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cap_22_Biodrenagem

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Biodrenagem
Salomão de S. Medeiros1, Pedro D. Fernandes1,
José A. Santos Jr.1 & Hans R. Gheyi2
1 Instituto Nacional do Semi-Árido
2 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Manejo da salinidade na agricultura: Estudos básicos e aplicados
ISBN 978-85-7563-489-9
Fortaleza - CE
2010
Considerações gerais
Princípios da biodrenagem
Evapotranspiração
Evapotranspiração da cultura de referência (ETo)
Evapotranspiração da cultura em condições normais (ETc)
Evapotranspiração da cultura em condições não padrão (ETc aj)
Principais vantagens e limitações da biodrenagem
Possíveis cenários para implantação da biodrenagem
Sistema de cultivo em sequeiro
Interceptação dos fluxos de águas subterrâneas
Controle das vazões de descarga
Sistema de cultivo irrigado
Interceptação do fluxo de água
Complementação ao sistema de drenagem convencional
Planejamento da biodrenagem
Estudos de casos e experiências
Índia
Israel
Considerações finais
Referências
INTRODUÇÃO
Extensas superfícies irrigadas estão localizadas em
áreas com problema de drenagem, onde o elevado nível
do lençol freático tem provocado perdas na produção,
dificuldades no manejo do solo e até deterioração de
suas propriedades físico-químicas; segundo Heuperman
et al. (2002), cerca de um terço das áreas irrigadas no
mundo enfrentam problema desta natureza (60 milhões
de hectares), e destas, aproximadamente 20 milhões de
hectares apresentam-se acúmulo de sais (salinização).
Ante toda essa problemática, a drenagem convencional
(superficial e/ou subsuperficial) apresenta-se como
técnica de engenharia amplamente difundida e
consolidada na resolução do problema.
A drenagem convencional é uma prática que permite
a incorporação de áreas com deficiência de drenagem ao
processo produtivo, possibilita o incremento da
produtividade agrícola, controla e recupera áreas com
problemas de salinidade e/ou sodificação, evita a
ocorrência de inundações, promovendo o seu
saneamento, e mantendo sob controle os agentes
causadores de doenças de veiculação hídrica, além de
evitar danos à infra-estrutura de obras civis (Bernardo,
2005; Batista et al., 2002).
Quando de caráter superficial, a drenagem consiste
de um sistema de canais abertos conectados entre si,
com a função de remover o excesso de água da
superfície do solo, na ocorrência de um evento de
precipitação ou irrigação. Normalmente, este tipo de
sistema de drenagem é empregado em áreas planas, com
solo de baixa capacidade de infiltração e permeabilidade
ou com camadas impermeáveis logo abaixo da superfície
do solo.
Já a drenagem subterrânea pode ser entendida como
um sistema de canais abertos conectados a uma malha
de tubos perfurados, ou constituídos de material poroso,
enterrados e conectados entre si, visando à remoção do
excesso de água do perfil do solo, com a finalidade de
propiciar aos cultivos condições favoráveis de umidade,
aeração, manejo agrícola e prevenindo a salinização e a
remoção do excesso de sais da área. Dessa forma a
drenagem interna facilita a melhoria das condições
físicas, químicas e biológicas do solo, criando condições
favoráveis para o aumento e a melhoria da produtividade
e qualidade dos produtos.
No entanto, um dos maiores entraves para utilização
desses sistemas de drenagens são o seu alto custo e os
impactos ambientais gerados por ocasião da instalação,
operação e manutenção. Neste contexto, o presente
texto se propõe a abordar a técnica da biodrenagem
como tecnologia alternativa para resolução dos
problemas de alagamento, rebaixamento do nível do
lençol freático e controle das concentrações de sais
(salinidade) no perfil do solo, que vem sendo
largamente empregada em países como a Índia,
Austrália, Israel, Paquistão e Estados Unidos (Ram, et
al., 2008; Gafni & Zohar, 2007; Heuperman et al., 2002;
Gafni & Zohar, 2001).
PRINCÍPIOS DA BIODRENAGEM
O termo biodrenagem é relativamente novo, embora,
o uso da técnica tenha sido observado em diversas áreas
na resolução dos problemas de drenagem. Heuperman et
al. (2002) e Ram et al. (2008), relatam que a
biodrenagem pode ser entendida como o processo de
extração de água do solo através do sistema radicular das
plantas, e sua eliminação na forma de vapor, por meio dos
processos de evaporação e transpiração (Figura 1).
Biodrenagem
432 Salomão de S. Medeiros et al.
A evaporação é o processo no qual a água na forma
líquida é convertida em vapor de água a partir de uma
superfície evaporante (logos, rios, solo úmido, vegetação
molhada, etc.). Já o processo de transpiração consiste na
vaporização da água líquida contida nos tecidos vegetais
para a atmosfera, controlada predominantemente através
da abertura e/ou fechamento dos estômatos.
Considerando, a disponibilidade de água na superfície
do solo, o processo de evapotranspiração pode ser
influenciado pelo clima, características da cultura
explorada, o tipo de manejo adotado e o meio de cultivo.
Então, a escolha de espécies de vegetais que promovam
uma intensa demanda evapotranspirométrica é fator
determinante para o sucesso da biodrenagem. No
entanto, em áreas com problemas de drenagem
localizadas em regiões áridas e semiáridas, e que
possuam problemas de salinidade, as espécies escolhidas
também devem apresentar tolerância aos efeitos dos sais,
uma vez que a capacidade de absorção de água pode ser
diretamente afetada.
Outra característica a ser considerada por ocasião da
escolha da cultura a ser utilizada na biodrenagem é a sua
posterior rentabilidade, isto é, aliar culturas que atendam
aos requisitos da técnica (ter uma alta demanda
evapotranspirométrica), e que promova uma
remuneração ao produtor através dos seus produtos:
madeira, frutas, forragens etc.
PRINCIPAIS CULTURAS UTILIZADAS
NA BIODRENAGEM
Atualmente, vários trabalhos têm sido desenvolvidos
com diversas espécies vegetais, na busca de selecionar
as mais adaptadas para resolução dos problemas de
drenagem.
Heuperman et al. (2002) e Ram et al. (2008),
descrevem em seus trabalhos desenvolvidos em regiões
de clima árido e simiárido, que a implantação do sistema
de biodrenagem utilizando o cultivo de eucaliptos tem
tornado-se uma opção bastante interessante, frente a
resolução dos problemas de alagamento, rebaixamento do
nível do lençol freático e controle das concentrações de
sais no solo em áreas com deficiência de drenagem.
