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Educação - Jogos e Brincadeiras Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Silvana Silva Buchini Bomtorin Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Brincadeiras e Jogos Simbólicos • Introdução; • Percepção da Imagem do Corpo; • Grafismo e Imagem do Corpo; • Fusão da Imagem Visual e das Sensações Táteis e Cinestésicas; • Brincadeiras Lúdicas. • Analisar o desenvolvimento da compreensão da constituição do imaginário e da subjetivida- de humana por meio de jogos, brinquedos e brincadeiras, predominantemente, simbólicas; • Fazer a correlação entre: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras; • Analisar a estrutura imaginária da brincadeira infantil, segundo Wajskop (1995); • Fazer a investigação do processo do brincar da criança, analisando sua consciência em relação à realidade e sua intenção de transformá-la, a partir da imaginação que vai além de seu comportamento diário. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Brincadeiras e Jogos Simbólicos Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Brincadeiras e Jogos Simbólicos Contextualização Para o momento de contextualização, sugerimos o filme O pequeno príncipe (Direção: Stanley Donen. Roteiro: Alan Jay Lerner. Ano de Produção: 1974). Você pode encontrar esse material em várias versões, inclusive versão dublada no YouTube. O Pequeno Principe, veja o trailer: http://bit.ly/2UsdOZ4 Ex pl or Observe o desenvolvimento das habilidades imaginativas e a importância do processo simbólico para a evolução Humana. Faça uma reflexão crítica. Bons estudos e reflexões! 8 9 Introdução Nesta Unidade, analisaremos o desenvolvimento da compreensão da consti- tuição do imaginário e da subjetividade humana por meio de jogos, brinquedos e brincadeiras, predominantemente, simbólicas. A análise sobre a estrutura imaginária da brincadeira infantil para Henriot (apud WAJSKOP, 1995) remete-nos a observar uma situação organizada, na qual a criança faz escolhas constantes, através de diferentes simbologias que traz aos objetos com os quais interage. O brincar traz para a criança uma nova noção do que é reali- dade, no sentido que ela tem para transformá-la. O mundo dos adul- tos é complexo e pode ser muitas vezes imutável. O mundo da crian- ça é diferente porque para ela tudo é fantasia e é fácil de ser modifica- do, sem imposição à sua maneira de pensar. Segundo Vygotsky (apud KISHIMOTO, 1994), ao brincar, a criança tem uma consciência em relação à realidade, e tem a intenção de transformá-la a partir da imaginação que vai além de seu comportamento diário. O processo de Simbolização Capacidade que requer: Abstração A criar Ter idéias Palavras Gestos Movimentos Sons Habilidade de transformar É estimular E Desvendar como usar Tendo como objetivo A formação do conceito Transformados em realizações formais Figura 2 – O Processo de Simbolização Figura 1 9 UNIDADE Brincadeiras e Jogos Simbólicos O jogo simbólico, também chamado de faz-de-conta, caracteriza-se por recriar a realidade e, para tal, utiliza sistemas simbólicos. Ele estimula a imaginação e a fantasia da criança e favorece à interpretação e ressignificação do mundo real. Tem sido objeto de estudo de diversos autores como algo fundamental para o desenvol- vimento, promove a interação com o outro e possibilita a expressão das emoções e das percepções vivenciadas na relação que a criança estabelece com o mundo real. Essa atividade estimula o desenvolvimento psicomotor, cognitivo, emocional, social e cultural das crianças. Piaget valoriza a contribuição do jogo simbólico para o desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional; já Vygotsky, enfatiza a relação social proporcionada por essa atividade. Le Boulch afirma: A emergência da função de interiorização é que possibilita ao rápido de- senvolvimento da função simbólica vai passar além do funcional ao jogo simbólico, verdadeira atividade projetiva própria para criar um universo mágico onde o real e o imaginário se misturam. (2001, p. 97) Ao simbolizarem