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Biologia e Conservação de tartarugas marinhas 
EVOLUÇÂO 
Vamos começar fazendo um resumo da história evolutiva das tartarugas. As tartarugas 
foram descritas originalmente como animais terrestres datando de aproximadamente 220 
milhões de anos, ou seja, no triássico inferior, antes dos dinossauros e são considerados a 
linhagem mais antiga dos répteis. Essa datação se dá devido à um fóssil que foi encontrado na 
China em 2008 o Odontochelys semitestacea. Esse fóssil é considerado a evidência mais antiga 
de tartaruga, ele tem aproximadamente 40 cm de comprimento e o que difere ele das tartarugas 
atuais é principalmente a presença de dentes e ausência de carapaça. 
Antes desta descoberta de fóssil, a evidência mais antiga de tartaruga era o fóssil 
Proganochelys, ele foi considerado por anos o ancestral mais antigo das tartarugas. Ele é datado 
de 206 milhões de anos, e foi encontrado na Alemanha. Diferente do outro fóssil, nesse já havia 
a presença de carapaça bastante ossificada e membros adaptados à vida terrestre. Além disso, 
os dentes já não estão presentes e ele tem uma longa cauda com espinhos. 
Já o fóssil de tartaruga marinha mais antigo, o Desmatochelys padillai, é datado de 120 
milhões de anos, sua descoberta é recente. Ele foi encontrado na Colômbia em 2015. O seu 
esqueleto parcial, com um comprimento de cerca de 2 m, mostra todos os traços característicos 
de tartarugas marinhas atuais. Antes dele ser descoberto, o fóssil de tartaruga marinha 
considerado mais antigo era o Santanachelys, datado 110 milhões de anos, encontrado no 
interior do Ceará, na chapada do Araripe. Esse fóssil tinha as nadadeiras pequenas em relação 
ao corpo e no crânio já haviam indicativos de glândulas de sal, que são consideradas adaptações 
à vida marinha. A análise destes fósseis permitiu constatar que as tartarugas marinhas atuais 
não sofreram muitas modificações desde os registros fósseis mais antigos desse grupo. 
O maior fóssil de tartaruga marinha já encontrado pertence à espécie Archelon ischyros, 
com cerca 4,6 metros de comprimento de carapaça e aproximadamente duas toneladas, tendo 
vivido aproximadamente a 70 milhões de anos atrás, no cretáceo. 
 No Brasil, foram encontrados dezenas de fósseis de tartarugas, em diferentes estados. 
O que demostra que as tartarugas sempre estiveram presentes aqui na nossa região. 
No cretáceo, cerca de 70 milhões de anos atrás, estavam presentes quatro famílias de 
tartarugas marinhas (Toxochelyidae, Protostegidae, cheloniidae e Dermochelyidae), sendo que 
apenas as duas últimas permaneceram até aos dias de hoje. Foi a aproximadamente 60 milhões 
de anos atrás no eocênico que surgiram as espécies atuais. O surgimento da carapaça é 
considerado a chave do sucesso desses animais. 
 Ao longo da evolução das tartarugas, várias modificações permitiram a sobrevivência e 
adaptação a novos ambientes, como o mar. A adaptação mais significante foi o surgimento da 
carapaça coriáceos ou córneas a partir da redução do número de vértebras e fusão das costelas 
que as ajuda na proteção dos predadores. Além disso, ao contrário das tartarugas terrestres, 
que mantinham a região ventral protegida pelo contato com o solo, a seleção natural favoreceu 
o desenvolvimento do plastrão para proteção ventral. A carapaça tornou-se mais achatada 
ficando mais leve e hidrodinâmica facilitando o nado. 
Outras adaptações importantes foram que a patas com garras transformaram-se em 
nadadeiras com pequenas unhas para moverem-se com mais eficiência debaixo d’água. 
Perderam os dentes e adquiriram bico córneo, de corte afiado, adaptado aos diferentes hábitos 
alimentares destes animais e uma das adaptações mais importantes foi o surgimento de 
glândulas de sal, localizadas atrás dos glóbulos oculares, que possuem função de filtrar o excesso 
de sal, o excesso de sal é excretado através de “lagrimas”. 
CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA E CARACTERÍSTICAS GERAIS 
As tartarugas taxonomicamente pertencem ao reino animal e são da classe dos repteis. 
As tartarugas em geral, tanto aquáticas como terrestres, possuem mais de 250 espécies 
divididas em 14 famílias da Ordem dos Testudines. Na ordem Testudine, existem atualmente 
duas subordens de quelônios diferenciadas principalmente pelo mecanismo de retração do 
pescoço: Cryptodira e Pleurodira. A subordem Pleurodira (tartarugas com retração lateral do 
pescoço para dentro do casco) possui apenas 2 famílias e a Cryptodira (tartarugas com a retração 
da cabeça, escondendo o pescoço dentro do casco, acompanhando a linha da coluna vertebral) 
trata-se de um grupo mais diversos que apresenta 11 famílias e 227 espécies aproximadamente. 
