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2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 03 2. CONCEITOS............................................................................................................. 03 3. IMPORTÂNCIA........................................................................................................ 04 4. TIPOS DE DRENOS ................................................................................................ 04 4.1 Drenagem superficial.................................................................................... 04 4.2 Drenagem subterrânea ................................................................................. 07 5. UTILIZAÇÃO NA ÁREA AGRÍCOLA .................................................................. 08 6. RELAÇÃO DRENAGEM X SALINIDADE ........................................................... 09 7. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 09 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................10 3 1. INTRODUÇÃO Em geral, a palavra drenagem significa descarga de água. Em terras agrícolas considera-se que a água está em excesso quando interfere com a produção agrícola, de tal forma que a finalidade da drenagem é a obtenção de ótimas condições para a produção agrícola (MILLAR, 1974). Em uma área destinada à exploração agrícola, é necessário que, fundamentalmente, o solo possua um teor de umidade adequado à germinação e desenvolvimento das culturas. Desta forma, é necessário que se estabeleça e se mantenha um ótimo equilíbrio da relação água-oxigênio-sais na zona radicular, visando oferecer condições ideais de sobrevivência para as culturas. Se as chuvas da região não são suficientes, em épocas oportunas, para manter o solo com teores de umidade adequados, a irrigação é a técnica recomendada para suprir essa deficiência. Por outro lado, se o solo se mantiver com teores excessivos de umidade durante longos períodos, a adoção de um sistema de drenagem é a solução para o problema (MELLO, 2009). Em regiões irrigadas, em que são utilizadas águas com teores de sais, a drenagem é utilizada para controlar a elevação do lençol freático bem como eliminar a água de lixiviação, de modo a evitar a salinização do solo (MELLO, 2009). Os principais benefícios da drenagem agrícola são: incorporação de novas áreas à produção agrícola, aumento da produtividade agrícola, controle da salinidade do solo, recuperação de solos salinos e ou alcalinos, e saúde pública e animal (MELLO, 2009). 2. CONCEITOS A drenagem consiste na remoção do excesso de água e sais do solo, com a finalidade de criar condições de boa aeração e de controle da salinidade que favoreçam o crescimento e o desenvolvimento das culturas e que preservem as características físicas, químicas e biológicas do solo. Em regiões úmidas, as áreas baixas com topografia plana, como as várzeas, podem apresentar excesso de água na superfície e no perfil do solo, sendo a drenagem artificial indicada para viabilizar a exploração agrícola, com melhoria da disponibilidade de oxigênio na zona das raízes. 4 Em regiões áridas e semiáridas, os problemas de drenagem são geralmente ocasionados por manejo inadequado das irrigações, com aplicação de lâminas excessivas de água que provocam a elevação do nível do lençol freático e o acúmulo de sais na camada de solo explorada pelo sistema radicular da cultura. Neste caso, a drenagem artificial é indicada para controlar o nível do lençol freático, bem como possibilitar a lixiviação dos sais trazidos nas águas de irrigação, a fim de evitar a salinização do solo. 3. IMPORTÂNCIA A drenagem agrícola traz uma série de benefícios segundo Ferreira (2011): Pode-se utilizar em áreas inundadas, tornando-as agricultáveis e produtivas. Melhora as condições físicas e químicas do solo como, por exemplo: melhor aeração, melhor atividade microbiana, melhor fixação de nitrogênio e fósforo, aumento da profundidade efetiva do sistema radicular. Pode-se controlar o nível de salinidade através da lixiviação dos sais que se encontram na faixa do solo utilizado pelo sistema radicular da planta. Fornece condições ao desenvolvimento das plantas não adaptadas com a técnica para o rebaixamento do lençol freático. 4. TIPOS DE DRENOS Os sistemas de drenagem segundo Silva e Parfitt (2004); IF Goiano, podem ser classificados em superficiais e subterrâneos. Os de drenagem superficial visam remover a água acumulada sobre o solo, enquanto os de drenagem subterrânea têm por objetivo remover o excesso de água do interior do solo, exercendo certo controle sobre a posição do lençol freático. 4.1 Drenagem Superficial A drenagem superficial pode ser feita por meio de sistemas dos tipos natural, em camalhão, interceptor, drenos rasos e paralelos ou por sistematização do terreno. 