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mundo antigo aula 1

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
História Antiga 
 
 
 
 
 
 
Aula 1 
 
 
Profa. Liliane Cristina Coelho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Olá! Seja bem-vindo(a) à primeira aula da disciplina História Antiga! 
O objetivo desta aula é expor os conceitos políticos e sociais que 
conformaram o pensamento grego e romano. Para tanto, estudaremos sobre o 
aparecimento das primeiras cidades na Grécia no período de 800 a.C a 500 a.C, 
momento de evolução política das polis. Para isso, pesquisaremos as formas de 
autoridade desenvolvidas. Neste momento, você entrará em contato com 
documentações que nos ajudarão a perceber como esses povos constituíram 
um sistema político. Analisaremos os textos de Aristóteles, um grego, e de 
Políbio, um romano. 
Em um segundo momento, vamos tratar do aprofundamento das divisões 
em grupos sociais, muito influenciados pela geografia, demografia e guerras, e 
estudaremos textos de importantes historiadores para que tenhamos uma noção 
da discussão acadêmica nessa área. 
Contextualizando 
Devemos perceber que a maneira como os gregos e romanos antigos se 
organizaram, construíram sistemas de leis, de concepções de certo e de errado 
e de relações com a autoridade e com o poder relacionam-se diretamente 
conosco nos dias de hoje. 
Para isto, proponho que você preste atenção na letra da música a seguir: 
 
Nas favelas, no Senado 
Sujeira pra todo lado 
Ninguém respeita a Constituição 
Mas todos acreditam no futuro da nação 
Que país é esse? (...) 
 
O trecho é da música “Que país é este? ”, da banda Legião Urbana, que 
se refere ao contexto político dos anos 1980 no Brasil, mas foi utilizada como 
protesto por várias gerações de brasileiros que, em alguns momentos, tomaram 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
as ruas em manifestações exprimindo o descontentamento com a política em 
nosso país, principalmente a questão da “sujeira para todo lado”. Pois bem, 
perceba que destaquei nas estrofes algumas palavras: Senado e Constituição. 
O Senado brasileiro é responsável pelo poder legislativo: criar e aprovar 
leis que visem a organização da sociedade em uma ordem para o estado 
democrático. A Constituição representa o conjunto das leis reunidas em um 
documento. 
Você sabia que essa ideia de que as leis deveriam ser escritas e de 
que deveria existir um órgão responsável pela sua deliberação nasceu com 
os Greco-romanos? 
Foi na Grécia Antiga que os seres humanos se organizaram pela primeira 
vez através de instituições e através da absorção da cultura grega pelos romanos 
é que se criou a ideia de política ocidental, aplicada hoje em outro contexto. 
Perceba como conhecer este passado é importante para você 
compreender o ambiente em que vive hoje. Por mais que as condições em que 
os gregos e romanos tenham pensado e desenvolvido seus mecanismos sociais 
de prática política sejam incomparáveis, podemos conceber que o “espírito 
político”, a construção mental de uma ideia de política, originou-se com a 
governança do mundo antigo. 
Para saber mais, acesse os materiais complementares a seguir: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/democracia-grega-x-
democracia-contemporanea.htm 
http://www.youtube.com/watch?v=CwKeyqNLA3s&feature=related 
Tema 1: A Polis 
Podemos identificar na História momentos específicos a partir dos quais 
uma organização social passou a se comportar como uma organização social 
planejada, em que se empregava uma técnica na política. A partir disso, 
observamos o funcionamento de instituições e a busca de uma ordem 
universal que promovesse a paz. Isto se inicia com a civilização grega antiga, 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
bastante evidente no período de mais ou menos 800 anos antes de Cristo, no 
momento de desenvolvimento das polis gregas. 
As polis nasceram por meio de comunidades gentílicas, que eram núcleos 
sociais e econômicos, nos quais famílias que cuidavam da terra e de rebanhos 
apoiavam-se mutuamente. Eram altamente influenciados pelo parentesco, e de 
início, eram comandados por um líder comunitário denominado pater, 
responsável pela justiça local, pela prestação de culto aos deuses e pela 
administração das riquezas (pater familias). 
Com a complexidade do crescimento dos genos, o poder passou a 
pertencer ao um conselho de anciãos, chamado de Gerusiai, que tinha suas 
decisões aplicadas pelos dikastai (juízes). Alguns genos enriqueceram, além 
de aumentarem demograficamente, através do comércio e de criações de 
rebanhos de cavalos, tendo uma vida urbana bastante incrementada, com 
fontes, diques, docas nos portos, templos e teatros. Passaram a ter uma 
administração política em cidades-estado. Aquilo que compreendia a cidade e 
o seu território era a polis. 
Na parte alta do relevo do território em que estava instalada a cidade 
ficavam as construções mais nobres dos gregos: os templos e os palácios dos 
governantes. Essa interferência na paisagem já é um dado importante para o 
historiador. O destaque dado pela altura projeta estes edifícios como relevantes 
na cultura local, de modo que o culto aos deuses e a administração pública serão 
também os pontos de destaque desta sociedade. Esta região era denominada 
acrópole. 
A área onde se concentravam feiras livres e mercados, banhos públicos 
e alguns escritórios da burocracia administrativa da cidade era chamada de 
ágora. Era uma área bem importante porque também abrigava os tribunais 
populares e era vista como ligada ao exercício da cidadania. 
Na acrópole (um espaço cercado de muros) que faz oposição ao povoado 
aberto (komê) que reúne os clãs patriarcais, as famílias lideradas pelo pater 
famílias se desenvolveram a ponto de, com o tempo, os clãs familiares se 
 
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fundirem em fatrias, que são associações de várias famílias, as quais, em 
momentos de perigo, reuniam-se para lutar, formando a phulaí. Esta 
organização política nasceu do sedentarismo e sinecismo (processo histórico 
pelo qual uma série de grupos ou populações, antes separados, juntam-se 
formando uma Cidade-Estado). 
A partir do desenvolvimento político na polis, a sociedade 
desenvolve formas de autoridade. 
Conheça a conclusão de um pesquisador sobre as polis gregas antigas: 
 
“Por outro lado, a cidade alta não se contentou em absorver a cidade 
baixa “de largos caminhos”. O nome fluido de polis comunicou-se a 
todos os povoados rurais que viviam a sua sombra. Por uma 
progressão inevitável, acabou por se estender a toda a região que 
obedecia à autoridade do mesmo chefe. A palavra que servira 
inicialmente para designar a acrópole termina por denominar uma 
cidade. ” 
 
Esse modo de vida dos gregos, no interior da polis, acabou por conformar 
uma cultura comum aos gregos, uma espécie de consciência que inspirou seus 
comportamentos por meio de normas que fixaram ações e proibições. A cidade, 
segundo Aristóteles, foi a forma de comunidade mais completa e perfeita que 
existiu, pois ela visava assegurar a vida para cada um dos seus membros. 
Vamos nos direcionar agora para uma das polis mais importantes dos 
gregos: Atenas, uma cidade portuária, bastante rica devido ao comércio e 
grandes propriedades rurais, em que escravos, adquiridos devido às dívidas ou 
às guerras, plantavam gêneros alimentícios. 
 Os donos dos escravos e das terras eram conhecidos como eupátridas, 
haviam nascido ali e faziam parte de uma aristocracia local. Sendo 
descendentes dos fundadores, gozavam de privilégios na sociedade. 
 Abaixo na escala social, os tetas ou clientes, que viviam junto dos 
eupátridas, estavam submetidos ao poder deles e recebiam proteção. Não 
possuíam propriedade e nem direitos políticos. 
 
