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INDISPENSABILIDADE DA ADVOCACIA

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DIRIETOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO
(Atividade de 18-22 de Maio)
1. A ATIVIDADE DA ADVOCACIA
1.1 DA INDISPENSABILIDADE DO ADVOGADO NA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
De acordo com o que consagra o art. 133 da Constituição Federal, dispositivo reproduzido no art. 2o da Lei 8906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB), “o advogado é indispensável à administração da Justiça”. 
Isso significa dizer que, para os advogados brasileiros, a Carta Magna traz o artigo 133, que estipula que “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”, determinando a indispensabilidade do advogado por cumprir função essencial à concretização da Justiça, dentro dos fundamentos constitucionais do direito de defesa, do contraditório e do devido processo legal.
Tal dispositivo constitucional reconhece que o exercício da advocacia é fundamental para a prestação jurisdicional, uma vez que cabe ao advogado postular em favor do cidadão, que desconhece o arcabouço jurídico, mas que busca no advogado o mediador que se manifestará em seu nome e lutará pelo reconhecimento de seus direitos em juízo. Com efeito, o advogado não exerce apenas uma atividade profissional; ele está investido de função pública ao postular em nome do cidadão, provocando o Judiciário no sentido de aplicar o Direito, a partir do debate, das teses, dos argumentos jurídicos que apresenta na defesa de seu constituinte, procurando convencer o julgador e chegar a uma decisão justa. Paralelamente, seu trabalho ajuda a construir a paz social ao solucionar conflitos e a enriquecer a jurisprudência nacional em todas as cortes do país e fazer a doutrina avançar.
Embora a atuação do advogado, para com seu cliente, diz respeito a um interesse privado, esta atuação tem por finalidade a realização da Justiça, que é um interesse social, daí que o parágrafo primeiro do art. 2o da Lei 8.906/94 estatui que “no ministério privado, o advogado presta serviçopúblico e exerce função social”. 
A advocacia privada, portanto, é aquela exercida de múnus público, a fim de garantir que os direitos fundamentais dos cidadãos sejam efetivados, inclusive, destaca-se que o status constitucional garante a ação do advogado, visto que é indispensável à justiça. O status constitucional garante ao advogado, ainda, a inviolabilidade de seus atos no exercício da profissão. Tal prerrogativa, embora não seja absoluta – visto que devem ser respeitados os limites da lei –, é necessária para que a ampla defesa do indivíduo seja assegurada.
1.2 DA OBRIGATORIEDADE DE INSCRIÇÃO NA OAB 
O artigo 5o, inciso XIII, da Constituição Federal assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, condiciona tal direito à observância dos requisitos estabelecidos pela legislação infraconstitucional, como se vê: 
Art. 5o (...) 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
No caso da advocacia, o seu exercício, no Brasil, é privativo dos que se inscrevem nos quadros de advogados da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo nulos os atos praticados por quem não é inscrito na Corporação, consoante estampam os artigos 3o e 4o da Lei 8906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB): 
Art. 3o. O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
Art. 4o. São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. 
1.3 DA OBEDIÊNCIA A PRECEITOS ÉTICO-DISCIPLINARES 
Para que a função social da advocacia seja alcançada em toda sua plenitude, a sociedade assegura aos advogados um rol de direitos e prerrogativas profissionais, as quais darão a estes profissionais a necessáriaindependência e inviolabilidade. 
No entanto, o mesmo interesse público que motiva a concessão de direitos e prerrogativas legais aos advogados, exige que a atuação destes profissionais se faça com rigorosa observância de preceitos ético-disciplinares. 
Assim é que o artigo 31 do Estatuto da Advocacia diz que “o advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia”, dispondo o artigo 33 que “o advogado obriga- se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina”. 
No seu artigo 34 o próprio Estatuto prevê práticas que configuram infrações disciplinares, e para as quais se estabelecem punições que vão da advertência até a exclusão dos quadros da OAB. 
Reconhecidamente, a Ordem dos Advogados é uma instituição de classe que age com rigor contra os que se afastam dos preceitos ético-disciplinares, não tendo lugar qualquer corporativismo. 
E a Ordem atua desta forma, não apenas em razão da cobrança da sociedade, mas porque assim exigem os próprios advogados, que extraem de uma conduta digna apresentada pela classe, legitimação moral para cobrar, de todos, em especial das autoridades, o incondicional respeito aos direitos e prerrogativas que a Lei confere à advocacia. 
Tais direitos e prerrogativas serão objeto de estudo e análise em material a ser enviadona próxima semana. 
ATIVIDADE PRÁTICA:
1. Disserte sobre a função social da advocacia, mesmo quando exercida na defesa de interesses privados.
Conforme a proclamação da Constituição Federal, a Justiça e o Estado Democrático de Direito não podem abnegar-se da função essencial do advogado. A atividade profissional do advogado possui o papel decisivo na manutenção dos direitos e deveres que podem ser reivindicados em juízo, e não seria diferente na defesa dos interesses privados. 
Na postulação em nome do seu cliente, o advogado atua de forma independente e desvinculada dos poderes que envolvem a jurisdição do Estado, ou seja, o Executivo, Legislativo e Judiciário e tem importante cargo de fortalecedor do Estado Democrático de Direito. Assim, o advogado é indispensável na administração da justiça, exercendo o papel de convencimento do julgador, por meio de provas que contribua na decisão favorável ao seu constituinte. 
Mesmo quando o advogado exerce seus serviços no âmbito privado para terceiros, existe um caráter de serviço público, não interessando de forma restrita às partes de determinado processo. Portanto, suas atividades alcançam toda a sociedade, pois sem a intervenção do advogado não existe justiça, e sua função social ao Estado é decorrente da soberania popular. 
Por fim, não é a natureza da personalidade jurídica do cliente que torna a advocacia pública ou privada. O cliente, que seja ente público ou não, não tem o poder de fazer uma diferenciação ou imputar maior importância ao advogado que o representa. A advocacia é uma junção entre esses interesses, e o seu exercício tem como finalidade maior de garantidor, de forma ampla e irrestrita, o efetivo acesso à justiça. Assim sendo, a advocacia, em sua essência, é pública, e isso se dá, em razão da função social que o advogado exerce.
 
