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Direito Constitucional II Curso de Direito Doctum - Unidade Carangola 4º período Professor Esp. Felipe Tannus Cheim Apresentação do professor Apresentação da disciplina Carga horária semestral: 80 H/A Carga horária semanal: 4 H/A ◦ Objetivo da disciplina: Oferecer ao discente conhecimento acerca Direito Constitucional Brasileiro, principalmente no que concerne à organização do Estado brasileiro, ao sistema de separação de poderes, ao sistema de freios e contrapesos e às prerrogativas e garantias dos seus membros. Possibilitar compreensão da estrutura organizacional do poderes da República Federativa do Brasil, visando o desenvolvimento de visão crítica reflexiva acerca do papel do Estado e sua interação com a sociedade. SUGESTÃO DE LIVRO – BIBLIOGRAFIA: Direito Constitucional Contemporâneo • Nos últimos anos, o Direito Constitucional assumiu, definitivamente, o seu caráter normativo, procurando se adequar a realidade social e dando nova dimensão a jurisdição constitucional. É deste ponto que decorre a judicialização das grandes questões envolvendo direitos fundamentais, separação de poderes e políticas públicas. • A capacidade de trabalhar com esses conceitos, categorias e instrumentos do Direito Constitucional tornou-se um dos grandes diferenciais dos Operadores do Direito nos dias de hoje... Organização dos Poderes 1.1 - O Princípio da Separação dos Poderes: • O Princípio da Separação dos Poderes encontra previsão no art. 2º da Constituição Federal, ao dispor que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. • Seu objetivo fundamental é preservar a liberdade individual, combatendo a concentração de poder, isto é, a tendência ‘absolutista’ de exercício do poder político pela mesma pessoa ou por determinado grupo de pessoas. • A distribuição do poder entre órgãos estatais dotados de independência é tida como garantia de equilíbrio político que evita ou, pelo menos, minimiza os riscos de abuso de poder. O Estado que estabelece a separação dos poderes evita o despotismo e assume feições liberais. • Isso significa afirmar que, na base da separação dos poderes, encontra-se a tese da existência de nexo causal entre a divisão do poder e a liberdade individual. A separação dos poderes persegue esse objetivo de duas maneiras: Primeiro: impondo a colaboração e o consenso de várias autoridades estatais na tomada de decisões; Segundo: estabelecendo mecanismos de fiscalização e responsabilização recíproca dos poderes estatais, conforme o desenho institucional dos (Sistemas de) Freios e Contrapesos. 1.2 – O Sistema de Freios e Contrapesos • A Teoria da Divisão de Poderes, também conhecida como Sistema de Freios e Contrapesos, foi consagrada pelo pensador francês Montesquieu na obra “O Espírito das Leis”. A obra de Montesquieu, porém, sofreu grande influência da obra “Política”, do filósofo Aristóteles , e também da obra “Segundo Tratado do Governo Civil”, de John Locke. • Com base nessas obras, Montesquieu passou a acreditar que para se afastar governos absolutistas e evitar a produção de normas tirânicas, seria fundamental estabelecer autonomia e limites de cada um dos poderes. Com isto, cria-se a ideia de que “só um o poder é capaz de controlar outro poder”, desta forma, cada poder é considerado autônomo exercendo determinada função, porém, cada um dos poderes deve ser controlado pelos outros poderes, sendo então independentes e harmônicos entre si. • O sistema faz a seguinte divisão dos poderes do Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Poder Legislativo tem a função típica de legislar e fiscalizar; o Executivo, administrar a coisa pública; já o Judiciário, julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses. Aplicar o sistema de freios e contrapesos significa conter os abusos dos outros poderes para manter certo equilíbrio. • EX: o judiciário, ao declarar inconstitucionalidade de uma Lei é um Freio ao ato Legislativo que poderia conter uma arbitrariedade. Já o Contrapeso se materializa na constatação de que todos os poderes possuem funções distintas, fazendo assim com que não haja uma hierarquia entre eles, o que os tornam poderes harmônicos e independentes. Jurisprudência “EMENTA: (...). A essência do postulado da divisão funcional do poder, além de derivar da necessidade de conter os excessos dos órgãos que compõem o aparelho de Estado, representa o princípio conservador das liberdades do cidadão e constitui o meio mais adequado para tornar efetivos e reais os direitos e garantias proclamados pela Constituição. Esse princípio, que tem assento no art. 2.º da Carta Política, não pode constituir e nem qualificar-se como um inaceitável manto protetor de comportamentos abusivos e arbitrários, por parte de qualquer agente do Poder Público ou de qualquer instituição estatal. (...) O sistema constitucional brasileiro, ao consagrar o princípio da limitação de poderes, teve por objetivo instituir modelo destinado a impedir a formação de instâncias hegemônicas de poder no âmbito do Estado, em ordem a neutralizar, no plano político-jurídico, a possibilidade de dominação institucional de qualquer dos Poderes da República sobre os demais órgãos da soberania nacional” (MS 23.452, Rel. Min. Celso de Mello, j. 16.09.1999, Plenário, DJ de 12.05.2000). QUESTÃO DE PROVA: (OAB/FGV – 2015) A discussão a respeito das funções executiva, legislativa e judiciária parece se acirrar em torno dos limites do seu exercício pelos três tradicionais Poderes. Nesse sentido, sobre a estrutura adotada pela Constituição brasileira de 1988, assinale a afirmativa CORRETA. a) O exercício da função legislativa é uma atribuição concedida exclusivamente ao Poder Legislativo, como decorrência natural de ser considerado o Poder que mais claramente representa o regime democrático. b) O exercício da função jurisdicional é atribuição privativa do Poder Judiciário, embora se possa dizer que o Poder Executivo, no uso do seu poder disciplinar, também faça uso da função jurisdicional. c) O exercício de funções administrativas, judiciárias e legislativas deve respeitar a mais estrita divisão de funções, não existindo possibilidade de que um Poder venha a exercer, atipicamente, funções afetas a outro Poder. d) A produção de efeitos pelas normas elaboradas pelos Poderes Legislativo e Executivo pode ser limitada pela atuação do Poder Judiciário, no âmbito de sua atuação típica de controlar a constitucionalidade ou a legalidade das normas do sistema. Resposta: Alternativa D E-mail: felipecheim@outlook.com OBRIGADO! Até a próxima aula! mailto:felipecheim@outlook.com
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