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6 
 Outros proprietários de terras, menos abastados, que cultivavam por 
conta própria, eram conhecidos como georgoi, juntamente com os 
demiurgos, comerciantes e artesãos também nascidos em Atenas, 
constituíam as camadas médias da sociedade. 
 Haviam ainda os metecos, que eram originais de outros locais, mas que 
viviam em Atenas trabalhando no comércio ou artesanato. 
 
Estes habitantes de Atenas testemunharam três importantes formas de 
governo: a monarquia, a tirania e a democracia. 
Segundo Aristóteles, os gregos passaram por três estágios de formação: 
 1º estágio: organizados em famílias: a oikia. A liderança era do Patriarca. 
 2º estágio: organizados em aldeias: a kômê. A liderança era do rei. 
 3º estágio: A comunidade: a polis. A liderança era do governo 
democrático. 
Segundo esse modelo de Aristóteles, a cidade grega só pôde crescer a 
expensas da instituição familiar. Deste modo, a família, a cidade e o indivíduo 
entrelaçam-se para formarem uma unidade de compreensão da civilização 
grega. 
Tema 2: Monarquia 
As cidades-estado foram, a princípio, segundo Aristóteles, governadas 
por reis que pretendiam governar e julgar por direito divino. Revelou-se, depois, 
que os reis eram incapazes de conservar seu poder em face da rivalidade dos 
aristocratas, os quais se instalaram no governo como grupos dominantes. 
Portanto, a monarquia grega: 
 Era hereditária; 
 O rei era o chefe de guerra; 
 O rei era considerado o juiz da sociedade; 
 
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7 
 O rei era considerado o intermediador entre o mundo físico e o mundo 
espiritual, um sacerdote. 
Este rei não poderia agir sozinho, pois se assim o fizesse poderia 
extrapolar em suas ações e não pensar nos interesses dos outros cidadãos. Por 
isso, um conselho de aristocratas limitava e controlava o poder do rei. 
Era exatamente assim em Atenas, que teve como primeiro regime político 
a monarquia. O monarca ateniense era considerado, além de sua função de 
administração pública, como o chefe religioso da cidade, responsável pelo zelo 
dos deuses no favorecimento de colheitas, fertilidade para as famílias, contenção 
dos invasores. Acompanhando as funções políticas do rei havia o Aerópago, 
órgão consultivo em que os chefes das mais importantes famílias se reuniam. 
Quando o rei tomava uma decisão, comunicava-a para uma assembleia de 
cidadãos, a Ekklêsía. 
A vida política era bastante agitada, pois as famílias dos eupátridas 
concentravam a maior parte das riquezas da cidade e sempre estavam na cena 
política tentando favorecer seus interesses de classe. Deste modo, o monarca 
ateniense, chamado de basileus, sempre estava negociando suas decisões 
entre as reivindicações dos eupátridas. Ao longo do tempo, isto enfraqueceu a 
realeza ateniense e foi conduzindo o monarca a realizar apenas funções 
religiosas e não mais políticas. 
Ao lado do rei, foi colocada outra figura que cuidava apenas da parte 
política, o arconte, membro da aristocracia. Em Atenas haviam, no século VII 
a.C: o arconte polemarco, com poder militar, e o arconte epônimo, que decidia 
com autoridade superior em situações relativas ao Estado. Ambos conviviam 
com o basileus ateniense, que prestava serviços nos templos e era importante 
nas festividades. 
Exposta essa condição de Atenas, vamos analisar outra cidade-estado 
grega muito importante, Esparta. Em Esparta, os bem-nascidos eram chamados 
de esparciatas, descendentes dos fundadores dórios, donos de grande parte 
das propriedades rurais e ocupantes dos altos cargos no exército. Somente eles 
 
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eram considerados cidadãos. Haviam ainda os periecos, comerciantes e 
artesãos livres, sem direitos políticos, e os hilotas, escravos, sem direitos 
também. 
Os espartanos também se organizavam em torno de monarquias e em 
seu desenvolvimento político exerceram também a Diarquia, quando dois reis 
estavam ao mesmo tempo cuidando das funções militares e religiosas. No caso 
de Esparta, a guerra era muito presente e por isso a liderança da polis tinha uma 
característica de defesa muito forte. Além dos reis existia o Eforato, órgão 
representado por cinco membros eleitos anualmente por uma assembleia de 
cidadãos, a Apela (composta de homens com mais de 30 anos que formavam 
uma oligarquia). Como tinha a função de auxiliar os reis, o Eforato cuidava das 
leis e da educação da comunidade. 
Em caso de necessidade, os esparciatas membros do Eforato poderiam 
recorrer à Gerúsia, um grupo de 30 anciãos com mais de 60 anos disponível 
para dar conselhos, do qual os próprios reis eram escolhidos. A Gerúsia 
propunha leis e decidia a participação em conflitos militares. 
Deste modo, conhecendo a monarquia nas duas principais cidades 
gregas antigas, podemos avaliar qual eram as características que podem nos 
ajudar a delimitar o conceito de monarquia na civilização grega para 
percebermos se este conceito muda ou é mantido com o fim da Grécia, início do 
domínio macedônico e depois com os romanos. 
Notamos, portanto, que as monarquias ateniense e espartana 
estabeleceram condições para apenas um homem ocupar o mais alto cargo de 
governo, de modo que não eram todos que chegariam ao posto de rei. 
Geralmente, ocupavam este cargo apenas aqueles ligados às linhagens 
ancestrais que fundaram as cidades, os quais tinham uma condição social que 
gerava excedentes capazes de lhes promover renda, liberando-os assim de 
preocupações cotidianas com a sobrevivência, e segundo Aristóteles, 
fornecendo-lhe a oportunidade de praticar um outro tipo de vida, além da 
 