Todas as tartarugas marinhas pertecem a subordem Cryptodiras e são divididas em duas famílias 
atualmente, Cheloniidae e Dermochelyidae. 
A família Cheloniidae tem o nome em origem latim e significa “nadador”, seus 
exemplares são caracterizados por um crânio muito forte, cabeça parcialmente ou não retrátil 
e carapaça óssea revestida por escudos de queratina. Inclui seis espécies Caretta caretta, 
Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea, Lepidochelys kempii e Natator 
depressus. Essas duas últimas são as únicas que não encontramos no Brasil. A Natator depressus, 
também conhecida como tartaruga do casco plano é encontrada principalmente na Austrália, 
seu casco é o único que tem as bordas voltadas para cima. Já a Lepidochelys kempii, conhecida 
como kempii, vive no Golfo do México e Costa Atlântica dos EUA. 
A família Dermochelyidae inclui somente a espécie Dermochelys coriacea que possui 
uma carapaça formada por inúmeros ossículos imersos em cartilagem, dando origem a um 
revestimento resistente, semelhante ao couro, o que originou o nome popular de tartaruga de 
couro. Ela tem aproximadamente 2 metros, é a maior das tartarugas marinhas e também é 
conhecida como tartaruga gigante. 
 As tartarugas marinhas medem em média 55 cm a 2 metros de comprimento curvilíneo 
de carapaça, que é a medida curvada dos extremos do casco e pesam de 35 a 900 kg. 
A principal característica que diferem as tartarugas dos outros repteis é a presença da 
carapaça rígida e o plastão que as protege dos predadores e pressões ambientais. A carapaça é 
a fusão dos ossos vertebrais, das costelas e cintura pélvica, formando uma carapaça resistente 
e leve. A porção dorsal é chamada da carapaça e a porção ventral de plastrão. A carapaça tem 
aproximadamente 2 cm de espessura e são formadas por ossos cobertos por queratina, exceto 
na tartaruga de couro que possui gordura e pele. 
A carapaça é composta por 6 tipos de ossos, os vertebrais, marginais, pleurais, o nucal, 
pigal e supra pigal. A carapaça possui de 40 a 50 vertebras. O plastrão é formado principalmente 
por ossificações dérmicas, originando nove ossos, sendo quatro pares e um ímpar. As placas de 
queratinas são dispostas em linhas simétricas e são denominadas placas vertebrais, pleuras e na 
borda da carapaça, as placas marginais. No plastrao, as placas são simétricas e denominadas 
segundo sua localização, da região anterior para posterior: intergular, gular, umeral, peitoral, 
abdominal. femoral e anal. As placas entre o plastrão e a carapaça são chamados, escudos 
inframarginais. 
Além da proteção e hidrodinâmica, a carapaça é importante na identificação das 
espécies, que se dá pelo número de placas na carapaça e na cabeça, além do formato da 
mandíbula. Uma curiosidade sobre o casco é que ele se regenera facilmente, e a cada ano que 
passa novas camadas de queratina são depositadas nas placas. Essa deposição em algumas 
espécies forma anéis, os chamados anéis de crescimento. Porém, isso não informa 
necessariamente a idade do animal pois com o passar do tempo estes tendem a desaparecer. 
 Outra adaptação a vida marinha foi a presença de nadadeiras que são responsáveis pela 
locomoção, proteção e reprodução. Na locomoção, as nadadeiras anteriores impulsionam efacilitam a hidrodinâmica, já as posteriores são as responsáveis pela direção do nado. Nas 
nadadeiras, há a presença de pequenas garras (1 ou 2, variando por espécie) que ajudam na 
proteção e principalmente na reprodução. Nos machos essa garra é maior, cerca de 3 cm e 
curvada para baixo e é utilizada para se segurar durante a cópula. 
 A mandíbula, é usada para identificação das tartarugas marinhas e para a alimentação. 
A mandíbula é bem forte em todas as espécies e possui diferentes formatos de acordo com a 
alimentação. Possuem aproximadamente 20 cm e são revestidas com uma camada de queratina, 
bastante afiadas. A da tartaruga de pente por exemplo, é bem comprida e em formato de bico 
de águia que ajuda a explorar recifes de corais na hora da alimentação, já a da tartaruga verde 
é serrilhada, o que ajuda na hora de cortar as algas, a da tartaruga de couro é proporcionalmente 
pequena, com mandíbulas poderosas em forma de W, com lâminas afiadíssimas para a captura 
de águas-vivas e a tartaruga cabeçuda, possui uma mandíbula bem grande e forte capaz de 
quebrar conchas. 
 As tartarugas marinhas possuem visão, olfato e audição bem desenvolvidos. Elas 
possuem narinas e seu olfato é bem aguçado, ajudando na detecção de presas em águas turvas. 
