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APOSTILA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Prévia do material em texto

Karla Kenya Aragão de Moura 
Insta: @karlakenyaam 
 
 
 
CONCURSO PÚBLICO 
CÂMARA MUNICIPAL DE TERESINA 
APOSTILA APOSTILA 
CARGO: ASSISTENTE LEGISLATIVO 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
Objetivos econômico e financeiro; funções do gestor financeiro; a demonstração do resultado, fluxo de caixa e o balanço patrimonial. 
ELABORADA POR KARLA KENYA ARAGÃO DE MOURA 
 
(86) 98876-8117 
 
 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
Insta: @karlakenyaam 
CONCURSO PÚBLICO 
CÂMARA MUNICIPAL DE TERESINA 
 
SOBRE O CONCURSO 
CARGO: Assistente Legislativo 
VAGAS: 4 ampla concorrência e 1 PCD 
INSCRIÇÕES: das 14h do dia 30/06/2020 às 23h59min do dia 06/08/2020 
VALOR DA INSCRIÇÃO: R$ 55,00 
PROVA: 13 de setembro de 2020 (data prevista) 
REMUNERAÇÃO: R$ 2.066,15 
 
SOBRE A ELABORADORA DA APOSTILA 
Sou formada em Administração, com especialização em Docência do Ensino 
Superior e Controle e Gestão Pública. Classificada no concurso do MPU e do 
TJ-CE. Aprovada no concurso do TJ-MA (2º lugar – PCD) e da ALEPI (1º lugar 
– PCD). Presto assessoria ao professor Ramon Patrese nos projetos de Mentoria 
para concursos públicos. 
 
SOBRE O CONTEUDO DA APOSTILA 
Essa apostila foi elabora com o propósito de tratar sobre o conteúdo cobrado no 
tópico 9, da parte de conhecimentos específicos do edital para o Concurso 
Público da Câmara Municipal de Teresina – Estado do Piauí: 9. Administração 
financeira: objetivos econômico e financeiro; funções do gestor financeiro; a 
demonstração do resultado, fluxo de caixa e o balanço patrimonial. Nela você 
encontrará teoria e questões sobre o assunto. 
 
 
BONS ESTUDOS E QUE VENHA SUA APROVAÇÃO NESSE CONCURSO. 
A CMT ESPERA POR VOCÊ COMO SERVIDOR(A)!
 
3 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
Insta: @karlakenyaam 
1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: objetivos econômicos e financeiros 
 
A administração financeira é uma ferramenta utilizada para controlar da 
forma mais eficaz possível, no que diz respeito à concessão de crédito para 
clientes, planejamento, análise de investimentos e, de meios viáveis para a 
obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa, visando 
sempre o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios, 
observando os melhores “caminhos” para a condução financeira da empresa. 
Em outras palavras, a administração financeira é uma ferramenta utilizada pelas 
organizações para controlar de maneira eficaz as finanças da empresa, seja com 
relação à análise de investimentos, ao planejamento dos gastos e vendas, ao 
controle do estoque ou à concessão de crédito para clientes, evitando gastos 
desnecessários e desperdícios, observando os melhores caminhos para a 
condução financeira das organizações. 
Tem como principal objetivo, assegurar o melhor e mais eficiente 
processo empresarial de captação e alocação de recursos de capitais, envolve-
se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto com a realidade 
operacional e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma 
definição de maior amplitude, verificam-se, claramente, as necessidades de 
grande conhecimento técnico-científico, além da sensibilidade, que nada mais é 
do que bom- senso na análise e decisão. 
 
A criação de valor é o objetivo máximo da Administração Financeira. 
 
O conceito de criar valor é focado no acionista (proprietário). O objetivo é 
fazer com que o ganho dos investimentos seja superior ao seu custo de 
financiamento. Em outros termos, a criação de valor ocorre quando o retorno de 
seus ativos é maior que o custo total de seus passivos e patrimônio líquido. 
Entretanto, um ganho de investimento superior ao custo de financiamento, por si 
só, não indica criação de valor. A real criação de valor só ocorre quando os 
ganhos superam o custo de financiamento e o custo de oportunidade. 
 
4 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
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 custo de financiamento: composto pelo custo de administração, 
amortizações, juros e seguros. 
 custo de oportunidade: é o valor renunciado em uma tomada de decisão. 
 
FUNÇÕES DA ADMNISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
A Administração Financeira, no ambiente empresarial, volta-se 
essencialmente para as seguintes funções:1 
1) Planejamento Financeiro: evidenciar a necessidade de crescimento da 
organização; identificar problemas e desafios futuros; selecionar ativos rentáveis 
e condizentes com a empresa; estabelecer rentabilidade mínima dos ativos; 
2) Controle Financeiro ou Controladoria: acompanhar e avaliar o 
desempenho financeiro da empresa; analisar desvios dos indicadores 
financeiros (há pelo menos 200 deles), comparando o previsto com o realizado; 
definir medidas corretivas básicas; implementar medidas corretivas; verificar 
eficácia; 
3) Administração de Ativos: estabelecer a melhor estrutura em termos de risco 
e retorno dos ativos; acompanhar defasagens entre entradas e saídas (fluxo de 
caixa, gestão do capital de giro); 
4) Administração de Passivos: gerencia estrutura de capital (financiamentos) 
da organização; garantir a estrutura de capital mais eficaz em termos de liquidez, 
risco financeiro e redução de custos. 
 
 
 
 
 
 
1 SILVA, Bráulio. Objetivos da administração financeira. 
FUNÇÕES 
Planejamento 
Financeiro 
Controle 
Financeiro ou 
Controladoria 
Administração 
de Ativos 
Administração de 
Passivos 
 
5 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
Insta: @karlakenyaam 
 
OBJETIVO EMPRESARIAL NA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
O processo de tomada de decisão financeira deve começar pela definição, 
por parte da empresa, do objetivo a ser perseguido, de forma que o processo de 
decisão seja totalmente orientado para a escolha do melhor curso de ação que 
permita a consecução dos objetivos pretendidos. O objetivo permite, ainda, 
avaliar o grau de eficácia das decisões tomadas em relação aos resultados 
obtidos. 
A literatura classifica os objetivos empresariais em duas espécies: 
objetivos primários e objetivos secundários. 
a) Objetivos primários: É o lucro e a riqueza dos proprietários, nas empresas 
privadas. Já nas organizações sem fins lucrativos e governo, são objetivos 
multidimensionais geradores de bem-estar social. 
b) Objetivos secundários: São os meios que levam ao atingimento dos 
objetivos primários. Qualidade, satisfação do cliente, inovação, qualificação de 
funcionários, posição competitiva no mercado, produtividade, eficiência, 
qualidade da administração, competitividade no mundo globalizado, 
responsabilidade pública e social da empresa, responsabilidade ambiental, etc. 
Os objetivos secundários nada mais são que meios para se atingir os objetivos 
primários. 
O ponto de partida, portanto, é o retorno exigido pelos proprietários da 
empresa. Num sistema de livre empresa em uma economia de mercado, o 
empresário deve buscar maximizar sua riqueza, pois ao fazê-lo ele possibilita a 
realização dos objetivos da sociedade como um todo. Desta forma, o propósito 
de maximização da riqueza dos proprietários é totalmente coerente com o 
objetivo da Administração Financeira: criar valor. 
O propósito de criar valor pode ser desmembrado em subobjetivos:2 
 