5 a) Sistema natural - Consiste em interconectar depressões do terreno por meio de drenos que conduzem a água para pontos de descarga natural da área. Sempre que possível, os drenos devem ser rasos e com as faces laterais pouco inclinadas, para não interferirem nas práticas agrícolas. É indicado para situações onde existem depressões grandes e relativamente profundas, cujo nivelamento do terreno se torna dispendioso (Figura 1). Figura 1. Esquema de drenagem natural. b) Sistema em camalhão - Este sistema adapta-se a áreas muito planas e com declividades uniformes. Consiste na construção de camalhões largos e em sequência, de modo que na junção dos camalhões exista uma depressão, a qual funciona como dreno de parcela (Figura 2). Os camalhões podem ser construídos com o uso de arados de aiveca, arados de discos ou plainas. O sentido de construção dos camalhões é dado pela declividade predominante do terreno. A altura no centro dos camalhões varia de acordo com o objetivo de uso. Esta deve propiciar boa drenagem para as culturas de sequeiro e, ao mesmo tempo, não dificultar as práticas agrícolas mecanizadas e nem acarretar preparo de solo demasiadamente pesado para o cultivo do arroz, no sistema de rotação. O comprimento pode atingir 200 m e a largura varia com o tipo de solo (solos com drenagem muito lenta, de 6 a 12 m e com drenagem lenta, de 10 a 20 m). Dependendo do micro relevo, os camalhões deverão ser cortados transversalmente com drenos, para esgotar possíveis pontos de alagamento. c) Sistema interceptor - Consiste em interceptar, por meio de drenos construídos na base das encostas, os escoamentos superficial e subterrâneo de águas provenientes das partes altas do terreno, conduzindo-os para fora das partes baixas do terreno que apresenta problemas de drenagem (Figura 3). Os drenos são valas escavadas no solo, de 6 seção transversal trapezoidal, com profundidade geralmente variando entre 1,5 e 2,0 m. Este sistema é bastante eficiente, uma vez que reduz a necessidade de drenagem das partes baixas do terreno. Ele tem sido muito utilizado em várzeas ladeadas por encostas, sendo geralmente suficiente para resolver os problemas de drenagem quando a várzea é estreita. Figura 3. Área com dreno interceptor. d) Sistema com drenos rasos e paralelos - Consiste de valetas paralelas abertas na direção perpendicular à declividade predominante da área, as quais coletam o escoamento superficial que ocorre em sulcos de irrigação ou ao longo das linhas de plantio (Figura 4). Deve ser usado em áreas planas que apresentam depressões rasas. As valetas são abertas com profundidades entre 15 e 50 cm, sendo construídas com taludes suaves, a fim de facilitar o tráfego de máquinas na área. O espaçamento entre os drenos depende da posição e da quantidade de depressões no terreno. Figura 4. Sistemade drenagem superficial com drenos rasos e paralelos. e) Sistematização do terreno - Consiste em se fazer a movimentação de terra por meio de corte das elevações e aterro das depressões, visando uniformizar a superfície do terreno (Figura 5). Este sistema adapta-se a áreas planas com muitas depressões, porém pequenas e rasas. 7 Figura 5. Área sistematizada evita o acúmulo de água na superfície. 4.2 Drenagem Subterrânea A drenagem subterrânea são os drenos propriamente ditos, que ficam abaixo da camada de solo arenoso com matéria orgânica, conduzindo toda a água que infiltra a um local fora da área drenada (Figura 6). Figura 6. Esquema de drenagem subterrânea. A drenagem subterrânea emprega basicamente dois tipos de drenos: abertos e fechados (tubulares). Os drenos abertos são canais construídos no formato trapezoidal, cujas duas laterais possuem inclinação com objetivo exclusivo de evitar o desmoronamento. Possuem a capacidade de receber e conduzir a água. Atualmente é mais utilizado para a drenagem superficial, pois o escoamento da água ocorre de forma mais rápida. 8 As duas grandes limitações desse tipo de dreno são os custos com sua manutenção e realizações de atividades relacionadas à cultura como, por exemplo, colheita mecanizada, trânsito de tratores e máquinas etc. (Figura 7). Figura 7. Dreno aberto. Os drenos fechados (tubulares ou corrugados) são formados por tubos rígidos e flexíveis com superfície corrugada para drenagem enterrada, como se pode notar na Figura 8, possui a mesma função dos drenos abertos, porém não existe a necessidade de realizar constantes atividades de manutenção (Figura 9). O uso de tubos gera vantagens para a drenagem subterrânea. Veja a seguir quais são essas vantagens: 5. Possibilita melhor aproveitamento da área útil – não gera perdas de área que ocorrem com uso das valas abertas. 6. Não apresenta restrições às passagens de máquinas agrícolas e aos tratos culturais na cultura instalada. Requer menor número de manutenções, com isso o custo é reduzido quando se compara com os canais abertos. 