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Fundamentos de Custos e Contabilidade

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GESTÃO DE CUSTOS 
LOGÍSTICOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alfredo Beckert Neto 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá querido aluno! 
Seja muito bem-vindo à nossa primeira aula de Gestão de Custos 
Logísticos. Fique bem a vontade para estudarmos juntos. Mantenha sua mente 
relaxada e aberta aos novos conhecimentos. 
Esta rota tem como objetivo geral demonstrar os conceitos fundamentais 
de custos e da contabilidade de custos. Por isso iniciaremos abordando os 
fundamentos sobre custos e conversaremos sobre terminologias e conceitos. 
Na sequência faremos uma análise sobre a classificação dos gastos. Além 
disso, aprenderemos a respeito da contabilidade de custos e seus objetivos. E, 
para finalizarmos esta aula, estudaremos a respeito dos custos que envolvem a 
logística em uma organização. Aproveite para parar e refletir durante os pontos 
que considerar interessante durante as aulas, pois podemos criar associações 
e, consequentemente, gerar novas ideias. 
Desejo um ótimo estudo! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Nos últimos anos, com as mudanças ocorrendo cada vez mais 
rapidamente, a complexidade dos negócios aumentou devido à globalização, 
fusão, redução de custos, aumento da competitividade e clientes mais 
exigentes. Isso fez com que o profissional de logística também evoluísse. 
Você já trabalhou com custos? Não? Com certeza sim, pois lidamos 
diariamente com isso com relação aos nossos gastos. Quando fechamos o 
mês no vermelho quer dizer que nossos gastos (custos e despesas) foram 
maiores do que nossas receitas (normalmente nosso salário). E, em alguns 
casos, devemos controlar todos esses gastos a fim de conhecermos no que 
estamos gastando nossos recursos, e assim, tomarmos melhores decisões 
objetivando o futuro aspirado. 
No cenário corporativo isso não é diferente. Com a globalização, 
competição acirrada entre empresas e a redução das margens de lucro, 
gerenciar custos se tornou uma atividade obrigatória. Por isso, a gestão de 
custos pode auxiliar os gestores das empresas a tomarem decisões com base 
em informações e visando o objetivo traçado pela organização. “Ah professor, 
mas por que estudar sobre isso?” 
 
 
3 
Conhecer e controlar custos pode ser a diferença competitiva entre uma 
empresa e seu concorrente, pois quando se conhece e controla qualquer coisa 
fica mais fácil de ser melhorada. Portanto, podemos tornar a empresa mais 
eficiente, ou seja, fazendo mais com menos (conceito minimalista). 
Por exemplo, se uma empresa não conhece os custos para fabricação 
de um produto ou prestação de um serviço, não terá como conhecer seu lucro, 
inclusive não terá como saber se está “perdendo” dinheiro vendendo seu 
produto/serviço, pois seus gastos podem ser maiores do que as receitas. 
Atualmente, o tema é de tamanha importância para as empresas, pois 
está diretamente relacionado com a competitividade e, consequentemente, 
com a perenidade das organizações. Por isso, a própria revista Exame possui 
uma categoria sobre corte de custos em seu site de notícias: 
<http://exame.abril.com.br/topicos/cortes-de-custo-empresariais>. 
 
TEMA 1: FUNDAMENTOS DE CUSTOS 
Primeiramente vamos compreender o que é custo. Que tal? Custos são 
gastos, os quais adquirimos com um produto ou serviço que será utilizado para 
a produção do produto ou prestação do serviço que nossa empresa oferece. 
Segundo Megliorini (2011), os custos de uma organização refletem inúmeras 
variáveis internas e externas, podendo ser resultado da combinação de vários 
fatores, entre os quais estão a capacitação tecnológica e produtiva referente 
aos processos, produtos e gestão, o nível de atualização da estrutura 
operacional e gerencial e a qualificação dos colaboradores. 
Vamos pensar em uma analogia bem simples. Quando você trabalha e 
se desloca de casa ao trabalho de carro o valor gasto em combustível é um 
custo. Por exemplo, se no emprego X eu gasto R$350,00 por mês em 
combustível e recebo um salário de R$2500,00, e no emprego Y eu gasto 
R$50,00 e recebo R$2300,00 de salário, será mais rentável trabalhar no 
emprego Y, pois sobrará do salário retirando o custo do combustível 
R$2250,00 frente a R$2150,00 no emprego X. Claro que essa simples 
avaliação só é possível pois controlamos os gastos com combustível. 
 
