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9 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 Unidade II 3 ÉTICA NAS EMPRESAS E LEGISLAÇÃO Conceito de comércio Antes de começarmos a estudar o conceito de empresa e a legislação pertinente, devemos saber o que antecede estes institutos. Nesse raciocínio encontramos a palavra “comércio”, que é a interposição habitual na troca, com o intuito de se obter lucro. Para Maximiliano Cláudio Américo Fuhrer (2002, p.12), “No sentido econômico, comércio é o emprego da atividade humana destinada a colocar em circulação a riqueza produzida, facilitando as trocas e aproximando o produtor do consumidor”. Podemos então observar que o comércio se caracteriza na acepção jurídica como mediação, fim lucrativo e habitude, sendo esta última a prática habitual ou profissional. Mas alguns pontos importantes serão necessários para que exista o comerciante, como: 1. capacidade civil;9 2. intermediação;10 3. especulação ou intuito de lucro;11 4. profissionalidade;12 e 5. atuação no próprio nome.13 5 10 15 9 Artigo 4º e seguintes do Código Civil. 10 Entende-se como o comerciante colocado entre o produtor e o consumidor. 11 Não se faz necessária a obtenção do lucro presente. Basta a sua perseguição. 12 É o exercício habitual da mercancia. 13 Necessário que a prática habitual do comércio seja exercida pelo próprio comerciante, em seu nome e por sua conta. 10 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 Não podemos deixar de citar outro ponto de suma importância quanto ao tema “comerciantes” que estão impedidos de praticar atos de comércio: 1.-os leiloeiros, inclusive rurais (Decreto nº 21.981/32, art. 36); 2.-os funcionários públicos (Estatuto dos Funcionários Públicos); 3.-comandante de embarcação brasileira contratado sob condição de parceria com o armador sobre o lucro proveniente do transporte de carga, salvo havendo convenção em contrário (Código Comercial, art. 524); 4.-os militares da ativa (Lei nº 6.880/80, art. 29); 5.-os magistrados (Lei Complementar nº 35/79 – LOMN, art. 36,I); 6.-os empresários que desrespeitarem as normas contidas na Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei 8.212/91, art. 95, § 2º, d). Conceito de empresa A empresa tem sido entendida, doutrinariamente, como uma “atividade econômica organizada, exercida profissionalmente pelo empresário, através do estabelecimento” (Bulgarelli, 1985, p.23). Extrai-se daí os três conceitos básicos da empresarialidade: o empresário, o estabelecimento e a atividade. A nova lei civil (Código Civil) revogou toda a primeira parte do Código Comercial. Com isso, esta última legislação (Código Comercial) não mais regula as atividades comerciais terrestres, restando apenas sua segunda parte, referente a atividades marítimas. 5 10 15 20 25 11 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 Para um melhor entendimento da empresa sob o enfoque da ética, traz-se à colação o pensamento de Alfredo Lamy Filho e José Luiz Bulhões Pedreira, sobre a empresa - a grande empresa - enfocando-a como a “célula de base de toda a economia industrial. Em economia de mercado, é, com efeito, no nível da empresa que se efetua a maior parte das escolhas que comandam o desenvolvimento econômico: definição de produtos, orientação de investimentos e repartição primária de vendas. Esse papel - motor da empresa é, por certo, um dos traços dominantes de nosso modelo econômico: por seu poder de iniciativa, a empresa está na origem da criação constante da riqueza nacional; ela é, também, o lugar da inovação e da renovação”. Prosseguindo, dizem que “A macro-empresa envolve tal número de interesses e de pessoas - empregados, acionistas, fornecedores, credores, distribuidores, consumidores, intermediários, usuários – que tendem a transformar-se realmente em centro de poder tão grande que a sociedade pode e deve cobrar-lhe um preço em termos de responsabilidade social. Seja a empresa, seja o acionista controlador, brasileiro ou estrangeiro, tem deveres para a comunidade na qual vivem”. Concluindo, afirmam que “essa revolução que se está operando nos países da vida ocidental - como resposta, até certo ponto surpreendente e admirável, às exigências de conciliar a eficiência insubstituível da macroempresa com a liberdade de iniciativa e a distribuição da riqueza - não foi feita, nem poderá sê-lo, sem a compreensão e a efetiva colaboração dos empresários - que a lideraram - das instituições comerciais, que a secundaram, dos investidores que a compreenderam e apoiaram e do Estado que a estimulou, disciplinou e removeu os obstáculos jurídicos para que ela se realizasse na plenitude”. 