2 SILVA, Bráulio. Objetivos da administração financeira. 
 
6 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
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I. Maximizar o lucro: O lucro é uma boa medida de eficácia organizacional. 
Entretanto, está sujeito a diversas restrições e questionamentos. O lucro é 
determinado por princípios contábeis amplamente aceitos, não evidenciam a 
capacidade de pagamento da organização, pois se baseia no regime de 
competência, e não no de caixa. Outra crítica é que o lucro contábil não mensura 
o risco inerente à atividade empresarial, pois as projeções não levam em 
consideração o risco de variações nos fluxos de rendimento. O lucro, portanto, é 
uma (e não a única) das medidasde desempenho das empresas. 
II. Maximizar o valor de mercado da empresa: O valor de mercado é 
considerado um dos melhores critérios para a tomada de decisões financeiras. 
De fato, os benefícios operacionais podem ser expressos em termos de fluxo de 
caixa, que devem ser descontados a valor presente mediante uma taxa mínima 
de atratividade. Essa taxa deve refletir a remuneração mínima aceitável para os 
acionistas diante do risco assumido. Duas variáveis são determinantes para o 
cálculo do valor de mercado da empresa: o retorno de caixa esperado e a taxa 
de oportunidade envolvida. O que importa aqui é a capacidade de gerar resultado 
futuro, e não o histórico de resultado acumulado. Portanto, o objetivo é promover 
a maximização do valor de mercado da ação da empresa. 
III. Maximizar a riqueza e garantir a continuidade do empreendimento: A 
elevação da riqueza do acionista é conseguida mediante incremento no valor 
econômico da ação da empresa, o que constitui o objetivo principal das 
empresas. Esse processo envolve a detecção de oportunidades, e a 
implementação de avanços na gestão, tecnologia e inovação. 
O objetivo de geração de riqueza (objetivo primário) não deve ser visto de 
forma isolada, mas sim como consequência da consecução dos objetivos 
secundários. Modernamente, as empresas devem incorporar objetivos 
ambientais e sociais, visando atender aos anseios da sociedade, o que 
possibilita a sustentabilidade empresarial. 
 
 
 
GERAR RIQUEZA 
Maximizar o lucro 
Maximizar o valor de mercado da empresa 
Maximizar a riqueza e garantir a continuidade do empreendimento 
OBJETIVO PRIMÁRIO OBJETIVOS SECUNDÁRIOS 
 
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Karla Kenya Aragão de Moura 
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GESTOR FINANCEIRO 
 
Para que a administração financeira seja eficaz, é fundamental que a área 
tenha profissionais capacitados na gestão. Profissionais como administradores 
ou gestores financeiros são normalmente os encarregados e terão 
responsabilidade de controlar todos os recursos, buscando as melhores opções 
e tomando as decisões mais oportunas para obter lucro, liquidez e solidez nas 
organizações. 
O gestor financeiro é um profissional de fundamental importância para 
qualquer tipo de negócio, afinal, todas as empresas precisam controlar seus 
orçamentos para identificar suas despesas e ganhos durante um período 
determinado e, assim, buscar um equilíbrio nas finanças. 
Esse importante profissional não só é responsável pelo controle dos 
recursos financeiros da companhia, mas também pelo planejamento e pela 
gestão da equipe responsável pela área financeira. O gestor financeiro também 
atua na validação das contas da empresa e na tomada de decisões corporativas 
importantes. 
O gestor financeiro planeja as finanças da empresa. Ele organiza, capta 
e aplica os recursos da melhor forma, visando a obter mais lucros. Fazem parte 
de suas funções analisar demonstrativos contábeis, avaliar a manutenção de 
estoques, além, é claro, de realizar um acompanhamento contínuo e apurado 
dos fluxos de caixa (na sequência deste material será tratado sobre fluxo de 
caixa) e dos faturamentos, a fim de otimizar os processos para gerar melhores 
resultados. 
O objetivo primordial dessa função é aumentar o valor do patrimônio 
líquido da empresa e, para isso, o profissional deve estudar muito bem a situação 
financeira e realizar uma análise estratégica que viabilize tomada de decisões 
mais inteligentes e alinhadas com os objetivos do negócio. Fazendo isso, ele 
consegue otimizar ainda mais os ganhos financeiros no fim do mês. 
O administrador financeiro deve se responsabilizar também por atividades 
de rotina, como o controle de contas a pagar e a receber – para se certificar de 
 
8 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
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que os objetivos traçados estão sendo seguidos –, as rotinas fiscais, a 
contabilização de documentos e a geração de notas fiscais. 
Dentre outras obrigações, fazem parte de seu trabalho a confecção de 
relatórios de desempenho, normas, procedimentos, orçamento e até mesmo a 
auditoria interna da empresa. Outra função importante do gestor financeiro é 
fazer uma análise do mercado em que a empresa atua e propor melhorias que 
possam trazem mais retorno. Tudo isso tem o objetivo de reduzir os riscos 
financeiros da organização. 
O administrador financeiro, diante da complexidade do mundo 
empresarial, precisa de uma visão holística da empresa e de seu relacionamento 
com o ambiente externo. Pois, o conhecimento de técnicas e métricas financeiras 
isoladas se mostra insuficiente, sendo necessária uma abertura para valores e 
informações estratégicas. 
O administrador financeiro moderno precisa de uma visão integral da 
organização para detectar oportunidades e ameaças, tanto internas, quanto 
externamente. Também é imprescindível a capacidade de analisar dados e 
informações e fazer inferências acerca dos comportamentos e ações futuros. 
Devido à sua enorme importância dentro da empresa, hoje o gestor 
financeiro ocupa um papel cada vez mais estratégico, afinal, uma boa atuação 
desse profissional consegue melhorar o processo decisório dos gestores e gerar 
muito mais valor para a companhia. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
O artigo 187 da Lei 6.404/1976, instituiu a Demonstração do Resultado do 
Exercício - DRE. No atual Código Civil Brasileiro, a DRE corresponde ao 
"resultado econômico", cujo levantamento é obrigatório conforme seu artigo 
1.179. 
A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida 
o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num 
determinado período, normalmente, de doze meses. 
 
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Karla Kenya Aragão de Moura 
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De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na 
Demonstração do Resultado do Exercício discriminar: 
 a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos; 
 
 a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto; 
 
 as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais; 
 
 o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
 
 o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para 
o imposto; 
 
 as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições 
ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se 
caracterizem como despesa; 
 
 o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital 
social. 
Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados 
em obediência ao princípio da competência: 
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de 
sua realização em moeda; e 
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos. 
 
