Buscar

Organizações Internacionais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
Relações Internacionais 
Organizações Internacionais 
 
 
 
 
 
Aula 1 
 
 
Profa. Vanessa Fontoura 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
Caro aluno, seja bem-vindo! Estamos iniciando a nossa disciplina de 
Organizações Internacionais! 
Hoje, trataremos o conceito de organizações internacionais e qual o seu 
papel dentro do sistema internacional, veremos o processo histórico de 
formação, sua atuação, bem como os principais elementos que compõem tais 
organizações. 
Bons estudos! 
Para a videoaula do Conversa Inicial, ver o material on-line. 
Contextualizando 
Você já parou para pensar como as Organizações Internacionais 
estão em sua vida? 
Nesta aula, você irá perceber como. E uma forma de compreender o papel 
das organizações internacionais no cotidiano das pessoas é a partir do sistema 
econômico e do comércio. 
Vamos entender um pouco mais? Então acesse o site disponível a seguir 
sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC): 
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article
&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR 
(ver o material on-line) 
A partir desse texto, e como aprofundamento do livro-base desta disciplina 
“As Organizações Internacionais e as Políticas Públicas Brasileiras de Educação 
e Trânsito”, você compreenderá o impacto dessas organizações na vida 
doméstica dos países e como eles impactam em sua própria vida. 
 
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Por que essa insistência? 
Em geral, as Organizações Internacionais aparecem como algo muito 
distante de nós, inclusive na literatura especializada da área, e aqui um de 
nossos objetivos é entender de forma objetiva o seu papel. 
Mas para ajudar a sanar as dúvidas sobre o papel dessas organizações, 
assista ao vídeo disponível no site a seguir: 
http://topicos.estadao.com.br/omc 
(ver o material on-line) 
 
Bom, você já percebeu que é fundamental compreender o papel das 
organizações internacionais tanto no cenário internacional quanto como 
indivíduo, não é? Principalmente como profissional da área. Por isso, não deixe 
de conferir a videoaula com a professora Vanessa. 
Para a videoaula do Contextualizando, ver o material on-line. 
Pesquise 
Identificação das Organizações Internacionais 
O objetivo aqui é identificar as principais Organizações Internacionais e o 
seu papel tanto no cenário internacional quanto nas políticas domésticas 
brasileiras. Podemos apontar como destaque no campo das Organizações 
Internacionais, os também chamados de Organismos e Instituições Multilaterais, 
que são criadas pelos Estados, com o objetivo de desenvolver e encaminhar as 
atividades políticas, econômicas, de segurança, trânsito, saúde, dentre outros 
temas. 
Essas organizações ocorrem como uma espécie de sociedade entre 
Estados e com objetivo de atingir e criar um “bem comum”. Os documentos que 
norteiam as ações dessas organizações são os acordos e os tratados, com 
intuito de firmar parcerias entre países e de consertar políticas públicas. 
http://topicos.estadao.com.br/omc
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Como essas organizações surgiram e se estabeleceram? Para saber 
mais, leia o texto disponibilizado no site a seguir. 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/organizacoes-
internacionais.htm 
(ver o material on-line) 
 
Como destaque, apresentamos as seguintes organizações: 
ONU – Organização das Nações Unidas 
Foi criada pelos países vencedores da Segunda Guerra Mundial e tem como 
principal objetivo manter a paz e a segurança internacionais. 
UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e 
Cultura 
Foi criada em 1945 pela Conferência de Londres e tem como objetivo contribuir 
para a paz através da educação, da ciência e da cultura. Desde 1960, atua 
também na preservação e na restauração de espaços de valor cultural e 
histórico. 
OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico 
Seu objetivo é promover políticas públicas que promovam o bem-estar 
econômico e social ao redor do mundo. 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
É uma agência da ONU especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948. 
Sua sede é em Genebra, na Suíça. Tem como objetivo principal o alcance do 
maior grau possível de saúde por todos os povos. Para tanto, elabora estudos 
sobre combate de epidemias, além de normas internacionais para produtos 
alimentícios e farmacêuticos. Também coordena questões sanitárias 
internacionais e tenta conseguir avanços nas áreas de nutrição, higiene, 
habitação, saneamento básico etc. 
OEA – Organização dos Estados Americanos 
Criada em 1948, com sede em Washington (EUA), seus membros são 35 
Estados do continente americano. Seu objetivo é o de fortalecer a cooperação, 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/organizacoes-internacionais.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/organizacoes-internacionais.htm
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
garantir a paz e a segurança nas Américas e no Caribe, assim como promover 
a democracia. 
OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte 
Foi criada em 1949, no quadro da Guerra Fria, como uma aliança militar das 
potências ocidentais em oposição aos países do bloco socialista. Formada 
inicialmente por EUA, Canadá, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Islândia, 
Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido, a OTAN atualmente possui 
28 Estados-membros. 
BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento 
Com o objetivo de conceder empréstimos aos Estados-membros, o BIRD faz 
parte do Banco Mundial e oferece financiamento e assistência técnica aos 
associados a fim de promover seu crescimento econômico. 
FMI – Fundo Monetário Internacional 
Criado com a finalidade de fomentar a cooperação monetária, a segurança e a 
estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover a 
empregabilidade e o crescimento econômico sustentável, assim como reduzir a 
pobreza no mundo. 
OMC – Organização Mundial do Comércio 
Tem como objetivo regulamentar o comércio internacional, por meio de acordos 
entre seus membros. Atua também no auxílio aos produtores de bens e serviços, 
exportadores e importados na condução de seus negócios. 
OIT – Organização Internacional do Trabalho 
Possui estrutura tripartite, com representatividade de Estado, organização de 
empregadores e representantes de empregados. Com sede em Genebra, na 
Suíça, a OIT busca congregar seus membros em torno dos seguintes objetivos 
comuns: pleno emprego, proteção no ambiente de trabalho, remuneração digna, 
formação profissional, aumento do nível de vida, possibilidade de negociação 
coletiva de contratos de trabalho etc. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
Para fixar bem esse conteúdo, leia um resumo das principais 
organizações internacionais disponível a seguir. 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-
internacionais-conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm#fotoNav=1 
(ver o material on-line) 
 
Percebemos o papel das Organizações Internacionais e seus principais 
objetivos. 
Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. 
 
Reconhecer o Papel das Organizações Internacionais no Sistema 
Internacional 
A fim de reconhecer o papel das Organizações Internacionais dentro do 
Sistema Internacional, iniciaremos com um vídeo sobre o Papel da ONU na 
Segurança Mundial, uma discussão reveladora do papel dessas organizações 
multilaterais. 
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ(ver o material on-line) 
Fica claro o papel das Organizações Internacionais para você? Sob esse 
ponto de vista, faça a leitura do livro-base da disciplina a respeito da discussão 
do papel das organizações internacionais. 
Ocorre uma dinâmica diferenciada na atuação dos embaixadores e 
internacionalistas em relação ao papel das Organizações, inclusive 
diferenciando-as das organizações não governamentais. Veja essa discussão na 
perspectiva jurídica, num artigo que trata do papel das Organizações 
Internacionais na Atualidade. 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacionais-conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm#fotoNav=1
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacionais-conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm#fotoNav=1
https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
Artigo: 
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&
artigo_id=1682 
(ver o material on-line) 
O desenvolvimento da disciplina de Relações Internacionais, ainda na 
década de 1920, foi capaz de localizar alguns debates entre as escolas que 
compõem esse campo, entre: realistas, liberais, racionalistas, marxistas, entre 
outros, propõem, no contexto de suas teorias e modelos, criar mecanismos e 
formas de garantir a ordem internacional, bem como na formulação de políticas 
públicas de ascendência entre e sobre os países. Nesse sentido, cabe também 
aprofundar a discussão a partir do artigo a seguir que trata do processo de 
organização das relações internacionais e o papel das mesmas. 
Artigo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-
52581997000200006 
(ver o material on-line) 
 
