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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Relações Internacionais Organizações Internacionais Aula 1 Profa. Vanessa Fontoura CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Caro aluno, seja bem-vindo! Estamos iniciando a nossa disciplina de Organizações Internacionais! Hoje, trataremos o conceito de organizações internacionais e qual o seu papel dentro do sistema internacional, veremos o processo histórico de formação, sua atuação, bem como os principais elementos que compõem tais organizações. Bons estudos! Para a videoaula do Conversa Inicial, ver o material on-line. Contextualizando Você já parou para pensar como as Organizações Internacionais estão em sua vida? Nesta aula, você irá perceber como. E uma forma de compreender o papel das organizações internacionais no cotidiano das pessoas é a partir do sistema econômico e do comércio. Vamos entender um pouco mais? Então acesse o site disponível a seguir sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC): http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article &id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR (ver o material on-line) A partir desse texto, e como aprofundamento do livro-base desta disciplina “As Organizações Internacionais e as Políticas Públicas Brasileiras de Educação e Trânsito”, você compreenderá o impacto dessas organizações na vida doméstica dos países e como eles impactam em sua própria vida. http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Por que essa insistência? Em geral, as Organizações Internacionais aparecem como algo muito distante de nós, inclusive na literatura especializada da área, e aqui um de nossos objetivos é entender de forma objetiva o seu papel. Mas para ajudar a sanar as dúvidas sobre o papel dessas organizações, assista ao vídeo disponível no site a seguir: http://topicos.estadao.com.br/omc (ver o material on-line) Bom, você já percebeu que é fundamental compreender o papel das organizações internacionais tanto no cenário internacional quanto como indivíduo, não é? Principalmente como profissional da área. Por isso, não deixe de conferir a videoaula com a professora Vanessa. Para a videoaula do Contextualizando, ver o material on-line. Pesquise Identificação das Organizações Internacionais O objetivo aqui é identificar as principais Organizações Internacionais e o seu papel tanto no cenário internacional quanto nas políticas domésticas brasileiras. Podemos apontar como destaque no campo das Organizações Internacionais, os também chamados de Organismos e Instituições Multilaterais, que são criadas pelos Estados, com o objetivo de desenvolver e encaminhar as atividades políticas, econômicas, de segurança, trânsito, saúde, dentre outros temas. Essas organizações ocorrem como uma espécie de sociedade entre Estados e com objetivo de atingir e criar um “bem comum”. Os documentos que norteiam as ações dessas organizações são os acordos e os tratados, com intuito de firmar parcerias entre países e de consertar políticas públicas. http://topicos.estadao.com.br/omc CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Como essas organizações surgiram e se estabeleceram? Para saber mais, leia o texto disponibilizado no site a seguir. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/organizacoes- internacionais.htm (ver o material on-line) Como destaque, apresentamos as seguintes organizações: ONU – Organização das Nações Unidas Foi criada pelos países vencedores da Segunda Guerra Mundial e tem como principal objetivo manter a paz e a segurança internacionais. UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura Foi criada em 1945 pela Conferência de Londres e tem como objetivo contribuir para a paz através da educação, da ciência e da cultura. Desde 1960, atua também na preservação e na restauração de espaços de valor cultural e histórico. OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico Seu objetivo é promover políticas públicas que promovam o bem-estar econômico e social ao redor do mundo. OMS – Organização Mundial da Saúde É uma agência da ONU especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948. Sua sede é em Genebra, na Suíça. Tem como objetivo principal o alcance do maior grau possível de saúde por todos os povos. Para tanto, elabora estudos sobre combate de epidemias, além de normas internacionais para produtos alimentícios e farmacêuticos. Também coordena questões sanitárias internacionais e tenta conseguir avanços nas áreas de nutrição, higiene, habitação, saneamento básico etc. OEA – Organização dos Estados Americanos Criada em 1948, com sede em Washington (EUA), seus membros são 35 Estados do continente americano. Seu objetivo é o de fortalecer a cooperação, http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/organizacoes-internacionais.htm http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/organizacoes-internacionais.htm CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 garantir a paz e a segurança nas Américas e no Caribe, assim como promover a democracia. OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte Foi criada em 1949, no quadro da Guerra Fria, como uma aliança militar das potências ocidentais em oposição aos países do bloco socialista. Formada inicialmente por EUA, Canadá, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido, a OTAN atualmente possui 28 Estados-membros. BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento Com o objetivo de conceder empréstimos aos Estados-membros, o BIRD faz parte do Banco Mundial e oferece financiamento e assistência técnica aos associados a fim de promover seu crescimento econômico. FMI – Fundo Monetário Internacional Criado com a finalidade de fomentar a cooperação monetária, a segurança e a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover a empregabilidade e o crescimento econômico sustentável, assim como reduzir a pobreza no mundo. OMC – Organização Mundial do Comércio Tem como objetivo regulamentar o comércio internacional, por meio de acordos entre seus membros. Atua também no auxílio aos produtores de bens e serviços, exportadores e importados na condução de seus negócios. OIT – Organização Internacional do Trabalho Possui estrutura tripartite, com representatividade de Estado, organização de empregadores e representantes de empregados. Com sede em Genebra, na Suíça, a OIT busca congregar seus membros em torno dos seguintes objetivos comuns: pleno emprego, proteção no ambiente de trabalho, remuneração digna, formação profissional, aumento do nível de vida, possibilidade de negociação coletiva de contratos de trabalho etc. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Para fixar bem esse conteúdo, leia um resumo das principais organizações internacionais disponível a seguir. http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes- internacionais-conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm#fotoNav=1 (ver o material on-line) Percebemos o papel das Organizações Internacionais e seus principais objetivos. Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. Reconhecer o Papel das Organizações Internacionais no Sistema Internacional A fim de reconhecer o papel das Organizações Internacionais dentro do Sistema Internacional, iniciaremos com um vídeo sobre o Papel da ONU na Segurança Mundial, uma discussão reveladora do papel dessas organizações multilaterais. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ(ver o material on-line) Fica claro o papel das Organizações Internacionais para você? Sob esse ponto de vista, faça a leitura do livro-base da disciplina a respeito da discussão do papel das organizações internacionais. Ocorre uma dinâmica diferenciada na atuação dos embaixadores e internacionalistas em relação ao papel das Organizações, inclusive diferenciando-as das organizações não governamentais. Veja essa discussão na perspectiva jurídica, num artigo que trata do papel das Organizações Internacionais na Atualidade. http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacionais-conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm#fotoNav=1 http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacionais-conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm#fotoNav=1 https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Artigo: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura& artigo_id=1682 (ver o material on-line) O desenvolvimento da disciplina de Relações Internacionais, ainda na década de 1920, foi capaz de localizar alguns debates entre as escolas que compõem esse campo, entre: realistas, liberais, racionalistas, marxistas, entre outros, propõem, no contexto de suas teorias e modelos, criar mecanismos e formas de garantir a ordem internacional, bem como na formulação de políticas públicas de ascendência entre e sobre os países. Nesse sentido, cabe também aprofundar a discussão a partir do artigo a seguir que trata do processo de organização das relações internacionais e o papel das mesmas. Artigo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011- 52581997000200006 (ver o material on-line) É importante conhecer o papel e a atuação das Organizações Internacionais, mas o fizemos aqui por meio de um tema específico que é o papel da OIT, é óbvio que cada tema exige um olhar e um conhecimento específico. No entanto, com essa abordagem mais pragmática, nosso intuito é demonstrar que as OIs estão mais próximas do que imaginamos. Uma das formas de reconhecermos o papel das OIs, é perceber a efetiva aplicação de medidas dentro da sua área de atuação. Como a questão do trabalho escravo, que envolve uma série de políticas públicas, sendo também um tema trabalhado pela OIT e coube apresentá-lo com o intuito de demonstrar a lógica e a abrangência de atuação das OIs, inclusive percebendo como a sua forma de atuação implica nas políticas domésticas dos países, no caso, em tela, o Brasil. A partir dessa abordagem, podemos perceber a diferença que a presença das Organizações Internacionais possui em nível mundial e local dentro da realidade de cada país. http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682 http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 A partir das Convenções, o Brasil, em parceria com a OIT, criou um plano de trabalho com o intuito de erradicar a condição de trabalho escravo no país. Assim, a importância dessas organizações se manifesta na própria apresentação de pauta, isto é, colocar temas que sem as OIs talvez não tivessem tanta importância no cenário local e mundial. Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. As Origens e o Desenvolvimento Histórico das Organizações Internacionais Uma curiosidade é conhecer a origem e o desenvolvimento histórico das organizações internacionais. Então a pergunta é: por que as organizações internacionais surgiram? A formação das Organizações Internacionais teve início em meados do século XIX, a partir da instalação de mecanismos institucionalizados de cooperação entre os países, especialmente, as grandes potências europeias. No entanto, as Organizações Internacionais passaram a ser estudadas somente no pós-guerra fria, assim, esses estudos e o conhecimento sistematizado vieram mais tarde. Ao se tratar de OIs, há diversos temas que marcam o seu campo de atuação. Vejamos! Segurança Coletiva Dentre as atividades que compõem a segurança coletiva, podemos destacar as operações de paz, processos de reconstrução no pós-conflito; medidas de intervenção humanitária e até mesmo políticas globais de meio ambiente e de saúde pública. Por exemplo, no Brasil, estamos enfrentando uma guerra contra o mosquito aedes aegypti, vetor transmissor de muitas doenças. Leia um artigo da revista Época: “Por que estamos perdendo a guerra contra o aedes aegypti?”, a seguir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Artigo: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo- guerra-contra-o-aedes-aegypti.html (ver o material on-line) Recentemente vimos a intervenção da ONU quanto o aedes aegypti. A questão é que além da dengue, esse mosquito transmite o vírus da zika e a febre chikungunyia. Mas a questão a se perceber é que a gravidade da situação fez com que a ONU e a OMS se envolvessem nessa guerra. Para conhecer mais esse debate e perceber o impacto das OIs em nossas vidas e principalmente na política doméstica dos países, podemos perceber na prática como determinados temas entram na agenda global. Como é o caso da médica brasileira Suzanne Serruya, que se tornou a chefe global da área de microcefalia da OMS, isso de forma emergencial, exatamente com o intuito de controlar esse problema, inclusive colocando em voga o debate sobre o aborto nesses casos. Brasil e operações de Paz Cabe também destacar a atuação do Brasil como participante das operações de manutenção da paz, sendo essa uma de suas atribuições como membro da ONU. Destacando também o artigo 4 da Constituição Federal brasileira, entre os princípios que regem as relações internacionais do Brasil estão a defesa da paz, a solução pacífica de conflitos e a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. O Brasil não se tem furtado a engajar- se na superação de conflitos – como os de Angola, Timor Leste, Líbano e Haiti. Para saber mais, acesse os dados disponibilizados pelo Itamaraty. O Brasil já participou de mais de 50 operações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 33.000 militares, policiais e civis. Atualmente, participa com mais de 1700 pessoas em nove operações de paz: MINURSO (Saara Ocidental) MINUSTAH (Haiti) UNFICYP (Chipre) UNIFIL (Líbano) http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 MONUSCO (República Democrática do Congo) UNISFA (Abyei) UNMIL (Libéria) UNMISS (Sudão do Sul) UNOCI (Côte d'Ivoire) O Governo brasileiro defende que os mandatos das operações de manutenção de paz destaquem a interdependência entre segurança e desenvolvimento como elemento indispensável à paz sustentável, bem como a necessidade de proteção de populações sob ameaça de violência e a ênfase na prevenção de conflitos e na solução pacífica de controvérsias. Atividades da Sociedade Civil Global Ainda demonstrando o impacto das organizações internacionais na agenda interna dos países, chamamos atenção para esse tema dentro das atividades da sociedade civil global. Como exemplo, visite o site a seguir, que demonstra ações do setor privado com a sociedade civil, mas com incentivo de organizações internacionais. No caso em tela, temos o exemplo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Site: http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx (ver o materialon-line) Podemos enxergar a criação das OIs como algo bom à sociedade civil? O propósito é esse, conforme analisamos o histórico do surgimento das OIs, ou seja, vimos que as Organizações Internacionais surgiram em meados do século XIX com o intuito de assegurar proteção aos países, especialmente a partir da cooperação entre esses países, como processos de paz, reconstrução após conflitos de guerra, questões humanitárias, trabalho e saúde pública e meio ambiente. http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Para complementar essa questão, veja o seguinte artigo “Conflito e cooperação nas relações internacionais: as organizações internacionais no século XXI”, por Eiiti Sato. Artigo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 73292003000200007 (ver o material on-line) Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. O Campo de Atuação e os Elementos Constitutivos das Organizações Internacionais Para termos uma compreensão da atuação da ONU, leia o artigo da revista jurídica da UNINTER, onde é discutido o papel das organizações internacionais. Artigo: http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFil e/43/pdf (ver o material on-line) O autor aponta um dos principais campos de atuação das Organizações Internacionais – a intervenção humanitária –, que é a utilização de recursos humanos e materiais fazendo ou não o uso da força para mitigar os efeitos tanto de ações humanas quanto de catástrofes naturais que causam grande impacto na vida das pessoas. A intervenção humanitária pode ocorrer também quando o Estado age com tratamento desumano e cruel para com seus concidadãos, exigindo interferência externa, isto é, das Organizações Internacionais, por isso suas ações estão calcadas no Direito Humano Internacional, essa é a base legal para sua ação. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292003000200007 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292003000200007 http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Assim, num Estado de Direito em que haja conflito de normas, deve-se prevalecer a proteção à condição humana, como um valor supremo, outras violações específicas tratam do: a. genocídio b. tortura c. discriminação racial Temos ainda a proteção a pessoas específicas, como: mulheres, crianças, trabalhadores imigrantes, povos nativos e refugiados. Cabe destacar as Convenções que embasam essa forma de atuação: a. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (em vigor desde 1976). b. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (em vigor desde 1976). c. Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais (Convenção Europeia dos Direitos do Homem); 04/11/1950. d. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica); 22/11/1969. e. Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos (Carta de Banjul, 1981). Após a apresentação dessas Convenções, é importante ressaltar a forma de atuação das obrigações presentes nos tratados, pois uma vez assumidas as convenções elas se transformam no meio de implementação dos compromissos assumidos. Mas não basta assinar o Tratado, é preciso que haja monitoramento e supervisão e isso implica em relatórios periódicos. Neste tema, você viu que um dos principais campos de atuação das OIs são as intervenções humanitárias, que são pautadas no Direito Humano Internacional. Dessa forma, fica claro que o norte das OIs é salvaguardar a vida das pessoas. Há cinco convenções que auxiliam no desenvolvimento de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 estratégias e políticas públicas que atendam esses públicos de forma diferenciada. Uma das formas de atuação das OIs, inclusive uma das mais eficientes são os Tratados. Descrevemos tanto o caso do NEPAL como do mosquito da dengue. Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. O Conceito de Organizações Internacionais Caminhamos até aqui acompanhando o papel das Organizações Internacionais, agora precisamos conceituá-las. Para tanto, vamos nos apoiar no autor Amado Luiz Cervo, que chama atenção para um fato: As teorias de relações internacionais não são isentas nem imparciais, visto que estão vinculadas a interesses, valores e padrões de conduta das sociedades onde são elaboradas e descartam esses fatores de outras sociedades. As teorias que servem ao primeiro mundo não são necessariamente convenientes para os países emergentes. (CERVO, 2008, p.8) Então, o que percebemos a partir dessa afirmação de Cervo é que a própria concepção das Organizações Internacionais é um conceito em disputa, isto é, um campo em disputa, frequentemente alimentado por seus atores, daí sua importância no campo acadêmico, perceber as disputas e os limites conceituais auxiliam na compreensão e explicação desse tema. Na verdade, assim como em qualquer ciência, as teorias e conceitos seguem correntes que disputam espaço de inserção no meio que a representa, na RI isso não é diferente. Então do ponto de vista epistemológico, a questão é: Qual é o papel da teoria no campo das relações internacionais? Assim como em qualquer ciência, ela possui o papel de iluminar os caminhos para um olhar crítico e produtivo em relação ao conhecimento, nos diz Celso Amorim, frase célebre “(...) quem não conhece a teoria não exercita a intuição conselheira da decisão (...)” (CERVO, 2008, p.8). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 De acordo com Cervo (2008, p. 17), no caso brasileiro: (...) além de grandes intelectuais, pensadores da nação, e dirigentes, como homens de Estado, políticos e diplomatas, o meio acadêmico e os centros de pesquisa contribuem para a formação de conceitos aplicados às relações internacionais do país. Por vezes as mesmas pessoas integram dois e até mesmo os três grupos acima referidos (...) Assim, a melhor forma de conceituar as Organizações Internacionais é perceber sua forma de atuação. Pois bem, vamos lá ver como as OIs influenciam a vida de todos os cidadãos, empresas e no comportamento dos países. Por exemplo: Em janeiro de 2016, o Brasil aderiu oficialmente à Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros (“Convenção da Apostila”), trata-se de um acordo internacional que simplificou os processos para reconhecer documentos públicos de outros países, eliminando a necessidade da legalização diplomática ou consular. Isso é um grande passo para agilização e desburocratização do Estado brasileiro, pois o objetivo dessa Convenção consiste em facilitar transações comerciais e jurídicas, especialmente para o comércio exterior, uma vez que consolida num único certificado toda a informação necessária para gerar validade a um documento público em outro país signatário. A partir da promulgação do Decreto 8.660, os documentos públicos podem ser validados diretamente pelo órgão que os expediu, sem a necessidade de autenticação posterior no Estado emissor ou receptor desses documentos. O grande ganho, no caso o Brasil, é que as empresas brasileiras terão redução de custos de processamento e ganho de competitividade. De acordo com o Banco Mundial, os países que não aderiram a Convenção impõem um processo complexo e moroso para o reconhecimento de documentos públicos estrangeiros em seus territórios, afetando sua capacidade de atrair investimentos. Esse exemplo deixa muito claro a capacidade de interferência e profundidade dessas mudanças promovidas pelas Organizações Internacionais. CCDD – Centrode Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Nosso objetivo foi conceituar as Organizações Internacionais, a partir do autor Amado Luiz Cervo, que demonstra que esses conceitos no campo das Relações Internacionais não são isentos e há interesses presentes em sua conceituação. Demonstramos assim, que há disputas na construção dos conceitos. Dessa forma demonstramos o papel da episteme no campo das relações internacionais. Essa abordagem é mais um “tijolinho” que agrega para o campo de conhecimento. Dessa forma, voltamos para o início desta aula quando, como recorte epistemológico, resolvemos apresentar a forma de atuação das Organizações Internacionais, pois entendemos que essa é a melhor forma de conceituá-las, nessa linha apresentamos a Convenção da Apostila. Aqui fica muito claro o papel da diplomacia e dos internacionalistas que atuarão na área, pois é preciso dupla sensibilidade e perspicácia, tanto da perspectiva doméstica quanto internacional. Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. Trocando ideias Chegou o momento de compartilhar o que pensamos sobre esse assunto! É apenas uma reflexão sobre o papel das OIs no cenário social. O seu papel é importante? Por quais motivos? Discuta sobre o assunto com os seus colegas. Participe no fórum! Na Prática Vamos entender, na prática, como uma OI atua em uma emergência internacional: uma das últimas e maiores tragédias mundiais ocorreu no Nepal, ainda em 2015. Acompanhe a notícia e perceba como todos os aspectos jurídicos e normativos acontecem num caso real. Site:https://nacoesunidas.org/CHEFE-DA-ONU-PEDE-A-COMUNIDADE-INTERNACIONAL- APOIO-PARA-RECONSTRUCAO-NEPAL/ (ver o material on-line) https://nacoesunidas.org/CHEFE-DA-ONU-PEDE-A-COMUNIDADE-INTERNACIONAL-APOIO-PARA-RECONSTRUCAO-NEPAL/ https://nacoesunidas.org/CHEFE-DA-ONU-PEDE-A-COMUNIDADE-INTERNACIONAL-APOIO-PARA-RECONSTRUCAO-NEPAL/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Analise, também, o caso dos sírios e como a ONU pode criar mecanismos para tratar desse drama humanitário, por meio de suas convenções e tratados. Site: https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso- do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/ (ver o material on-line) Nessas duas situações, demonstramos de forma pragmática os mecanismos e as formas de atuação das Organizações Internacionais. Cabe ressaltar que a informação e o direcionamento dos dados que conhecemos são um grande diferencial para a atuação das Organizações. Síntese Estamos concluindo esta aula! Hoje, vimos sobre as Organizações Internacionais, o papel que elas têm no Sistema Internacional, bem como o histórico e o campo de atuação das OIs. E, finalmente, estudamos o seu conceito. Referências BARRETO, R. N. As Organizações Internacionais na Atualidade. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura &artigo_id=1682. Acesso em: 15 fev. 2016. BUSCATO, M. RODRIGUES, A. H. Por que Estamos Perdendo a Guerra Contra o Aedes Aegypti? Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo- guerra-contra-o-aedes-aegypti.html. Acesso em: 15 fev. 2016. https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/ https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/ http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682 http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682 http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 CERVO, Amado Luiz. Conceitos em Relações Internacionais. Rev. bras. polít. int., Brasília, v. 51, n. 2, p. 8-25, dez. 2008 . Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v51n2/v51n2a02.pdf. Acesso em: 15 fev. 2016. DIREITO SEM FRONTEIRAS. O Papel da ONU na Segurança Mundial. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ. Acesso em: 15 fev. 2016. HERZ, M. Teoria das Relações Internacionais no Pós-Guerra Fria. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011- 52581997000200006. Acesso em: 15 fev. 2016. MINISTÉRIOS DAS RELAÇÕES EXTERIORES. O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz da ONU. Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4 783&catid=218&Itemid=435&lang=pt-BR. Acesso em: 15 fev. 2016. MINISTÉRIOS DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Organização Mundial do Comércio. Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1 32&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR. Acesso em: 15 fev. 2016. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Chefe da ONU Pede à Comunidade Internacional Apoio para Reconstrução do Nepal. Disponível em: https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-pede-a-comunidade-internacional- apoio-para-reconstrucao-nepal/. Acesso em: 15 fev. 2016. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. No Canadá, Ban Ki-moon Elogia Compromisso do País em Reassentar 25 Mil Refugiados Sírios. http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v51n2/v51n2a02.pdf https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006 http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4783&catid=218&Itemid=435&lang=pt-BR http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4783&catid=218&Itemid=435&lang=pt-BR http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-pede-a-comunidade-internacional-apoio-para-reconstrucao-nepal/ https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-pede-a-comunidade-internacional-apoio-para-reconstrucao-nepal/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Disponível em: https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia- compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/. Acesso em: 15 fev. 2016. NETO, J. C. Atividades Humanitárias das Organizações Internacionais: alguns casos de atuação da ONU. Disponível em: http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFi le/43/pdf. Acesso em: 15 fev. 2016. OLIVEIRA, A. L. N.; SETTON A. A Organização Internacional do Trabalho e a Interação entre os Atores Locais e Globais no Combate ao Trabalho Escravo Contemporâneo no Brasil. Disponível em: http://reporterbrasil.org.br/documentos/atuacao_oit.pdf. Acesso em: 15 fev. 2016. PNUD. Iniciativas com o Setor Privado e a Sociedade Civil. Disponível em: http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx. Acesso em: 15 fev. 2016. https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/ https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/ http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf http://reporterbrasil.org.br/documentos/atuacao_oit.pdf http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Relações Internacionais Organizações Internacionais Aula 2 Prof.