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AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU – SAÚDE DA FAMÍLIA ANTONIO CARLOS SANTOS DA SILVA NATAÇÃO PARA BEBÊS ENTRE 6 MESES E 2 ANOS NA ROCINHA, UMA ABORDAGEM PARA A MANUTENÇÃO DA SAÚDE RESPIRATÓRIA RIO DE JANEIRO 2019 ANTONIO CARLOS SANTOS DA SILVA NATAÇÃO PARA BEBÊS ENTRE 6 MESES E 2 ANOS NA ROCINHA, UMA ABORDAGEM PARA A MANUTENÇÃO DA SAÚDE RESPIRATÓRIA Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Pós-Graduação Latu Sensu, das Faculdades Integradas AVM, a ser utilizado como diretrizes para manufatura do Trabalho de Conclusão de Curso. Orientadora: Chennyfer Dobbins Abi Rached RIO DE JANEIRO 2019 ANTONIO CARLOS SANTOS DA SILVA NATAÇÃO PARA BEBÊS ENTRE 6 MESES E 2 ANOS NA ROCINHA, UMA ABORDAGEM PARA A MANUTENÇÃO DA SAÚDE RESPIRATÓRIA Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Pós-Graduação Latu Sensu, das Faculdades Integradas AVM, a ser utilizado como diretrizes para manufatura do Trabalho de Conclusão de Curso. Orientadora: Chennyfer Dobbins Abi Rached Aprovado pelos membros da banca examinadora em __/__/____, com menção __ (_________________) Banca Examinadora Rio de Janeiro 2019 “Acreditamos que um trabalho de natação terapêutica, bem orientado por fisioterapeutas e professores de educação física, respeitando as restrições respiratórias e físicas dos alunos, observando as individualidades biológicas, os princípios do treinamento esportivo aplicado às aulas; poder ser um fator de grande importância no tratamento dos acometimentos respiratórios que afligem centenas de pessoa em todo o mundo.” (SOARES & JUVÊNCIO, 2010). Agradeço sempre e primeiramente a Deus, por cada dom da minha vida, dentre eles em especial, o da ciência juntamente com o da perseverança. Concedidos não apenas a mim, mas a todos que buscam aprimorá-los para o bem comum da humanidade. Dedico este trabalho aos meus familiares, amigos e esposa, pessoas de quem tive que abdicar por alguns momentos da companhia, para a execução dos meus projetos e nas quais busco motivação constante para evolução pessoal e profissional. Dedico também àquelas que de alguma forma, me cederam um pouco do seu conhecimento e experiências para concretização desse trabalho. RESUMO Este estudo tem como objetivo propor a prática da natação para bebês da Rocinha, entre 6 e 24 meses de idade, como ferramenta na manutenção da saúde respiratória e melhora na qualidade de vida desses bebês. Ressaltando consideráveis agravos, como crescimento desordenado da comunidade e suas edificações mal concebidas e sem parâmetros ergonômicos viáveis, ou mesmo sua urbanização desorganizada, segundo seu desfavorecimento topográfico. O que implica diretamente diversos problemas de saúde, dentre os de maior intensidade correlacionados a este conjunto de fatores negativos, sobressaem-se os de saúde respiratória. Sendo o grupo de indivíduos objeto do estudo, diretamente atingidos com maior frequência e reincidência nesta comunidade. Palavras-chave: Natação para bebês, Saúde Respiratória, Rocinha. ABSTRACT This study aims to propose the practice of swimming for Rocinha babies, between 6 and 24 months of age, as a tool to maintain respiratory health and improve the quality of life of these babies. It emphasizes considerable aggravations, such as disorderly growth of the community and its ill-conceived buildings and no viable ergonomic parameters, or even its disorganized urbanization, according to its topographic disadvantage. What directly implies several health problems, among the ones of greater intensity correlated to this set of negative factors, the ones of respiratory health stand out. Being the group of individuals object of the study, directly reached with more frequency and recidivism in this community. Key words: Swimming for babies, Respiratory health, Rocinha. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO…...............................................................................................8 1.1 Problema......................................................................................... 1.2 Objetivo Geral 1.3 Objetivo Específicos 1.4 Justificativa 1.5 Metodologia 2. O SISTEMA RESPIRATÓRIO E SUAS PRINCIPAIS DOENÇAS.........................................................................................................7 2.1. Resfriado......................................................................................................8 2.2. Gripe.............................................................................................................8 2.3. Rinite............................................................................................................9 2.4. Sinusite........................................................................................................9 2.5. Laringite.....................................................................................................10 2.6. Amigdalite..................................................................................................10 2.7. Asma...........................................................................................................11 2.8. Asma Brônquica........................................................................................11 2.9. Bronquite....................................................................................................12 2.10. Bronquiolite.............................................................................................13 2.11. Pneumonia...............................................................................................13 2.12. Tuberculose.............................................................................................13 2.13. Coqueluche..............................................................................................14 2.14. Otite 3. A ROCINHA SUA DENSIDADE DEMOGRÁFICA E DÉFICITS EM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA....................................................................................15 4. A NATAÇÃO E OS BENEFÍCIOS PARA OS BEBÊS....................................20 4.1.A natação como agente terapêutico...................................................... 4.2.O desenvolvimento dos bebês em relação ao ambiente através da natação........................................................................................................... 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................... 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 8 1. INTRODUÇÃO A relevância deste estudo se dá, como forma de atenção da natação para a saúde respiratória e seus benefícios em bebês entre 6 meses e 2 anos. O sistema respiratório é um conjunto de órgãos que funciona para atividade mais básica da vida: respirar. Sua função é permitir a troca de gases do corpo com o meio ambiente, também ajuda na termoregulação, manutenção do pH e liberação de água. Os órgãos que compõem o sistema respiratório são: pulmões, traqueia, laringe, faringe, nariz, boca e garganta. O sistema respiratório é um dos aparelhos mais sensíveis do corpo humano e doenças respiratórias aparecem nas dez principais causas de morte no mundo, pois através da respiração estamos em contato direto com todo tipo de microrganismos, alguns causadores de diversas doenças graves outras não tão preocupantes assim como as gripes e os resfriados. São doenças mais frequentes durantea infância, acometendo um número elevado de crianças, de todos os níveis socioeconômicos, e por diversas vezes. Nas classes sociais mais pobres, as infecções respiratórias agudas ainda se constituem como