5. UTILIZAÇÃO NA ÁREA AGRÍCOLA Os principais benefícios da utilização da drenagem na área agrícola ,segundo IF Goiano são: a) Incorporação de novas áreas à produção agrícola: em geral, os solos de várzeas são planos e ricos em nutrientes, podendo seu potencial produtivo ser ativado pela drenagem. Em regiões áridas e semiáridas, sistemas de drenagem e de irrigação podem 9 ser usados conjuntamente para recuperar áreas salinizadas através de práticas adequadas, efetuando a sua reincorporação ao processo produtivo. b) Aumento da produtividade agrícola: a drenagem de áreas com excesso de água na zona radicular melhora a aeração e favorece o aumento da atividade microbiana e da estruturação do solo, criando condições favoráveis para desenvolvimento das raízes e maior absorção de nutrientes pelas plantas, com aumento da produtividade das culturas. c) Recuperação de solos salinos e alcalinos: a recuperação de solos salinos é feita aplicando-se água em excesso no solo, visando promover a lixiviação de sais e a sua remoção para fora da área cultivada, através de sistema de drenagem. No caso de solos alcalinos ou sódicos, há necessidade de aplicar corretivo visando deslocar o sódio do complexo de troca para a solução, antes da aplicação de lâminas de lixiviação e posterior remoção pelo sistema de drenagem. O uso adequado da drenagem geralmente resulta nos benefícios mencionados anteriormente. No entanto, projetos de drenagem implementados e manejados inadequadamente podem apresentar efeitos negativos como: drenagem excessiva em regiões úmidas afetando a vazão de nascentes e provocando danos às culturas por déficit hídrico; remoção de nutrientes em excesso, causando a salinização e a eutrofização dos recursos hídricos a jusante da área drenada; carreamento de produtos tóxicos (pesticidas, herbicidas etc.) para as águas superficiais, tomando-as impróprias para consumo humano e animal; e alteração da fauna e da flora da área drenada. 6. RELAÇÃO DRENAGEM X SALINIDADE A perda de água do solo por meio do processo de evaporação e transpiração das plantas faz com que a concentração de sais da solução do solo atinja limites máximos. A movimentação da água no solo ocorre de pontos de mais alto potencial para aqueles de menor potencial. A eliminação de água da zona radicular pela evapotranspiração diminui o potencial total da água do solo, podendo ainda, ocorrer a movimentação ascendente de águas salinas de regiões mais profundas para as camadas superiores do solo. Este é um dos processos pelo qual solos normais podem ser salinizados em consequência da elevação do lençol de água salina tmá drenagem pode contribuir para 10 elevação do lençol freático que, com o acúmulo de fertilizantes aplicados ao longo do tempo, apresenta concentração de sais elevada. Este fato ocorre muito em solos rasos irrigados em excesso, e desprovidos de sistema de drenagem. A ascensão de uma frente salina pode atingir o sistema radicular das plantas e provocar toxidez generalizada, ou específica de alguns íons como sódio, boro e cloreto. Para recuperar um solo salino segundo Lima, deve-se instalar um sistema adequado de drenagem subterrânea e lavá-lo com a irrigação ou deixar que se recupere naturalmente pela lavagem causada pelas águas das chuvas. Ao se processar a irrigação deve ser aplicada uma lâmina de água suficiente para satisfazer as necessidades da cultura, adicionada da lâmina de lixiviação. 7. CONCLUSÃO Por meio desta pesquisa conclui-se que a drenagem agrícola é de reconhecida importância na conservação ou recuperação do potencial de produção agrícola, visto que possibilita controle da quantidade de água superficial, da salinização ou da alcalinização do solo, da elevação do lençol freático e da produção agrícola Pois, os problemas de drenagem afetam o desenvolvimento normal das culturas com efeito direto na fisiologia do vegetal e indiretamente degradando as condições ótimas do ambiente (solo) do sistema radicular, inibindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes, e gerando condições de toxidez. Enfim, o objetivo da drenagem agrícola consiste em criar um ambiente favorável ao desenvolvimento das plantas e preservar as propriedades físicas e químicas do solo, possibilita aumentar o número anual de dias favoráveis às operações agrícolas mecanizadas, além de proporcionar ambiente adequado ao desenvolvimento das raízes das culturas. Por outro lado, a drenagem excessiva é indesejável, pois reduz a quantidade de água disponível no solo para a cultura e intensifica a lixiviação de nutrientes fertilizantes, que irão poluir o lençol freático e os cursos d'água, além de aumentar o investimento por unidade de área. 11 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, Valber Mendes. Irrigação e drenagem. Floriano, PI: EDUFPI, 2011. 126 p.: il. (Técnico em Agropecuária). ISBN 978-85-7463-441-8 IF Goiano. Drenagem. Iporá –GO. Disponível em: < http://www.ifgoiano.edu.br /ipora/images/stories/coordenação/Bueno/6%20-%20drenagem. pdf >. LIMA, L., A. Drenagem de terras agrícolas. Prof. Luiz A. Lima – ENG 158/UFLA. Disponível em: < http://www.lalima.com.br/lalima/arquivos/drenagem.pdf >. MELLO, J, L., P. Drenagem Agrícola. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Fevereiro – 2009. MILLAR, A., A. Drenagem de terras agrícolas. Petrolina, Sudene, 1974. SILVA, C., A., S., da; PARFITT, J, M., B. Drenagem Superficial para Diversificação do Uso dos Solos de Várzea do Rio Grande do Sul. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Pelotas, RS, novembro – 2004. ISSN 1516-8832.
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