Holmes & Wronski (1981) sugerem que nas
condições climáticas do sudeste da Austrália, com
precipitação média anual de 700 mm, as florestas de
eucaliptos podem promover um déficit anual de 250 mm,
enquanto culturas agrícolas, em condições semelhantes,
algo em torno de 180 mm. Tais estimativas implicam que
uma bacia que contém floresta de eucalipto, por exemplo,
deve, naquelas condições, produzir cerca de 70 mm a
menos de deflúvio anual, em comparação a exploração
somente de culturas anuais.
Já Akram et al. (2009), em seus trabalhos realizados
na Índia citam a Tamarix troupii, Tortilis acácia e
Acacia nilótica como espécies de alto potencial para
utilização em sistemas de biodrenagem.
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
DA BIODRENAGEM
Segundo Ram et al. (2008), as principais vantagens da
biodrenagem em relação aos sistemas de drenagem
convencional são: baixo custo de implantação e
manutenção; inexistência de custos operacionais, em
razão das plantas utilizarem sua bioenergia para drenar
o excesso de água do solo para a atmosfera; maior vida
útil do sistema, e sua consequente valorização ao invés
de depreciação; inexistência de emissário e de geração
de efluentes; redução dos impactos ambientais; resolução
dos problemas de alagamento e controle da salinidade do
solo; auxilia também no sequestro de carbono, atenuando
os problemas decorrentes dos gases do efeito estufa;
aumento da cobertura vegetal; atua como quebra vento
em sistemas agroflorestais; além de proporcionar renda
adicional ao produtor devido a produção de madeira,
frutos etc.
Na Tabela 1, encontram-se elencados alguns
parâmetros que apontam as potencialidades e limitações
do sistema de biodrenagem em relação aos sistemas
convencionais; e na Tabela2, estão sumarizado diversos
cenários, e que tipo de sistema de drenagem é mais
adequado a cada situação.
BIODRENAGEM E CONTROLE
DA SALINIDADE DO SOLO
A prática da irrigação sempre aporta certa
quantidade de sais ao solo, mesmo quando o suprimento
de água é de boa qualidade; as causas deste processo
remetem aos grandes volumes de água aplicados via
irrigação, que ao final de um ciclo de cultivo aporta
quantidades significativas de sais.
Figura 1. Conceito de biodrenagem
433Biodrenagem
Parâmetros
Métodos de Drenagem
Convencional
Biodrenagem
Horizontal Vertical
Eficiência e dependência - Boa eficiência
- Necessida de emissário
- Lagoa de evaporação tem
apresentado resultados
intermediários
- Evaporadores solares podem
compor o sistema.
- Boa eificiência
- Necessidade de reúso dos
efluentes
- Lagoa de evaporação tem
apresentado resultados
intermediários
- Evaporadores solares podem
compor o sistema.
- Vários sistemas têm
apresentado bons resultados
- Atualmente, não tem sido uma
alternativa em grandes projetos
de irrigação
- Não há necessidade de
implantação de emissários.
Custo - Médio - Médio - Baixo custo e com
possibilidade de retorno
econômico
Vantagens / limitações - Apresenta maior controle do
nível do lençol freático
- Permite incorporação de áreas
alagadas ao processo produtivo
- Oferece maior controle da
salinidade do solo e a
possibilidade da retirada do
excesso de sais da área.
- Proporciona controle do nível
do lençol freático e do
escoamento superficial
- Permite incorporação de áreas
alagadas ao processo produtivo
- Oferece maior controle da
salinidade do solo e a
possibilidade da retirada de sais
da área.
- Permite incorporação de áreas
alagadas ao processo produtivo
- Proporciona controle do nível
do lençol freático
- Oferece segurança a cultura
explorada quanto as ações de
ventos fortes
- Possibilita uma renda extra ao
produtor, devido a extração de
madeira, óleos vegetais e
produtos florestais
- Incrementa a biodiversidade
local
- Ocupa uma área considerável
quando comparado ao sistema
de drenagem superficial
- Proporciona controle limitado
da salinidade do solo.
Operação e Manutenção - Manutenção periódica da
tubulação e drenos abertos
- Remoção periódica dos sais
nas lagoas de evaporação.
- Manutenção periódica da
tubulação, motobombas, telas,
etc.
- Consumo de energia elevado
em relação a outros métodos.
- Necessidade de poda, desbaste
e colheita da madeira
- Controle de pragas e doenças.
Área ocupada - Somente para os drenos
abertos e lagoas de evaporação.
- O sistema ocupa uma área
muito pequena.
- Ocupa áreas relativamente
grande; em sistemas
implantados na Índia o sistema
chega a ocupar 10% da área
irrigada.
Exigência de água de boa
qualidade
- Não se aplica. - Não se aplica. - Somente durante a fase de
estabelecimento das árvores.
Necessidade de energia - Eventualmente, utiliza-se de
estações de bombeamento
elevatórias quando o terreno
apresenta limitações
topográficas que não permite o
escoamento gravitacional.
- Para retirada da água
subterrânea através das estações
de bombeamento elevatória.
- Não se aplica.
Impacto ambiental causado no
entorno
- Adverso; devido à água de
drenagem apresentar altas
concentrações de sais, produtos
químicos e nutrientes
- Lagoas de evaporação quando
não bem manejadas podem
causar impactos ambientais
significativos.
- Adverso; devido à água de
drenagem apresentar altas
concentrações de sais, produtos
químicos e nutrientes.
- Positivo; pelo fato do sistema
não produzir afluentes.
- Em face da possibilidade de
acúmulo de sais na área do
sistema, haverá necessidade de
implantação de uma área de
disposição final dos sais.
Tabela 1. Comparação entre diferentes métodos de drenagem
Adaptado de Heuperman et al. (2002).
a alto a alto
434 Salomão de S. Medeiros et al.
Estudos desenvolvidos por Akram et al. (2009),
demonstram que em sistemas de biodrenagem, a
salinidade do solo na região das linhas de plantio,
denominado biodrenos, eleva-se nos primeiros dois anos
e, mantendo-se estáveis nos anos subsequentes. No
entanto, a salinidade do solo é proporcional à
concentração de sais da água de irrigação; porém,
quando se utiliza águas com baixas concentrações,
pequenas frações de lixiviação são suficientes para
manter os níveis de sais baixos na zona radicular dos
biodrenos. Contudo, à medida que a concentração de sais
na água de irrigação aumenta, há um incremento
significativo da salinidade na zona radicular dos
biodrenos, interferindo de forma negativa na absorção de
água.
