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Universidade Estadual de Campinas Instituto de Economia CE-482. Economia Internacional 1 Produtividade do Trabalho e Vantagem Comparativa: O Modelo Ricardiano Prof(a). Carolina T. Baltar 1 Vantagem Comparativa • Custo de Oportunidade: custo de oportunidade do bem 1 em termos do bem 2 representa a quantidade do bem 2 que poderiam ser fabricadas com os recursos utilizados para produzir uma certa quantidade do bem 1. • Vantagem Comparativa: quando o custo de oportunidade da produção de um bem em relação aos demais é mais baixo nesse país do que em outros. → Comércio pode beneficiar a ambos se cada país exporta os bens que possui vantagem comparativa 2 Hipóteses • Duas economias simples: “Local” e “Estrangeira” – Dois bens são produzidos: vinho e queijo – Trabalho: único fator de produção – Oferta de trabalho é fixa – Produtividade da mão-de-obra: fixa para cada bem (não varia com a quantidade produzida) – Economia “concorrencial” 3 Produtividade Constante • Produtividade do Trabalho em cada setor: número de unidades produzidas em uma hora de trabalho. – “necessidade unitária de trabalho” (número de horas de trabalho necessárias para produzir uma certa quantidade do bem) → inverso da produtividade. • aLV: a necessidade unitária de trabalho para o vinho na economia Local. • aLQ : a necessidade unitária de trabalho para o queijo na Economia Local. • L: oferta de trabalho na Economia Local 4 Exemplo • Recursos totais da economia: oferta total de trabalho (L) – Se L = 120 (economia possui 120 horas de trabalho) – Se aLQ=1e aLV= 2 – Quanto a economia pode produzir de cada bem? • L/aLQ = QQ = 120 quilos de queijo ou • L/aLV = QV = 60 litros de vinho. 5 Fronteira de Possibilidades de Produção • Fronteira de Possibilidades de Produção: combinações de bens que podem ser produzidas pela quantidade de recursos existente.aLQQQ + aLVQV ≤ L, – aLi.Qi : a quantidade de trabalho aplicada à produção do bem i. – Se L = 120, aLQ=1e aLV= 2, obtemos: QQ + 2QV = 120 (Em equilíbrio: aLQQQ + aLVQV = L) 6 Fronteira de Possibilidades de Produção Produção de vinho da Local, a LQ Q Q + a LV Q V = L Qv, em litros O custo de oportunidade do queijo: aLQ/aLV L/aLV P O valor em módulo do declive ∆ Qv/∆ Qq é também igual ao custo de oportunidade do queijo em termos de vinho (0,5). Como a fronteira nesse modelo é linear, o custo de oportunidade é constante. F L/aLQ Produção de queijo da Local, QQ, em quilos 7 Preços Relativos e Oferta • Que combinação de bens a economia efetivamente produzirá, empregando todo L? – Precisamos examinar os preços → preço relativo dos dois bens da economia (preço de um bem em relação ao outro). • O trabalho fluirá para o setor que, dado o preço do produto, pague salários mais altos, até que essa vantagem seja eliminada. 8 Preços Relativos e Oferta • Economia em concorrência perfeita: lucros = 0. • Seja PQ o preço do queijo e PV o preço do vinho: – Salário por hora no setor de queijo = valor de queijo que o trabalhador produz em 1 hora = PLQ / aLQ ; – Salário por hora no setor de vinho = PLV / aLV. • Os salários no setor de queijo são maiores se PQ / aLQ > PV / aLV – A economia se especializaria na produção de queijo → por que produzir vinho, se a remuneração pela produção de queijo é maior? 