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U T I 3 Linguagens & Códigos-LC_SP

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Prévia do material em texto

3U.T.I.Unidade Técnica de ImersãoLLINGUAGENSE CÓDIGOS
C
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino. São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.
Autores
Emily Cristina dos Ouros
Lucas Limberti
Murilo de Almeida Gonçalves
Pércio Luis Ferreira
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial
Hexag Editora
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Programação visual
Hexag Editora
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Eder Carlos Bastos de Lima
Felipe Lopes Santos
Iago Kaveckis
Letícia de Brito 
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Gráfica BMK
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo usado apenas para fins didáticos, não represen-
tando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2019
Todos os direitos reservados por Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
CARO ALUNO
Você está recebendo o terceiro caderno da U.T.I. (Unidade Técnica de Imersão) do Hexag Vestibulares. Este 
material tem o objetivo de verificar se você aprendeu os conteúdos estudados nos livros 5 e 6, oferecendo-lhe uma 
seleção de questões dissertativas ideais para exercitar suas memória e escrita, já que é fundamental estar sempre 
pronto a realizar as provas de 2ª fase dos vestibulares.
Além disso, este material também traz sínteses do que você observou em sala de aula, ajudando-lhe ainda 
mais a compreender os itens que, possivelmente, não tenham ficado claros e a relembrar os pontos que foram 
esquecidos. 
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.
Bons estudos!
SUMÁRIO
U.T.I. - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS
TECNOLOGIAS
ENTRE LETRAS 
Gramática 5
Literatura 33
ENTRE TEXTOS 
ENTRE FRASES 
BETWEEN ENGLISH AND PORTUGUESE 
ENTRE ASPAS 
Interpretação de textos 55
Redação 77
Estudo da língua inglesa 89
Obras literárias 99
Gramática 
L C
0 3
U.T.I.
7
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal baseia-se na relação entre um substantivo e as palavras que a ele se referem para 
caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Em suma, a concordância 
nominal se ocupa basicamente da relação entre nomes. 
a) Crianças barulhentas (concordância entre o substantivo feminino crianças, no plural, e seu qualificador 
barulhentas também no plural e no feminino). 
b) A criança está agitada. (concordância feita entre o substantivo feminino criança, no singular, e seus 
qualificadores a e agitada, também no singular e feminino). 
Observação: Em geral, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração e o adjetivo, o artigo, 
o pronome ou o numeral, como adjunto adnominal. Dessa forma, é o núcleo que determina se as palavras relacio-
nadas a si devem ficar no singular ou no plural, no feminino ou no masculino. 
CONCORDÂNCIA VERBAL
Observe estas frases:
O autor aprovou a biografia.
Os autores aprovaram as biografias.
No primeiro exemplo, o verbo “aprovar” encontra-se na terceira pessoa do singular, concordando com o seu 
sujeito, “o autor”, também no singular. No segundo exemplo, o sujeito “os autores” está concordando em número 
(plural) com o verbo. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa e número correspondem-se.
A concordância verbal ocorre quando o verbo está flexionado para concordar com seu sujeito.
Regra geral
O sujeito simples (com apenas um núcleo) concordará com o verbo em número e pessoa.
Exemplos: A promotora divulgou o evento.
As promotoras divulgaram o evento.
Oitenta e cinco por cento dos entrevistados não aceitam a alteração da lei.
* Se a expressão que indicar porcentagem não for seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número.
Exemplos: Vinte e cinco por cento querem aumento de salário.
Um por cento conhece bem a matéria.
1. Sujeito formado pelo pronome relativo "que": a concordância em número e pessoa é feita com o ante-
cedente do pronome.
Exemplos: Fui eu que paguei e saí mais cedo.
Fomos nós que compramos o carro.
2. Sujeito formado pela expressão “um dos que”: o verbo deve assumir a forma plural.
Exemplo: Se você é um dos que cantam em karaokê, certamente terá seu repertório favorito.
8
Importante 
Na linguagem corrente, a tendência é a concor-
dância no singular:
Exemplo: Ele foi um dos deputados que 
mais lutou para a aprovação da proposta.
Ao comparar com um caso em que se use 
um adjetivo:
Exemplo: Ela é uma das alunas mais aten-
ta da sala.
A análise dessa construção mostra que a 
forma no singular é inadequada para a língua es-
crita.
Portanto, as formas aceitáveis gramatical-
mente são:
Exemplos: Das alunas mais atentas da 
sala, ela é uma.
Dos deputados que mais lutaram pela apro-
vação da proposta, ele é um.
 
CONCORDÂNCIA VERBAL II 
1. A palavra ”se”
Dentre as diversas funções exercidas pelo se, 
há duas de particular interesse para a con-
cordância verbal.
 o se como índice de indeterminação do 
sujeito; e
 o se como partícula apassivadora.
Como índice de indeterminação do sujeito, o 
se acompanha os verbos intransitivos, tran-
sitivos indiretos e de ligação, que obrigato-
riamente são conjugados na terceira pessoa 
do singular.
Exemplos: Precisa-se de vendedores com 
prática.
Confia-se demais em pesquisas 
de opinião.
Como pronome apassivador, o se acompa-
nha verbos transitivos diretos e transitivos di-
retos e indiretos na formação da voz passiva 
sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar 
com o sujeito da oração.
Exemplos: Construiu-se um enorme edifí-
cio onde ficava a velha casa.
Construíram-se novos edifícios 
onde ficava a velha casa.
Aluga-se quarto para estudantes.
Alugam-se quartos para estudantes.
2. O verbo ser
A concordância verbal dá-se sempre entre o 
verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo 
ser, essa concordância pode ocorrer também 
entre o verbo e o predicativo do sujeito. O 
verbo ser concorda com o predicativo do su-
jeito:
a) se o sujeito for representado pelos prono-
mes isto, isso, aquilo, tudo, o e o predica-
tivo estiver no plural.
Exemplos: Isso são lembranças que de-
vem ser esquecidas.
Aquilo eram problemas ur-
gentes.
b) se empregado na indicação de horas, dias 
e distâncias, o verbo ser concorda com o 
numeral.
Exemplo: É uma hora.