Em contrapartida, nas áreas onde a camada
impermeável esta localizada em maiores profundidades,
menor será a concentração de sais na zona radicular dos
biodrenos, devido o deslocamento vertical dos sais para
as camadas mais profundas.
De acordo com Akram et al. (2009), a principal
restrição da utilização da biodrenagem em regiões áridas
e semiáridas é o equilíbrio do balanço de sais e a sua
acumulação na região dos biodrenos; para estes autores
a sustentabilidade do sistema é questionável, exceto
quando a qualidade da água de irrigação é boa ou, o
sistema está implantado em um local onde a precipitação
média anual é elevada.
Em zonas áridas e semiáridas, a viabilidade desse
sistema só pode ser alcançada se algum tipo de
mecanismo de remoção sal for incluído o sistema; estes
mecanismos podem ser a colheita da folhagem,
raspagem de sais acumulados na superfície do solo onde
estão os biodrenos e consórcio utilizando culturas que
possuem a capacidade de extrair sais do solo, como a
atriplex. Nesses casos alguns autores como Heuperman
et al. (2002) sugerem combinar a técnica da biodrenagem
com as tecnologias de engenharia de drenagem
convencionalmente utilizadas.
Obviamente que os estudos relativos à utilização da
biodrenagem como alternativa para a prevenção e
controle da salinidade em regiões áridas e semiáridas
necessita de estudos mais aprofundados, no entanto,
Akram et al. (2009), apontam que a salinidade máxima
Cenários
Potencial e Limitações da Biodrenagem Escala de Eficiência
dos Sistemas de DrenagemViabilidade Méritos Benefícios/Limitações
Região úmida com
água subterrânea de
boa qualidade
Viável Menor custo com
impacto ambiental
positivo.
Ocupação de
parte da área
com o sistema
Região com
excesso de água
Região com
déficit de água
1. Biodrenagem
2. Drenagem
subsuperficial
3. Drenagem
superficial
1. Drenagem
superficial
2. Biodrenagem
3. Drenagem
subsuperficial
Região úmida com
água subterrânea de
má qualidade
Quando a
salinidade do solo
é excessiva (por
exemplo, mais de
12 dS m-1) a
efetividade do
sistema pode ser
comprometida
Menor custo com
impacto ambiental
positivo
Ocupação de
parte da área
com o sistema
Região costeira Interior
1. Drenagem
subsuperficial
2. Biodrenagem
3. Drenagem
superficial
1. Biodrenagem
2. Drenagem
superficial
3. Drenagem
subsuperficial
Regiões áridas e
semiárida, com água
subterrânea de boa
qualidade
Viável Menor custo com
impacto ambiental
positivo
Não apresenta
limitações
1. Drenagem superficial
2. Biodrenagem
3. Drenagem subsuperficial
Regiões áridas e
semiárida, com água
subterrânea de má
qualidade
Quando a
salinidade do
solo é excessiva
(por exemplo,
mais de 12 dS m-1)
 a efetividade do
sistema pode ser
comprometida
Menor custo com
impacto ambiental
positivo
Quando se
dispõem da água
de qualidade
inferior para
irrigação
Região costeira Interior
1. Drenagem
subsuperficial
2. Biodrenagem
3. Drenagem
superficial
1. Biodrenagem
2. Drenagem
superficial
3. Drenagem
subsuperficial
Tabela 2. Escala de eficiência dos sistemas de drenagem segundo as características da região
Adaptado de Kapoor (2010).
435Biodrenagem
inicial da água do solo passível de controle através da
técnica da biodrenagem num período de 5 a 10 anos é de
cerca de 5 dS m-1. Em muitos casos, até mesmo uma
salinidade do solo inicial de 3 dS m-1 não pode ser
tolerada durante um longo período de tempo, por exemplo,
20 anos.
Nessas condições, assumindo que a salinidade da
água do solo é quase 1,5 vezes a salinidadeda água de
irrigação (Ayres & Westcot, 1999), pode-se concluir que
o sistema de biodrenagem pode não funcionar
corretamente quando a salinidade da água de irrigação
excede 3,3 dS m-1. Isso é verdade, claro, onde a
precipitação anual é de 250 mm, como foi o caso da área
onde estes estudos foram realizados. Considerando que
a chuva dilui a salinidade da água do solo, pode-se
esperar que o risco de salinização do solo seja menor em
áreas úmidas.
CENÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO
DO SISTEMA DE BIODRENAGEM
Segundo Heuperman et al. (2002) a biodrenagem
pode ser empregada tanto em sistemas de cultivos de
sequeiro como irrigados.
Em sistema de cultivo de sequeiro a biodrenagem
pode atuar no controle de recarga dos aquíferos, na
interceptação dos fluxos das águas subterrâneas e no
controle das vazões de descarga; já em sistemas
irrigados sua atuação é no controle do nível do lençol
freático da área; na interceptação do fluxo de água em
áreas que apresentam maiores probabilidade de
ocorrência de infiltração (áreas próximas aos canais de
irrigação) e/ou complementando ações dos sistemas de
drenagem convencional.
Sistema de cultivo em sequeiro
Controle de recarga dos aquíferos: Em sistemas
naturais a sustentabilidade ambiental depende do
equilíbrio entre os fluxos de recarga e descarga da água
subterrânea. Notadamente em sistemas de cultivos
anuais, caracterizadas por apresentarem sistemas
radiculares pouco profundos e com baixo consumo de
água, associado à baixa capacidade de movimentação de
água dos aquíferos têm favorecido invariavelmente a
elevação do nível freático e a consequente salinização
dos solos, frente ao desequilíbrio entre os fluxos de água
de recarga e descarga.
Na Figura 2, apresenta-se o cenário onde a
biodrenagem pode atuar no caso do controle da recarga
de aquíferos; entretanto, deve-se ressaltar que sistema de
biodrenagem mal planejados em áreas de recarga pode
ocasionar efeitos negativos. Tal situação pode ocorrer
quando o sistema de biodrenagem é superdimensionado
– onde se cria uma zona (área localizada no topo da
encosta) de elevada demanda de água
(evapotranspiração), que ocasiona uma brusca redução
do nível do lençol freático no trecho de jusante (Figura
2), reduzindo a disponibilidade de água no solo para as
culturas de sistema radicular pouco profundo, além da
diminuição do fluxo de água para o leito dos rios e
abastecimento dos poços explorados na área.