É importante conhecer o papel e a atuação das Organizações 
Internacionais, mas o fizemos aqui por meio de um tema específico que é o papel 
da OIT, é óbvio que cada tema exige um olhar e um conhecimento específico. 
No entanto, com essa abordagem mais pragmática, nosso intuito é demonstrar 
que as OIs estão mais próximas do que imaginamos. Uma das formas de 
reconhecermos o papel das OIs, é perceber a efetiva aplicação de medidas 
dentro da sua área de atuação. Como a questão do trabalho escravo, que 
envolve uma série de políticas públicas, sendo também um tema trabalhado pela 
OIT e coube apresentá-lo com o intuito de demonstrar a lógica e a abrangência 
de atuação das OIs, inclusive percebendo como a sua forma de atuação implica 
nas políticas domésticas dos países, no caso, em tela, o Brasil. A partir dessa 
abordagem, podemos perceber a diferença que a presença das Organizações 
Internacionais possui em nível mundial e local dentro da realidade de cada país. 
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
A partir das Convenções, o Brasil, em parceria com a OIT, criou um plano de 
trabalho com o intuito de erradicar a condição de trabalho escravo no país. 
Assim, a importância dessas organizações se manifesta na própria apresentação 
de pauta, isto é, colocar temas que sem as OIs talvez não tivessem tanta 
importância no cenário local e mundial. 
Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. 
As Origens e o Desenvolvimento Histórico das Organizações 
Internacionais 
Uma curiosidade é conhecer a origem e o desenvolvimento histórico das 
organizações internacionais. Então a pergunta é: por que as organizações 
internacionais surgiram? 
A formação das Organizações Internacionais teve início em meados do 
século XIX, a partir da instalação de mecanismos institucionalizados de 
cooperação entre os países, especialmente, as grandes potências europeias. No 
entanto, as Organizações Internacionais passaram a ser estudadas somente no 
pós-guerra fria, assim, esses estudos e o conhecimento sistematizado vieram 
mais tarde. Ao se tratar de OIs, há diversos temas que marcam o seu campo de 
atuação. Vejamos! 
Segurança Coletiva 
Dentre as atividades que compõem a segurança coletiva, podemos 
destacar as operações de paz, processos de reconstrução no pós-conflito; 
medidas de intervenção humanitária e até mesmo políticas globais de meio 
ambiente e de saúde pública. 
Por exemplo, no Brasil, estamos enfrentando uma guerra contra o 
mosquito aedes aegypti, vetor transmissor de muitas doenças. Leia um artigo da 
revista Época: “Por que estamos perdendo a guerra contra o aedes aegypti?”, a 
seguir. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
Artigo: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-
guerra-contra-o-aedes-aegypti.html 
(ver o material on-line) 
Recentemente vimos a intervenção da ONU quanto o aedes aegypti. A 
questão é que além da dengue, esse mosquito transmite o vírus da zika e a febre 
chikungunyia. Mas a questão a se perceber é que a gravidade da situação fez 
com que a ONU e a OMS se envolvessem nessa guerra. Para conhecer mais 
esse debate e perceber o impacto das OIs em nossas vidas e principalmente na 
política doméstica dos países, podemos perceber na prática como determinados 
temas entram na agenda global. Como é o caso da médica brasileira Suzanne 
Serruya, que se tornou a chefe global da área de microcefalia da OMS, isso de 
forma emergencial, exatamente com o intuito de controlar esse problema, 
inclusive colocando em voga o debate sobre o aborto nesses casos. 
Brasil e operações de Paz 
Cabe também destacar a atuação do Brasil como participante das 
operações de manutenção da paz, sendo essa uma de suas atribuições como 
membro da ONU. Destacando também o artigo 4 da Constituição Federal 
brasileira, entre os princípios que regem as relações internacionais do Brasil 
estão a defesa da paz, a solução pacífica de conflitos e a cooperação entre os 
povos para o progresso da humanidade. O Brasil não se tem furtado a engajar-
se na superação de conflitos – como os de Angola, Timor Leste, Líbano e Haiti. 
Para saber mais, acesse os dados disponibilizados pelo Itamaraty. O 
Brasil já participou de mais de 50 operações de paz e missões similares, tendo 
contribuído com mais de 33.000 militares, policiais e civis. Atualmente, participa 
com mais de 1700 pessoas em nove operações de paz: 
 MINURSO (Saara Ocidental) 
 MINUSTAH (Haiti) 
 UNFICYP (Chipre) 
 UNIFIL (Líbano) 
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
 MONUSCO (República Democrática do Congo) 
 UNISFA (Abyei) 
 UNMIL (Libéria) 
 UNMISS (Sudão do Sul) 
 UNOCI (Côte d'Ivoire) 
 O Governo brasileiro defende que os mandatos das operações de 
manutenção de paz destaquem a interdependência entre segurança e 
desenvolvimento como elemento indispensável à paz sustentável, bem como a 
necessidade de proteção de populações sob ameaça de violência e a ênfase na 
prevenção de conflitos e na solução pacífica de controvérsias. 
Atividades da Sociedade Civil Global 
Ainda demonstrando o impacto das organizações internacionais na 
agenda interna dos países, chamamos atenção para esse tema dentro das 
atividades da sociedade civil global. Como exemplo, visite o site a seguir, que 
demonstra ações do setor privado com a sociedade civil, mas com incentivo de 
organizações internacionais. No caso em tela, temos o exemplo do Programa 
das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. 
Site: http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx 
(ver o materialon-line) 
 
Podemos enxergar a criação das OIs como algo bom à sociedade 
civil? 
O propósito é esse, conforme analisamos o histórico do surgimento das 
OIs, ou seja, vimos que as Organizações Internacionais surgiram em meados do 
século XIX com o intuito de assegurar proteção aos países, especialmente a 
partir da cooperação entre esses países, como processos de paz, reconstrução 
após conflitos de guerra, questões humanitárias, trabalho e saúde pública e meio 
ambiente. 
http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
Para complementar essa questão, veja o seguinte artigo “Conflito e 
cooperação nas relações internacionais: as organizações internacionais no 
século XXI”, por Eiiti Sato. 
Artigo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292003000200007 
(ver o material on-line) 
Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. 
O Campo de Atuação e os Elementos Constitutivos das Organizações 
Internacionais 
Para termos uma compreensão da atuação da ONU, leia o artigo da 
revista jurídica da UNINTER, onde é discutido o papel das organizações 
internacionais. 
Artigo: 
http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFil
e/43/pdf 
(ver o material on-line) 
O autor aponta um dos principais campos de atuação das Organizações 
Internacionais – a intervenção humanitária –, que é a utilização de recursos 
humanos e materiais fazendo ou não o uso da força para mitigar os efeitos tanto 
de ações humanas quanto de catástrofes naturais que causam grande impacto 
na vida das pessoas. A intervenção humanitária pode ocorrer também quando o 
Estado age com tratamento desumano e cruel para com seus concidadãos, 
exigindo interferência externa, isto é, das Organizações Internacionais, por isso 
suas ações estão calcadas no Direito Humano Internacional, essa é a base legal 
para sua ação. 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292003000200007
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292003000200007
http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf
http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
Assim, num Estado de Direito em que haja conflito de normas, deve-se 
prevalecer a proteção à condição humana, como um valor supremo, outras 
violações específicas tratam do: 
a. genocídio 
b. tortura 
c. discriminação racial 
Temos ainda a proteção a pessoas específicas, como: mulheres, 
crianças, trabalhadores imigrantes, povos nativos e refugiados. Cabe destacar 
as Convenções que embasam essa forma de atuação: 
a. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (em 
vigor desde 1976). 
b. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (em vigor desde 
1976). 
c. Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades 
Fundamentais (Convenção Europeia dos Direitos do Homem); 
04/11/1950. 
d. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da 
Costa Rica); 22/11/1969. 
e. Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos (Carta de Banjul, 
1981). 
Após a apresentação dessas Convenções, é importante ressaltar a forma 
de atuação das obrigações presentes nos tratados, pois uma vez assumidas as 
convenções elas se transformam no meio de implementação dos compromissos 
assumidos. Mas não basta assinar o Tratado, é preciso que haja monitoramento 
e supervisão e isso implica em relatórios periódicos. 
Neste tema, você viu que um dos principais campos de atuação das OIs 
são as intervenções humanitárias, que são pautadas no Direito Humano 
Internacional. Dessa forma, fica claro que o norte das OIs é salvaguardar a vida 
das pessoas. Há cinco convenções que auxiliam no desenvolvimento de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
estratégias e políticas públicas que atendam esses públicos de forma 
diferenciada. Uma das formas de atuação das OIs, inclusive uma das mais 
eficientes são os Tratados. Descrevemos tanto o caso do NEPAL como do 
mosquito da dengue. 
Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. 
O Conceito de Organizações Internacionais 
Caminhamos até aqui acompanhando o papel das Organizações 
Internacionais, agora precisamos conceituá-las. Para tanto, vamos nos apoiar no 
autor Amado Luiz Cervo, que chama atenção para um fato: 
As teorias de relações internacionais não são isentas nem imparciais, 
visto que estão vinculadas a interesses, valores e padrões de conduta 
das sociedades onde são elaboradas e descartam esses fatores de 
outras sociedades. As teorias que servem ao primeiro mundo não são 
necessariamente convenientes para os países emergentes. (CERVO, 
2008, p.8) 
Então, o que percebemos a partir dessa afirmação de Cervo é que a 
própria concepção das Organizações Internacionais é um conceito em disputa, 
isto é, um campo em disputa, frequentemente alimentado por seus atores, daí 
sua importância no campo acadêmico, perceber as disputas e os limites 
conceituais auxiliam na compreensão e explicação desse tema. Na verdade, 
assim como em qualquer ciência, as teorias e conceitos seguem correntes que 
disputam espaço de inserção no meio que a representa, na RI isso não é 
diferente. 
Então do ponto de vista epistemológico, a questão é: 
Qual é o papel da teoria no campo das relações internacionais? Assim 
como em qualquer ciência, ela possui o papel de iluminar os caminhos para um 
olhar crítico e produtivo em relação ao conhecimento, nos diz Celso Amorim, 
frase célebre “(...) quem não conhece a teoria não exercita a intuição conselheira 
da decisão (...)” (CERVO, 2008, p.8). 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
De acordo com Cervo (2008, p. 17), no caso brasileiro: 
(...) além de grandes intelectuais, pensadores da nação, e dirigentes, 
como homens de Estado, políticos e diplomatas, o meio acadêmico e 
os centros de pesquisa contribuem para a formação de conceitos 
aplicados às relações internacionais do país. Por vezes as mesmas 
pessoas integram dois e até mesmo os três grupos acima referidos (...) 
Assim, a melhor forma de conceituar as Organizações Internacionais é 
perceber sua forma de atuação. Pois bem, vamos lá ver como as OIs influenciam 
a vida de todos os cidadãos, empresas e no comportamento dos países. 
Por exemplo: 
Em janeiro de 2016, o Brasil aderiu oficialmente à Convenção sobre a 
Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros 
(“Convenção da Apostila”), trata-se de um acordo internacional que simplificou 
os processos para reconhecer documentos públicos de outros países, 
eliminando a necessidade da legalização diplomática ou consular. Isso é um 
grande passo para agilização e desburocratização do Estado brasileiro, pois o 
objetivo dessa Convenção consiste em facilitar transações comerciais e 
jurídicas, especialmente para o comércio exterior, uma vez que consolida num 
único certificado toda a informação necessária para gerar validade a um 
documento público em outro país signatário. A partir da promulgação do Decreto 
8.660, os documentos públicos podem ser validados diretamente pelo órgão que 
os expediu, sem a necessidade de autenticação posterior no Estado emissor ou 
receptor desses documentos. O grande ganho, no caso o Brasil, é que as 
empresas brasileiras terão redução de custos de processamento e ganho de 
competitividade. 
De acordo com o Banco Mundial, os países que não aderiram a 
Convenção impõem um processo complexo e moroso para o reconhecimento de 
documentos públicos estrangeiros em seus territórios, afetando sua capacidade 
de atrair investimentos. Esse exemplo deixa muito claro a capacidade de 
interferência e profundidade dessas mudanças promovidas pelas Organizações 
Internacionais. 
 