Transportam-se para um mundo imaginário Para o desenvolvimento social Brincar e aprender ao mesmo tempo neste jogo de “faz de conta” Desenvolvendo habilidades em projeção imaginária, aplicando-as na vida em sociedade Os Alunos Que lhes permite Importantíssimo Ao simbolizarem Transportam-se para um mundo imaginário Para o desenvolvimento social Brincar e aprender ao mesmo tempo neste jogo de “faz de conta” Desenvolvendo habilidades em projeção imaginária, aplicando-as na vida em sociedade Os Alunos Que lhes permite Importantíssimo Figura 3 10 11 Nos primeiros anos de vida da criança, as experiências devem ser estimula- das, resultando em uma memória corporal significativa. As experiências vividas anteriormente, no entanto, podem ser estimuladas pela atuação do adulto no que se refere à educação, tanto nos aspectos da instrumentação, como na afe- tividade. Portanto, trabalhar a criança de forma global resulta no estímulo da plasticidade cerebral relacionada às possibilidades de adaptação motoras frente a novas situações, criando novos esquemas de coordenação e fixando-os na es- trutura nervosa. Percepção da Imagem do Corpo No momento en que a criança começa a ter a compreensão da imagem de seu corpo, ela passa do mundo abstrato – imaginário – para o mundo concreto – real –, no qual ela aprenderá noções de ordem e, a partir daí, exercerá sua imaginação criadora para efetivar sua autonomia no que se refere à construção de sua identidade. A educação perceptiva, na medida em que ela terá como finalidade fazer descobrir á criança um universo onde reinam uma organização e uma estrutura, vai ser um ponto de apoio necessário para fazê-la passar pro- gressivamente de um mundo mágico, sinal do imaginário, a um mundo objetivo, onde poderá exercer sua “imaginação criadora. (LE BOULCH, 2001, p. 99) Para a criança aprender que no contexto social há regras que precisam ser obedecidas, embora até a fase dos 2 aos 3 anos seja bastante egocêntrica, e sua forma de ver as outras pessoas é a de entendê-las mais como objetos do que como pessoas, é com a ajuda dos adultos que poderá vir a realizar novas ações que refletirão no seu raciocínio lógico e em seu sensocrítico. Passando do corpo vivido à imagem visual do corpo, existem duas maneiras de verificar os progres- sos obtidos pela criança na busca de uma imagem visual fidedigna em relação a seu corpo: a representação da figura humana e a utilização de puzzles. 11 UNIDADE Brincadeiras e Jogos Simbólicos Grafismo e Imagem do Corpo A atividade gráfica da criança pequena, no começo, está intimamente relacio- nada aos sentidos. A criança deixa de acreditar nas características reais de seu corpo e passa a imaginar formas diferentes de representá-lo – através de desenhos (garatujas) – nos quais ela encontra maneiras de expressar sentimentos, vontades e atitudes que gostaria de realizar. Aos 2 1/2 anos, o controle visual vai influir cada vez mais na execução dos traçados. Mas só entre 3 e 4 anos vê-se aparecerem diferentes for- mas figurativas e não-figurativas no desenho da criança. Torna-se capaz de dar-se modelos visuais a partir representação mental e compreende o valor simbólico que expressa o desenho. (LE BOULCH, 2001, p. 99) Figura 4 Fonte: Lowenfeld, 1997 A primeira representação concreta em relação ao desenho da criança ocorre mais ou menos aos 3 anos de idade e se dá por meio de uma figura circular com linhas feitas em seu interior. No entanto, observa-se que nessa etapa há uma oposição entre a noção real da imagem visual do corpo, que a criança adquire ao longo das experi- ências vivenciadas em seu cotidiano, e a possibilidade da representação gráfica. Pouco depois dos 3 anos, a criança desenha um círculo com os olhos, o nariz, a boca. Logo, a criança acrescenta ao círculo dois traços, que repre- sentam os membros inferiores. É importante destacar que,na maioria dos 12 13 casos descritos pelos autores, os membros inferiores estão representados em primeiro lugar, embora os membros superiores e, sobretudo, as mãos, sejam os segmentos do corpo que a criança descobre e