3.1 Ética empresarial A ética da empresa é revelada pelas ações dos seus colaboradores. Podemos estabelecer que a ética individual nem 5 10 15 20 25 30 12 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 sempre está de acordo com a ética empresarial, posto que esta nem sempre coincide com a ética socialmente esperada. A organização poderá sofrer os reflexos dos seus dirigentes, pois suas crenças e valores podem estabelecer a diretriz da empresa. Caberá então ao cidadão observar todas as atitudes empresariais, formando sua autocrítica quanto os procedimentos da empresa perante a sociedade e até que ponto chega sua responsabilidade social. 3.2 Ética nos negócios e nas relações comerciais O renascer das preocupações sobre a ética nos negócios. O grande desafio ético encontra-se na descoberta de como libertar o mundo da pobreza e opressão hedionda em que vive. Com certeza, a ética da solidariedade será o componente principal de qualquer solução. 4 PRINCÍPIOS PARA A ÉTICA NOS NEGÓCIOS 4.1 Inspire confiança Os clientes querem fazer negócios com empresas nas quais podem confiar. As relações deverão ser pautadas por: 1.-honestidade e respeito nas negociações; 2. -verdade e clareza sobre o produto ofertado; 3. -confidencialidade sobre as informações pessoais do cliente; 4. -sempre ser cordial, mesmo que do outro lado você encontre posicionamento diferente de sua opinião. Quando a demanda do cliente não for atendida, explicar de modo transparente as razões, de maneira clara e educada; 5. -nunca deixar o cliente sem uma solução do seu problema. Nos casos em que as explicações não atendam 5 10 15 20 25 13 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 a necessidade, procurar uma medida compensatória, de forma a atender os altos padrões de qualidade praticados pela empresa. 4.2 Relações com fornecedores Quando a confiança está na cultura de uma companhia, é uma garantia de seu caráter, habilidades, forças e honestidade. Isso também se aplica nas políticas de relacionamento com fornecedores, repeitando aos princípios da livre concorrência. A oportunidade deverá ser igual para todos no processo de seleção e de contratação. Uma prática muito comum em algumas empresas são os chamados “vínculos ou relaçõescomerciais e pessoais”, entre os empregados e as empresas contratadas. Nesses casos, o administrador deverá ser transparente, comunicando ao setor estratégico a relação existente. Também um fator importante é a busca de qualidade, preço adequado, confiabilidade técnica dos produtos a serem adquiridos, sob pena de a empresa perder espaço no mercado para o concorrente que está atento a esta premissa. 4.3 Mantenha um bom relacionamento com seu público interno e externo Para a melhoria contínua de uma empresa, seu líder deve estar aberto a novas idéias. Ele deve sempre pedir a opinião e as idéias de seus clientes e de sua equipe, para que a organização continue crescendo. 4.4 Tenha documentos claros Avalie novamente todo o material da empresa, incluindo publicidade, folhetos e outros documentos externos de negócios, de forma que sejam claros, precisos e profissionais. 5 10 15 20 25 14 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 4.5 Compromisso com a comunidade Eleve o compromisso de sua empresa com a comunidade em que está presente no que concerne a: 1. -promoção do desenvolvimento das condições de melhoria de vida; 2. -contribuição na oferta de ensino qualificado às crianças de baixa renda e principalmente na preparação de jovens para o mercado de trabalho; e 3. -proporcionar o acesso a iniciativas e eventos culturais. 4.6 Compromisso com o meio ambiente Todos os empregados devem zelar pelo cumprimento da Política Ambiental adotada pela empresa, visando à busca de soluções, como o uso de materiais recicláveis e exigir o compromisso dos fornecedores para que seus produtos e serviços atendam às normas exigidas pela Autoridade Pública, bem como a informação do destino dos resíduos não- aproveitáveis. 4.7 Tenha um bom controle contábil Tenha um controle prático da contabilidade e dos registros da empresa, não somente como um meio de conhecer melhor o progresso de sua companhia, mas também como recurso para prever e evitar atividades “questionáveis”. 5 REGISTRO DAS EMPRESAS Ao nascimento de uma pessoa natural, há necessidade de registrá-la, inscrevendo todos os atos marcantes de sua vida, como o casamento, separação, divórcio, óbito, etc. Ao comerciante também se instituiu o seu registro. Com isso, todo interessado poderá conhecer tudo o que diga respeito a qualquer comerciante. 