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AULA 6 ESPORTES DE COMBATE OU LUTAS: ENSINO – APRENDIZAGEM – TREINAMENTO Prof. Adalberto Aparecido dos Santos Lopes 2 TEMA 1 – ELEMENTOS SÓCIO-HISTÓRICOS E CULTURAIS DAS ARTES MARCIAIS MISTAS A arte da luta existe há milhares de anos, com referências à defesa da soberania de um povo ou mesmo das necessidades básicas, como alimentação e reprodução. Muitas modalidades foram desenvolvidas nos tempos em que as armas ou a prática direta de artes marciais eram proibidas ou restritas à preparação de exércitos. As raízes de muitas das artes de hoje remontam ao continente asiático (Terry, 2006). O ato de lutar deve ser estudado sob as óticas históricas, filosóficas, sociais e culturais. Uma vez que as artes marciais gozam de grande impacto social, a exemplo dos jogos olímpicos da era moderna e eventos que envolvem grande capital, movimentam economias no mundo, como é o caso do bem-sucedido Ultimate Fighting Championship (UFC). Os golpes desferidos nas distintas modalidades apresentam características temporais e espaciais bem definidas, podendo, assim, ser de fácil e rápida identificação à qual arte marcial se refere determinada ação. Obviamente, muitos pontos em comum podem ser observados em termos de técnica e metodologias de treinamento. Cada modalidade e cada escola dentro de uma modalidade provavelmente terão requisitos exclusivos. Alguns dos sistemas mais populares tiveram origem no Japão, Coréia, Tailândia, Brasil, dentre outras. Diferentes regiões e países deram origem a uma miríade de sistemas mais novos. O compartilhamento de técnicas e conceitos torna impossível detalhar completamente os sistemas, que estão em constante evolução. De forma generalizada, as modalidades podem ser divididas em quatro categorias: a) baseados em golpes traumáticos; b) baseados em arremessos e imobilizações; c) base baseados em armas; d) baseados na prática de exercício/atividade física. Cada modalidade pode também se transformar em elementos de outros sistemas ou até mesmo uma mescla destes. Por exemplo, algumas são baseadas em sistemas de ataque, aplicação de golpes traumáticos e incluem algumas armas, arremessos e imobilizações. Uma modalidade pode ser competitiva e centralizada em torneios ou pode se concentrar predominantemente na prática exclusiva de exercício ou atividade física, por meio de movimentos aeróbicos isolados. Algumas modalidades não permitem contato algum entre os praticantes, enquanto outras variam do contato físico leve ao contato total. A tabela 1 3 apresenta algumas das principais modalidades praticadas na atualidade, o país de origem e suas características majoritárias. Tabela 1 – Principais sistemas de lutas Modalidade Nome nativo País de origem Característica majoritária Aikido 合気道 Japão Movimentação harmoniosa; redirecionamento do ataque adversário Boxe (Pugilismo)* - Inglaterra Golpes de punho nas regiões do rosto e abdome do adversário Capoera - Brasil Chutes; musicalidade Esgrima* - Grécia Utilização de lâminas (florete, espada e sabre) Goju-Ryu 剛柔流 Japão Mescla de técnicas firmes, suaves e circulares Hapkido 합기도 Coreia Chutes, socos, torções e imobilizações; utilização da energia adversária Jeet Kune Do 截拳道 América/China Abordagem do Bruce Lee; modo de se interceptar o punho Judô* 柔道 Japão Caminho da suavidade; arremessos e imobilizações Jujutsu (Jiu- Jitsu) 柔術 Japão Alavancas, torções e pressões Karatê 空手 Japão Chutes, socos, bloqueios Kempo 拳法 Japão Chutes, técnicas de ataque, armas Kendo 剣道 Japão Uso da espada de treino Krav Maga מגע קרב Israel Torções, defesa contra armas de foco, bastões e facas; combate militar Kung-fu 功夫 China Movimentos baseados nas formas dos animais Luta olímpica* - Grécia/EUA/RU Sem golpes traumáticos; Greco-romana (troncos/baços); Livre (todo corpo) Muay thai มวยไทย Tailândia Combinação do uso dos punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés Ninjitsu 忍術 Japão Utilização de armas, mesmo com objetos comuns Savate - França Uso dos pés e das mãos para percutir o adversário Sumô 相撲 Japão Derrubar ou deslocar o adversário para fora de seu círculo T'ai Chi 太極拳 China Cultiva a energia interna do praticante Taekwondo * 태권도 Coreia Movimentos de ataque e defesa, com os pés e as mãos *: Modalidades pertencentes aos jogos olímpicos atuais; EUA: Estados Unidos; RU: Reino Unido; Fonte: Adaptado de Terry (2006). Apenas cinco modalidades estão presentes nos jogos olímpicos atuais, a saber: o Boxe (Pugilismo), a Esgrima, o Judô, a Luta Olímpica e o Taekwondo. Porém, quando se pauta em eventos como o UFC, a gama de lutadores com expertises em