 
4 
Toda empresa precisa comprar serviços e produtos, contratar pessoas e 
utilizar máquinas e equipamentos para realizar sua atividade. Esses gastos, 
como vimos, são chamados de custos. Usualmente uma organização pretende 
gerir seus custos para ou atender às exigências legais com relação à apuração 
de resultados e de estoques ou para se controlar e gerar informações utilizadas 
para a tomada de decisões assertivas. No passado, as empresas não se 
preocupavam tanto com o controle e a apuração dos custos. Isso acontecia 
porque a concorrência não era tão acirrada, o que resultava em maiores 
margens de lucro para as organizações. Mas o mundo mudou... A gestão e os 
gestores também devem mudar. O cenário atual é bem diferente, visto que a 
concorrência cresceu, o acesso à informação cresceu, o ciclo de vida dos 
produtos diminuiu, resultando em margens de lucro menores. Por isso, hoje os 
custos determinam as margens de lucro, assim como a competitividade de uma 
empresa. 
Caso eu consiga entregar um produto similar com custos menores que 
minha concorrência, posso vendê-los com preços mais reduzidos e manter a 
mesma margem de lucro ou ainda, vender ao mesmo preço que meu 
concorrente e aumentar minha margem. 
Pensando pelo outro lado, caso minha empresa tenha custos maiores do 
que a concorrência, corremos um grande risco de ter o negócio inviabilizado. 
Vale lembrar que todas as empresas devem gerir seus custos, tanto micro e 
pequenas, quanto médias e grandes organizações. Além disso, essa gestão 
independe de sua atuação, indústria, comércio ou prestadora de serviço. 
 
#ficaadica – Como controlar seus próprios gastos: 
Existem diversas planilhas e inclusive apps, como o Guiabolso, de controle de 
gastos pessoais, que podem auxiliar você a entender melhor onde está 
gastando mais e bolar estratégias para redução de custos e aumento do seu 
resultado. Faça isso em sua vida pessoal, que facilitará a sua compreensão 
com relação às organizações. 
 
 
 
 
 
5 
TEMA 2: TERMINOLOGIAS E CONCEITOS EM CUSTOS 
Quando falamos em custos, o que nos vem à mente? Todas as contas 
pagas por uma empresa, certo? Entretanto, existem diferentes nomes para 
certos tipos de gastos, ou seja, nem todos os pagamentos acontecem para 
quitar apenas os custos. Podemos visualizar as diferenças entre gasto, 
investimento, despesa, custo, perdas e desperdício conforme o diagrama a 
seguir: 
 
Figura 1: Tipos de gastos 
 
 
Gasto – Aquisição de um bem ou serviço que gera um sacrifício financeiro, 
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. 
Investimento – São gastos na aquisição de bens ou serviços registrados no 
ativo da empresa para baixa quando de sua venda, consumo ou 
desvalorização. Exemplos: máquinas, prédios, veículos, etc. 
Custo – Gastos realizados em bens ou serviços utilizados na produção de 
outros bens ou serviços. Exemplos: mão de obra direta, matérias-primas, etc. 
Despesa – São gastos na aquisição de bens ou serviços consumidos direta ou 
indiretamente para a obtenção de receitas e que não estão envolvidos com a 
atividade de produção ou prestação de serviço. Podem ser despesas 
administrativas, operacionais, financeiras, comerciais, etc. Por exemplo: 
materiais de expediente, salário do pessoal administrativo, etc. 
Perda – É um gasto de um bem ou serviço consumidos de forma anormal e 
involuntária. Por exemplo: perdas com enchentes, incêndios, obsolescência, 
deterioração, etc. 
Desperdício – São gastos que possuem relação com as atividades e 
processos que não geram valor ao cliente, ou seja, existe um gasto de tempo e 
recursosdesnecessários aos produtos ou serviços. Por exemplo: retrabalhos. 
 
 
6 
 
Leitura obrigatória do livro da disciplina, páginas 99 a 101. 
 