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biológica, a vida política, que demanda uma especulação filosófica, uma 
dedicação às causas do espírito grego, do bem da cidade e de seus habitantes. 
O exercício da realeza é, portanto, uma atividade dotada de caráter moral 
muito forte. Segundo Aristóteles, quando os atenienses passaram a ter mais 
tempo livre em virtude de sua riqueza, certos homens passaram a receber uma 
educação sofista, de modo que se tornaram capazes de articular seus 
problemas por si mesmos, a sua própria maneira. 
Isto significava que os principais chefes de Estado, generais e 
magistrados, os quais provinham de antigas famílias, passaram a ter seu 
sucesso político dependente de suas habilidades em obter a preferência do povo 
contra adversários e também para conquistar apoio para suas políticas, mesmo 
recebendo críticas. Estas habilidades foram adquiridas pelo domínio de um 
cabedal de conhecimentos sobre assuntos públicos das polis, expresso em 
debates públicos, por meio de uma elegância natural na arte da conversação. 
Estes homens, utilizando-se de palavras extraídas dos poetas para ilustrar 
argumentos, de uma memória treinada e de um intelecto disciplinado pronto para 
aprender a substância de uma questão, tinham condições de ter sucesso no 
competitivo jogo da polis. Deste modo, alguém que pudesse treinar a mente para 
chegar a decisões sensatas e impô-las aos outros, por meio do debate, do 
discurso, da argumentação e da persuasão, seria sempre escolhido para as 
funções públicas. 
Os sofistas organizaram as áreas do conhecimento que seriam úteis para 
o homem bem-educado. Na República, Platão também comenta sobre o valor 
do conhecimento para o líder político, destacando a gramática, a retórica e a 
dialética. Deste modo, observamos que se constrói um pensamento ordenado, 
uma lógica de se proceder diante de conflitos, inimigos e conquistas, 
característico do homem que exerce funções políticas. Esse homem, bem 
formado, seria o único capaz de compreender a ideia de bem da polis. Uma obra 
a ser consultada, neste sentido, é a do helenista Jean-Pierre Vernant, “As 
origens do pensamento grego”. Nesta obra, chama-nos a atenção a evidência 
 
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de que se instituí o debate como centro da vida social dos gregos, o que leva a 
construção de tipos de racionalidade na política, os quais seguem esta moral. 
Vimos que a monarquia dos gregos não isolava o cargo do rei, pois 
existiam outros órgãos que gravitavam na esfera de poder, em torno da realeza. 
Eram órgãos consultivos e que tinham também poderes para criar leis e 
para limitar os poderes do rei. 
Isso é bastante importante de ser notado, pois existia uma cobrança para 
que o eleito ao governo da polis expressasse em fatos concretos aquilo que pelo 
discurso de um vocabulário filosófico assentia como sua estratégia política. O 
apelo à autoridade da educação não se refere mais tanto à legitimidade de 
repartir na linhagem de ancestrais e heróis, mas diz respeito a ser bem-sucedido 
naquilo que se anunciou como ação política. Na obra Protágoras, de Platão, por 
exemplo, isto é observável. 
Em relação à monarquia romana, pode-se dizer que ela tinha as mesmas 
constituições conceituais da grega, pois o rei também acumulava funções: era o 
administrador das coisas públicas, tendo assim o poder executivo, mas também 
detinha o poder de julgar e fazer leis e de ser o sacerdote máximo da sociedade, 
intermediando o culto aos deuses. 
O monarca romano também era acompanhado de alguns órgãos que 
visavam controlar suas deliberações, que eram o Senado ou o Conselho de 
Anciãos. Existia, ainda, a Assembleia ou Cúria, formada por um grupo de 
cidadãos que aceitava ou não as leis feitas pelo Senado. 
Também entre os romanos, aos homens que se elevavam a condição de 
rei eram requeridas algumas especificidades como serem patrícios, membros 
da classe aristocrática, descendente dos fundadores e que tinha mais posses 
naquela sociedade. 
 
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No livro III da Política, Aristóteles comenta que percebe que muitos 
governantes não estão se comportando de maneira condizente com aquela de 
quem busca o bem comum da polis e de seus cidadãos, na verdade, ele percebe 
que muitos desejam se dedicar, enquanto são instituídos reis, aos seus assuntos 
privados, usufruindo de benefícios do cargo. Deste modo, existe um desvio das 
virtudes cívicas e do papel de monarca. 
Os conflitos sociais constantes entre os gregos fragilizam ainda mais a 
monarquia a ponto de, em Atenas, a monarquia conviver com períodos de 
governos aristocráticos, outros períodos de governo tirano e de prática 
democrática. Deste modo, devemos perceber que o conceito sobre a monarquia 
nem sempre se assentava sobre os que ocupavam o cargo de rei e muitas vezes 
a teoria não encontrou aplicabilidade. 
Para Aristóteles, a monarquia era um percurso no qual o rei iria levar a 
polis a caminhar para o progresso, conquistado através de decisões guiadas 
pelas virtudes do governante. Neste sentido, ele dará muito peso para a 
educação que o homem que se tornar rei deveria receber. Não é à toa que 
Aristóteles foi professor particular de um dos maiores monarcas do mundo 
antigo: o macedônico Alexandre, o Grande. 
O “fim último” do exercício político para Aristóteles era a ordem completa, 
um estado de felicidade, que advinha da ordenação correta de todos os anseios 
do homem político. Você pode conhecer mais sobre esta perspectiva no seguinte 
artigo: 
http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-concepcao-felicidade-na-Etica-
aristotelica.htm 
Tema 3: Aristocracia 
Aristoi é um termo que significa “melhores”, ligado ao significado de 
melhor nascido, confere uma ideia de melhor moralidade, similar ao termo Arete, 
que tem a mesma raiz: se refere a pessoas consideradas nobres, descendentes 
dos fundadores da cidade e que por isso possuem status e privilégios dentro da 
 
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12 
comunidade. A aristocracia, deste modo, tinha o dever de desempenhar as 
funções políticas e militares da sociedade, encarnando um mérito que se 
projetava na sociedade com uma diferenciação única. 
A historiografia defende a hipótese de que a aristocracia grega, 
disputando poder entre si, alterou a dinâmica social e propiciou um ambiente de 
instabilidade política. 
 Louis Gernet quando estuda textos da tragédia grega, por exemplo; 
 Jean-Pierre Vernant na obra “Origens do pensamento grego” ao 
comentar sobre inovações no plano social e político; 
 Paul Petit, evocando Aymar-Auboyer, ao explicar a crise no regime 
monárquico arcaico. 
Entretanto, o aumento geral da riqueza em decorrência da colonização e 
da atividade comercial, a invenção da moeda que acelerou a riqueza mobiliária 
e os progressos nas técnicas militares levaram à projeção de um número maior 
de homens no cenário de debate público das cidades. A partir daí reivindicações 
sociais de outras classes começaram a trazer conflitos sociais à tona. 
Neste momento, os gregos passaram a escrever suas leis para que não 
existisse a possibilidade de um aristocrata, dizendo-se com mais mérito, 
interpretar o costume e a tradição conforme seus gostos. A lei escrita trouxe 
parâmetros comuns a serem conhecidos por todos, visando melhorar a situação 
de conflitos sociais. 
O arconte chamado Drácon, em Atenas, foi responsável pelas primeiras 
leis escritas, que foram fixadas na ágora. Ainda que escritas, as leis 
beneficiavam a aristocracia, de modo que ela continuou tendo muito poder 
mesmo em situações de fome e guerras. 
As outras classes sociais, como comerciantes e camponeses, sofriam 
com a escassez de alimento, de escravos e terras e contraíam empréstimos com 
os aristocratas. Com o tempo, sem conseguir pagar suas dívidas, muitos também 
se tornaram escravos. 
 