CCDD – Centrode Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
Nosso objetivo foi conceituar as Organizações Internacionais, a partir do 
autor Amado Luiz Cervo, que demonstra que esses conceitos no campo das 
Relações Internacionais não são isentos e há interesses presentes em sua 
conceituação. Demonstramos assim, que há disputas na construção dos 
conceitos. Dessa forma demonstramos o papel da episteme no campo das 
relações internacionais. Essa abordagem é mais um “tijolinho” que agrega para 
o campo de conhecimento. Dessa forma, voltamos para o início desta aula 
quando, como recorte epistemológico, resolvemos apresentar a forma de 
atuação das Organizações Internacionais, pois entendemos que essa é a melhor 
forma de conceituá-las, nessa linha apresentamos a Convenção da Apostila. 
Aqui fica muito claro o papel da diplomacia e dos internacionalistas que atuarão 
na área, pois é preciso dupla sensibilidade e perspicácia, tanto da perspectiva 
doméstica quanto internacional. 
Para a videoaula deste tema, ver o material on-line. 
Trocando ideias 
Chegou o momento de compartilhar o que pensamos sobre esse assunto! 
É apenas uma reflexão sobre o papel das OIs no cenário social. O seu papel é 
importante? Por quais motivos? Discuta sobre o assunto com os seus colegas. 
Participe no fórum! 
Na Prática 
Vamos entender, na prática, como uma OI atua em uma emergência 
internacional: uma das últimas e maiores tragédias mundiais ocorreu no Nepal, 
ainda em 2015. Acompanhe a notícia e perceba como todos os aspectos 
jurídicos e normativos acontecem num caso real. 
Site:https://nacoesunidas.org/CHEFE-DA-ONU-PEDE-A-COMUNIDADE-INTERNACIONAL-
APOIO-PARA-RECONSTRUCAO-NEPAL/ 
(ver o material on-line) 
https://nacoesunidas.org/CHEFE-DA-ONU-PEDE-A-COMUNIDADE-INTERNACIONAL-APOIO-PARA-RECONSTRUCAO-NEPAL/
https://nacoesunidas.org/CHEFE-DA-ONU-PEDE-A-COMUNIDADE-INTERNACIONAL-APOIO-PARA-RECONSTRUCAO-NEPAL/
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
Analise, também, o caso dos sírios e como a ONU pode criar mecanismos 
para tratar desse drama humanitário, por meio de suas convenções e tratados. 
Site: 
https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-
do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/ 
(ver o material on-line) 
 
Nessas duas situações, demonstramos de forma pragmática os 
mecanismos e as formas de atuação das Organizações Internacionais. Cabe 
ressaltar que a informação e o direcionamento dos dados que conhecemos são 
um grande diferencial para a atuação das Organizações. 
Síntese 
Estamos concluindo esta aula! Hoje, vimos sobre as Organizações 
Internacionais, o papel que elas têm no Sistema Internacional, bem como o 
histórico e o campo de atuação das OIs. E, finalmente, estudamos o seu 
conceito. 
Referências 
BARRETO, R. N. As Organizações Internacionais na Atualidade. Disponível 
em: 
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura
&artigo_id=1682. Acesso em: 15 fev. 2016. 
BUSCATO, M. RODRIGUES, A. H. Por que Estamos Perdendo a Guerra 
Contra o Aedes Aegypti? Disponível em: 
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-
guerra-contra-o-aedes-aegypti.html. Acesso em: 15 fev. 2016. 
https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/
https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1682
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html
http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/por-que-estamos-perdendo-guerra-contra-o-aedes-aegypti.html
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
17 
CERVO, Amado Luiz. Conceitos em Relações Internacionais. Rev. bras. polít. 
int., Brasília, v. 51, n. 2, p. 8-25, dez. 2008 . Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v51n2/v51n2a02.pdf. Acesso em: 15 fev. 2016. 
DIREITO SEM FRONTEIRAS. O Papel da ONU na Segurança Mundial. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ. Acesso em: 
15 fev. 2016. 
HERZ, M. Teoria das Relações Internacionais no Pós-Guerra Fria. 
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-
52581997000200006. Acesso em: 15 fev. 2016. 
MINISTÉRIOS DAS RELAÇÕES EXTERIORES. O Brasil e as Operações de 
Manutenção da Paz da ONU. Disponível em: 
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4
783&catid=218&Itemid=435&lang=pt-BR. Acesso em: 15 fev. 2016. 
 
MINISTÉRIOS DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Organização Mundial do 
Comércio. Disponível em: 
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1
32&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR. Acesso em: 15 fev. 2016. 
NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Chefe da ONU Pede à Comunidade 
Internacional Apoio para Reconstrução do Nepal. Disponível em: 
https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-pede-a-comunidade-internacional-
apoio-para-reconstrucao-nepal/. Acesso em: 15 fev. 2016. 
NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. No Canadá, Ban Ki-moon Elogia 
Compromisso do País em Reassentar 25 Mil Refugiados Sírios. 
http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v51n2/v51n2a02.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=VM-d-2q4SrQ
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000200006
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4783&catid=218&Itemid=435&lang=pt-BR
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4783&catid=218&Itemid=435&lang=pt-BR
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=132&catid=131&Itemid=593&lang=pt-BR
https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-pede-a-comunidade-internacional-apoio-para-reconstrucao-nepal/
https://nacoesunidas.org/chefe-da-onu-pede-a-comunidade-internacional-apoio-para-reconstrucao-nepal/
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
18 
Disponível em: https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-
compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/. Acesso em: 15 
fev. 2016. 
NETO, J. C. Atividades Humanitárias das Organizações Internacionais: 
alguns casos de atuação da ONU. Disponível em: 
http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFi
le/43/pdf. Acesso em: 15 fev. 2016. 
OLIVEIRA, A. L. N.; SETTON A. A Organização Internacional do Trabalho e 
a Interação entre os Atores Locais e Globais no Combate ao Trabalho 
Escravo Contemporâneo no Brasil. Disponível em: 
http://reporterbrasil.org.br/documentos/atuacao_oit.pdf. Acesso em: 15 fev. 
2016. 
PNUD. Iniciativas com o Setor Privado e a Sociedade Civil. Disponível em: 
http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx. Acesso em: 15 fev. 2016. 
https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/
https://nacoesunidas.org/no-canada-ban-ki-moon-elogia-compromisso-do-pais-em-reassentar-25-mil-refugiados-sirios/
http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf
http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/viewFile/43/pdf
http://reporterbrasil.org.br/documentos/atuacao_oit.pdf
http://www.pnud.org.br/OutrasIniciativas.aspx
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
Relações Internacionais 
Organizações Internacionais 
 
 
 
Aula 2 
 
 
Prof.ª Vanessa Fontana 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
 
Estamos continuando a nossa discussão a respeito das Organizações 
Internacionais. O objetivo destaaula é: 
 
 Reconhecer as Organizações Internacionais; 
 apresentar como elas se formam e a sua composição; 
 identificar o seu papel nas relações internacionais; 
 conhecer a dinâmica interna de seu funcionamento. 
 
Ainda cabe, do ponto de vista mais formal, apresentar a estrutura da ONU 
e das suas instâncias, como o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral, o 
Corte Internacional de Justiça, o papel dos tratados os países que a compõem. 
 