9 Preços Relativos e Oferta • Se PQ / aLQ > PV / aLV PQ / PV > aLQ/ aLV • aLQ / aLV: custo de oportunidade do queijo em termos do vinho. – A economia se especializará na produção de queijo se o preço relativo do queijo (PQ/PV) superar seu custo de oportunidade; – Se o preço (relativo) de um bem supera o custo (de oportunidade), vale a pena produzir mais desse bem. 10 Preços Relativos e Oferta • Em autarquia: – Economia precisa produzir os dois bens PQ / aLQ = PV / aLV= w (o mesmo salário é pago nos dois setores); PQ / PV = aLQ/ aLV 11 Comércio em um mundo de um só fator • Premissas do modelo: – Há dois países no mundo (Local e Estrangeiro). – Cada um deles produz dois bens (vinho e queijo). – A mão-de-obra é o único fator de produção. – A oferta de mão-de-obra é fixa em cada país e será plenamente empregada. – A produtividade da mão-de-obra em cada bem é fixa. – A mão-de-obra não é móvel entre os dois países. – Economia concorrencial. • Notação: – Todas as variáveis com asterisco referem-se ao país Estrangeiro. 12 Comércio em um mundo de um só fator • Vantagem Absoluta: – Um país tem vantagem absoluta na produção de um bem se tiver uma necessidade de mão-de-obra menor que o outro país para a produção desse bem. – Considere que aLQ < a*LQ e aLV < a*LV • o Local tem vantagem absoluta na produção dos dois bens. → Mesmo assim, é possível haver um comércio benéfico. • O padrão do comércio será determinado pelo conceito da vantagem comparativa. 13 Vantagem Comparativa • Considere que aLQ /aLV < a*LQ /a*LV → aLQ/a*LQ<aLV/a*LV – Isso implica que o custo de oportunidade do queijo em termos do vinho é menor no Local que no Estrangeiro. – Em outras palavras, na ausência de comércio, o preço relativo do queijo no Local é menor que o preço relativo do queijo no Estrangeiro. → O Local tem uma vantagem comparativa no queijo e vai exportá-lo para o Estrangeiro em troca de vinho. 14 As fronteiras de possibilidades de produção Figura 3-1: Fronteira de possibilidades de produção de Local Produção de vinho do Estrangeiro, em litros Q*V, FPP do Estrangeiro mais inclinada do que no local → declividade da fronteira de possibilidades de produção é igual ao custo de oportunidade do queijo em termos de vinho Produção de queijo do Estrangeiro, em quilos Q*Q, 15 L/aLV P L*/a*LV FL/aF LQ * P* L*/a*LQ As fronteiras de possibilidades de produção Figura 3-2: Fronteira de possibilidades de Figura 3-1: Fronteira de possibilidades de produção de Estrangeiroprodução de Local L*/a*LV FQueijo Vinho c.o.Q c.o.V Estrangeiro a*LQ = 6 a*LV = 3 2 0,5 Local aLQ = 1 aLV= 2 0,5 2 16 * P* L*/a*LQ L/aLV P L/aF LQEssas fronteiras seriam compatíveis com números como esses: Preço Relativo após a abertura comercial • O comércio? que determina o preço relativo (ex.: PQ / PV) após o – O preço relativo será aquele que fizer a demanda e a oferta globais de cada bem se igualarem. – Funções de oferta e demanda relativas: • Oferta relativa do queijo: quantidade total de queijo fornecida por ambos os países dividida pela quantidade total de preço vinho relativo. fornecida, (QQ+ Q*Q )/(Q V + Q*V), para cada nível de • Demanda relativa de queijo no mundo é definida de modo semelhante. 17 Preço Relativo após a abertura comercial DR: curva de demanda relativa A curva de demanda DR é tradicional: menor o preço relativo do queijo, maior a demanda por Preço relativo do queijo, PQ / PV ele (em termos absolutos e em relação à demanda por vinho). Uma mudança nas preferências aa**LQ LVpoderia deslocar a curva de demanda de DR para DR1. DR1 18 / aaLQ LV / DR Quantidade de queijo, QQ relativa + Q *Q QV + Q *V Preço Relativo após a abertura comercial Figura 3-3: Oferta e demanda relativas mundiais Preço relativo do queijo, PQ / PV a*LQ / a*LV OR1 Existe especialização nos dois países aLQ / aLV 2 DR DR DR1 