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PRADO JR, Caio O sentido da colonização

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PRADO JR, Caio. O sentido da colonização. In: Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Publifolha, 2000.
 “Estamos tão acostumados em nos ocupar com o fato da colonização brasileira, que a iniciativa dela, os motivos que a inspiraram e determinaram, os rumos que tomou em virtude daqueles impulsos iniciais se perdem de vista.” (P. 21).
A colonização parece um acontecimento necessário e natural do simples fato do descobrimento, assim como os rumos tomados.
 “Deriva do desenvolvimento do comércio continental europeu, que até o séc. XIV é quase unicamente terrestre, e limitado, por via marítima, a uma mesquinha navegação costeira e de cabotagem”. (P.21).
Com o avanço da navegação, os portugueses, os melhores situados vão mais longe, procurando empresas em que não existam concorrentes mais antigos. Atrás dos portugueses, estavam os espanhóis, que escolheram outra rota, pelo ocidente ao invés do oriente, e acabaram descobrindo a América, seguidos pelos portugueses, que também encontraram o novo continente.
 “Tudo que se passa são incidentes da imensa empresa comercial a que se dedicam os países da Europa a partir do século XV, e que lhes alargará o horizonte pelo Oceano afora” (P. 22).
É sempre como traficantes que vários países da Europa abordarão cada uma daquelas empresas, os portugueses traficarão na costas africana, marfim, outro, escravos, assim como outros povos da Europa.
A idéia de povoar não ocorre inicialmente a nenhum, é o comercio que os interessa, e assim o desprezo por este território primitivo. 
 “Na América a situação se apresenta de forma inteiramente diversa: um território primitivo habitado por rala população indígena incapaz de fornecer qualquer coisa de realmente aproveitável.” (P.24).
Era preciso, criar um povoamento capaz de abastecer e manter feitorias, e organizar a produção dos gêneros que interessam ao seu comercio. A idéia de povoar surge daí.
 “Na maior extensão da América ficou-se a principio exclusivamente nas madeiras, nas peles, na pesca; e a ocupação de territórios, seus progressos e flutuações, subordinam-se por muito tempo ao maior ou menor sucesso daquelas atividades”. (P.25). 
 “O colono europeu não traria com ele a disposição de pôr-lhe a serviço, neste meio tão difícil e estranho, a energia do seu trabalho físico. Viria como dirigente da produção de gêneros de grande valor comercial, como empresário de um negocio rendoso; mas só a contragosto como trabalhador. Outros trabalhariam para ele.” (P.29).
Para cada proprietário, haveria muitos trabalhadores subordinados e sem propriedade.
 “Mas conservará, no entanto um acentuado caráter mercantil; será a empresa do colono branco, que reúne à natureza, pródiga em recursos aproveitáveis para a produção de gêneros de grande valor comercial”. (P. 31).
Mas completa que as antigas feitorias, mas com o mesmo caráter, destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comercio europeu. Este é o verdadeiro sentido da colonização.
Nunca foi projeto dos portugueses que o Brasil Colônia, se tornasse uma nação, a história da colonização é sem duvidas a história de Portugal, ou pode-se dizer a pré-história do Brasil. O Brasil não existe sem a colonização portuguesa, mas está colonização não deve ser confundida com Brasil.
O sentido da colonização foi de uma sociedade que se organizou e produziu para o centro político, para a metrópole.

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