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Deste modo, quando Drácon publica as leis, de certa forma, os cidadãos 
atenienses sentiram-se capazes de tentar, por vias legais, alterar a realidade em 
que viviam, fazendo política. 
Somente eram considerados cidadãos os homens, nascidos em Atenas e 
com alguma renda, advindo de terras ou comércio. Excluíam-se as mulheres, 
crianças, estrangeiros e homens sem posses. 
Veja o que um especialista em História Antiga comenta sobre os efeitos 
do governo de Drácon: 
“(...) era preciso que a justiça pública fosse dura e eficaz para eliminar 
as vinditas familiares – não bastavam para resolver os problemas 
resultantes da pobreza dos camponeses, sua situação servil e dívidas, 
nem para organizar solidamente a participação das novas classes no 
poder político; suas leis são ainda conservadoras, pois protegem a 
propriedade e são favoráveis, assim, à aristocracia. ” 
 
Desta forma, Drácon está longe de ter alterado a ordem social em que a 
aristocracia mandava e desmandava, amparada pelo poder da terra e da tradição 
familiar. 
Após Drácon, quem se destacou foi Sólon, que em 394 a.C assume o 
posto de arconte e inova criando o Conselhos dos Quatrocentos, também 
chamado de Boulé, que tinha na sua composição membros do povo. Essa foi 
uma notável mudança para a sociedade, visto que, além da aristocracia, agora 
os cidadãos das classes populares, agricultores e comerciantes com mais de 30 
anos, poderiam participar do ambiente político. Esses membros populares eram 
sorteados entre todas as tribos formadoras da polis. 
Sólon ainda criou um tribunal que seria responsável pelo julgamento de 
casos em que o cidadão se sentisse injustiçado, o tribunal de Heliae, e também 
dividiu a população de acordo com a sua renda e proibiu o empréstimo de 
dinheiro com garantia da pessoa do devedor. 
A maior parte dos problemas políticos no mundo antigo se deu em torno 
das aristocracias. Quando se acumulavam famílias com muitas terras e 
escravos, elas exerciam uma pressão substancial no governante, que se fosse 
partidário de interesses afastados aos deliberados pelo grupo de aristocratas, 
 
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certamente testemunharia conflitos, os quais iam desde a sublevação dos 
pobres que reivindicavam melhores condições até dissensões dentro das 
famílias por sucessão e jogos de poder. 
A aristocracia romana se formou da mesma forma que a grega: através 
de comunidades gentílicas. Com a expansão do comércio, o desenvolvimento 
das cidades e o aumento do número de habitantes, houve a necessidade de 
divisão do trabalho, o que deu origem ao processo de apropriação privada da 
terra por parte dos chefes das famílias gentílicas – os "pater". Os agregados em 
torno dos "pater" mantinham seu nome e suas tradições, formando a aristocracia 
romana. Na república e no Império, os Senadores e os parentes dos governantes 
eram a classe aristocrática. 
Tema 4: Tirania 
Por volta do ano de 560 a.C., em Atenas, Pisístrato, um arconte, assume 
o poder, tornando-se tirano. Segundo Aristóteles, o processo de tomada do 
poder de Pisístrato não envolveu violência, pois ele desarmou a população. As 
medidas políticas que nos chegaram indicam que Pisistrato regulamentou a 
questão agrária e foi responsável por grandes obras públicas, como estradas, 
templos religiosos, aquedutos, esgotos, portos e fortificações. 
Em seu governo houve paz e prosperidade e Atenas atraiu inúmeros 
artistas e poetas, passando a ser a maior referência cultural da Grécia. Ele 
também distribuiu parte das terras pertencentes aos eupátridas, que haviam 
adquirido várias pequenas propriedades em Atenas, para as camadas mais 
simples da população. 
Segundo Aristóteles, Pisístrato governou “mais como cidadão do que 
tirano” e “mostrava-se humano, amável e indulgente com os erros”, “a massa 
não sofreu nenhum prejuízo em seu governo”, “queria tudo governar segundo as 
leis, sem se atribuir nenhum privilégio”. 
 
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Os antigos gregos apresentavam a tirania como a mais degenerada das 
formas de governo, pois o tirano aparece somente quando o Estado não pode 
mais se recuperar dos problemas. 
A tirania sempre esteve presente na história grega. No livro III da Política, 
Aristóteles escreveu que a tirania é o governo de um só para o benefício do 
governante, a oligarquia para benefício dos ricos, a democracia para benefício 
dos pobres. 
De fato, o campo da política é uma arena de interesses conflitantes e os 
pensadores gregos buscavam que o conflito fosse transcendido em prol do 
Estado ideal, que proporcionaria boa vida para todos. Por isso, Aristóteles não 
qualifica nenhuma das ações de Pisístrato como negativas, mas, por outro lado, 
elogia o tirano. 
A palavra “tirano”, associada a Pisístrato, perde sua conotação negativa 
na medida em que este governante enfraqueceu o poder da aristocracia local e 
trouxe empréstimos aos camponeses, pois parece justificar o meio através dos 
fins. 
Segundo o estudioso das relações de poder do mundo antigo, Moses 
Finley, a escolha daqueles que governam dependem da estrutura da sociedade 
que estiver sendo examinada (FINLEY, M. I. A Política no mundo antigo. Rio de 
Janeiro, Zahar, 1985, p.20). Em uma sociedade onde os escravos sustentavam 
a economia através de seu trabalho e que apenas eram considerados cidadãos 
aqueles que se enquadravam em determinadas especificidades, ser tirano era 
desfavorecer uma aristocracia detentora do poder. 
Dentro da concepção cíclica de tempo dos gregos, a tirania seria a “morte” 
do Estado. A origem do termo “tirano” não era negativa e designava um senhor 
ou rei. Na realidade, o tirano não se dava este título, mas o recebia de quem o 
considerava como tal. O tirano chamava-se de rei. Porém, na Grécia antiga, o 
rei oficial provinha da aristocracia e exercia concomitantemente a função de 
chefe de estado e sacerdote religioso, ao contrário do tirano, que chegava ao 
 