Q' L/aLQ L*/a *LV Quantidade de queijo, QQ relativa + Q*Q QV + Q*V Quantidade de queijo, QQ relativa + Q*Q QV + Q*V 19 Preço Relativo após a abertura comercial • O que ocorre se as preferências por queijo em relação a vinho Preço relativo do queijo, PQ / PV mudam? • Que economia se aa**LQ LV / OR beneficiará mais? →Resultado: aaLQ LV DR →Preço relativo do queijo diminui; →Comércio beneficiará mais a economia / DR’ L/aLQ L*/a *LV Quantidade de queijo, QQ relativa + Q *Q QV + Q *V Estrangeira 20 Preço Relativo após a abertura comercial • O que ocorre se as preferências por queijo em relação a vinho Preço relativo do queijo, PQ / PV mudam • Que ainda mais? economia se aa**LQ LV / OR beneficiará mais? Qual é o benefício para a economia Local? →Resultado: aaLQ LV / DR DR’ DR’’ →Preço relativo do queijo diminui (= c.o. Local); →Comércio beneficiará L/aLQ L*/a *LV Quantidade de queijo, QQ relativa + Q *Q QV + Q *V apenas a economia Estrangeira 21 Preço Relativo após a abertura comercial • O que ocorre se a população do país Local for menor? Preço relativo do queijo, PQ / PV • O que ocorrerá com os preços relativos? aa**LQ LV / OR • Que economia se beneficiará mais? • Supor: DR não se altera aaLQ LV / DR →Resultado: →Aumento do preço relativo do queijo; →Comércio beneficiará L/aLQ L*/a *LV Quantidade de queijo, QQ relativa + Q *Q QV + Q *V ainda mais a economia Local 22 Preço Relativo após a abertura comercial • O que ocorre se a produtividade em queijo da economia Local for Preço relativo do queijo, PQ / PV maior? • O que ocorrerá com os aa**LQ LV / OR preços relativos? • Que economia beneficiará mais? se aaLQ LV / DR • Supor: DR não se altera →Resultado: →Preço relativo do queijo diminui; L/aLQ L*/a *LV Quantidade de queijo, QQ relativa + Q *Q QV + Q *V →Benefício: para Local depende! 23 Ganhos de Comércio • A especialização conforme as vantagens comparativas gera “ganhos de comércio” (i.e., quando o preço relativo é diferente do preço de autarquia original). • Duas formas de ilustrar os ganhos obtidos com o comércio: (1) Comércio como método indireto de produção. (2) Comércio aumentando a possibilidade de consumo de cada país. 24 Ganhos de Comércio (1) Comércio como método indireto de produção –Em Local, o comércio internacional permite “produzir vinho por meio de queijo” de forma mais eficiente do que a produção “direta”. • Em autarquia, Local poderia utilizar 1 unidade L para produzir 1/aLV l. de vinho. • Alternativamente, pode usar este mesmo L para produzir 1/a LQ kg. de queijo. • Cada kg. é trocado internacionalmente por PQ/PV litros: –cada hora de trabalho gera, pelo comércio internacional, (1/ aLQ) (PQ/PV) litros de vinho. –Como (1/ aLQ) (PQ/PV) > 1/aLV, mais litros de vinho são obtidos. –Rearranjando: (PQ/PV) > aLQ /a LV 25 Ganhos de Comércio (2) Possibilidades de consumo em cada um país. Na ausência do comércio, a curva de possibilidades de consumo é igual à curva de possibilidades de produção.Figura 3-4: O comércio expande as possibilidades de consumo Quantidade de vinho, QV Quantidade de queijo, QQ 26 Quantidade de vinho, Q *V T(RADE) F * Preços relativos com comércio internacional P F P * T * Quantidade de queijo, Q*Q (a) Local (b) Estrangeiro Exemplo Numérico Tabela 3-2: Necessidades unitárias de trabalho Questões: 1. Qual país tem vantagem comparativa na produção de queijo e vinho? 2. Supondo que no equilíbrio mundial Pq/Pv = 1, haverá especialização? 