São três da manhã.
Eram 13 de setembro quan-
do partimos.
Daqui até o shopping são 
dois quarteirões.
Importante 
Na indicação de dia, o verbo ser admite as 
seguintes concordâncias:
1. No singular, concordando com a palavra ex-
plícita dia.
Exemplo: Hoje é dia quatro de junho
2. No plural, concordando com o numeral 
(sem a palavra dia).
Exemplo: Hoje são quatro de junho.
c) se o sujeito indicar peso, medida, quanti-
dade e for seguido de palavras ou expres-
sões como pouco, muito, menos de, mais 
de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplo: Cinco quilos de arroz é mais 
do que suficiente.
Três metros de tecido é pouco 
para fazer o vestido.
Duas semanas de férias é 
pouco para viajar.
d) se o sujeito for uma expressão de sen-
tido partitivo ou coletivo e o predicativo 
9
estiver no plural, o verbo “ser” concorda 
com o predicativo.
Exemplo: A grande maioria no protes-
to eram jovens.
O resto foram atitudes im-
pensadas.
REGÊNCIA
Para compreender o conceitode regência é fun-
damental entender que as palavras, ao ocuparem suas 
posições nas estruturas sintáticas da língua, podem 
estabelecer vínculos de subordinação com outras pala-
vras. Nas estruturas subordinadas, há sempre um termo 
que subordina outro. O primeiro chama-se subordinan-
te, termo que determina e do qual depende o segundo, 
seu subordinado.
Essa relação em que uma palavra funciona como 
complemento da outra chama-se regência. Diz-se que 
as palavras que dependem de outras são por elas regi-
das. As palavras que regem as outras são chamadas de 
regentes.
Esses vínculos de subordinação vêm, por vezes, 
marcados por preposições, semanticamente escolhidas 
por determinados nomes e verbos para marcar a relação 
que eles estabelecem com os complementos nominais e 
verbais que regem.
Exemplos
a) Gosto de viajar. (O verbo gostar rege um ob-
jeto indireto, a ele subordinado no interior do 
predicado-verbal. A preposição de marca a 
regência desse verbo).
b) Tenho medo de avião. (O substantivo medo 
rege um complemento nominal, a ele subor-
dinado. A preposição de marca a regência 
desse substantivo).
Portanto, o estudo que segue refere-se às rela-
ções que se estabelecem entre nomes e seus comple-
mentos (regência nominal) e entre verbos e seus com-
plementos (regência verbal).
Regência nominal
É a denominação dada à relação semântica que 
se estabelece entre substantivos, adjetivos e determina-
dos advérbios e seus respectivos complementos nomi-
nais. Essa relação vem sempre marcada por preposição.
Alguns nomes listados a seguir costumam vir 
acompanhados de um complemento nominal e exigem 
o uso de determinadas preposições para que o enun-
ciado construído tenha sentido enquanto estrutura do 
Português.
 impróprio para
 semelhante a
 contrário a
 indeciso em
 sensível a
 descontente com
 insensível a
 desejoso de
 liberal com
 suspeito de
 diferente de
 natural de
 vazio de
Regência de alguns advérbios
 longe de
 perto de
Regência verbal
É a denominação dada à relação semântica que 
se estabelece entre verbos e seus respectivos comple-
mentos (objetos direto e indireto). No caso dos objetos 
indiretos, essa relação vem sempre marcada por uma 
preposição.
10
Atenção
Para melhor compreender os principais as-
pectos envolvidos na questão da regência verbal, 
é fundamental relembrarmos a noção de transitivi-
dade (argumentação) verbal.
 Quanto à predicação, os verbos podem ser 
classificados em intransitivos e transitivos.
 Verbos intransitivos apresentam sentido com-
pleto e não necessitam de complemento (obje-
to direto ou indireto).
 Verbos transitivos necessitam de um com-
plemento de valor substantivo (objeto di-
reto ou indireto) para integrar-lhes o sen-
tido. Nesse caso, a transição entre o verbo 
e seu complemento pode ser direta (caso 
dos verbos transitivos diretos, que regem 
objetos diretos) ou indireta (caso dos ver-
bos transitivos indiretos, que regem objetos 
indiretos).
Exemplos:
A garota comprou uma maçã. (verbo transitivo 
direto rege um objeto direto).
A garota gosta de maçã. (verbo transitivo indireto 
rege um objeto indireto).
Observação: Para que seu sentido fique 
completo, alguns verbos exigem um objeto direto 
e um objeto indireto, sequencialmente. A esses ver-
bos chamamos bitransitivos.
A garota deu uma maçã de presente ao 
amigo. (uma maçã é objeto direto do verbo dar e 
ao amigo é objeto indireto do mesmo verbo, intro-
duzido pela preposição a).
Nesse exemplo, a preposição de, que apa-
rece diante do termo “presente”, não apresenta 
relação com a noção de transitividade verbal, mas 
introduz um adjunto adnominal do objeto direto, 
qualificando-o apenas. Assim, para a discussão de 
regências nominal e verbal são relevantes apenas 
aquelas preposições que ligam complementos a 
um verbo (objetos indiretos) ou a um nome (com-
plementos nominais).
É transitivo direto no sentido de acariciar.
Exemplos: Sempre agrada a criança quando a 
vê. / Sempre a agrada quando a vê.
É transitivo indireto no sentido de causar agrado 
a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento 
introduzido pela preposição a.
Exemplos: A peça de teatro não agradou aos 
espectadores. / A peça de teatro não lhes agradou.
Aspirar
É transitivo direto no sentido de sorver, inspirar 
(o ar), inalar.
Exemplo: Aspirava o suave aroma do perfume. 
(Aspirava-o.)
É transitivo indireto no sentido de desejar, ter 
como ambição.
Exemplo: Aspirávamos a uma viagem para a 
Europa. (Aspirávamos a ela.)
Observação:
Como o objeto indireto do verbo aspirar não é 
pessoa, mas uma coisa, não são usadas as formas 
pronominais átonas lhe e lhes, mas as formas tôni-
cas a ele(s), a ela(s), conforme a gramática norma-
tiva (exemplo anterior).