utiliza primeiro. (LE BOULCH, 2001, p. 100) Na fase dos 4 anos, a criança começa a ter a noção de organização corporal, isto é, ela desenha as partes do corpo e as coloca em ordem e então entende que seu corpo é formado por uma estrutura, e assim amplia cada vez mais seu conceito de imagem e identidade. Aos 4 anos, um círculo representará a cabeça com os olhos, o nariz, a boca, as orelhas e às vezes os cabelos. Um segundo círculo representará o tronco de onde partem os membros. (LE BOULCH, 2001, p.100) Na idade de 5 anos, a criança já tem uma noção sobre o seu próprio corpo. Então, outras partes vão ser acrescentadas ao mesmo para deixá-lo mais estruturado e desen- volvido. E assim, ela vai desenhá-lo de forma harmoniosa e também consciente. Na fase seguinte (aos 5 anos), aparece a figuração das mãos e dos pés, os dedos da mão aparecem sob a forma de traços, os pés sob a forma de excrescência dos membros inferiores. Os dedos da mão dispõem-se em raios de roda a partir da extremidade do antebraço. Os membros superio- res estão representados por duas linhas partindo com mais frequência do tronco, mas também da cabeça. (LE BOULCH, 2001, p. 100) Nesta fase, a criança já tem um conceito formado sobre seu próprio corpo, en- xerga e relaciona elementos e detalhes que o distingue do de outras pessoas. Isso pode variar de indivíduo para indivíduo, pois cada um é diferente do outro e tem algo que o torna único. Aos 6-7 anos, a tradução pelo grafismo da imagem visual do corpo tem adquirido suas características fundamentais, mas a precisão e a varieda- de dos detalhes diferem muito de uma criança a outra. (LE BOULCH, 2001, p.100) Na utilização dos puzzles, a noção que a criança tem de seu corpo deve ser re- presentada de maneira ordenada. Entretanto, pode sofrer alterações em relação à estrutura mental e gráfica e isso interfere no seu desenvolvimento. A fidelidade com a qual se pode apreciar o nível real da representação vi- sual que a criança tem de seu corpo através do desenho da figura humana está limitada pela defasagem entre a representação mental e o grafismo. (LE BOULCH, 2001, p. 100) 13 UNIDADE Brincadeiras e Jogos Simbólicos Figura 5 – Estágios do desenho do corpo Fonte: Fonseca, 2010 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâ- metros curriculares Nacionais. v. 6. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. Leia a Introdução, p. 19.Ex pl or Fusão da Imagem Visual e das Sensações Táteis e Cinestésicas A criança adquire noção da imagem de seu corpo através dos sentidos. Por exemplo, em sua higiene diária, ela tem a possibilidade de cuidar de si e começa a se conhecer e ter autonomia. Essa experiência deve ser reconhecida pelo adulto e o mesmo deve estimular o indivíduo para que ele tenha bons hábitos. O banho representa um momento privilegiado no sentido de favorecer a experiência perceptiva do corpo, a utilização do espelho permite associar as informações visuais ás informações táteis e cinestésicas. As outras ati- vidades da vida cotidiana: vestir-se, rabiscar, abrir uma porta, atirar uma bola, rolar no chão, rastejar, manipular um objeto, representam tantas outras situações favoráveis. Faz falta que o adulto se interesse pelos êxitos das tarefas da criança e a incite a prestar atenção sobre aquilo que ela sente durante a execução da atividade. (LE BOULCH, 2001, p.102) 14 15 A hora do banho é o momento em que a criança se realiza através de ações espontâneas que propor- cionam prazer e autonomia para que ela conheça seu próprio corpo e suas limitações. Isso lhe traz mais confiança para que seja uma pessoa indepen- dente e ativa em diferentes situações da vida. As consequências positivas em relação à evolu- ção psicomotora da criança são que a mesma con- seguirá ter uma coordenação motora bem desenvol- vida e isso influenciará no seu comportamento de maneira significativa, porque fará com que ela tenha mais confiança em si mesma e explore o mundo ao seu redor. Assim aos 3 anos, a criança manifesta um bem-estar motor global, permi- tindo-lhe explodir na atividade sensório-motora. Este