importante causa de morte em crianças pequenas, principalmente menores de um ano de idade. Os fatores de risco para morbidade e mortalidade são: baixa idade, condições socioeconômicas precárias, desnutrição, déficit no nível de escolaridade dos pais, poluição ambiental e assistência de saúde de má qualidade (SIGAUD & VERÍSSIMO, 1996). Uma das principais causas das doenças respiratórias é a poluição do ar, hoje ela é resultado, principalmente, de queima de combustíveis fósseis. Esse problema está espalhado por todas as cidades, no mundo inteiro, tem causado principalmente bronquite, rinite e asma. Outra causa de agravo nas doenças respiratórias é a falta de circulação de ar, má qualidade das habitações e superpopulação. A comunidade da Rocinha apresenta essas típicas problemáticas em relação à mobilidade e moradia X saúde respiratória e qualidade de vida. A desorganização e a expansão populacional, bem como edificações conglomeradas em favelas como a Rocinha comprometem e limitam em muito a qualidade de vida daqueles que nela vivem. Este comprometimento da qualidade de vida da população não se restringe apenas aos aspectos do espaço edificado, como a circulação de ar nos ambientes (ANDRADE, 2003). 9 O desfavorecimento topográfico e por consequência sua desordenada densidade demográfica, que implica negativamente em diversos aspectos humanitários, dentre eles a saúde e mais diretamente a respiratória em sua população (TOLEDO ET AL, 2007). Sendo assim, essa população precisa de um grande programa de prevenção em relação à saúde do trato respiratório, e os bebês por terem uma saúde mais fragilizada e serem mais susceptíveis, merecem uma atenção redobrada. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a natação para bebês a partir dos 6 meses; período em que foi completada a fase inicial de imunização, e também o melhor desenvolvimento do seu sistema auricular; é a atividade mais indicada. Ainda segundo a afirmação destes profissionais, visando uma qualidade de vida melhor, através desta atividade física, esses bebês terão ampliadas, já nas fases iniciais suas valências física, e habilidades psicomotoras, dentre elas seu sistema cardiovascular e respiratório, aumentando ainda mais a resistência do organismo e ajuda na prevenção e recuperação de doenças como asma, bronquite, pneumonia entre outras mais. A natação produz benefícios físicos e/ou fisiológicos sobre o sistema de regulação térmica, aparelho circulatório, o aparelho respiratório, o aparelho locomotor, benefícios psicossociais; uma vez que aprender a nadar é um processo de aprendizagem de socialização; e benefícios cognitivos uma vez que a água, com seus efeitos terapêuticos e aspectos motivacionais, estimulam desenvolvimento do poder de concentração e da aprendizagem cognitiva (COSTA & DUARTE, 2000). O ideal é que haja iniciação precoce aos exercícios mantidos periodicamente e progressivamente, exercícios estes plenamente trabalhados como coordenação respiratória na pratica da natação (KEBERJ, 2002). Este estudo visa mostrar os benefícios da natação para bebês como uma ferramenta para a manutenção da saúde respiratória, mostrando as características das principais doenças e como a natação pode prevenir e/ou ajudar na recuperação das mesmas. 1.1 Problema Os diversos casos de doenças respiratórias em bebês de 6 a 24 meses na comunidade da Rocinha, causados principalmente pela urbanização desordenada, fumo passivo e poluição do ar. 1.2 Objetivo Geral 10 Identificar a necessidade da prática da natação como ferramenta para a manutenção da saúde respiratória em bebês entre 6 e 24 meses na comunidade da Rocinha. 1.3 Objetivos Específicos • Identificar outros benefícios da natação para bebês de 6 a 24 meses na comunidade da Rocinha, além da terapêutica; • Relacionar as doenças respiratórias em bebês de 6 a 24 meses na Rocinha com o crescimento desordenado, fumo passivo e poluição do ar nesta comunidade; 1.4 Justificativa Melhorar a saúde respiratória e em consequência o desenvolvimento psicomotor dos bebês de 6 a 24 meses na comunidade da Rocinha. 1.5 Metodologia Realizado através de pesquisa bibliográfica, feita através de consulta à artigos, livros, revistas eletrônicas e à internet, em endereços eletrônicos especializados. Além da experiência e vivência do autor como professor de natação para bebês numa academia dentro da comunidade da Rocinha. 2. O SISTEMA RESPIRATÓRIO E SUAS PRINCIPAIS DOENÇAS O Sistema Respiratório se constitui no conjunto de órgãos encarregados de realizar a hematose pulmonar, processo esse responsável pela respiração celular. O ar dos pulmões é constantemente renovado, garantindo o suprimento de oxigênio, através da inspiração e há liberação de CO², um dos produtos da respiração, através da expiração. Na inspiração o diafragma desce e as costelas sobem o que faz aumentar o volume da caixa torácica, forçando o ar a entrar nos pulmões. Já na expiração o diafragma sobe e as costelas abaixam. Dessa forma, o volume diminui e o ar é forçado a sair. A frequência respiratória é o número de movimentos respiratórios por minuto, esta aumenta durante a execução de atividade física. Isto ocorre devido ao aumento da atividade corporal, obtida pelo aumento da respiração celular. Assim, o aumento do volume de ar inspirado, supre a demanda celular por oxigênio. 11 O Sistema Respiratório tem como função, além da troca gasosa, o equilíbrio ácido- base e até a fonação. Os órgãos que constituem o Sistema Respiratório são: cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, pulmão e boca. Os principais prejuízos ao Sistema Respiratório são causados pela inalação de poeira, fumaça, e microrganismos. 2.1 Resfriado É a inflamação catarral da mucosa rinofaríngea, formações linfoides anexas e infecção aguda do nariz e garganta. É causado por vírus. Possui como causas predisponentes: convívio ou contagio ocasional com pessoas infectadas, desnutrição, clima frio ou úmido, condições da habitação ou dormitório, quedas bruscas da temperatura atmosférica, suscetibilidade individual relacionada à capacidade imunológica (ALCÂNTARA, 1994). Principais sinais e sintomas: febre de intensidade variável, corrimento nasal mucoso e fluido (coriza), obstrução parcial da respiração nasal tornando-se ruidosa (trazendo irritação, principalmente ao lactente que tem sua alimentação dificultada), tosse (não obrigatória), falta de apetite, alteração das fezes e vômitos (quando a criança é forçada a comer). Não existindo contraindicações, recomenda-se a realização de exercícios respiratórios, tapotagem e deambulação. 2.2 Gripe Causada pelo retrovírus Influenza, a gripe é uma infecção mais grave que o resfriado. É transmitida através de secreção nasal ou gotículas de saliva. Tem um período de incubação de até sete dias. Provoca dores musculares, tosse, corrimento nasal, dor de garganta, febre alta e inflamação das vias respiratórias, o que diminui a eficiência respiratória e dá uma sensação de cansaço. É contagiosa e dura em média de quatro à dez dias. Crianças entre 6 e 23 meses de idade são mais susceptíveis, tendo um alto risco de complicações, entre as complicações estão a bronquite e a pneumonia. 12 Pode ser prevenida através da vacinação anual gratuita, disponível nos postos de saúde para este grupo, além de uma boa alimentação, ingestão regular de líquidos, dormir pelo menos 8 horas por dia, e prática regular de exercícios. 