CRASE
É o nome que se dá à junção de duas vogais 
idênticas. É de grande importância a crase da prepo-
sição a com o artigo feminino a(s); com o pronome 
demonstrativo a(s); e com o a inicial dos pronomes 
aquele(s), aquela(s), aquilo e com o a do relativo a 
qual (as quais).
Na escrita, a crase é indicada pelo acento gra-
ve ( ` ). Para o entendimento da crase, é fundamental 
também dominar a regência dos verbos e nomes que 
exigem a preposição a. Aprender a empregar a crase, 
portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência 
simultânea de uma preposição e de um artigo ou pro-
nome. 
Exemplos: Vou a + a França.
Vou à França.
Nesse exemplo, há ocorrência da preposição a, 
exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do 
11
artigo a que está determinando o substantivo feminino 
França. Se ocorrer esse encontro e a fusão dessas duas 
vogais, essa fusão é indicada pelo acento grave.
Exemplos: Conheço a estudante.
Refiro-me (a + a) à estudante.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto 
(conhecer algo ou alguém), logo, não exige preposição 
e não há ocorrência de crase. No segundo exemplo, o 
verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) 
e exige a preposição a. Portanto, a crase é possível, des-
de que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo 
feminino a ou um dos pronomes já especificados. 
REGRAS DE ACENTUAÇÃO
Monossílabas
Levam acento agudo ou circunflexo as palavras 
monossílabas terminadas em:
 a(s) – já; lá; vás
 e(s) – fé; lê; pés
 o(s) – pó, dó; pós
Oxítonas
São as palavras que possuem a última sílaba 
tônica. Levam acento agudo ou circunflexo as palavras 
oxítonas terminadas em:
 a(s) – vatapá; carajás; cajás
 e(s) – você; café; cafunés
 o(s) – jiló; avô; carijós
 em / ens – também; ninguém; armazéns
Paroxítonas
São as palavras que possuem a penúltima sílaba 
tônica. Levam acento agudo ou circunflexo as palavras 
paroxítonas terminadas em:
 i(s) – júri; lápis; tênis
 us – vênus; vírus; ônus
 r – caráter; revólver; mártir
 l – útil; amável; têxtil
 x – tórax; fênix; ônix
 n – éden; hífen; líquen
 um/uns – álbum; álbuns; médium
 ão(s) – órgão; órgãos; órfão
 ã(s) – órfã; ímã; imãs
 ps – bíceps; fórceps
 on(s) – rádon; rádons
Proparoxítonas
São as palavras que possuem a antepenúltima 
sílaba tônica. Todas as palavras proparoxítonas levam 
acento agudo ou circunflexo.
Casos especiais
São sempre acentuadas as palavras oxítonas 
com os ditongos abertos grafados “éis”, 
“éu(s)” ou “ói(s)”. 
Exemplos: anéis; herói; chapéu.
Não são acentuadas as palavras paroxítonas 
com os ditongos abertos “ei” e “oi”, uma 
vez que existe oscilação em muitos casos en-
tre a pronúncia aberta e fechada.
Exemplos: assembleia; proteico; alcaloide.
Não se acentuam os encontros vocálicos fechados.
Exemplos: pessoa; canoa; voo.
Observação:
Se o verbo estiver no futuro (mesóclise), pode-
rá haver dois acentos: amá-lo-íeis.
Não levam acento gráfico as palavras paroxíto-
nas que, tendo respectivamente vogal tônica 
aberta ou fechada, são homógrafas de arti-
gos, contrações, preposições e conjunções 
átonas.
Exemplos: para (verbo e preposição); pelo 
(substantivo e preposição)
Levam acento agudo o “i” e “u”, quando repre-
sentama segunda vogal tônica de um hiato, 
desde que não formem sílaba com “r”, “l”, 
“m”, “n” e “z” ou não estejam seguidos de 
“nh”.
Exemplos: viúva; raízes (raiz); faísca.
12
Não leva acento a vogal tônica dos ditongos “iu” e “ui”. 
Exemplos: caiu; retribuiu; tafuis.
Não serão acentuadas as vogais tônicas “i” e “u” das palavras paroxítonas quando essas vogais estiverem 
precedidas de ditongo decrescente.
Exemplos: maoista; baiuca; bocaiuva.
Serão acentuadas as vogais tônicas “i” e “u” das palavras oxítonas quando, mesmo precedidas de ditongo 
decrescente, estão em posição final, sozinhas na sílaba, ou seguidas somente de “s”.
Exemplos: Piauí; teiú; tuiuiús.
A 3a pessoa de alguns verbos se grafa da seguinte maneira:
quando termina em “em” (monossílabas).
Exemplos: tem / têm; vem / vêm.
quando termina em “ém”.
Exemplos: contém / contêm; convém / convêm
quando termina em “ê” e derivados:
Exemplos: crê / creem; revê / reveem
Levam acento agudo ou circunflexo as palavras terminadas por ditongo oral (que não é nasal) átono cres-
cente ou decrescente.
Exemplos: ágeis; espontâneo; ignorância.
Leva acento agudo ou circunflexo a forma verbal terminada em “a”, “e” e “o” tônicos, seguidas de “la(s)” 
e “lo(s)”.
Exemplos: movê-lo; fá-los; sabê-lo-emos.
Leva acento agudo a vogal tônica “i” das formas verbais oxítonas terminadas em “air” e “uir”, quando 
seguidas de “la(s)” e “lo(s)”, caso em que perdem o “r” final.
Exemplos: atraí-los; possuí-lo.
Não levam acento os prefixos paroxítonos terminados em “r” e “i”.
Exemplos: super-homem; semicírculo.
Leva acento circunflexo diferencial a sílaba tônica da 3a pessoa do singular do pretérito perfeito “pôde”, 
para distinguir-se de “pode”, forma da mesma pessoa do presente do indicativo.
