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MANEJO E DESCARTE CORRETO DE MATERIAIS BIOLÓGICOS 
 
Felipe Medeiros Boeira 1 
Lucas da Silva Santos 1 
Fayga Cachone de Castro Bettin 2 
 
INTRODUÇÃO 
Resíduos biológicos são aqueles que apresentam produtos de origem biológica 
que podem ou não representar um risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente, 
devido a presença de micro-organismos que por suas características de maior virulência 
ou concentração, podem apresentar riscos de infecção. 
Segundo resolução CONAMA 358 de 2005 há 5 classes de resíduos biológicos e cada 
um tem uma forma de manejo. São eles: 
 Grupo A – engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos 
que, podem apresentar riscos de infecção, exemplos: placas e lâminas de 
laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecido, bolsas transfusionais 
contendo sangue. 
 Grupo B - Contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde 
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade, exemplos: 
medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais 
pesados, dentre outros. 
 Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham 
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados 
nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, exemplos: 
serviços de medicina nuclear e radioterapia etc. 
 Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao 
meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares, exemplos: 
 
1 Acadêmicos do Curso de Nutrição, Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – 
(NTR0057/3) 3º módulo, disciplina Biossegurança em Saúde. 
 
2 Tutora externa, disciplina Biossegurança em Saúde do Centro Universitário Leonardo da Vinci 
– UNIASSELVI. 
 
 
sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas 
etc. 
 Grupo E - materiais perfurocortantes ou escarificantes, exemplos: lâminas de 
barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, 
lancetas, espátulas e outros similares. 
Os profissionais de laboratório estão mais suscetíveis aos riscos oferecidos pelos 
grupos de resíduos A e E, já que englobam agentes biológicos e materiais perfurocortantes 
de uso recorrente no âmbito de trabalho. 
Algumas medidas devem ser tomadas em relação ao tratamento e disposição final de 
resíduos de serviços de saúde. Em relação ao grupo A e suas subdivisões: É obrigatória a 
segregação dos resíduos no momento da geração, de acordo com a classificação da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA RDC, N° 306 de 07 de dezembro 
de 2004 e CONAMA, submetendo-os à inativação microbiana, pela autoclave, aparelho 
que utiliza vapor pressurizado para descontaminar resíduos infecciosos, elevando a 
temperatura na câmera de pressão, operando a 121ºC, esse processo é realizado pela 
própria unidade geradora. 
Esses resíduos já submetidos à inativação microbiana devem ser acondicionados em 
sacos brancos, contendo o símbolo universal de risco biológico de tamanho compatível 
com a quantidade. É importante lembrar que, é proibido esvaziar ou reaproveitar os sacos, 
que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos uma 
vez a cada 24 horas. E a deposição em aterro pode ser realizada somente depois de 
cumprida estas etapas. 
Já os materiais do grupo E devem ser descartados separadamente, no local de sua 
geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes de paredes 
rígidas, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, resistentes ao processo de 
esterilização, com tampa, devidamente identificados com o símbolo internacional de risco 
biológico, acrescido da inscrição de “perfurocortante” e os riscos adicionais, químico ou 
radiológico. 
Os recipientes devem estar localizados tão próximo quanto possíveis da área de uso 
destes materiais. É expressamente proibido o esvaziamento desses coletores para o seu 
reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as 
seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada 
manualmente. 
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/riscos_biologicos.html
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/riscos_biologicos.html
Os recipientes coletores têm capacidade que varia de 3 a 13 litros, são confeccionados 
em material resistente (papelão couro), especialmente desenvolvido para utilização em 
serviços de saúde e, de preferência, possuir desconectador de agulhas. O volume dos 
mesmos, ou de acondicionamento, deve ser compatível com a geração diária deste tipo 
de resíduo. Estes recipientes só devem ser preenchidos até os 2/3 de sua capacidade, ou o 
nível de preenchimento ficar a 5 (cinco) cm de distância da boca do recipiente. 
O armazenamento temporário, o transporte interno e o armazenamento externo destes 
resíduos podem ser feitos nos mesmos recipientes utilizados para o Grupo A. 
Os resíduos perfurocortantes devem ser tratados a partir de uma avaliação de risco prévia, 
dos agentes de risco que posam conter. 
Os acidentes que envolvem materiais biológicos podem causar doenças agudas, 
crônicas e até mesmo a morte de profissionais da área da saúde e dos coletores de lixo. 
Sendo assim, esses materiais e resíduos de laboratório devem ser muito bem analisados e 
destinados ao seu recipiente correto, afim de evitar os acidentes retratados nas etapas de 
todo processo de coleta e descarte desses materiais, como coleta, transporte, descarte ou 
reciclagem dos materiais biológicos. 
 