ª Vanessa Fontana CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Estamos continuando a nossa discussão a respeito das Organizações Internacionais. O objetivo destaaula é: Reconhecer as Organizações Internacionais; apresentar como elas se formam e a sua composição; identificar o seu papel nas relações internacionais; conhecer a dinâmica interna de seu funcionamento. Ainda cabe, do ponto de vista mais formal, apresentar a estrutura da ONU e das suas instâncias, como o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral, o Corte Internacional de Justiça, o papel dos tratados os países que a compõem. Boa aula! Contextualizando Assista a uma breve introdução às Organizações Internacionais com a professora Vanessa Fontana. Consulte o material on-line. Pesquise TEMA 1: TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS. Em razão do aumento do número de Estados no cenário internacional, e do aumento da complexidade no relacionamento entre eles, houve consequente necessidade de cooperação formal institucionalizada, a qual se formaliza por meio de arranjos e acordos multilaterais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Somente as Conferências e os Tratados não foram suficientes para responder todas as questões surgidas entre na relação entre os Estados. Nesse contexto surgiu a necessidade de criar Organizações institucionalizadas para responder a essas demandas de forma estruturada e permanente. Com o aumento da cooperação formal entre Estados, houve a institucionalização das Organizações Internacionais, as quais passaram de meras relações bilaterais. A primeira Organização Internacional de caráter universal (ou pelo menos com esse objetivo), a qual perdurou no tempo de forma mais estável, foi a Organização das Nações Unidas. TEMA 2: O FUNCIONAMENTO DA ONU. Ainda sobre a estrutura formal de funcionamento da ONU temos: ASSEMBLEIA GERAL: A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É onde todos os Estados-Membros se reúnem para discutir assuntos que afetam a vida de todos nós. Na Assembleia Geral todos os Estados-membros têm direito a um voto, ou seja, existe igualdade jurídica formal entre todos. Os assuntos debatidos na Assembleia Geral são essencialmente relacionados ao seu objetivo de funcionamento (manutenção da paz e da segurança internacionais), assim como relativos a membros e questões orçamentárias. As resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como recomendações e não são vinculantes. Para conhecer mais sobre o Brasil e a ONU acesse o livro: Brasil e as Nações Unidas, coleção Poucas Palavras, em PDF gratuito e oficial no site da FUNAG: <http://funag.gov.br/loja/download/104> CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 SECRETARIADO O Secretariado presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os programas e políticas elaboradas pela ONU. O Secretário-Geral, cargo máximo na Organização, é nomeado pela Assembleia Geral, seguindo recomendação do Conselho de Segurança. CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Holanda), é o principal órgão de julgamento no âmbito das Nações Unidas. Todos os países que fazem parte da ONU podem recorrer à CIJ, pois ao aderir à Carta da ONU aderem ao Estatuto da Corte. Cabe destacar que a Corte Internacional de Justiça processa demandas em face de Estados apenas, e não de indivíduos. CONSELHO DE TUTELA O papel do Conselho de Tutela, suspenso de suas atividades atualmente, tinha por finalidade a supervisão da administração dos territórios sob regime de tutela internacional. CONSELHO ECONÔMICO SOCIAL O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é o órgão coordenador do trabalho econômico e social do sistema ONU. O Conselho formula recomendações e inicia atividades relacionadas ao desenvolvimento, o comércio internacional, à ciência e tecnologia, aos direitos humanos e ao bem-estar social. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 TEMA 3: CLASSIFICANDO AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS As Organizações Internacionais são sociedades compostas por Estados, cujo objetivo é sua cooperação de forma permanente, e as quais são instituídas por meio de tratado internacional. A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais, de 1969, estabelece, em seu artigo 2º, 1), d), i), que as Organizações Internacionais são organizações intergovernamentais. Ainda sobre a Convenção de Viena, em seu artigo 5º, estabelece que os tratados são o instrumento legal constitutivo de uma Organização Internacional. Para fecharmos com um conceito de Organizações Internacionais, adotaremos a definição de Carlos Roberto Husek: (...) Organização Internacional é uma associação voluntária de sujeitos de Direito Internacional constituída por ato internacional e disciplinada nas reações entre partes por normas de Direito Internacional, que se realiza em um ente de aspecto estável, que possui um ordenamento jurídico interno próprio por meio dos quais realiza as finalidades comuns de seus membros mediante funções particulares e o exercício de poderes que lhe foram conferidos (...) (HUSEK, 2000, p.222). A literatura especializada apresenta ao menos três características das Organizações Internacionais: 1) Ato Multilateral e Internacional: a criação e a institucionalização de uma Organização Internacional deve ser feita por meio de um tratado internacional, o qual deve possuir características de multilateralismo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 2) Estrutura e Duração: são constituídos com o objetivo de duração permanente, sejam por tempo indeterminado ou não. 3) Institucionalização: possuem estrutura institucional organizada formal e materialmente, e possuem personalidade jurídica própria. Ainda podemos definir as OIs quanto a sua finalidade que podem ser: Gerais: não restringem o seu campo de atuação, como a: ONU, OEA. Específicas: possuem conteúdos delineados e trabalhados, como: OPEP, OIT, UNESCO. Outra forma de observar as OIs é quanto à classificação: Universal: a principal representante é a ONU. Regional: congrega membros que possuem os mesmos interesses regionais, geográficos, econômicos, sociais, culturais, e políticos, como exemplo, temos OEA, MERCOSULE UE. TEMA 4: CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL Como vimos, as Organizações Internacionais precisaram de formalização para que houvesse a cooperação entre os Estados. Então, já vimos como elas nascem. Vamos nos deter nessa aula na forma de ingresso, saída dos membros e o processo de extinção de uma Organização Internacional. INGRESSO DE MEMBROS Quando falamos em membros de Organizações, o temos de dois tipos: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 1) ORIGINÁRIOS: são os membros que participaram do processo de formação da organização em seu nascimento e tendo assinado e ratificado o seu tratado constitutivo. ADMITIDOS: são aqueles membros que não participaram do ato constitutivo da OI, mas que aderiram posteriormente as condições impostas para participar. Cabe ressaltar que cada organização pode apresentar as condições que julgar adequadas para o ingresso de novos ingressos, inclusive alegações de ordem geográfica. Quando ocorre o descumprimento das obrigações assumidas com as Organizações Internacionais, isso pode gerar diversas consequências para o Estado-membro. Em situações extremas, pode-se, inclusive, suspender direitos ou mesmo exclui-los. SAÍDA DE MEMBROS Existem duas modalidades de suspensão, que pode ter caráter preventivo ou punitivo. No caso da ONU, acontece da seguinte forma: o Conselho de Segurança indica o Estado-membro para a Assembleia Geral, a qual votará pela Suspensão dos direitos do Estado; a extinção e a suspensão possuem o mesmo procedimento. O Estado-membrosuspenso pode frequentar, mas não pode votar nas reuniões da Assembleia Geral, mas como exceção, a Assembleia Geral pode permitir que o Estado-membro vote em alguma reunião específica. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 A aplicação de suspensão ou da expulsão ocorrerá somente com voto de 2/3 dos Estados-membros da Organização, os quais devem estar presentes na Assembleia Geral. EXTINÇÃO DE UMA OI A questão agora é como se extingue uma Organização Internacional. Para entender esse processo é melhor partirmos para um exemplo. A solvência ou extinção de uma OI pode ocorrer somente com a concretização de um novo acordo entre os Estados-membros, o mesmo procedimento ocorre caso encaminha-se para a sucessão e não extinção. Como exemplo, tivemos o caso da Liga das Nações, em 1946, que foi sucedida pelo ONU, recebeu seus bens móveis e imóveis e assumiu também as dívidas. A Liga das Nações foi uma associação intergovernamental, permanente, com objetivos universais, organizada com base em princípios de segurança coletiva e da igualdade entre os Estados soberanos. TEMA 5: A PERSONALIDADE JURÍDCA DAS OIs Nesta fase da aula, discutiremos a personalidade jurídica das Organizações Internacionais. Para o Direito Internacional, há consenso em relação ao fato de que existem somente dois sujeitos com personalidade jurídica internacional: os Estados e as Organizações Internacionais. “(...) O Estado possui personalidade jurídica originária. Dele emanam as normas de Direito Internacional da Sociedade Internacional. Em relação às Organizações Internacionais, sua personalidade jurídica não era consenso até que, em 1949, a Corte Internacional de Justiça assim a reconheceu, no julgamento do caso Folke Bernadotte. O caso refere-se a um CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 diplomata de nacionalidade sueca, a serviço da ONU, o qual morreu em um atentado em Jerusalém no ano anterior. Trocando ideias No decorrer de nossa aula, vimos que a Corte Internacional de Justiça, tem como principal objetivo a solução pacífica de controvérsias. Você acredita que as ações da Corte Internacional de Justiça são efetivas para atingir tal objetivo? Por quê? Aproveite a oportunidade para discutir e debater com seus colegas de curso no fórum da disciplina disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Na Prática Este é o momento de identificarmos na prática um pouco da teoria. Nesta aula, diferenciamos uma Organização Internacional de outras Instituições e agrupamentos formais e informais e destacamos os aspectos jurídicos dos Tratados que formam as OIs. Demonstramos também que as Organizações Internacionais têm como forma de atuação o Direito Internacional, sempre tendo como pano de fundo, a coexistência pacífica entre os Estados. Síntese Tivemos a preocupação de conceituar Organizações Internacionais a partir do olhar de diversos autores, bem como as características marcantes das OIs, de seus atos multilaterais, sua estrutura e seu processo de institucionalização. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Nesta aula apresentamos como as Organizações Internacionais nascem, o processo de composição dos membros, a saída dos Estados-membros e a extinção de uma OI. Vimos que o processo de ingresso de membros tem como base os originários e os admitidos, sempre com base em Tratados e Acordos. Agora, sobre a saída existem duas formas a preventiva e a punitiva. Referências HERZ, Mônica; HOFFMANN, Andréa Ribeiro. Organizações Internacionais: história e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. HUSEK, Carlos Roberto. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo: LTR, 2000. REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: Curso Complementar. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. SEITENFUS, Ricardo. Manual das Organizações Internacionais. Porto Alegre: Editora Livraria do Advogado, 2005. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Organizações Internacionais Aula 03 Profa. Vanessa Fontana CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Caro aluno, seja bem-vindo! Estamos iniciando a terceira aula da disciplina Organizações Internacionais! Continuando nosso estudo sobre Organizações Internacionais, nesta aula veremos a parte mais técnica do seu funcionamento, como: sua competência, suas funções, seu funcionamento interno, a origem dos seus recursos, apresentaremos o papel dos funcionários internacionais e as imunidades que possuem. Não esqueça também de sempre buscar conteúdos externos e consultar outras literaturas acerca do assunto! Vamos começar? Contextualizando Consegue se lembrar dos temas que estudamos na aula anterior? Relembre: aprendemos que as OIs são altamente especializadas e cada uma possui também especificidades em sua forma de atuação. Podemos dividir em quatro as competências das OIs: NORMATIVA, OPERACIONAL, DE CONTROLE e IMPOSITIVA - isso do ponto de vista jurídico de sua atuação. Confira! NORMATIVA: Como as OIs possuem personalidade jurídica própria, exercendo sua função normativa elas são capazes de emitir regulamentos próprios a partir do seu arcabouço jurídico próprio e por isso interno. OPERACIONAL: Como o próprio nome diz é o setor que colocará em prática as normas provenientes do setor jurídico daquela OI. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 DE CONTROLE: É o setor que fiscalizará e controlará o processo de execução de suas normas dos Estados integrantes dessa OI. IMPOSITIVA: A nomenclatura revela que existe a necessidade de imposição de sanções ao Estado-membros, isso também é uma forma dela exercer autonomia e independência a partir das normas por ela emitidas, isto é, a autonomia da sua personalidade jurídica. Sobre as competências que você viu, a professora Vanessa explica sobre cada uma delas na videoaula disponível no material on-line. Pesquise Quais as funções e as competências das OIs? Anteriormente, foram listadas as competências das OIs. Cabe agora ressaltar que, a função das OIs está vinculada a sua espécie. Assim, temos quatro itens fundamentais para entender suas funções: abrangência finalidade natureza abrangência em relação aos Estados Vamos conhecer o conceito de cada uma das funções, a seguir: ABRANGÊNCIA: temos duas modalidades como as regionais e as universais. Como exemplo, de uma Organização Regional temos o Mercosul e de uma Universal, temos a OIT. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 FINALIDADE: Podemos apresentá-las como gerais que tratam de uma grande variedade de questões como a ONU e temos as especiais que tratam de temas bastante específicos como a OIT e a OMC. NATUREZA: Para entendermos a natureza precisamos conhecer o nível de autonomia cedido aos Estados-membros. Mesmo assim, com essa condicionalidade temos a questão da natureza intergovernamental, aqui os Estados não abrem mão de sua soberania em prol da OI. Temos ainda as supranacionais, nesse modelo o Estado renuncia uma parte da sua soberania em prol de órgãos dessa OI, o melhor exemplo é a União Europeia. ABRANGÊNCIA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS: os primeiros perfis são daquelas OIs que estão abertas a todos os Estados, mesmo aquelas que não tiveram participação na criação desta OI, bem como, não se considera o preenchimento de requisitos ou de determinadas condições. Temos ainda as semiabertas que admitem o ingresso de novos membros desde que os requisitos e critérios sejam preenchidos. Por fim, temos as fechadas que não admitem o ingresso de novos membros, além daqueles que participaram da sua formação.Agora é só assistir a videoaula no material on-line. O Funcionamento Interno das OIs e a sua Forma de Estruturação As Organizações, como já dissemos possuem uma ordem jurídica própria e autonomia para definir a ordem jurídica da Organização e estabelecer como cada um dos órgãos irá executar suas atividades. Cabe ressaltar que para nos aprofundarmos nos aspectos internos, vamos observar que as OIs possuem personalidade jurídica internacional. Elas possuem também, o chamado Direito de Legação, isto é, a OI tem autonomia para enviar e receber representantes e agentes diplomáticos, isso independente da posição do Estado-membro. Mesmo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 que as OIs dependam do orçamento dos Estados-membros, depende exclusivamente da OI decidir como, e em que, ocorrerá investimento dos recursos financeiros, inclusive com autonomia decisória. Em 1949, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) fez um parecer em que se tornou imprescindível: que a Organização Internacional possua personalidade internacional. Do ponto de vista intra-organizacional as OIs para existirem precisam de órgãos próprios, divididos em sua maioria em três funções: 1) Órgão Executivo: Conselho, 2) Órgão que une todos os Estados: Assembleia e 3) Administração: Secretariado. Temos ainda a necessidade de sede própria, constituída por um acordo entre a OI e o Estado soberano para o estabelecimento de instalação física. É importante aqui, destacar algumas características das Organizações Internacionais: a) Sujeitos Derivados e Secundários: Para a criação de uma OI é preciso à manifestação dos Estados. b) Personalidade Internacional Própria: possuem autonomia para celebrar tratados internacionais. c) Duração Indeterminada: são organizações estáveis e por isso devem ser constituídas por prazo indeterminado. d) Objetivos Internacionais Relevantes: ela é formada por atos constitutivos com objetivos a serem conquistados que precisam ser delimitados no Tratado Constitutivo. e) Órgãos Permanentes: deve ter no mínimo o Conselho, a Assembleia e o Secretariado. O que será que o seu livro-base tem a ensinar sobre este conteúdo? Acesse: http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/768.php CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Não deixe de assistir a vodeoaula com a professora Vanessa no material on-line. Quais as fontes de receita das OIs? As Organizações Internacionais não produzem riquezas materiais e também não possuem autonomia financeira. Atualmente, somente a ONU possui fonte própria de receita, vendendo selos e publicações. As OIs de maneira geral não possuem receita própria. Cada vez mais os gastos das OIs crescem ao contrário da arrecadação. De maneira geral, as OIs preveem em seu Tratado de Constituição ou em acordos complementares como será a forma de financiamento. Mesmo que seja um valor mínimo os Estados-membros devem contribuir. O orçamento é dividido entre as despesas fixas e flexíveis. A primeira necessidade é para cobrir gastos administrativos ordinários isto para o funcionamento normal da organização. A outra despesa que possuem são os projetos de desenvolvimento econômico e social. Entenda mais sobre esse processo acompanhando a videoaula da professora Vanessa no material on-line. Imunidades dos Funcionários Internacionais e o seu Papel Como essas OIs são compostas? Como será que elas se organizam? Como contratam os “servidores públicos internacionais”? Quais os limites de atuação? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Não se preocupe, a professora Vanessa irá te acompanhar na descoberta das respostas para todas estas perguntas! Para começar, você entenderá que juntamente com o nascimento e formação das Organizações Internacionais, houve a necessidade da criação de uma burocracia internacional para a contratação de funcionários para exercerem esta função. Os primeiros foram recrutados para desenvolver suas atividades no Secretariado, isto é, na administração da Organização Internacional. Num primeiro momento esses servidores foram recrutados dos países-membros que compunham as OIs. Mas com a criação da Liga das Nações detectou-se a necessidade de um funcionalismo especializado e pertencente exclusivamente a própria OI, isto porque era preciso um funcionário altamente especializado e imparcial. Daí a criação de um secretariado multinacional. Vamos conhecer um pouco mais sobre esses funcionários internacionais? Primeiramente, assista a este vídeo sobre Profissão Diplomata: Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=iOkM_vm3u2g As OIs recrutam funcionários com formações diversas, pois precisam de especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento, para exercer os mais diversos cargos. Especialmente na ONU, os dados de 2014 revelam que ela possuía 44 mil funcionários oriundos dos 193 que a compõem, desenvolvendo suas atividades junto ao Secretariado da ONU, trabalhando nas sedes de Nova Iorque, Genebra, Viena e Nairóbi, bem como nos escritórios distribuídos no mundo. A partir so reconhecimento da atuação dos funcionários internacionais, aproximadamente em 1919, as OIs passaram a ter um perfil novo e diferenciado e com o intuito de melhor desempenho da função inseriram a imunidade como diferencial em relação aos demais trabalhadores. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 As imunidades diplomaticas têm como objetivo viabilizar o exercicio das funções dos representantes de outros estados de forma pacífica. Este é o assunto do vídeo a seguir. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=y3UGGCSlYG8 As imunidades referentes as OIs e ao seus funcionários possuem destaque e estão relacionadas ao Estado-sede. Segundo o diplomata Leandro de Oliveira Moll, “(...) as imunidades internacionais compreendem as imunidades jurisdicionais pertencentes a organizações internacionais e gozadas por elas e por seus funcionários, consagrados em acordos internacionais concluídos entre elas e os seus Estados- membros, com a finalidade de assegurar o bom desempenho de suas funções (...)” (MOLL: 2010, p. 31). Para finalizar este tema, assista ao vídeo da professora Vanessa no material on-line. TROCANDO IDEIAS Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para participar do fórum respondendo: Qual o papel da OMC, especialmente na perspectiva de suas fontes de financiamento e a respeito das políticas mais voltadas para o desenvolvimento sustentável? Participe deixando a sua opinião. NA PRÁTICA Você deve ter observado no exercício anterior que uma das preocupações da OMC é que sejam assegurados o pleno emprego e o crescimento amplo da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 renda. A OMC entende que as atividades econômicas devem melhorar sim o padrão de vida das pessoas. Atualmente com foco no comércio e na expansão econômica a OMC tem uma preocupação crescente com o desenvolvimento sustentável, sendo essa uma das prioridades da OMC. Realizar atividades de comércio e de desenvolvimento econômico, com a preservação do meio ambiente é linha das políticas públicas oriundas da OMC. Na verdade, a OMC é uma das OIs mais atuantes e mais demandadas no cenário internacional, já que, cabe a ela discutir assuntos controversos entre as nações. Acesse o vídeo abaixo, para conhecer um pouco mais sobre Desfecho da Organização Mundial do Comércio (OMC). Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=7wGid3WULgo SÍNTESE Nossa terceira aula está chegando ao fim. Vamos relembrar os tópicos abordados nesta aula? Compreendemos o funcionamento interno das OIs e a sua forma de estruturação, demonstrando que as OIs possuem personalidade jurídica internacional, possuem autonomia na constituição da sua ordem jurídica e definemcomo cada um dos órgãos executa suas atividades, inclusive a circulação de seus funcionários. Aprendemos sobre as competências das OIs, especialmente sobre a divisão que ocorre sobre quatro pontos: normativa, operacional, controle e impositiva. Vimos que, a função das OIs está vinculada a sua espécie, nesse contexto existem quatro itens fundamentais para entender a sua função: abrangência, finalidade, natureza, abrangência em relação aos Estados. Apresentamos, as fontes de receitas das Organizações Internacionais, e que as OIs não possuem capacidade de produzir riqueza material e também não possuem autonomia financeira. Que as imunidades diplomaticas tem como CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 objetivo viabilizar o exercicio das funções dos representantes de outros estados de forma pacífica. Demonstramos, a forma de recrutamento desses funcionários junto aos países-membros, e que, posteriormente, detectaram a necessidade de criar uma categoria altamente especializada e um corpo próprio das OIs e não somente como indicados dos países membros visando a imparcialidade, com formações diferenciadas e diversas. Vale lembrar que sempre ao término de algum estudo, é de grande valia fazer uma sintetização, e caso tenha ficado dúvidas em alguma parte, nunca hesite em retomar o conteúdo, afinal é deste modo que você se tornará um expert no assunto! Referências ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO. Solução de Controvérsias - GATT 1994. Disponível em: http://unctad.org/pt/docs/edmmisc232add33_pt.pdf. Acesso em: 15 fev. 2016. THORSTENSEN, Vera. A OMC – Organização Mundial do Comércio e as negociações sobre o comércio, meio ambiente e padrões sociais. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 73291998000200003. Acesso em: 15 fev. 2016. CONEXÃO MUNDO. Organizações Internacionais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tj18XBcamfA. Acesso em: 15 fev. 2016. http://unctad.org/pt/docs/edmmisc232add33_pt.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73291998000200003 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73291998000200003 https://www.youtube.com/watch?v=tj18XBcamfA CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Organizações Internacionais Aula 4 Professora Vanessa de Souza CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Seja bem-vindo a mais um encontro da aula de Organizações Internacionais! Hoje o nosso objetivo é na perspectiva da tomada de decisão, o formato de distribuição do poder, bem como as não decisões, que são entendidas conceitualmente no campo político como uma decisão. Cabe destacar a centralidade das OIs no século XXI, inclusive como definidor de pautas e gerada de políticas públicas globais. Sendo fundamental compreender o seu formato de atuação, os seus limites e alcances. Também as mutações sofridas pelas OIs com o objetivo de se tornarem mais efetivas do ponto de vista decisório. Acompanhe no material online a introdução da professora Vanessa sobre o que veremos hoje! Contextualizando Nas aulas anteriores você aprendeu sobre o conceito das organizações internacionais, seu processo histórico, como reconhecer estas organizações, bem como suas partes técnicas na última aula. Hoje trabalharemos com o processo decisório, como ele funciona? Além, é claro, de outros assuntos interessantes! Vamos estudar? Aproveite! Pesquise TEMA 1: Apresentar e refletir sobre o processo decisório Em nosso estudo é importante caracterizarmos os procedimentos de discussão, o processo de votação e também a execução das decisões. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 O Professor Ricardo Seintenfus chama atenção para o fato de que na contemporaneidade as Organizações Internacionais possuem um papel central e condutor no encaminhamento das políticas públicas globais. Cabe destacar que existe um método muito próprio de cada uma dessas OIs. Um dos mecanismos fundamentais para o processo global é a publicização dos debates, isto é, uma das formas de trazer transparência para os processos decisórios globais. Sem contar que, de maneira geral, os eventos internacionais têm ampla cobertura da imprensa mundial, o que também fornece determinada transparência ao processo. Assim, veremos aqui os mecanismos globais e mais teóricos desse processo. O mais importante é reconhecer como essas regras são divididas e estabelecidas pela OI. UNANIMIDADE OU CONSENSO? O que é melhor? A unanimidade é um mecanismo muito interessante, pois gera uma integração entre a condução de políticas públicas por parte dos países envolvidos, isto é, garante a participação e elimina alguns obstáculos. O que é muito proveitoso do ponto de vista operacional. Aqui podemos visualizar aspectos mais democráticos e a normalidade no processo de execução das decisões tomadas. Para saber mais acesse o link a seguir e assista uma parte do documentário sobre a ONU e o processo de tomada de decisão, numa perspectiva democrática: https://www.youtube.com/watch?v=e2dn2CjqkA0 No vídeo que você assistiu ocorre uma cobrança por mais espaço participativo dentro da ONU, os países demandam e as Organizações Não Governamentais Internacionais também. https://www.youtube.com/watch?v=e2dn2CjqkA0 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Então, os processos de decisão, o que “entra” e o que “não entra” na agenda internacional são extremamente relevantes. Do ponto de vista do processo decisório e da tomada de decisão, a ciência política nos auxilia a compreender os limites e controvérsias do processo decisório. A unanimidade é um processo complexo e que acaba gerando lentidão decisória, por vezes, até paralisia nas Instituições Internacionais. Por vezes, as OIs são muito criticadas por terem um processo lento de decisão, induzido inclusive pelo modelo buscado, ou seja, a unanimidade. Então, a própria natureza das OIs as leva a essa paralisia, pois estamos falando de inúmeros países, inúmeros olhares e concepções de mundo. Isto, por si só, leva a um processo extremamente lento. Fatores que dificultam o processo decisório nas OIs: Diversidade de parceiros. Longas rodadas de negociação. Busca pelo conhecimento comum dos temas. Dificuldade de compor interesses divergentes. Nesta perspectiva, Seitenfus nos alerta sobre como a chamada UNANIMIDADE STRICTO SENSU foi passando por grandes transformações. Uma das Organizações com traço mais marcante nesse sentido é a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte. Exatamente com o intuito de diminuir a demora do processo decisório as OIs partiram para um sistema de votação mais flexível que estudaremos na sequência. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Mas como exemplo, temos o sistema misto adotado pelo Conselho de Segurança da ONU, em que para tomar uma decisão é preciso o voto de 2/3 dos membros, sendo que entre os votos desses 2/3 deve estar o voto dos 05 membros permanentes. Ressaltando que, o voto contrário de um membro permanente, automaticamente vetará a tomada de uma decisão pelo Conselho. Complexo, não? Pois então, para se aprofundar sobre o tema recomenda-se a leitura do artigo “Conselho de Segurança da ONU”: http://www.revistajustitia.com.br/revistas/bd8463.pdf Na sequência da aula aprofundaremos o funcionamento desses mecanismos decisórios. O processo de decisão nas OIs é extremamente complexo, pois se trata de decisões que envolvem países com concepções, necessidades e olhares divergentes, sobre temas que são comuns. Inclusive, a inserção desses países nas OIs passa pela necessidade de dirimir essas diferenças entre os países, mas cada um dentro desuas especificidades, então, para dizer o mínimo desses processos, eles são extremamente delicados e envolvem muito conhecimento técnico, tanto dos temas quanto da história de cada um desses atores presentes nas Organizações Internacionais. Vamos recapitular sobre o processo decisório com a professora Vanessa no material online. TEMA 2: O sistema de votação das OIs Do ponto de vista do processo de votação, as Organizações Internacionais possuem mecanismos próprios e bem específicos no processo de tomada de decisão e isto ocorre por meio de votação. As decisões no âmbito das OIs possuem um sistema. As decisões e deliberações ocorridas nas Organizações ocorrem, de modo geral, no momento da assembleia-geral. A http://www.revistajustitia.com.br/revistas/bd8463.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 literatura especializada aponta que o Sistema Decisório das OIs é organizado da seguinte forma: Sistema da Unanimidade Como o nome mesmo faz a referência, neste sistema todos os Estados concordam sobre o encaminhamento de determinada decisão, não havendo a possibilidade de dissidência. Sistema da Dissidência Neste sistema de decisão deixa-se de aplicar determinada resolução para os Estados que não aprovaram tal decisão, esses Estados que não aprovaram tal decisão são chamados de Estados dissidentes. Sistema de Voto Ponderado Neste sistema, alguns Estados possuem o direito de terem mais votos, os que possuem mais cotas dentro da Organização, a exemplo, do que ocorre com o Fundo Monetário Internacional – FMI e com o Conselho de Segurança, em que cinco Estados, tem direito ao veto. Sistema de Maioria Simples Neste modelo, prevalece a vontade da metade dos Estados votantes mais um. Maioria Qualificada No sistema de maioria qualificada, conforme artigo 18 § 2º da Carta da ONU vence a vontade de 2/3 dos países votantes. Como vimos, esse processo precisa ser muito regrado em função das diferenças entre os países, inclusive com o intuito de resguardar o equilíbrio entre eles. Uma questão interessante é refletir sobre quais temas entram ou não para a agenda internacional. Nesse sentido, vamos assistir ao vídeo abaixo, em que, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP tem como demanda de temática para a ONU. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Agora faça uma pausa! Consulte o livro da disciplina sempre que tiver dúvidas. Assista também a discussão sobre diversidade x competitividade ONU acessando o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=LZV1kZsgDdg A questão é o empoderamento das mulheres, acesso a postos de trabalho, condições de trabalho, políticas de igualdade, etc. Esses são temas conflituosos e que por vezes passam por grandes embates para entrar na agenda internacional. Vale a pena também aprofundar o assunto fazendo a leitura do artigo que trata do atendimento às mulheres na rede pública que sofreram algum tipo de violência, confira: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v9n1-2/02.pdf Ainda buscando aprofundar o assunto sobre o papel que a ONU ocupa na promoção de políticas para mulheres. Visite o site “ONU Mulheres” para conhecer! Acesse o link: http://www.onumulheres.org.br/ O processo decisório funciona por meio de um sistema de voto com inúmeras variáveis e pesos entre as OIs. Apresentamos o sistema de unanimidade, dissidência, voto ponderado, maioria simples, e por fim, maioria qualificada. A questão a se pensar também é como determinados temas entram para a agenda das OIs e outros não. Isso interfere no funcionamento da OI e em seu resultado final, isto é, na indução das políticas públicas, por parte dos países membros. Para fechar este tema, não saia sem antes assistir à explicação da professora Vanessa no material online! https://www.youtube.com/watch?v=LZV1kZsgDdg http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v9n1-2/02.pdf http://www.onumulheres.org.br/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 TEMA 3: Por que algumas OIs têm poder no cenário internacional e outras não? Vimos o funcionamento global das OIs do ponto de vista decisório e dos mecanismos adotados para que as decisões sejam tomadas. Bem como as dificuldades e a lentidão que ocupa o processo decisório. Agora cabe perceber o porquê de algumas OIs terem poder e outras não. Quais fatores são determinantes para que nem todas as OIs tenham o mesmo destaque no cenário internacional, bem como isso influência no desenho das políticas públicas globais disseminadas por essas OIs que possuem menos destaque no cenário internacional. Nesta linha de observar as diferenças no reconhecimento do poder dessas OIs, podemos destacar alguns fatores que influenciam no destaque ou não da OI no cenário internacional e na sua relação com os países. Fatores preponderantes na relação de poder: 1) As decisões das OIs são heterogêneas. 2) O peso político varia de acordo com o tema e com a OI. 3) A postura dos Estados-membros em relação à decisão tomada. 4) A natureza da Organização Internacional. 5) O ambiente internacional no momento da tomada de decisão. Todos estes fatores são preponderantes no estabelecimento e reconhecimento de relações de poder. Bem como o próprio trâmite do processo decisório, aliás, este tem um papel definitivo neste cenário. Tanto que podemos apresentar o fluxo que uma decisão que percorre no âmbito das OIs. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 A literatura apresenta o fluxo mencionado em 5 etapas, são elas: 1) Nascimento da decisão. 2) Construção do consenso. 3) A redação de um texto legal pautado pelas regras da OI. 4) A aplicação da decisão. 5) A eficácia da decisão. Esse é o fluxo de maneira geral, e não segui-lo pode comprometer o andamento da decisão. Exatamente, com o intuito de apurar essa distribuição de poder, foi realizada, segundo o Prof. Ricardo Seintenfus, uma grande pesquisa coletiva para identificar o papel dessas OIs. Eles trabalharam com 08 OIs: Processo decisório em 08 OIs (1945-1970) 1) União Internacional de Telecomunicações - UIT. 2) Organização Internacional do Trabalho – OIT. 3) UNESCO. 