Além dos termos anteriormente descritos e visualizados na figura 1, 
existem outras nomenclaturas relacionadas diretamente ao nosso tema e que 
valem ser definidas neste momento: 
Desembolso – Representa o pagamento (saída de caixa) resultante da 
aquisição de um bem ou serviço. 
Custo de oportunidade – Representa o desejo mínimo de remuneração do 
investidor para o capital investido. 
Efeitos econômicos – São valores registrados na demonstração do resultado 
do exercício que não representarão desembolso no fluxo de caixa, ou seja, não 
haverá saída de dinheiro da conta bancária. Por exemplo: depreciação, 
amortização e exaustão. 
Depreciação – Conceito que busca a preservação de receitas, no patrimônio 
da empresa, para a reposição dos bens consumidos pela operação. 
Representa a perda de valor dos bens tangíveis (que são palpáveis, 
concretos), sujeitos a desgaste, pelo uso ou obsolescência. 
Amortização – Envolve a perda de valor do capital aplicado na aquisição de 
bens intangíveis (abstratos, de difícil mensuração). Por exemplo: marcas, 
patentes e direitos autorais. 
Exaustão – Corresponde à perda do valor que sofrem as imobilizações de 
recursos da natureza quando recebem exploração e que se acabam com o 
passar do tempo. Por exemplo: reservas minerais e reservas vegetais. 
Coprodutos – São produtos da empresa, com representatividade no 
faturamento, que se originam da mesma matéria-prima e recebem alocação de 
custos. Como exemplo, podemos considerar os vários cortes de carne de gado, 
em que a matéria-prima é a mesma (gado) e a picanha e a alcatra são 
coprodutos. 
Subprodutos – São materiais ou resíduos resultantes do processo de 
manufatura de um produto principal e que possui valor de venda que é 
deduzido do custo de produção. 
Sucatas – São materiais gerados no processo de produção, mas que não 
possuem valor certo de venda. 
 
 
7 
Existem alguns conceitos relacionados à produção e prestação de 
serviços, também importantes para nossa compreensão futura dos temas: 
Capacidade produtiva – É a capacidade máxima que uma fábrica consegue 
produzir em seu atual estado, sem considerar novos investimentos. 
Produção boa – Parte da produção total que poderá ser comercializada, ou 
seja, em perfeito estado para comercialização, sem possuir defeitos. 
Ociosidade – É representada pelos custos associados à diferença entre a 
capacidade produtiva e a utilização pelos funcionários. 
Ociosidade = Capacidade – Utilização 
Ineficiência – É representada pela diferença entre a capacidade produtiva 
utilizada pelos funcionários e a produção boa resultante do processo de 
manufatura. 
Ineficiência = Utilização – Produção Boa 
 
#ficaadica - Como solucionar problemas de ociosidade: 
• Trabalhar a diversificação e inovação; 
• Criar preços e condições especiais e promoções para determinados clientes. 
 Como solucionar problemas de ineficiência: 
• Capacitar a equipe; 
• Desenvolver o ambiente organizacional; 
• Motivar a equipe. 
 
TEMA 3: CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS 
Queridos alunos, agora que já conhecemos as diferenças entre custos, 
despesas, gastos, etc., que tal pensarmos na classificação de cada uma 
dessas categorias? “Como assim professor?”. Pois é. Cada uma delas pode 
ser classificada de formas diferentes. Por exemplo, podemos classificar custos 
como sendo diretos ou indiretos, fixos ou variáveis ou até mesmo 
semivariáveis. Essa classificação e o controle dos gastos são fundamentais 
para que a empresa conheça a si mesma. 
 
Custo direto - São custos identificados de forma econômica e lógica com a 
produção de determinado produto ou prestação de serviço. Por exemplo, a 
matéria-prima e a mão de obra que trabalha na linha de produção. Ou seja, se 
nós fabricamos mouses, todas as peças do mouse e as pessoas envolvidas 
 