diferentes modalidades cresce exponencialmente nessa representação. Entretanto, devido às regras da competição, ações características de determinada modalidade não podem ser aplicadas, mas o traquejo e as experiências adquiridas podem ser úteis para aumentar as possibilidades de habilidade em um combate. As artes marciais mistas, ou Mix Martial Arts (MMA), como são mais conhecidas, são frequentemente referidas como o esporte de combate que mais cresce no mundo, justamente por reunir a prática de distintas modalidades, mas 4 que acabam por se complementar. Estima-se que o número de praticantes seja de 449 milhões em todo o mundo, segundo a International Mixed Martial Arts Federation (IMMAF) e a World MMA Association (WMMAA). Estas entidades, que se fundiram em 2018, são as responsáveis pela regulamentação do MMA e de suas competições, focadas em impulsionar o desenvolvimento e a criação de oportunidades para um movimento esportivo de lutas, de nível mundial. Ainda, é importante ressaltar que, apesar da crescente visibilidade que os esportes de combate apresentam, são poucas as evidências científicas a seu respeito. Pesquisas sobre esportes de combate, indexadas em periódicos científicos, representam quase 1% apenas da área de pesquisa em ciências do esporte. Estas pesquisas são publicadas principalmente em inglês (95,3%), na forma de artigo (75,1%), e nos Estados Unidos (27,8%). A principal justificativa desses dados é que esse campo de estudo ainda está começando a se consolidar. Parece que a conexão entre prática e pesquisa em esportes de combate, a indexação de mais periódicos especificamente dedicados ao estudo de esportes de combate e o aumento do número de pesquisadores em esportes de combate podem fortalecer o volume e o impacto das pesquisas que relacionam esporte de combate (Franchini; Gutierrez-Garcia; Izquierdo, 2018). Existe um crescente apelo midiático das artes marciais mistas ou Mix Martial Arts (MMA), obtido nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos, mas também em outros países, como Canadá, Brasil, Japão e Inglaterra. Outro ponto de interesse para a análise, e que se relaciona indissociavelmente com o apelo midiático, é a característica mercadológica dada ao MMA, especialmente em sua forma de expressão mais destacada, promovida pela organização chamada Ultimate Fighting Championship (UFC), que realizou seu primeiro evento em 1993 (Millen Neto; Garcia; Votre, 2016). De fato, o MMA se popularizou e passou a atingir o grande público, para além dos praticantes de artes marciais. Estudos afirmam que, em geral, aqueles que têm uma identificação com esse esporte reduzem a sensibilidade de percepção de investimentos dispendidos na compra de, por exemplo, transmissões pay-per-view de esportes de combate. Em outras palavras, níveis mais altos de identificação com esportes de combate podem diminuir os sentimentos de incerteza em relação a uma compra de pay-per-view (Shapiro; Reams; SO, 2019). 5 Assim, parece que o amplo conhecimento sobre determinada modalidade, ou conjunto delas, pode minimizar possíveis paradigmas ou preconceitos que estimulam sua prática, seu desenvolvimento e o mercadoque gira em torno de sua profissionalização. Todavia, para que a visibilidade se expanda ainda mais e atinja também os leigos, é necessário uma disseminação e um conhecimento aprofundado das diretrizes da modalidade, mostrando ao grande público que não se trata de uma modalidade sem regras ou desprovida de filosofia, disciplina e história. 1.1 Consolidação das artes marciais mistas O MMA moderno é o esporte que mais cresce no mundo, principalmente ao considerar o início de sua consolidação há apenas 30 anos. Porém, sua derivação do vale-tudo começou anos antes. Com base em diversos relatos e fontes históricas, é possível perceber algumas inconsistências, principalmente quanto à origem do vale-tudo como disputa intermodalidades. Autores alegam que este surgiu somente nos primeiros anos da década de 1930, enquanto outros propõem a noção de que o surgimento do vale-tudo tenha ocorrido uma década antes. No entanto, se por um lado existem inconsistências e contradições, por outro existem alguns dados consensuais. Primeiramente, a reinvindicação do Brasil como a gênese dos confrontos intermodalidades. Outro dado refere-se ao fato de que tanto o jiu-jitsu quanto o vale-tudo tiveram suas origens relacionadas ao Konde Koma e à família Gracie (Lise; Capraro, 2018). Grande parte das publicações brasileiras, cientificas ou não, que tratam dos primórdios do jiu-jitsu no país considera Koma o introdutor dessa modalidade em 1914. Três anos