FUNÇÕES DE “A”, “QUE” E “SE”
Durante o curso, estudamos diversas categorias gramaticais operadas por termos que são semelhantes (por 
exemplo, usos variados para o termo “que”). Agora, chega o momento de organizarmos esses elementos (e conhe-
cermos alguns outros novos) a fim de nos prepararmos de modo adequado, seguro e eficaz para os vestibulares
13
Funções de “A”
a) Artigo
Classe de palavras variável que determina subs-
tantivos
 Será encontrado sempre antecedendo subs-
tantivos de gênero feminino de modo que, ao 
pronunciá-los, seja possível notarmos seu con-
tato morfológico com esse substantivo, especial-
mente em seu papel de particularização/espe-
cificação (“a casa”, “a porta”, “a tristeza”, “a 
Cláudia”). 
b) Preposição
Classe de palavras invariável que conecta ter-
mos, podendo estabelecer entre eles algum sentido
 A preposição “a” pode ser encontrada como re-
sultado de um processo de regência verbal ou 
regência nominal. Vejamos
Ex.: Ela se referiu ao documento da casa (o 
verbo pronominalizado “referir-se” solicita pre-
posição “a”, que será colocada diante do termo 
“documento”).
Ex.: Tenho horror a hospitais (o substantivo 
“horror” solicita preposição “a”, que será colo-
cada diante do termo “hospitais”)
Atenção:
Em nenhum dos dois casos apresentados ante-
riormente, o “a” poderia ser classificado como 
Artigo, pois ele antecede as palavras “documen-
to” e hospitais, que são masculinas.
c) Pronome oblíquo
Classe de palavras variável que ocupar o lugar de 
um substantivo que está em posição de complemento
 O termo “a” será pronome oblíquo quando fun-
cionar como complementador de sentido de ver-
bos transitivos diretos, em processos de regência 
em que esses verbos não sejam encerrados pelas 
consoantes “s”, “r” ou “z”; ou sons nasais.
Ex.: Passe a palavra abaixo para o infinitivo e 
encontre-a no jogo de caça-palavras (o verbo 
“encontrar solicita como complemento o prono-
me “a” logo a sua frente)
Ex.: Eu a vi no cinema na semana passada (o 
verbo “ver” solicita como complemento o “a” 
que foi colocado em posição anterior a esse ver-
bo)
Atenção:
Como pronome oblíquo, o “a” pode ser coloca-
do em posição anterior ou posterior ao verbo, 
dependendo de regras específicas de colocação 
pronominal (consultar livro 4). Em posição pos-
terior, irá se conectar ao verbo por meio de hífen.
d) Pronome demonstrativo
Classe de palavras variável que indica o lugar, a po-
sição ou a identidade dos seres em relação às três pessoas 
do discurso, podendo situá-los no espaço, no tempo ou no 
próprio texto.
 O termo “a” funcionará como pronome demons-
trativo quando for substituível na sentença pelos 
pronomes “aquele”, “aquela” ou “aquilo”.
Ex.: Leve a (= aquela) que está em cima da mesa
Atenção:
O termo “a” com função de pronome demons-
trativo, costuma vir antecedido dos termos 
“que” e “do(a)”.
Funções de “QUE”
a) Substantivo
O “que” será substantivo quando vier antece-
dido de um artigo (definido ou indefinido), seguido de 
preposição “de”
Ex.: Esse menino tem um quê de artista!
Atenção:
O “que”, na função de substantivo, deverá rece-
ber acento circunflexo.
b) Pronome interrogativo
É encontrado no início frases interrogativas.
Ex.: Que aconteceu com os vendedores am-
bulantes?
14
c) Pronome relativo
Serve para recuperar termos que foram anterior-
mente mencionados, fazendo-lhes referência.
Ex.: O livro que você me emprestou é muito 
bom!
Atenção:
O “que”, na função de pronome relativo, 
pode ser substituído pelas construções “o(s) 
qual(is)” ou “a(s) qual(is)”
d) Preposição
O “Que” é utilizado aqui para substituir o 
“de” após o verbo “ter”
Ex.: Ele tem que sair no horário hoje.
e) Conjunção
 INTEGRANTE: introduz oração substantiva (subs-
tituível pelo pronome “isso”)
Ex.: É necessário que façamos algumas altera-
ções no sistema.
 COMPARATIVA: trata-se de um “que” antecedi-
do de marca comparativa de superioridade ou 
inferioridade
Ex.: Não há maior prova de amor que doar a 
vida pelo irmão.
 CAUSAL: trata-se de um “que” substituível por 
“pois”, “porque” ou “já que”
Ex.: Tenho que tomar cuidado, que esse chão é 
muito escorregadio.
 CONSECUTIVA: trata-se de um “que” antecedi-
do de elemento de intensidade (“tão”, “tanto”, 
“tal”, “tamanho”...)
Ex.: É tão pequeno que não alcança a geladeira.
 EXPLICATIVA: trata-se de um “que” substituível 
por “pois”, “porque” ou “já que”, diante de ver-
bos em condições de imperativo ou incerteza
Ex.: Vocês precisam escutar, que é muito impor-
tante.
 INTERJEIÇÃO: geralmente utilizado em expres-
são de espanto
Ex: Quê! Não acredito que vai custar tudo isso!
f) advérbio
 O “que” pode ser substituído pelo advérbio mo-
dal “como”.
Ex.: Que roupa mal costurada era aquela! 
(Como aquela roupa era mal costurada!)
 O “que” pode ser substituído pelo advérbio de 
intensidade “tão”
Ex.: Que enganados andam os homens! (Tão 
enganados andam os homens!)
g) Partícula expletiva 
Não tem função na oração. Serve apenas para 
realçar determinado termo.
Ex.: Há muito tempo que não vou visito meus 
avós.
h) pronome adjetivo
Trata-se de um pronome “que” que irá acompa-
nhar um substantivo em situações interrogativas, excla-
mativas ou indefinidas.
Ex.: Que horas são? (interrogativo)
Ex.: Que bonita sua roupa! (exclamativo)
Funções de “SE”
a) Conjunção
 Conjunção subordinativa integrante: introduz 
orações subordinadas substantivas (o “se” pode 
ser substituído pelo pronome “isso”).
Ex.: Quero saber se ela realmente me ama.
 Conjunção subordinativa condicional
Ex.: Alugue um veículo se precisar chegar mais 
cedo ao local.
b) Pronome reflexivo:
Sujeito pratica e sofre ação verbal
Ex.: A garoto cortou-se com a tesoura escolar.
