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CIENCIA POLITICA - RESENHA CRITICA - ENVIAR

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RESENHA CRÍTICA 
 
A IMPORTÂNCIA DA SEPARAÇÃO DE PODERES E O SISTEMA DE 
FREIOS E CONTRAPESOS NO ATUAL ESTADO DEMOCRÁTICO DE 
DIREITO 
 
ANDREA SANTOS DE VASCONCELOS 
201903172161 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Ciência Política 
Profª.: Durcelania da Silva Soares 
 
 
 
 
Rio de Janeiro/RJ 
2020 
 
 INTRODUÇÃO 
Este presente trabalho tem a intenção de apresentar uma resenha crítica sobre a 
seriedade da Separação dos Poderes e o Sistema de Freios e Contrapesos no Estado 
Democrático de Direito e interpretar a importância desta divisão de poderes 
(Executivo, Legislativo e o Judiciário) para o progresso e bem estar da sociedade. 
Baseado na entrevista do atual Presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), 
ministro Dias Toffoli, relacionando-a com a teoria da tripartição dos poderes do filósofo 
francês Montesquieu e, para tanto, utilizarei além da fala do referido, as premissas 
lockianas que fizeram do filósofo francês o elaborador desta questão tão pertinente em 
praticamente todos os Estados modernos, a fim de pesquisar a necessidade da 
repartição dos poderes para um Estado Democrático de direito justo e importante. 
. 
 DESENVOLVIMENTO 
 Ao longo de toda história da raça humana, as sociedades eram regidas por um poder 
acima de suas cabeças que, além de confinar os indivíduos, limitava liberdades em 
desvantagem de segurança e estabilidade, além de determinar leis, na Grécia antiga 
no período da democracia ateniense. Deste modo, podemos dizer que o homem 
optou, devido a busca pela segurança de sua propriedade, família e riquezas, atribuir a 
outrem poder sobre si, através do monopólio da força, a fim de organizar uma 
sociedade justa, impedindo a espoliação, o assassinato, os crimes contra a vida, 
liberdade e propriedade. Temos nisto a ideia de Locke, na qual os homens nasciam 
livres e em igualdade (material), mas optaram por negar este estado de natureza, 
buscando a organização da vida em sociedade através de um pacto: o contrato social. 
O contratualismo é uma teoria política e filosófica baseada na ideia de que existe uma 
espécie de pacto ou contrato social que retira o ser humano de seu estado de 
natureza e coloca-o em convivência com outros seres humanos em sociedade. 
Num segundo momento, torna-se necessário o nascimento da clássica doutrina 
tripartite. Os organizadores desta tripartição trabalharam cada qual com diferentes 
conceitos de atribuições determinados a cada esfera de poder, porém foi Montesquieu, 
em sua obra “O Espírito das Leis” quem deu os contornos específicos e determinados 
aos poderes do Estado, chegando à sua forma mais tácita na atualidade. 
A contribuição que Montesquieu deu à história da separação de poderes foi imensa. 
Conforme afirma Ana Carolina Marnieri Pizaia “(...) Ele não foi o primeiro buscar uma 
solução para que o poder não ficasse centralizado nas mãos de apenas uma pessoa 
ou de um pequeno grupo, porém foi ele que após muita análise explicou de maneira 
mais clara e eficaz uma forma que contribuísse para melhor funcionalidade entre 
governo e população”. Tal separação é essencial para o estabelecimento e 
manutenção da liberdade política para que o governo seja dividido em três ramos 
independentes e harmoniosos, inclusive a Constituição Federal de 1988. 
Mesmo propondo a divisão entre os poderes, Montesquieu aponta que cada um 
destes deveriam se equilibrar entre a autonomia e a intervenção nos demais poderes. 
Dessa forma, cada poder não poderia ser desrespeitado nas funções que deveria 
cumprir. Ao mesmo tempo, quando um deles se mostrava excessivamente autoritário 
ou extrapolava suas designações, os demais poderes teriam o direito de intervir contra 
tal situação desarmônica. 
Após a verificação da concepção da separação de poderes e esta em corrente 
tripartite, resta o exame da aplicação desse princípio no atual ordenamento jurídico 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
brasileiro, que são - Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. O art. 2º, 
por exemplo, contém o seguinte: 
“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. (CF/88). 
 O Poder Executivo tem como função executar as leis; 
 O Poder Legislativo tem a responsabilidade de elaboração das leis que 
regulam o Estado; 
 O Poder Judiciário tem a função de garantir os direitos individuais, coletivos e 
sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. 
 
Trata-se também de uma prescrição constitucional conhecida como o sistema de 
freios e contrapesos, que consiste na prática de delimitação de um poder por outro. 
Quanto ao conjunto de freios e contrapesos há de se caracterizar que, nem as 
divisões de funções entre os órgãos do Poder, nem sua independência são 
absolutas, já que inexiste o direito absoluto. Há interferências que visam ao 
estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, este tem como finalidade a 
busca do equilíbrio necessário à realização do bem da coletividade e indispensável 
para evitar o arbítrio e o desmando de um (poder) em detrimento do outro. Neste 
sentido, utilizando-se da fala do ministro Toffoli “O Estado é um só, não existe três 
Estados (...) existe para mediar os conflitos, organizar a sociedade e ter o pleno 
desenvolvimento de um povo e uma nação (...)” onde claramente demonstra a 
importância do controle social exercido pelo Direito e garantido pelo Sistema 
Democrático vigente. Desse modo, consiste no controle do poder pelo próprio poder, 
sendo que cada Poder teria autonomia para exercer sua função, mas seria 
controlado pelos outros poderes. Um misto de fiscalização de um poder sobre o 
outro, com a possibilidade de atuação positiva, ou seja, de barrar, impedir abusos e 
arbítrios. 
 
 
 CONCLUSÃO 
Portanto, tendo em vista todo o argumentado, e utilizando-se da fala do ministro “O 
diálogo é fundamental, a harmonia é necessária e ela tem que ser permanente. A 
democracia é fruto da cultura humana, ela não é da natureza, e ela não é natural em 
toda sociedade humana. Ou seja, ela tem que ser defendida permanentemente”, 
notamos um viés contratualista de que o natural do ser humano não é viver em 
sociedade e que este só o faz para segurança (e no caso proposto através da forma 
de governo democrática), através de um contrato social, quanto a ideia da teoria de 
Montesquieu, que fala de uma independência de poderes que se limitam entre si, mas 
que ao mesmo tempo são harmônicos dentro de suas limitações e coerências.

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