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Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 1 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Aula 11 Contabilidade Pública para Analista Legislativo - Administração do Senado Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães 2019 Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 2 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Sumário DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................. 3 CONCEITO ............................................................................................................................................................. 3 ESTRUTURA ........................................................................................................................................................... 5 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ................................................................................................ 8 CONCEITO ............................................................................................................................................................. 8 ESTRUTURA ........................................................................................................................................................... 9 Atividades Operacionais ................................................................................................................................ 11 Atividades de Investimento ............................................................................................................................ 12 Atividades de Financiamento ......................................................................................................................... 12 Estrutura do Quadro Principal ........................................................................................................................ 14 Estrutura do Quadro das Transferências Recebidas e Concedidas .................................................................... 16 Estrutura do Quadro de Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas por Função e do Quadro de Juros e Encargos da Dívida ................................................................................................................................................................ 17 ASPECTOS RELEVANTES ........................................................................................................................................ 17 Fluxos de caixa em moeda estrangeira ............................................................................................................ 18 Juros e dividendos ou distribuições similares .................................................................................................... 18 Transações que não envolvem caixa ou equivalente de caixa ........................................................................... 18 Aquisição e venda de controlada e outras unidades operacionais ..................................................................... 19 Componente de caixa e equivalentes de caixa ................................................................................................. 19 NOTAS EXPLICATIVAS À DFC .................................................................................................................................. 19 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DCASP ............................................................................................................ 21 CONCEITO ........................................................................................................................................................... 21 ESTRUTURA ......................................................................................................................................................... 22 Divulgação de Políticas Contábeis .................................................................................................................. 23 Divulgação de Estimativas ............................................................................................................................. 24 Gestão de Capital .......................................................................................................................................... 25 Outras divulgações ........................................................................................................................................ 25 QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................................................... 26 LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................... 60 GABARITO .............................................................................................................................................. 71 REFLEXÃO .............................................................................................................................................. 71 RESUMO DIRECIONADO ......................................................................................................................... 72 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – DMPL ......................................................................... 72 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ................................................................................................................. 73 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DCASP ........................................................................................................................... 76 Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 3 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Aula 11 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Notas Explicativas Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Veremos nesta mais as últimas demonstrações contábeis do MCASP: a Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, além das Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis Aplicáveis ao Setor Público. Esse assunto não costuma ser tão exigido em concurso, razão pela qual o foco, quando se trata de Demonstrações Contábeis realmente recai no BO, BF, BP e DVP. Entretanto, é possível que apareçam questões sobre esses temas e precisamos estar preparados caso isso ocorra. certo? Sem contar que elas tendem a ser mais fáceis exatamente por serem menos exigidas. A aula é curtinha e ainda trata de demonstrações contábeis! Muito tranquilo, certo? Vamos lá! Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Conceito Antes de mais nada, é preciso dizer que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL é obrigatória para as empresas estatais dependentes constituídas sob a forma de sociedades anônimas e facultativa para os demais órgãos e entidades dos entes da Federação. Atenção!! Dessa forma, ela é facultativa para a grande maioria dos órgãos e entidades, uma vez que é obrigatória apenas para algumas estatais dependentes (aquelas constituídas como S/A), tais como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf, Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, Empresa Brasil de Comunicação S.A – EBC, entre outras. Dito isso, vejamos o conceito da DMPL conforme o MCASP: A Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL) demonstrará a evolução (aumento ou redução) do patrimônio líquido da entidade durante um período. Dentre os itens que devem ser demonstrados, o MCASP elenca os seguintes: Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 4 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública a) o resultado do período; b) cada item de receita e de despesa do período que seja reconhecidodiretamente no patrimônio líquido em virtude de norma específica. Ex.: aumento ou redução por reavaliação e ganhos, quando utilizada a reserva de reavaliação, ou perdas decorrentes de ajustes específicos de conversão para moeda estrangeira; c) os ajustes de exercícios anteriores; d) a destinação do resultado. Ex.: constituição de reservas e a distribuição de dividendos; e) as transações de capital com os proprietários. Ex.: o aumento de capital, a aquisição ou venda de ações em tesouraria, os juros sobre capital próprio e as distribuições aos proprietários; f) para cada item do patrimônio líquido divulgado, os efeitos das alterações nas políticas contábeis e da correção de erros. Esquematicamente: Atenção!! A DMPL integra o Anexo de Metas fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias por força do disposto na LRF, art. 4º, §§1º e 2º. Vamos ver como esse assunto é exigido em prova. Questão para fixar (Fapec – UFMS – 2018) Nos termos do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, é correto afirmar que a Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido – DMPL complementa o: A) Balanço Patrimonial. B) Anexo de Metas Fiscais. C) Resultado Resumido das Operações Financeiras. D) Relatório de Gestão Fiscal. E) Balanço Orçamentário. RESOLUÇÃO: Pessoal, conforme dispõe o art. 4º, §§ 1º e 2º, da LRF, a DMPL deve integrar o Anexo de Metas Fiscais da LDO. Vejamos os dispositivos legais: Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 