 
 
 
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Karla Kenya Aragão de Moura 
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Abaixo um modelo DRE: 
 
 
FLUXO DE CAIXA 
 
O fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão financeira com a finalidade 
de apurar o saldo disponível em seu negócio para que haja sempre capital de 
giro na empresa, para aplicação, investimentos ou eventuais gastos. 
Ao elaborar um fluxo de caixa, o empresário terá uma visão de futuro 
próximo, ou seja, uma ideia de como a situação financeira estará nos próximos 
dias, semanas ou mês. 
 
 
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Karla Kenya Aragão de Moura 
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O relatório de Fluxo de Caixa serve para:3 
• Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo 
determinado. 
• Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de 
dinheiro na empresa. 
• Verificar se a empresa está trabalhando com apertoou folga financeira no 
período avaliado. 
• Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio em 
determinado período ou se há necessidade de obtenção de capital de giro. 
• Planejar melhores políticas de prazos de pagamentos e recebimentos. 
• Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos. 
• Conhecer previamente (planejamento estratégico) os grandes números do 
negócio e sua real importância no período considerado. 
• Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos 
assumidos e previstos no período considerado. 
• Avaliar o melhor momento para efetuar as reposições de estoque em função 
dos prazos de pagamento e da disponibilidade de caixa. 
• Avaliar o momento mais favorável para realizar promoções de vendas visando 
melhorar o caixa do negócio. 
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) indica quais foram as saídas e 
entradas de dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo. Assim 
como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração 
dinâmica e deve ser incluída no balanço patrimonial. 
A DFC passou a ser de apresentação obrigatória para todas as 
sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 
2.000.000,00 (dois milhões de reais). Essa obrigatoriedade vigora desde 
 
3 Cartilha Saiba Mais: Fluxo de Caixa - SEBRAE. 
 
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Karla Kenya Aragão de Moura 
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01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma torna-se mais um 
importante relatório para a tomada de decisões gerenciais. 
A Deliberação CVM 547/2008 aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 
03, que trata da Demonstração do Fluxo de Caixa. 
Para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), a DFC também é de 
elaboração obrigatória, conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000. Portanto, 
independentemente do tipo societário adotado, as entidades devem apresentar 
o referido demonstrativo, pelo menos anualmente, por ocasião da elaboração 
das demonstrações financeiras (“balanço”). 
O fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis 
tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxo 
de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas: 
I - Atividades Operacionais; 
II - Atividades de Investimento; 
III - Atividades de Financiamento. 
As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos 
decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da 
empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante líquido da 
empresa. 
As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a 
Longo Prazo, em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível, bem como as 
entradas por venda dos ativos registrados nos referidos subgrupos de contas. 
As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não 
Circulante e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e 
financiamentos de curto prazo. As saídas correspondem à amortização destas 
dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de dividendos, distribuição de 
lucros. 
 
13 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
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Recomendo a leitura atenciosa do PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 
03 - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA, constante no tópico 
LEGISLAÇÃO REFERENTE nesse material. 
 
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO4 
O Fluxo de Caixa Descontado, também conhecido como FCD, é um aliado 
muito importante das tomadas de decisão, sendo uma metodologia utilizada em 
qualquer situação em que o dinheiro seja aplicado em um ponto e recebido em 
outro, no futuro. Em outras palavras: o FCD trabalha com o valor do dinheiro no 
tempo. 
O método do Fluxo de Caixa Descontado é uma técnica de orçamento de 
capital e é utilizado para determinar o valor presente de uma empresa, ativo ou 
projeto com base no dinheiro que pode gerar no futuro. O FCD parte do 
 
4 CAMARGO, Renata Freitas de. O que é o Fluxo de Caixa Descontado? Veja como aplicá-lo para avaliar o 
valor do dinheiro no tempo. 
 
14 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
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pressuposto de que o investimento gera fluxo de caixa durante um determinado 
período. 
Uma grande vantagem do método de Fluxo de Caixa Descontado é que 
por meio de sua análise é possível reduzir um investimento a um Valor Presente 
Líquido (VPL). Se esse valor for positivo, o investimento deverá ser um gerador 
de dinheiro. Caso contrário, ou seja, se negativo, o investimento não renderá 
bons frutos e representará perda de dinheiro. Além disso, o FCD permite que 
sejam feitas escolhas entre investimentos significativamente diferentes, sendo 
que aquele com maior VPL será a alternativa mais lucrativa 
Como desvantagem do método, pode ser citada que a avaliação somente 
será acurada se suas projeções também o forem. Caso as estimativas não 
representarem a realidade, o Valor Presente Líquido será errado e o resultado 
muito provavelmente será danoso para a empresa. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL5 
 
Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, 
qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e 
financeira da Entidade. 
No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o 
conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. 
De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações 
de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores 
correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de 
comparação. 
O Balanço Patrimonial é constituído pelo: 
 
5 BALANÇO PATRIMONIAL. Disponível em: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/clientes/comercial/balancopatrimonial.html 
 
15 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
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 - Ativo: compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de 
recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos 
futuros, originados de eventos ocorridos. O ativo pode ser classificado da 
seguinte forma6: 
a) ativos circulantes: são todos aqueles que espera-se que sejam 
realizados ou consumidos durante o curso do exercício social seguinte à 
apresentação do Balanço Patrimonial 
b) ativos não circulantes: são todos aqueles que espera-se que sejam 
realizados após o término do exercício social seguinte à apresentação do 
Balanço. 
c) ativos realizáveis a longo prazo: são classificados os ativos com mesma 
natureza dos Ativos Circulantes, mas que, entretanto, serão realizados ou 
consumidos apenas após o término do exercício seguinte à apresentação do 
Balanço. Vale ressaltar que sua classificação é residual em relação aos demais 
grupos de contas do Ativo Não Circulante, ou seja, classificam-se aqui os ativos 
que não puderem ser classificados nos demais grupos do Ativo Não Circulante 
d) investimentos: compreendem os imóveis que a empresa eventualmente 
possua com a finalidade de locação ou valorização (CPC 28), e as participações 
em sociedades coligadas (art. 243, §1ª, Lei 6.404/76), controladas (art. 243, §2ª, 
Lei 6.404/76) e controladas em conjunto (CPC 19); 
e) ativo imobilizado: aloca todas as contas que representem bens 
materiais (corpóreos, tangíveis) que sejam mantidos pela empresa com a 
finalidade de produção ou fornecimento de mercadorias e serviços, para locação, 
ou para fins administrativos, e que se espera utilizar para além do exercício 
seguinte à apresentação do balanço. 
f) intangível: aloca os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
ligados à manutenção da empresa ou exercidos com esta finalidade, inclusive, o 
fundo de comércio (art. 179, VI, Lei 6.404/76). 
 