3. Mostre os ganhos de comércio a partir do conceito de “método indireto de produção” 27 Exemplo Numérico • O exemplo numérico apresentado implica que: aLQ / aLV = 1/2 < a*LQ / a*LV = 2 • No equilíbrio mundial, se o preço relativo do queijo estiver entre esses valores (por exemplo, PQ/PV = 1), ambos os países se especializam e ganham com essa especialização. – Local pode usar uma hora de trabalho para produzir 1/aLV = 0,5 l. de vinho se não comercializar. – Ou, então, pode usar uma hora de trabalho para produzir 1/aLQ = 1 kg. de queijo, vender essa quantidade para o Estrangeiro e obter 1 l. de vinho. 28 Exemplo Numérico • Na ausência de comércio, o Estrangeiro pode usar uma unidade de trabalho para produzir 1/a *LQ = 1/6 kg. de queijo usando a tecnologia doméstica. • Mas uma unidade de trabalho produz 1/a*LV = 1/3 l. de vinho. • Com comércio internacional, Estrangeiro pode obter, com 1/3 l. de vinho, 1/3 kg. de queijo. 29 Ideias Equivocadas sobre Vantagem Comparativa • Produtividade e competitividade – Mito 1: O livre comércio é benéfico somente se um país é suficientemente forte para resistir à concorrência estrangeira. • O argumento não reconhece que o comércio se baseia em vantagens comparativas, não absolutas. 30 Ideias Equivocadas sobre Vantagem Comparativa • O argumento do trabalho miserável – Mito 2: A concorrência estrangeira é injusta e prejudica outros países quando se baseia em salários baixos. • O exemplo mostra que o salário real em Local é maior e aumenta com o comércio. 31 Ideias Equivocadas sobre Vantagem Comparativa • Exploração – Mito 3: O comércio prejudica os trabalhadores em países com salários mais baixos. • Na ausência de comércio, esses trabalhadores estariam em situação ainda pior. 32 Vantagem Comparativa com Diversos Bens • O modelo: –Dois Países: Local e Estrangeiro –Fator de produção: trabalho –Os dois países consomem e podem produzir um número N de bens diferentes. –Tecnologias diferentes, descritas pelas necessidades de unidades de trabalho na produção de cada bem (aLi, a*Li). –É possível ordenar os bens de acordo com as necessidades relativas de unidades de trabalho no país Local e no Estrangeiro: aL1/a*L1< aL2/a*L2< aL3/a*L3 < ....... < aLn/a*Ln 33 Vantagem Comparativa com Diversos Bens • Salários relativos e especialização: –O padrão do comércio depende da taxa de salários de Local em relação a Estrangeiro. –Os bens sempre serão produzidos onde puderem ser produzidos por um custo inferior. • o custo de produção é igual ao produto do salário pela da necessidade unitária de trabalho = waL. OBS: estamos abstraindo a existência de diferenciais entre custo e preço em moeda nacional, bem como a questão da taxa de câmbio. 34 Vantagem Comparativa com Diversos Bens 35 Vantagem Comparativa com Diversos Bens • No exemplo, Local tem vantagens absolutas em todos os bens, à exceção das enchiladas. • Entretanto, se w* for suficientemente baixo em relação a w (w/w* suficientemente alto), Estrangeiro poderá produzir e exportar outros bens. 36 Vantagem Comparativa com Diversos Bens • Que país produz quais bens? – Um país tem vantagem em custos em qualquer bem para o qual sua produtividade relativa seja maior que seu salário relativo. – Supor: w/w*=3 • Local produzirá maçãs, bananas e caviar, enquanto Estrangeiro produzirá tâmaras e enchiladas. – Supor w/w*=1 • Estrangeiro deixará de produzir tâmaras. 37 VantagemComparativa com Diversos Bens • Notaremos que os dois países ganham com o comércio. – Se w/w* = 3, – Quanto custa, em salário Local, produzir tâmaras no Estrangeiro? • Local: 6w • Estrangeiro: 4w → Sai mais barato produzir tâmaras no Estrangeiro. 