depois, após rodar o Brasil com apresentações de sua modalidade, fixou-se na região norte do país, onde o japonês passou a ministrar suas aulas para membros da família Gracie. Então, em 1925, foi inaugurada, no Rio de Janeiro, a Academia Gracie de jiu-jitsu, que se tornou relativamente ainda mais conhecida e difundida pela família, além de ser reconhecida como uma arte marcial extremamente eficiente em combates reais. A tradição dos desafios entre modalidades perdurou durante muitos anos, sempre envolvendo o jiu-jitsu, representado não só pela segunda geração da família Gracie, mas também por alunos graduados pela família Gracie. Enquanto os desafios entre modalidades de luta ocorriam no Brasil, no Japão nascia um movimento em direção a uma modalidade de luta que integrasse os mais diversos 6 estilos. O Japão sempre teve forte tradição no pro-wrestling, forma de arte performática, liderados pelos japoneses Akira Maeda e Masakatsu Funaki (Randall, 1984). Eles começaram a organizar lutas com a possibilidade de técnicas reais de submissão e, posteriormente, no início dos anos 1990, Funaki fundou o Pancrase, organização de lutas que permitia golpes com a mão aberta e chutes quando ambos lutadores estivessem em pé. No dia 12 de novembro de 1993, em Denver, nos Estados Unidos, as realidades brasileira e japonesa se chocaram na primeira edição do UFC. O evento, idealizado por Rorion Gracie, tinha a finalidade de divulgar e promover o Jiu-Jitsu nos Estados Unidos a fim de atrair mais adeptos, afirmando-a como a modalidade mais dominante. Uma das semifinais do evento aconteceu entre Ken Shamrock, campeão do Pancrase, e Royce Gracie, um dos expoentes do Gracie Jiu-Jitsu, o qual consagrou Gracie como campeão do evento. Apesar de todo o sucesso no início de sua existência, alguns problemas assolaram o evento e ocasionaram grandes reviravoltas. A brutalidade dos eventos iniciais do UFC gerou reação negativa de alguns segmentos da sociedade norte-americana, fazendo com que alguns estados da federação banissem os eventos em seus territórios. O UFC passou a ser marginalizado e acabou sustentado apenas por fãs que trocavam informações e vídeos das lutas em fóruns específicos na internet. Além disso, o surgimento e crescimento do Pride Fighting Championships, no Japão, começou a atrair os melhores lutadores, que abandonaram o UFC e tinham no Pride oportunidade de maiores retornos financeiros, fazendo merchandising de produtos no mercado japonês. O Vale- Tudo não enfrentava no Japão a oposição encontrada nos Estados Unidos, justamente pela cultura japonesa de valorização das artes marciais (Lise; Capraro, 2018; Millen Neto; Garcia; Votre, 2016). O ressurgimento do UFC se deu por meio da regulamentação do esporte pelas comissões atléticas norte-americanas, que, dentre outros pontos, aboliu o nome Vale-Tudo, posto que gerava uma ideia demasiadamente violenta do esporte, passando a adotar, então, a nomenclatura de Mixed Martial Arts. Ainda, após a venda da organização para Zuffa LLC, empresa formada pelos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta, donos de alguns cassinos em Las Vegas, e Dana White, amigo de adolescência dos Fertitta, o UFC começou a realizar eventos em pay- per-view. A organização não obtinha resultados satisfatórios e não gerava lucro aos proprietários, até que estes apostaram em um reality show chamado The 7 Ultimate Fighter, em parceria com o canal americano Spike TV. O programa consistia em mostrar 16 lutadores de duas categorias de peso distintas que se enfrentariam até que um campeão fosse obtido em cada categoria. A luta final conquistou tamanha audiência e apreço pelo grande público, que aumentou imediatamente o interesse pelo esporte no país. Isto o rentabilizou e posteriormente foi disseminado a outros países, batendo recordes de venda de pay-per-view. Além disso, graças a uma crise financeira provocada por supostos envolvimentos com organizações criminosas no Japão, o Pride acabou vendido para a Zuffa LLC e consigo angariou lutadores de renome, consolidando ainda mais a marca (Millen Neto; Garcia; Votre, 2016). TEMA 2 – FUNDAMENTOS TÉCNICOS DAS ARTES MARCIAIS MISTAS O enfoque da prática das artes marciais pode se delinear para exercício, atividade física, defesa pessoal, equilíbrio emocional, disciplina ou autorrendimento em virtude dos inúmeros benefícios e possibilidades que o treinamento das lutas pode propiciar. O que frequentemente atrai novos praticantes é a busca por desenvolvimento, não apenas físico, mas também psicológico e espiritual (Terry, 2006). Estudos sugerem que praticantes com constante vivência e