2.3 Rinite A rinite alérgica é uma enfermidade crônica causada pelasrespostas exageradas do organismo em defender-se de uma agente que não é potencialmente agressivo. Apresenta-se como manifestações clínicas a obstrução nasal ou coriza, prurido e espirros em salva; a face apresenta “olheiras”, dupla prega infraorbitária; e sulco transversal no nariz sugerindo prurido intenso. Esses sintomas surgem logo após entrar em contato com o alérgeno, e podem perdurar por bastante tempo. Poeira, ácaros, fungos, pólens e cheiros fortes são os principais fatores desencadeantes. A principal maneira de prevenir é evitar o contato, ventilando e mantendo uma higiene constante principalmente do quarto. A rinite não tem cura, sendo o tratamento com antialérgicos feito apenas para o controle dos sintomas. Pode causar outros sintomas como voz anasalada, sinusite, ronco, entortamento dos dentes e asma. O diagnóstico pode ser clínico ou através de testes alérgicos. 2.4 Sinusite Desencadeada pela obstrução dos óstios de drenagem dos seios da face, favorecendo a retenção de secreção e a infecção bacteriana secundária (LEÃO, 1989). Caracteriza-se por tosse noturna, secreção nasal com presença ou não de febre, sendo que raramente há cefaleia na infância (SAMPAIO, 1994). Casos redicivantes são geralmente causados por alergia respiratória (como a rinite). A sinusite pode ser adquirida através de infecções virais, alergias ou poluentes que atingem a mucosa fechando a comunicação dessas cavidades com as fossas nasais. O diagnóstico poder ser clínico ou através de exame de raios-X. 13 O tratamento pode ser feito com analgésicos, antitérmicos, antibióticos, antialérgicos, descongestionantes nasais, irrigadores nasais e/ou agentes mucolíticos. Pessoas que sofrem com sinusite, devem evitar o ressecamento das vias aéreas superiores, neste caso, a natação, principalmente em piscina aquecida, ajuda a manter a humidade. 2.5 Laringite Trata-se de uma inflamação da laringe, geralmente causada por vírus ou bactéria. Os sintomas são febre baixa ou moderada, rouquidão, tosse seca e dor de garganta. Pode fazer parte de vários tipos de viroses. O diagnóstico pode ser clínico ou através de inspeção direta com um espelho ou tubo visualizador. O tratamento é feito com o descanso da voz, remédios para tosse, ingerir muito líquido e/ou inalação de vapor, no caso de infecção bacteriana, faz-se o uso de antibióticos. 2.6 Amigdalite Infecção das amidalas, estruturas localizadas na garganta que têm função de defesa do organismo. Muito frequente na infância, principalmente na faixa de 3 a 6 anos (ALCÂNTARA, 1994). Seu quadro clínico assemelha-se a um resfriado comum. Principais sinais e sintomas são: febre, mal estar, prostração ou agitação, anorexia em função da dificuldade de deglutição, presença de gânglios palpáveis, mau hálito, presença ou não de tosse seca, dor e presença de pus na (s) amigdala (s). No caso da amigdalite bacteriana, um tratamento inadequado pode evoluir para febre reumática e glomerulonefrite. O diagnóstico é clínico. O tratamento é feito com uso de analgésicos, anti-inflamatórios e/ou antibióticos. 2.7 Asma 14 Em metade dos casos, os primeiros sintomas da doença surgem até o terceiro ano de vida e, em muitos pacientes, desaparecem com a puberdade. Porém a persistência na idade adulta leva a um grande agravo na doença. É uma doença aguda do trato respiratório, sendo uma infecção muito frequente na infância. A crise é causada por uma obstrução, devido à contração da musculatura lisa, edema da parede brônquica e infiltração de leucócitos polimorfonucleares, eosinófilos e linfócitos (GRUMACH & SAMPAIO, 1994). É uma doença crônica muito comum. Apesar de não haver uma definição universalmente aceita (GUALDI, 2004) a define como uma inflamação crônica dos pulmões de natureza alérgica, que se caracteriza por um aumento da relatividade das vias aéreas, ou seja, contração da musculatura dos brônquios, a determinados estímulos, causando uma limitação do fluxo de ar (broncoespasmos). O quadro clínico é manifestado por episódios repetidos, principalmente noturnos, de tosse, chiado no peito e falta de ar. Resulta de uma interação entre genética e exposição ambiental a diversos fatores desencadeantes, sendo os mais frequentes: poeira, ácaro, mofo, irritantes químicos, mudanças climáticas, infecções (VAN WEEL ET AL, 2008). São episódios autolimitados podendo ser controlados com medicamentos com retorno normal das funções na maioria das crianças. Mesmo não tendo cura, a asma é uma doença que pode ser controlada, melhorando consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos portadores (MOISÉS, 2007). O tratamento da asma visa a redução e controle dos sintomas respiratórios, a prevenção e/ou a redução das crises, a manutenção da função pulmonar o mais próximo da faixa normal, a minimização dos efeitos dos efeitos adversos na medicação e na manutenção da normalidade na realização das atividades de vida diárias, incluindo a prática de exercícios físicos aeróbicos (VAN WEEL ET AL, 2008), é feito através de medicamentos broncodilatadores e corticoides inalatórios para combater a inflamação, já para evitar crises, deve-se estar atento ao ambiente, ao combate de agentes alergênicos e à prevenção de doenças. 2.8 Asma Brônquica Para a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Fisiologia (2004) a asma brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, as quais são o principal mecanismo que torna os brônquios mais sensíveis aos diversos fatores desencadeadores das crises. O que ocorre na asma é um estado agudo provocado por fatores respiratórios e metabólicos que promovem alterações na homeostase do Ph sanguíneo. Nas etapas iniciais há uma alcalose respiratória, ou seja, o Ph sanguíneo é elevado juntamente 15 com a pressão arterial de CO² baixa por hiperventilação, concomitantemente há uma acidose metabólica por haver um aumento do trabalho respiratório e a pressão de CO² baixa, e aumento de oxigênio e de gasto cardíaco, levando ao comprometimento de outros órgãos e sistemas (MOISÉS, 2007). Há vários agentes desencadeando uma crise de asma, que são divididos de intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos são certos agentes ativadores do próprio organismo do paciente como expressões emocionais fortes, fatores psicológicos, pós-exercícios físicos extenuantes, ingestão de agentes ativadores como o caso do ácido acetilsalicílico e infecções. Os extrínsecos são agentes externos como poluição do ar, fumaça, mudanças de temperatura, alimentos, mofo, vírus e pelo de animais entre outros ativadores alérgicos (OLIVEIRA, 1994). Esta doença pulmonar obstrutiva crônica é classificada de acordo com a gravidade, intensidade e periodicidade com que se manifesta sempre na presença de um agente ativador. Geralmente, a alergia é responsável por 50% dos casos. A gravidade estará diretamente ligada à pré-disposição genética e o contato do indivíduo com os fatores desencadeantes havendo várias classificações de asma. O tratamento é o mesmo da asma comum. 2.9 Bronquite Inflamação dos brônquios, caracterizada por tosse e aumento da secreção mucosa dos brônquios, acompanhada ou não de febre, predominando em idades menores. Quando apresentam grande quantidade de secreção pode-se perceber ruído respiratório (“chiado” ou “ronqueira”) (RIBEIRO, 1994). Propicia que as crianças portadoras tenham infecções com maior frequência do que outras. Pode se tornar crônica, levando da anorexia à uma perda de progressão de peso e estatura (RIBEIRO, 1994). Recomenda-se afastar substâncias que possam causar alergia, sendo o cigarro é o principal agente desencadeante de ambos os tipos de bronquite. O tratamento é feito através de fármacos para aliviar os sintomas e combater o patógeno (no casode infecção). 