Boa aula! 
Contextualizando 
 
Assista a uma breve introdução às Organizações Internacionais com a 
professora Vanessa Fontana. 
Consulte o material on-line. 
Pesquise 
 
TEMA 1: TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS. 
 
Em razão do aumento do número de Estados no cenário internacional, e 
do aumento da complexidade no relacionamento entre eles, houve consequente 
necessidade de cooperação formal institucionalizada, a qual se formaliza por 
meio de arranjos e acordos multilaterais. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Somente as Conferências e os Tratados não foram suficientes para 
responder todas as questões surgidas entre na relação entre os Estados. Nesse 
contexto surgiu a necessidade de criar Organizações institucionalizadas para 
responder a essas demandas de forma estruturada e permanente. Com o 
aumento da cooperação formal entre Estados, houve a institucionalização das 
Organizações Internacionais, as quais passaram de meras relações bilaterais. 
A primeira Organização Internacional de caráter universal (ou pelo menos 
com esse objetivo), a qual perdurou no tempo de forma mais estável, foi a 
Organização das Nações Unidas. 
 
 
TEMA 2: O FUNCIONAMENTO DA ONU. 
 
Ainda sobre a estrutura formal de funcionamento da ONU temos: 
ASSEMBLEIA GERAL: 
 
A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É 
onde todos os Estados-Membros se reúnem para discutir assuntos que afetam 
a vida de todos nós. Na Assembleia Geral todos os Estados-membros têm direito 
a um voto, ou seja, existe igualdade jurídica formal entre todos. Os assuntos 
debatidos na Assembleia Geral são essencialmente relacionados ao seu objetivo 
de funcionamento (manutenção da paz e da segurança internacionais), assim 
como relativos a membros e questões orçamentárias. 
As resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam 
como recomendações e não são vinculantes. 
 
 
Para conhecer mais sobre o Brasil e a ONU acesse o livro: Brasil e as 
Nações Unidas, coleção Poucas Palavras, em PDF gratuito e oficial no 
site da FUNAG: <http://funag.gov.br/loja/download/104> 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
SECRETARIADO 
O Secretariado presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e 
administra os programas e políticas elaboradas pela ONU. O Secretário-Geral, 
cargo máximo na Organização, é nomeado pela Assembleia Geral, seguindo 
recomendação do Conselho de Segurança. 
 
CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA 
 
A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Holanda), é o 
principal órgão de julgamento no âmbito das Nações Unidas. Todos os países 
que fazem parte da ONU podem recorrer à CIJ, pois ao aderir à Carta da ONU 
aderem ao Estatuto da Corte. Cabe destacar que a Corte Internacional de Justiça 
processa demandas em face de Estados apenas, e não de indivíduos. 
 
CONSELHO DE TUTELA 
 
O papel do Conselho de Tutela, suspenso de suas atividades atualmente, 
tinha por finalidade a supervisão da administração dos territórios sob regime de 
tutela internacional. 
 
CONSELHO ECONÔMICO SOCIAL 
 
O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é o órgão coordenador do 
trabalho econômico e social do sistema ONU. O Conselho formula 
recomendações e inicia atividades relacionadas ao desenvolvimento, o comércio 
internacional, à ciência e tecnologia, aos direitos humanos e ao bem-estar social. 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
TEMA 3: CLASSIFICANDO AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
As Organizações Internacionais são sociedades compostas por Estados, 
cujo objetivo é sua cooperação de forma permanente, e as quais são instituídas 
por meio de tratado internacional. 
A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados entre Estados e 
Organizações Internacionais, de 1969, estabelece, em seu artigo 2º, 1), d), i), 
que as Organizações Internacionais são organizações intergovernamentais. 
Ainda sobre a Convenção de Viena, em seu artigo 5º, estabelece que os tratados 
são o instrumento legal constitutivo de uma Organização Internacional. 
 
Para fecharmos com um conceito de Organizações Internacionais, 
adotaremos a definição de Carlos Roberto Husek: 
 
(...) Organização Internacional é uma associação voluntária de sujeitos de 
Direito Internacional constituída por ato internacional e disciplinada nas reações 
entre partes por normas de Direito Internacional, que se realiza em um ente de 
aspecto estável, que possui um ordenamento jurídico interno próprio por meio 
dos quais realiza as finalidades comuns de seus membros mediante funções 
particulares e o exercício de poderes que lhe foram conferidos (...) (HUSEK, 
2000, p.222). 
 
A literatura especializada apresenta ao menos três características das 
Organizações Internacionais: 
 
1) Ato Multilateral e Internacional: a criação e a institucionalização de uma 
Organização Internacional deve ser feita por meio de um tratado 
internacional, o qual deve possuir características de multilateralismo. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
2) Estrutura e Duração: são constituídos com o objetivo de duração 
permanente, sejam por tempo indeterminado ou não. 
3) Institucionalização: possuem estrutura institucional organizada formal e 
materialmente, e possuem personalidade jurídica própria. 
 
Ainda podemos definir as OIs quanto a sua finalidade que podem ser: 
 
Gerais: não restringem o seu campo de atuação, como a: ONU, OEA. 
Específicas: possuem conteúdos delineados e trabalhados, como: OPEP, OIT, 
UNESCO. 
 
Outra forma de observar as OIs é quanto à classificação: 
 
Universal: a principal representante é a ONU. 
Regional: congrega membros que possuem os mesmos interesses regionais, 
geográficos, econômicos, sociais, culturais, e políticos, como exemplo, temos 
OEA, MERCOSULE UE. 
 
TEMA 4: CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL 
 
Como vimos, as Organizações Internacionais precisaram de formalização 
para que houvesse a cooperação entre os Estados. Então, já vimos como elas 
nascem. Vamos nos deter nessa aula na forma de ingresso, saída dos membros 
e o processo de extinção de uma Organização Internacional. 
 
INGRESSO DE MEMBROS 
 
Quando falamos em membros de Organizações, o temos de dois tipos: 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
1) ORIGINÁRIOS: são os membros que participaram do processo de 
formação da organização em seu nascimento e tendo assinado e 
ratificado o seu tratado constitutivo. 
 
ADMITIDOS: são aqueles membros que não participaram do ato 
constitutivo da OI, mas que aderiram posteriormente as condições 
impostas para participar. Cabe ressaltar que cada organização pode 
apresentar as condições que julgar adequadas para o ingresso de novos 
ingressos, inclusive alegações de ordem geográfica. 
 
Quando ocorre o descumprimento das obrigações assumidas com as 
Organizações Internacionais, isso pode gerar diversas consequências para o 
Estado-membro. Em situações extremas, pode-se, inclusive, suspender direitos 
ou mesmo exclui-los. 
SAÍDA DE MEMBROS 
 
Existem duas modalidades de suspensão, que pode ter caráter preventivo 
ou punitivo. No caso da ONU, acontece da seguinte forma: o Conselho de 
Segurança indica o Estado-membro para a Assembleia Geral, a qual votará pela 
Suspensão dos direitos do Estado; a extinção e a suspensão possuem o mesmo 
procedimento. 
O Estado-membrosuspenso pode frequentar, mas não pode votar nas 
reuniões da Assembleia Geral, mas como exceção, a Assembleia Geral pode 
permitir que o Estado-membro vote em alguma reunião específica. 
 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
A aplicação de suspensão ou da expulsão ocorrerá somente com voto de 
2/3 dos Estados-membros da Organização, os quais devem estar presentes na 
Assembleia Geral. 
 
EXTINÇÃO DE UMA OI 
A questão agora é como se extingue uma Organização Internacional. Para 
entender esse processo é melhor partirmos para um exemplo. A solvência ou 
extinção de uma OI pode ocorrer somente com a concretização de um novo 
acordo entre os Estados-membros, o mesmo procedimento ocorre caso 
encaminha-se para a sucessão e não extinção. 
Como exemplo, tivemos o caso da Liga das Nações, em 1946, que foi sucedida 
pelo ONU, recebeu seus bens móveis e imóveis e assumiu também as dívidas. 
A Liga das Nações foi uma associação intergovernamental, permanente, com 
objetivos universais, organizada com base em princípios de segurança coletiva 
e da igualdade entre os Estados soberanos. 
 
TEMA 5: A PERSONALIDADE JURÍDCA DAS OIs 
 
Nesta fase da aula, discutiremos a personalidade jurídica das 
Organizações Internacionais. 
 
Para o Direito Internacional, há consenso em relação ao fato de que 
existem somente dois sujeitos com personalidade jurídica internacional: os 
Estados e as Organizações Internacionais. “(...) O Estado possui personalidade 
jurídica originária. Dele emanam as normas de Direito Internacional da Sociedade 
Internacional. 
Em relação às Organizações Internacionais, sua personalidade jurídica não 
era consenso até que, em 1949, a Corte Internacional de Justiça assim a 
reconheceu, no julgamento do caso Folke Bernadotte. O caso refere-se a um 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
diplomata de nacionalidade sueca, a serviço da ONU, o qual morreu em um 
atentado em Jerusalém no ano anterior. 
Trocando ideias 
No decorrer de nossa aula, vimos que a Corte Internacional de Justiça, 
tem como principal objetivo a solução pacífica de controvérsias. 
 