1. Realize pesquisa jurisprudencial e localize ementa de julgado do STF ou do STJ que discorra sobre a indispensabilidade da advocacia à administração da justiça. Insira a ementa escolhida e comente, brevemente, o teor do respectivo julgado. 
Ementa
HABEAS CORPUS. DISPENSA DE LICITAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM
LEI. ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL. INTENÇÃO DE LESAR O PATRIMÔNIO
PÚBLICO. EFETIVO PREJUÍZO AO ERÁRIO. DOLO ESPECÍFICO NÃO INDICADO.
ORDEM CONCEDIDA.
1. Consoante o entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de
Justiça, a partir da APn n. 480, para a imputação do delito previsto
no art. 89 da Lei n. 8.666/1993 é necessária a indicação do dolo
específico de causar dano ao erário e a configuração do efetivo
prejuízo ao patrimônio público.
2. Conforme disposto no art. 133 da Carta Magna, "O advogado é
indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus
atos e manifestações no exercícioda profissão, nos limites da lei",
sendo possível sua responsabilização penal apenas se indicadas
circunstâncias concretas que o vinculem, subjetivamente, ao
propósito delitivo.
3. Na espécie, a exordial acusatória - não obstante tenha salientado
que "não há prova material" de que a prefeita e seu assessor
jurídico tenham recebido vantagem patrimonial para celebrar o
inquinado contrato e autorizar a contratação e dispensa da licitação
- limitou-se a afirmar que "o denunciado [...] também concorreu para
os crimes, no exercício do cargo de Diretor de Assuntos Jurídicos da
Prefeitura Municipal de Américo Brasiliense, emitiu parecer jurídico
favorável à contratação da Castelucci Figueiredo e Advogados
Associados, ciente da ilegalidade de parte dos serviços contratados,
e ainda, opinou favoravelmente pela inexigibilidade da licitação com
fundamento no artigo 25, inciso II, c.c. o artigo 13, ambos da Lei
n° 8.666/93".
4. Habeas corpus concedido para declarar, em relação ao paciente, a
inépcia denúncia e anular, ab initio, a Ação Penal n.
0001354-47.2017.8.26.0040, em trâmite na 2ª Vara da Comarca de
Américo Brasiliense, sem prejuízo de que seja oferecida nova
denúncia em desfavor da paciente, com estrita observância dos
ditames previstos no art. 41 do CPP.
 O presente julgado apresenta discussão acerca da necessidade do advogado apresentar a imputação do delito previsto, ou seja, a indicação do dolo específico de causar dano ao erário e a possível configuração do efetivo prejuízo ao patrimônio público. Dessa forma, ele cita a necessidade da existência clara do advogado na respectiva a ação para manutenção da justiça.

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