2.10 Bronquiolite Inflamação dos bronquíolos dos bebês, de origem viral, apresenta-se com respiração rápida e exalações forçadas e longas, febre frequente, chiado no peito e tosse. 16 O Vírus Respiratório Sincicial – VRS, com alta prevalência entre Março e Junho é uma causa importante da bronquiolite. Aconselha-se a evitar a presença de fumantes perto da criança, repouso, ingestão de líquidos e vaporização. Pode evoluir para asma. 2.11 Pneumonia Doença aguda que pode atingir um ou ambos os pulmões, que ficam inflamados progredindo por toda a parede da árvore respiratória causando febre, tosse com expectoração e dores no peito, palidez e comprometimento do estado geral, aumento das secreções mucosas, respiração fraca ou difícil, dificuldade de ingerir alimentos sólidos ou líquidos, aumento da frequência respiratória, tiragem (retração subcostal persistente), estridor, sibilância, gemido, períodos de apneia ou guinchos (tosse da coqueluche), cianose, batimento das asas do nariz, distensão abdominal e febre ou hipotermia (podendo indicar infecção). Geralmente é provocada por vírus ou bactérias. O diagnóstico é feito através da auscuta dos pulmões e raios x do tórax, exames de sangue e de catarro. O tratamento é feito com antibióticos, uma dieta rica em nutrientes e bem equilibrada e repouso. 2.12 Tuberculose A tuberculose é uma doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é uma doença infectocontagiosa que tem uma grande atração pelos pulmões, embora possa se alojar em outros órgãos e sistemas. A apresentação pulmonar, além de ser mais comum, é também a mais importante por ser a maior responsável pela transmissão da doença. (http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o- ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/741-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a- z/tuberculose/11481-descricao-da-doenca). Tem como reservatório: o gado bovino, primatas não humanos, aves e outros mamíferos, sendo a espécie humana seu principal reservatório. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/741-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/tuberculose/11481-descricao-da-doenca http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/741-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/tuberculose/11481-descricao-da-doenca http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/741-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/tuberculose/11481-descricao-da-doenca Tem como sinais e sintomas: tosse seca ou produtiva persistente, febre, falta de apetite, emagrecimento, sudorese noturna, fadiga/cansaço, dor no peito, escarro com sangue. 17 A transmissão é direta: ocorre de pessoa para pessoa via gotículas de saliva contendo o agente infeccioso, sendo maior o risco de transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão da doença. Embora, o risco de adoecimento seja maior nos primeiros dois anos após a primeira infecção, uma vez infectada a pessoa pode adoecer em qualquer momento da sua vida. O diagnóstico é clínico e com radiografia do tórax. Exames laboratoriais das secreções pulmonares e escarro do indivíduo são procedimentos confirmatórios. Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia. O tratamento é feito à base de antibióticos, com duração de aproximadamente seis meses. É imprescindível que este não seja interrompido – fato que pode ocorrer, principalmente, devido aos efeitos colaterais, tais como enjoos, vômitos, indisposição e mal-estar geral. As medicações são distribuídas gratuitamente pelo sistema de saúde, a vacina BCG é utilizada na prevenção da tuberculose e deve ser administrada em todos os recém- nascidos. 2.13 Coqueluche A coqueluche é uma doença bacteriana que atinge o Sistema Respiratório e cuja as complicações – convulsões, pneumonias e encefalopatias – podem levar ao óbito. E disseminada através de gotículas de saliva e o período de incubação varia de 5 a 21 dias. Os primeiros sintomas são coriza, tosse, febre e olhos irritados: estágio catarral. O próximo estágio, paroxístico, se desenvolve cerca de duas semanas após o primeiro, e tem como característica acessos de tosse sucessivas podem estar acompanhadas de muco e/ou vômito. Após seis semanas os sintomas começam a desaparecer, progressivamente, até seu término: estágio de convalescência. É mais grave quando ocorre em bebês. O diagnóstico é clínico, exames de sangue e cultura de secreções pode se utilizado como diagnóstico complementar. O tratamento é feito através de uso de antibióticos. Pode ser prevenida com vacinação que está disponível na rede pública gratuitamente. 2.13 Otite 18 Apesar de não fazer parte do Sistema Respiratório, esta infecção do ouvido, causada por vírus ou bactérias, é causada em sua maioria por complicações decorrentes de gripes, resfriados ou rinites. É muito comum em bebês e crianças. Fluidos como catarro, ou mesmo o leite, podem facilmente escorrer da trompa de Eustáquio para os ouvidos. Seus sintomas são: dor, diminuição da audição, febre, falta de apetite, secreção, nos casos mais graves a ruptura do tímpano e a eliminação de secreção purulenta com sangue. O diagnóstico é clinico e com exame do ouvido através do otoscópio. O tratamento requer uso de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios de uso tópico ou oral dependendo da gravidade. Pode ter seu risco diminuído pelas vacinas rotineiras da infância. Como forma de prevenção, bebês não devem adormecer com mamadeira. Fumantes passivos têm o risco aumentado (www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dest%c3%BArbios-do-ouvido,- nariz-e-garganta/doen%c3%a7as-do-ouvido-mc3%A9dio/otite-m%c3%A9dia-aguda). 3. ROCINHA SUA DENSIDADE DEMOGRÁFICA E OS DÉFICITS EM SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA Entre o morro Dois Irmãos e a Floresta da Tijuca havia uma extensa fazenda, loteada pela Companhia Castro Guidom, em 1927. Grande parte destes lotes foi adquirida por imigrantes estrangeiros e transformada em sítios que por produzir e comercializar frutas, legumes e outros vegetais, começaram a ser chamados de Rocinha. Desta forma foi batizada uma das maiores favelas da América Latina (MAIA, 2008). Em 1993, a Rocinha se tornou Bairro, através da lei nº 1.995 de 18 de Junho de 1993 que delimitou a XXVII Região Administrativa – Rocinha, criada pelo decreto nº 6011, de 4 de Agosto de 1986. http://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dest%c3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/doen%c3%a7as-do-ouvido-mc3%A9dio/otite-m%c3%A9dia-aguda http://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dest%c3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/doen%c3%a7as-do-ouvido-mc3%A9dio/otite-m%c3%A9dia-aguda Ainda na lei 1.995, Art. 7º - Na forma do disposto nos artigos 146 a 154 da Lei complementar nº 16, de 5 de Junho de 1992, que instituiu o Plano Diretor Decenal da Cidade, o Bairro Rocinha será objeto de programa especial que abrangerá: I – regularização fundiária; II – regularização urbanística; 19 III – urbanização; IV – reassentamento da população moradora em áreas de risco e de proteção ambiental; V – recuperação das condições ambientais locais; § 1º - A regulação urbanística ocorrerá nas áreas passíveis de urbanização e compreenderá: I - implantação de sistema de abastecimento de água; II - implantação de sistema de esgotamento sanitário; III - implantação de serviços permanentes de remoção de resíduos sólidos; IV - eliminação dos fatores de risco; V - implantação de equipamentos urbanos; VI - tratamento das vias; VII - implantação de sistema de drenagem pluvial; VIII - implantação de iluminação pública e melhoriada existente; IX - implantação de projetos de