vasta experiência em esportes de combate têm melhores resultados e desenvolvimento em habilidades de antecipação em cenários reais da vida cotidiana, além de melhor processo de atenção em comparação com os praticantes novatos ou não-praticantes (Russo; Ottoboni, 2019). Atualmente, devido à ampla gama de modalidades praticadas e disseminadas mundo afora, os principais atletas de MMA apresentam coleções de especialidades a fim de proporcionar maiores e melhores resultados frente aos desafios que os combates apresentam, com oponentes cada vez mais profissionalizados. Tanto no masculino como no feminino, o Jiu-Jitsu, a Luta Olímpica e o Judô estão entre as mais cotadas modalidades da categoria de domínio, enquanto o Muay Thai, o Boxe e o Taekwondo são as mais prevalentes dentre as modalidades de percussão. Cada uma com suas peculiaridades, somadas podem proporcionar um leque de opções de técnicas no momento do confronto, o que pode ser decisivo para se obter uma vitória nas competições. Um fator considerado importante para se obter os melhores resultados nos esportes de combate é identificar o mecanismo dos principais tipos de lesão e suas causas mais recorrentes, o que pode auxiliar na prevenção de ocorrência, 8 bem como no fortalecimento das musculares envolvidas nas ações realizadas, podendo, assim, evitá-las. Ainda, é possível aperfeiçoar movimentos e técnicas para minimizar os efeitos das lesões mais prevalentes por meio do melhor entendimento das estruturas musculoesqueléticas (Del Vecchio, F.B. et al., 2018). Deste modo, reconhecer os principais conceitos das técnicas utilizadas pelo MMA é imprescindível. Dentre as modalidades de domínio, as técnicas do Jiu-Jitsu mais recorrentes nas lutas de MMA são as finalizações,tidas como ponto-chave do combate pelo domínio no solo e, portanto, uma das mais requeridas para consagração da vitória. Técnicas como “estrangulamento da montada”, “chave de omoplata” e o “arm lock da guarda-fechada” estão entre as mais aplicadas. Na Luta Olímpica, as técnicas que visam deslocar o adversário de seu centro de gravidade têm como objetivo desestabilizar o oponente para aplicação de ações futuras que resultem em um desfecho vantajoso, como é o caso do “bate-estaca” e da “tesoura”. O Judô, também esporte olímpico, tem suas peculiaridades em termos de execução de técnica. Com um jogo estratégico e caminho suave, as projeções têm maior destaque nesta modalidade, baseando-se em fazer com que o adversário caia com as costas no solo ou que acabe por ser subjugado com uma manobra de aprisionamento. Figura 1 – Exemplos de aplicação de técnica de Jiu-Jitsu, Luta Olímpica e Judô Dentre as modalidades de percussão, as técnicas de Muay Thai, bastante aplicadas nas lutas de MMA, têm sua fundamentação na base inicial, a qual proporciona equilíbrio, firmeza e força necessária para aplicação de golpes, bloqueios e esquivas. Certamente, as joelhadas e cotoveladas são bem proeminentes da modalidade, pois podem surpreender o adversário durante um combate. No Boxe ou pugilismo, as técnicas que visam esquivas bem-sucedidas ou sucessivas aplicações de golpes com o punho fechado são recorrentes para 9 desestabilizar o adversário ou mesmo provocar um nocaute. Considerando que o boxe utiliza somente as mãos, há apenas cinco possibilidades de golpes, sendo o jab, direto, cruzado, gancho e uppercut. E, por fim, o Taekwondo, também esporte olímpico, tem golpes traumáticos que priorizam os pés. Chute frontal direto (ap chagi) ou os giratórios (furyo chagui / dwit chagi) são bastante eficazes e podem levar à nocaute. Figura 2 – Exemplos de aplicação de técnica de Muay Thai, Boxe e Taekwondo Apesar da vastidão de técnicas que cada modalidade apresenta, as competições de MMA têm sua nomenclatura e caracterização própria, adaptadas das modalidades isoladas para aplicação em contexto de mescla de modalidades. Estas podem ser classificadas em técnicas de nocaute (tabela 2), de finalização (tabela 3), de chão (tabela 4) e outros tipos (tabela 5). Tabela 2 – Classificação das principais técnicas de nocaute no MMA Trocação Geralmente, são as que mais animam o grande público, pois acontecem quando os lutadores estão em pé, como ocorreu na luta final do primeiro e clássico UFC, entre Forest Griffin e Stephan Bonnar; Soco limpo Acontece quando um lutador acerta um soco direto e em cheio no rosto de seu adversário, sem que haja defesa ou que o soco esbarre na guarda; Chute giratório Ao girar sobre o próprio eixo, com umas das pernas erguidas na direção do rosto adversário; Chute frontal Quando o lutador desfere um golpe frontal com o pé na