6 Classificaçãode Ativos. Disponível em: https://www.contabeis.com.br/artigos/3414/classificacao-de-
ativos/. 
 
16 
 
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 - Passivo: compreende as origens de recursos representados pelas 
obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão 
ativos para a sua liquidação. 
 - Patrimônio Líquido: compreende os recursos próprios da Entidade, e 
seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. 
Recomendo a leitura atenciosa da SEÇÃO III da Lei nº 6.404. de 15 de 
dezembro de 1976, constante do tópico LEGISLAÇÃO REFERENTE nesse 
material. 
Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e 
reclassificações nas contas patrimoniais, entre os mais comuns são: 
1 – na data da elaboração do balanço (geralmente 31 de dezembro), 
prepara-se o balancete de verificação, da mesma forma ao que se faz 
mensalmente; 
2 – confronta-se o saldo de cada conta do razão com os livros ou sistema 
de controles auxiliares tais como: livro caixa, contas correntes, registro de 
duplicatas, controle de estoques de mercadorias, sistema do ativo imobilizado, 
etc.; 
3 – elabora-se o inventário dos materiais, de mercadorias, dos produtos 
manufaturados, dos produtos em elaboração, dos móveis e utensílios, das 
máquinas e equipamentos, das duplicatas a receber e a pagar, dos devedores e 
credores em contas correntes, e de outros componentes patrimoniais suscetíveis 
de serem inventariados; 
4 – após elaborar o inventário, confrontam-se seus totais com os saldos 
das respectivas contas e dos registros específicos de cada bem. Caso sejam 
constatadas divergências, e apuradas suas causas, deve-se proceder aos 
ajustes; 
5 – efetua-se os cálculos de depreciação, amortização e exaustão dos 
bens e direitos, procedendo-se aos respectivos lançamentos. Nas empresas que 
apuram custos mensais, as depreciações, amortizações e exaustões de 
recursos são apropriadas mensalmente; 
 
17 
 
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6 – procede-se à regularização das contas de despesas dos exercícios 
seguintes (seguros a apropriar, assinaturas de periódicos, etc.) 
7 – apura-se o resultado da conta de mercadorias, transferindo-o para a 
conta de resultados; 
8 – ajusta-se outras contas patrimoniais, como os investimentos, 
transferência das parcelas a vencer no exercício seguinte do passivo não 
circulante para o circulante, variações cambiais e monetárias sobre os valores a 
receber e pagar (do tipo empréstimos bancários), apropriação dos juros sobre 
aplicações financeiras, provisão de férias, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Karla Kenya Aragão de Moura 
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LEGISLAÇÃO REFERENTE 
 
- Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações) 
 
CAPÍTULO XV 
Exercício Social e Demonstrações Financeiras 
SEÇÃO II 
Demonstrações Financeiras 
Disposições Gerais 
 
 Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base 
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 I - balanço patrimonial; 
 II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
 III - demonstração do resultado do exercício; e 
 IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, 
de 2007) 
 V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela 
Lei nº 11.638, de 2007) 
 § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação 
dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. 
 § 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; 
os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza 
e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas 
é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou 
"contas-correntes". 
 § 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros 
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua 
aprovação pela assembléia-geral. 
 § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e 
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para 
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. 
 
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 § 5º As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 
2009) 
I – apresentar informações sobre a base de preparação das 
demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e 
aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 
2009) 
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no 
Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias 
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação 
adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, 
de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender 
a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, 
parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas 
avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias 
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações 
a longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela 
Lei nº 11.941, de 2009) 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei 
nº 11.941, de 2009) 
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que 
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os 
resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
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 § 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, 
inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à 
elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada 
pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 § 7º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar 
de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
 
SEÇÃO III 
Balanço Patrimonial 
Grupo de Contas 
 
 Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e 
a análise da situação financeira da companhia. 
 § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
 I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 § 2º No passivo, ascontas serão classificadas nos seguintes grupos: 
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de 
compensar serão classificados separadamente. 
 
Ativo 
 
 Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
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 I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso 
do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte; 
 II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término 
do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, 
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem 
negócios usuais na exploração do objeto da companhia; 
 III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades 
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que 
não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
 IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação 
dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 V – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo 
terá por base o prazo desse ciclo. 
 
Passivo Exigível 
 
 Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para 
aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo 
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não 
circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no 
parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 
2009) 
 
Patrimônio Líquido 
 
 Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
 
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 § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que 
registrarem: 
 a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e 
a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a 
importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de 
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; 
 b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
 § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. 
 § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos 
a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, 
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de 
Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas 
pela apropriação de lucros da companhia. 
 § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos 
aplicados na sua aquisição. 
 
Critérios de Avaliação do Ativo 
 
 Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: 
 I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em 
direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a 
longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 
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 a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à 
negociação ou disponíveis para venda; e (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 
2009) 
 b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado 
conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de 
realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos 
e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio 
da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em 
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para 
ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; 
 III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, 
ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido 
de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa 
perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em 
razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas 
bonificadas; 
 IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão 
para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução 
do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; 
 V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, 
deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou 
exaustão; 
 VI – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição 
deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 
11.638, de 2007) 
 VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão 
ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito 
relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 § 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual 
possam ser repostos, mediante compra no mercado; 
 b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização 
mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas 
necessárias para a venda, e a margem de lucro; 
 
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 c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a 
terceiros. 
 d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado 
ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes 
independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado 
instrumento financeiro: (Incluída pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de 
outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela 
Lei nº 11.638, de 2007) 
 2) o valor presente líquido dos fluxos de caixafuturos para instrumentos 
financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638, 
de 2007) 
 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de 
precificação de instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 § 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível 
será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
 a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm 
por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação 
da natureza ou obsolescência; 
 b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado 
na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer 
outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam 
bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; 
 c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua 
exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens 
aplicados nessa exploração. 
 § 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a 
recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que 
sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver 
decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam 
ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para 
recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida 
útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. 
(Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 
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 § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser 
avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito 
pela técnica contábil. 
 
Critérios de Avaliação do Passivo 
 
 Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo 
com os seguintes critérios: 
 I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive 
Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão 
computados pelo valor atualizado até a data do balanço; 
 II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, 
serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do 
balanço; 
 III - as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não 
circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados 
quando houver efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
Critérios de Avaliação em Operações Societárias 
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
 Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá, com base na 
competência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei, normas especiais de 
avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, participações 
societárias ou negócios. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
SEÇÃO V 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 
 Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: 
 I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos; 
 II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e 
serviços vendidos e o lucro bruto; 
 
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 III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
 IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto; 
 VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social. 
 § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: 
 a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da 
sua realização em moeda; e 
 b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos. 
 § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) (Revogado 
pela Lei nº 11.638,de 2007) 
 
SEÇÃO VI 
Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado 
(Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 
 Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 
176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o 
exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas 
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 
2007) 
 a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 
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 II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela 
companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a 
geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, 
governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. (Redação 
dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
 
- Deliberação nº 547, de 13 de agosto de 2008 
 
Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 03 do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis, que trata da Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC. 
 
A PRESIDENTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM torna 
público que o Colegiado, em reunião realizada nesta data, com fundamento nos 
§§ 3º e 5º do art. 177 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, combinado 
com os incisos II e IV do § 1o do art. 22 da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, e considerando a importância e a obrigatoriedade, especialmente para as 
companhias abertas, de que as normas contábeis brasileiras sejam 
convergentes com as normas contábeis internacionais; deliberou: 
I - aprovar e tornar obrigatório, para as companhias abertas, o Pronunciamento 
Técnico CPC 03, anexo à presente Deliberação, que trata da Demonstração dos 
Fluxos de Caixa, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC; 
II - facultar às companhias abertas a apresentação comparativa da 
Demonstração dos Fluxos de Caixa, exceto para aquelas que elaboraram e 
divulgaram esta demonstração no exercício anterior; 
III - facultar às companhias abertas a divulgação da Demonstração dos Fluxos 
de Caixa em nota explicativa às Informações Trimestrais - ITRs de 2008. 
 
- PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 03 
 
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 
 
Objetivo 
1. As informações dos fluxos de caixa de uma entidade são úteis para 
proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar 
a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas 
necessidades de liquidez. As decisões econômicas que são tomadas pelos 
 
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usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e 
equivalentes de caixa, bem como da época e do grau de segurança de geração 
de tais recursos.2. Este Pronunciamento fornece informação acerca das alterações históricas de 
caixa e equivalentes de caixa de uma entidade por meio de demonstração que 
classifique os fluxos de caixa do período por atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento. 
 
Alcance 
3. A entidade deve elaborar demonstração dos fluxos de caixa de acordo com 
os requisitos deste Pronunciamento e apresentá-la como parte integrante das 
suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada período. 
4. Os usuários das demonstrações contábeis se interessam em conhecer como 
a entidade gera e usa os recursos de caixa e equivalentes de caixa, 
independentemente da natureza das suas atividades, mesmo que o caixa seja 
considerado como produto da entidade, como é o caso de instituição financeira. 
As entidades necessitam de caixa essencialmente pelas mesmas razões, por 
mais diferentes que sejam as suas principais atividades geradoras de receita. 
Elas precisam dos recursos de caixa para efetuar suas operações, pagar suas 
obrigações e prover um retorno para seus investidores. Assim sendo, este 
Pronunciamento requer que todas as entidades apresentem uma demonstração 
dos fluxos de caixa. 
 
Benefícios das Informações dos Fluxos de Caixa 
5. A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as 
demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os 
usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua 
estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para 
alterar os valores e prazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças 
nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são 
úteis para avaliar a capacidade de a entidade gerar recursos dessa natureza e 
possibilitam aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor 
presente de futuros fluxos de caixa de diferentes entidades. A demonstração dos 
fluxos de caixa também melhora a comparabilidade dos relatórios de 
desempenho operacional para diferentes entidades porque reduz os efeitos 
decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas 
transações e eventos. 
6. Informações históricas dos fluxos de caixa são frequentemente usadas como 
indicador do valor, época e grau de segurança dos fluxos de caixa futuros. 
Também são úteis para verificar a exatidão das avaliações feitas, no passado, 
 
29 
 
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dos fluxos de caixa futuros, assim como para examinar a relação entre a 
lucratividade e os fluxos de caixa líquidos e o impacto de variações de preços. 
[...] 
Apresentação de uma Demonstração dos Fluxos de Caixa 
11. A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa de 
período classificados por atividades operacionais, de investimento e de 
financiamento. 
12. A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa decorrentes das atividades 
operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais 
apropriada a seus negócios. A classificação por atividade proporciona 
informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades 
sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes 
de caixa. Essas informações podem também ser usadas para avaliar a relação 
entre essas atividades. 
13. Uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de 
uma atividade. Por exemplo, quando o desembolso de caixa para pagamento de 
um empréstimo inclui tanto os juros como o principal, a parte dos juros pode ser 
classificada como atividade operacional, mas a parte do principal deve ser 
classificada como atividade de financiamento. 
 
Atividades Operacionais 
14. O montante dos fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais é 
um indicador chave da extensão na qual as operações da entidade têm gerado 
suficientes fluxos de caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade 
operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer 
novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. As 
informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais 
históricos são úteis, em conjunto com outras informações, na projeção de futuros 
fluxos de caixa operacionais. 
15. Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente 
derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, 
eles geralmente resultam das transações e de outros eventos que entram na 
apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem 
das atividades operacionais são: 
(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de 
serviços; 
(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e 
outras receitas; 
 
30 
 
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(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; 
(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados; 
(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e 
sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; 
(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos 
que possam ser especificamente identificados com as atividades de 
financiamento ou de investimento; e 
(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para 
negociação imediata ou disponíveis para venda futura. 
Algumas transações, como a venda de um ativo imobilizado, podem resultar em 
ganho ou perda, que é incluído na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Os 
fluxos de caixa relativos a tais transações são fluxos de caixa provenientes de 
atividades de investimento. Entretanto, pagamentos para a produção ou 
aquisição de ativos destinados a aluguel para terceiros e, em sequência, serem 
vendidos, são fluxos de caixa das atividades operacionais. Os recebimentos de 
aluguéis e das subsequentes vendas de tais ativos são também fluxos de caixa 
das atividades operacionais. 
16. Uma entidade pode ter títulos e empréstimos para fins de intermediação que 
sejam semelhantes a estoques adquiridos especificamente para revenda. 
Portanto, os fluxos de caixa decorrentes da compra e venda desses títulos são 
classificados como atividades operacionais. Da mesma forma, as antecipações 
de caixa e os empréstimos feitos por instituições financeiras são comumente 
classificados como atividades operacionais, uma vez que se referem à principal 
atividade geradora de receita dessas entidades. 
17. A conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades 
operacionais deve ser fornecida de forma que os usuários tenham elementos 
para avaliar os efeitos líquidos das atividades operacionais e de outros eventos 
que afetam o lucro líquido e os fluxos operacionais de caixa em diferentes 
períodos. 
 
Atividades de Investimento 
18. A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de 
investimento é importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão 
em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de 
gerar resultados e fluxos de caixa no futuro. Exemplos de fluxos de caixa 
decorrentes das atividades de investimento são: 
 
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(a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e 
outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de 
desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria; 
(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, 
intangível e outros ativos de longo prazo; 
(c) pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras 
entidades e participações societárias em joint ventures (exceto desembolsos 
referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos 
para negociação imediata ou venda futura);(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos 
de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures 
(exceto recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes 
de caixa e os mantidos para negociação); 
(e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto 
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); 
(f) recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização 
de empréstimos concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e 
empréstimos de uma instituição financeira); 
(g) pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, 
exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou 
venda futura, ou os pagamentos forem classificados como atividades de 
financiamento; e 
(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, 
exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou 
venda futura, ou os recebimentos forem classificados como atividades de 
financiamento. 
Quando um contrato for contabilizado como proteção (hedge) de uma posição 
identificável, os fluxos de caixa do contrato devem ser classificados do mesmo 
modo como foram classificados os fluxos de caixa da posição que estiver sendo 
protegida. 
 