Figura 2. Plantio de árvore em área de recarga objetivando
controle do nível do lençol freático. (Adaptado de
Heuperman et al., 2002)
Interceptação dos fluxos de águas subterrâneas
Outra contribuição da biodrenagem nos sistemas de
cultivo de sequeiro é a interceptação dos fluxos de água
subterrânea nas áreas de encostas; então, a instalação
dos biodrenos deve ser na mudança da face convexa para
côncava (Figura 3).
Figura 3. Plantio de árvore em encosta objetivando interceptar
o fluxo de água subterrânea lençol freático. (Adaptado de
Heuperman et al., 2002)
436 Salomão de S. Medeiros et al.
Controle das vazões de descarga
Nas áreas de várzeas onde o nível do lençol freático
é superficial, a introdução da técnica da biodrenagem
pode favorecer condições satisfatórias ao
desenvolvimento de sistema de cultivo de sequeiro
(Figura 4). Todavia, neste caso existem contestações a
cerca da sustentabilidade do sistema. Smedema (1997)
e Heuperman (2000) sugerem que em áreas de várzeas
o sistema de biodrenagem pode ser implantado apenas
como ação complementar ao sistema convencional.
consequência a ruptura de suas placas de concreto,
ocasionado pela elevação do nível do lençol freático,
provocado pela irrigação excessiva e agravada pela
precipitação ocorrida no período chuvoso.
Figura 4. Plantio de árvore em área de várzea objetivando
controle das vazões de descargas. (Adaptado de
Heuperman et al., 2002)
Figura 5. Área localizada no Perímetro Irrigado de São
Gonçalo, Sousa-PB, em completo abandono devido altas
concentrações de sais na superfície do solo (detalhe A) e
do nível do lençol freático a menos de 20 cm da superfície
(detalhe B)
A B
Figura 6. Deslocamento de um trecho do canal principal do
Perímetro Irrigado Formoso, Bom Jesus da Lapa-BA (A)
com a consequente ruptura de suas placas de concreto
(B) decorrente do alto nível do lençol freático
Sistema de cultivo irrigado
Controle do nível do lençol freático: É vasta a
quantidade de áreas cultivadas no Brasil, irrigadas ou
não, que apresentam problemas de drenagem natural.
Segundo Batista et al. (2002), somente no Vale do Rio
São Francisco estima-se que existam, aproximadamente,
50.000 ha irrigados que apresentam problemas de
salinidade, ocasionado principalmente pela deficiência
de drenagem, e destas, somente na região do sub-médio
São Francisco existem em torno de 15.000 ha
salinizados e em completo abandono. A existência de
áreas irrigadas com problemas de salinização
ocasionados principalmente pela falta de drenagem e
manejo inadequado da irrigação não é exclusividade do
Vale do São Francisco, atualmente, no estado da
Paraíba vários perímetros irrigados encontram-se em
situação semelhante (Figura 5).
Além da salinização dos solos, outro grave problema
ocasionado pela elevação do nível do lençol freático são
os danos causados as obras civis das áreas irrigadas. Na
Figura 6 (A e B), pode ser constatado o levantamento
(empuxo) de um trecho de canal, tendo como
Na Figura 7, observa-se o afloramento de água em
uma área de carga e descarga de um “packing house”
ocasionando danos à estrutura de pavimentação, em
razão do elevado nível do lençol freático.
Em ambas as situações (Figuras 5, 6 e 7) os
transtornos e perdas econômicas são grandes, porém, a
adoção de um manejo de irrigação racional (baseado nas
necessidades hídricas das culturas), associada a
implantação de um sistema de biodrenagem podem
437Biodrenagem
constituir em soluções eficientes, frente ao controle do
nível do lençol freático.
Interceptação do fluxo de água
Os vazamentos ocorridos ao longo dos canais de
irrigação (Figura 8) é também uma das causas
relacionadas à elevação do nível do lençol freático em
áreas irrigadas. Dependendo da natureza do vazamento
podem ocorrer altas taxas de infiltração de água
causando nas áreas adjacentes alagamento e
consequentemente problemas de salinidade. Outro
problema relacionado com vazamentos dos canais são os
danos a infraestrutura da propriedade, em especial, a
malha viária (Figura 8 B).
Sendo, o desgaste das juntas de dilatação e as trincas
ocorridas nas placas de concreto (Figura 8 A e B,
respectivamente) as principais causas para a ocorrência
de vazamentos nos canais de irrigação; a solução
precede de uma adequada manutenção preventiva dos
canais; entretanto, dependendo da natureza do
vazamento a implantação da biodrenagem pode minimizar
os efeitos negativos, pela interceptação do fluxo de água
subterrânea, evitando assim encharcamento e
alagamento das áreas adjacentes e os danos a malha
viária.
Complementação ao sistema de drenagem
convencional
A biodrenagem também pode, e deve sempre ser
utilizada quando possível complementando ações dos
sistemas de drenagem convencional. O principal cenário
que se pode lançar mão da biodrenagem como ação
complementar, é na retirada de parte do excesso de água
Figura 7. Afloramento superficial de água em área de carga e
descarga de um packing house ocasionado pelo elevado
nível do lençol freático no Perímetro Irrigado Nilo
Coelho, Petrolina-PE
A
B
Figura 8. Ocorrência de vazamentos ao longo dos canais de
irrigação no Perímetro Irrigado Tourão (A), Juazeiro-BA
e São Gonçalo (B), Sousa-PB
em áreas que requer gastos com sistemas de
bombeamento, em face das limitações topográficas
(Figura 9).
PLANEJAMENTO DE SISTEMAS
DE BIODRENAGEM
O planejamento de qualquer sistema de drenagem
requer o conhecimento das características do solo,
geologia, topografia, estudos da variação do lençol
freático e da qualidade de sua água, qualidade da água
de irrigação e do tipo de sistema a ser utilizado,
condutividade hidráulica, porosidade drenável,condições
climáticas e quais culturas irão ser exploradas
economicamente na área do projeto. Então, na
implantação de um sistema de biodrenagem além destas
características, deve-se conhecer a taxa de
evapotranspiração diária da espécie vegetal, de modo
438 Salomão de S. Medeiros et al.
que seu valor seja compatível com a taxa de recarga
líquida.
Para fins de planejamento consideram-se que as
plantas que irão constituir os biodrenos estão livres de
pragas e doenças, sem restrições nutricionais, em
excelentes condições de umidade no solo, baixo níveis de
salinidade e, alcançando elevados índices de
produtividade; nestas condições a evapotranspiração
processa-se em condições padrão, podendo ser estimada
pelo produto da evapotranspiração do cultivo de
referência e o coeficiente de cultivo (Eq. 1).
 coc K*ETET 
em que:
ETc - evapotranspiração do cultivo em condições
padrão, mm dia-1;
ETo - evapotranspiração do cultivo de referência,
mm dia-1;
Kc - coeficiente de cultivo, admensional.