5 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: [...] § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. § 2º O Anexo conterá, ainda: III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; Dessa forma, está certa a alternativa B). Gabarito: LETRA B Estrutura A seguir, temos a estrutura da DMPL: <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Exercício: 20XX Especificação Pat. Social / Capital Social Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (AFAC) Reserva de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Pat. Social / Capital Social Demais Reservas Resultados Acumulados Ações/ Cotas em Tesouraria TOTAL Saldos iniciais Ajustes de Exercícios Anteriores Aumento de capital Resgate / Reemissão de Ações e Cotas Juros sobre capital próprio Resultado do exercício Ajustes de avaliação patrimonial Constituição / Reversão de reservas Dividendos a distribuir (R$ ... por ação) Saldos finais Segundo o MCASP, a DMPL é elaborada utilizando-se o grupo 3 (Patrimônio Líquido) da classe 2 (Passivo e Patrimônio Líquido). Vejamos: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165%C2%A72 Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 6 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública 2 – Passivo e Patrimônio Líquido 2.1 – Passivo Circulante 2.2 – Passivo Não Circulante 2.3 – Patrimônio Líquido 2.3.1 – Patrimônio Social e Capital Social 2.3.2 – Adiantamento para Futuro Aumento de Capital 2.3.3 – Reservas de Capital 2.3.4 – Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.3.5 – Reservas de Lucros 2.3.6 – Demais Reservas 2.3.7 – Resultados Acumulados 2.3.9 – Ações/Cotas em Tesouraria Assim, notem que as colunas da DMPL nada mais são do que os subgrupos do patrimônio líquido, cujos conceitos vimos na aula sobre Balanço Patrimonial e que exporemos a seguir: PATRIMÔNIO LÍQUIDO Patrimônio Social e Capital Social: compreende o patrimônio social das autarquias, fundações e fundos e o capital social das demais entidades da administração indireta. Adiantamento Para Futuro Aumento de Capital: compreende os recursos recebidos pela entidade de seus acionistas ou quotistas destinados a serem utilizados para aumento de capital, quando não haja a possibilidade de devolução destes recursos. Reservas de Capital: compreende os valores acrescidos ao patrimônio que não transitaram pelo resultado como variações patrimoniais aumentativas (VPA). Ajustes de Avaliação Patrimonial: compreende as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos pela lei 6.404/76 ou em normas expedidas pela comissão de valores mobiliários, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência. Reservas de Lucros: compreende as reservas constituídas com parcelas do lucro líquido das entidades para finalidades especificas. Demais Reservas: compreende as demais reservas, não classificadas como reservas de capital ou de lucro, inclusive aquelas que terão seus saldos realizados por terem sido extintas pela legislação. Resultados Acumulados: compreende o saldo remanescente dos lucros ou prejuízos líquidos das empresas e os superávits ou déficits acumulados da administração direta, autarquias, fundações e fundos. Ações / Cotas em Tesouraria: compreende o valor das ações ou cotas da entidade que foram adquiridas pela própria entidade. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 7 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Já as linhas da DMPL descrevem as mudanças que os itens do Patrimônio Líquido estão passíveis de sofrer, as quais foram elencadas de modo exemplificativo no início desta aula. Ainda, o MCASP ressalta que o preenchimento de cada célula do quadro deverá conjugar os critérios informados nas colunas com os critérios informados nas linhas. Os dados dos pares de lançamentos desses critérios poderão ser extraídos através de contas de controle, atributos de contas, informações complementares ou outra forma definida pelo ente. Assim, nas colunas, são apresentadas as contas contábeis das quais os dados devem ser extraídos, enquanto as linhas delimitam o par de lançamento de tais contas. Exemplificadamente, supondo um aumento de capital em dinheiro, o preenchimento da coluna "Patrimônio Social / Capital Social" e da linha "Aumento de Capital" deverá extrair os dados do respectivo par de lançamentos com as contas “1.1.1.0.0.00.00 – Caixa e Equivalentes de Caixa” e “2.3.1.0.0.00.00 – Patrimônio Social e Capital Social”. Vejamos um exemplo de DMPL da Advocacia-Geral da União referente ao exercício de 2017: Conforme dito anteriormente, a DMPL é facultativa para a grande maioria dos órgãos e entidades, mas foi elaborada por diversos órgãos da União em 2017, tais como a Advocacia-Geral da União. Compreendido o exemplo (se as letras miúdas tiverem deixado)? Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 8 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Questão para fixar (Comperve – UFRN – 2017) A Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL) demonstra evidencia a evolução do patrimônio líquido da entidade. Considere as seguintes afirmações acerca da DMPL: I- A DMPL é facultativa para as empresas estatais dependentes, desde que constituídas sob a forma de sociedades anônimas. II- A DMPL é obrigatória para os demais órgãos e entidades dos entes da Federação. III- A DMPL complementa o Anexo de Metas Fiscais (AMF), integrante do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). IV- A DMPL demonstra, entre outros valores, o das Ações ou Cotas em Tesouraria que foram adquiridas pela própriaentidade. Das afirmações, estão corretas A) I e II. B) III e IV. C) I e III. D) II e IV. RESOLUÇÃO: A afirmativa I está errada, pois a DMPL é obrigatória para as estatais dependentes, constituídas sob a forma de sociedades anônimas (MCASP 8ª ed., pg. 457). Igualmente, a afirmativa II também está errada porque a DMPL é obrigatória para as os demais órgãos e entidades dos entes da Federação (MCASP 8ª ed., pg. 457). A afirmativa III está certa, pois a DMPL realmente integra o Anexo de Metas Fiscais integrante do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) (MCASP 8ª ed., pg. 457). Por fim, a afirmativa IV está certa, pois, sendo as Ações ou Cotas em Tesouraria um item do patrimônio líquido, tem-se que são evidenciados na DMPL (MCASP 8ª ed., pg. 459). Dessa forma, como as afirmativas III e IV estão corretas, tem-se que a alternativa B) está certa. Gabarito: CERTO Com isso, finalizamos o assunto da DMPL! Passemos agora à Demonstração dos Fluxos de Caixa! Demonstração dos Fluxos de Caixa Além do MCASP, a NBC TSP 12 disciplina os procedimentos contábeis relativos ao objetivo, definições e estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC. Conceito Vejamos o conceito da Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC segundo o MCASP: A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) apresenta as entradas e saídas de caixa e as classifica em fluxos operacional, de investimento e de financiamento. Além disso, o MCASP estabelece que a DFC identificará: a) as fontes de geração dos fluxos de entrada de caixa; b) os itens de consumo de caixa durante o período das demonstrações contábeis; e c) o saldo do caixa na data das demonstrações contábeis. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 9 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Esquematicamente: O objetivo dessa demonstração contábil que evidencia os fluxos de caixa de uma entidade é: Permitir aos usuários avaliar como a entidade do setor público obteve recursos para financiar suas atividades e a maneira como os recursos de caixa foram utilizados. Tais informações são úteis para fornecer aos usuários das demonstrações contábeis informações para prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Antes de prosseguirmos com o procedimento de elaboração da DFC e com sua respectiva estrutura, faz-se necessário vermos algumas definições relacionadas a essa demonstração contábil. Vejamos: Caixa: compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de caixa: são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em valor conhecido de caixa e que estão sujeitas a insignificante risco de mudança de valor. Investimento normalmente se qualifica como equivalente de caixa somente quando tiver vencimento de curto prazo de, por exemplo, três meses ou menos a partir da data de aquisição. Em regra, os investimentos em ações de outras entidades são excluídos dos equivalentes de caixa. Fluxos de caixa: são as entradas e as saídas de caixa e de equivalentes de caixa. Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituem caixa ou equivalentes de caixa porque esses componentes são parte da gestão de caixa da entidade e não parte de suas atividades operacionais, de investimento e de financiamento. A gestão de caixa inclui o investimento do excesso de caixa em equivalentes de caixa. Atividades operacionais: são as atividades da entidade que não as de investimento e de financiamento. Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. Estrutura Segundo o MCASP, a DFC é composta por: Quadro Principal: elenca os fluxos de caixa das atividades operacionais, de investimento e de financiamento, bem como o caixa e equivalente de caixa inicial e final. Quadro de Transferências Recebidas e Concedidas: relaciona as transferências inter e intragovernamentais e outras transferências recebidas e concedidas; Quadro de Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas por Função: elenca os desembolsos de pessoal e demais despesas detalhando-os por função. Quadro de Juros e Encargos da Dívida: relaciona juros e correção monetária da dívida interna e externa, bem como outros encargos da dívida. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 10 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Para a elaboração da DFC, o MCASP informa que são utilizadas as contas da classe 6 (Controle da Execução do Planejamento e Orçamento) do PCASP, com filtros pelas com filtros pelas naturezas orçamentárias de receitas e despesas, bem como funções e subfunções, assim como outros filtros e contas necessários para marcar a movimentação extraorçamentária que eventualmente transita pela conta Caixa e Equivalentes de Caixa. O MCASP estabelece ainda que a DFC deve ser elaborada pelo método direto e, conforme o conceito da DFC que estudamos anteriormente, deve evidenciar as alterações de caixa e equivalentes de caixa verificadas no exercício de referência, classificadas nos seguintes fluxos, de acordo com as atividades da entidade: operacionais, de investimento e de financiamento. Aqui é a parte em que você diria: “Espera, tem algo estranho! Como assim método direto!?” Nada tema! O MCASP não conceitua “método direto” e não faz menção a outro tipo de método para elaborar a DFC. Para fins de resolução de questões, basta ter em mente que o método direto divulga os principais recebimentos e pagamentos brutos e o método indireto parte do superavit ou deficit patrimonial, sendo ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa orçamentária associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento. A soma dos três fluxos deverá corresponder à diferença entre os saldos iniciais e finais de Caixa e Equivalentes de Caixa do exercício de referência. Esquematicamente: Fluxo operacional + Fluxo de investimento + Fluxo de financiamento = Caixa e Equivalentes de Caixa final – Caixa e Equivalentes de Caixa inicial Na sequência, vamos ver mais detalhes e exemplos acerca das atividades operacional, de investimento e de financiamento. Atenção!! A MAIORIA ESMAGADORA das questões de concurso sobre a DFC exige do candidato que ele identifique as transações como fluxos de atividades operacional, de investimento ou de financiamento, sendo que algumas objetivam, ainda, que o aluno calcule a geração ou o consumo de caixa resultante desses fluxos. Se você escolher aprender apenas um dos assuntos sobre DFC que seja esse! Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 11 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Atividades Operacionais Novamente, vamos ver a definição de atividades operacionais: Atividades operacionais são as atividades da entidade que não as de investimento e de financiamento, sendo que as de investimento resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade e as financiamento referem-se à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Segundo o MCASP, o montante dos fluxos de caixa líquidos decorrentes das atividades operacionais é um indicador-chave da extensão na qual as operações da entidade são financiadas. a) por meio de tributos (direta e indiretamente) fontes de geração dos fluxos de entrada de caixa; b) pelos destinatáriosdos bens e serviços oferecidos pela entidade. O montante dos fluxos de caixa das atividades operacionais também auxilia ao demonstrar a condição da entidade de manter sua capacidade operacional, amortizar empréstimos, pagar dividendos ou distribuições similares e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. Atenção!! Os fluxos de caixa operacionais consolidados do setor público proporcionam uma indicação da proporção em que o governo vem financiando suas atividades correntes por meio da tributação e outras cobranças. São exemplos de fluxos de caixa relacionados às atividades operacionais: Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 12 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Atividades de Investimento Comecemos pela definição de atividades de investimento Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Somente saídas de caixa que resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como atividades de investimento. Atenção!! Os fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento representam a extensão em que as saídas de caixa são realizadas com a finalidade de contribuir para a futura prestação de serviços pela entidade. São exemplos de fluxos de caixa relacionados às atividades de investimento: Atividades de Financiamento Vamos começar com a definição de atividades de financiamento: Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 13 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Atenção!! Transferências de capital também integram os ingressos de fluxos de caixa das atividades de financiamento. A divulgação dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento é importante para a previsão de exigências de fluxos futuros por parte dos provedores de capital. São exemplos de fluxos de caixa relacionados às atividades de financiamento: Uma boa dica, em geral, para lembrar os fluxos referentes a cada tipo de atividade é a seguinte: A seguir, vejamos a estrutura dos quadros que compõem a DFC: Operacionais Sempre receitas correntes; despesas efetivas Investimento Venda e compra de bens de capital; dívida concedida Financiamento Operações de crédito; dívida contraída Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 14 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Estrutura do Quadro Principal <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Exercício: 20XX Nota Exercício Atual Exercício Anterior FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Ingressos Receita Tributária Receita de Contribuições Receita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Remuneração das Disponibilidades Outras Receitas Derivadas e Originárias Transferências recebidas Desembolsos Pessoal e demais despesas Juros e encargos da dívida Transferências concedidas Outros desembolsos operacionais Fluxos de caixa líquido das atividades operacionais (I) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Ingressos Alienação de bens Amortização de empréstimos e financiamentos concedidos Outros ingressos de investimentos Desembolsos Aquisição de ativo não circulante Concessão de empréstimos e financiamentos Outros desembolsos de investimentos Fluxos de caixa líquido das atividades de investimento (II) FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Ingressos Operações de crédito Integralização do capital social de empresas dependentes Outros ingressos de financiamento Desembolsos Amortização/Refinanciamento da dívida Outros desembolsos de financiamentos Fluxos de caixa líquido das atividades de financiamento (III) GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E QUIVALENTE DE CAIXA (I+II+III) Caixa e Equivalentes de Caixa Inicial Caixa e Equivalentes de Caixa Final A totalização dos fluxos de caixa líquidos de cada atividade é calculada com a diferença entre os ingressos e os desembolsos de cada atividade. Vamos detalhar alguns dos conceitos que aparecem no quadro principal da DFC: Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 15 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Ingressos das Operações Compreendem as receitas relativas às atividades operacionais líquidas das respectivas deduções e as transferências correntes recebidas. Desembolsos das Operações Compreendem as despesas relativas às atividades operacionais, demonstrando-se os desembolsos de pessoal, os juros e encargos sobre a dívida, as transferências concedidas e demais desembolsos das operações. FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Ingressos de Investimento Compreendem as receitas referentes à alienação de ativos não circulantes e de amortização de empréstimos e financiamentos concedidos. Desembolsos de Investimento Compreendem as despesas referentes à aquisição de ativos não circulantes e as concessões de empréstimos e financiamentos. FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Ingressos de Financiamento Compreendem as obtenções de empréstimos, financiamentos e demais operações de crédito, inclusive o refinanciamento da dívida. Compreendem também a integralização do capital social de empresas dependentes. Desembolsos de Financiamento Compreendem as despesas com amortização e refinanciamento da dívida. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA Compreende o numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis, além das aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Inclui, ainda, a receita orçamentária arrecadada que se encontra em poder da rede bancária em fase de recolhimento. Passemos agora ao Quadro das Transferências Recebidas e Concedidas. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 16 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Estrutura do Quadro das Transferências Recebidas e Concedidas <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DE TRANSFERÊNCIAS RECEBIDAS E CONCEDIDAS Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior TRANSFERÊNCIA CORRENTES RECEBIDAS Intergovernamentais da União de Estados e Distrito Federal de Municípios Intragovernamentais Outras transferências correntes recebidas Total das Transferências Correntes Recebidas TRANSFERÊNCIA CONCEDIDAS Intergovernamentais da União de Estados e Distrito Federal de Municípios Intragovernamentais Outras transferências correntes recebidas Total das Transferências Correntes concedidas Igualmente, vejamos alguns dos conceitos que aparecem no quadro de transferências recebidas e concedidas: FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Transferências Intergovernamentais Compreendem as transferências de recursos entre entes da Federação distintos. Transferências Intragovernamentais Compreendem as transferências de recursos no âmbito de um mesmo ente da Federação. Passemos agora à estrutura dos dois últimos quadro da DFC, o Quadro de Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas por Função e Quadro de Juros e Encargos da Dívida. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 17 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Estruturado Quadro de Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas por Função e do Quadro de Juros e Encargos da Dívida <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DE DESEMBOLSOS DE PESSOAL E DEMAIS DESPESAS POR FUNÇÃO Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Legislativa Judiciária Essencial à Justiça Administração Defesa Nacional Segurança Pública Relações exteriores Assistência Social Previdência Social Saúde Trabalho Educação Cultura Direitos da Cidadania Urbanismo Habitação Saneamento Gestão Ambiental Ciência e Tecnologia Agricultura Organização Agrária Indústria Comércio e Serviços Comunicações Energia Transporte Desporto e Lazer Encargos Especiais Total dos Desembolsos de Pessoal e Demais despesas por Função <ENTE DA FEDERAÇÃO> QUADRO DE JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA Exercício: 20XX Exercício Atual Exercício Anterior Juros e Correção Monetária da Dívida Interna Juros e Correção Monetária da Dívida Externa Outros Encargos da Dívida Total dos Juros e Encargos da Dívida Aspectos relevantes O MCASP menciona alguns aspectos relevantes acerca da DFC, relativos a Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 18 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública a) Fluxos de caixa em moeda estrangeira; b) Juros e dividendos ou distribuições similares; c) Transações que não envolvem caixa ou equivalente de caixa; d) Aquisição e venda de controlada e outras unidades operacionais; e e) Componente de caixa e equivalentes de caixa. Vejamos a seguir o detalhamento que o MCASP traz acerca dos assuntos supramencionados. Fluxos de caixa em moeda estrangeira Os fluxos de caixa decorrentes de transações em moeda estrangeira devem ser registrados na moeda funcional da entidade, convertendo-se o valor em moeda estrangeira à taxa cambial na data da ocorrência do fluxo de caixa. O MCASP explica que ganhos e perdas não realizados resultantes de mudanças nas taxas de câmbio de moedas estrangeiras não são fluxos de caixa. Todavia, o efeito das mudanças nas taxas cambiais sobre o caixa e equivalentes de caixa, mantidos ou devidos em moeda estrangeira, deve ser apresentado na demonstração dos fluxos de caixa, a fim de conciliar o caixa e equivalentes de caixa no começo e no fim do período. Esse valor deve ser apresentado separadamente dos fluxos de caixa das atividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenças, se existirem, caso tais fluxos de caixa tenham sido convertidos e registrados com base nas taxas de câmbio do fim do período Juros e dividendos ou distribuições similares Conforme o MACSP, para fins de padronização e consolidação das contas públicas e, considerando que os juros pagos e recebidos compõem o cálculo do resultado do exercício, recomenda-se sua classificação como fluxo das atividades operacionais. Os dividendos ou distribuições similares recebidas devem ser classificados como fluxo de atividades de investimento, enquanto os dividendos e distribuições similares pagos devem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento, porque são custos da obtenção de recursos financeiros. Transações que não envolvem caixa ou equivalente de caixa Muitas atividades de investimento e de financiamento não impactam diretamente os fluxos de caixa correntes, embora afetem a estrutura de capital e de ativos da entidade. São exemplos de transações que não envolvem caixa ou equivalentes de caixa: a) aquisição de ativos por meio da troca de ativos, por meio da assunção direta do respectivo passivo ou ainda por meio de arrendamento financeiro; b) a conversão de dívida com terceiros em patrimônio líquido. Transações de investimento e de financiamento que não envolvam o uso de caixa ou equivalentes de caixa não devem ser incluídas na demonstração dos fluxos de caixa. Tais transações devem ser divulgadas nas notas explicativas às demonstrações contábeis, quando relevantes. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 19 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Aquisição e venda de controlada e outras unidades operacionais Os fluxos de caixa agregados decorrentes da aquisição e da alienação de entidades controladas ou outras unidades operacionais devem ser apresentados separadamente e classificados como atividades de investimento. A entidade deve divulgar, de modo agregado, com relação tanto à aquisição quanto à venda das entidades controladas ou outras unidades operacionais durante o período, cada um dos seguintes itens: a) o valor total pago para aquisição ou o valor total recebido na venda; b) a parcela do valor total da compra ou da venda que foi paga ou recebida exclusivamente por meio de caixa e equivalentes de caixa; c) montante de caixa e equivalentes de caixa de entidade controlada ou de outra unidade operacional adquirida ou vendida; e d) o montante dos ativos e passivos, exceto caixa e equivalentes de caixa, reconhecidos pela entidade controlada ou por outra unidade operacional adquirida ou vendida, resumido pelas principais classificações. Componente de caixa e equivalentes de caixa Segundo o MCASP, a entidade deve divulgar os componentes de caixa e equivalentes de caixa e deve apresentar a conciliação dos valores em sua demonstração dos fluxos de caixa com os respectivos itens apresentados no balanço patrimonial. Em função da variedade de práticas de gestão de caixa e de produtos bancários, a entidade deve divulgar a política que adota na determinação da composição do caixa e equivalentes de caixa. Ainda conforme o MCASP, tal divulgação inclui a forma de tratamento dos depósitos restituíveis e valores vinculados. Quando a entidade incluir tais valores na composição de caixa e equivalentes de caixa, deverá destacá- los em notas explicativas, ressaltando o fato de que tais recursos, embora em poder do ente público, não podem ser por ele utilizados. Notas explicativas à DFC Segundo o MCASP, a DFC deverá ser acompanhada de notas explicativas quando os itens que compõem os fluxos de caixa forem relevantes. Essa divulgação em nota explicativa deve evidenciar os valores significativos de saldos de caixa e equivalentes de caixa que não estejam disponíveis para uso pela entidade econômica, juntamente com comentários da administração. Exemplos: saldos de caixa e equivalentes de caixa em poder de entidade controlada no qual se apliquem restrições legais que impeçam o uso, depósitos de terceiros, quando classificados como caixa e equivalente de caixa. O MCASP recomenda divulgar as informações sobre: Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 20 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública a) o montante de linhas de crédito obtidas, mas não utilizadas, que podem estar disponíveis para futuras atividades operacionais e para satisfazer a compromissos de capital, indicando restrições, se houver, sobre o uso de tais linhas de crédito; b) o montante e a natureza de saldos de caixa não disponíveis; c) descrição dos itens incluídos no conceito de caixa e equivalente de caixas; e d) conciliação do saldo de caixa e equivalente de caixas apresentado na DFC com o valor apresentado no Balanço Patrimonial, justificando eventuais diferenças. Atenção!! O MCASP ressalta que as transações de investimento e financiamento que não envolvem o uso de caixa ou equivalentes de caixa, como aquisições financiadas de bens e arrendamento financeiro, não devem ser incluídas na DFC. Tais transações devem ser divulgadas nas notas explicativas à demonstração, de modo que forneçam todas as informações relevantes sobre essas transações. Para encerrarmos essa parte, tem-se que o MCASP destaca que algumas operações podem interferir na elaboraçãoda DFC, como, por exemplo, as retenções. Essas retenções ocorrem na execução da despesa orçamentária e objetivam “reter” o imposto devido (tais como ISS ou ICMS) pela pessoa (física ou jurídica) que está sendo paga Poder Público em troca do fornecimento de um bem ou da prestação de um serviço, por exemplo. Dependendo da forma como as retenções são contabilizadas, os saldos de caixa e equivalente de caixa podem ser