As tartarugas são seres pulmonares e conseguem ficar várias horas em baixo da água em 
repouso, cerca de 6 horas, já em atividade esse tempo diminui para aproximadamente 20 
minutos, elas sobem a superfície para respirar e é necessário de 2 a 3 segundo para repor o 
oxigênio e eliminar o gás carbônico acumulado. 
 Quanto a visão, as tartarugas são consideradas míopes fora da água, mas submersas 
enxergam melhor os tons de verde e azul que são os que tem maior penetração na água. 
 Quanto a audição, as tartarugas não possuem ouvidos externos, apenas canais 
auriculares, que são cobertos por pele e permitem ouvir sons de baixa frequência (sons graves), 
até 1000Hz. O ser humano é capaz de escutar de 20 a 20000. 
 As tartarugas são seres ectotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo varia de acordo 
com a temperatura do ambiente, com exceção da tartaruga de couro, que possui controle 
parcial da temperatura e usa sua gordura para se proteger do frio. São também seres 
pulmonados. Os pulmões das tartarugas marinhas ocupam grande parte da porção dorsal da 
cavidade interna. Essa localização, tornava mais fácil a matança de tartarugas antigamente, pois 
perceberam que se simplesmente virassem a tartaruga ao contrário, uma hora ela morreria 
sufocada pelo próprio peso dos órgãos no pulmão. O grande volume dos pulmões oferece 
vantagens para a flutuação e também para maior armazenamento de oxigênio. São animais de 
baixo metabolismo e, portanto, tem uma demanda menor de oxigênio. O organismo delas 
funciona lentamente e elas possuem uma distribuição do oxigênio muito eficiente pelo corpo e 
um pequeno auxílio da respiração acessória, que é a troca de gases por outros órgãos como a 
cloaca e a faringe. Tudo isso permite com que esses animais passem tanto tempo embaixo da 
água. 
 Os rins são responsáveis por manter o balanço hidroeletrolítico, ou seja, a 
osmorregulação, através da excreção de resíduos nitrogenados (ácido úrico) através da cloaca. 
As gônadas são diferentes em machos e fêmeas e são responsáveis pela produção dos gametas 
que serão transportados para a cloaca para a reprodução. 
 O coração das tartarugas possui 3 câmaras, 2 átrios e 1 ventrículo. O organismo delas 
funciona lentamente, o coração bate bem devagar, isso é um fenômeno chamada bradicardia. 
 Quanto ao trato gastrointestinal, as tartarugas possuem a língua curta, larga e carnosa, 
o esôfago possui papilas córneas que ajudam na deglutição do alimento e evitam o refluxo. O 
estômago é em formato de “J” e por último intestino. 
 As glândulas de sal, são localizadas atrás dos glóbulos oculares e são responsáveis por 
retirar o excesso de sal ingerido da água e alimentos. O excesso sai em forma de lágrimas através 
dos ductos lacrimais. 
 Das 7 espécies de tartarugas que existem, 5 são presentes na costa brasileira. Dentre 
elas, a tartaruga de oliva, de pente, cabeçuda, verde e de couro. 
Vamos começar pela L. olivácea, é a menor de todas as tartarugas, possuem vários 
nomes populares no brasil, sendo o mais comum tartaruga-oliva. Essa espécie possui a carapaça 
com 5 a 9 pares (normalmente 6) de placas laterais, sendo que as placas são assimétricas, a 
coloração dorsal é verde oliva o que dá o nome a espécie e o ventre é amarelo claro, a cabeça 
possui 2 pares de placas pré-frontais. A carapaça tem medida curvilínea média de 73,1 cm de 
comprimento e podem chegar a pesar em torno de 50 kg. Essa espécie atinge a maturidade 
sexual mais cedo que todas as outra, em torno de 11 a 16 anos. 
A segunda espécie de tartaruga que encontramos aqui no Brasil é a E. imbricata, 
conhecida também como: Tartaruga-de-pente, tartaruga-legítima, tartaruga-verdadeira. A sua 
carapaça possui 04 pares de placas laterais, sendo que as placas são sobrepostas, a cabeça 
possui 2 pares de placas pré-frontais. A medida curvilínea média da carapaça varia entre 76,8 e 
97,4 cm de comprimento e pesam até 110kg. É considerada a mais tropical de todas as espécies 
de tartarugas marinhas. Essa espécie foi amplamente explorada devido ao fato de suas placas 
serem sobrepostas, o que permitiria retira-las com mais facilidade para fabricar utensílios. Uma 
das características marcantes é a presença do bico de águia, mandíbula adaptada para 
alimentação em recifes de corais. 
A caretta caretta, também conhecida como Tartaruga-cabeçuda. Possui a carapaça com 
05 pares de placas laterais, sendo que as placas são justapostas, a coloração é marrom-
amarelada; o ventre é amarelo claro; a cabeça possui 2 pares de placas (ou escudos) pré-frontais. 