Você acredita que as ações da Corte Internacional de Justiça são efetivas 
para atingir tal objetivo? Por quê? 
 
Aproveite a oportunidade para discutir e debater com seus colegas de curso no 
fórum da disciplina disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). 
 
Na Prática 
 
Este é o momento de identificarmos na prática um pouco da teoria. Nesta 
aula, diferenciamos uma Organização Internacional de outras Instituições e 
agrupamentos formais e informais e destacamos os aspectos jurídicos dos 
Tratados que formam as OIs. 
Demonstramos também que as Organizações Internacionais têm como 
forma de atuação o Direito Internacional, sempre tendo como pano de fundo, a 
coexistência pacífica entre os Estados. 
Síntese 
 
Tivemos a preocupação de conceituar Organizações Internacionais a 
partir do olhar de diversos autores, bem como as características marcantes das 
OIs, de seus atos multilaterais, sua estrutura e seu processo de 
institucionalização. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
Nesta aula apresentamos como as Organizações Internacionais nascem, 
o processo de composição dos membros, a saída dos Estados-membros e a 
extinção de uma OI. Vimos que o processo de ingresso de membros tem como 
base os originários e os admitidos, sempre com base em Tratados e Acordos. 
Agora, sobre a saída existem duas formas a preventiva e a punitiva. 
 
Referências 
HERZ, Mônica; HOFFMANN, Andréa Ribeiro. Organizações Internacionais: 
história e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
 
HUSEK, Carlos Roberto. Curso de Direito Internacional Público. São Paulo: 
LTR, 2000. 
 
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: Curso Complementar. 11. 
Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
SEITENFUS, Ricardo. Manual das Organizações Internacionais. Porto Alegre: 
Editora Livraria do Advogado, 2005. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
Organizações Internacionais 
 
 
 
 
Aula 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Vanessa Fontana 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
 
Caro aluno, seja bem-vindo! Estamos iniciando a terceira aula da 
disciplina Organizações Internacionais! 
Continuando nosso estudo sobre Organizações Internacionais, nesta aula 
veremos a parte mais técnica do seu funcionamento, como: sua competência, 
suas funções, seu funcionamento interno, a origem dos seus recursos, 
apresentaremos o papel dos funcionários internacionais e as imunidades que 
possuem. 
Não esqueça também de sempre buscar conteúdos externos e consultar 
outras literaturas acerca do assunto! 
 
Vamos começar? 
 
Contextualizando 
 
Consegue se lembrar dos temas que estudamos na aula anterior? 
Relembre: aprendemos que as OIs são altamente especializadas e cada uma 
possui também especificidades em sua forma de atuação. 
 
Podemos dividir em quatro as competências das OIs: 
 
NORMATIVA, OPERACIONAL, DE CONTROLE e IMPOSITIVA - isso do 
ponto de vista jurídico de sua atuação. Confira! 
 
NORMATIVA: Como as OIs possuem personalidade jurídica própria, exercendo 
sua função normativa elas são capazes de emitir regulamentos próprios a partir 
do seu arcabouço jurídico próprio e por isso interno. 
 
OPERACIONAL: Como o próprio nome diz é o setor que colocará em prática as 
normas provenientes do setor jurídico daquela OI. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
DE CONTROLE: É o setor que fiscalizará e controlará o processo de execução 
de suas normas dos Estados integrantes dessa OI. 
 
IMPOSITIVA: A nomenclatura revela que existe a necessidade de imposição de 
sanções ao Estado-membros, isso também é uma forma dela exercer autonomia 
e independência a partir das normas por ela emitidas, isto é, a autonomia da sua 
personalidade jurídica. 
 
 
Sobre as competências que você viu, a professora Vanessa explica sobre 
cada uma delas na videoaula disponível no material on-line. 
 
Pesquise 
 
Quais as funções e as competências das OIs? 
 
Anteriormente, foram listadas as competências das OIs. Cabe agora 
ressaltar que, a função das OIs está vinculada a sua espécie. Assim, temos 
quatro itens fundamentais para entender suas funções: 
 
 abrangência 
 finalidade 
 natureza 
 abrangência em relação aos Estados 
Vamos conhecer o conceito de cada uma das funções, a seguir: 
ABRANGÊNCIA: temos duas modalidades como as regionais e as universais. 
Como exemplo, de uma Organização Regional temos o Mercosul e de uma 
Universal, temos a OIT. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
FINALIDADE: Podemos apresentá-las como gerais que tratam de uma grande 
variedade de questões como a ONU e temos as especiais que tratam de temas 
bastante específicos como a OIT e a OMC. 
 
NATUREZA: Para entendermos a natureza precisamos conhecer o nível de 
autonomia cedido aos Estados-membros. Mesmo assim, com essa 
condicionalidade temos a questão da natureza intergovernamental, aqui os 
Estados não abrem mão de sua soberania em prol da OI. Temos ainda as 
supranacionais, nesse modelo o Estado renuncia uma parte da sua soberania 
em prol de órgãos dessa OI, o melhor exemplo é a União Europeia. 
 
ABRANGÊNCIA EM RELAÇÃO AOS ESTADOS: os primeiros perfis são 
daquelas OIs que estão abertas a todos os Estados, mesmo aquelas que não 
tiveram participação na criação desta OI, bem como, não se considera o 
preenchimento de requisitos ou de determinadas condições. Temos ainda as 
semiabertas que admitem o ingresso de novos membros desde que os requisitos 
e critérios sejam preenchidos. Por fim, temos as fechadas que não admitem o 
ingresso de novos membros, além daqueles que participaram da sua formação.Agora é só assistir a videoaula no material on-line. 
 
O Funcionamento Interno das OIs e a sua Forma de Estruturação 
 
As Organizações, como já dissemos possuem uma ordem jurídica própria 
e autonomia para definir a ordem jurídica da Organização e estabelecer como 
cada um dos órgãos irá executar suas atividades. Cabe ressaltar que para nos 
aprofundarmos nos aspectos internos, vamos observar que as OIs possuem 
personalidade jurídica internacional. Elas possuem também, o chamado Direito 
de Legação, isto é, a OI tem autonomia para enviar e receber representantes e 
agentes diplomáticos, isso independente da posição do Estado-membro. Mesmo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
que as OIs dependam do orçamento dos Estados-membros, depende 
exclusivamente da OI decidir como, e em que, ocorrerá investimento dos 
recursos financeiros, inclusive com autonomia decisória. 
Em 1949, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) fez um parecer em que 
se tornou imprescindível: que a Organização Internacional possua personalidade 
internacional. Do ponto de vista intra-organizacional as OIs para existirem 
precisam de órgãos próprios, divididos em sua maioria em três funções: 1) Órgão 
Executivo: Conselho, 2) Órgão que une todos os Estados: Assembleia e 3) 
Administração: Secretariado. 
Temos ainda a necessidade de sede própria, constituída por um acordo 
entre a OI e o Estado soberano para o estabelecimento de instalação física. É 
importante aqui, destacar algumas características das Organizações 
Internacionais: 
a) Sujeitos Derivados e Secundários: Para a criação de uma OI é preciso à 
manifestação dos Estados. 
b) Personalidade Internacional Própria: possuem autonomia para celebrar 
tratados internacionais. 
c) Duração Indeterminada: são organizações estáveis e por isso devem ser 
constituídas por prazo indeterminado. 
d) Objetivos Internacionais Relevantes: ela é formada por atos constitutivos com 
objetivos a serem conquistados que precisam ser delimitados no Tratado 
Constitutivo. 
e) Órgãos Permanentes: deve ter no mínimo o Conselho, a Assembleia e o 
Secretariado. 
O que será que o seu livro-base tem a ensinar sobre este conteúdo? 
Acesse: http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/768.php 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
Não deixe de assistir a vodeoaula com a professora Vanessa no material 
on-line. 
 
Quais as fontes de receita das OIs? 
 
As Organizações Internacionais não produzem riquezas materiais e 
também não possuem autonomia financeira. Atualmente, somente a ONU possui 
fonte própria de receita, vendendo selos e publicações. As OIs de maneira geral 
não possuem receita própria. Cada vez mais os gastos das OIs crescem ao 
contrário da arrecadação. 
De maneira geral, as OIs preveem em seu Tratado de Constituição ou em 
acordos complementares como será a forma de financiamento. Mesmo que seja 
um valor mínimo os Estados-membros devem contribuir. O orçamento é dividido 
entre as despesas fixas e flexíveis. A primeira necessidade é para cobrir gastos 
administrativos ordinários isto para o funcionamento normal da organização. A 
outra despesa que possuem são os projetos de desenvolvimento econômico e 
social. 
 
Entenda mais sobre esse processo acompanhando a videoaula da 
professora Vanessa no material on-line. 
 