afetados. Nesse caso, a diferença refere-se ao aspecto temporal de quando foi realizada a retenção. Se o ente considerar a retenção como paga no momento da liquidação, então deverá promover um ajuste no saldo da conta caixa e equivalentes de caixa a fim de demonstrar que há um saldo vinculado a ser deduzido. Entretanto, se o ente considerar a retenção como paga apenas na baixa da obrigação, nenhum ajuste será promovido. Dessa forma, eventuais ajustes relacionados às retenções deverão ser evidenciados em notas explicativas. Por fim, uma vez que não será possível reproduzir a DFC a título exemplificativo, dado o seu tamanho extenso, fica a sugestão de consulta no seguinte link: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/balanco-geral-da- uniao, bastando selecionar o órgão de sua preferência no menu correspondente à DFC. Vamos ver como esse assunto é exigido em prova. Questão para fixar (FCC – TST – 2017) Em uma situação hipotética, no exercício financeiro de 2016, uma entidade pública recebeu uma transferência intragovernamental no valor de R$ 600.000,00 para cobrir despesas correntes. Assim, de acordo com as determinações do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, em 31/12/2016, tal transferência foi classificada na Demonstração dos Fluxos de Caixa da entidade pública como ingresso nos fluxos de caixa das atividades: A) de investimento e foi evidenciada no Quadro de Transferências Recebidas e Concedidas que compõe a Demonstração dos Fluxos de Caixa. http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/balanco-geral-da-uniao http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/balanco-geral-da-uniao Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 21 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública B) de financiamento e foi evidenciada no Quadro de Receitas Derivadas e Originárias que compõe a Demonstração dos Fluxos de Caixa. C) de financiamento e foi evidenciada no Quadro de Transferências Recebidas e Concedidas que compõe a Demonstração dos Fluxos de Caixa. D) operacionais e foi evidenciada no Quadro de Receitas Derivadas e Originárias que compõe a Demonstração dos Fluxos de Caixa. E) operacionais e foi evidenciada no Quadro de Transferências Recebidas e Concedidas que compõe a Demonstração dos Fluxos de Caixa. RESOLUÇÃO: Pessoal, para resolver questões desse tipo, basta lembrar das definições dos tipos de atividade e a nossa dica para classificar as transações: O recebimento de transferências governamentais para cobrir despesas correntes são transferências correntes. Assim, são ingressos de fluxos de atividade operacionais. Além disso, o quadro da DFC que relaciona tais transferências é o Quadro de Transferências Recebidas e Concedidas, que relaciona as transferências inter e intragovernamentais e outras transferências recebidas e concedidas. Assim, está certa a alternativa E). Gabarito: LETRA E Notas Explicativas às DCASP Pessoal, essa última parte é bem conceitual e não tem muito o que inventar além do que consta no MCASP. Mas seremos breves! Conceito Vocês já devem ter entendido que as Notas Explicativas são informações adicionais às apresentadas nos quadros das DCASP e são consideradas parte integrante das demonstrações. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 22 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Seu objetivo é facilitar a compreensão das demonstrações contábeis a seus diversos usuários. Portanto, devem ser claras, sintéticas e objetivas. As Notas Explicativas englobam informações de qualquer natureza exigidas pela lei, pelas normas contábeis e outras informações relevantes não suficientemente evidenciadas ou que não constam nas demonstrações. Esquematicamente: Desse modo, neste tópico veremos como são estruturadas as Notas Explicativas das DCASP. Estrutura Segundo o MCASP, as Notas Explicativas devem ser apresentadas de forma sistemática. Cada quadro ou item a que uma nota explicativa se aplique deverá ter referência cruzada com a respectiva nota explicativa. A fim de facilitar a compreensão e a comparação das DCASP com as de outras entidades, o MCASP sugere que as Notas Explicativas sejam apresentadas na seguinte ordem: a) Informações gerais: a.1) Natureza jurídica da entidade; a.2) Domicílio da entidade; a.3) Natureza das operações e principais atividades da entidade; a.4) Declaração de conformidade com a legislação e com as normas de contabilidade aplicáveis. b) Resumo das políticas contábeis significativas, por exemplo: b.1) Bases de mensuração utilizadas, por exemplo: custo histórico, valor realizável líquido, valor justo ou valor recuperável; b.2) Novas normas e políticas contábeis alteradas; b.3) Julgamentos pela aplicação das políticas contábeis. c) Informações de suporte e detalhamento de itens apresentados nas demonstrações contábeis pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas; d) Outras informações relevantes, por exemplo: d.1) Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos; d.2) Divulgações não financeiras, tais como: os objetivos e políticas de gestão do risco financeiro da entidade, pressupostos das estimativas; d.3) Reconhecimento de inconformidades que podem afetar a compreensão do usuário sobre o desempenho e o direcionamento das operações da entidade no futuro; d.4) Ajustes decorrentes de omissões e erros de registro. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 23 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Esquematicamente: Divulgação de Políticas Contábeis A entidade deve divulgar resumo de políticas contábeis significativas, incluindo: a) a base de mensuração utilizada na elaboração das demonstrações contábeis; b) o grau em que a entidade tem aplicado qualquer disposição transitória de outra norma; c) outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a compreensão das demonstrações contábeis. Conforme o MCASP, políticas contábeis são os princípios, bases, convenções, regras e procedimentos específicos aplicados pela entidade na elaboração e na apresentação de demonstrações contábeis. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 24 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Dessa forma, ao decidir se determinada política contábil específica será ou não evidenciada, a administração deve considerar se sua evidenciação proporcionará aos usuários melhor compreensão da forma em que as transações, condições e outros eventos, estão refletidos no resultado e na posição patrimonial relatados. Cada entidade deve considerar a natureza das suas operações e as políticas que os usuários de suas demonstrações contábeis esperam que sejam divulgadas. Exemplo: espera-se que entidades do setor público evidenciem suas políticas contábeis para reconhecimento das receitas de impostos, doações e outras formas de receitas de transações sem contraprestação em bens e serviços. Vamos ver os três itens sobre resumo de políticas contábeis detalhados a seguir: No caso de Bases de Mensuração, se faz importante que os usuários estejam informados quais bases foram utilizadas nas demonstrações contábeis (por exemplo, custo histórico, custo corrente, valor realizável líquido, valor justo ou valor recuperável). Isso porque a base sobre a qual as demonstrações contábeis são elaboradas afeta significativamente a análise dos usuários. Quando mais de uma base de mensuraçãofor utilizada nas demonstrações contábeis, por exemplo, quando determinadas classes de ativos são reavaliadas, é suficiente divulgar uma indicação das categorias de ativos e de passivos à qual cada base de mensuração foi aplicada. Um caso especial de registro em notas explicativas são os ativos obtidos a título gratuito ou, ainda, a eventual impossibilidade de sua valoração. No caso de Alteração de Políticas Contábeis, a entidade deve divulgá-la em nota explicativa apenas se: a) for exigida pelas normas de contabilidade aplicáveis; b) resultar em informação confiável e mais relevante sobre os efeitos das transações, outros eventos ou condições acerca da posição patrimonial, do resultado patrimonial ou dos fluxos de caixa da entidade. Ainda, devem ser divulgados em notas explicativas os casos de Julgamentos pela Aplicação das Políticas Contábeis exercidos pela aplicação das políticas contábeis que afetem significativamente os montantes reconhecidos nas demonstrações contábeis, por exemplo: a) classificação de ativos; b) constituição de provisões; c) reconhecimento de variações patrimoniais; d) transferência de riscos e benefícios significativos sobre a propriedade de ativos para outras entidades. Divulgação de Estimativas Segundo o MCASP, definir os montantes de alguns ativos e passivos exige a estimativa dos efeitos de eventos futuros incertos sobre esses ativos e passivos ao término do período de reporte. Exemplo, na ausência de preços de mercado, passam a ser necessárias estimativas orientadas para o futuro para mensurar o valor recuperável de ativos do imobilizado, o efeito da obsolescência tecnológica nos estoques, provisões sujeitas ao futuro resultado de litígio em curso e passivos em longo prazo de benefícios a empregados. Essas estimativas envolvem pressupostos sobre esses assuntos, como o risco associado aos fluxos de caixa ou taxas de desconto, futuras alterações em salários e futuras alterações nos preços que afetam outros custos. O uso de estimativas adequadas é parte da ciência contábil e não reduz a confiabilidade das demonstrações contábeis. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 25 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública As notas explicativas devem divulgar os pressupostos das estimativas dos riscos significativos que podem vir a causar um ajuste material nos valores contábeis dos ativos e passivos ao longo dos próximos doze meses. Devem ser detalhadas a natureza e o valor contábil desses ativos e passivos na data das demonstrações. São exemplos dessas divulgações: a) a natureza dos pressupostos ou de outras incertezas nas estimativas; b) a sensibilidade dos valores contábeis aos métodos, pressupostos e estimativas subjacentes ao respectivo cálculo, incluindo as razões para essa sensibilidade; e c) a solução esperada de incerteza e a variedade de desfechos possíveis ao longo do próximo exercício social em relação aos valores contábeis dos ativos e passivos impactados; d) a explicação de alterações feitas nos pressupostos adotados no passado, caso a incerteza permaneça sem solução. Uma mudança de método de avaliação é uma mudança na política contábil e não na estimativa contábil e também deve ser evidenciada nas notas explicativas. Se o montante não for evidenciado porque sua estimativa é impraticável, a entidade também deve evidenciar tal fato. Gestão de Capital A entidade deve divulgar informação que possibilite aos usuários das suas demonstrações contábeis avaliarem os objetivos, políticas e processos de gestão do capital dessa entidade. Tais informações incluem: a) descrição dos elementos abrangidos pela gestão do capital; b) se a entidade estiver sujeita a requisitos de capital impostos externamente, a natureza desses requisitos e a forma como são integrados na gestão de capital; e c) como está cumprindo os seus objetivos em matéria de gestão de capital. Essas informações devem se basear nas informações prestadas internamente pelo pessoal-chave da gestão da entidade. Outras divulgações A entidade deve divulgar, caso não sejam divulgadas em outro lugar nas demonstrações contábeis, as seguintes informações: a) o domicílio e a forma jurídica da entidade, e a jurisdição onde ela opera; b) a descrição da natureza das operações da entidade e de suas principais atividades; c) a referência à legislação relevante que rege as operações da entidade; d) o nome da entidade; e) se é entidade com prazo de duração limitado, a informação sobre o tempo da sua duração; f) o montante de dividendos, ou outras distribuições similares, propostos ou declarados antes da data em que as demonstrações contábeis foram autorizadas para serem publicadas e não reconhecido como distribuição aos proprietários durante o período abrangido pelas demonstrações contábeis, bem como o respectivo valor por ação ou equivalente; g) a quantia de quaisquer dividendos preferenciais cumulativos, ou outras distribuições similares, não reconhecidos. A entidade deverá observar ainda as exigências de divulgação prevista nos demais do MCASP, devendo divulgar, ainda, qualquer informação considerada relevante para a adequada compreensão dos demonstrativos. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 26 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Questões Comentadas 1. (Cespe – TRE/PE – 2019) As Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis no Âmbito do Setor Público (DCASP): A) devem ser formuladas em linguagem contabilística, já que serão consultadas somente por especialistas na área. B) podem ser aplicadas a determinados itens e, nesse caso, cada item deverá ter referência cruzada com a respectiva nota explicativa. C) não incluem informações exigidas pela lei ou pelas normas contábeis. D) não incluem informações que não constem nas demonstrações contábeis. E) não são parte integrante das demonstrações contábeis. RESOLUÇÃO: Vamos analisar as alternativas: A alternativa A) está errada, porque, segundo o MCASP (8ª ed., pg. 461), o objetivo das Notas Explicativas é facilitar a compreensão das demonstrações contábeis a seus diversos usuários. Portanto, devem ser claras, sintéticas e objetivas. A alternativa B) está certa, porque, segundo o MCASP (8ª ed., pg. 461), cada quadro ou item a que uma Nota Explicativa se aplique deverá ter referência cruzada com a respectiva nota explicativa. A alternativa C) está errada, porque, segundo o MCASP (8ª ed., pg. 461), as Notas Explicativas englobam informações de qualquer natureza exigidas pela lei, pelas normas contábeis e outras informações relevantes não suficientemente evidenciadas ou que não constam nas demonstrações. A alternativa D) está errada, porque, segundo o MCASP (8ª ed., pg. 461), as Notas Explicativas englobam informações de qualquer natureza exigidas pela lei, pelas normas contábeis e outras informações relevantes não suficientemente evidenciadas ou que não constam nas demonstrações. A alternativa E) está errada, porque, segundo o MCASP (8ª ed., pg. 461), as Notas Explicativas são consideradas parte integrante das demonstrações contábeis. Gabarito: LETRA B 2. (Instituto AOCP – PC/ES – 2019) Conforme o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, a Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL) será obrigatória apenas para: A) as empresas estatais dependentes, desde que constituídas sob a forma de sociedades anônimas. B) as empresas estatais independentes, desde que constituídas sob a forma de sociedades anônimas. C) o poder executivo, legislativo e judiciário. D) os fundos especiais e consórcios públicos. E) as entidades do setor público. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 27 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública RESOLUÇÃO: A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL é obrigatória para as empresas estataisdependentes, as quais integram a administração indireta, constituídas sob a forma de sociedades anônimas e facultativa para os demais órgãos e entidades dos entes da Federação. Dessa forma, está certa a alternativa A). Gabarito: LETRA A 3. (IF/MS – IF/MS – 2019) As Notas Explicativas são informações adicionais às apresentadas nos quadros das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) e possuem como objetivo facilitar a compreensão delas por seus diversos usuários. Tais notas englobam informações de qualquer natureza exigidas pela Lei, pelas normas contábeis e outras informações relevantes não suficientemente evidenciadas ou que não constam nas demonstrações. A fim de facilitar a compreensão e a comparação das DCASP com as de outras entidades, o MCASP sugere que as notas explicativas sejam apresentadas na seguinte ordem: A) Informações gerais; forma de reconhecimento do ativo intangível; provisões para perdas prováveis; outras informações relevantes. B) Informações gerais; provisões para perdas prováveis; resumo das políticas contábeis significativas; informações de suporte e detalhamento de itens apresentados nas demonstrações contábeis pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas. C) Informações gerais; resumo das políticas contábeis significativas; informações de suporte e detalhamento de itens apresentados nas demonstrações contábeis pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas; outras informações relevantes. D) Informações gerais; forma de reconhecimento do ativo intangível; resumo das políticas contábeis significativas; divulgação das estimativas; outras informações relevantes. E) Informações gerais; resumo das políticas contábeis significativas; divulgação das estimativas; bases de mensuração; outras informações relevantes. RESOLUÇÃO: Basta lembrar do nosso resumo esquemático sobre as notas explicativas para saber a ordem com que são dispostas as informações. Vejamos: Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 28 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Desse modo, fica fácil identificar que a alternativa certa é a letra B). Gabarito: LETRA B 4. (Cespe – TCE/MG – 2018) A tabela a seguir apresenta entradas e saídas de recursos pertencentes a um ente federativo municipal, em certo exercício financeiro. Ingressos de recursos (em R$) Operações de crédito 180.000 Alienação de bens móveis 40.000 Transferências correntes 400.000 Impostos 600.000 Taxas de prestação de serviços 25.000 Transferência da União para aquisição de ativo não circulante 100.000 Saídas de recursos (em R$) Pessoal e encargos 450.000 Amortização da dívida 130.000 Aquisição de ativo não circulante 280.000 Juros 50.000 Fornecedores de materiais de consumo 150.000 Fornecedores de suprimentos hospitalares 180.000 O prefeito do município questionou o gestor contábil quanto ao fluxo de caixa operacional decorrente das contas do município, e este lhe informou que a prefeitura havia gerado um fluxo de R$ 170.000, valor que, segundo o gestor, foi obtido após a soma dos valores referentes a transferências correntes e impostos deduzidos do somatório de pessoal e encargos, juros, fornecedores de materiais de consumo e fornecedores de materiais hospitalares. Nessa situação hipotética, o gestor contábil apresentou ao prefeito uma informação incorreta, pois a