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Iniciacao ao Teatro (trechos) - Sabato Magaldi (1)

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Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) 
Trechos selecionados do livro: Iniciação ao Teatro 
(Sábato Magaldi) 
 
 
 
Conceito de teatro 
 
 A palavra teatro abrange ao menos duas acepções fundamentais: o imóvel em 
que se realizam espetáculos e uma arte específica, transmitida ao público por intermédio 
do ator. (...) 
 
 (...) No teatro, público e ator estão um em face do outro, durante o desenrolar do 
espetáculo. 
 
 
- A tríade essencial: 
 No teatro dramático ou declamado, são essenciais três elementos: o ator, o texto 
e o público. O fenômeno teatral não se processa, sem a conjugação dessa tríade. 
 
 
- Síntese 
 A presença física do ator, além de definir a especificidade do teatro, importa na 
colaboração de várias outras artes. (...) 
 
 (...) O ator comunica-se com o público por meio da palavra, instrumento da arte 
literária. Embora alguns teóricos desejem menosprezar a importância da palavra na 
realização do fenômeno teatral autêntico, sua presença não se separa do conceito do 
gênero declamado. Para o ator, entretanto, a palavra é um veículo que lhe permite 
atingir o público, mas não se reduz a ela a interpretação. Sabe-se que o silêncio, às 
vezes, é muito mais eloquente do que frases inteiras. A mímica ou um gesto substitui 
com vantagem determinada palavra, de acordo com a situação. Postura, olhar, 
movimentos – tudo compõe a expressão corporal, que participa da eficácia do 
desempenho. 
 
 
O texto 
 
 Costuma-se conceder prioridade ao texto, na análise do fenômeno teatral. (...) 
 
 (...) Baty encontrou uma bela fórmula para exprimir a precedência do elemento 
literário: “O texto é a parte essencial do drama. Ele é para o drama o que o caroço é para 
o fruto, o centro sólido em torno do qual vêm ordenar-se os outros elementos. E do 
mesmo modo que saboreando o fruto, o caroço fica para assegurar o crescimento de 
outros frutos semelhantes, o texto, quando desapareceram os prestígios da 
representação, espera numa biblioteca ressuscitá-los algum dia” (ver Gaston Baty, Le 
metteur em scène, in Rideau Baissé, Paris, Bordas, 1949, pg. 218). 
 
 
- Matéria 
Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) 
 (...) O diálogo teatral requer um encadeamento próprio, porque deve ser 
transmitido pelo ator. Sua matéria, na boca de um ser humano que o pronuncia, visa à 
criação da personagem. No transcurso do espetáculo, instaura-se o universo teatral por 
intermédio da ação de personagens em cena. 
 Drama, etimologicamente, significa ação. A simples conversa entabolada como 
diálogo, não constitui ação, e por isso carece de teatralidade. 
 
 
- Gêneros 
 Não se pode tratar do texto sem uma referência aos gêneros os quais ele se filia. 
Louvando-se em Aristóteles, tratadistas apresentam como gêneros básicos, na tradição 
ocidental iniciada na Grécia, a tragédia e a comédia. Ambas ligam-se ao culto 
dionisíaco, portador no seu bojo do elemento sombrio da primeira e da expansão alegre 
da segunda. 
 
 
O Ator 
 
 A presença do ator caracteriza o fenômeno do teatro. Parasitário ou não da arte 
do dramaturgo, essa arte só adquire vida cênica ao ser animada por ele. (...) O ator 
nutre-se da peça, mas é ele quem empresta plenitude física e espiritual ao mero libreto 
concebido pelo dramaturgo. 
 
 
- A Commedia Dell’Arte 
 (...) O fundamento da commedia dell’arte é a improvisação, isto é, o ator torna-
se o autor do espetáculo que vai oferecendo. (...) 
 
 (...) Essa liberdade criadora, paradoxalmente, confinava-se sempre por outra 
limitação: os intérpretes fixavam-se sempre numa “máscara”, especializando-se em 
determinado papel, pelo qual ficavam famosos, até a morte. 
 
 
O método de Stanislávski 
 
 O debate entre sensibilidade e indemismo. O ator deve conhecer os meios para 
falar ao público. As conjeturas teóricas, não experimentadas na prática, sempre resultam 
estéreis. Por isso o grande encenador russo Stanislávski salientou a importância da 
técnica, “mais necessária á nossa arte que a outra qualquer”. Afastou-se ele das 
indagações filosóficas sobre o teatro, que não têm alcance prático imediato, para 
dedicar-se á questão do “como?”. Os livros A preparação do ator, A construção da 
personagem e A criação de um papel, além de Minha vida na arte, aos quais se 
seguiram outros, se a morte não interrompesse tão fecunda atividade, estabeleceram as 
bases do “sistema” ou “método” de Stanislávski, ainda não superado como compêndio 
para o comediante. Qualquer ator que deseje penetrar os segredos de sua profissão 
ganhará em ler Stanislávski e exercitar-se a partir de seus ensinamentos. 
 O objetivo fundamental das pesquisas stanislavskianas é estabelecer a total 
intimidade entre o ator e a personagem, para que haja identificação de ambos. 
 
 
Desvendando Teatro (www.desvendandoteatro.com) 
 
 
O estranhamento brechtiano 
 
 Ao ideal da fusão do ator com a personagem opõe-se a teoria de Brecht, que 
preconiza, ao contrário, um afastamento, no seu famoso Organon. O conceito do 
dramaturgo alemão não se separa da tese geral sobre os objetivos do teatro, e se nutre 
tanto da idéia a respeito dos propósitos da peça como da presença do público no 
espetáculo. O conjunto de princípios leva à formulação da teoria do teatro épico, de 
claro papel desmistificador dentro da sociedade de classes. (...) 
 (...) Mostrar a personagem e não “encarná-la”, eis o lema brechtiano para o ator. 
Estão contidas aí as premissas didáticas do teórico: o teatro é um dos instrumentos da 
revolução. 
 
 
- Significado 
 O ator passou por diferentes avaliações, na história do teatro. Na Grécia, 
verdadeiro oficiante do culto de Dionísio, ele recebia honras públicas. Em Roma, onde o 
teatro não gozava do mesmo favor, o comediante era escravo, e sabe-se que certas 
mímicas lascivas (gênero que se cultivava, ao lado da dramaturgia erudita, de origem 
grega) eram desempenhadas a questão do ator, ao extrair um esboço de drama da 
liturgia cristã. 
 
 
 
 
 
 
www.desvendandoteatro.com 
 
 
 
 
 
 
http://www.desvendandoteatro.com/

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