O conceito de evapotranspiração do cultivo de
referência foi introduzido para estudar a demanda de
evapotranspiração da atmosfera, independente do tipo e
estádio de desenvolvimentos das culturas, e das práticas
de manejo; porém, em face da não restrição de água na
superfície de evapotranspiração de referência, as
características do solo não influenciam o seu valor, sendo,
as variáveis meteorológicas (temperatura do ar, umidade
relativa, velocidade do vento e radiação solar) as únicas
a influenciá-la, onde, o modelo FAO Penman-Monteith
tem sido proposto como padrão para sua estimativa
(Allen et al., 2006).
 
   
 2
as2
med
n
o u34,01
eeu
273T
900GR*408,0
ET










onde:
ETo - evapotranspiração de referência, mm dia1;
 - declividade da curva de pressão de vapor, kPa
°C-1;
Rn - radiação líquida na superfície de cultivo,
MJ m-2 dia-1;
G - fluxo de calor do solo, MJ m2 dia-1;
 - constante psicrométrica, kPa °C-1;
Tméd - temperatura média do ar medida a 2 m de
altura, °C;
es - pressão média de saturação de vapor, kPa;
ea - pressão real de vapor, kPa;
u2 - velocidade do vento medida a 2 m de altura,
m s-1.
Por outro lado, a capacidade de absorção de água pela
plantas é bastante influenciada pelas concentrações de
sais no solo, no entanto, as plantas que irão constituir os
biodrenos deverão apresentar tolerância (Tabela 3) a fim
de minimizar esse efeito.
DIMENSIONAMETO DO SISTEMA
DE BIODRENAGEM
Do ponto de vista hidrológico, o dimensionamento dos
sistemas de drenagem consiste em determinar a relação
entre o espaçamento e a profundidade dos drenos
laterais, de modo que, o sistema satisfaça um
determinado critério de drenagem. Todavia, os modelos
utilizados no cálculo dos espaçamentos dos drenos são
agrupados de acordo com o regime de escoamento:
permanente e variável.
A aplicação dos modelos de regime permanente
pressupõe que o lençol freático encontra-se estabilizado no
tempo e no espaço, isto é, a quantidade de água que entra
no sistema (carga) é igual à quantidade eliminada pelos
drenos (descarga). Esta situação geralmente ocorre em
regiões, onde as chuvas têm baixa intensidade e longa
duração. Neste caso, Heuperman et al. (2002), indicam o
modelo desenvolvido por Hooghoudt (Eq. 3) como o mais
indicado na estimativa do espaçamento entre biodrenos.
 
R
Kh4
R
hKY8
L
2
o2 
Figura 9. Área de várzea em que as limitações topográficas restringem o escoamento de água por meio gravitacional
(1)
(2)
(3)
439Biodrenagem
onde:
L - Distância entre biodrenos (m)
R - Taxa de recarga (m dia-1)
Yo - Distância entre o rebaixamento do nível do
lençol freático e a camada de impedimento (m)
K - Condutividade hidráulica do extrato saturado
(m dia-1)
h - depressão do lençol freático (m)
Considerando o cenário apresentado na Figura 10,
uma R = 0,0005 m dia-1; Yo = 10 m e h = 10 m; as
distâncias entre biodrenos (L) serão de 1.500, 500 e 150
m para valores de K de 1, 0,1 e 0,01 m dia -1,
respectivamente.
Sob condições de regime variável a principal proposta
para espaçamento de drenos foi feito por Glover-Dumm
(Eq. 4), pressupondo que: em consequência do evento de
chuva ou de irrigação, o lençol freático eleva-se a certa
altura, em relação a seu nível inicial e, cessada o evento,
ele começa a descer; esta situação corresponde ao caso
de regiões com precipitação irregular, de intensidade
variável e de curta duração. No Brasil, especialmente no
semiárido, os regimes pluviométricos têm esta
característica, sendo este modelo uma boa aproximação.
  









t
o
2
2
h
h
16,1ln
thdKL
em que:
L - distância entre os biodrenos (m);
K - condutividade hidráulica do extrato saturado
(m dia-1);
d - estrato do solo (m);
t - tempo transcorrido a partir do momento que o
lençol freático começou a descer (dias);
h - raiz quadrada do produto entre h0 e ht;
µ - espaço poroso drenável que se considera
constante;
h0 - carga hidráulica inicial no ponto médio entre os
biodrenos (m).
ht - carga hidráulica inicial no ponto médio entre os
biodrenos no tempo (t).
ESTUDOS DE CASOS E EXPERIÊNCIAS
Índia
O estudo ora apresentado foi desenvolvido na
Unidade de Pesquisa de Puthi, distrito de Hissar no
Tabela 3. Relação de algumas espécies arbóreas que podem
ser utilizadas em biodrenagem, classificadas segundo a
tolerância ou sensibilidade à salinidade
Classificação Espécies
Tolerante
(CEes 25 - 35 dS m-1)
Tamarise troupii, Tamarise
artiaulata, Prosopis juliflora,
Pithecollobium dulce,
Parkinsonia aculeata,
Acacia farnesiana
Moderadamente tolerante
(CEes 15 - 25 dS m-1)
Callistemon lanceolatus,
Acacia nilotica, Acacia
pennatula, Acacia tortilis,
Casuarina glauca, Casuarina
obessa, Casuarina
equisetifolia, Eucalyptus
camaldulensis, Leucaena
leucocephala, Erescentia
alata
Moderadamente sensível
(CEes 10 - 15 dS m-1)
Casuarina cunninghamiana,
Eucalyptus tereticornis,
Acacia auriculiformis,
Guazuma ulmifolia,
Leucanea shannonii,
Samanea saman, Albizzia
caribea, Senna atomeria,
Terminalia arjuna, Pongamia
pinnata
Sensível
(CEes 7 - 10 dS m-1)
Syzigium cumimi, Syzigium
fruticosum, Tamarindus
indica, Salix spp., Acacia
deanei, Albizia quachepela,
Alelia herbertsmithi,
Ceaselpimia eriostachya,
Caesalpinia velutina,
Halmatoxylon brasiletto
Adaptado de Heuperman et al., 2002.