Atividades de Financiamento 
19. A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de 
financiamento é importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros 
fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de 
caixa decorrentes das atividades de financiamento são: 
(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos 
patrimoniais; 
 
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(b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da 
entidade; 
(c) caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos, 
títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos; 
(d) amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures 
emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazos; 
e 
(e) pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do passivo relativo 
a arrendamento mercantil financeiro. 
 
Divulgação de Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais 
20. A entidade deve divulgar os fluxos de caixa das atividades operacionais, 
usando: 
(a) o método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos 
brutos e pagamentos brutos são divulgadas; ou 
(b) o método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou prejuízo é ajustado 
pelos efeitos: 
(i) das transações que não envolvem caixa; 
(ii) de quaisquer diferimentos ou outras apropriações por competência 
sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros; e 
(iii) de itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das 
atividades de investimento ou de financiamento. 
21. De acordo com o método direto, as informações sobre as principais classes 
de recebimentos brutos e de pagamentos brutos podem ser obtidas: 
(a) dos registros contábeis da entidade; ou 
(b) ajustando as vendas, os custos das vendas (no caso de instituições 
financeiras, os componentes formadores da margem financeira, juntamente 
com as receitas com serviços e tarifas) e outros itens da demonstração do 
resultado referentes a: 
(i) mudanças ocorridas no período nos estoques e nas contas 
operacionais a receber e a pagar; 
(ii) outros itens que não envolvem caixa; e 
(iii) outros itens cujos efeitos no caixa sejam fluxos de caixa decorrentes 
das atividades de financiamento e de investimento. 
 
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22. De acordo com o método indireto, o fluxo de caixa líquido das atividades 
operacionais é determinado ajustando o lucro líquido ou prejuízo quanto aos 
efeitos de: 
(a) mudanças ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais 
a receber e a pagar; 
(b) itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões, impostos 
diferidos, variações cambiais não realizadas, resultado de equivalência 
patrimonial em investimentos e participação de minoritários, quando 
aplicável; e 
(c) todos os outros itens cujos efeitos sobre o caixa sejam fluxos de caixa 
decorrentes das atividades de investimento ou de financiamento. 
Alternativamente, o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais pode ser 
apresentado conforme o método indireto, mostrando as receitas e as despesas 
divulgadas na demonstração do resultado e as mudanças ocorridas no período 
nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar. 
A conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades 
operacionais deve ser fornecida obrigatoriamente caso a entidade use o método 
direto para apurar o fluxo líquido das atividades operacionais. A conciliação deve 
apresentar, separadamente, por categoria, os principais itens a serem 
reconciliados, à semelhança do que deve fazer a entidade que use o método 
indireto em relação aos ajustes ao lucro líquido ou prejuízo para apurar o fluxo 
de caixa líquido das atividades operacionais. 
Além das principais classes de diferimentos, provisões e de outros ajustes ao 
lucro líquido, essa conciliação deve demonstrar, no mínimo, as mudanças 
ocorridas no período nos recebíveis relativos às atividades operacionais, nos 
estoques, assim como nos pagamentos vinculados às atividades operacionais. 
Recomenda-se às entidades fornecerem outros detalhes dessas categorias de 
contas que sejam relevantes. Por exemplo, alterações nas contas a receber de 
clientes em razão da venda de mercadorias, produtos ou serviços poderiam ser 
apresentadas separadamente das mudanças em outros recebíveis operacionais. 
Além disso, se o método indireto for utilizado, os montantes de juros pagos 
(líquidos dos valores capitalizados) e os valores do imposto de renda e da 
contribuição social sobre o lucro líquido pagos durante o período devem ser 
informados de forma detalhada em notas explicativas. No caso do imposto de 
renda, da contribuição social e dos demais tributos, bem como no caso dos 
encargos com INSS e assemelhados, devem ser claramente destacados os 
montantes relativos à tributação da entidade. O pagamento dos valores retidos 
na fonte de terceiros e apenas recolhidos pela entidade é pagamento classificado 
conforme sua origem como, por exemplo: o recolhimento dos valores retidos da 
mão-de-obra é classificado como parte das despesas operacionais, ou do 
imobilizado construído com tal mão-de-obra, etc. 
 
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Divulgação dos Fluxos de Caixa das Atividades de Investimento e de 
Financiamento 
23. A entidade deve apresentar separadamente as principais classes de 
recebimentos brutos e de pagamentos brutos decorrentes das atividades de 
investimento e de financiamento, exceto quando os fluxos de caixa, nas 
condições descritas nos itens 24 e 27, forem apresentados em base líquida. 
 
Divulgação dos Fluxos de Caixa em Base Líquida 
24. Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais, de investimento 
e de financiamento podem ser apresentados numa base líquida nas situações 
em que houver: 
(a) recebimentos e pagamentos de caixa em favor ou em nome de clientes, 
quando os fluxos de caixa refletirem mais as atividades dos clientes do que 
as da própria entidade; e 
(b) recebimentos e pagamentos de caixa referentes a itens cuja rotação seja 
rápida, os valores sejam significativos e os vencimentos sejam de curto 
prazo. 
25. Exemplos de recebimentos e pagamentos referentes ao item 24(a) são: 
(a) movimentação (depósitos e saques) em contas de depósitos à vista em 
um banco; 
(b) fundos mantidos para clientes por uma companhia de investimento; e 
(c) aluguéis cobrados em nome de terceiros e pagos inteiramente aos 
proprietários dos imóveis.26. Exemplos de recebimentos e pagamentos referentes ao item 24(b) são 
adiantamentos destinados a, e o reembolso de: 
(a) pagamentos e recebimentos relativos aos cartões de crédito de clientes; 
(b) compra e venda de investimentos; e 
(c) outros empréstimos tomados a curto prazo, como, por exemplo, os que 
têm vencimento em três meses ou menos contados a partir da respectiva 
contratação. 
27. Os fluxos de caixa decorrentes das seguintes atividades de uma instituição 
financeira podem ser apresentados em base líquida: 
(a) recebimentos e pagamentos de caixa pelo aceite e resgate de depósitos 
a prazo fixo; 
(b) colocação de depósitos ou sua retirada de outras; 
 
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(c) adiantamentos e empréstimos de caixa feitos a clientes, e a amortização 
desses adiantamentos e empréstimos. 
 