 
Imunidades dos Funcionários Internacionais e o seu Papel 
 
Como essas OIs são compostas? Como será que elas se organizam? 
Como contratam os “servidores públicos internacionais”? Quais os limites 
de atuação? 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
Não se preocupe, a professora Vanessa irá te acompanhar na descoberta 
das respostas para todas estas perguntas! 
Para começar, você entenderá que juntamente com o nascimento e 
formação das Organizações Internacionais, houve a necessidade da criação de 
uma burocracia internacional para a contratação de funcionários para exercerem 
esta função. Os primeiros foram recrutados para desenvolver suas atividades no 
Secretariado, isto é, na administração da Organização Internacional. Num 
primeiro momento esses servidores foram recrutados dos países-membros que 
compunham as OIs. Mas com a criação da Liga das Nações detectou-se a 
necessidade de um funcionalismo especializado e pertencente exclusivamente 
a própria OI, isto porque era preciso um funcionário altamente especializado e 
imparcial. Daí a criação de um secretariado multinacional. 
 
Vamos conhecer um pouco mais sobre esses funcionários 
internacionais? 
Primeiramente, assista a este vídeo sobre Profissão Diplomata: 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=iOkM_vm3u2g 
 
As OIs recrutam funcionários com formações diversas, pois precisam de 
especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento, para exercer os mais 
diversos cargos. Especialmente na ONU, os dados de 2014 revelam que ela 
possuía 44 mil funcionários oriundos dos 193 que a compõem, desenvolvendo 
suas atividades junto ao Secretariado da ONU, trabalhando nas sedes de Nova 
Iorque, Genebra, Viena e Nairóbi, bem como nos escritórios distribuídos no 
mundo. 
A partir so reconhecimento da atuação dos funcionários internacionais, 
aproximadamente em 1919, as OIs passaram a ter um perfil novo e diferenciado 
e com o intuito de melhor desempenho da função inseriram a imunidade como 
diferencial em relação aos demais trabalhadores. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
As imunidades diplomaticas têm como objetivo viabilizar o exercicio das 
funções dos representantes de outros estados de forma pacífica. 
 
Este é o assunto do vídeo a seguir. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=y3UGGCSlYG8 
 
As imunidades referentes as OIs e ao seus funcionários possuem 
destaque e estão relacionadas ao Estado-sede. Segundo o diplomata 
Leandro de Oliveira Moll, “(...) as imunidades internacionais 
compreendem as imunidades jurisdicionais pertencentes a 
organizações internacionais e gozadas por elas e por seus 
funcionários, consagrados em acordos internacionais concluídos entre 
elas e os seus Estados- membros, com a finalidade de assegurar o 
bom desempenho de suas funções (...)” (MOLL: 2010, p. 31). 
 
Para finalizar este tema, assista ao vídeo da professora Vanessa no 
material on-line. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para participar do 
fórum respondendo: 
 
Qual o papel da OMC, especialmente na perspectiva de suas fontes de 
financiamento e a respeito das políticas mais voltadas para o 
desenvolvimento sustentável? 
 
Participe deixando a sua opinião. 
 
NA PRÁTICA 
 
Você deve ter observado no exercício anterior que uma das preocupações 
da OMC é que sejam assegurados o pleno emprego e o crescimento amplo da 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
renda. A OMC entende que as atividades econômicas devem melhorar sim o 
padrão de vida das pessoas. Atualmente com foco no comércio e na expansão 
econômica a OMC tem uma preocupação crescente com o desenvolvimento 
sustentável, sendo essa uma das prioridades da OMC. Realizar atividades de 
comércio e de desenvolvimento econômico, com a preservação do meio 
ambiente é linha das políticas públicas oriundas da OMC. Na verdade, a OMC é 
uma das OIs mais atuantes e mais demandadas no cenário internacional, já que, 
cabe a ela discutir assuntos controversos entre as nações. 
Acesse o vídeo abaixo, para conhecer um pouco mais sobre Desfecho da 
Organização Mundial do Comércio (OMC). 
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=7wGid3WULgo 
 
SÍNTESE 
 
Nossa terceira aula está chegando ao fim. Vamos relembrar os tópicos 
abordados nesta aula? 
Compreendemos o funcionamento interno das OIs e a sua forma de 
estruturação, demonstrando que as OIs possuem personalidade jurídica 
internacional, possuem autonomia na constituição da sua ordem jurídica e 
definemcomo cada um dos órgãos executa suas atividades, inclusive a 
circulação de seus funcionários. 
Aprendemos sobre as competências das OIs, especialmente sobre a 
divisão que ocorre sobre quatro pontos: normativa, operacional, controle e 
impositiva. Vimos que, a função das OIs está vinculada a sua espécie, nesse 
contexto existem quatro itens fundamentais para entender a sua função: 
abrangência, finalidade, natureza, abrangência em relação aos Estados. 
Apresentamos, as fontes de receitas das Organizações Internacionais, e 
que as OIs não possuem capacidade de produzir riqueza material e também não 
possuem autonomia financeira. Que as imunidades diplomaticas tem como 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
objetivo viabilizar o exercicio das funções dos representantes de outros estados 
de forma pacífica. Demonstramos, a forma de recrutamento desses funcionários 
junto aos países-membros, e que, posteriormente, detectaram a necessidade de 
criar uma categoria altamente especializada e um corpo próprio das OIs e não 
somente como indicados dos países membros visando a imparcialidade, com 
formações diferenciadas e diversas. 
Vale lembrar que sempre ao término de algum estudo, é de grande valia 
fazer uma sintetização, e caso tenha ficado dúvidas em alguma parte, nunca 
hesite em retomar o conteúdo, afinal é deste modo que você se tornará um 
expert no assunto! 
 
Referências 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO. Solução de Controvérsias - 
GATT 1994. Disponível em: 
http://unctad.org/pt/docs/edmmisc232add33_pt.pdf. Acesso em: 15 fev. 2016. 
 
THORSTENSEN, Vera. A OMC – Organização Mundial do Comércio e as 
negociações sobre o comércio, meio ambiente e padrões sociais. 
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73291998000200003. Acesso em: 15 fev. 2016. 
 
CONEXÃO MUNDO. Organizações Internacionais. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=tj18XBcamfA. Acesso em: 15 fev. 2016. 
 
http://unctad.org/pt/docs/edmmisc232add33_pt.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73291998000200003
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73291998000200003
https://www.youtube.com/watch?v=tj18XBcamfA
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organizações Internacionais 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 4 
 
 
Professora Vanessa de Souza 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
Seja bem-vindo a mais um encontro da aula de Organizações 
Internacionais! 
Hoje o nosso objetivo é na perspectiva da tomada de decisão, o formato 
de distribuição do poder, bem como as não decisões, que são entendidas 
conceitualmente no campo político como uma decisão. Cabe destacar a 
centralidade das OIs no século XXI, inclusive como definidor de pautas e gerada 
de políticas públicas globais. Sendo fundamental compreender o seu formato de 
atuação, os seus limites e alcances. Também as mutações sofridas pelas OIs 
com o objetivo de se tornarem mais efetivas do ponto de vista decisório. 
 
Acompanhe no material online a introdução da professora Vanessa 
sobre o que veremos hoje! 
 
Contextualizando 
Nas aulas anteriores você aprendeu sobre o conceito das organizações 
internacionais, seu processo histórico, como reconhecer estas organizações, 
bem como suas partes técnicas na última aula. Hoje trabalharemos com o 
processo decisório, como ele funciona? Além, é claro, de outros assuntos 
interessantes! 
 
Vamos estudar? Aproveite! 
Pesquise 
TEMA 1: Apresentar e refletir sobre o processo decisório 
Em nosso estudo é importante caracterizarmos os procedimentos de 
discussão, o processo de votação e também a execução das decisões. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
O Professor Ricardo Seintenfus chama atenção para o fato de que na 
contemporaneidade as Organizações Internacionais possuem um papel central 
e condutor no encaminhamento das políticas públicas globais. Cabe destacar 
que existe um método muito próprio de cada uma dessas OIs. 
 
Um dos mecanismos fundamentais para o processo global é a 
publicização dos debates, isto é, uma das formas de trazer transparência para 
os processos decisórios globais. Sem contar que, de maneira geral, os eventos 
internacionais têm ampla cobertura da imprensa mundial, o que também fornece 
determinada transparência ao processo. 
Assim, veremos aqui os mecanismos globais e mais teóricos desse 
processo. O mais importante é reconhecer como essas regras são divididas e 
estabelecidas pela OI. 
 
UNANIMIDADE OU CONSENSO? 
O que é melhor? A unanimidade é um mecanismo muito interessante, 
pois gera uma integração entre a condução de políticas públicas por parte dos 
países envolvidos, isto é, garante a participação e elimina alguns obstáculos. O 
que é muito proveitoso do ponto de vista operacional. Aqui podemos visualizar 
aspectos mais democráticos e a normalidade no processo de execução das 
decisões tomadas. 
 
Para saber mais acesse o link a seguir e assista uma parte do 
documentário sobre a ONU e o processo de tomada de decisão, numa 
perspectiva democrática: https://www.youtube.com/watch?v=e2dn2CjqkA0 
 
No vídeo que você assistiu ocorre uma cobrança por mais espaço 
participativo dentro da ONU, os países demandam e as Organizações Não 
Governamentais Internacionais também. 
https://www.youtube.com/watch?v=e2dn2CjqkA0
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Então, os processos de decisão, o que “entra” e o que “não entra” na 
agenda internacional são extremamente relevantes. 
 