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poder através da usurpação e da violência e que representava a elevação de um 
único homem acima das leis e do próprio Estado. 
Na opinião de alguns autores, o tirano representava o povo contra a elite, 
enquanto para outros era o representante de alguma facção oligárquica privada 
de poder político. Ainda existem aqueles que creem que a tirania é oriunda de 
uma disputa entre setores privilegiados da sociedade, onde estão incluídos os 
ricos comerciantes. 
Existiam tiranos que somente eram chefes porque tomavam o poder pela 
força e de maneira ilegítima, sem se constituírem, e por isso recebiam 
desaprovação social. Algumas vezes, os tiranos foram magistrados que, por 
serem ambiciosos, tomaram o poder central da Acrópole através de tropas 
armadas. 
Na Grécia, as tiranias foram numerosas com diferenças locais. As 
realizações dos tiranos foram comparadas no século VI com as dos grandes 
legisladores como Licurgo e Sólon por restabelecerem a ordem em períodos 
conturbados. A origem do Estado tirânico vincula-se a épocas de grandes 
transformações de ordem sociais e econômicas, ou seja, períodos instáveis; isso 
explica sua efemeridade. 
Os tiranos não usavam títulos ou modificavam leis. Eles ocupavam o 
poder e lançavam pontos de apoio nas assembleias, tribunais e conselhos, 
desenvolvendo uma “patrulha” por entre os gregos que participavam destas 
instituições. Se desagradados, podiam ter atitudes violentas: confiscavam terras, 
condenavam ao exílio e até assassinavam. Os tiranos mantiveram as atividades 
religiosas exigidas do rei e construíam templos, realizavam festas e procissões 
para o povo. As mais importantes realizações dos tiranos gregos eram de ordem 
econômica e social: distribuíam terras, emprestavam equipamentos e sementes, 
projetavam aquedutos, fontes, diques, docas nos portos e teatros. 
No entanto, existem relatos de que os tiranos das monarquias helenísticas 
(a Grécia conquistada pelos macedônicos) eram homens arrogantes e que 
aspiravam a um culto divino. Associam-se, a eles, castigos cruéis, até mesmo 
 
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parricídio e assassinato de membros da família próximos, bem como abusos de 
mulheres e homens livres. 
Para Aristóteles, o comportamento da organização política dos homens 
era: Monarquia, Aristocracia e Democracia, sendo a Tirania e a Oligarquia 
modificações, ou, degradações, formas impuras, decorrentes da observância de 
interesses privados e particulares dos homens. A tirania em específico 
caracteriza-se pela efemeridade. 
Os Tiranos romanos ficaram conhecidos por sua crueldade. Confira a 
seguir um artigo bem interessante sobre a vida deles: 
http://www.uc.pt/fluc/eclassicos/publicacoes/ficheiros/humanitas60/09_Br
andao.pdf 
Tema 5: Democracia 
Em 508 a.C., Iságoras foi nomeado arconte e concedeu privilégios aos 
aristocratas, tentando fechar o Conselho dos Quatrocentos. Em virtude de sua 
política, o povo foi à luta e o expulsou do cenário político. Em decorrência do 
péssimo governo de Iságoras, em 506 a.C, Clístenes o substituiu, dividindo toda 
a população ateniense em dez novas tribos, que em seu interior, eram 
compostas por várias circunscrições territoriais, chamadas demos. 
Com essa divisão populacional de Clístenes, as antigas associações 
perderam importância e enfraqueceram os laços de dependência que havia entre 
os homens livres e os eupátridas, e que tornavam aqueles inferiores perante a 
estes. Ao misturar todas as classes sociais nessas novas tribos e demos, todos 
puderam estar em estado de igualdade, participando da vida política, pois o 
critério utilizado para incluir a população nestes novos agrupamentos não era 
mais o do nascimento, como antigamente, mas sim o domicílio de cada um. 
Não importava mais ser descendente dos fundadores da polis e ter o culto 
hereditário, mas sim estar contido dentro de uma demos para poder usufruir da 
cidadania e dos direitos decorrentes dela. Assim, a partir da criação das demos, 
 
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todos os homens livres atenienses passaram a gozar da mesma liberdade e 
direitos. 
Clístenes também reformulou a Boulé, que passou a contar com 
quinhentos membros escolhidos por sorteio, à razão de cinquenta conselheiros 
por cada tribo. Esta instituição passou a ter amplos poderes e era responsável 
pela formulação de projetos de leis que seriam votados pela Assembleia popular. 
Conforme Aristóteles, a democracia teve origem devido àqueles que se 
sentiam iguais num determinado aspecto, se convencerem que eram 
absolutamente iguais em qualquer circunstância; deste modo, todos os que são 
livres de um modo semelhante, pretendem que todos sejam, pura e 
simplesmente, iguais. 
A teoria dos pensadores antigos constrói a ideia de que o homem 
ateniense do período democrático participa ativamente das instituições políticas, 
sempre visando ao bem da comunidade. 
A democracia ateniense garantia a igualdade de todos os cidadãos, que 
pode ser muito bem expressa através de três princípios básicos: 
 Isocracia: a igualdade quanto ao poder; 
 Isonomia: a igualdade jurídica, ou a igualdade perante a lei; 
 Isegoria: o direito de falar, a liberdade de expressão. 
A democracia grega, que se deu através dos atenienses, tratava-se de 
um regime em que havia uma liderança, oriunda quase que exclusivamente das 
camadas da elite, que submetia suas decisões a uma assembleia popular. A 
assembleia não era um parlamento com um número fixo de membros e com 
frequência se inclinava em favor dos cidadãos urbanos e mais idosos. 
Na época de Péricles, a democracia grega atingiu o seu apogeu. A 
participação popular na política se dava de três maneiras: 
 Através da assembleia, chamada de ecclesia, que agrupava todos os 
cidadãos da cidade; 
 O conselho dos 500, chamado de Boulé; 
 Tribunais populares, chamados Helieia. 
 