Atenção:
Como pronome reflexivo, o “se” também 
funcionará como objeto direto, objeto indire-
to ou sujeito do infinitivo.
15
c) Partícula apassivadora
Quando se liga a verbos transitivos diretos, cons-
tituindo uma voz passiva sintética.
Ex.: Entregaram-se as correspondências
d) Índice de indeterminação do sujeito 
O sujeito se tornará indeterminado quando se 
liga:
 verbos transitivos indiretos
 verbos intransitivos
 verbos de ligação
Ex.: Discorda-se dos fatos apresentados no processo.
Atenção:O fenômeno do Índice de indeterminação do su-
jeito obriga o verbo a ficar sempre no singular.
e) Partícula expletiva 
Não desempenha nenhuma função sintática ao 
se associar a verbos.
Ex.: Ele acabou de se sentar
f) Partícula integrante do verbo
Trata-se de um “se” que é parte integrante do 
verbo para que ele possa exercer suas relações de sen-
tido.
Ex: Ele se queixou com o departamento pessoal
PONTUAÇÃO I
Os sinais de pontuação são recursos gráficos 
próprios da linguagem escrita. Embora não consigam 
reproduzir toda a prosódia da linguagem oral, estrutu-
ram os textos e procuram estabelecer as pausas e as 
entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:
1. assinalar as pausas e as entoações na leitura;
2. separar palavras, expressões e orações que 
devem ser destacadas; e
3. esclarecer o sentido da frase, afastando qual-
quer ambiguidade.
Os principais sinais de pontuação são: 
Vírgula ( , )
Indica uma pausa pequena e, geralmente, é usa-
da: 
a. em datas, para separar o nome da localidade,
Exemplo: São Paulo, 29 de julho de 2015. 
b. após os advérbios sim ou não, usados como 
resposta no início da frase;
Exemplo: Você gostou do presente?
– Sim, adorei!
c. após a saudação em correspondência (social 
e comercial);
Exemplos: Com carinho, 
Atenciosamente,
d. para separar termos de uma mesma função 
sintática;
Exemplo: O apartamento tem dois quartos, 
dois banheiros, uma sala e um quintal. 
Obs.: A conjunção e substitui a vírgula entre o 
último e o penúltimo termo. 
e. para destacar elementos intercalados como;
 Uma conjunção;
Exemplo: Viajaremos nas férias, logo, temos 
que nos organizar.
 Um adjunto adverbial;
Exemplo: Estes relatórios, com certeza, fo-
ram bem feitos.
 Um vocativo;
Exemplo: Diga-me, Ana, com quem andas, 
que te direis quem és. 
 Um aposto;
Exemplo: Matemática, uma das disciplinas 
mais exigentes, deve ser estudada com afin-
co.
 Uma expressão explicativa (isto é, a saber, ou 
melhor etc.);
Exemplo: A prova consta de 20 questões 
dissertativas, isto é, questões que devem ser 
redigidas. 
16
f. Para indicar a elipse de um termo;
Exemplo: Ana foi mais cedo; eu, mais tarde.
g. Para separar orações intercaladas;
Exemplo: O importante, ressaltou o ator, é con-
tracenar da melhor forma possível.
h. para separar orações coordenadas assindéti-
cas;
Exemplo: Ela correu pela manhã, malhou à tar-
de, meditou à noite.
i. para separar orações coordenadas adversati-
vas, conclusivas, explicativas e algumas ora-
ções alternativas;
Exemplos: Esforçou-se muito; porém, não con-
seguiu a aprovação.
 Vá devagar, que a estrada é perigo-
sa.
 Viaje muito, pois será recompensa-
do com belas lembranças.
 As pessoas ora dançavam, ora can-
tavam.
Importante!
Se a conjunção e assumir valor de adversida-
de, o uso da vírgula é obrigatório, de acordo com a 
gramática normativa.
Exemplo: Nadou muito, e morreu na praia.
j. Para separar orações subordinadas adver-
biais;
Exemplo: Quando chegou, encontrou a carta 
em cima da mesa.
k. Para isolar as orações subordinadas adjetivas 
explicativas.
Exemplo: O grande prédio, que ainda estava 
em construção, dominava toda a paisagem.
Ponto e vírgula ( ; )
Indicam uma pausa maior que a vírgula, uma 
entoação descendente em relação à prosódia da frase, 
mas assinalam que o período não terminou. Empregam-
-se nos seguintes casos:
a. para separar orações coordenadas não uni-
das por conjunção e que guardem relação 
entre si;
Exemplo: O show está lotado; a plateia está 
animada. 
b. para separar orações coordenadas, desde 
que haja pelo menos uma delas separando 
elementos por vírgula;
Exemplo: O painel informava o seguinte: dez 
deputados votaram a favor do acordo; nove, contra.
c. para separar itens de uma enumeração;
Exemplo: Para a receita do bolo serão necessá-
rios: ovos; trigo; chocolate. 
d. para alongar a pausa de conjunções adver-
sativas (mas, porém, contudo, todavia, entre-
tanto etc.), em substituição à vírgula;
Exemplo: Gostaria de partir hoje; todavia, o 
ônibus só sairá amanhã. 
e. para separar orações coordenadas adversati-
vas inseridas no meio da oração.
Exemplo: Esperava encontrar todos os amigos 
no reencontro; revi, porém, apenas alguns.
PONTUAÇÃO II
Reticências ( ... )
Marcam uma suspensão da frase, revelando ele-
mentos de natureza emocional. Empregam-se: 
a. para indicar continuidade de uma ação ou 
fato;
Exemplos: O professor ficou falando...
b. para indicar suspensão ou interrupção do 
pensamento;
Exemplo: Foi até lá achando que... 
c. para representar, na escrita, hesitações co-
muns na língua falada;
Exemplo: Não comi chocolate... porque... por-
que estou de regime.
d. para deixar o sentido da frase em aberto, 
permitindo uma interpretação pessoal do lei-
tor.
17
Exemplo: Se você soubesse a metade da história...