5 10 15 20 25 15 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 A Lei 8.934/1994, que foi regulamentada pelo Decreto 1.800/96, estabeleceu o Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (SINREM), que é composto pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC - e pelas Juntas Comerciais, sendo estas últimas órgãos locais de execução e administração dos serviços de registro. Para cada unidade federativa do Brasil, há uma Junta Comercial, com sede na capital. Importante salientar que as Juntas Comerciais incumbem efetuar o registro público de empresas mercantis e atividades afins. Entende-se como atividades afins os agentes auxiliares do comércio, como, por exemplo, leiloeiros, tradutores públicos, trapicheiros14, intérpretes comerciais e administradores de armazéns gerais. Não devemos esquecer que a partir do registro do nome comercial na Junta, este estará protegido na área de jurisdição, não havendo possibilidade de um nome idêntico ou semelhante ser arquivado. Esta proteção poderá ser estendida para as demais Juntas Comerciais a pedido do interessado. Por fim, os contratos sociais das sociedades só poderão ser registrados na Junta Comercial com o visto de um advogado (parágrafo 2º do artigo 1º da Lei 8.906/94). 6 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES Estudaremos a classificação das sociedades de acordo com o Novo Código Civil - NCC - , ou seja, sociedades não-personificadas e sociedades personificadas. Abordaremos o regime jurídico das sociedades e as suas respectivas peculiaridades. As sociedades não-personificadas são aquelas constituídas de forma oral e documental, porém, não registradas nos órgãos competentes. Temos como tipos a sociedade comum, também conhecida como de fato e a sociedade em conta de participação. 14 Trapiche é o armazém geral de menor porte, na área de importação e exportação. 5 10 15 20 25 30 16 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 Já as sociedades personificadas são aquelas legalmente constituídas e registradas nos órgãos competentes, sendo caracterizadas como pessoa jurídica. Temos como exemplo as sociedades empresárias, simples. A sociedade empresária possui princípios norteadores e orientadores, que têm o objetivo de interpretar a atividade negocial. São eles: • defesa da minoria societária; • conservação da empresa; • tutela da pequena e média empresa; • liberdade de contratar e autonomia da vontade; • legalidade; • controle jurisdicional; • responsabilidade societária. De acordo com Ludícibus e Marion (2004, p.36), “o contrato de sociedades empresárias não é um contrato ortodoxo, ou seja, trata-se de um pacto diferenciado das demais modalidades contratuais, porque é dirigido à formação de uma pessoa jurídica”. Esse tipo de contrato é definido como contrato plurilateral de organização, ou seja, o objetivo é comum a todos, acordando um paralelo de interações. Seguem abaixo algumas características do contrato plurilateral: • aberto à adesão de outros interessados; • paralelismo de intenções (consenso); • objetivo comum a todos; 5 10 15 20 25 17 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 • plurilateral, a partir de dois sócios; • objeto aglutinador: a convergência para exercício da empresa com o fito de lucro — objetivo comum a todos os sócios. As sociedades empresárias são pessoas jurídicas de direito privado, que possuem o dever de se inscrever nos seus atos constitutivos, ou seja, a sociedade empresária só adquire personalidade jurídica (o direito de ser no mundo jurídico) com o arquivamento de seu ato constitutivo (contrato/ estatuto) no Registro Público de Empresas Mercantis e atividades afins. Em geral os sócios não se responsabilizam pelas obrigações da pessoa jurídica – sociedade, a não ser quando o patrimônio da sociedade mostrar-se insuficiente para cobrir e saldar as obrigações de curto, médio e longo prazos da pessoa jurídica. Mesmo nessa situação, a lei diz que a responsabilidade dos sócios é suplementar, subsidiária, isto é, os sócios responderão se a sociedade não tiver forças para responder. Não devemos esquecer que os sócios também possuem direitos, não só obrigações. Esses direitos explanados a seguir podem ou não estar explícitos no contrato. Mesmo com sua omissão ou não identificação clara, são assegurados de acordo com a legislação. São eles: • direito de fiscalizar a escrituração social: acompanhamento da gestão societária e o exame da escrituração contábil, ou seja, o exame dos livros contábeis, documentos, correspondências, fluxo de caixa, dentre outros; • direito de participar dos lucros sociais: como as sociedades empresárias têm como objetivo primordial a obtenção do 5 10 15 20 25 18 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 22/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 lucro, os sócios jamais poderão ser excluídos da participação dos lucros e das perdas, conforme artigo 1.008 do Código Civil de 2002, que garante ser “nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas; • direito de recesso: liberdade para sair da sociedade (liberdade contratual e autonomia da vontade), ou seja, deixar o quadro acionário; • direito à prestação de contas dos administradores: direito à prestação de contas de origem justificada e à análise anual dos balanços, de acordo com o artigo 1.020 do Código Civil de 2002, que estabelece que “os administradores são obrigados a prestar, aos sócios, contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico”; • direito de votar nas deliberações sociais nas sociedades contratuais: o voto é o instrumento, ferramenta por excelência da manifestação dos sócios, conforme artigo 1.010 do Código Civil, que estabelece que “quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um”. De acordo com o regime jurídico das empresas, as sociedades se classificam segundo diversos critérios, entre eles: • natureza do ato constitutivo; • quanto à responsabilidade dos sócios; • quanto a composição econômica ou estrutura. 5 10 15 20 25 19 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 No primeiro critério, as sociedades podem ser contratuais, ou seja, cujo ato constitutivo é um contrato, ou estatutárias ou institucionais, cujo ato constitutivo é um estatuto. Quanto a responsabilidade dos sócios, temos: Limitadas: limita a responsabilidade dos sócios ao valor de suas ações (sociedades por ações) ou à integralização do capital social (sociedades limitadas). Ilimitadas: todos os sócios assumem responsabilidade solidária e ilimitada referente às obrigações. Ex.: sociedades em nome coletivo. Mistas: quando o contrato social combina a responsabilidade ilimitada e solidária de alguns sócios com a limitada de outros. Ex.: sociedades em comandita simples e sociedades em comandita por ações. Quanto à composição econômica ou estrutura, temos: De pessoas: constituídas decorrentes da qualidade pessoal dos sócios que se subordinam às condições jurídicas. Ex.: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade de capital e indústria. De capital: formam prioritariamente tendo em vista o capital social, em que os sócios são considerados simples investidores. Ex.: sociedade por ações. Enfocaremos os tipos de sociedades de forma mais minuciosa, verificando suas peculiaridades, características, lucros, obrigações, responsabilidades, etc. 5 10 15 20 25 20 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 7 SOCIEDADES EMPRESARIAIS A seguir, vamos estudar os vários tipos de sociedades empresariais de acordo com o Código Civil de 2002. 7.1 Sociedade em nome coletivo É uma sociedade empresária que está vinculada ao diploma civil. Nesse tipo de sociedade, os sócios devem ser pessoas físicas, com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Nas palavras de José Edwaldo Tavares Borba (2006, p.123), “(...) a característica fundamental da sociedade empresarial em nome coletivo é a responsabilidade ilimitada de todos os seus sócios pelas obrigações sociais. Na hipótese de falência, todos os sócios responderão pelas obrigações sociais com a totalidade de seus bens particulares, até onde forem necessários para atender aos credores da sociedade”. No caso da gestão da referida sociedade, os sócios devem se responsabilizar totalmente pelo uso da firma e pelos limites contratuais. 7.2 Sociedade em comandita simples A sociedade do tipo empresária possui duas espécies de sócios: comanditados, ou seja, os responsáveis solidários que agem ilimitadamente pelas obrigações sociais, e os comanditários, aqueles obrigados somente pelo valor de sua parte. Seguem abaixo algumas normas referentes ao sócio comanditário, segundo o Código Civil: • fiscaliza a gestão social; 5 10 15 20 21 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 • não pode praticar ato de gestão; • não pode ter seu nome na firma social; • participa das deliberações sociais; • pode ser procurador da sociedade para determinado negócio; • não pode receber lucros no caso de baixa do capital social por perdas, enquanto a reintegração não ocorrer; • não é obrigado à reposição de lucros. Alguns autores consideram que esse tipo de sociedade é mais viável que a sociedade em nome coletivo, pois, pelo menos, observa um tipo de sócio (comanditário), que não responde ilimitadamente pela sociedade. 