ 1.200 (mil e duzentos reais) 
ao caixa, buscando efetuar o pagamento por meio de um cheque de terceira pessoa, inclusive assinando 
como se fosse a titular da conta. Na ocasião, não foi exigido qualquer documento de identidade. 
Todavia, o caixa da loja desconfiou do seu nervosismo no preenchimento do cheque, apesar da 
assinatura perfeita, e consultou o banco sacado, constatando que aquele documento constava como 
furtado. Assim, Maria foi presa em flagrante naquele momento e, posteriormente, denunciada pelos 
crimes de estelionato e falsificação de documento público, em concurso material. Confirmados os 
fatos, o advogado de Maria, no momento das alegações finais, sob o ponto de vista técnico, deverá 
buscar o reconhecimento 
A ( ) do concurso formal entre os crimes de estelionato consumado e falsificação de documento 
público. 
B ( ) do concurso formal entre os crimes de estelionato tentado e falsificação de documento particular. 
 
C ( ) de crime único de estelionato, na forma consumada, afastando-se o concurso de crimes. 
 
D ( X) de crime único de estelionato, na forma tentada, afastando-se o concurso de crimes. 
 
7. Mário trabalhava como jardineiro na casa de uma família rica, sendo tratado por todos como um 
funcionário exemplar, com livre acesso a toda a residência, em razão da confiança estabelecida. Certo 
dia, enfrentando dificuldades financeiras, Mário resolveu utilizar o cartão bancário de seu patrão, 
Joaquim, e, tendo conhecimento da respectiva senha, promoveu o saque da quantia de R$ 1.000,00 
(mil reais). 
Joaquim, ao ser comunicado pelo sistema eletrônico do banco sobre o saque feito em sua conta, efetuou 
o bloqueio do cartão e encerrou sua conta. Sem saber que o cartão se encontrava bloqueado e a conta 
encerrada, Mário tentou novo saque no dia seguinte, não obtendo êxito. De posse das filmagens das 
câmeras de segurança do banco, Mário foi identificado como o autor dos fatos, tendo admitido a prática 
delitiva. 
Preocupado com as consequências jurídicas de seus atos, Mário procurou você, como advogado(a), 
para esclarecimentos em relação à tipificação de sua conduta. 
Considerando as informações expostas, sob o ponto de vista técnico, você, como advogado(a) de 
Mário, deverá esclarecer que sua conduta configura 
A ( ) os crimes de furto simples consumado e de furto simples tentado, na forma continuada. 
B ( ) os crimes de furto qualificado pelo abuso de confiança consumado e de furto qualificado pelo 
abuso de confiança tentado, na forma continuada. 
C ( X ) um crime de furto qualificado pelo abuso de confiança consumado, apenas. 
D ( ) os crimes de furto qualificado pelo abuso de confiança consumado e de furto qualificado pelo 
abuso de confiança tentado, em concurso material. 
 
GABARITO===>ALUNO: ANA LUÍZA AZEVEDO – DIR1800049. 
 
Questão 1 = (__C__) 
Questão 2 = (__E__) 
Questão 3 = (__B__) 
Questão 4 = (__B__) 
Questão 5 = (__E__) 
Questão 6 = (__D__) 
Questão 7 = (__C__) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL – ESPECIAL – 3° ANO – A - 2ª. PROVA BIMESTRAL 
PROVA DISSERTATIVA 
1. Aponte o momento consumativo dos seguintes crimes: (vale 2 pontos) 
 
a) ESTELIONATO: Ocorrequando a vítima sofrer perda patrimonial por parte da vítima e, 
simultaneamente, vantagem do sujeito ativo. Caso não ocorra o segundo, por exceção, será configurada 
a forma tentada. 
 
b) ROUBO: Ocorre quando se exerce violência e o agente já se apossa do bem da vítima, conforme 
preceitua a Súmula 582 do STJ: “consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à 
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e 
pacífica ou desvigiada.” 
 
c) EXTORSÃO: Visto ser um crime formal, que não exige o resultado naturalístico na redução do 
patrimônio da vítima, para a consumação ocorrer, portanto, deverá a vítima ceder ao constrangimento 
imposto e fazer ou deixa de fazer algo. Acerca o tema, a Súmula 96 do STJ é enfática: “O crime de 
extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida”. 
 
d) APROPRIAÇÃO INDÉBITA: Ocorre a consumação quando o sujeito ativo se apossa de coisa 
alheia, invertendo o título da posse, portando-se como efetivo dono do bem. Praticando atos externos 
típicos de domínio. 
 
 
2. O Direito Penal sofreu inovações em face da Lei Anticrime, a qual recentemente entrou em vigor. 
Desta forma, aproveitando-se os estudos acerca dos Crimes contra o Patrimônio, indique todas as 
alterações promovidas pela mencionada Lei que atingem especificamente os crimes patrimoniais, 
confrontando-as com os dispositivos existentes ou não antes do novo diploma legal. (vale 3 pontos) 
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, a Lei Anticrime incidiu influência sobre os 
dispositivos relacionados ao Roubo e ao Estelionato. Quanto ao crime de roubo, foram feitas duas 
alterações: o inciso VII do parágrafo 2º, que confere à legislação penal uma causa adicional de aumento 
de pena no tocante ao uso de arma branca como meio ou instrumento no exercício da violência ou 
grave ameaça; anterior à Lei 13.654/2018, a majorante apenas se referia ao emprego de arma, sem 
especificação quaisquer especificação entre arma de fogo, arma branca ou arma imprópria. Essa lei 
revogou tal majorante e passou a prever apenas a majorante de emprego de arma de fogo. Com o 
advento da Lei 13.964/2019, inclui-se mais uma majorante, a do emprego de arma branca. Além disso, 
houve a inserção do parágrafo 2º, alínea b, que culmina aplicação do dobro da pena prevista no caput, 
se a violência ou grave ameaça se der por meio do emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. 
Somente aplica-se o dispositivo para os delitos cometidos a partir do início de sua vigência. 
Visando o Estelionato, cria-se o parágrafo 5º, sendo de aplicação ao estelionato e a todas as 
modalidades equiparadas. Serão observadas nesse novo dispositivo hipóteses em que a ação penal 
passa a ser pública incondicionada, o que anteriormente seria, via de regra, ação penal pública 
condicionada à representação. A ação penal passa a ser incondicionada se o crime for praticado contra 
a Administração Pública, direta ou indireta; contra criança ou adolescente; contra pessoa com 
deficiência mental; e contra maior de 70 (setenta) anos de idade ou contra incapaz.

Continue navegando