Observação:
Além do amplo valor sugestivo em matizes prosódicos, as reticências e o ponto de exclamação são auxiliares 
da linguagem afetiva e poética.
Aspas ( “ ” )
Têm a função de destaque do texto. São empregadas:
a. antes e depois de citações ou transcrições textuais;
Exemplo: Como diz o ditado, “água mole, pedra dura; tanto bate até que fura”.
b. para assinalar gírias populares.
Exemplo: A bola “beijou” o travessão.
Observação:
Se houver necessidade de usar aspas em trechos já entre aspas, empregam-se aspas simples.
Exemplo: “Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, ‘olhos de cigana oblíqua e dissimula-
da’. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-
-se fitar e examinar.” (Machado de Assis)
18
U.T.I. - SALA 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem nú-
mero.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Libertinagem & Estrela da manhã, 1993.)
 1. (Unesp 2019) 
a) Em que verso se verifica um desvio em relação à norma-padrão da língua escrita (mas recorren-
te na língua oral)? Reescreva o verso, corrigindo esse desvio.
b) Cite duas características, uma de natureza temática e outra de natureza formal, que afastam 
esse poema da tradição parnasiano-simbolista. 
 2. (Fuvest 2017) Considere a imagem abaixo, extraída da apresentação do filme A Amazônia, que faz 
parte da campanha “A natureza está falando”.
No áudio desse filme, a atriz Camila Pitanga interpreta o seguinte texto:
Eu sou a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Eu mando chuva quando vocês precisam. 
Eu mantenho seu clima estável. Em minhas florestas, existem plantas que curam suas doenças. 
Muitas delas vocês ainda nem descobriram. Mas vocês estão tirando tudo de mim. A cada segundo, 
vocês cortam uma das minhas árvores, enchem de sujeira os meus rios, colocam fogo, e eu não 
posso mais proteger as pessoas que vivem aqui. Quanto mais vocês tiram, menos eu tenho para 
oferecer. Menos água, menos curas, menos oxigênio. Se eu morrer, vocês também morrem, mas eu 
crescerei de novo...
a) Por estar em primeira pessoa, o texto constitui exemplo de uma determinada figura de lin-
guagem. Identifique essa figura e explique seu uso, tendo em vista o efeito que o filme visa 
alcançar.
b) No referido áudio, é possível perceber, no final da locução da atriz, uma entonação especial, 
representada na transcrição por meio de reticências. Tendo em vista que uma das funções desse 
sinal de pontuação é sugerir uma ideia não expressa que cabe ao leitor inferir, identifique a 
ideia sugerida, neste caso. 
19
 3. (Unicamp 2004) Por ocasião da comemora-
ção do dia dos professores, no mês de outu-
bro de 2003, foi veiculada a seguinte propa-
ganda, assinada por uma grande corporação 
de ensino:
Parabéns [Pl. de parabém] S. m. pl. 1. Felici-
tações, congratulações.2. Oxítona terminada 
em "ens", sempre acentuada. Acentuam-se 
também as terminadas em "a", "as", "e", 
"es", "o", "os", e "em".
Para a homenagem ao Dia do Professor ser 
completa, a gente precisava ensinar alguma 
coisa.
a) Observe os itens 1 e 2 do verbete PARA-
BÉNS. Há diferenças entre eles. Aponte-
-as.
b) Levando em conta o enunciado que está 
abaixo do verbete, a quem se dirige essa 
propaganda?
c) Diferentes imagens da educação escolar 
sustentam essa propaganda. Indique pelo 
menos duas dessas imagens. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
MAÍRA
 Maíra só descobriu todo o seu poder um 
dia quando brincava com Micura na praia. 
Cada um deles tinha, levantada, uma mão 
cheia de vaga-lumes para alumiar, mas a lu-
zinha era muito pouca. Maíra desenhou, as-
sim mesmo, ali na areia da praia, uma arraia 
com seu ferrão e tudo. Mas naquela penum-
bra se distraiu pisou na arraia desenhada. 
Foi aquela ferroada! Compreendeu, então, 
que podia fazer qualquer coisa:
 - Sou Maíra - lembrou - sou o arroto de 
Deus-Pai. Ele, ambir, agora tem nome: é Mai-
rahú, meu pai. Meu filho será Mairaíra. - Pe-
gou então a conversar com o irmão, Micura, 
sobre o que podiam fazer.
 Maíra: - O mundo de Mairahú, meu pai, 
é feio e triste. Não um mundo bom para a 
gente viver. Podemos melhorá-lo.
 Micura: - Não vá o Velho se ofender!
 Maíra: - Pode ser. É melhor não fazer 
nada.
 Micura: - Bobagem. Alguma coisinha po-
demos fazer.
 Maíra: - Vamos, então, tomar dos que 
têm, o que eles têm, para dar aos que não 
têm.
 Micura saltou alegre: - Sim, vamos, pri-
meiro o fogo. Ando com frio e com muita 
vontade de comer um churrasco.
 O fogo era do Urubu-rei que mandava na 
aldeia grande das gentes urubus. Eles só co-
miam corós de carniça tostados no borralho. 
Não precisavam tanto do fogo. Usavam mais 
era luz para ver bem a carniça e o calor para 
esquentar o corpo nu quando se desvestiam 
das penas para brincar de gente.
 O jeito que os gêmeos encontraram para 
roubar o fogo foi matar um veado grande, 
muito grande, deixá-lo apodrecer para criar 
bastante bicho-coró e, então, mandar levar 
uma moqueca de corós para o Urubu-rei e 
convidá-lo para vir à comilança. Assim fize-
ram. Maíra desenhou um cervo enorme, so-
prou para que vivesse e o matou ali mesmo. 
Quando estava bem podre e bichado, manda-
ram o passarinho que fala mais línguas, um 
papagaio, maracanã, atrás do Urubu-rei. Eles 
ficaram escondidos debaixo da carniça para 
agarrar o reizão bicéfalo quando ele pousas-
se. Assim fizeram. Quando o Urubu-rei esta-
va bem preso, Maíra gritou:
 - Calma, meu rei. Não tenha medo. Só 
quero o fogo pro meu povinho. Todos andam 
com frio. Só comem o cru.