O tamanho da cabeça é grande e relativamente desproporcional ao corpo, por isso recebe o 
nome de cabeçuda. Sua mandíbula é muito forte e capaz de triturar conchas. A carapaça das 
fêmeas adultas do brasil tem medida curvilínea média de 103 cm de comprimento e o peso de 
exemplares adultos pode variar de 100 a 180 kg. São as responsáveis pelo maior número de 
desovas nas praias continentais brasileiras e no litoral da Bahia. 
A Chelonia mydas mais conhecida como Tartaruga-verde, recebe esse nome pois 
quando adultas são herbívoras e se alimentam de algas, que deixam a gordura verde. A carapaça 
possui 04 pares de placas laterais, sendo que as placas são justapostas. A coloração é verde-
acinzentada e o ventre é branco nas populações do Atlântico. Os filhotes diferem dos outros 
pois possuem o dorso negro e o ventre branco. A cabeça possui 01 par de placas pré-frontais. A 
carapaça dos animais adultos mede até 150cm. São cosmopolistas, e juvenis da espécie são 
muito comuns na região costeira e por isso, esta é a espécie com maior número de ocorrências 
(encalhes, avistagens, capturas incidentais em pesca) na região costeira brasileira. Há registros 
de encalhes ou capturas incidentais em pesca em todos os estados brasileiros do Rio Grande do 
Sul ao Amapá. A coleta e consumo de ovos e carnes ainda é legal em alguns países. 
A tartaruga de couro, também conhecida como: Tartaruga-gigante ou tartaruga-de-
quilha recebe esse nome por não possuir carapaça formada por placas. Sua carapaça possui 7 
quilhas longitudinais, sem placas, que ajudam na hidrodinâmica. A coloração é negra com 
manchas brancas, azuladas e rosadas, a cabeça e as nadadeiras são recobertas de pele sem 
placas. As fêmeas adultas do brasil têm comprimento curvilíneo podendo atingir 182 cm. Pesam 
em média 500 kg, mas há registros de animais com mais de 900 kg. Usa sua gordura para se 
proteger do frio, pois não conseguem manter a temperatura do corpo de acordo com o 
ambiente. Vive em águas oceânicas durante maior parte da vida e são campeãs em mergulho 
profundo e migrações transatlântica. 
CICLO DE VIDA E REPRODUÇÃOAs tartarugas marinhas possuem em ciclo de vida longo e complexo, são altamente 
migratórias e possuem uma ampla distribuição por diferentes habitats, desde áreas de 
alimentação, até de reprodução. Vivem principalmente nas áreas tropicais e temperadas, 
devido a temperatura mais adequada para a reprodução e maior disponibilidade de alimento. 
 O Projeto Tamar estuda desde 2001 o deslocamento das tartarugas marinhas, através 
do monitoramento por satélite. O objetivo de conhecer as rotas migratórias está entre as 
pesquisas realizadas para entender melhor o ciclo de vida e o comportamento dos animais. Os 
primeiros resultados confirmam que os animais que ocorrem na costa brasileira nascem ou 
frequentam a costa de países do continente americano e africano, demonstrando que as 
tartarugas são um recurso natural compartilhado e demandam esforços de cooperação 
internacional para sua proteção. 
As tartarugas apresentam maturação tardia, cerca de 20 a 30 anos, com exceção da 
Tataruga-de-oliva que atingem a maturidade sexual com 11 a 16 anos. O tamanho da carapaça 
não está relacionado a maturidade sexual e o dimorfismo sexual externo e interno só é 
visualmente verificado quando as tartarugas marinhas são adultas. Os machos apresentam 
cauda alongada com cerca de 50 cm e cloaca localizada na extremidade da cauda, com gônadas 
amareladas ou acinzentadas e fusiformes e unhas maiores e curvadas que auxiliam na 
reprodução. As fêmeas apresentam cauda curta e cloaca localizada entre a ponta da cauda e o 
plastrão, e as gônadas possuem coloração rosada e textura granular pelo surgimento dos 
folículos ovarianos. 
Ao atingirem a maturidade sexual, as fêmeas e machos se deslocam para as áreas de 
reprodução para o acasalamento. O acasalamento desses animais ocorre aproximadamente dois 
meses antes do início das desovas nas áreas de reprodução. A fêmea pode se reproduzir com 
vários machos nesse período. A fecundação é interna. 
Após copularem, os machos voltam para a área de alimentação e as fêmeas ficam para 
a desova. O período de desova no Brasil vai de setembro a abril no continente e de dezembro a 
junho nas ilhas oceânicas. As tartarugas marinhas tendem a realizar suas desovas sempre na 
mesma área. Uma mesma fêmea pode fazer mais de uma desova em uma mesma temporada, 
em média de 3 a 7 posturas. O período entre uma postura e outra é denominado "intervalo 
internidal" e costuma ser de 14 dias. As fêmeas não se reproduzem em anos consecutivos e esse 
intervalo de remigração pode oscilar de 1 a 9 anos. Este período varia entre espécies e entre 
populações da mesma espécie, podendo aumentar ou diminuir ao longo do tempo devido à 
disponibilidade de alimento, condições ambientais e distância entre áreas de alimentação e 
reprodução. Após o nascimento, os filhotes vão para ambientes pelágicos, até atingirem a 
maturidade. 