alinhamento; X - reflorestamento. Cerca de 454.000 metros quadrados: esta é a área ocupada pela Rocinha, localizada na Zona Sul carioca, mais especificamente na encosta do morro Dois Irmãos e Laboriaux, abrangendo a parte mais baixa da autoestrada Lagoa-Barra e se expandindo até pontos mais altos, margeando a Estrada da Gávea (LEITÃO, 2007). Em relação ao tamanho da população, é difícil precisar os números corretos. A disparidade entre os dados do IBGE publicados no censo de 2000 e os fornecidos pela Ligth e pelas Associações de Moradores não favorecem o correto dimensionamento de qualquer programa para a melhoria das condições urbanísticas e socioeconômicas do bairro. Segundo o Censo, vivem na Rocinha cerca de 50.000 pessoas em 16.000 domicílios. Segundo a Ligth e as Associações de Moradores, há entre 100.000 e 120.000 moradores. Em entrevistas recentes, líderes da comunidade dimensionaram a população em mais de 200.000 habitantes, estimativa baseada na existência de um permanente fluxo de migrantes, que seriam os principais responsáveis pelo adensamento e expansões horizontais mais recentes. Em relação ao ambiente urbano, a Rocinha apresenta características de grandes centros habitacionais como a alta densidade de população e edificação. Poluição sonora e do ar nas vias de circulação, alto grau de impermeabilização do solo, aquecimento atmosférico pela reflexão dos raios solares, escassez de espaços livres 20 não são especificidades do bairro da Rocinha, porém, nele alcançam níveis extremos. Destaco a ausência de áreas verdes, dificultando a penetração de luz e ventilação natural, o mal estado e a saturação da infraestrutura de saneamento, considerados pela população como os maiores problemas a serem enfrentados. Visando e acompanhando seus moradores nos vários setores do bairro, não foi difícil constatar o colapso físico-espacial que a Rocinha sofre. Ministério das cidades, Brasília, 2004 versa em seus artigos, de 36 a 38, sobre “O estudo do impacto da vizinhança” que diz: que a maneira como são utilizados os imóveis urbanos – ainda que com a lei, não diz respeito apenas à relação entre o proprietário do lote ou empreendimento e o poder público, Cada interferência na utilização ou ocupação de um determinado lote urbano produz impacto sobre o seu entorno, podendo interferir diretamente na vida e na dinâmica urbana de outros. Quanto maior for o empreendimento, tanto maior será o impacto que ele produzirá sobre a vizinhança. TOLEDO, ET ALL (2007), durante a elaboração do seu estudo: ‘Derrubando os muros: planejamento participativo e integração social na comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro’, propõe a elaboração de um plano diretor nesta comunidade, descrevendo características gerais deste bairro, conceituando premissas a serem adotadas, com foco essencial baseando-se nos seguintes aspectos: participação comunitária e inclusão social, faseamento de intervenção a curto e médio prazos, e sustentabilidade nas etapas de implementação e avaliação. Partindo desses princípios fez-se necessária uma maior observância comparativa desta comunidade em suas peculiaridades, em relação às demais nesta cidade que se aproximam caracteristicamente. A população local é composta em sua maioria por trabalhadores formais empregados pelo comércio e no setor da construção civil, nos bairros da vizinhança e na própria comunidade. Cercada por bairros de alto poder aquisitivo, a Rocinha ocupa a quarta pior posição no Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (0,735), apresentando grande déficit de educação e saúde, além de renda domiciliar per capta predominantemente baixa. (TOLEDO ET ALL, 2007). A Rocinha apresenta o mesmo quadro de outras regiões formadas unicamente por grandes complexos de favelas, como as Regiões Administrativas do Jacarezinho, Maré e Complexo do Alemão. 21 De forma diferente dessas favelas, entretanto, o bairro da Rocinha se destaca por estar circundado por bairros na Região Administrativa da Lagoa, segundo maior IDH da cidade. Ainda segundo TOLEDO ET ALL (2007), na área da educação, a Rocinha apresenta dados alarmantes: os piores índices de analfabetismo e escolaridade média entre os adultos. Na saúde, podemos citar o alto índice de problemas respiratórios e doenças de pele e, na habitação, um dos maiores índices de densidade por domicílio, apresentando o segundo maior percentual de pessoas por dormitório (38,5 %), superada apenas por Manguinhos (39,3%). Boa parte dos problemas relacionados à saúde, e ao déficit de saneamento decorre da sua própria estrutura espacial muito densa, com espaços públicos exíguos, casas mal ventiladas e pouco iluminadas (TOLEDO ET ALL, 2007). “A Rocinha hoje é castigada por muitas doenças. A tuberculose é o maior problema. As doenças respiratórias (são ocasionadas) por construir casas em lugares impróprios e muito juntas, sem ventilação, fechadas. Não sabia que isto poderia causar o mal que hoje esta causando, e mais: a Rocinha tem um formato de bacia e as pessoas constroem muito junto. Com isto, há umidade, infiltrações, o mofo, a falta de ventilação. Muitos problemas, mas o pior de todos é a falta de informação”.(http://www.ciespi.org.br/primeira_infancia/cartografia/cartografias/rocinh a/rocinha-desafios/rocinha-construcoes-e-moradia) Outros agentes invisíveis que causam grandes danos à saúde respiratória é a poluição do ar e o fumo passivo. O tráfego motorizado e as indústrias são responsáveis pela degradação ambiental, particularmente no que diz respeito à qualidade do ar dos grandes centros urbanos mundiais, com efeitos na saúde dos setores mais carentes da população exposta, sobretudo em crianças e idosos (OLIVEIRA, 2008). http://www.ciespi.org.br/primeira_infancia/cartografia/cartografias/rocinha/rocinha-desafios/rocinha-construcoes-e-moradia http://www.ciespi.org.br/primeira_infancia/cartografia/cartografias/rocinha/rocinha-desafios/rocinha-construcoes-e-moradia A poluição do ar é definida como a presença de substâncias contaminantes no ar atmosférico, que interfiram na saúde e no bem-estar humano ou causem efeitos danosos ou meio ambiente. As principais fontes de poluição do ar são: natural – poeira do deserto, sal marinho, enxofre vulcânico e orgânicos liberados pela vegetação; industrial – siderúrgica, química, alimentícia e petrolífera; transportes terrestres – rodoviários e não rodoviários em terra; utilização de energia – pequenas fontes de combustão; produção de energia – centrais elétricas alimentadas por combustíveis fósseis; 22 queima de biomassa – incêndios, desmatamento e queima de resíduos agrícolas; agricultura – emissão de amônia. A poluição do ar causa uma resposta inflamatória no aparelho respiratório, induzida pela ação de substâncias oxidantes, as quais acarretam aumento da produção, da acidez, da viscosidade e da consistência do muco produzido pelas vias aéreas, levando, consequentemente, à diminuição da resposta e/ou eficácia do sistema mucociliar.