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A participação aristocrática, por sua vez, se dava por meio: 
 De 10 arcontes, escolhidos entre as tribos, um de cada; 
 O Areópago, que reunia os ex-arcontes da cidade; 
 Os estrategos, que eram magistrados. 
Esta estrutura, que colocava o povo com seus respectivos órgãos de 
representação política de um lado e a aristocracia, com seus representantes 
magistrados, do outro lado, era considerada pelos atenienses como o modelo de 
democracia que aplicava a isonomia (igualdade de direitos) de todos os 
cidadãos. 
Para os atenienses a democracia era direta, extraída da prática de 
decisões dos órgãos de representação popular juntamente aos magistrados da 
aristocracia. Por isso, criou-se a ideia de que a liberdade estava no cumprimento 
da lei e na participação nas decisões sobre a cidade. 
Finley nos chama a atenção para o fato de que Atenas somente procedeu 
com este esquema político por não ter testemunhado conflitos agudos. A 
democracia ficou restrita ao cenário da polis grega em Atenas. Não houve 
democracia em Roma. 
Tema 6: República 
O conceito de República no mundo antigo será trabalhado observando-se 
o mundo romano. Conforme já comentamos, os romanos iniciaram sua 
organização política de maneira muito parecida com a dos gregos, através de 
comunidades de famílias, as quais constituíam um rei que acumulava funções 
do Executivo, do Judiciário, religiosas e legislativas, mas seus poderes eram 
limitados pelo Senado, o qual poderia aprovar ou vetar as leis reais. Além do 
Senado, existia a cúria, formada por cidadãos em idade militar. A sociedade 
romana era constituída de: 
 Patrícios: proprietários de terras e rebanhos que exerciam o poder 
político no Senado, na cúria e nas magistraturas; 
 Clientes: camponeses que eram dependentes dos patrícios; 
 
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 Plebeus: desempenhavam atividades como o comércio e o artesanato e 
não tinham acesso à política; 
 Escravos: população escravizada por dívidas ou capturada em guerras 
que desempenhava diversas atividades e não tinha direitos políticos. 
 
O poder executivo na República romana antiga estava disposto segundo 
algumas magistraturas: 
 Cônsules: dois cônsules eleitos pela Assembleia Centurial pelo período 
de um ano, propunham leis e presidiam o Senado e as Assembleias. 
 Pretor: administrava a justiça. 
 Censor: fazia o censo da população, o critério usado era a renda. 
 Edil: conservava a cidade, cuidando do policiamento, do trânsito, do 
abastecimento, etc. 
 Questor: cuidava do tesouro público. 
 Ditador: em épocas de crises como guerras e calamidades, era escolhido 
um ditador pelo período máximo de seis meses, que governava com 
plenos poderes. 
 Assembleia Centurial (comitia centuriata): assembleia dividida em 
centúrias, isto é, em grupos de cem soldados cidadãos, os centuriões, 
cuja função era votar os projetos apresentados. 
 Assembleia Curial: examinava os assuntos religiosos. 
 Assembleia Tribal: nomeava os questores e os edis. 
 
Apenas os patrícios participavam do Senado. Em 509 a.C., o rei Tarquínio, 
o Soberbo, de origem etrusca, recebeu severas críticas do grupo de patrícios 
que ocupava o Senado. A despeito do rei, proclamou-se uma República romana, 
na qual o poder do Senado sobrepunha-se aos demais, tornando-se em órgão 
máximo poder da República. 
 
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Etimologicamente, a palavra república significa “coisa pública” (do latim 
res publica), o que é de todos. Sob domínio dos patrícios, a república romana foi 
uma república oligárquica. 
Em Roma, os plebeus também eram considerados cidadãos, mas eram 
impedidos de ocupar cargos como o de cônsul, pretor ou ditador, como também 
não podiam casar com patrícios. Na República, liberou-se o casamento entre as 
classes, mas isso não minimizou as reivindicações dos plebeus que queriam 
ampliar seus direitos. 
O conflito entre essas duas principais camadas sociais romanas resultou 
na aliança entre plebeus ricos e pobres para reivindicação de acesso ao 
consulado, abolição das dívidas e da escravidão por dívidas e o acesso ao ager 
publicus (nome dado às terras conquistadas por Roma e que seriam de domínio 
do Estado romano – mas, na verdade, eram tomadas pelos patrícios). 
Os patrícios cederam criando o Tribunato da Plebe em 494 a.C. que dava 
a oportunidade aos plebeus de defenderem seus direitos e interesses. A 
estratégia adotada pelos patrícios foi atrair a camada mais rica dos plebeus e 
com isso fragmentar a unidade das reivindicações. A partir disso verificamos a 
existência dos nobilitas, uma camada composta de patrícios e plebeus ricos que 
também ascendeu aos cargos que antes eram somente ocupados por patrícios. 
O direito dos romanos era consuetudinário, isso quer dizer que o direito 
era baseado nas tradições e costumes ancestrais. Somente a partir da 
consolidação das Leis das XII Tábuas, entre 451 e 449 a.C., o direito passa a 
ser escrito. 
A república romana assentava-se sob relações de dependência tribais, as 
quais se associavam à religiosidade politeísta e que se entendiam como 
hereditárias. Isto propiciava que valores fossem comuns entre os considerados 
cidadãos. Esperava-se que todos os cidadãos, através dos tributos impostos 
pelos magistrados, sustentassem a república. 
Entre os séculos III e II a.C., as determinações do Senado eram 
soberanas. No entanto, no século I a.C, o Senado já não era forte porque os 
 
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senadores estavam dedicados a assuntos particulares e não se preocupavam 
em conquistar o apoio popular, de tal modo que as decisões do senado passam 
a ser questionadas. Levanta-se a ideia de que a república oligárquica, que 
representava a honra e a glória de Roma, havia entrado em decadência e o papel 
de estabelecer a ordem foi deslocado para outra instituição que se fortalece, o 
exército.Este quadro anunciaria um novo tempo político para Roma, o Império. 
A concepção de governo de Políbio 
Políbio é um pensador político do mundo antigo que promove uma 
importância vital para a vida cívica entre os romanos. Desta forma, há a 
concepção de que toda a comunidade deve estar empregada na estabilidade 
sócio-política da cidade, a qual garantiria a proteção dos cidadãos de 
governantes que abusariam do poder. 
O povo distribui os cargos entre os merecedores, a mais bela recompensa 
que se pode conceder à virtude num governo. Cabe a ele aprovar ou revogar as 
leis, além de ser consultado sobre a paz e a guerra, a celebração de um tratado 
e de uma aliança. À vista disso qualquer um dirá, com razão, que o povo tem a 
maior parte no governo e que o Estado é popular. 
 Para Políbio, a ordem na República seria dada pelo equilíbrio entre os 
três poderes: o poder do cônsul, o poder do povo e o poder do senado. Cada um 
fazendo a parte que lhe é pertinente, sendo que o povo tem autoridade para 
terminar guerra, pode anular e ratificar os pactos e tratados e julgar as ações do 
senado. 
Enquanto isso, o senado administra o período em que o cônsul governa 
Roma e aprova ou reprova as políticas desenvolvidas, de modo que o governo 
da República romana estava dividido em três corpos “tão bem equilibrados em 
termos de direito que ninguém, mesmo sendo romano, poderia dizer, com 
certeza, se o governo era aristocrático, democrático ou monárquico”. 
Cada instância da vida política tem sua esfera de ação: os cônsules 
cuidam das coisas públicas, propondo leis e convocando a assembleia quando 
necessário, possuem autoridade soberana em casos de guerra e se o conflito 
 