7.3 Sociedade limitada De acordo com Ludícibus e Marion (2004, p.37), “a sociedade limitada tem como nota predominante uma elástica margem de liberdade de estruturação, principalmente em relação à burocracia, formatação das companhias e os riscos da responsabilidade ilimitada típica das sociedades em nome coletivo”. Podemos entender que alguns fatores sinalizam para as vantagens na escolha de uma sociedade empresária do tipo limitada. São eles: • garante aos sócios a responsabilidade limitada, evitando os efeitos gerados de forma indesejada em relação ao patrimônio das sociedades; • de acordo com o artigo 1.055 do Código Civil de 2002, “O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio”; 5 10 15 20 25 22 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 • evita uma estruturação e, consequentemente, uma gestão complexa e complicada. A seguir temos algumas características da sociedade limitada: • a responsabilidade dos sócios é limitada: restrita ao valor de suas cotas, embora todos os sócios respondam solidariamente pelo capital social; • o capital social é dividido em cotas, iguais ou não, cabendo uma ou mais a cada sócio; • a sociedade limitada é gerida por uma ou mais pessoas identificadas no contrato social; • podem ser designados, se o contrato social permitir, administradores que não são sócios das sociedades; • no ato constitutivo, deve constar a designação da cota com que cada um dos sócios entra para o capital social e o modo de realizá-la, ou seja, em dinheiro, em bens ou ambos; • a contribuição (valor) de cada sócio deve observar os prazos e a forma identificada no contrato social. De acordo com Pontes (2005, p.185), “limitada é a responsabilidade do cotista, não da sociedade, pois se trata de uma sociedade empresária com totalidade de sócios de responsabilidade limitada, porém, a responsabilidade da sociedade perante terceiros é plena, posto que dotada de autonomia jurídica”. Uma vez fechado o capital social, o patrimônio (bens + direitos + obrigações) dos sócios não será afetado por obrigação/dívidas da sociedade, pois esta responderá totalmente com seu próprio patrimônio, pelas obrigações sociais. 5 10 15 20 25 23 ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 Existem algumas exceções em relação à regra de limitação da responsabilidade das cotas. São elas: • nos débitos da dívida ativa (artigo 135 – Código Tributário Nacional); • os sócios respondem pelas dívidas da sociedade perante o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) – Lei 8.620/93 artigo 13º; • os sócios que decidirem, mesmo contra a lei ou o contrato social, que responderão ilimitadamente pelas obrigações sociais (artigo 1.080 do Código Civil); • se o sócio utilizar a separação do patrimônio como forma de fraudar credores, pode responder pessoalmente à referida obrigação (artigo 50 do Código Civil). 7.4 Sociedade anônima ou companhia Segundo Américo Luis Martins da Silva (2006, p. 140), “As sociedades anônimas caracterizam-se por serem espécie de sociedade com finalidade econômica, que têm capital dividido em partes iguais, denominadas ações, títulos negociáveis livremente, e por ser a responsabilidade dos sócios limitada apenas à importância das ações pelos mesmos subscritas ou adquiridas. Ou seja, é aquela sociedade exclusivamente empresária, cujo capital social consistente em espécie (moeda corrente) ou em bens que podem ser avaliados pecuniariamente e inteiramente dividido em ações de igual valor, sendo a responsabilidade dos sócios ou acionistas, em número mínimo de dois (exceto a subsidiária integral), limitada ao valor das ações que subscrevem ou adquirem (Lei nº 6.404, de 15.12.1976)”. Apesar do nome “anônima”, essa sociedade empresária tem um nome que é identificado na legislação jurídica e nos negócios. 5 10 15 20 25 24 Unidade II Di ag ra m aç ão : L éo 2 2/ 10 /0 8 - Co rr eç ão : B ru no 0 5/ 11 /0 8 | 1 ª R ev isã o: A na 0 5/ 11 /0 8 - 2ª C or re çã o: R af ae l 0 7/ 11 /0 8 | 2 ª R ev isã o: A na 0 6/ 11 /0 8 Há algumas peculiaridades inerentes à sociedade anônima ou companhia. São elas: • a responsabilidade dos sócios é limitada pela parte do capital social que é absorvido por eles; • o capital social é dividido em frações negociáveis e transferíveis, que recebem o nome de ações; • os sócios podem mudar sem ser alterado o ato constitutivo da sociedade, ou seja, ocorre o que chamamos de irrelevância pessoal; • é uma sociedade empresária de capital com personalidade jurídica de direito privado; • tem o lucro como objetivo preponderante para os negócios; • o objeto social se refere ao exercício da atividade empresarial lícita. 7.5 Sociedade em comandita por ações Seguem abaixo algumas características: • o capital é dividido em ações e opera sob firma ou denominação; • é tratada através da Lei das Sociedades por Ações – Lei 6.404/76, com as modificações determinadas pela Lei 9.457/1997 e pelos artigos 1.090 a 1.092 do Código Civil; • a administração fica a cargo do acionista que responde subsidiariamente e ilimitadamente pelas obrigações sociais; • é regida pelas normas da sociedade anônima ou companhia. 5 10 15 20 25
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