(http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6438610/4226419/80Localizacaodo sfocosdasprincipaisdoencasrespiratoriasSMS.pdf) Ainda segundo o site da prefeitura, os efeitos respiratórios relacionados à poluição são: na exposição aguda – maior mortalidade por doenças respiratórias, exacerbação dos sintomas em indivíduos com asma e DPOC, maior incidência de infecções respiratórias, maior do número de internações e óbitos por pneumonia, maior prevalência de irritação nos olhos, narina e garganta, aumento da prevalência de sintomas respiratórios agudos; na exposição crônica - aumento da mortalidade, aumento da incidência de doenças respiratórias crônicas. Relatórios de saúde registram uma alta incidência de doenças do aparelho respiratório na Rocinha, como tuberculose e alergias, e de doenças de pele, espelhandoe denunciando a gravidade dos problemas ambientais que atingem essa população. Segundo o site Rio com saúde, o tabagismo passivo, fumo de segunda mão, tabagismo involuntário ou exposição à fumaça do tabaco ambiental são diferentes conceituações do mesmo fenômeno, que hoje já é a terceira maior causa de mortes evitáveis no mundo, ficando atrás apenas do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool (http://riocomsaude.rj.gov.br/riosemfumo/site/conteudo/a- lei.php). A Lei nº 5517, de 17 de agosto de 2009 proíbe o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro fumígeno, derivado ou não do tabaco, na forma que especifica, e cria ambientes de uso coletivo livres de tabaco. http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6438610/4226419/80LocalizacaodosfocosdasprincipaisdoencasrespiratoriasSMS.pdf http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6438610/4226419/80LocalizacaodosfocosdasprincipaisdoencasrespiratoriasSMS.pdf http://riocomsaude.rj.gov.br/riosemfumo/site/conteudo/a-lei.php http://riocomsaude.rj.gov.br/riosemfumo/site/conteudo/a-lei.php É sabido que nas comunidades a maioria das leis não se aplica. Por tanto em todos os estabelecimentos comerciais e espaços públicos ainda se convive com o fumo passivo. Segundo a última PNS, Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2013, o percentual de adultos fumantes no Brasil é de 14,7%. Já a taxa no Sudeste do país é de 15% (www.inca.gov.br/observatorio-da-prevalencia-tabagismo). As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que uma em cada quatro crianças brasileiras estão expostas aos efeitos nocivos do cigarro dentro de 23 casa. O dado é ainda mais preocupante pelo fato de que o fumante passivo corre, na verdade, mais riscos do que o ativo, já que a fumaça do cigarro contém concentrações maiores de nicotina e outras substâncias tóxicas em relação à tragada dada pelo fumante. E, não adianta fumar em um quarto onde a criança não esteja, as substâncias não se dissipam com o ar, pelo contrário, elas permanecem na pele, nas roupas, no cabelo e podem ser passadas para as outras pessoas (https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as- expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de- c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx). O ar da residência de um fumante usual contém três vezes mais nicotina, monóxido de carbono, e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do usuário após passar pelo filtro do cigarro. As irritações mais frequentes, incluindo os fumantes passivos, são: tosse, irritação nos olhos, cefaleia, manifestações nasais, aumento de problemas alérgicos (principalmente nas vias respiratórias) e o aumento de problemas cardíacos. Fumantes passivos são aqueles que convivem (no mesmo ambiente) com pessoas que fumam e, por diversos motivos, se expõem aos componentes cancerígenos e tóxicos exalados pela fumaça do cigarro da mesma maneira de quem os consome. O cigarro concentra mais de 4, 7 mil substâncias tóxicas que são extremamente agressivas para a saúde de bebês e crianças. Já é sabido que pessoas expostas aos malefícios do cigarro são mais suscetíveis a doenças crônicas como asma, bronquite e pneumonia. A curto prazo as crianças podem apresentar irritação nos olhos, dor de cabeça, náuseas, tosse, falta de ar e sinusite crônica. Os pulmões, vias aéreas, brônquios, fígado e bexiga são os órgãos mais corriqueiros para desenvolver câncer por causa das substâncias do tabaco e isso vale tanto para fumantes ativos e como para os passivos. Os problemas ocasionados pelo cigarro vão além dos aspectos físicos. Problemas psiquiátricos e psicológicos também acontecem decorrentes de ansiedade e http://www.inca.gov.br/observatorio-da-prevalencia-tabagismo https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as-expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de-c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as-expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de-c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as-expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de-c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx depressão por conta dos gases tóxicos inalados da fumaça. Nas crianças, afeta a concentração, dificulta o aprendizado e interfere diretamente no comportamento dentro e fora de casa (ficam mais irritadas). As crianças com pais fumantes desenvolvem mais otites, bronquites, bronquiolites, rinites, asma e duas vezes mais morte súbita quando comparadas com as de pais não fumantes. (https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as- expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de- c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx). 24 4. A NATAÇÃO E OS BENEFÍICIOS PARA OS BEBÊS A Natação proporciona aos bebês benefícios orgânicos, sociais, terapêuticos e recreativos, melhora a adaptação na água, aprimorando a coordenação motora, noções de espaço e tempo, prepara o psicológico e neurológico para o auto salvamento, aumento da resistência cardiorrespiratória e muscular. A natação ajuda também a tranquilizar o sono, estimular o apetite, melhorar a memoria, além de prevenir algumas doenças respiratórias (FERREIRA, 2007). Os bebês, objetivo deste estudo, estão no período sensório-motor segundo PIAGET (1982). Período que vai do nascimento até os 24 meses. A partir dos 4 meses é o período mais interessante para colocá-los na natação, pois sua imunidade já está mais desenvolvida, sendo a época ideal, não para aprender os estilos, mas sim para se adaptar ao meio líquido. Quando a água molha as vias respiratórias externas (boca e nariz) a respiração do lactente sadio é bloqueada por reflexos (ZULLIETTI & SOUSA, ). Segundo Nieto (1983) e Keberj (2002), os objetivos mais importantes da natação são vistos sob três aspectos: físico, orgânico e psicológico. O primeiro visando o desenvolvimento das qualidades físicas, relaxamento, controle respiratório e corporal e as habilidades aquáticas. O segundo, o desenvolvimento da resistência do sistema muscular, resistência do sistema cardiovascular, respiratório e expansão pulmonar. E o terceiro, desenvolvimento da autoconfiança e criatividade, equilíbrio emocional e consciência corporal. FÍSICO A natação constitui-se uma excelente atividade motora, na qual a criança desde a primeira tenra idade experimenta de forma mais natural e espontânea, uma motricidade aquática dinâmica, essencial a sua evolução, em seu progresso desenvolvimentista (GRISI,1994). https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as-expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de-c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as-expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de-c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx https://hospitalsiriolibanes.org.br/imprensa/noticias/Paginas/Crian%C3%A7as-expostas-%C3%A0-fuma%C3%A7a-do-cigarro-t%C3%AAm-maior-risco-de-c%C3%A2ncer,-doen%C3%A7as-pulmonares-e-morte-s%C3%BAbita.aspx O bebê, através de exercícios no meio líquido, respeitando seu desenvolvimento maturacional, neuromotor, fortalecerá a musculatura, colaborará com a lateralidade, equilíbrio, orientação espacial e coordenação motora ampla. Respeitando sua habilidade motora, o bebê libera sua capacidade de movimentar-se e de criar, explorando seu corpo e o espaço a sua volta (FONSECA, 1995). ORGÂNICO O controle da temperatura da água deve ser rígido, pois há um aumentoda