 Mas se armou a maior das confusões por-
que o Urubu-rei começou a responder com 
as duas cabeças, falando ao mesmo tempo, 
cada qual dizendo uma coisa. Maíra não en-
tendia nada. Aí uma cabeça do Urubu-rei 
virou-se para a outra e as duas caíram numa 
discussão cerrada. O tempo ia passando sem 
que Maíra soubesse o que fazer. Afinal, teve 
a ideia de mandar Micura agarrar o rei-fa-
lador. Levantou, então, suas duas mãos e 
fez de cada uma delas uma cabeça de urubu 
com bico e tudo e passou, assim, a conversar 
duro com as duas cabeças do reizão. Só des-
te modo conseguiu que ele mandasse trazer 
o fogo, mas o rei ainda quis enganar Maíra 
entregando fogos que queimavam pouco e 
não davam luz. Felizmente ali estava Micura 
experimentando tudo. Provava um e dizia:
 - Não, este não serve não; não é o fogo 
que precisamos. Não, este também não é o 
fogo que precisamos. Não, este também não 
é o fogo de verdade. - Afinal, conseguiram o 
fogo verdadeiro e fizeram o trato.
 Maíra: - Vocês urubus vão comer carniça 
com fartura; o chefão de duas cabeças vai 
ficar com uma só, para não enganar mais 
ninguém, mas nesta vai usar esse diadema 
vermelho e branco que eu lhe dou agora.
 Urubu-rei: - Fiquem com o fogo vocês, 
mairuns. Mas façam muita carniça pra nós.
(Darcy Ribeiro. Maíra.)
PROMETEU ACORRENTADO
Ésquilo
(A cena é o pico duma montanha deserta. 
Chegam Poder e Vigor, que trazem preso Pro-
meteu; segue-os, coxeando, Hefesto, carre-
gando correntes, cravos e malho.)
 PODER. Eis-nos chegados a um solo lon-
gínquo da terra, caminho da Cítia, deserto 
20
ínvio. Hefesto, é mister te desincumbas das 
ordens enviadas por teu pai, acorrentando 
este celerado, com liames inquebráveis de 
cadeias de aço, aos rochedos de escarpas 
abruptas. Ele roubou uma flor que era tua, 
o brilho do fogo, vital em todas as artes, e 
deu-a de presente aos mortais; é preciso que 
pague aos deuses a pena desse crime, para 
aprender a acatar o poder real de Zeus e re-
nunciar o mau vezo de querer bem à Huma-
nidade.
 HEFESTO. Poder e Vigor, a incumbên-
cia de Zeus para vós está terminada; nada 
mais vos embarga. Eu, porém, não me animo 
a agrilhoar à força um deus meu parente a 
um píncaro aberto às intempéries. Todavia, 
é imperioso criar essa coragem; é grave ne-
gligenciar as ordens de meu pai. (...)
 PODER. Basta! Para que te atardares em 
lástimas perdidas? Por que não abominas o 
deus mais odioso aos deuses, que entregou 
aos mortais um privilégio teu?
 HEFESTO. O parentesco e a amizade são 
forças formidáveis.
 PODER. Concordo, mas como se podem 
transgredir as ordens de teu pai? Isso não te 
infunde medo?
 HEFESTO. Tu és sempre cruel e audacioso.
 PODER. Lamentos não curam os teus ma-
les; não te canses à toa em lástimas inefica-
zes.
 HEFESTO. Oh! que ofício detestável!
(...)
 HEFESTO. Podemos ir. Seus membros já 
estão amarrados.
 PODER. (a Prometeu) Abusa, agora! Fur-
ta aos deuses seus privilégios para entregá-
-los aos seres efêmeros! Que alívio te podem 
dar deste suplício os mortais? Errados anda-
ram os deuses em te chamarem Prometeu; tu 
mesmo precisas de alguém que te prometa 
um meio de safar-te destes hábeis liames!
(Retiram-se Poder, Vigor e Hefesto.)
 PROMETEU. Éter divino! Ventos de asas 
ligeiras! Fontes dos rios! Riso imensurável 
das vagas marinhas! Terra, mãe universal! 
Globo do sol, que tudo vês! Eu vos invoco. 
Vede o que eu, um deus, sofro da parte dos 
deuses! Contemplai quão ignominiosamente 
estracinhado hei de sofrer pelas miríades de 
anos do tempo em fora! Tal é a prisão avil-
tante criada para mim pelo novo capitão dos 
bem-aventurados! Ai! Ai! Lamento os sofri-
mentos atuais e os vindouros, a conjeturar 
quando deverá despontar enfim o termo des-
te suplício. Mas que digo? Tenho presciência 
exata de todo o porvir e nenhum sofrimento 
imprevisto me acontecerá. Cumpre-me su-
portar com a maior resignação os decretos 
dos fados, sabendo inelutável a força do Des-
tino. Contudo, não posso calar nem deixar 
de calar minha desdita. Por ter feito uma 
dádiva aos mortais, estou jungido a esta fa-
talidade, pobre de mim! Sou quem roubou, 
caçada no oco duma cana, a fonte do fogo, 
que se revelou para a Humanidade mestra de 
todas as artes e tesouro inestimável. Esse o 
pecado que resgato pregado nestas cadeias 
ao relento.
(Teatro Grego. Seleção, introdução, notas e tradução direta 
do grego por Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, 1964.)
 4. (Unesp 2006) Muitos verbos, como é o caso 
de "renunciar", apresentam mais de uma 
regência, por vezes sem alteração relevante 
de significado, de modo que a realização da 
regência em cada frase se torna dependente 
da escolha estilístico-expressiva do escritor. 
Com base nesse fato,
a) considerando que na frase "e renunciar o 
mau vezo de querer bem à Humanidade" 
o verbo "renunciar" aparece como tran-
sitivo direto, escreva uma frase em que 
o mesmo verbo apareça como transitivo 
indireto e outra em que apareça como in-
transitivo;
b) reescreva a seguinte frase de Micura tor-
nando o verbo "precisar" transitivo indi-
reto: "Não, este também não é o fogo que 
precisamos". 