direção do rosto do adversário, como realizado na épica luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort no UFC 237; Ground and pound Ao desferir uma sequência de golpes traumáticos, que castigam o adversário com socos, marteladas e cotoveladas quando a luta estiver no chão. Geralmente essa técnica é aplicada por especialista em lutas 10 de domínio, por estes terem maior experiência em levar a luta ao solo e então iniciar as sequências de uma posição privilegiada. Fonte: O autor. Tabela 3 – Classificação das principais técnicas de finalização do MMA Kimura Ato de forçar a articulação do ombro e do úmero, obrigando o adversário a desistir. A técnica recebeu esse nome por ter sido aplicada por Masahiko Kimura em Hélio Gracie na década de 1930. Americana Semelhante ao Kimura, porém o encaixe ocorre no cotovelo. No UFC 152, Jon Jones venceu Victor Belfort aplicado esta técnica; Guilhotina Para realização desta técnica, uma mão deve estar por de baixo do queixo do adversário enquanto a outra entra pela axila, ambas irão se juntar para realizar a pressão. Em seguida, puxa-se o adversário para a guarda ou meia-guarda e dificulta qualquer tentativa de libertação; Estrangulamento Triângulo Primeiramente, posiciona-se o pescoço e o braço do adversário entre as pernas, em seguida coloca-se a panturrilha sobre a nuca do adversário, e, por fim, coloca-se o pé da mesma perna sob o joelho da outra perna; Katagatame Técnica característica do Judô e do Jiu-Jitsu, em que se posiciona um braço por debaixo do pescoço do adversário e outro por fora do braço esticado do oponente; Mata-leão O mecanismo mais comum para a realização desta técnica é envolver, com o braço, o pescoço do adversário, segurando-o com o bíceps do outro braço. Fonte: O autor. Tabela 4 – Classificação das principais de chão/solo do MMA Montada Posição mais adequada para a realização do Ground and pound, em que se senta sobre a barriga do adversário, com ambos joelhos fletidos; Raspagem Inicia quando se está com as costas em contato com o chão e o adversário por cima, em seguida acontece uma inversão de posição e finaliza com a “montada”; Guarda Quando se mantém o adversário entre suas pernas ou tenta controlá-lo com elas; 11 Meia-guarda Partindo do mesmo princípio da “guarda”. Todavia, o adversário, que está no chão, está com uma de suas pernas sob domínio; Posição 100 quilos Tida como um controle lateral, em que o adversário está com toda sua extremidade lateral do corpo sob domínio no chão e o lutador distribui seu peso pelo peito do adversário para deixá-lo sem reação. Técnica adequada para se preparar para uma finalização, como uma chave de braço, por exemplo. Fonte: O autor. Tabela 5 – Classificação de outras técnicas principais do MMA Single leg Na tradução livre, essa técnica de “perna única” tem a finalidade de empurra ou trazer a perna do adversário, com as mãos, para perto do corpo para encaminhar a luta para o solo; Double leg Na tradução livre, essa técnica de “perna dupla” tem como objetivo derrubar o adversário, desestabilizando ambas pernas, tirando-o da base de apoio; Sprawl and brawl Método utilizado como defesa das técnicas de single e double leg, consistem em lançar a(s) perna(s) para trás, apoiando-se sobre às costas do adversário. Isto torna possível se manter em pé e continuar a “trocação”; Clinch Essa técnica tem funções distintas, a depender da situação e andamento da luta, podendo ser utilizada para: a) evitar golpes de longa distância, agarrando o adversário, b) aproximar-se do adversário com a finalidade de levá-lo ao chão, c) controlar o adversário, levando as mãos a sua nuca para desferir joelhadas e/ou cotoveladas, técnica característica do Muay-Thai. Fonte: O autor. TEMA 3 – FUNDAMENTOS TÁTICOS DAS ARTES MARCIAIS MISTAS A análise tática é uma ferramenta extremamente útil para entender os fatores que explicam o sucesso nos combates de MMA em níveis de auto rendimento. Independentemente de ter nascido com alguma característica específica, este geralmente não é fator determinante para vitória. Por exemplo, o fato de ser canhoto e, hipoteticamente, ter a vantagem do efeito surpresa sobre a maioria destra não traz evidências de reais resultados satisfatório (Pollet; Stulp; Groothuis, 2013). Assim, parece que o treinamento de técnicas e táticas são mais 12 eficazes no desenvolvimento de um esporte de combate. Estudos mostram que os princípios básicos de fundamentos táticos estão fortemente relacionados com as duas classificações de modalidades, percussão e domínio. Apesar de comumente aceitos como um dos pontos essenciais para o sucesso no MMA, poucas