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FERREIRA, Jorge Luiz - Incas e astecas Culturas pré-colombianas

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FERREIRA, Jorge Luiz - Incas e astecas. Culturas pré-colombianas
 
O controle político do populoso e fértil vale do México ficou confuso após 1100. Gradualmente, os astecas, uma tribo do norte, assumiu o poder depois de 1200. Os astecas eram um povo indígena da América do Norte, pertencente ao grupo nahua. Os astecas também podem ser chamados de mexicas (daí México). Migraram para o vale do México (ou Anahuác) no princípio do século XIII e assentaram-se, inicialmente, na maior ilha do lago de Texcoco (depois todo drenado pelos espanhóis), seguindo instruções de seus deuses para se fixarem onde vissem uma águia pousada em um cacto, devorando uma cobra. A partir dessa base formaram uma aliança com duas outras cidades – Texcoco e Tlacopán – contra Atzcapotzalco, derrotaram-no e continuaram a conquistar outras cidades do vale durante o século XV, quando controlavam todo o centro do México como um Império ou Confederação Asteca, cuja base econômico-política era o modo de produção tributário. No princípio do século XVI, seus domínios se estendiam de costa a costa, tendo ao norte os desertos e ao sul o território maia.
 
Os astecas, que atingiram alto grau de sofisticação tecnológica e cultural, eram governados por uma monarquia eletiva, e organizavam-se em diversas classes sociais, tais como nobres, sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos, além de possuírem uma escrita pictográfica e dois calendários (astronômico e litúrgico).
Viviam em comunidades aldeãs, o aldeão detinha determinados direitos sociais que, ao mesmo tempo, legitimava a dominação de sua comunidade e justificava seus deveres para com o Estado. Como cidadão da Confederação tinha o direito ao usufruto da terra, com acesso a uma parcela para o cultivo da terra e construção da sua habitação, direito a redistribuição de alimentos e vestuário pelo Estado (épocas de secas), escola para seu filho, permissão para tomar parte das cerimônias do culto, ascensão social via valentia e bravura nas batalhas e por fim direito de eleger seus chefes locais. Por sua vez tinha obrigações com o Estado. Eram três tipos de deveres, o primeiro serviço militar nas tropas de conquista e “pacificação”, não era visto como obrigação e sim uma honra. O segundo o pagamento de tributo ao Estado em forma de prestação de serviços pessoal (trabalho coletivo para limpeza, construção e manutenção de estradas, pontes, prédios) e a terceira pagamento de tributo em espécie. Com a “reciprocidade”, as obrigações do Estado garantia sua legitimidade, a necessidade de sua existência perante as comunidades, abrindo seus estoques do excedente econômico quando estas se encontrassem impossibilitadas de produzirem.
 
A classe dirigente era recrutada na massa da população de acordo com o mérito e a bravura nos campos de batalha. Todo jovem a partir dos 7 anos recebia educação militar em instituições chamadas de “casa dos rapazes” onde um teste era proposto de capiturar ou matar qualquer guerreiro adversário. Cumprindo sua meta entrava de forma efetiva na quadro militar, caso contrario voltava para sua comunidade de origem, que não significava nenhum tipo de punição.
 
No período anterior a sua expansão os astecas estavam no mesmo estágio cultural de seus vizinhos de outras etnias. Por um processo muito específico, numa expansão rápida, passaram a subjugar, dominar e tributar os povos das redondezas, outrora seus iguais. 
 Todos os povos eram tributados e dependendo do grau maior ou menos de aceitação e à dominação, instituíram três modos de subjugação e tributação das comunidades. Num primeiro caso, os povos que eram totalmente submetidos perdiam o direito à terra e de eleger seu chefe, além de o Estado enviar um cobrador de tributos. No segundo, as populações que matinha sua terra poderiam eleger seu chefe, mas ficavam submetidas ao arbítrio do funcionário fiscal. Por fim as comunidades mais dóceis à sujeição política, conservavam a sua autonomia e território levando o tributo ao palácio, ritual que simbolizava a aceitação à dominação asteca.
Os escravos, cujo estatuto social nada tinha de parecido com o do escravo clássico ou o da colonização moderna. Seu trabalho poderia ser no campo ou nas residências, eram bem alojados, alimentados, vestido como um homem comum, poderiam acumular bens, tinham o direito de casar e ter filhos esses não herdariam a escravidão.
Segundo mitos astecas, sangue humano era necessário ao sol, como alimento, para que o astro pudesse nascer a cada dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um dia só não era incomum. Os corações eram arrancados de vítimas vivas, e levantados ao céu em honra aos deuses. Os sacrifícios eram conduzidos do alto de pirâmides para estar perto dos deuses e o sangue escorria pelos degraus. A economia asteca estava baseada primordialmente no milho, e as pessoas acreditavam que as colheitas dependiam de provisão regular de sangue por meio dos sacrifícios.

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