Figura 10. Rebaixamento do lençol freático em razão da distância entre linhas de plantio. (Adaptado de Heuperman et al., 2002)
(4)
440 Salomão de S. Medeiros et al.
estado de Haryana, e consistiu em avaliar a configuração
de um sistema de biodrenagem, em uma área com
problemas de alagamento devido à deficiência de
drenagem natural e a ocorrência de vazamentos em
canais de irrigação (Figura 11 A). Anteriormente, ao
agravamento dos problemas de drenagem na área era
possível a exploração de milheto, feijão, mostarda,
algodão e trigo, todavia, à medida que o problema foi se
intensificando a exploração resumiu-se ao cultivo de trigo
e arroz. O clima da região é semiárido monsonico, com
verão quente, inverno frio e precipitação média de 212
mm. O solo da área experimental apresentava textura
arenosa, sodicidade e condutividade elétrica (CE) da
pasta saturada do solo variando de 0,53 a 2,67 dS m-1.
Para monitorar o nível do lençol freático da área
experimental foram instaladas duas fileiras de poços de
observação, uma mais ao Norte e outra mais ao Sul; o
espaçamento entre as fileiras dos poços de observação
foi de 60 m e entre poços de 33 m (Figura 11 B). No
sentido Norte/Sul da área foram construídos quatro
camalhões no formato trapezoidal (base maior 2,60 m,
base menor 2,00 m e altura de 0,50 m), espaçados a cada
66 m. Em cada camalhão foram plantadas duas fileiras
de árvores (Eucalyptus tereticornis) no espaçamento
1,0 x 1,0 m, resultando em uma densidade de 300 plantas
por hectare. Em razão desta densidade de plantio, o
sistema de biodrenagem ocupou apenas 4% da área
total, permitindo que 96% da área fossem exploradas
com trigo.
Por meio da Figura 12, constata-seque a configuração
do sistema de biodrenagem apresentou eficácia no
controle do nível do lençol freático da área. Segundo
Ram, et al. (2008), dois anos e três meses após a
implantação do sistema, a redução média do lençol
freático na área experimental foi em torno de 18 cm;
enquanto, durante o período compreendido entre abril de
2005 a abril de 2008 o rebaixamento médio foi de 85 cm
(Figura 12).(A)
(B)
Figura 11. Localização (A) e layout (B) da Unidade de
Pesquisa de Puthi. (Adaptado de Ram et al., 2008)
Figura 12. Comportamento do lençol freático antes e após
implantação do sistema de biodrenagem. (Adaptado de
Ram et al., 2008)
Ram, et al. (2008), também relatam que em maio de
2008, a taxa de transpiração das plantas alcançou
valores médios de 50 L dia-1 por planta, correspondendo
a 438 mm por ano em uma região com precipitação
média de 212 mm. Diante do exposto, evidencia-se que
o sistema de biodrenagem pode a vir como uma
alternativa na incorporação de áreas com deficiência de
drenagem ao processo produtivo, possibilitando assim o
incremento da produção agrícola. Outros aspectos
importantes do sistema é a geração de renda adicional na
propriedade, por meio da produção de madeira, e a
contribuição ao meio ambiente, pela possibilidade de
Distância (m)
Pr
of
un
di
da
de
 (m
)
441Biodrenagem
sequestro de carbono; os autores relatam ainda que o
sistema de biodrenagem implantada na Unidade de
Pesquisa de Puthi, após cinco anos e quatro messes,
produziu em média 47 m3 ha-1 de madeira, reteve
aproximadamente, 25 t ha-1 de carbono e possibilitou que
os rendimentos de trigo na área fosse 3,34 vezes
superior as das áreas adjacentes ao sistema.
Israel
O Vale de Yizre’el é uma extensa planície circundada
de montanhas localizada na porção Norte do Estado de
Israel (Figura 13 A); caracteriza-se por apresentar clima
semiárido, e preponderância de Vertissolos crômicos
com predomínio de argila montmorilonita, e não
isotrópicos. Em meados dos anos 1960, quando o
algodão tornou-se a cultura dominante no Vale, a
irrigação foi amplamente difundida e diversos
reservatórios foram construídos visando regularizar a
oferta de água no período de escassez (verão). Ao longo
dos anos, essas ações associadas às condições climáticas
e ao uso indiscriminado de águas de qualidade inferior
(águas residuárias tratadas) associado à falta de manejo
de irrigação em solos com deficiência de drenagem
resultou na elevação do nível do lençol freático,
provocando a salinização e o início do processo de
sodificação de extensas áreas agrícolas (Gafni & Zohar,
2001 e Heuperman et al., 2002). Gafni & Zohar (2007),
relatam que os efeitos da salinidade foram mais
pronunciados em meados da década de 1980, quando,
estudos identificaram que em todo o Vale de Yizre’el
mais de 1.500 ha apresentavam indícios de salinização,
dos quais, 800 ha já se encontravam em processo
avançado de salinização e sodificação.
Estudos apontaram que a primeira ação para inibir os
avanços da salinização e sodificação, e a incorporação
das áreas já afetadas ao processo produtivo, passava
inicialmente, pelo rebaixamento do nível do lençol
freático; então, vários tipos de sistemas de drenagem
convencional foram concebidos, testado e amplamente
utilizados em todo o Vale, provando-se ser um sucesso.
No entanto, com o declínio da rentabilidade das culturas
exploradas, e agravada pela falta de subsídio do governo,
a drenagem convencional tornou-se economicamente
inviável, abrindo discussões entre os especialistas, acerca
da viabilidade da biodrenagem (Gafni & Zohar, 2007).
Os estudos de biodrenagem foram realizados com
duração de dez anos (1993 a 2003), em cinco áreas
experimentais (Figura 13 B), representativas da
variabilidade climática, regime hidráulico e do grau de
salinização e sodificação que o Vale Yizre’el apresentava.
Na implantação do sistema de biodrenagem foram
plantadas mudas de Eucalyptus camaldulensis em um
(A)
(B)
Figura 13. Mapa de situação do Vale Yizre’el no Estado de
Israel (A) e localização das cinco áreas piloto de
biodrenagem (B)
área de 0,625 ha utilizando-se de onze clones diferentes
no espaçamento de 3 x 3 m, alcançando uma densidade
de plantio de 1.100 árvores por hectare. As variáveis
monitoradas foram nível do lençol freático; salinidade do
solo, expressa pela concentração de cloreto (Cl-) e
condutividade elétrica do extrato da pasta saturação do
solo (CE), e a sodicidade pela relação de adsorção de
sódio (RAS).