são as evidências científicas a respeito dessas demandas em ações específicas, restringindo-se geralmente a evidências práticas e isoladas (Bello et al., 2019). Uma comparação esquemática entre os tipos de resultados de desempenho para atletas de MMA pode ser útil para observardiferenças relacionadas a situações específicas e ações táticas. Além disso, dados de diferentes situações podem oferecer informações cruciais para melhorar os planos de treinamento personalizados e contextualizados com fatores-chave potencialmente desconhecidos. O mecanismo de percussão que resulta em melhores resultados, levando, por exemplo, a um nocaute direto, é predominantemente um golpe direto na cabeça em combates em pé. Estudos apontam que, entre atletas masculinos amadores, 57,7% dos combates terminam em nocaute (Bello et al., 2019). Embora a maioria dos atletas tenha uma modalidade específica como base inicial de treinamento e, existem muitas diferenças estratégicas entre elas, por exemplo, alguns atletas visam nocaute técnico, outros tentam finalizações de bloqueios ou estrangulamentos. Existem ainda aqueles que preferem tentar marcar maior pontuação ao longo do período de combate, o que pode levar a uma decisão unânime ou prevalente a seu favor. De acordo com a análise biomecânica de técnicas do Judô, ações realizadas com membros inferiores e executadas para a frente ou para o lado exigem grandes quantidades de toque e/ou velocidade antes do contato com o oponente, enquanto as executadas para trás, que envolvem rotação, necessitam de mais tempo para serem aplicadas. Com relação às ações de luta no chão, as estratégias de submissão para finalizar o combate demonstraram maior tamanho de efeito quando comparado ao nocaute (Bello et al., 2019). A tabela 6 apresenta algumas das principais táticas que devem ser consideras na preparação e no desenvolvimento de um combate. Tabela 6 – Principais táticas utilizadas no MMA 13 Tática Objetivo/ação esperada Distância Podendo variar entre curta, média e longa, sua escolha deve ser pautada de acordo com as características física do oponente, bem como suas principais modalidades de experiência, golpes mais excetuados e o ritmo que se quer impor ao combate. Contra-ataque Aproveitamento da fragilidade de uma ação do oponente, como guarda baixa, para aplicação de um contragolpe. Ritmo A diminuição do ritmo do oponente é idealizada para que haja uma exaustão física. Esquiva Recomendada quando se tem um oponente mais forte, evitando um golpe traumático e, opoente com maior envergadura, encurtando a distância para dificultar suas ações ou respostas. Finta Considera a emissão de vários estímulos em um pequeno espaço de tempo, pode ludibriar o oponente. Este pode fingir facilitar a execução de uma ação com o intuito de contra-atacar. Fonte: O autor. Ao longo dos anos, houve uma evolução na preparação física dos esportes de combate, tornando-se cada vez mais necessário o desenvolvimento de uma preparação física e técnico-tática específica para as competições (López Díaz- De-Durana et al., 2018). Os atletas de elite geralmente apresentam menor percentual de gordura corporal, maior resistência da força abdominal e dos membros superiores, maior flexibilidade e força máxima absoluta em testes de supino (Ferreira Marinho et al., 2016). De fato, além das características físicas, a precisão da técnica é um indicador de particular importância para alcançar a vitória em competições de elite do MMA. Dessa forma, o aumento no volume de tentativas não contribui para um resultado vencedor (James et al., 2017). Isto não representa que o combate deva ser estagnado, mas as execuções precisam ter constância e assertividade. Habilidades técnico-táticas devem estar relacionadas a execuções contextualizadas, em que os nocautes estão associados a valores mais altos de ações de ataque constante, mas com variação de técnicas aplicadas de maneira estratégica. A repetição exaustiva de uma mesma aplicação pode, além de indicar ao adversário a intenção de realizar determinado golpe, levar a um desgaste físico desnecessário ao competidor (Miarka et al., 2016). A distância e utilização da perna dominante também parecem ser fatores cruciais em um combate. Estudos mostram que, na luta em pé, menores distâncias entre oponentes melhoram a 14 variação de tempo de resposta de um golpe em 24%, enquanto longas distâncias podem aumentar o impacto do golpe em 22% (Falcó et al., 2009). Na preparação para esportes de combate, treinadores devem enfatizar as técnicas em conjunto com as estratégias para se obter maior probabilidade de sucesso em competições, preferencialmente