Fluxos de Caixa em Moeda Estrangeira 
28. Os fluxos de caixa decorrentes de transações em moeda estrangeira devem 
ser registrados na moeda funcional da entidade, convertendo-se o montante em 
moeda estrangeira à taxa cambial na data de cada fluxo de caixa. 
29. Os fluxos de caixa de controlada no exterior devem ser convertidos para a 
moeda funcional da controladora, utilizando-se a taxa cambial na data de cada 
fluxo de caixa. 
30. Os fluxos de caixa denominados em moeda estrangeira devem ser 
divulgados de acordo com o Pronunciamento CPC n°. 02 - Efeitos das Mudanças 
nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis. A taxa média 
ponderada de câmbio para um período pode ser utilizada para registrar as 
transações em moeda estrangeira ou para a conversão dos fluxos de caixa de 
controlada no exterior, se o resultado não for substancialmente diferente daquele 
que seria obtido se as taxas de câmbio efetivas das datas de cada fluxo de caixa 
fossem usadas para esses fins. De acordo com o citado Pronunciamento CPC 
n°. 02, não é permitido o uso da taxa de câmbio da data do balanço patrimonial 
para conversão da demonstração dos fluxos de caixa de controladas ou 
coligadas no exterior. 
31. Ganhos e perdas não realizados resultantes de mudanças nas taxas de 
câmbio de moedas estrangeiras não são fluxos de caixa. Todavia, o efeito das 
mudanças nas taxas cambiais sobre o caixa e equivalentes de caixa, mantidos 
ou devidos em moeda estrangeira, é apresentado na demonstração dos fluxos 
de caixa, a fim de reconciliar o caixa e equivalentes de caixa no começo e no fim 
do período. Esse valor é apresentado separadamente dos fluxos de caixa das 
atividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as 
diferenças, se existirem, caso tais fluxos de caixa tivessem sido divulgados às 
taxas de câmbio do fim do período. 
 
Juros e Dividendos 
32. Os fluxos de caixa referentes a juros, dividendos e juros sobre o capital 
próprio recebidos e pagos devem ser apresentados separadamente. Cada um 
deles deve ser classificado de maneira uniforme, de período a período, como 
decorrentes de atividades operacionais, de investimento ou de financiamento. 
33. O valor total dos juros pagos durante o período é divulgado na demonstração 
dos fluxos de caixa, quer tenha sido reconhecido como despesa na 
 
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demonstração do resultado, quer tenha sido capitalizado, como decorrente de 
atividades de investimento. 
34. Os juros pagos e recebidos e os dividendos e juros sobre o capital próprio 
recebidos são comumente classificados como fluxos de caixa operacionais em 
instituições financeiras. Todavia, não há consenso sobre a classificação desses 
fluxos de caixa para outras entidades. Os juros pagos e recebidos e os 
dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos podem ser classificados 
como fluxos de caixa operacionais, porque eles entram na determinação do lucro 
líquido ou prejuízo. Alternativamente, os juros pagos e os juros e dividendos e 
os juros sobre o capital próprio recebidos podem ser classificados como fluxos 
de caixa de financiamento e fluxos de caixa de investimento, respectivamente, 
porque são custos de obtenção de recursos financeiros ou retorno sobre 
investimentos. 
35. Os dividendos e os juros sobre o capital próprio pagos podem ser 
classificados como fluxo de caixa de financiamento porque são custos da 
obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, os dividendos e os juros 
sobre o capital próprio pagos podem ser classificados como componente dos 
fluxos de caixa das atividades operacionais, a fim de auxiliar os usuários a 
determinar a capacidade de a entidade pagar dividendos e juros sobre o capital 
próprio utilizando os fluxos de caixa operacionais. 
36. Este Pronunciamento encoraja fortemente as entidades a classificarem os 
juros, recebidos ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio 
recebidos como fluxos de caixa das atividades operacionais, e os dividendos e 
juros sobre o capital próprio pagos como fluxos de caixa das atividades de 
financiamento. Alternativa diferente deve ser seguida de nota evidenciando esse 
fato. 
 
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
37. Os fluxos de caixa referentes ao imposto de renda e contribuição social sobre 
o lucro líquido devem ser apresentados separadamente como fluxos de caixa 
das atividades operacionais, a menos que possam ser especificamente 
relacionados com atividades de financiamento e de investimento. 
38. Os impostos sobre a renda resultam de transações que dão lugar a fluxos de 
caixa classificados como atividades operacionais, de investimento ou de 
financiamento na demonstração dos fluxos de caixa. Embora a despesa com 
impostos possa ser prontamente identificável com as atividades de investimento 
ou de financiamento, torna-se às vezes impraticável identificar os respectivos 
fluxos de caixa dos impostos, que podem, também, ocorrer em período diferente 
dos fluxos de caixa da transação básica. Portanto, os impostos pagos são 
comumente classificados como fluxos de caixa das atividades operacionais. 
 
37 
 
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Todavia, quando for praticável identificar o fluxo de caixa dos impostos com uma 
determinada transação, da qual resultem fluxos de caixa que sejam classificados 
como atividades de investimento ou de financiamento, o fluxo de caixa dos 
impostos deve ser classificado como atividade de investimento ou de 
financiamento, conforme seja apropriado. Quando os fluxos de caixa dos 
impostos forem alocados em mais de uma classe de atividade, o valor total dos 
impostos pagos do período também deve ser divulgado. 
 
Investimentos em Controladas, Coligadas e Empreendimentos em 
Conjunto 
39. Quando a contabilização do investimento baseia-se no método da 
equivalência patrimonial ou no método de custo, a entidade investidora fica 
limitada a apresentar, na demonstração dos fluxos de caixa, os fluxos de caixa 
entre a própria entidade investidora e a entidade na qual participe (por exemplo, 
coligada ou controlada), representados, por exemplo, por dividendos e por 
adiantamentos. 
40. A entidade que contabilize seu investimento em uma entidade de controle 
conjunto, utilizando a consolidação proporcional, deve incluir em sua 
demonstração consolidada dos fluxos de caixa sua parte proporcional nos fluxos 
de caixa da entidade controlada em conjunto. A entidade que contabilize tais 
investimentos usando o método da equivalência patrimonial deve incluir, em sua 
demonstração dos fluxos de caixa, os fluxos de caixa referentes a seus 
investimentos na entidade de controle conjunto e as distribuições de lucros e 
outros pagamentos ou recebimentos entre a entidade e a entidade de controle 
conjunto. 
 