No entanto, sendo as áreas experimentais de Nahalal
e Genigar (Figura 13 B) representativas dos dois
extremos em termos de clima, hidrologia, salinidade,
sodicidade e associada à taxa de crescimento das
espécies de eucalipto plantadas, foram objeto de estudo
mais detalhado por Gafni & Zohar (2007). De acordo
com relatos desses autores, a precipitação média anual
em Nahalal é de 650 mm, e a área também recebe o
excesso de água a partir de várias outras fontes locais;
já em Genigar, a precipitação média anual é de 450 mm
442 Salomão de S. Medeiros et al.
e não recebe contribuição de nenhuma fonte externa de
água. A evaporação máxima registrada durante a
execução do experimento foi de 6,9 mm dia-1 em agosto
de 2003.
Na Figura 14, são registradas as flutuações sazonais
dos níveis dos lençóis freáticos nas áreas experimentais
de Nahalal (A) e Genigar (B), e em áreas nas suas
adjacências. Observa-se que nas áreas experimentais o
sistema de biodrenagem influenciou o nível do lençol
freático em relação às áreas sem o sistema; no entanto,
na área experimental de Nahalal apesar do sistema de
biodrenagem extrair aproximadamente 1.350 mm por ano,
as flutuações do nível do lençol freático foi semelhante
a da área em sua adjacência, em virtude das
contribuições dos volumes de entrada de água
(precipitação e fontes externas) se aproximar dos
extraídos (evapotranspiração das árvores) pelo sistema
de biodrenagem, em grande parte do tempo, exceto no
período de estiagem.
Já na área experimental de Genigar (Figura 14 B), o
sistema de biodrenagem mostrou-se mais efetivo no
controle do nível do lençol freático, mantendo-se
aproximadamente a 2,0 m de profundidade, na maior
parte do tempo. Segundo Gafni & Zohar (2007), a
efetividade do sistema deve-se a maior extração de água
pelas plantas (evapotranspiração) quando comparadas
com o volume precipitado e a baixa influência de fontes
de águas externas (irrigação).
Na Figura 15 e na Tabela 4, apresenta-se o
comportamento da salinidade do solo, expressa pela CE
e a concentração de Cl- no perfil do solo (por ser o íon
presente em maior concentração em relação aos demais
íons na solução do solo) durante os dez anos de
monitoramento nas áreas experimentais de Nahalal e
Genigar. Constata-se que na área experimental de
Nahalal o comportamento da salinidade no perfil do solo
(Figura 15 A e Tabela 4) até 4,0 m de profundidade foi
Figura 14. Comportamento do nível do lençol freático nas
áreas experimentais de Nahalal (A) e Genigar (B) e em
áreas nas suas adjacências no Vale Yizre’el, Israel.
(Adaptado de Gafni & Zohar, 2007)
A
B
A
B
Figura 15. Comportamento da condutividade elétrica do
extrato saturado do solo nas unidades experimentais de
Nahalal (A) e Genigar (B) no Vale Yizre’el, Israel.
(Adaptado de Gafni & Zohar, 2007)
Pr
of
un
di
da
de
 (m
)
Pr
of
un
di
da
de
 (m
)
Pr
of
un
di
da
de
 (m
)
Pr
of
un
di
da
de
 (m
)
Condutividade elétrica (dS m-1)
Condutividade elétrica (dS m-1)
443Biodrenagem
altamente variável; influenciada pela limitada capacidade
de drenagem do solo, que manteve o nível do lençol
freático elevado na maior parte do tempo (Figura 14 A),
restringindo a lixiviação dos sais para as camadas
inferiores. Gafni & Zohar (2007), ressaltam que, além das
condições ambientais locais (condutividade hidráulica do
solo, regime pluviométrico, balanço hídrico, qualidade da
água local e o volume extraído pelo sistema de
biodrenagem), o uso excessivo de insumos agrícolas
(adubos) e o manejo de irrigação inadequado nas áreas
adjacentes pode ter influenciado esse comportamento.Quanto à área experimental de Genigar, observa-se
que antes da implantação do sistema de biodrenagem
(Figura 15 B), a camada superficial (0 – 0,60 m)
apresentava altos valores de CE (> 10 dS m-1), e
posteriormente, observa-se uma redução significativa; em
uma análise mais cuidadosa do comportamento da CE no
perfil do solo ao longo do tempo, observa-se aumento da
CE com aumento da profundidade; revelando uma
migração gradual dos sais para as camadas mais
profundas (Tabela 4).
A implantação do sistema de biodrenagem não
demonstrou efetividade na redução dos níveis de
sodicidade do solo nas áreas experimentais (Tabela 5).
Na área experimental de Nahalal observa-se um ligeiro
aumento da RAS na camada de 0 – 0,60 m, atingido um
Prof.
(m)
Concentração de Cloreto (mg L-1)
Nahalal Genigar
1993 1999 2001 2002 2003 1993 1999 2001 2002 2003
0,00 - 0,30 232 1498 1558 1007 1052 3607 705 293 226 484
0,30 - 0,60 612 1370 2245 632 816 1072 1390 524 852 744
0,60 - 0,90 682 1216 673 422 482 725 1513 974 1471 1194
0,90 - 1,20 533 676 675 388 472 489 1446 1567 1644 1651
1,20 - 1,50 610 600 706 415 275 730 1267 1484 1766 1999
1,50 - 1,80 476 320 547 389 293 559 1260 1500 1753 2028
1,80 - 2,10 414 277 801 412 186 450 1267 1402 1619 2147
2,10 - 2,50 - 233 618 516 171 - 1493 1321 1678 2027
2,50 - 300 - 531 256 251 192 - 1589 1409 2228 2356
3,00 - 350 - 405 248 260 233 - 1376 1787 1596 2105
3,50 - 400 - - 266 271 248 - - 2054 467 820
4,00 - 4,50 - - 337 282 181 - - 1729 459 207
4,50 - 5,00 - - 334 245 187 - - 307 293 179
5,00 - 5,50 - - 280 280 203 - - 421 221 213
5,50 - 6,00 - - - 280 211 - - 424 212 193
Tabela 4. Concentrações de Cl- no perfil do solo nas áreas experimentais de Nahalal e Genigar localizadas no Vale Yizre’el,
Israel. (Adaptado de Gafni & Zohar, 2007)
Tabela 5. Valores da razão de absorção de sódio (RAS) no perfil do solo nas áreas experimentais de Nahalal e Genigar
localizadas no Vale Yizre’el, Israel. (Adaptado de Gafni & Zohar, 2007)
Prof.