 A fêmea consegue armazenar o sêmen no oviduto e proceder a fecundação dos óvulos 
dias ou meses depois da cópula, geralmente o sêmen que fica é o do último macho que ela 
copulou. Quando chega a hora da postura ela sai da água, geralmente a noite, devido a 
temperatura mais amena. O processo de desova envolve várias etapas, tais como: emergência 
da fêmea da água, deslocamento até local protegido da ação das marés, preparação do terreno 
e da ‘cama’, escavação do ninho, deposição dos ovos, cobertura e camuflagem do ninho e 
retorno ao mar. Então quando sai da água, ela leva cerca de 20 minutos até escolher o local do 
ninho, começa a cavar com as nadadeiras posteriores e ao mesmo tempo vai apertando as 
paredes para ficar bem firme. No momento da desova a tartaruga fica em uma espécie de transe, 
e desova cerca de 120 ovos. Depois fecha o ninho, faz uma camuflagem com as nadadeiras 
anteriores e retorna ao mar. Depois da desova, o ninho fica de 45 a 60 dias no período de 
incubação, até o nascimento. 
 No processo de desova, durante o deslocamento até o local protegido para fazer o 
ninho, a tartaruga deixa o seu rastro, que é bastante evidente. Existem diferentes tipos de 
rastros. Muitas vezes as tartarugas deixam um rastro conhecido como meia-lua, ou rastro falso. 
Esse rastro acontece quando elas emergem da água, deslocam alguns metros e desistem de 
realizar a devosa, retornando para o mar, ocorre principalmente quando se sente ameaçadas. 
Outro exemplo que vemos em campo é a presença de ninhos falsos, que elas fazem para 
despistar os predadores, deixando diferentes camas. A tartaruga-de-pente normalmente produz 
rastros com pouco desvio, enquanto a tartaruga de couro deixa um rastro bem característico 
com ondulações ou aparência sinuosa. Algumas vezes na primeira desova elas colocam ovos que 
não foram fecundados. 
 Há diversos fatores que afetam o local de desova. As características do habitat e o 
microambiente dos ninhos estão ligados e têm consequências no desenvolvimento dos 
embriões e filhotes. O local da nidificação terá influência na temperatura dos ninhos, nas trocas 
gasosas entre a câmara de ovos e o meio, na taxa de predação, no sucesso da eclosão e na razão 
sexual dos filhotes. 
Os fatores que são seletivos na hora da escolha do local são a salinidade, a temperatura, 
o conteúdo de bioclastos (sedimentos inorgânicos), o pH, a umidade, o conteúdo de matéria 
orgânica, a cobertura vegetal, a largura da praia, o albedo (poder de reflexão da superfície), as 
variações na temperatura do solo e a proximidade com a foz dos rios. Praias com diferentes 
taxas de eclosão apresentam maior concentração de ninhos nos pontos onde o sucesso da 
eclosão é maior. 
Existe um fenômeno pouco explicado ainda que é a arribada. Ele acontece somente em 
algumas praias do mundo na India, México e Costa Rica e com uma espécie de tartaruga, a Oliva. 
Cerca de 10.000 tartarugas saem do mar em massa e de forma sincronizada durante 2 a 10 
noites entres os meses de junho e julho. Não se sabe ainda o porque dessas desovas em massa, 
mas acredita-se que seja para evitar a predação. Em alguns locais aonde isso ocorre é permitido 
a caça das tartarugas para alimentação. 
Dentro dos ovos o tempo de incubação dos filhotes é de 45 a 60 dias, aonde os filhotes 
irão se desenvolver com a ajuda do vitelo, como se fosse a placenta. Os ovos das tartarugas 
possuem casca fina e flexível, para evitar que quebrem na hora da queda na postura. Seu 
tamanho é de aproximadamente 4 cm. 
A temperatura ambiente é um fator muito importante no ciclo de vida das tartarugas 
marinhas, influenciando diretamente a determinação do sexo, desenvolvimento dos filhotes e 
nascimento. Isso é chamado de DST: “determinação sexual dependente da temperatura de 
incubação”. Existe o período termo-sensitivo, ou seja, o momento em que a temperatura age 
irreversivelmente sobre a diferenciação das gônadas. Esse período localiza-se no segundo terço 
do desenvolvimento embrionário. No estágio inicial, no primeiro terço da incubação, a 
temperatura influencia a determinação sexual, mas a reversibilidade é possível. No segundo 
terço da incubação, a determinação sexual é irreversível. Neste estágio, a temperatura atua na 
síntese de enzimas envolvidas na diferenciação das gônadas. 