Aquisições e Vendas de Controladas e Outras Unidades de Negócios 
41. Os fluxos de caixa totais decorrentes da obtenção e da perda de controle de 
controladas ou outros negócios devem ser apresentados separadamentee 
classificados como atividades de investimento. 
42. A entidade deve divulgar, no total, com respeito tanto à obtenção quanto à 
perda do controle de controladas ou outros negócios que ocorreram durante o 
período, cada um dos seguintes itens: 
(a) o montante total pago para obtenção do controle ou o montante total 
recebido na perda do controle; 
(b) a parcela do montante total de compra ou de venda paga ou recebida em 
caixa e em equivalentes de caixa; 
 
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(c) o saldo de caixa e equivalentes de caixa das controladas ou outros 
negócios sobre os quais o controle foi obtido ou perdido; e 
(d) o valor dos ativos e passivos (exceto caixa e equivalentes de caixa) das 
controladas e outros negócios sobre os quais o controle foi obtido ou perdido, 
resumido pelas principais classificações. 
43. A apresentação separada dos fluxos de caixa resultantes da obtenção ou da 
perda de controle de controladas ou outros negócios, em linhas específicas da 
demonstração, juntamente com a apresentação separada dos valores dos ativos 
e passivos adquiridos ou alienados, possibilita a distinção desses fluxos de caixa 
dos demais decorrentes de outras atividades operacionais, de investimento e de 
financiamento. Os efeitos dos fluxos de caixa decorrentes das vendas não 
devem ser deduzidos dos efeitos decorrentes das aquisições. 
44. O valor total de caixa pago ou recebido como montante transferido para 
obtenção ou perda do controle de controladas ou outros negócios deve ser 
apresentado na demonstração dos fluxos de caixa, líquido do saldo de caixa ou 
equivalentes de caixa da controlada ou outra unidade de negócio adquirida ou 
alienada. 
45. Os fluxos de caixa decorrentes de mudanças no percentual de participação 
em uma controlada que não resultem na perda do controle devem ser 
classificados como caixa das atividades de financiamento. 
46. As mudanças no percentual de participação em uma controlada que não 
resultem na perda de controle, tais como compras de novas ações ou vendas de 
parte das ações da controlada, posteriormente ao momento da obtenção do 
controle, devem ser contabilizadas como transações de capital entre sócios ou 
acionistas. Portanto, o fluxo de caixa resultante é classificado da mesma forma 
que outras transações entre sócios ou acionistas, como atividade de 
financiamento. 
 
Transações que não Envolvem Caixa ou Equivalentes de Caixa 
47. Transações de investimento e financiamento que não envolvem o uso de 
caixa ou equivalentes de caixa não devem ser incluídas na demonstração dos 
fluxos de caixa. Tais transações devem ser divulgadas nas notas explicativas às 
demonstrações contábeis, de modo que forneçam todas as informações 
relevantes sobre essas atividades de financiamento e de investimento. 
48. Muitas atividades de investimento e de financiamento não impactam 
diretamente os fluxos de caixa, embora afetem a estrutura de capital e de ativos 
de uma entidade. A não-inclusão dessas transações é consistente com o objetivo 
da demonstração dos fluxos de caixa, visto que tais itens não envolvem fluxos 
de caixa no período corrente. 
 
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Exemplos de transações que não envolvem o caixa ou equivalente de caixa são: 
(a) a aquisição de ativos com assunção direta do respectivo passivo ou por 
meio de arrendamento financeiro; 
(b) a aquisição de entidade por meio de emissão de ações; e 
(c) a conversão de dívida em capital. 
 
Componentes de Caixa e Equivalentes de Caixa 
49. A entidade deve divulgar os componentes de caixa e equivalentes de caixa 
e deve apresentar uma conciliação dos valores em sua demonstração dos fluxos 
de caixa com os respectivos itens divulgados no balanço patrimonial. 
50. Em vista da variedade de práticas de gestão de caixa e de produtos 
bancários, a entidade deve divulgar a política que adota na determinação da 
composição do caixa e equivalentes de caixa. 
51. O efeito de qualquer mudança na política para determinar os componentes 
de caixa e equivalentes de caixa, como, por exemplo, mudança na classificação 
dos instrumentos financeiros previamente considerados como parte da carteira 
de investimentos da entidade, deve ser apresentado de acordo com regra 
específica sobre Práticas Contábeis, Mudanças em Estimativas e Correção de 
Erro. 
 
Outras Divulgações 
52. A entidade deve divulgar, em nota explicativa, acompanhada de um 
comentário da administração, os saldos de caixa e equivalentes de caixa que 
não estejam disponíveis para uso pelo grupo (ver item seguinte). 
53. Existem diversas circunstâncias em que os saldos de caixa e equivalentes 
de caixa não estão disponíveis para uso do grupo. Entre os exemplos estão 
saldos de caixa e equivalentes de caixa em poder de controlada que opere em 
país no qual se apliquem controles cambiais ou outras restrições legais que 
impeçam o uso geral dos saldos pela controladora ou outras controladas. 
54. Informações adicionais podem ser importantes para que os usuários 
entendam a posição financeira e a liquidez da entidade. A divulgação de tais 
informações em nota explicativa é recomendada e pode incluir: 
(a) o valor de linhas de crédito obtidas, mas não utilizadas, que podem estar 
disponíveis para futuras atividades operacionais e para satisfazer 
compromissos de capital, indicando restrições, se houver, sobre o uso de 
tais linhas de crédito; 
 
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(b) o valor dos fluxos de caixa de cada uma das atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento, referentes aos investimentos em entidades 
de controle conjunto, contabilizado mediante o uso da consolidação 
proporcional; 
(c) o valor dos fluxos de caixa que representam aumentos na capacidade 
operacional, separadamente dos fluxos de caixa que são necessários para 
apenas manter a capacidade operacional; 
(d) o valor dos fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais, de 
investimento e de financiamento de cada segmento industrial, comercial ou 
de serviços e geográfico; 
(e) os montantes totais dos juros e dividendos e juros sobre o capital próprio, 
pagos e recebidos, separadamente, bem como o montante total do imposto 
de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido pagos, neste caso 
destacando os montantes relativos à tributação da entidade daqueles retidos 
na fonte de terceiros e apenas recolhidos pela entidade (item 22). 
55. A divulgação separada dos fluxos de caixa que representam aumentos na 
capacidade operacional e dos fluxos de caixa que são necessários para manter 
a capacidade operacional é útil para permitir ao usuário determinar se a entidade 
está investindo adequadamente na manutenção da sua capacidade operacional. 
A entidade que não investe adequadamente na manutenção de sua capacidade 
operacional pode estar prejudicando a futura lucratividade em favor da liquidez 
corrente e da distribuição de lucros aos proprietários. 
56. A divulgação dos fluxos de caixa por segmento permite aos usuários obter 
melhor entendimento da relação entre os fluxos de caixa dos negócios, como um 
todo, e os de suas partes componentes, e a disponibilidade e variabilidade dos 
fluxos de caixa por segmento. 
57. As demonstrações contábeis não devem divulgar o valor dos fluxos de caixa 
por ação. Nem o fluxo de caixa líquido nem quaisquer de seus componentes 
substituem o lucro líquido como indicador de desempenho da entidade, como a 
divulgação de um fluxo de caixa por ação poderia sugerir. 
 
 
 
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QUESTÕES 
 
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Instituto AOCP) De acordo com a Lei 
das Sociedades por Ações, é determinada a elaboração das demonstrações 
financeiras ao fim de cada exercício social. Assinale alternativa que apresenta 
as demonstrações financeiras exigidas por lei.

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