levando em consideração as técnicas-táticas de seus adversários. TEMA 4 – PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DAS ARTES MARCIAIS MISTAS O processo de ensino-aprendizagem das diferentes modalidades de lutas está baseado em uma intensa tradição oral, disseminada de geração em geração, com incipiente fundamentação teórica ou científica para sua otimização. Isto ocorre como forma de manutenção das diferentes habilidades apenas aos círculos de confiança de mestres e instrutores, inviabilizando sua disseminação e apropriação de técnicas por seus pares. No Oriente, de modo mais predominante, o ensino das lutas ocorria de modo secreto para os discípulos, que eram escolhidos com rigor após várias provações, a fim de se formarem pessoas aptas ao confronto (Franchini; Boscolo Del Vecchio, 2012; Junior, 2016). Atualmente, alguns periódicos indexados, associações de pesquisa, grupos de investigação e eventos científicos direcionados a esportes de combate, que precedem competições oficiais em busca de vincular o conhecimento intelectual com a prática, têm expandido a produção e o consumo de evidências na área de lutas (Franchini; Del Vecchio, 2011). Mecanismos de disseminação como estes auxiliam no embasamento do processo de ensino-aprendizagem, de iniciação esportiva e da criação de rotinas de treinamento. Todavia, é grande a necessidade de ampliar os investimentos em pesquisas nesta área, estimulando promoção de cursos de aperfeiçoamento profissional, pós-graduação e maior quantidade de relações entre universidade e entidades esportivas. No campo pedagógico, o modo de ensino vigente, pautado nas características de rigidez, passividade e hierarquização intensa, tem causado alguns problemas às lutas. Inicialmente, destaca-se uma baixa retenção de alunos, talvez provocada por uma inabilidade na diferenciação das faixas etárias e suas características no processo de ensino-aprendizagem. Assim, alguns traços são notoriamente recorrentes, como gestos específicos previamente padronizados que, na maioria das vezes, não são reproduzidos na situação real 15 das lutas. Ainda, a prática é pouco reflexiva, como os golpes demonstrados aos praticantes, em que estes assumem que tais ações são as mais adequadas e eficientes, sem investigar os motivos. Complementarmente, as aulas ou sessões de treino são previsíveis e monótonas. Por fim, os confrontos nas lutas de MMA expressam a capacidade de os indivíduos aplicarem um vasto repertorio de ações e tornarem o ambiente de luta o mais imprevisível possível para seus adversários. Estudos demonstram que lutadores mais bem-sucedidos apresentam maior variação de golpes ao longo dos combates (Calmet; Trezel; Ahmaidi, 2006). De fato, no ingresso às aulas de artes marciais, os indivíduos apresentam níveis de habilidades e de conhecimento variáveis, experiências corporais e de vida heterogêneas, aptidões e características pessoas diversas e variedade nas expectativas de aprendizagem (Bandura, 1986; Gallahue; Ozmun; Goodway, 2019). Assim, é imprescindível que níveis distintos de motivação sejam proporcionados a cada indivíduo, e que, por se tratar de um esporte considerado jogo de oposição, o ensino seja composto da aplicação de habilidades e ações motoras abertas, que estimulam a aproximação ao ambiente real de combate. Não há execução de ações cíclicas nas lutas de MMA, mas são registradas ações discretas, com início e fim determinados, tendo os golpes característicastemporais e espaciais bem definidas. Por exemplo, para as ações que contemplam a projeção, a aplicação das técnicas pode ser dividida em três etapas: a) desequilíbrio; b) encaixe; c) projeção. Todavia, em algumas situações, atletas de elite não executam a primeira, mas se aproveitam do deslocamento de seus oponentes. Desse modo, é altamente recomendado que ações seriadas, compostas de duas ou mais ações discretas, sejam realizadas durante o processo de ensino. Tudo para que sejam estimulados a prática e o uso de golpes na intensidade próxima a competitiva, na frequência da ocorrência na luta, e com a qualidade esperada neste contexto. É fundamental privilegiar a vivência crítica e reflexiva das lutas de MMA, feita com base em situações-problema, aprimoradas de modo aberto e acíclico. TEMA 5 – CARACTERÍSTICAS E ELABORAÇÃO DE TREINAMENTO PARA AS ARTES MARCIAIS MISTAS 16 Os profissionais envolvidos no treinamento dos esportes de combate geralmente atuam nos segmentos de preparação orgânica e funcional (preparação física), orientação técnica e tática, organização e gestão das diferentes modalidades (Franchini; Del Vecchio, 2011). De