Então existe uma certa temperatura que irá determinar se o filhote será macho ou 
femêa. A temperatura pivotal, também denominada temperatura crítica ou threshold, define a 
produção de 50% de machos e 50% de fêmeas, no caso das tartarugas marinhas essa 
temperatura é 28,74. Temperaturas mais altas que isso produzem fêmeas e mais baixas, 
machos. Temperaturas extremas afetam o sucesso reprodutivo como temperaturas inferiores a 
22°C ou superiores a 33°C, aonde os ovos raramente eclodem. Modelos teóricos mostram que 
nas espécies com DST a razão sexual é governada por dois fatores: a) sensitividade termal do 
embrião e b) escolha maternal das qualidades termais do local de desova. 
Acredita-se que a tendência de aumento de temperatura global pode aumentaro 
número de fêmeas produzidas, tornando mais rara à presença de machos e podendo inviabilizar 
o desenvolvimento dos embriões, dentre outras interferências. A escolha do local para desova 
é importante nesse sentido pois a presença de cobertura vegetal na praia escolhida pela fêmea 
para confecção do ninho exerce influência sobre o sexo dos embriões. A presença de vegetação 
influencia diretamente na temperatura dos ninhos através do sombreamento, ou indiretamente 
pela alteração da profundidade da câmara de ovos. 
Em cada ninho, uma fêmea coloca em média 120 ovos. O ninho cavado tem 
aproximadamente 50 cm de altura e 40 cm de largura. O nascimento e o deslocamento dos 
filhotes para a superfície da areia ocorrem geralmente durante a noite, quando a temperatura 
da areia é mais baixa. A eclosão do ovo é feita pelo próprio filhote. Em um mesmo ninho ocorrem 
três grupos de filhotes: 1) os que eclodem primeiro, nascendo perfeitos e em boas condições e 
sendo os primeiros a emergirem do ninho; 2) os que eclodem em um segundo momento, 
nascendo em boas condições físicas; e 3) os que nascem debilitados e não conseguem chegar á 
superfície do ninho ou que não eclodiram dos ovos, denominados natimortos. Após essa etapa, 
os animais tendem a seguir em direção ao mar, orientados a partir do reflexo da luminosidade 
da lua na água. De cada 120 ovos, geralmente 90 nascem (75%) e chegam ao mar. Essa perda 
se deve à incapacidade de cavar a areia acima de si, a não fertilização de alguns ovos, e a 
temperatura inadequada para o desenvolvimento embrionário. 
Os filhotes são escuros, exceto o da tartaruga verde que tem a barriga branca. Eles 
medem de 3,3 a 4 cm e pesam cerca de 30g. Possuem uma caruncula que auxilia na hora de 
rasgar o ovo, e eles perderam com o tempo. 
De cada 1000 filhotes que nascem, apenas 1 chega a fase adulta, devido a fatores 
naturais e principalmente impactos antropológicos, que iremos falar mais sobre. 
Uma das lacunas no conhecimento científico sobre estes animais refere-se à 
determinação do período compreendido entre o momento em que os filhotes recém-nascidos 
migram para ambientes pelágicos e o momento que se fixam como juvenis (cerca de 20 cm) em 
áreas de alimentação, em geral neríticas, esse espaço de tempo é conhecido como “anos 
perdidos”. Os juvenis podem compartilhar algumas áreas utilizadas pelos adultos até a 
maturidade sexual ser atingida. Quando adultas, as tartarugas marinhas fêmeas retornam para 
as áreas onde nasceram para desovarem. O retorno ao local de nascimento é denominado de 
filopatria, e esse comportamento em fêmeas já foi demonstrado a partir de estudos de 
marcação e recaptura ou de genética. Quando o retorno é realizado a locais específicos nas 
praias de desova é denominado de fidelidade de praia. Mas como elas fazem para retornar ao 
mesmo local aonde nasceram? 
Existem 2 teorias para explicar esse retorno para a praia aonde nasceram, A primeira e 
menos aceita é a de que quando os filhotes saem dos ovos e começam a caminhar em sentido 
ao mar, armazenem as informações do local de seu nascimento (conhecido pelo termo imprint), 
como cheiro, composição química, temperatura e sons de baixa frequência. Mas a teoria mais 
aceita é que elas gravam o campo magnético e posição de corpos celestes, para que na época 
de sua reprodução, possam voltar à mesma praia de seu nascimento. Estudos dizem que pouco 
se sabe sobre como as tartarugas detectam o campo geomagnético. Provavelmente pequenas 
partículas magnéticas no cérebro dos animais, chamadas magnetita, respondem ao campo 
magnético da terra e oferecem a base para a orientação das tartarugas marinhas. 
 
ALIMENTAÇÃO 
Vamos falar um pouco da alimentação das tartarugas. Acredita-se que elas levam em 
conta a palatabilidade, aspecto da presa e qualidade. Algumas modificam sua dieta de acordo 
com a disponibilidade do local e suas necessidades de nutrientes. 
A tartaruga cabeçuda apresenta uma dieta predominantemente carnívora durante toda 
a sua vida, alimentando-se de moluscos, crustáceos, cnidários e em menor proporção, de peixes. 