 
8 
diretamente na montagem do mouse são consideradas custos diretos. É fácil 
mensurar quanto de matéria-prima e a relação homem/hora gasta no processo 
de fabricação. 
Custo indireto - São custos de difícil identificação dentro de uma linha de 
produto ou serviço, e, por isso, dependem de taxas de rateio para se lançar na 
produção. Em muitos casos, o produto ou serviço é utilizado em mais de uma 
linha de produção, sendo difícil calcular quanto foi gasto em cada uma das 
linhas. Por exemplo, quanto do aluguel da fábrica será custo do produto A, do 
B e do C? Ou seja, isso não é facilmente identificado, pois os custos são 
indiretos. Sendo assim, é preciso realizar o rateio desse aluguel para que A 
absorva uma parte, B outra e C outra. Outro custo indireto seria o salário de 
supervisores, pois esses trabalham supervisionando mais de uma linha de 
produto. Além disso, existem os materiais indiretos, que também são custos 
indiretos, tais como: graxa, lixas e combustível. 
Custos imputados - São custos decorrentes do uso de um recurso, como por 
exemplo, a depreciação. 
Custo de fabricação - Mão de obra direta + matéria-prima + custos indiretos 
de fabricação. 
Custo primário - Mão de obra direta + matéria-prima. 
Custo de transformação - Mão de obra direta + custos indiretos de fabricação. 
Agora vamos à classificação mais famosa e que vocês já devem ter 
ouvido falar. Tanto o custo como a despesa podem ser classificados em fixos 
ou variáveis: 
 
Figura 2 
 
 
Fixo - São custos ou despesas que não se alteram em função da produção. 
Por exemplo, o aluguel da fábrica (custo fixo) e o aluguel do escritório 
administrativo (despesa fixa) terão o mesmo valor independente se 
produzirmos 0 unidades ou 1000 unidades de um produto, ou mesmo se 
 
 
9 
prestarmos 0 serviços ou 100 serviços. O valor do aluguel mensal não se 
alterará. 
Variável - São custos ou despesas que se alteram proporcionalmente de 
acordo com o volume de produção e vendas. Exemplificando, tenhamos que a 
matéria-prima é um custo variável, pois o consumo de matéria-prima se altera à 
medida que a produção aumenta ou diminui. 
Para facilitar o raciocínio sobre gastos fixos e variáveis, podemos 
imaginar uma situação na qual a fábrica passe um mês parada. Quais gastos 
serão necessários e não variam? Esses serão fixos. 
Além disso, a título de curiosidade, existem os gastos semivariáveis, 
como por exemplo, a água e a luz que possuem uma taxa fixa mínima e outra 
para o consumo acima da taxa mínima, conforme o gráfico a seguir: 
 
Figura 3 
 
 
Além disso, podemos visualizar graficamente também as variações dos 
custos de uma empresa, ou seja, custos fixos, custo variável e custo total. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Figura 4 
 
 
 
 
 
Existe também uma classificação de custos quanto ao tipo de empresa: 
Custo de produto vendido (CPV) – Custo dos produtos fabricados por uma 
indústria. 
Custo de mercadoria vendida (CMV) – Custos dos produtos adquiridos de um 
fornecedor ou fabricante por um atacadista ou varejista. 
Custo de serviço prestado (CSP) – Custos de mão de obra e materiais 
diretos de uma prestadora de serviços. 
Então, em resumo desta aula, podemos ter como exemplos: 
 Custo direto: estocagem de matéria-prima e serviços subcontratados e 
aplicados diretamente nos produtos ou serviços; 
 Custo indireto: graxa, combustível e energia elétrica utilizados na fábrica; 
 Custo fixo: salários da equipe da fábrica, assim como o aluguel da 
fábrica; 
 Custo variável: matéria-prima; 
 Despesa fixa: salário da equipe do administrativo, telefone e energia 
elétrica do administrativo; 
 Despesa variável: comissão sobre vendas e fretes de entrega do produto 
vendido. 
 