temperatura corpórea do indivíduo que realiza movimentos na águia, sendo bastante provável que haja outras mudanças no sistema cardiovascular e respiratório do 25 bebê. Logo, os exercícios aquáticos aumentarão a capacidade cardiopulmonar e vascular, como também, o apetite, devido ao desgaste calórico, além de proporcionar um sono mais tranquilo (GRISI, 1994 e PETRIA, 1992). PSÍIQUICO-SOCIAL O equilíbrio emocional, uma vez que se relaciona com outras crianças e outros adultos, favorece a socialização, a conquistar determinados objetivos, favorecendo a autoestima. A afetividade, já que a aula com o filho acaba sendo mais um momento de intenso convívio e troca de afetividade (LIMA, 2003). Um dos principais exercícios realizados durante as aulas devem ser aqueles destinados a segurança dos bebês, tais como agarres e busca pelo apoio, incentivando ao auto salvamento, sem falar nos exercícios tradicionais como flutuação, respiração frontal e nado cachorrinho (LIMA, 2003). Keberj (2002) afirma que apesar de pouco incentivo e credibilidade, a natação para os bebês vem sendo desenvolvida há mais de vinte anos no Brasil, seguindo logo após os anos 70 uma tendência Norte-Americana de proliferação de piscinas domésticas. Para Betti (1996) e Kerbej (2002), os exercícios respiratórios têm a finalidade de melhorar a capacidade ventilatória, visando ao treinamento de músculos específicos da expiração e à alteração da estrutura torácica. A expiração deve ser mais prolongada que a inspiração, porém sem ultrapassar os limites do asmático. Na opinião de Kerbej (2002), inicialmente, os exercícios respiratórios deverão ser feitos com baixa intensidade. O ideal é que haja iniciação precoce aos exercícios mantidos periodicamente e progressivamente, exercícios estes plenamente trabalhados como coordenação respiratória na pratica da natação. 4.1 Natação como agente terapêutico A natação terapêutica é uma atividade física especializada, destinada aos portadores de patologias do aparelho respiratório (asma, bronquite, bronquite crônica, efisema pulmonar em fase inicial e mucoviscidade também chamada de fribrose cística), onde os alunos desenvolvem a atividade de acordo com suas potencialidades e restrições (OLIVEIRA, 1994). Esse tipo de atividade foi desenvolvida a partir da necessidade de se criar um programa que pudesse atender as várias enfermidades respiratórias. Pautados em estudos nas áreas de anatomia, cinesiologia, fisiologia e fisiopatologia do aparelho respiratório, foram pesquisadas e analisadas as técnicas a serem utilizadas em termos de postura na água e atuação dos exercícios respiratórios (SOARES & JUVÊNCIO, 2010). 26 Essa técnica foi desenvolvida com os seguintes objetivos: prevenção de alterações ósseas da coluna vertebral e torácica, redução e aprimoramento da respiração, ventilar o pulmão, auxiliar o deslocamento das secreções traqueobrônquicas, prevenir atelectasias, melhora na função ventilatória, reequilíbrio da pressão alveolar e equilíbrio das forças elásticas pulmonares OLIVEIRA, 1994). As atividades físicas, assim como a fisioterapia, vêm sendo cada vez mais utilizados como auxiliar no tratamento de doenças que comprometem as vias respiratórias. Nessa perspectiva, Azeredo (1984) diz que a fisioterapia respiratória é a parte que utiliza os recursos físicos no tratamento preventivo, curativo e reabilitativo das enfermidades tóraco-pulmonares. Elas tem se mostrado muito eficientes no tratamento de pacientes com acometimentos respiratórios, tais como: enfisema, asma ou bronquite. Para esses pacientes, a respiração é dificultada devido a um estreitamento da árvore respiratória que interfere diretamente na quantidade de ar destinada aos pulmões. Os exercícios respiratórios e a natação terapêutica ajudam na melhora da respiração do paciente, fortalecendo tanto o diafragma quanto os músculos torácicos e dorsais utilizados na respiração. O objetivo da utilização dessa forma de tratamentos está na perspectiva do auxílio na melhoria da qualidade de vida desses indivíduos, melhorando a eficiência da respiração, com mais conforto e menos esforço. Recursos físicos ou agentes fisioterápicos são diferenciados. Desta forma, a fisioterapia respiratória pode ser dividida em duas partes: fisio-diagnóstico e desobstrução brônquica. A desobstrução brônquica trabalha com a reeducação funcional muscular, desinsuflação pulmonar, expansão e reexpansão pulmonar, terapêutica e condicionamento físico. A natação, como os exercícios respiratórios, trás diversos benefícios ao paciente, pois aumenta o débito cardíaco em relação ao nível basal, aumenta o fluxo sanguíneo através dos músculos ativos, eleva-se a pressão arterial e venosa, assim estimula-se o metabolismo geral do organismo. Ocorre também – o que, nesse caso, mais no interessa – um aumento imediato da frequência respiratória ao se iniciar um exercício, com estimulação do metabolismo geral do corpo. A natação é reconhecida como a atividade física menos asmagênica que os demais exercícios. Na natação, o ar inalado é mais quente e úmido, este é um dos fatores porque esta atividade física provoca menos broncoespasmos, sendo por tanto, o exercício recomendado pelos médicos e outros profissionais de saúde (Bernard, 2010). Para BERNARD (2010), a natação contribui para fortalecer todos os músculos, especialmente o diafragma e os músculos respiratórios auxiliares. O mesmo autor 27 cita como vantagens a posição horizontal do corpo e os movimentos de braços que facilitam a expansão torácica, favorecendo a tomada de ar. A respiração submersa encontra na água uma existência ideal para manter por muito tempo a abertura dos brônquios, evitando o fenômeno de “ar retido”. A reeducação da mecânica respiratória também pode ser obtida. Além disso, evita o ressecamento das vias aéreas, devido à respiração de ar mais úmido no ambiente próximo à piscina (BERNAD, 2010). Oliveira (1988) cita, também, que a natação proporciona melhora na função respiratória, através de exercícios de ventilação pulmonar localizada, reeducação diafragmática, fortalecimento da musculatura respiratória e corporal geral, prevenção de alterações ósseas da coluna vertebral e torácica. Na natação, a ventilação pulmonar deve ser mais eficiente e por isso deve-se trabalhar a resistência aeróbica, tornando o asmático capaz de suportar um esforço de longa duração numa intensidade moderada. Este trabalho virá aumentar a capacidade ventilatória pulmonar (Nieto, 1983). Conforme Oliveira (1988), existem crianças asmáticas cujas crises, com a prática da natação, tendem a diminuir, podendo até mesmo desaparecer. Com o avanço dos problemas de saúde relacionados com a postura e doenças respiratórias como a asma, a natação é prescrita por profissionais da saúde como exercício terapêutico no tratamento complementar dessas patologias e o programa utiliza atividades aquáticas educativas com a finalidade de um trabalho puramente higiênico-preventivo (Loret et al., 2003). Do lazer à prática desportiva, de métodos terapêuticos à reabilitação, a prática da natação visa sempre melhorar a qualidade de vida. Moisés (1993) apontou os programas de atividade física como parte integrante da rotina de indivíduos asmáticos, desde que sejam eficientes e bem elaborados, para poder amenizar as crises e incluí-los social e afetivamente na sociedade. Programas de atividade física têm a capacidade de interferir diretamente no bem estar do individuo e proporcionar ganhos para a sua saúde física e mental. Para Nieman (1999), a opção da natação é por ser uma atividade motivante e prazerosa, em que se utiliza das propriedades físicas da água, como o empuxo e a pressão hidrostática, para movimentar os segmentos corporais em uma situação gravitacional nova, adotar diferentes posturas,trabalhar o mecanismo respiratório e relaxar. 