prefeitura Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 29 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública A) gerou, na realidade, R$ 65.000, dado que amortização de dívida é uma conta de fluxo operacional. B) gerou R$ 245.000, uma vez que pagamento de juros é conta de fluxo de financiamento e, portanto, não deve ser contabilizado como operacional. C) consumiu R$ 85.000, visto que a aquisição de ativos não circulantes necessários ao funcionamento da prefeitura deve ser contabilizada como atividade operacional. D) gerou um caixa de R$ 195.000, visto que o valor referente à receita de taxas de prestação de serviços compõe o fluxo operacional. E) consumiu R$ 195.000 de caixa. RESOLUÇÃO: Note que a questão quer saber sobre o fluxo de caixa operacional apenas. Assim, basta identificarmos os ingressos e desembolsos que são fluxos de atividades operacionais para resolvermos a questão! Vamos começar lembrando a definição de cada tipo de atividade e uma dica para identificarmos os ingressos e desembolsos corretamente: Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Atividades operacionais: são as atividades da entidade que não as de investimento e de financiamento. Assim, vamos classificar os ingressos e desembolsos: Transação Observações Classificação Operações de crédito Resultou na alteração da composição do capital próprio e no endividamento da entidade Fluxo de caixa das atividades de financiamento Alienação de bens móveis Resultou na alienação de ativos de longo prazo Fluxo de caixa das atividades de investimento Transferências correntes Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Impostos Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Operacionais Sempre receitas correntes, despesas efetivas Investimento Venda e compra de bens de capital; dívida concedida Financiamento Operações de crédito; dívida contraída Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 30 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Taxas de prestação de serviços Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Pessoal e encargos Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Amortização da dívida Resultou na alteração da composição do capital próprio e no endividamento da entidade Fluxo de caixa das atividades de financiamento Aquisição de ativo não circulante Resultou na aquisição de ativos de longo prazo Fluxo de caixa das atividades de investimento Juros Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Fornecedores de materiais de consumo Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Fornecedores de suprimentos hospitalares Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Agora, calcular o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais: (+) Transferências correntes (+) 400.000,00 (+) Impostos (+) 600.000,00 (+) Taxas de prestação de serviços (+) 25.000,00 (-) Pessoal e encargos (-) 450.000,00 (-) Juros (-) 50.000,00 (-) Fornecedores de materiais de consumo (-) 150.000,00 (-) Fornecedores de suprimentos hospitalares (-) 180.000,00 = Fluxo de caixa líquido das atividades operacionais 150.000,00 Dessa forma, está certa a alternativa D). No entanto, vamos avaliar as demais alternativas, desconsiderando o resultado errôneo do cálculo de cada uma. A alternativa A) está errada, porque amortização de dívida é um fluxo de financiamento e não operacional, uma vez que altera a composição do capital próprio e no endividamento da entidade. A alternativa B) está errada, porque pagamento de juros é um fluxo operacional e não de financiamento, uma vez que não altera a composição do capital próprio e no endividamento da entidade. O pagamento de juros não altera a dívida em si.A alternativa C) está errada, porque aquisição de ativos não circulantes é um fluxo de investimento e não operacional, uma vez que resultou na aquisição de ativos de longo prazo. Não faz sentido comentar a alternativa E), pois ela se resume ao valor calculado, que está errado. Gabarito: LETRA D Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 31 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública 5. (FCC – TRT 2ª Região – 2018) Atenção: Para responder à questão, considere as transações abaixo referentes ao exercício financeiro de 2017 de um determinado ente público: − Previsão da receita e fixação da despesa referente à aprovação do orçamento com base na Lei Orçamentária Anual, no valor de R$ 39.000.000,00. − Lançamento de receitas tributárias no valor de R$ 13.000.000,00. − Arrecadação de receitas tributárias no valor de R$ 12.900.000,00. − Lançamento e arrecadação de receitas de serviços no valor de R$ 22.000.000,00. − Lançamento e arrecadação de receitas de aluguéis de imóveis no valor de R$ 900.000,00. − Recebimento de créditos não tributários inscritos em dívida ativa no valor de R$ 1.100.000,00. − Obtenção de operações de crédito de longo prazo (vencimento em 4 anos) no valor de R$ 2.700.000,00. − Alienação de um veículo, à vista, pelo valor de R$ 60.000,00. O ganho apurado com a venda do veículo foi R$ 3.000,00. − Empenho de despesas com: − Pessoal e Encargos Sociais: R$ 19.000.000,00. − Outras Despesas Correntes – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica: R$ 9.000.000,00. − Outras Despesas Correntes – Material de Consumo: R$ 4.000.000,00. − Outras Despesas Correntes – Passagens e Despesas com Locomoção: 2.450.000,00. − Investimentos – Equipamentos e Material Permanente: R$ 3.000.000,00. − Juros e Encargos da Dívida: R$ 250.000,00. − Liquidação de despesas com: − Pessoal e Encargos Sociais: R$ 18.300.000,00. − Outras Despesas Correntes – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica: R$ 8.900.000,00. − Outras Despesas Correntes – Material de Consumo: R$ 3.700.000,00. − Outras Despesas Correntes – Passagens e Despesas com Locomoção: 2.350.000,00. − Investimentos – Equipamentos e Material Permanente: R$ 2.750.000,00. − Juros e Encargos da Dívida: R$ 250.000,00. − Pagamento de despesas com: − Pessoal e Encargos Sociais: R$ 18.300.000,00. − Outras Despesas Correntes – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica: R$ 7.300.000,00. − Outras Despesas Correntes – Material de Consumo: R$ 3.100.000,00. − Outras Despesas Correntes – Passagens e Despesas com Locomoção: 1.850.000,00. − Investimentos – Equipamentos e Material Permanente: R$ 2.230.000,00. − Juros e Encargos da Dívida: R$ 220.000,00. − Pagamento de Restos a Pagar Processados (referentes à despesa corrente) no valor de R$ 1.600.000,00. − Depreciação do ativo imobilizado no valor de R$ 2.400.000,00. − Amortização do ativo intangível no valor de R$ 1.090.000,00. − Recebimento de depósitos cauções no valor de R$ 320.000,00. Informações Adicionais: − A despesa com Pessoal e Encargos Sociais é relativa à manutenção das atividades governamentais no exercício financeiro de 2017. Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 32 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública − Os Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica referem-se à manutenção das atividades governamentais e foram prestados no exercício financeiro de 2017. − As passagens e as despesas com locomoção são despesas correntes e referem se ao exercício financeiro de 2017. − Não havia estoque inicial de material de consumo no exercício financeiro de 2017 e foram consumidos materiais de consumo no valor de R$ 2.900.000,00 no exercício financeiro de 2017. − Os Juros e Encargos da Dívida são referentes ao exercício financeiro de 2017. − Não houve abertura de créditos adicionais durante o exercício financeiro de 2017. De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, na Demonstração dos Fluxos de Caixa referente ao exercício financeiro de 2017, o fluxo de caixa líquido das atividades de investimento foi negativo, em reais, no valor de A) 2.750.000,00 B) 2.230.000,00 C) 2.170.000,00 D) 2.690.000,00 E) 5.660.000,00. RESOLUÇÃO: Questão assustadora, certo??? Calma, gafanhoto! Respira fundo e comece relembrando a definição de atividades de investimento e da nossa dica para identificarmos os ingressos e desembolsos corretamente: Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Atividades operacionais: são as atividades da entidade que não as de investimento e de financiamento. Como são diversas transações listadas na questão, inclusive muitas que sequer envolvem fluxo de caixa, vamos expor apenas aquelas de fluxo de atividades de investimento, ok? São elas: Operacionais Sempre receitas correntes, despesas efetivas Investimento Venda e compra de bens de capital; dívida concedida Financiamento Operações de crédito; dívida contraída Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 33 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Transação Classificação Alienação de um veículo, à vista, pelo valor de R$ 60.000,00. Ingresso de fluxo de caixa das atividades de investimento Investimentos – Equipamentos e Material Permanente: R$ 2.230.000,00. Fluxo de caixa das atividades de investimento Dessa forma o fluxo de caixa líquido de investimento é: 60.000,00 – 2.230.000,00 = – 2.170.000,00 Dessa forma, está correta a alternativa C). Gabarito: LETRA C 6. (Cespe – Ebserh – 2018) Julgue o seguinte item, relativo à elaboração e à divulgação de informações contábeis e de demonstrações