38 Vantagem Comparativa com Diversos Bens Determinando o salário relativo no modelo multibens – O salário relativo será, em equilíbrio geral, aquele que for compatível com o pleno-emprego nos dois países. – Mais uma vez vamos usar os conceitos de oferta e demanda relativas. Nesse caso, porém, serão as ofertas relativas de trabalho. – Dadas as populações dos dois países e a oferta de trabalho em cada um deles, a oferta relativa tem um valor fixo L/L*. 39 Vantagem Comparativa com Diversos Bens Determinando o salário relativo no modelo multibens – A demanda relativa por trabalho L/L* varia inversamente ao salário relativo w/w*. – Se w/w* aumenta, aumentam os preços: • certos bens deixam de ser produzidos em L; • cai a demanda pelos bens que continuam a ser produzidos em L. 40 Vantagem Comparativa com Diversos Bens • Como construir a curva de demanda relativa por trabalho? – Demanda relativa por trabalho (L/L*) em relação ao salário relativo (w/w*) 41 Vantagem Comparativa com Diversos Bens Figura 3-5: Determinação dos salários relativos a*LI/aLI e salário relativo (w/w *) A curva DR mostra como, com a queda em w/w*, aumenta a demanda por trabalho 10 Maçãs local em relação à demanda por trabalho no estrangeiro (razão L/L*). 8 Bananas Os degraus mostram as razões w/w* em que a produção de um certo bem pode ser partilhada entre os países, bem como o deslocamento de toda essa produção para 4 3Caviar um ou outro país no caso de que w/w* Tâmaras mude. 2 Enchiladas 0,75 DR Quantidade relativa de trabalho, L / L* 42 Vantagem Comparativa com Diversos Bens Figura 3-5: Determinação dos salários relativos a*LI/aLI e salário relativo (w/w *) A curva DR mostra como, com a queda 10 Maçãs 8 Bananas 43 em w/w*, aumenta a demanda por trabalho local em relação à demanda por trabalho no estrangeiro (razão L/L*). Se w/w* superasse 10, L/L* = 0, só haveria demanda para os bens produzidos em Estrangeiro, provocando 4 3Caviar desemprego – e queda de salários – em Tâmaras Local. 2 Enchiladas 0,75 DR Quantidade relativa de trabalho, L / L* Vantagem Comparativa com Diversos Bens Figura 3-5: Determinação dos salários relativos Com w/w* = 10, os dois países produzem maçãs. a*LI/aLI e salário relativo (w/w *) Com uma pequena queda de w/w* abaixo de 10, L/L* dá um pulo: com 10<w/w*<8, só Local produz 10 Maçãs 8 Bananas 44 maçãs. À medida que w/w* cai em direção a 8, aumenta a demanda por maçãs, produzidas em Local, e cai a demanda pelos outros bens. 4 3Caviar - isso porque o preço das maçãs cai em Tâmaras relação ao preço dos demais bens. 2 Enchiladas 0,75 DR Quantidade relativa de trabalho, L / L* Vantagem Comparativa com Diversos Bens Figura 3-5: Determinação dos salários relativos a*LI/aLI e salário relativo (w/w *) Se w/w* cai abaixo de 8, há nova mudança abrupta em L/L*. 10 Maçãs 8 Bananas Toda a produção de bananas desloca-se para Local. 4 Caviar 3Tâmaras 2 Enchiladas 0,75 DR Quantidade relativa de trabalho, L / L* 45 Vantagem Comparativa com Diversos Bens Figura 3-5: Determinação dos salários relativos No gráfico, OR dá a razão entre a força de trabalho em Local e Estrangeiro. a*LI/aLI e salário relativo (w/w *) OR’ OR 10 Maçãs O equilíbrio entre oferta e demanda de trabalho globais ocorre quando w/w* = 3.8 Bananas Com OR, o pleno-emprego implica que Local produz maçãs, bananas e caviar. Com OR’ (menor L/L*, menor pressão 4 3Caviar sobre os salários em Local), ambos os países produziriam caviar. 