 
11 
Conhecendo e utilizando as classificações conseguimos ter uma melhor 
visão sobre os gastos das empresas. 
TEMA 4: CONTABILIDADE DE CUSTOS 
Agora que já conhecemos diversas classificações de gastos e conceitossobre custos, vamos ao nosso novo tema? 
A contabilidade de custos é um segmento da contabilidade gerencial e 
possui técnicas que podem ser aplicadas em organizações comerciais, 
industriais e de serviço. “Qual é a novidade disso, professor?”. Bem, vou 
continuar explicando e vocês tirem suas próprias conclusões. É uma 
contabilidade que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos 
produtos, dos estoques, dos serviços, dos componentes da empresa, dos 
planos operacionais e das atividades de distribuição para, segundo Megliorini 
(2011), determinar o lucro para controlar as operações e para auxiliar o 
administrador na tomada de decisões e de planejamento. 
Existe muita dificuldade em controlar o que não se mensura, assim como 
gerenciar aquilo que não se controla. E, por isso, a importância da 
contabilidade de custos. 
“Então professor, mas por que gerir custos?” 
Imagine que relevante os gestores poderem verificar os produtos ou 
serviços que geram lucro ou prejuízo? Ou ainda, verificar quais são os clientes 
que proporcionam maior e menor lucro? Isso será possível por meio da gestão 
de custos que está diretamente atrelada à contabilidade de custos. 
Fazendo a gestão adequada de custos podemos ter uma base de 
informações para tomar diversas decisões importantes na empresa, como por 
exemplo: 
 Determinar o preço de venda; 
 Mensurar estoques; 
 Apurar e maximizar os resultados; 
 Definir o ponto de equilíbrio; 
 Avaliar o desempenho, 
 Promover um processo de melhoria contínua; 
 Analisar a alavancagem operacional; 
 Calcular a margem de contribuição, inclusive por produto/serviço; 
 Mensurar a eficiência da força de trabalho e dos materiais; 
 Implantar a gestão de desempenho; 
 
 
12 
 Planejamento estratégico e controle das operações. 
Essa gestão e contabilidade de custos é muito boa mesmo, não é? 
Olhem quanta coisa ela pode fazer! 
Ela ainda nos proporciona identificar desperdícios e ociosidades, definir 
investimentos, determinar o custo do estoque, estabelecer orçamentos e 
reduzir gastos com fatores de produção, atividades ou áreas. 
A redução de custos não implica, necessariamente, na perda de 
qualidade. Ela pode permitir, inclusive, que a empresa invista em treinamento 
ou em modernização. 
Por isso a preocupação de reduzir custos deve estar sempre presente 
em todas as empresas. “Ué professor, que pão-duro!”. Ah, querido aluno, isso 
se faz necessário, pois a redução de custos pode ser vista como gastar melhor 
os recursos existentes. Como mencionamos, nem sempre a redução de custos 
significa em perda de qualidade. Calcular custos gerenciais nada mais é do que 
entender a realidade da empresa. 
O sistema de custos gerenciais se torna cada vez mais importante nas 
organizações, visto que a concorrência é cada vez mais acirrada e, 
principalmente, os clientes querem reduzir os preços pagos por cada produto 
e/ou serviço. 
Para realizar a organização dos gastos de uma empresa, a contabilidade 
se utiliza do plano de contas. Segundo Schier (2013), o plano de contas é uma 
ferramenta da contabilidade que sugere uma conduta nos registros das 
operações contábeis, em que constam os títulos das contas de origem e de 
destino dos lançamentos, suas descrições, funções e funcionamento. 
A contabilidade de custos nos auxilia a apropriar para algum produto, os 
custos relativos a um bem ou serviço que a fábrica consumiu. 
Atualmente, com a evolução dos sistemas de informações, é de extrema 
importância a utilização de tais sistemas, visto que otimizam e automatizam 
diversas tarefas, além de darem acesso rápido às informações da empresa. As 
justificativas para a utilização de um sistema são inúmeras, tais como: 
 A ação gerencial deve ser praticada com base em dados e fatos reais; 
 A tomada de decisão empresarial prescinde de sistemas de informações 
gerenciais; 
 Não se decide baseando-se em suposições; 
 Integração entre contabilidade, custos, logística, produção e finanças. 
 