contábeis no setor público. A demonstração de fluxos de caixa no setor público pode ser realizada pelos métodos direto ou indireto; nesta segunda opção — método indireto —, parte-se do resultado patrimonial do exercício, obtido na demonstração das variações patrimoniais, e realiza-se ajuste pelos itens que impactam esse resultado, mas não possuem efeito no caixa. RESOLUÇÃO: Nem precisaríamos saber o que é método direto ou indireto para responder a questão. Isso porque, segundo o MCASP, a DFC deve ser elaborada pelo método direto. Vejamos o que diz o MCASP (8ª ed., pg. 448): A DFC deve ser elaborada pelo método direto e deve evidenciar as alterações de caixa e equivalentes de caixa verificadas no exercício de referência, classificadas nos seguintes fluxos, de acordo com as atividades da entidade: Transação Observações Classificação Operações de crédito Resultou na alteração da composição do capital próprio e no endividamento da entidade Fluxo de caixa das atividades de financiamento Alienação de bens móveis Resultou na alienação de ativos de longo prazo Fluxo de caixa das atividades de investimento Transferências correntes Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Impostos Não se refere a atividades de investimento ou de financiamento Fluxo de caixa das atividades operacionais Portanto, o item está errado. Gabarito: ERRADO Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 34 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública 7. (FCC – Alese – 2018) De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, correspondem, respectivamente, a um ingresso do Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento e a um desembolso do Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento na Demonstração dos Fluxos de Caixa de um ente federado as movimentações de caixa decorrentes de: A) amortização de empréstimos e financiamentosconcedidos; aquisição de ativo não circulante. B) integralização de capital social de empresas não dependentes; aquisição de ativo não circulante. C) alienação de bens imóveis; aquisição de ativo intangível. D) contribuições de melhoria; amortização da dívida flutuante. E) amortização de empréstimos e financiamentos concedidos; amortização da dívida fundada. RESOLUÇÃO: Vamos analisar as operações de cada alternativa e classificá-las em fluxos de atividades operacionais, de investimento ou de financiamento, a fim de identificar qual delas tem um ingresso do Fluxo das Atividades de Investimento e um desembolso do Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento. Obviamente, o ingresso se dá com a entrada de recursos para a entidade e o desembolso quando há saída de recursos. Mas antes, vamos rever as definições de cada uma e nosso macete para identificá-los: Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Atividades operacionais: são as atividades da entidade que não as de investimento e de financiamento. Na alternativa A) temos: Transação Classificação Amortização de empréstimos e financiamentos concedidos Ingresso de fluxo de caixa das atividades de investimento Aquisição de ativo não circulante Desembolso de fluxo de caixa das atividades de investimento Assim, essa alternativa está errada. Operacionais Sempre receitas correntes; despesas efetivas Investimento Venda e compra de bens de capital; dívida concedida Financiamento Operações de crédito; dívida contraída Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 35 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública Na alternativa B) temos: Transação Classificação Integralização de capital social de empresas não dependentes Ingresso de fluxo de caixa das atividades de financiamento Aquisição de ativo não circulante Desembolso de fluxo de caixa das atividades de investimento A ordem está errada, por isso a alternativa está errada. Na alternativa C) temos: Transação Classificação alienação de bens imóveis Ingresso de fluxo de caixa das atividades de investimento aquisição de ativo intangível Desembolso de fluxo de caixa das atividades de investimento Assim, essa alternativa está errada. Na alternativa D) temos: Transação Classificação contribuições de melhoria Ingresso de fluxo de caixa das atividades operacionais amortização da dívida flutuante Desembolso de fluxo de caixa das atividades de financiamento Assim, essa alternativa está errada. Na alternativa E) temos: Transação Classificação amortização de empréstimos e financiamentos concedidos Desembolso de fluxo de caixa das atividades de investimento amortização da dívida fundada Desembolso de fluxo de caixa das atividades de financiamento É exatamente o que estávamos procurando. Assim, essa alternativa está correta. Gabarito: LETRA E Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 36 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública 8. (Cespe – Sefaz/RS – 2018) No que se refere à demonstração do fluxo de caixa (DFC) e à demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) aplicadas ao setor público, assinale a opção correta. A) Por afetar o resultado, a depreciação de um bem do ativo será evidenciada na DMPL; como essa depreciação não implica em desembolso financeiro, ela não será evidenciada na DFC. B) O reconhecimento de ajuste referente à perda de valor recuperável de equipamentos de informática dentro do exercício, em razão de mudança significativa no ambiente tecnológico, é evidenciado na DMPL, na conta ajustes de avaliação patrimonial. C) O recebimento por hospital público de equipamento novo, em doação, representa incremento na expectativa de benefícios futuros, devendo ser evidenciado como entrada na DFC, no item referente a fluxos de investimentos. D) Na DMPL, a conta patrimônio social/capital social refere-se ao patrimônio social das autarquias, fundações e fundos e ao capital social das demais entidades da administração indireta. E) A DMPL permite identificar a formação de déficit ou superávit financeiro do patrimônio líquido, enquanto a DFC permite identificar o resultado econômico, dividindo-o em fluxos: das operações, dos investimentos e dos financiamentos. RESOLUÇÃO Vamos analisar as alternativas: A alternativa A) está errada, pois eventuais depreciações são evidenciadas na Demonstração das Variações Patrimoniais – DVP e não na DMPL. A DMPL se dedica a demonstrar a evolução (aumento ou redução) do patrimônio líquido da entidade durante um período. A alternativa B) está errada, pois, novamente, o reconhecimento decorrente da redução ao valor recuperável deve ser evidenciado na DVP e não na DMPL. A alternativa C) está errada, pois, mais uma vez, esse acréscimo patrimonial deve ser evidenciado na DVP e não na DFC, uma vez que não houve variação no caixa da entidade. Vamos lembrar que a DFC evidencia as entradas e saídas de caixa e as classifica em fluxos operacional, de investimento e de financiamento. A alternativa D) está certa. Vejamos sua definição conforme o MCASP: Patrimônio Social e Capital Social: compreende o patrimônio social das autarquias, fundações e fundos e o capital social das demais entidades da administração indireta. No entanto, vale lembrar que a DMPL é facultativa para a grande maioria dos órgãos e entidades, sendo obrigatória, portanto, apenas para algumas estatais dependentes. A alternativa E) está errada, pois a DFC não identifica o resultado econômico e, sim, permite identificar o fluxo de caixa (entradas e saídas de caixa) classificando-as em fluxos operacional, de investimento e de financiamento. Mas vale dizer que, de fato, a DMPL permite identificar eventual deficit ou superavit do patrimônio líquido por meio da comparação entre o saldo inicial e final do exercício. Gabarito: LETRA D Profs. Indio Artiaga do Brasil e Marcel Guimarães Aula 11 37 de 77| www.concursos.com.br Contabilidade Pública 9. (Cespe – Abin – 2018) D 1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e equivalentes de caixa em moeda nacional (F) C 2.1.2.2.x.xx.xx Empréstimos a curto prazo – externo (P) Considerando que o lançamento contábil precedente tenha sido feito por um ente da administração pública federal, julgue o seguinte item. A movimentação de recursos relativa ao lançamento em tela deverá ser apresentada na demonstração de fluxos de caixa da entidade como fluxo da atividade operacional. RESOLUÇÃO: Vamos recorrer novamente às definições dos tipos de atividades geradoras de fluxos de caixa e a nossa dica para resolver essa questão: Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade. Atividades de investimento: são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa. Atividades operacionais: são as atividades da entidade que não as de investimento e de financiamento. Sabemos, da aula de receita pública, que receitas arrecadadas em função de empréstimos contraídos nunca são correntes. São sempre de capital. Logo, usando nossa dica, o item já estaria errado. Além disso, o registro relativo ao empréstimo (C 2.1.2.2.x.xx.xx Empréstimos a curto prazo) resulta em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, sendo, portanto, uma atividade de financiamento. Gabarito: ERRADO 10. (FGV – Câmara de Salvador/BA – 2018) Na Demonstração do Fluxo de Caixa aplicada ao setor público, as transações de
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