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 
Qual o nível de conhecimento do pessoal de laboratório à luz da segregação correta 
de resíduos biológicos? O número de profissionais infectados no que diz respeito ao 
descarte incorreto de resíduos biológicos e materiais perfurocortantes é alarmante. 
“Acidentes com material biológico ocorridos com profissionais de laboratórios de 
análises clínicas” artigo escrito por PALOS, M. A. P. et al, publicado em 2006 pelo Jornal 
Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis, referência dois estudos. 
O primeiro estudo foi o resultado de 20 anos de vigilância epidemiológica dos 
acidentes ocupacionais nos Estados Unidos, aponta que dos 57 casos de soroconversão 
para o HIV, 16 (28%) ocorreram com pessoal de laboratório clínico. 
E o segundo estudo, aconteceu num laboratório de Saúde Pública no Brasil, em síntese 
analisou a ocorrência de acidentes num período de cinco anos, detectou que ocorreram 
38 acidentes, sendo que o material envolvido com maior frequência foram espécimes 
biológicos (37%), seguido por material perfurocortante (24%); em 22 acidentes os 
profissionais envolvidos estavam utilizando o equipamento de proteção individual (EPI) 
de forma incorreta ou incompleta. 
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/avaliacao_de_risco.html
Nesse sentido, o trabalho em discussão possui enorme relevância no meio acadêmico 
e profissional, tendo em vista que almeja instruir atuais e futuros profissionais de 
laboratórios quanto ao manejo e descarte correto de resíduos biológicos. 
 
OBJETIVO GERAL 
Instruir atuais e futuros profissionais de laboratório quanto ao manejo e descarte 
correto de matérias biológicos. 
 
OBJETIVOS ESPECIFICOS 
 Prevenir incidentes e acidentes ocupacionais e ambientais; 
 Evitar que os resíduos biológicos e químicos contaminem os resíduos comuns; 
 Impedir a reutilização ou a reciclagem de resíduos contaminados, bem como 
adotar a coleta seletiva para os resíduos que possam ser reutilizados e reciclados; 
 Diminuir os custos, permitindo o tratamento adequado de acordo com o tipo de 
resíduo. Já que os resíduos de riscobiológico e químico possuem um custo mais 
elevado de coleta e descarte adequado, quando comparado ao resíduo comum; 
 Garantir o transporte seguro do resíduo do local onde foi gerado até a disposição 
final. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Saúde: Biossegurança em laboratórios biomédicos e de 
microbiologia. Brasília: MS, 2006; 
 
Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. NR 32: Segurança e Saúde 
no Trabalho em Serviços de Saúde. Disponível em www.mtb.gov.br; 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE: Manual de segurança biológica em 
laboratório. Genebra: OMS, 2004; 
 
PALOS, Marinésia A Prado. Et al, Acidentes com material biológico ocorridos com 
profissionais de laboratórios de análises clínicas. DST – J bras Doenças Sexualmente 
Transmissíveis 18(4): 231-234, 2006; 
 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA/ANVISA, Descarte de 
Resíduos do Grupo A. www.fiocruz.br. Disponível em: 
<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/descarte-
residuos-grupo-a.htm>. Acesso em 19/07/2020; 
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/descarte-residuos-grupo-a.htm
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/descarte-residuos-grupo-a.htm
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA/ANVISA, Descarte de 
Resíduos do Grupo E. www.fiocruz.br. Disponível em:< 
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/descarte-
residuos-grupo-e.htm>. Acesso em 19/07/2020. 
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/descarte-residuos-grupo-e.htm
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/descarte-residuos-grupo-e.htm

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