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em que envolver seus cidadãos precisar de campanhas militares, podem criar 
Tribunos militares, levantar e recolher tropas, as quais estarão submetidas sobre 
sua suprema autoridade, a qual inclui o poder de castigar conforme achar 
necessário e de dispor do dinheiro público e sem ter questionadas suas ordens. 
Em Esparta, a nobreza se projetava na sociedade fornecendo seus mais 
velhos membros para ao Conselho e também para o posto de rei, em Roma 
participando dos cargos de cônsules e senadores; os plebeus, faziam-se ativos 
por meio da Assembleia do povo. Deste modo, todos se “sacrificavam” em prol 
do bem público e da igualdade política – entendendo igualdade como o poder de 
participar do governo – o que representa que os cidadãos possuíam virtudes 
cívicas pois compreendiam o ideal de felicidade pública (eudaimonia). 
O equilíbrio entre os atores do processo político (aristocracia e plebeus) é 
propiciado pelo controle que é feito aos governantes, através da legitimidade de 
suas decisões, dada somente pela auctoritas do Senado e pela deliberação da 
Assembleia do Povo, por meio de seus tribunos. 
Para saber mais sobre isso, leia o artigo a seguir: 
http://www.unicamp.br/nee/arqueologia/arquivos/historia_militar/lei_orde
m.html 
Tema 7: Império 
Para discutirmos o conceito de Império, iremos verificar o que nos dizem 
os romanos que viveram sob este regime político. Leia o trecho a seguir e 
observe as palavras destacadas, pois através delas explicaremos este conceito: 
Foi da maneira que se segue que todos os poderes do senado e do povo 
passaram a Augusto, a partir de quem estabeleceu-se uma verdadeira 
monarquia. No entanto, os romanos detestam tanto o nome monarquia que se 
recusam a chamar seus imperadores de ditadores, reis ou de qualquer outro 
nome do gênero. Contudo, como toda a administração do Estado está em 
suas mãos, não se pode deixar de considera-los reis. (...) A fim de aparentar 
exercer o poder, não por vontade própria, mas conforme a lei, os imperadores 
 
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se atribuem, além desse título, todos aqueles que, com exceção da ditadura, 
dependiam, no tempo da república, da vontade do povo e do senado. 
Eles dirigem com frequência o consulado (...) fazem-se chamar 
constantemente de imperator e isto para significar o absolutismo de seu poder, 
sem, no entanto, atribuir-se o título de rei ou ditador. (...) por causa destes títulos, 
procedem eles à organização das tropas, fazem recolher os impostos, declaram 
guerra e fazem a paz, comandam em todos os lugares e sempre, tanto os aliados 
como os romanos, podendo ordenar a execução de cavaleiros e senadores (...) 
desta maneira, detêm eles todos os poderes que outrora detinham os cônsules 
e outros magistrados. 
Em virtude de seu poder censorial, indagam sobre a maneira de viver, 
sobre os hábitos, realizam censos, redigem a lista de cavaleiros e senadores, 
podendo eliminar aqueles que desejam. Constituem-se responsáveis por 
todos os assuntos santos e sagrados, pelo fato de estarem ligados a todos 
os sacerdócios e, além disso, poderem nomear outras pessoas além das já 
nomeadas. (...) todas estas funções têm sua origem na República e eles as 
executam da maneira como eram exercidas tradicionalmente; deste modo, 
assumindo-as, eles não parecem ostentar nenhum poder que não lhes tenha 
sido concedido. (DION CASSIO, LIII, 17, In: PINSKY, J. 100 textos de história 
antiga. São Paulo: contexto, 2006, p .96, p.97). 
A historiografia delimita que o Império romano já existia antes de 27 a.C 
e que representava uma forma institucional e territorial do exercício de um poder 
monárquico, mas que tinha valores aristocráticos tradicionais muito presentes. 
Durante o Império, o direito público seria a fonte de legitimidade e o imperador 
ocuparia um lugar exaltado da religiosidade, conformando em torno de si o ideal 
de um poder divino ancestral. 
Durante o império, a guerra que envolvia os romanos e outros povos 
propiciou a expansão territorial, trazendo aos cidadãos romanos a 
responsabilidade pela exploração e o controle dos territórios submetidos. A 
instituição do exército ganharia um espaço incomparável a outras fases do 
 
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desenvolvimento político dos romanos porque foi através das tropas que as 
estruturas romanas de autoridade foram sedimentadas. 
O imperator foi um cargo construído no imaginário social dos romanos e 
que materialmente foi percebido através da aplicação dos valores da aristocracia 
senatorial e os costumes dos ancestrais, chamados de mos maiorum, 
concentrado na autoridade de um só homem, o qual assegurava a coesão de 
um vasto corpo, cujos membros estavam permanentemente sob ameaça de 
dispersão. 
Os territórios submetidos ao Império de Roma tinham grande necessidade 
de paz após os distúrbios provocados pelas guerras civis. A administração 
imperial se impôs, racionalmente, através de um sistema hierárquico que 
estabelecia um novo espírito de governo, dedicado à manutenção da ordem na 
Itália e nas províncias. Para isto precisava-se controlar, verificar, sopesar, 
equilibrar e repartir: assim justificam-se os censos. 
O primeiro imperator foi Augusto, que declarou expressamente possuir 
auctoritas (que significava a superioridade moral e religiosa) em relação aos 
senadores. Construiu um estilo de governar: o monopólio do poder. Tal 
monopólio era garantido pelo seu poder militar (nomeado de imperium) e o poder 
tribunício (poder sobre as assembleias). 
As magistraturas tradicionais ficaram responsáveis pelos 
recenseamentos, a moralidade dos costumes, a preservação da religião e a 
apresentação de propostas de leis, além do controle dos bens de domínio público 
na cidade e nas províncias, e ainda pelas questões de justiça. Deste modo, 
percebemos que as instituições da res publica eram colocadas a serviço do 
imperador. 
O imperador conteve as ambições dos patrícios da aristocracia tornando 
a si próprio o comandante supremo e indiscutível dos exércitos. Também não se 
esqueceu da atmosfera religiosa, pois o imperador solicitava pessoalmenteo 
apoio dos deuses. Do mesmo modo que o Estado tinha sido organizado em 
função da dominação de um único homem, as instituições religiosas foram 
 