desempenho garante- -lhe certa influência sobre o meio. Esta intuição motora eficaz encontrar-se- -á em outro nível, quando possa programar uma resposta a partir de uma representação mental e não reagindo a uma situação de forma espontânea, ou seja, ela deverá escolher a forma de agir. (LE BOULCH, 2001, p. 102) Quando a criança é estimulada através de atividades bem trabalhadas, ela ganha um bem-estar geral a partir do qual desenvolverá seus aspectos físicos, psicológicos e sociais de forma adequada. Portanto, é através das atividades psicomotoras que a criança adquire atenção e concentração com a união das habilidades de correr e andar, falar, ter noções mu- sicais, desenvolvendo ainda a lateralidade e o equilíbrio, superando suas limitações. A partir dos 5 aos 7 anos, as crianças podem praticar exercícios relacionados a atividades globais como, por exemplo, atividades de percepção e de tomada de consciência do próprio corpo. Também pode-se trabalhar a partir dos sentidos: tato, audição, visão; componentes essenciais para um bom desenvolvimento psicomotor. Desde os 5 aos 7 anos, a criança integra progressivamente seu corpo, adquirindo consciência do seu corpo, “corpo próprio”, com possibilidade ulterior de representação mental e de transformação de si em relação à outra pessoa. Nesta etapa podem ser propostos, junto aos exercícios de atividade global, exercícios de percepção e de tomada de consciência do “próprio corpo”, feitos com verbalização. Nesse estágio, a associação dos dados sinestésicos aos dados de outros sensoriais (tátil, visual e sonoro) é fundamental. Um aspecto da associação do campo sonoro a outros cam- pos de perceptivos está representado pela associação do símbolo verbal a outras sensações do “próprio corpo”. (LE BOULCH,1992, p. 162) Figura 6 Fonte: Acervo do conteudista 15 UNIDADE Brincadeiras e Jogos Simbólicos É importante respeitar o ritmo da criança porque cada indivíduo tem suas ne- cessidades,especificidades e potencialidades que precisam ser analisadas como um todo. Isso contribui para que ele tenha um desenvolvimento satisfatório. A atividade psicomotora não tem por objetivo fazer a criança adquirir os ritmos, senão favorecer a expressão de sua motricidade natural, cuja característica essencial é a ritimicidade. (LE BOULCH, 1992, p. 181) O esquema do nosso corpo é dinâmico, aprendemos a descobri-lo através dos movimentos, do contato com o meio externo e o retorno que vem desde saber quem somos e como somos. Para Piaget (2004, p. 26), “é importante que o corpo esteja integrado com as demais áreas do conhecimento. O corpo vai ocupar um lugar de destaque em suas brincadeiras através do movimento”. Quando a criança nasce, sua primeira expressão é corporal, porém, a mesma se comunica por gestos, pois ainda não consegue expressar verbalmente. Só irá adquirir essa habilidade com o passar do tempo, os primeiros sinais vêm através de gritos. As operações sensório-motoras e a atenção são partes integradas do com- portamento. A fala certamente irá introduzir mudanças significativas na forma com que a criança se relacionará com as outras funções sensoriais. A criança começa a perceber o mundo que a cerca através da voz, tam- bém. Anteriormente o seu único instrumento eram os olhos. Por meio da palavra a criança pode se expressar e, é importante percebermos que, mesmo usado a linguagem verbal as vazes não consegue exprimir o que deseja; aí ela experimenta o uso da linguagem gestual, facilitando a sua comunicação. A fala, a linguagem segundo Vygotsky, “é a parte essencial do desenvolvimento conjuntivo da criança”. (VYGOTSKY, 1991, p. 37 apud LE BOULCH, 1992, p. 32) O desenvolvimento da fala da criança deve ocorrer naturalmente sem pressões sobre a forma correta de falar, porque nessa fase ela continuará a falar errado mesmo que os outros a corrijam. O desempenho da linguagem verbal da criança só ocorrerá se ela estiver à língua. Para que ela fale corretamente, é necessário que os outros também falem e evitem igualar sua fala à dela. Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. Brincadeiras Lúdicas Entre os mecanismos que devem permear a educação por meio das brincadeiras lúdicas, temos o incentivo, a sociabilidade e a afetividade. Outros aspectos como no- ções de tempo e espaço, classificação e seriação podem ser trabalhados também. Algumas dessas brincadeiras têm sido exploradas há muito tempo com as crianças, sendo algumas delas: • Pega-pega; • Esconde-esconde; • Cabra Cega; • Gato Mia; • Queimada; • Pular Corda. 16 17 Outro aspecto a ser observado é a relação que a criança tem com o brinquedo. Nos contatos múltiplos e com a diversificação de brinquedos, a criança passa por várias experiências, tais como: sentimentos de posse, desejos, negociações, desco- bertas, relações afetivas e explorações; efetivando o contexto do imaginário. Segundo Brougère (2008), os principais aspectos e conceitos que devem ser observados e trabalhados nessas relações são: • A imaginação: a imaginação varia de acordo com a idade, a situação e o sexo da criança, se apoiando em história reais e irreais; • O toque: ao tocar em um brinquedo, a criança desenvolve sentimentos e a sua capacidade lúdica, permitindo assim manipular os códigos culturais e sociais; • A falta de referência dos pais na vida da criança pode ser muito significativa; • A socialização da criança vai acontecer através do objeto, mas ela não está totalmente condicio- nada ao brinquedo e sim à sua imaginação, que se considera ser o mais importante; O brinquedo, mesmo sendo um objeto, é uma grande fonte cultural, traz à criança suporte de ação, conduta lúdica, formas, imagens, símbolos para serem manipulados. Portanto, a criança pas- sará pelo processo de modificações do brinquedo, que Brougère (2008) classifica como: » Animismo: a criança vai dar características humanas a seres inanimados; Desenhos que viraram bonecos de verdade: http://bit.ly/2UNx4zC Ex pl or » Antropomorfismo: a criança atribui características ou aspectos humanos a elementos da natureza ou animais (Figura 8). Nesse sentido, é importante ressaltar a importância da aqui- sição de conhecimentos para as crianças através da Arte, no sentido de uma compreensão do mundo na qual a dimensão poéti- ca esteja presente. Buscando am- pliar uma experiência de apren- dizagem comunicativa por meio das linguagens artísticas e com a interação com o lúdico. Figura 7 Fonte: Acervo do conteudista Figura 8 Fonte: Lowenfeld, 1997 17 UNIDADE Brincadeiras e Jogos Simbólicos Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Brinquedo e Cultura BROUGERE, G. Brinquedo e Cultura. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2004. Filmes Os Croods Com direção de Kirk De Micco e Chris Sanders, essa animação é uma comédia que se passa com uma família que vive na Pré-história. Eles partem em busca de uma nova casa, depois que a caverna do clã foi destruída. O que os Croods não sabiam era que, além das pedras da caverna existia um mundo novo e fantástico, que mudaria suas vidas para sempre. Para quem for assistir a uma cópia legendada, poderá conferir o trabalho de dublagem de atores como Nicolas Cage, Ryan Reynolds e Emma Stone, que dão vida aos personagens. https://youtu.be/53RBPjMlO_s 18 19 Referências BOULCH, J. Le. O Desenvolvimento Psicomotor: do nascimento até os 6 anos – a psicocinética na idade pré-escolar. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Funda- mental. Parâmetros curriculares Nacionais. v. 1. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Funda- mental. Parâmetros curriculares Nacionais. v. 6. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. BROUGERE, G. Brinquedo e Cultura. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2004. FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2010. KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2005. KISHIMOTO, T. M. O Brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002. WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-Escola. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção: Questões da Nossa Época, 48). 19
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