Do ponto de vista do processo decisório e da tomada de decisão, a 
ciência política nos auxilia a compreender os limites e controvérsias do processo 
decisório. A unanimidade é um processo complexo e que acaba gerando lentidão 
decisória, por vezes, até paralisia nas Instituições Internacionais. Por vezes, as 
OIs são muito criticadas por terem um processo lento de decisão, induzido 
inclusive pelo modelo buscado, ou seja, a unanimidade. Então, a própria 
natureza das OIs as leva a essa paralisia, pois estamos falando de inúmeros 
países, inúmeros olhares e concepções de mundo. Isto, por si só, leva a um 
processo extremamente lento. 
 
Fatores que dificultam o processo decisório nas 
OIs: 
 Diversidade de parceiros. 
 Longas rodadas de negociação. 
 Busca pelo conhecimento comum dos temas. 
 Dificuldade de compor interesses divergentes. 
 
Nesta perspectiva, Seitenfus nos alerta sobre como a chamada 
UNANIMIDADE STRICTO SENSU foi passando por grandes transformações. 
Uma das Organizações com traço mais marcante nesse sentido é a OTAN – 
Organização do Tratado do Atlântico Norte. 
 
Exatamente com o intuito de diminuir a demora do processo decisório as 
OIs partiram para um sistema de votação mais flexível que estudaremos na 
sequência. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
Mas como exemplo, temos o sistema misto adotado pelo Conselho de 
Segurança da ONU, em que para tomar uma decisão é preciso o voto de 2/3 dos 
membros, sendo que entre os votos desses 2/3 deve estar o voto dos 05 
membros permanentes. Ressaltando que, o voto contrário de um membro 
permanente, automaticamente vetará a tomada de uma decisão pelo Conselho. 
 
Complexo, não? Pois então, para se aprofundar sobre o tema 
recomenda-se a leitura do artigo “Conselho de Segurança da ONU”: 
http://www.revistajustitia.com.br/revistas/bd8463.pdf 
 
Na sequência da aula aprofundaremos o funcionamento desses 
mecanismos decisórios. 
O processo de decisão nas OIs é extremamente complexo, pois se trata 
de decisões que envolvem países com concepções, necessidades e olhares 
divergentes, sobre temas que são comuns. Inclusive, a inserção desses países 
nas OIs passa pela necessidade de dirimir essas diferenças entre os países, mas 
cada um dentro desuas especificidades, então, para dizer o mínimo desses 
processos, eles são extremamente delicados e envolvem muito conhecimento 
técnico, tanto dos temas quanto da história de cada um desses atores presentes 
nas Organizações Internacionais. 
 
Vamos recapitular sobre o processo decisório com a professora 
Vanessa no material online. 
 
TEMA 2: O sistema de votação das OIs 
Do ponto de vista do processo de votação, as Organizações 
Internacionais possuem mecanismos próprios e bem específicos no processo de 
tomada de decisão e isto ocorre por meio de votação. As decisões no âmbito das 
OIs possuem um sistema. As decisões e deliberações ocorridas nas 
Organizações ocorrem, de modo geral, no momento da assembleia-geral. A 
http://www.revistajustitia.com.br/revistas/bd8463.pdf
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
literatura especializada aponta que o Sistema Decisório das OIs é organizado da 
seguinte forma: 
Sistema da Unanimidade 
Como o nome mesmo faz a referência, neste sistema todos os Estados 
concordam sobre o encaminhamento de determinada decisão, não 
havendo a possibilidade de dissidência. 
 
Sistema da Dissidência 
Neste sistema de decisão deixa-se de aplicar determinada resolução 
para os Estados que não aprovaram tal decisão, esses Estados que 
não aprovaram tal decisão são chamados de Estados dissidentes. 
 
Sistema de Voto Ponderado 
Neste sistema, alguns Estados possuem o direito de terem mais votos, 
os que possuem mais cotas dentro da Organização, a exemplo, do que 
ocorre com o Fundo Monetário Internacional – FMI e com o Conselho 
de Segurança, em que cinco Estados, tem direito ao veto. 
Sistema de Maioria Simples 
Neste modelo, prevalece a vontade da metade dos Estados votantes 
mais um. 
 
Maioria Qualificada 
No sistema de maioria qualificada, conforme artigo 18 § 2º da 
Carta da ONU vence a vontade de 2/3 dos países votantes. Como vimos, 
esse processo precisa ser muito regrado em função das diferenças entre 
os países, inclusive com o intuito de resguardar o equilíbrio entre eles. 
Uma questão interessante é refletir sobre quais temas entram ou não 
para a agenda internacional. Nesse sentido, vamos assistir ao vídeo 
abaixo, em que, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP 
tem como demanda de temática para a ONU. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
 
 
Agora faça uma pausa! Consulte o livro da disciplina sempre que tiver dúvidas. 
 
Assista também a discussão sobre diversidade x competitividade ONU 
acessando o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=LZV1kZsgDdg 
 
A questão é o empoderamento das mulheres, acesso a postos de trabalho, 
condições de trabalho, políticas de igualdade, etc. Esses são temas conflituosos 
e que por vezes passam por grandes embates para entrar na agenda 
internacional. 
 
Vale a pena também aprofundar o assunto fazendo a leitura do artigo que 
trata do atendimento às mulheres na rede pública que sofreram algum tipo de 
violência, confira: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v9n1-2/02.pdf 
 
Ainda buscando aprofundar o assunto sobre o papel que a ONU ocupa na 
promoção de políticas para mulheres. Visite o site “ONU Mulheres” para 
conhecer! Acesse o link: http://www.onumulheres.org.br/ 
 
O processo decisório funciona por meio de um sistema de voto com 
inúmeras variáveis e pesos entre as OIs. Apresentamos o sistema de 
unanimidade, dissidência, voto ponderado, maioria simples, e por fim, maioria 
qualificada. A questão a se pensar também é como determinados temas entram 
para a agenda das OIs e outros não. Isso interfere no funcionamento da OI e em 
seu resultado final, isto é, na indução das políticas públicas, por parte dos países 
membros. 
 
Para fechar este tema, não saia sem antes assistir à explicação da professora 
Vanessa no material online! 
https://www.youtube.com/watch?v=LZV1kZsgDdg
http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v9n1-2/02.pdf
http://www.onumulheres.org.br/
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
TEMA 3: Por que algumas OIs têm poder no cenário internacional e outras 
não? 
Vimos o funcionamento global das OIs do ponto de vista decisório e dos 
mecanismos adotados para que as decisões sejam tomadas. Bem como as 
dificuldades e a lentidão que ocupa o processo decisório. Agora cabe perceber 
o porquê de algumas OIs terem poder e outras não. Quais fatores são 
determinantes para que nem todas as OIs tenham o mesmo destaque no cenário 
internacional, bem como isso influência no desenho das políticas públicas 
globais disseminadas por essas OIs que possuem menos destaque no cenário 
internacional. 
Nesta linha de observar as diferenças no reconhecimento do poder dessas 
OIs, podemos destacar alguns fatores que influenciam no destaque ou não da 
OI no cenário internacional e na sua relação com os países. 
Fatores preponderantes na relação de poder: 
1) As decisões das OIs são heterogêneas. 
2) O peso político varia de acordo com o tema e com a OI. 
3) A postura dos Estados-membros em relação à decisão tomada. 
4) A natureza da Organização Internacional. 
5) O ambiente internacional no momento da tomada de decisão. 
 
 
Todos estes fatores são preponderantes no estabelecimento e 
reconhecimento de relações de poder. Bem como o próprio trâmite do 
processo decisório, aliás, este tem um papel definitivo neste cenário. Tanto 
que podemos apresentar o fluxo que uma decisão que percorre no âmbito 
das OIs. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
A literatura apresenta o fluxo mencionado em 5 etapas, são elas: 
1) Nascimento da decisão. 
2) Construção do consenso. 
3) A redação de um texto legal pautado pelas regras da OI. 
4) A aplicação da decisão. 
5) A eficácia da decisão. 
Esse é o fluxo de maneira geral, e não segui-lo pode comprometer o 
andamento da decisão. Exatamente, com o intuito de apurar essa distribuição de 
poder, foi realizada, segundo o Prof. Ricardo Seintenfus, uma grande pesquisa 
coletiva para identificar o papel dessas OIs. Eles trabalharam com 08 OIs: 
Processo decisório em 08 OIs (1945-1970) 
1) União Internacional de Telecomunicações - UIT. 
2) Organização Internacional do Trabalho – OIT. 
3) UNESCO. 
4) Organização Mundial de Saúde – OMS 
5) Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA. 
6) Fundo Monetário Internacional – FMI. 
7) Acordo Geral sobre as Tarifas Aduaneiras e o Comércio – GATT. 
8) Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento – 
CNUCED. 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
O que os pesquisadores observaram foram: 
1) A representação. 
2) Questões simbólicas. 
3) Os limites de atuação. 
4) Os programas. 
5) As normas/normativas. 
6) Respeito às regras. 
7) Questões operacionais. 
Os resultados da pesquisa foram: 
1) A influência dos atores é diferenciada relativas a OI e ao tema. 
2) As OIs mais ativas são: UIT, OIT, UNESCO e OMS. 
3) Os Estados-membros mais poderosos valorizam o papel das OIs. 
4) Os Estados-membros mais importantes e poderosos dominam o processo 
de pauta e, portanto, o decisório das OIs. 
5) O controle da agenda é realizado pelos Estados mais poderosos quanto 
isso diz respeito a sua política externa, os temas em destaque são: 
nuclear, comércio, investimentos e comunicações. 
 