4) Organização Mundial de Saúde – OMS 5) Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA. 6) Fundo Monetário Internacional – FMI. 7) Acordo Geral sobre as Tarifas Aduaneiras e o Comércio – GATT. 8) Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento – CNUCED. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 O que os pesquisadores observaram foram: 1) A representação. 2) Questões simbólicas. 3) Os limites de atuação. 4) Os programas. 5) As normas/normativas. 6) Respeito às regras. 7) Questões operacionais. Os resultados da pesquisa foram: 1) A influência dos atores é diferenciada relativas a OI e ao tema. 2) As OIs mais ativas são: UIT, OIT, UNESCO e OMS. 3) Os Estados-membros mais poderosos valorizam o papel das OIs. 4) Os Estados-membros mais importantes e poderosos dominam o processo de pauta e, portanto, o decisório das OIs. 5) O controle da agenda é realizado pelos Estados mais poderosos quanto isso diz respeito a sua política externa, os temas em destaque são: nuclear, comércio, investimentos e comunicações. Nessa perspectiva, a conclusão é que as sociedades ricas, industriais e capitalistas, desempenham um papel central no desenho e na agenda das políticas públicas globais. E isso não é “achismo” é sim, baseado em dados de pesquisa acadêmica. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Para aprofundar o seu conhecimento sobre essas relações de poder que envolvem as OIs leia o artigo a seguir: http://www.senac.br/informativo/BTS/302/boltec302b.htm Neste tema discutimos porque algumas OIs têm poder e outras não. Vimos que os países ricos têm papelpreponderante no processo decisório e que há temas em que eles possuem maior interessante e acabam fazendo com que este prevaleça dentro das OIs. O jogo de concertação que envolve as OIs é extremamente complexo, pois os interesses postos convertem-se em políticas públicas globais. Vimos também que algumas OIs possuem destaque na atuação e isso está diretamente vinculado ao processo decisório adotado. Estamos quase chegando ao fim desta aula, confira um pouco mais sobre o poder das OIs com a professora Vanessa, no material online! TEMA 4: Apontar as consequências do descumprimento das obrigações assumidas para com uma OI Em tese, como vimos, as Organizações Internacionais desfrutam de uma autonomia relativamente limitada, os países frágeis as procuram para se fortalecerem politicamente e buscarem recursos financeiros. Mas, para os países ricos, as OIs funcionam para o exercício da diplomacia tornando-se uma extensão da sua política externa. Neste viés podemos falar em dois grupos: Potências e Estados Desenvolvidos: possuem interesses generalizados e atuam na “grande política internacional”. Estados débeis: possuem interesses limitados e desenvolvem a “pequena política”. http://www.senac.br/informativo/BTS/302/boltec302b.htm CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Nesse jogo, esses atores internacionais tanto se enfrentam como cooperam entre si. Da perspectiva histórica temos 5 escolas que explicam as fases históricas das Organizações Internacionais: FUNCIONALISTA É marcado pelo final da segunda guerra mundial. Aqui, o princípio das OIs era o de servir os interesses da sociedade e afastar a preponderância dos Estados, assim o objetivo era distribuir igualmente as ações e políticas das OIs. DESENVOLVIMENTISTA Período marcado na década de 1960, em que, houve grande dificuldade na manutenção da paz e da segurança, buscando aqui um novo caminho: paz e desenvolvimento. O desenvolvimento econômico e social tornou-se um fim em si mesmo, o objetivo máximo era o de expansão econômica. TRANSNACIONALISTA Nesse momento, buscou-se investimento das empresas transnacionais, pois os estados pobres não tinham a menor capacidade de poupança interna. E, uma das formas de se dispor de divisas foi o de instalação de empresas transnacionais nos países. Entendia-se que essas empresas dinamizariam as economias e provocariam desenvolvimento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 GLOBALISMO Passaram a reconhecer a escassez de recursos naturais e as matérias primas da Terra e os efeitos que essa exploração ilimitada causou. GLOBALIZAÇÃO Esta é a nossa atual matriz, que tem como marca a diminuição do tamanho e do papel do Estado, em detrimento das Forças Transnacionais, o que a literatura aponta como um enfraquecimento das OIs. Interessante perceber é que o momento histórico revela muito sobre o papel e a evolução das OIs. A capacidade de impor suas decisões depende do vínculo ao Tratado Constitutivo e à natureza de cada Organização. As OIs comunitárias ou de subordinação possuem uma competência impositiva. No entanto, as OIs de “concertação” não contam com a imposição, na verdade, a imposição é uma exceção. Assim, as decisões impositivas das OIs podem ser aplicadas exclusivamente para a: 1) Manutenção da Paz. 2) Manutenção da Segurança Internacional. Pensar na imposição de uma decisão do coletivo internacional a um Estado soberano que não quer acatar determinada decisão pode ser interpretado como ingerência, isto é, interferência em questões internas de um país. Para entender melhor, faça a leitura do artigo “Ingerência ou Solidariedade? Dilemas da ordem internacional contemporânea. A seguir, clique no ícone para acessá-lo: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392002000200003&script=sci_arttext&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392002000200003&script=sci_arttext&tlng=pt CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 A primeira notícia que se tem sobre ingerência, foi estabelecida em 1919, pela Liga das Nações, indicando três formas de ingerência: 1) § 4º do Artigo 4º: estabelece que o “(...) Conselho tomará conhecimento de toda questão que entrar na esfera de atividade da sociedade ou que interessar à paz do mundo (...)”. 2) Artigo 22 § 1º, Sobre territórios “(...) que são habitados por povos ainda não capazes de se dirigir (...) e por este motivo o melhor método é confiar a tutela desses povos às nações desenvolvidas (...)”. 3) Artigo 23 tratava de princípios genéricos, como, condições de trabalho equitativas e humanas para o homem, a mulher e a criança (...) tratamento equitativo das populações indígenas (...) tráfico de mulheres, crianças, ópio (...). Já a Carta das Nações Unidas – ONU, dispõe em seu artigo 2º, § 7 que nenhum dispositivo autoriza a ONU a intervir em assuntos que dependem da jurisdição do Estado ou ainda obrigará a submissão. Assim, só é permitida a intervenção mediante ameaça à Paz. Nessa linha apresentamos algumas ações de bloqueio, de acordo com o artigo 41. 1) Isolamento do país faltoso. 2) Bloqueios. 3) Princípio da Não-Intervenção. 4) Medidas Unilaterais (como no caso do terrorismo. Cabe ressaltar que qualquer ação coercitiva depende de autorização do Conselho de Segurança da ONU. Para aprofundar e concluir essa aula, vamos finalizar apresentando 04 possibilidades que caracterizam a ingerência. 1) Como proteção aos estrangeiros residentes em território instável. 2) Assistência humanitária. 3) Como imposição da paz. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 4) Restauração da democracia. Vale a pena se aprofundar no assunto assistindo o vídeo de um pedido de Ingerência para a OEA. https://www.youtube.com/watch?v=gCLYqd3fwHI Aprendemos neste tema sobre as fases históricas que envolvem e explicam o desenvolvimento das escolas que explicam o funcionamento das Organizações Internacionais. Na sequência, apresentamos o papel da ingerência e os mecanismos por meio dos quais ela começou operando, pelos anos de 1929 com a Liga das Nações. E, posteriormente, apresentamos mecanismos de bloqueio que podem ser utilizados. Confira a mais uma videoaula explicativa com a professora Vanessa no material online. TEMA 5: Por que as normas e decisões emanadas das OIs são com frequências violadas? Pois bem, já tivemos uma ideia, a partir do tema anterior sobre a impossibilidade de imposição por parte das Organizações Internacionais, e isso já nos dá algumas pistas do porquê com certa frequência as decisões das OIs não são cumpridas, ou ainda, são violadas. Aqui nos aprofundaremos sobre esse tema. Segundo Seitenfus, a democracia é uma grande referência das modernas relações internacionais, inclusive como ferramenta para ingressar nas OIs. Cabe ressaltar que quando falamos em democracia ela é uma via de mão dupla, pois aquelas que participam das OIs são adeptas do regime democrático, e como tal, as OIs precisam também respeitar a autonomia dos Estados soberanos. https://www.youtube.com/watch?v=gCLYqd3fwHI CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Cabe destacar que as OIs não se limitam a enviar somente forças de interposição, em geral, elas intervêm nos assuntos internos de um Estado, mas com o objetivo de auxiliá-lo no exercício de algumas competências: Organização de eleições. Retirada de Minas. Reinstalação de Refugiados. Proteção à população. Políticas humanitárias. A Corte Internacional de Justiça reitera que esse auxílio não deve ser entendido como uma intervenção ilícita, mas sim lícita. Sobre essas questões existe uma forma de ação por meio do Conselho de Segurança da ONU, em que ele realiza um controle político, sendo o técnico realizado pelas OIs e a parte jurídico-legal é realizada pela
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