2 Quantidade relativa de trabalho, L / L* 46 Tâmaras 0,75 Enchiladas DR Inclusão de Custos de Transporte e Bens Não-comercializáveis • O modelo ricardiano prevê forte especialização dos países. • Segundo K&O, os três principais motivos pelos quais a especialização na economia internacional do mundo real é menos intensa são: – A existência de mais de um fator de produção. – As políticas protecionistas. – Os custos de transporte. 47 Inclusão de Custos de Transporte e Bens Não-comercializáveis • A inclusão de custos de transporte faz com que alguns produtos se tornem bens não- comercializáveis (non-tradable). – Bens cuja razão peso-valor é elevada; – Serviços não-comercializáveis. 48 As Limitações do modelo • K&O: – O modelo desconsidera os fatores que amenizam a tendência à especialização. – Não é capaz de iluminar os impactos do comércio sobre a distribuição da renda dentro de cada país. – Desconsidera diferenças nas dotações de fatores dos países. – Desconsidera a existência de economias de escala.49 Vantagens Comparativas na PráticaFigura 3-7: Produtividade e exportações: • Dados (em log) para 1951, de Balassa (1963). • A produtividade norte- americana superava a britânica em 26 indústrias manufatureiras. • Entretanto, as exportações britânicas (para o mundo) superavam as norte-americanas (idem) em 12 setores, principalmente nos setores com maior vantagem comparativa. 50 Vantagens Comparativas na Prática • Estudos posteriores são menos contundentes. • Segundo o livro, isso em parte se deve ao próprio aprofundamento da especialização segundo as vantagens comparativas: – os países deixam de produzir vários bens em que são menos competitivos e com isso suas produtividades não podem mais ser computadas.51 Outro Exemplo Numérico • Em média, a produtividade do trabalho chinês era, em 1995, 5% da alemã. • No setor de vestuário, em que a vantagem comparativa alemã era menor, a produção chinesa (e, presumivelmente, as exportações) era muito superior à alemã. 52 Exercício Questão 1 – A tabela mostra as unidades de trabalho disponíveis em cada país e as unidades de trabalho requeridas para produzir uma unidade de cada commodity em cada país. a) Como se distribuem vantagens absolutas e comparativas entre os países? b) Desenhe o gráfico da fronteira de possibilidade de produção para cada país. c) Construa a curva de oferta relativa mundial. d) Tomando como dado que um quilo de soja é comercializado por 2,2 quilos de milho no mercado internacional (Ps/Pm = 2,2), analise o padrão e os benefícios do comércio. e) Que implicações teria uma queda de Ps/Pm para 2? 53 Alguns Exercícios Questão 2 – A tabela mostra as unidades de trabalho disponíveis em cada país e as unidades de trabalho necessárias para produzir cada commodity em cada país. ▪ a) Desenhe o gráfico da fronteira de possibilidade de produção em cada país. ▪ b) Construa a curva de oferta relativa mundial. ▪ c) Para qual intervalo de preços relativos no mercado internacional (Pt/Pv) o comércio internacional seria vantajoso para ambos os países? ▪ d) Tome um valor arbitrário para Pt/Pv nesse intervalo e analise o padrão e os ganhos do comércio. 54 Alguns Exercícios Questão 3 - “Os trabalhadores chineses ganham apenas $0,50 por hora; se permitirmos que a China exporte o quanto desejar para os Estados Unidos, os salários dos trabalhadores norte-americanos serão forçados para baixo até o mesmo nível. Não se pode importar uma camisa de $5 sem importar o salário de $0,50 que a acompanha”. Discuta a afirmação. 55 Alguns Exercícios Questão 4 - Como ofato de muitos bens não serem comercializáveis afeta o tamanho dos possíveis ganhos do comércio? 56
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