Nessa perspectiva, a conclusão é que as sociedades ricas, 
industriais e capitalistas, desempenham um papel central no 
desenho e na agenda das políticas públicas globais. E isso não é 
“achismo” é sim, baseado em dados de pesquisa acadêmica. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
Para aprofundar o seu conhecimento sobre essas relações de poder que 
envolvem as OIs leia o artigo a seguir: 
http://www.senac.br/informativo/BTS/302/boltec302b.htm 
Neste tema discutimos porque algumas OIs têm poder e outras não. Vimos 
que os países ricos têm papelpreponderante no processo decisório e que há 
temas em que eles possuem maior interessante e acabam fazendo com que este 
prevaleça dentro das OIs. O jogo de concertação que envolve as OIs é 
extremamente complexo, pois os interesses postos convertem-se em políticas 
públicas globais. Vimos também que algumas OIs possuem destaque na 
atuação e isso está diretamente vinculado ao processo decisório adotado. 
Estamos quase chegando ao fim desta aula, confira um pouco mais sobre o 
poder das OIs com a professora Vanessa, no material online! 
 
TEMA 4: Apontar as consequências do descumprimento das obrigações 
assumidas para com uma OI 
Em tese, como vimos, as Organizações Internacionais desfrutam de uma 
autonomia relativamente limitada, os países frágeis as procuram para se 
fortalecerem politicamente e buscarem recursos financeiros. Mas, para os países 
ricos, as OIs funcionam para o exercício da diplomacia tornando-se uma 
extensão da sua política externa. Neste viés podemos falar em dois grupos: 
Potências e Estados Desenvolvidos: possuem interesses generalizados e 
atuam na “grande política internacional”. 
Estados débeis: possuem interesses limitados e desenvolvem a “pequena 
política”. 
http://www.senac.br/informativo/BTS/302/boltec302b.htm
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
Nesse jogo, esses atores internacionais tanto se enfrentam como 
cooperam entre si. 
Da perspectiva histórica temos 5 escolas que explicam as fases históricas 
das Organizações Internacionais: 
FUNCIONALISTA 
É marcado pelo final da segunda guerra mundial. Aqui, o princípio das OIs 
era o de servir os interesses da sociedade e afastar a preponderância dos 
Estados, assim o objetivo era distribuir igualmente as ações e políticas das OIs. 
 
DESENVOLVIMENTISTA 
Período marcado na década de 1960, em que, houve grande dificuldade na 
manutenção da paz e da segurança, buscando aqui um novo caminho: paz e 
desenvolvimento. O desenvolvimento econômico e social tornou-se um fim em 
si mesmo, o objetivo máximo era o de expansão econômica. 
TRANSNACIONALISTA 
Nesse momento, buscou-se investimento das empresas transnacionais, 
pois os estados pobres não tinham a menor capacidade de poupança interna. E, 
uma das formas de se dispor de divisas foi o de instalação de empresas 
transnacionais nos países. Entendia-se que essas empresas dinamizariam as 
economias e provocariam desenvolvimento. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
GLOBALISMO 
Passaram a reconhecer a escassez de recursos naturais e as matérias primas 
da Terra e os efeitos que essa exploração ilimitada causou. 
 
GLOBALIZAÇÃO 
Esta é a nossa atual matriz, que tem como marca a diminuição do tamanho e 
do papel do Estado, em detrimento das Forças Transnacionais, o que a literatura 
aponta como um enfraquecimento das OIs. 
Interessante perceber é que o momento histórico revela muito sobre o papel 
e a evolução das OIs. A capacidade de impor suas decisões depende do vínculo 
ao Tratado Constitutivo e à natureza de cada Organização. As OIs comunitárias ou 
de subordinação possuem uma competência impositiva. No entanto, as OIs de 
“concertação” não contam com a imposição, na verdade, a imposição é uma 
exceção. 
Assim, as decisões impositivas das OIs podem ser aplicadas 
exclusivamente para a: 
1) Manutenção da Paz. 
2) Manutenção da Segurança Internacional. 
Pensar na imposição de uma decisão do coletivo internacional a um 
Estado soberano que não quer acatar determinada decisão pode ser 
interpretado como ingerência, isto é, interferência em questões internas de um 
país. 
Para entender melhor, faça a leitura do artigo “Ingerência ou Solidariedade? Dilemas da 
ordem internacional contemporânea. A seguir, clique no ícone para acessá-lo: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392002000200003&script=sci_arttext&tlng=pt 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392002000200003&script=sci_arttext&tlng=pt
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
A primeira notícia que se tem sobre ingerência, foi estabelecida em 1919, 
pela Liga das Nações, indicando três formas de ingerência: 
1) § 4º do Artigo 4º: estabelece que o “(...) Conselho tomará conhecimento 
de toda questão que entrar na esfera de atividade da sociedade ou que 
interessar à paz do mundo (...)”. 
2) Artigo 22 § 1º, Sobre territórios “(...) que são habitados por povos ainda 
não capazes de se dirigir (...) e por este motivo o melhor método é confiar a 
tutela desses povos às nações desenvolvidas (...)”. 
3) Artigo 23 tratava de princípios genéricos, como, condições de trabalho 
equitativas e humanas para o homem, a mulher e a criança (...) tratamento 
equitativo das populações indígenas (...) tráfico de mulheres, crianças, ópio 
(...). 
 
Já a Carta das Nações Unidas – ONU, dispõe em seu artigo 2º, § 7 que 
nenhum dispositivo autoriza a ONU a intervir em assuntos que dependem da 
jurisdição do Estado ou ainda obrigará a submissão. Assim, só é permitida a 
intervenção mediante ameaça à Paz. 
Nessa linha apresentamos algumas ações de bloqueio, de acordo com 
o artigo 41. 
1) Isolamento do país faltoso. 
2) Bloqueios. 
3) Princípio da Não-Intervenção. 
4) Medidas Unilaterais (como no caso do terrorismo. 
Cabe ressaltar que qualquer ação coercitiva depende de autorização do 
Conselho de Segurança da ONU. Para aprofundar e concluir essa aula, vamos 
finalizar apresentando 04 possibilidades que caracterizam a ingerência. 
1) Como proteção aos estrangeiros residentes em território instável. 
2) Assistência humanitária. 
3) Como imposição da paz. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
4) Restauração da democracia. 
Vale a pena se aprofundar no assunto assistindo o vídeo de um pedido 
de Ingerência para a OEA. https://www.youtube.com/watch?v=gCLYqd3fwHI 
Aprendemos neste tema sobre as fases históricas que envolvem e 
explicam o desenvolvimento das escolas que explicam o funcionamento das 
Organizações Internacionais. Na sequência, apresentamos o papel da 
ingerência e os mecanismos por meio dos quais ela começou operando, pelos 
anos de 1929 com a Liga das Nações. E, posteriormente, apresentamos 
mecanismos de bloqueio que podem ser utilizados. 
Confira a mais uma videoaula explicativa com a professora Vanessa no 
material online. 
 
TEMA 5: Por que as normas e decisões emanadas das OIs são com 
frequências violadas? 
Pois bem, já tivemos uma ideia, a partir do tema anterior sobre a 
impossibilidade de imposição por parte das Organizações Internacionais, e isso 
já nos dá algumas pistas do porquê com certa frequência as decisões das OIs 
não são cumpridas, ou ainda, são violadas. Aqui nos aprofundaremos sobre esse 
tema. 
Segundo Seitenfus, a democracia é uma grande referência das 
modernas relações internacionais, inclusive como ferramenta para ingressar 
nas OIs. Cabe ressaltar que quando falamos em democracia ela é uma via de 
mão dupla, pois aquelas que participam das OIs são adeptas do regime 
democrático, e como tal, as OIs precisam também respeitar a autonomia dos 
Estados soberanos. 
https://www.youtube.com/watch?v=gCLYqd3fwHI
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
 
Cabe destacar que as OIs não se limitam a enviar somente forças de 
interposição, em geral, elas intervêm nos assuntos internos de um Estado, mas 
com o objetivo de auxiliá-lo no exercício de algumas competências: 
 Organização de eleições. 
 Retirada de Minas. 
 Reinstalação de Refugiados. 
 Proteção à população. 
 Políticas humanitárias. 
 
A Corte Internacional de Justiça reitera que esse auxílio não deve ser 
entendido como uma intervenção ilícita, mas sim lícita. Sobre essas questões 
existe uma forma de ação por meio do Conselho de Segurança da ONU, em que 
ele realiza um controle político, sendo o técnico realizado pelas OIs e a parte 
jurídico-legal é realizada pela

Outros materiais