 
13 
Então, mais uma vez ressaltamos a importância da utilização de um 
sistema e da contabilidade de custos. O que nos leva a concluir também que a 
gestão de custos é tão importante, pois gerenciando os custos a empresa 
consegue calcular seu resultado (lucro). 
Para finalizar nosso assunto de contabilidade de custos, é muito 
interessante conversarmos sobre o DRE (Demonstrativo de Resultado do 
Exercício). O DRE possui uma função muito especial dentro da gestão da 
empresa. Ele é o relatório que apresenta as receitas (vendas), os custos e 
despesas, assim como o resultado da organização (lucro ou prejuízo). Por isso, 
é considerado um importante demonstrativo para os gestores, pois fornece um 
suporte de informações para a tomada de decisões, principalmente no que 
tange o desempenho econômico da empresa. 
Normalmente, o DRE tem a estrutura conforme o desenho a seguir: 
 
Figura 5 
 
 
TEMA 5: OS CUSTOS LOGÍSTICOS 
Aprendemos anteriormente sobre os gastos das empresas e sua 
contabilidade de custos de uma forma geral. E que para a organização definir 
seu lucro, é necessário a gestão dos custos. Agora, afunilaremos os gastos 
empresariais apenas na área logística. Como vocês sabem, toda empresa seja 
comércio, indústria ou serviço necessita de atividades logísticas para garantir o 
perfeito funcionamento de sua operação. 
Alunos, na logística uma das principais funções está no controle e 
administração de seus custos. É um grande desafio organizacional administrar 
a relação entre custos e o nível de serviço desejado pelos clientes. Por isso, a 
 
 
14 
logística possui uma grande importância, pois representa um diferencial 
competitivo da organização, traduzido no nível de serviço. "Como assim 
professor?". Notem que a logística influencia em aspectos que podem gerar 
valor aos olhos dos clientes. Por exemplo: 
 Redução no prazo de entrega; 
 Entrega com hora marcada; 
 Disponibilidade de produtos; 
 Facilidade em receber pedidos. 
Nós, como gestores da operação logística, com certeza gostaríamos de 
oferecer tudo isso listado anteriormente, todavia cada um dos itens representa 
custo adicional, resultando em um maior preço para o cliente, e ainda reduz a 
competitividade da empresa. 
Mas, afinal, quais são os custos logísticos? Normalmente associamos a 
logística apenas ao transporte dos produtos, entretanto os custos logísticos vão 
além dos custos com transportes. Os custos logísticos são divididos conforme 
a imagem a seguir: 
 
Figura 6 
 
 
O custo logístico, normalmente, é o segundo custo com maior 
relevância, sendo superado apenas pelo custo da mercadoria ou produto. 
O gestor logístico deve buscar a simplificação das operações logísticas 
com o objetivo de obter o menor custo. E devido à globalização, se os gastos 
para se produzir no Brasil estiverem muito altos, é possível produzir em outros 
 
 
15 
países (grande destaque para a Ásia) e apenas importar o produto acabado. 
Claro que existirão custos maiores com o transporte e impostos, porém se o 
custo do produto for baixo, poderá compensar. 
Para atingir a excelência em custos, o gestor logístico deve sempre 
buscar: 
 Diminuir custos por meio da simplificação e integração de processos; 
 Buscar e utilizar novas tecnologias; 
 Eliminar as atividades e processos que não gerem valor; 
 Reduzir as necessidades de estoques utilizando sistemas de 
planejamento, gerando menores tempos de ciclo e outros; 
 Melhorar a flexibilidade, a disponibilidade e a conformidade conforme os 
anseios do mercado. 
A realidade logística brasileira possui certas diferenças quando 
comparada com a realidade de outros países, principalmente os desenvolvidos. 
Essas diferenças têm relação com a infraestrutura existente dentro do país, 
pois faz com que os custos logísticos tenham representatividade diferente 
perante o PIB (Produto Interno Bruto) de cada um dos países.O gráfico a 
seguir apresenta o percentual dos custos logísticos em relação ao PIB, tanto do 
Brasil quanto dos Estados Unidos. 
 
Figura 7 
 
 
 
Como o percentual do PIB utilizado para custos logísticos é bastante 
expressivo no Brasil, as empresas enxergam a logística cada vez com mais 
importância e expressividade. E elas fazem isso com razão, pois essa 
informação demonstra que temos uma parte logística no chamado “custo 
Percentual dos custos logísticos em relação ao PIB – Brasil x Estados Unidos 
 
 
 
16 
Brasil”, devido à nossa falta de infraestrutura adequada e altos preços de 
combustíveis. 
Leitura sugerida: 
 livro da disciplina p. 72 a 74 
 livro da disciplina p. 138 a 140 – exercício resolvido 
 livro Custos: análise e gestão de Evandir Megliorini, p. 14 e 15 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
É importante destacar que para se gerir qualquer empresa é necessário 
tomar decisões com base em informações. Essas informações devem estar 
disponíveis para que os tomadores de decisões possam traçar suas 
estratégias. Mas em médias e grandes empresas, devido ao maior número de 
processos internos, sistemas de qualidade e controle e burocracia, as decisões 
não são tão rápidas. E, por isso, empresas menores devem explorar sua 
capacidade de tomar decisões rapidamente, principalmente na área de gastos, 
pois poderá ser um diferencial competitivo, para tentar compensar uma parte 
dos ganhos de escala das grandes empresas. Já pararam para pensar nisso? 
 