Sua mandíbula grande e forte facilita a ingestão de animais com conchas. Os filhotes e juvenis 
vivem em alto mar, nas áreas epipelágicas, alimentando-se na maior parte do tempo nos cinco 
primeiros metros da coluna d’agua. Já os adultos se alimentam em áreas neríticas entre 25 e 50 
m de profundidade. 
A C. mydas é a espécie que apresenta hábitos mais costeiros, utilizando inclusive 
estuários de rios e lagos. Nos primeiros anos de vida apresentam uma dieta onívora, com 
tendência carnívora. Após a fase pelágica, entre 30 e 40 cm de comprimento da carapaça, torna-
se herbívora, com uma dieta principalmente de macroalgas e fanerógamas, sabe-se que elas 
possuem preferências alimentares e que a disponibilidade de alimento altera essas preferências. 
é chamada também de generalista-oportunista, pois modifica sua alimentação de acordo com a 
disponibilidade de alimento e também com a necessidade de nutrientes que ela precisa. Se 
alimentam principalmente em áreas rasas. Sua mandíbula é serrilhada e facilita o corte das algas. 
Normalmente se alimenta fazendo movimentos laterais. 
A L. olivácea são carnívoras durante todo ciclo de vida e alimentam-se em uma 
variedade ampla de hábitats, de ambientes pelágicos a zonas costeiras relativamente rasas, 
comem principalmente salpas, peixes, moluscos, crustáceos, cnidários e ovos de peixes. 
Os juvenis e adultos de E. imbricata alimentam-se principalmente em locais com 
substratos duros, como recifes, sendo suas presas: crustáceos, moluscos, briozoários, 
celenterados, ouriços, esponjas e algas. É a única que consegue degustar esponjas marinhas. 
Sua cabeça é pequena e alongada, formando um bico que parece de águia. O bico estreito 
permite buscar alimentos nas fendas dos recifes de corais. 
D. coriacea tem hábitos de forrageio desde a superfície do oceano até grandes 
profundidades. A dieta é composta principalmente por água viva, salpas e caravelas. Comem 
cerca de 80 águas vivas por dia, o que ajuda na manutenção dessas no mar e aumenta o estoque 
pesqueiro. Possui mandíbulas poderosas em forma de W, com lâminas afiadíssimas. 
IMPACTOS 
A predação é o único impacto natural. Ela ocorre desde o ninho. Alguns animais 
domésticos ou selvagens acabam cavando os ninhos e comendo os ovos. Depois quando 
nascem, qualquer animal na praia é uma ameaça, principalmente siris, caranguejos e aves. No 
mar, são presas fáceis para todos os animais. A predação de desovas e filhotes pela fauna 
silvestre é natural e faz parte da cadeia alimentar. No entanto, com o desenvolvimento do litoral, 
o desmatamento de áreas para construção vem destruindo o hábitat de animais silvestres, 
diminuindo a disponibilidade de alimentos e fazendo com que estes sejam afugentados para 
outras áreas. Quando adultas, os principais predadores no mar são os tubarões e as orcas, 
porém não são prioridades na alimentação desses, devido à sua carapaça rígida. 
São vários os impactos antropológicos, vamos citar alguns deles. 
A movimentação da areia da praia em casos de extração ou aterro, podem modificar as 
características das praias de desova das tartarugas marinhas, causando problemas, na 
temperatura e nas taxas de trocas gasosas, na escavação do ninho, entre outros, interferindo na 
razão sexual e sobrevivência dos filhotes. Estas alterações podem causar a desistência da fêmea 
ao desovar, reduzindo as áreas disponíveis para nidificação. 
A fotopoluição pode alterar os comportamentos noturnos de desova e nascimento de 
tartarugas marinhas. As fêmeas ao saírem da água, podem se sentir ameaçadas com a luz e 
desistir da desova naquele local, além disso, os filhotes ficam desorientados ao emergirem dos 
ninhos e terão dificuldade de localizar o mar. Existem algumas regras que devem ser seguidas 
para amenizar esse impacto, como o uso de holofotes voltados para ocontinente ou lâmpadas 
mais focais. 
O trânsito de veículos, pode causar a compactação dos ninhos, além do risco de 
atropelamento de fêmeas e filhotes. As marcas de pneus também podem dificultar a caminhada 
dos filhotes ao mar, o que aumenta a suscetibilidade à predação. 
A presença de portos, ancoradouros e molhes causa a degradação de hábitats usados 
para alimentação pelas tartarugas através de dragagem, descarte do material dragado, 
assoreamento. Além disto, outros problemas aumentam durante a operação como a iluminação 
artificial, poluição química (derramamentos), física (detritos) e térmica (aumento da 
temperatura em efluentes), impactando direta ou indiretamente as tartarugas marinhas, em 
geral juvenis. O aumento de tráfego marítimo interfere seriamente em rotas migratórias, 
podendo também causar mutilações. 