(m)
RAS
Nahalal Genigar
1993 1999 2001 2002 2003 1993 1999 2001 2002 2003
0 - 0,30 4,79 4,70 7,21 5,53 6,31 7,63 4,37 6,31 6,76 9,50
0,30 - 0,60 5,10 4,03 6,34 4,95 7,36 7,93 6,5 7,11 9,62 9,80
0,60 - 0,90 5,12 3,84 3,85 4,58 4,44 7,35 6,83 8,00 8,37 9,46
0,90 - 1,20 4,97 2,97 3,67 3,61 4,20 8,11 7,17 8,54 8,27 10,74
1,20 - 1,50 5,09 2,79 3,74 3,54 3,57 8,18 7,40 8,73 8,14 10,67
1,50 - 1,80 4,25 2,56 3,20 3,90 3,03 8,48 7,30 9,06 8,82 11,18
1,80 - 2,10 3,96 2,50 3,36 2,92 2,93 7,92 7,27 8,55 9,67 11,22
2,10 - 2,50 - 2,36 3,03 2,69 3,08 - 8,83 9,24 10,29 11,78
2,50 - 300 - 2,58 2,52 2,43 3,09 - 10,08 10,15 11,16 11,23
3,00 - 350 - 2,77 2,51 2,38 3,20 - 8,84 11,44 8,56 14,46
3,50 - 400 - - 2,66 2,31 3,19 - - 12,09 6,36 10,01
4,00 - 4,50 - - 2,66 2,30 3,07 - - 10,73 6,22 6,06
4,50 - 5,00 - - 2,63 2,28 2,82 - - 6,78 4,90 6,17
5,00 - 5,50 - - 2,67 2,34 3,05 - - 6,83 4,32 5,78
5,50 - 6,00 - - - 2,25 3,06 - - 7,92 4,16 5,45
444 Salomão de S. Medeiros et al.
valor máximo de 7,36 em 2003, posteriormente, foi
observado uma pequena redução nas demais camadas.
Na área experimental de Genigar o efeito da
sodicidade no solo foi mais pronunciado que em Hahalal,
muito embora, tenha ocorrido redução do nível do lençol
freático ao longo dos anos (Figura 16 B), a migração de
sódio no perfil do solo foi incipiente, quando comparados
aos de Ca2+, Mg2+ e Cl- resultando em aumentos nos
valores de RAS, mas, sem afetar de forma significativa
a condutividade hidráulica do solo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente no Brasil, não existem relatos na literatura
especializada acerca do uso da biodrenagem, apesar do
sistema apresentar inúmeras potencialidades, em
especial em áreas irrigadas no semiárido.
A bacia do São Francisco atualmente apresenta uma
superfície irrigada de 514 mil hectares (ANA, 2009),
onde, uma porção significativa tem apresentado
problemas de drenagem. Nessa bacia, atualmente,
encontram-se implantados vários Perímetros Públicos de
Irrigação, onde é possível verificar áreas com problemas
de alagamento, nível do lençol freático elevado e com
problemas de salinização. Nessas condições, a
implantação de sistemas de biodrenagem pode constituir
em uma alternativa viável, frentes a resolução dos
problemas de drenagem e os elevados custos dos
sistemas convencionais; todavia, estudos norteadores
deverão ser realizados objetivando a definição de
critérios técnicos adequados as condições locais.
Dentre as prioridades de pesquisas destacamos:
1. Extração de água pelo sistema de biodrenagem: as
plantações florestais de eucalipto têm estado no meio de
grandes controvérsias e continuam a despertar
acalorados debates quanto a seus impactos no meio
ambiente. De modo geral, criticam-se os efeitos sobre o
solo (empobrecimento e erosão) e a água (impacto sobre
a umidade do solo, os aquíferos e lençóis freáticos) (Vital,
2007); neste contexto, estudos comparativos entre o
consumo de água em plantações de eucaliptos
(Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden) e de florestas
nativas (Mata Atlântica) desenvolvidos por Almeida &
Soares (2003), constataram que os consumos se
equivalem. Sendo a evapotranspiração da cultura o meio
de extração de água pelo sistema de biodrenagem,
pesquisas quanto ao consumo de espécies florestais mais
adaptadas as condições do semiárido brasileiro precisam
ser realizadas, demonstrando que o balanço entre as
entradas (precipitação, irrigação e/ou contribuição
externas) e saídas (evapotranspiração) de água na área
seja negativo, comprovando a eficácia do sistema.
Densidade de plantio é outro ponto que deve ser
considerado, visto que, o sistema deve promover a
máxima taxa de evapotranspiração por unidade de área
ocupada.
2. Tolerância das espécies florestais a salinidade do
solo: geralmente, as áreas com problemas de drenagem,
especialmente, aquelas localizadas em regiões áridas e
semiáridas, apresentam concentrações significativas de
sais na solução do solo; em princípio, os sais tendem
afetar negativamente o desenvolvimento das plantas,
devido o efeito osmótico restringir a disponibilidade de
água e, reduzindo a taxa de evapotranspiração da
cultura. Pode haver também o efeito tóxico de íons
específicos, como sódio, cloreto e boro, dentre outros,
que causam sintomas característicos de injúria,
associados à acumulação do íon específico na planta.
Entretanto, estudos direcionados na definição de espécies
florestais tolerantes a salinidade, constitui-se fator
preponderante para a eficiência do sistema de
biodrenagem.
3. Balanço de sais: a rigor, todas as águas naturais,
quer sejam elas de origem pluvial, superficial ou
subterrânea, contêm sais dissolvidos em quantidades
variadas, porém, a prática de irrigação, mesmo quando se
utiliza água de boa qualidade aporta significativas
quantidades de sais ao solo, em razão dos elevados
volumes de água aplicados. Pesquisas em várias regiões
demonstram que a absorção do sais pelas plantas é
insignificante em comparação com as aportas via
irrigação. Hoffman (1990) menciona que na maioria das
condições agrícolas onde a salinidade é uma
preocupação, as remoções dos sais pelas colheitas podem
ser ignoradas na equação do balanço de sais. Então,
estudo direcionado a espécies florestais que, além de
promover a extração máxima de água, incorpore em sua
biomassa, significativa quantidade de sais, visando à
manutenção do equilíbrio de sais no solo.
4. Manejo do sistema de biodrenagem: estudos
também devem orientar os critérios técnicos quanto aos
tratos culturais, desbaste, modelo de exploração do
potencial madeireiro sem o comprometimento da
eficiência do sistema e a relação custo beneficio do
sistema.
REFERÊNCIAS
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