28 4.2 O desenvolvimento dos bebês em relação ao ambiente através da natação Inúmeros fatores ambientais podem influenciar e alterar o desenvolvimento posterior. É durante o período pré-natal e a primeira infância que se prepara o desenvolvimento do repertório de habilidades motoras fundamentais e de habilidades físicas. O feto usa a mãe como fonte de tudo o que precisa para suas necessidades vitais, e a condição e o conteúdo dos sistemas circulatórios, tanto da mãe quanto do feto, são cruciais para seu futuro crescimento e desenvolvimento (GALLAHUE & OSMUN, 2001). Os autores desenvolvimentistas aceitam o conceito de desenvolvimento permanente, considerando-o um processo continuo que se inicia na concepção e cessa com a morte. O processo é continuo, especifico e individual. Habilidades motoras e desempenho físico integram de maneiras complexas com desenvolvimento cognitivo e afetivo. Cada um desses fatores é, por sua vez, afetado por exigências relacionadas a tarefas especificas, biológicas e ambientais. Fatores genéticos e ambientais regulam o curso do desenvolvimento humano. É extremamente difícil distinguir os efeitos dos dois conjuntos de determinantes sobre as características observadas, e o produto final provavelmente venha a ser o resultado da interação dos dois fatores. Considera-se que os fatores genéticos controlam os limites, enquanto o ambiente e as experiências irão posicionar a característica dentro desse limite. Le Bousch (1982) acrescenta que a comunicação que se instaura entre a criança e seu meio representa um dos principais fatores do desenvolvimento. O autor salienta três aspectos importantes: a criança tem a necessidade do estimulo para se desenvolver; o contato corporal é essencial na relação do recém-nascido com sua mãe; e o intercâmbio com o outro e uma necessidade tão fundamental quanto à alimentação. Dessa forma, considera-se a natação uma ferramenta completa de estimulação, pois as características físicas da água tornam a imersão um grande estimulo sensório; o toque e o contato com os pais decorrentes das técnicas de pegadas proporcionam a estabilidade e segurança afetiva; e o relacionamento com outros pais e crianças, durante as aulas, potencializa os benefícios da vivência. As crianças cujas necessidades básicas não são satisfeitas poderão ter seu desenvolvimento e sua autonomia comprometidos. Os pais ao matricularem seus filhos na natação têm geralmente em mente ensinar o filho a nadar, para terem a proteção do filho nas águas. O que muitos não sabem é que as vantagens são inúmeras. Estas vantagens ocorrem porque a criança, principalmente em seus primeiros anos de vida, passa por um processo intenso de 29 desenvolvimento e maturação. Até os cinco anos de idade, ela tem a capacidade de ter 90% do seu cérebro preparado para o futuro. Todos esses desenvolvimentos podem ser auxiliados e estimulados com a natação (FONSECA, 1995). O bebe já é adaptado ao meio líquido desde a gestação e estando acostumado ao meio líquido desde a fase uterina, pode exibir uma performance que encanta e até surpreende quem assiste a uma de natação para crianças. O contato com a água ainda nos primeiros meses de vida favorece a saúde e proporciona um momento de prazer e descobertas para os bebês (LAGRANGE, 2000). Sob os cuidados de profissionais capacitados, os bebês são capazes de executar diversos movimentos natatórios, demonstrando uma série de reflexos, comuns na primeira infância. Tudo através de estímulos esterioceptivos, ou seja, atividades que busquem facilitar o desenvolvimento de órgãos sensoriais das crianças, como o tato, a audição, a visão e o olfato (SARMENTO & MONTENEGRO, 1992). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os problemas abordados e apresentados neste estudo que é a alta densidade demográfica, más edificações, poluição do ar e fumo passivo na Rocinha, que têm ocasionado doenças do Sistema Respiratório, em que os mais atingidos são os bebês entre 6 e 24 meses, residentes nesta comunidade e mais sensíveis e em situação de vulnerabilidade constante. Tal vulnerabilidade é resultado de um ambiente hostil à saúde de forma geral, desde a gestação. Isto porque nesta fase o feto é totalmente dependente do organismo da gestante, se a gestante vem sofrendo alguma demanda relacionada à sua saúde e bem-estar, logo isso será transmitido ao feto de alguma forma. Os fetos estão em processo de desenvolvimento do sistema imunológico, não tendo resposta à tais ameaças. O ambiente hostil estabelecido na comunidade da Rocinha propicia déficits à saúde de forma global, enaltecendo doenças respiratórias consideradas erradicadas no século anterior, com um índice de mortalidade considerável, com um alto número de ocorrências e recorrências facilitadas pela problemática abordada. Um novo olhar dos governos vigentes em relação às novas construções e as existentes, a fim de estabelecer uma melhor circulação de ar, implementação de fiscalização nesta e em outras comunidades a fim de cumprir a lei do fumo, melhorar o sistema de tratamento e prevenção do fumo, orientação para os pais mais intensa sobre o fumo passivo e suas consequências. 30 As principais doenças respiratórias têm em com os seguintes sintomas: tosse, febre e corrimento nasal. Esses sintomas principais podem ser melhorados través das técnicas de natação terapêutica. Técnicas essas que visam justamente portadores de doenças respiratórias, trazendo inúmeros benefícios no tratamento destas doenças. Além de terapêutica, a natação para bebês é importante na prevenção e tratamento de doenças não só respiratórias, já que trás benefícios orgânicos, sociais e recreativos, trazendo uma nova perspectiva para esse público da comunidade da Rocinha. Desta forma, este estudo propõe uma ação não apenas de manutenção a fim de suprir um sistema imunológico deficitário, como também auxiliar na suplementação deste mesmo sistema, ampliando-o de forma significativa na prevenção coletiva da saúde respiratória ao decorrer da vida destes indivíduos. Já existem comprovações ao longo de muitos anos em relação aos benefícios à saúde de forma global, propiciados pelas práticas das atividades aquáticas desde a mais tenra idade em suas mais diversas propostas e modalidades. Logo, a natação para bebês tem sua eficácia mais refletida e altamente indicada por órgãos, cientistas e estudiosos nacionais e internacionais, bem como autoridades médicas especializadas em doenças do Sistema Respiratório. Todos esses especialistas concernem em suas opiniões, estudos e conclusões, quanto a eficiência da natação como ferramenta para a manutenção da saúde respiratória entre outros inúmeros benefícios para bebês de 6 a 24 meses em qualquer parte do mundo, em especial àqueles expostos de alguma forma, à algum agravo em relação à sua saúde, bem- estar e qualidade de vida ou ambientes que favoreçam ou ocasionem tais agravos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA, P. ROZOVIT, T. Infecções Vias das Aéreas Superiores. In: MARCONDES, E. Pediatria Básica. 8º ed. São Paulo: SARVIER, 1994. ANDRADE, L.S. et al. A dimensão cultural ... Geosul, v.18, n.35, 2003. KERBEJ, F. C. Natação: algo mais que 4 nados. São Paulo: Manole, 2002. AZEREDO, C. A. C. Fisioterapia respiratória. Panamed, 1ª edição, 1984. 31 BERNARD, Alfred. Asma e natação: pesando os benefícios e os riscos. Jornal de Pediatria, Sociedade Brasileira de Pediatria. 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