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reconstituídas de tal maneira que sua administração se tornou uma atribuição 
exclusiva do imperador, considerado o modelo da piedade, em sua condição de 
eleito dos deuses, daí deriva que, na execução do culto imperial, a assistência e 
a proteção para a comunidade dos cidadãos romanos e das populações do 
Império somente era tutelada pelo imperador por meio de suas ações de culto. 
Apesar de tudo, o regime imperial não se assemelhava em nada a uma 
tirania, nem sequer a uma monarquia absoluta porque o espírito cívico não havia 
desaparecido, nem a competição aristocrática, e a investidura do imperador não 
durava mais do que o tempo em que o titular do poder soubesse mostrar-se 
digno aos olhos do Senado, da plebe ou do exército. Em nenhum momento da 
história imperial a permanência da instituição foi posta em dúvida. 
O imperador transmitia suas instruções, ou mandata, que eram 
obedecidas sem discussão, porque era ele o encarregado de controlar o Império 
em todo o seu conjunto. Os governadores das províncias, os comandantes das 
unidades militares ou dos exércitos em campanha e os procuradores 
encarregados das finanças, todos recebiam e acatavam suas diretivas. 
A construção imperial combinava experiências políticas, sociais, culturais 
e religiosas variadas e surpreendentes que lançaram a concepção de uma 
monarquia protegida pelo céu, que propiciava ao cidadão gozar de liberdade 
porque realizava uma administração burocrática e empregava os exércitos em 
prol da manutenção da liberdade do cidadão romano, que significava a não 
submissão do cidadão romano ao poderia de outros. 
O artigo a seguir traz mais informações sobre o Império Romano: 
http://portalconservador.com/livros/Patrick-Le-Roux-Imperio-Romano.pdf 
Na Prática 
Pesquise, converse com seus colegas e responda no fórum a seguinte 
questão: 
O que significa, para os historiadores, o conceito de “democracia 
escravista” ateniense? 
 
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27 
Síntese 
Tratamos dos dois conjuntos civilizacionais mais importantes para 
compreendermos a história política do mundo em que vivemos. Foi a experiência 
política que os gregos tiveram, amalgamada pela interação com a cultura política 
que os romanos desenvolveram, que conforma os conceitos políticos que 
estudaremos aqui. 
A abrangência destes conceitos na sociabilidade, conformando os usos e 
costumes das épocas posteriores, responsáveis por fundar as raízes do que 
mais tarde se chamou de ciência política, é verificada já a partir do conceito que 
empregamos para o período de tempo do século IV a.C em diante: trata-se da 
sociedade greco-romana, considerada como uma civilização. 
Por civilização entendemos tudo aquilo que os homens gregos e romanos 
produziram de pensamentos políticos, filosóficos, mas também considerando o 
legado de arte, de regras de sociabilidade, de interações e interferências no 
mundo natural, de estratégias de conquista, de economia, de defesa, pois tudo 
isso se refere a uma cultura que podemos chamar de clássica, porque é dela 
que partem as delimitações posteriores. 
A helenização (aplicação da cultura grega pelos romanos) impregnou-se 
em uma civilização universal, chamada, portanto, de civilização clássica. 
Alguns eventos estão associados ao surgimento da civilização clássica: o 
aparecimento das primeiras cidades, os sistemas de registro e escrita, a 
formação do Estado e ao aprofundamento das divisões em grupos sociais. 
Tratamos de conceitos que gravitam as esferas da política e da economia, 
mas em muito influenciados pela geografia e a demografia. 
Deste modo, nosso estudo dos conceitos relativos ao mundo clássico 
Greco-romano procurou responder duas perguntas: 
 Quais são os conceitos que devemos dominar para ensinarmos sobre 
esta civilização clássica? 
 Por que é uma exigência que saibamos empregá-los adequadamente? 
 
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 De que maneira um professor de História pode estabelecer laços entre 
o que está expondo de conteúdo (sucessão de eventos históricos) com 
o rigor conceitual da ciência histórica? 
Os conceitos que devemos conhecer sobre a civilização clássica são 
aqueles pertinentes a organização política porque é nesta área que os gregos e 
romanos nos legaram contribuições para a formação das concepções que temos 
hoje em nosso mundo. As formas que estes povos encontraram para organizar 
a sociedade através de poderes constituídos é o que nos interessa discutir. 
A exigência de que conheçamos estes conceitos e a maneira de emprega-
los deriva do fato de que o historiador não é apenas um contador de histórias do 
passado, de outro modo, ele é um observador de uma realidade que não mais 
existe, mas que ele pode reconstruir a partir de alguns auxílios metodológicos, 
entre eles, o uso de conceitos. Se o professor de história não conhecer os 
conceitos, pode se equivocar na exposição dos fatos e comprometer a 
interpretação que os alunos virão a ter sobre o conteúdo. 
Um conceito histórico auxilia-nos a realizarmos a mediação dos 
conhecimentos históricos. Isto é importante porque no campo histórico, os 
conteúdos estão sempre se relacionando com as transformações temporais e 
espaciais, as quais podem modificar os esquemas sociais. Os conceitos refletem 
as alterações da sociedade e da forma como o homem compreende a própria 
história como interventora na sociedade. 
O conhecimento de como certos termos são tratados dentro da ciência 
histórica também é relevante para que impeçamos o anacronismo que seria 
utilizar parâmetros de um tempo histórico para analisar outro. Isso não deve 
ocorrer. 
Para que possamos trabalhar os conceitos históricos da civilização 
clássica greco-romana precisamos conhecer um pouco sobre o contexto em que 
estes conceitos se desenvolveram. Nas próximas aulas vamos aumentar o 
conhecimento que você tem sobre o contexto dos gregos e dos romanos, com 
 
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pormenores de eventos históricos relevantes. Assim, gradualmente, você 
passará a encontrar o sentido de termos exposto os conceitos. 
Referências 
ARISTÓTELES. Constituição de Atenas, XIII, 4-5, XIV; XV; XVI, 1-9; XII, 1-2. In: 
PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2006, p. 
71-72. 
 
ARISTOTELES. Constituição de Atenas. São Paulo: Nova Cultural, 2004. 
 
ARISTÓTELES. Política. Lisboa: Vegas, 1998, p. 349. 
 
FINLEY, M. I. A Política no mundo antigo. Rio de Janeiro, Zahar, 1985, p.20. 
 
GLOTZ, G. A Cidade Grega. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 1988. p. 9. 
 
PETIT, P. História Antiga. São Paulo: Difusora Europeia do Livro, 1964, p.81. 
 
POLIBIO. História Universal. VI, 6 e 7. In: PINSKY, J. 100 textos de história 
antiga. São Paulo: Contexto, 2006, p. p.92.

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