NA PRÁTICA 
A empresa familiar Family S.A., uma fábrica de papel, buscando a 
profissionalização da gestão de suas atividades contratou você recentemente. 
Mesmo que você tenha sido contratado para atuar na área logística, você foi 
selecionado para atuar em uma equipe para realizar a gestão dos custos de 
toda a empresa, assim como a formação do preço de venda. 
Nesse contexto, inicialmente, será necessário realizar o levantamento e 
a classificação dos gastos como forma de aplicar o controle dos gastos. Por 
isso, seguem alguns gastos necessários que necessitam de 
classificação: 
 Comissão de vendedores; 
 Matéria-prima; 
 O seu salário; 
 Frete para entrega do produto final; 
 Frete para entrega de matéria-prima; 
 
 
17 
 Aluguel da fábrica; 
 Material do escritório. 
 
Proposta da prática 
Classificar os gastos em custos e despesas e de acordo com a variação 
em relação ao nível de atividade, fixo ou variável. 
Lembretes: 
 Lembrar que a diferença entre custos e despesas consiste na finalidade 
do gasto; 
 Os gastos variáveis se alteram quando se varia a produção e venda, já 
os fixos não. 
 Comissão de vendedores: 
 Matéria-prima: 
 O seu salário: 
 Frete para entrega do produto final: 
 Frete para entrega de matéria-prima: 
 Aluguel da fábrica: 
 Material do escritório: 
Custos (gastos relacionados com o processo produtivo ou prestação do 
serviço): matéria-prima, frete para entrega da matéria-prima e o aluguel 
da fábrica. 
 Despesas (gastos que apoiam a geração de receita): comissão de 
vendedores, o seu salário, frete para entrega do produto final e material 
de escritório. 
 
Classificação de acordo com a variação do gasto em relação ao nível de 
atividade, fixo ou variável: 
 Comissão de vendedores: despesa variável; 
 Matéria-prima: custo variável; 
 O seu salário: despesa fixa; 
 Frete para entrega do produto final: despesa variável; 
 Frete para entrega de matéria-prima: custo variável; 
 Aluguel da fábrica: custo fixo; 
 Material do escritório: despesa fixa. 
 
 
18 
 
SÍNTESE 
Como vimos, se uma empresa não controlar seus gastos não saberá 
qual é o seu resultado (lucro). Isso é um grande problema, pois em alguns 
casos o empresário nem sabe que está perdendo dinheiro a cada venda. E 
para controlar seus gastos, o primeiro passo é conhecê-los e identificá-los. 
Após a identificação, torna-se importante realizar a classificação dos gastos em 
custos, despesas, fixos ou variáveis. Ou seja, será necessário aplicar a 
contabilidade de custos, com seus planos de contas e sistemas de gestão para 
auxiliar os gestores de qualquer operação a conhecer seu negócio. Lembrando 
que uma parte dos custos de uma empresa é custo logístico, pois todas as 
empresas gastam com transportes e algumas com armazenagem, estoque e 
outros gastos logísticos. Por isso, uma boa gestão poderá reduzir custos, 
gerando o aumento dos resultados e contribuindo para a perenidade da 
organização. 
 
REFERÊNCIAS 
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. Curitiba: Intersaberes, 2013. 
GONÇALVES, P. S. Logística e cadeia de suprimentos - o essencial. 
Barueri: Editora Manole, s/d. 
JORGE, R. K. Gestão de custos, riscos e perdas. São Paulo: Pearson, 2016. 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3 ed. São Paulo: Pearson, 2011. 
PEREZ JÚNIOR, J. H. Gestão estratégica de custos: textos e testes com as 
respostas. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

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