A poluição é um dos maiores impactos às tartarugas. Existem diferentes formas de 
poluição. O primeiro impacto da poluição é através da ingestão de resíduos sólidos. Quando elas 
comem algum lixo acabam morrendo por obstrução intestinal, desnutrição e perda de peso, 
além de causarem lesões como ulcerações ou necroses. Um outro problema é a desregulação 
da flora bacteriana o que causa alteração na flutuabilidade de deixa elas mais suscetíveis. 
Um outro tipo de poluição é a de efluentes tóxicos e derramamento de óleo. Sabe-se 
que esses animais são vulneráveis a derramamentos de óleo em todos os seus estágios de vida 
. Além disso, efeitos já verificados incluem aumento na mortalidade e má formação no 
desenvolvimento de embriões, mortalidade direta em filhotes, juvenis e adultos, e impactos 
negativos devido ao contato do óleo com a pele, ou contaminação do sangue, sistema digestivo, 
sistema imunológico e glândulas de sal, entre outros. 
As tartarugas são afetadas por uma variedade de problemas de saúde, mas nada tem 
causado tanta preocupação como a fibropapilomatose. A fibropapilomatose foi identificada a 
primeira vez em tartarugas-verdes por volta dos anos 30 na Flórida. É uma doença debilitante 
e de origem infecciosa, caracterizada por múltiplas massas de tumores cutâneos benignos (lisos 
ou verrugosos de cor branca, rosa ou cinza), podendo chegar a 30 cm em diâmetro, sendo 
maiores e mais ocorrentes em juvenis, não há ocorrência em filhotes. São mais comuns nas áreas 
moles como nadadeiras, pescoço, cabeça e cauda, podendo afetar locomoção, alimentação, 
respiração, visão e a condição geral de saúde dos animais. 
Não se sabe ao certo a causa dessa doença, mas acredita-se que seja causada por 6 
diferentes tipos de herpesvirus. Uma possível via de transmissão seria ectoparasitas e também 
ocorre por suscetibilidade genética. Além disso, ambientes mais impactados com contaminantes 
e biotoxinas podem ter um papel adicional na etiologia. Quando tratadas por excisão dos 
tumores, a taxa de sobrevivência é de 80%. 
 Existem alguns parasitas e bactérias que causam enfermidades nas tartarugas. No Brasil, 
os parasitas mais comuns são da classe dos trematodas, filo dos platelmintes e nematodas. Esses 
parasitas infectam os vasos sanguíneos e causam lesões como hepatite. Além disso, quando 
presentes nas câmaras cardíacas podem causar infarto. No caso das bactérias, elas são mais 
comuns quando as tartarugas sofreram alguma lesão, como mutilação. 
 Os casos de pneumonia se dão por diversos fatores, como incapacidade de expelir 
secreções, presença de vírus, bactérias, fungos e endoparasitas, além de más condições sépticas 
ou parasitas pulmonares. Os principais sintomas são corrimento nasal e ocular, respiração pela 
boca, anorexia e perda de flutuabilidade. 
O consumo e uso de carne, ovos ou carapaças causou um grande declínio da maioria das 
populações de tartarugas marinhas em todo mundo. Antigamente era bastante utilizado a carne 
e o casco para fabricação de adereços. Apesar das tartarugas marinhas serem protegidas por lei, 
são notificados casos esporádicos de consumo de tartarugas, principalmente de animais 
capturados incidentalmente na pesca. 
A atividade pesqueira tem sido considerada a maior ameaça para juvenis e adultos 
destes animais no mundo. As redes de deriva, os espinhéis pelágicos (“long-line”) e as redes de 
arrasto são as principais pescarias que capturam tartarugas marinhas no brasil. Sem poderem 
vir à superfície para respirar, acabam desmaiando e morrendo por afogamento ou mutilação 
causado pelas redes e anzóis. Já existem algumas medidas mitigadoras para tentar diminuir 
essas capturas, como essas redes de arrasto com “válvulas de escape”, TED, dispositivo de 
exclusão de tartaruga e também o anzol circular, que permite que o anzol não fique preso na 
boca da tartaruga. 
Atualmente, todas as sete espécies de tartarugas marinhas estão incluídas nas listas de 
espécies ameaçadas de extinção. 
Mas por que preservar? 
As tartarugas desempenham um importante papel ecológico nos ambientes onde 
ocorrem, das áreas costeiras a grandes profundidades oceânicas (as chamadas regiões abissais). 
Fazem a manutenção e reciclagem dos nutrientes. São fonte de alimento para predadores 
marinhos e terrestres, inclusive o homem, e importantes consumidores de organismos 
marinhos, servindo como substrato para outras espécies. Como animais migratórios, as 
tartarugas se deslocam desde os trópicos até as regiões subpolares, transferindo energia entre 
ambientes marinhos e terrestres. Além disso, muitas espécies fazem interações com esses 
animais, através de simbiose.

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