fato, integração e cooperação interprofissional e intersetorial podem auxiliar na maximização de resultados pelas inúmeras experiências que as diferentes áreas possuem. Por exemplo, profissionais de Educação Física têm maior inserção na segmentação de preparação física, enquanto no setor de orientação técnica e tática é muito comum a presença de ex-atletas e ex-praticantes. Contudo, a prescrição, a avaliação e o monitoramento das técnicas e táticas realizadas nos combates de MMA e das cargas de treinamento são essenciais para verificação do desempenho de atletas e necessitam ser realizadas por profissionais qualificados (I Lovell; Bousson; Mclellan, 2013). Lutadores, para garantir o sucesso no ringue do MMA moderno e reduzir incidência de lesões, precisam ser capazes de combinar diferentes técnicas de luta com um alto nível de condicionamento físico e força muscular de membros inferiores e superiores. Um programa de treinamento mal projetado e implementado momentos antes do evento pode ser prejudicial às adaptações técnicas induzidas pelo treinamento e provocar perda parcial ou completa das adaptações anatômicas e fisiológicas. Estudos mostram que existe uma redução nos picos de força média em membros superiores e inferiores durante as primeiras seis semanas de aumento da intensidade do treinamento. A sobrecarga acima dos níveis normais de treinamento parece afetar tanto a potência neuromuscular de curto prazo quanto a potência glicolítica (I Lovell; Bousson; Mclellan, 2013). Assim, para a elaboração de treinamentos eficazes de MMA, é preciso considerar fatores como a periodização em meso, micro e macroclico, compostos de treinamentos resistido, cardiorrespiratório, técnico-tático. Alguns mecanismos têm resultados bastante eficientes, com evidências científicas, e podem ser utilizados de acordo com os objetivos e prazos que o atleta apresenta. Uma revisão sistemática, realizada recentemente, observou que, entre os atletas de esportes de combate investigados, os protocolos de HIIT (High-Intensity Interval Training) geraram alterações resultantes em aumento no VO2max (capacidade máxima do corpo de um indivíduo de transportar e metabolizar oxigênio – O2 – durante um exercício físico), variando de 4,4 a 23,0%. No entanto, o benefício mais acentuado dos protocolos HIIT foi um aumento no condicionamento 17 anaeróbico (Franchini; Cormack; Takito, 2019). Ainda, identificar o método de treinamento mais adequado a cada situação e indivíduo pode evitar a ocorrência de lesões esportivas, que geralmente limitam os efeitos do treinamento, provocam condições de incapacidade e perda de competitividade (Hammami et al., 2018). Complementarmente, a avaliação e o monitoramento da aptidão cardiorrespiratória, aptidão neuromuscular/musculoesquelético são fundamentais para comprovação dos efeitos de determinado programa de treinamento que vem sendo implementado. Além disso, testes específicos para atletas de esportes de combate podem aumentar o detalhamento dos resultados, como o Special Judo Fitness Test, voltado para avaliar as habilidades de domínio (Agostinho et al., 2018; Franchini; Vecchio; Sterkowicz, 2009), o Frequency Speed of Kick Test, voltado para avaliar as habilidades de percussão (Da Silva Santos; Franchini, 2016; Santos; Franchini, 2018), e o teste de Paiva e Del Vecchio, específico para avaliar as habilidades características do MMA (Del Vecchio, Fabrício Boscolo; Ferreira, 2013). Essas tabelas classificatórias podem ser úteis para treinadores monitorarem o desempenho físico específico durante diferentes fases do processo de periodização. Por fim, outra característica relevante dos esportes de combate é que as competições são distribuídas em divisões de peso. As classes de peso têm o objetivo de promover a uniformidade em termos de tamanho corporal, força, velocidade e agilidade. Dessa forma, uma dieta saudável e equilibrada deve fornecer todos os nutrientes para atender aos requisitos de energia. A necessidade individual de cada nutriente varia de acordo com idade, sexo, presença de condições médicas e nível de aptidão física. Atletas geralmente têm maiores necessidades em termos de macronutrientes e, em alguns casos específicos, micronutrientes. O sucesso no suprimento dessas necessidades extras é um fator-chave para qualquer plano nutricional para apoiar regimes de treinamento intensivo e maximizar o desempenho competitivo. Assim, é indispensável o acompanhamento por um profissional de Nutrição na rotina de um atleta (Artioli et al., 2019). 18 REFERÊNCIAS AGOSTINHO, M. F. et al. 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