 5. (Unicamp) 
Matte a vontade. Matte Leão.
Este enunciado faz partede uma propaganda 
afixada em lugares nos quais se vende o chá 
Matte Leão. Observe as construções a seguir, 
feitas a partir do enunciado em questão:
 Matte à vontade.
 Mate a vontade.
 Mate à vontade.
a) Complete cada uma das construções aci-
ma com palavras ou expressões que expli-
citem as leituras possíveis relacionadas à 
propaganda.
b) Retome a propaganda e explique o seu 
funcionamento, explicitando as relações 
morfológicas, sintáticas e semânticas en-
volvidas. 
21
U.T.I. - E.O.
 1. (Unicamp) O texto abaixo é parte de uma campanha promovida pela ANER (Associação Nacional 
de Editores de Revistas). 
Surfamos a Internet, Nadamos em revistas 
A Internet empolga. Revistas envolvem. 
A Internet agarra. Revistas abraçam. 
A Internet é passageira. Revistas são permanentes. 
E essas duas mídias estão crescendo. 
Um dado que passou quase despercebido em meio ao barulho da Internet foi o fato de que a circu-
lação de revistas aumentou nos últimos cinco anos. Mesmo na era da Internet, o apelo das revistas 
segue crescendo. Pense nisto: o Google existe há 12 anos. Durante esse período, o número de tí-
tulos de revistas no Brasil cresceu 234%. Isso demonstra que uma mídia nova não substitui uma 
mídia que já existe. Uma mídia estabelecida tem a capacidade de seguir prosperando, ao oferecer 
uma experiência única. É por isso que as pessoas não deixam de nadar só porque gostam de surfar. 
(Adaptado de Imprensa, n. 267, maio 2011, p. 17.) 
a) O verbo surfar pode ser usado como transitivo ou intransitivo. Exemplifique cada um desses 
usos com enunciados que aparecem no texto da campanha. Indique, justificando, em qual des-
ses usos o verbo assume um sentido necessariamente figurado. 
b) Que relação pode ser estabelecida entre o título da campanha e o trecho reproduzido a seguir? 
Como essa relação é sustentada dentro da campanha? 
A Internet empolga. Revistas envolvem. 
A Internet agarra. Revistas abraçam. 
A Internet é passageira. Revistas são permanentes. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
TEXTO 1
A REVOLUÇÃO DO CÉREBRO
 O seu cérebro é capaz de quase qualquer coisa. Ele consegue parar o tempo, ficar vários dias 
numa boa sem dormir, ler pensamentos, mover objetos a distância e se reconstruir de acordo com 
a necessidade. Parecem superpoderes de histórias em quadrinhos, mas são apenas algumas das 
descobertas que os neurocientistas fizeram ao longo da última década. Algumas dessas façanhas 
sempre fizeram parte do seu cérebro e só agora conseguimos perceber. Outras são frutos da ciência: 
ao decifrar alguns mecanismos da nossa mente, os pesquisadores estão encontrando maneiras de 
realizar coisas que antes pareciam impossíveis. O resultado é uma revolução como nenhuma outra, 
capaz de mudar não só a maneira como entendemos o cérebro, mas também a imagem que fazemos 
do mundo, da realidade e de quem somos nós. [...]
 O seu corpo, ao que parece, é muito pequeno para conter uma máquina tão poderosa quanto o 
cérebro. Prova disso veio em julho, quando foram divulgadas as aventuras de Matthew Nagle, um 
americano que ficou paralítico em uma briga em 2001. Três anos depois, cientistas da Universi-
dade Brown, EUA, e de quatro outras instituições implantaram eletrodos na parte do cérebro dele 
responsável pelos movimentos dos braços e registraram os disparos de mais de 100 neurônios. 
Enviados a um computador, esses sinais permitiram que ele controlasse um cursor em uma tela, 
abrisse e-mails, jogasse videogames e comandasse um braço robótico. Somente com o pensamento, 
Nagle conseguiu mover objetos. [...] 1Foi [...] uma prova de que o nosso cérebro é capaz de coman-
dar objetos fora do corpo - uma ideia que pode mudar nossa relação com o mundo.
Extraído da Revista Superinteressante, Editora Abril, agosto de 2006, pp.50-59.
22
TEXTO 2
O SÉCULO LOUCO
 Do século XX, no futuro, se dirá que foi 
louco. 1Um século que usou ao máximo o po-
der do cérebro para manipular as coisas do 
mundo e não usou o coração para fazer isso 
com sentimento solidário.
 Um século no qual a palavra "inteligên-
cia" perdeu o seu sentido pleno, porque o 
raciocínio foi capaz de manipular a nature-
za nos limites da curiosidade científica, mas 
não foi usado para fazer um mundo melhor 
e mais belo para todos. A inteligência do sé-
culo XX foi burra. Foi capaz de fabricar uma 
bomba atômica, liberar a energia escondida 
dentro dos átomos, mas incapaz de evitar 
que se usassem duas delas, matando cente-
nas de milhares de pessoas.
 O que se pode dizer da bomba atômica, 
como símbolo do século XX, vale para o con-
junto das técnicas usadas nestes cem anos 
loucos: fomos capazes de tudo, menos de fa-
zer o mundo mais decente - como teria sido 
possível.
 Vivemos um tempo em que a inteligência 
humana conseguiu fazer robôs que substi-
tuem os trabalhadores, mas no lugar de li-
bertar o homem da necessidade do trabalho, 
os robôs provocam a miséria do desemprego. 
Inventamos a maravilha do automóvel e au-
mentamos o tempo perdido para ir de casa 
ao trabalho. Fizemos armas inteligentes, que 
acertam os alvos sem necessidade de arriscar 
a vida de pilotos, mas põem em risco a paz 
entre os povos.[...]
BUARQUE, Cristovam. Os instrangeiros. A aventura 
da opinião na fronteira dos séculos. Rio de Janeiro: 
Editora Garamond, 2002, pp. 113-115.
TEXTO 3
A BOMBA ATÔMICA
(fragmento)
A bomba atômica é triste
Coisa mais triste não há
Quando cai, cai sem vontade
Vem caindo devagar
Tão devagar vem caindo
Que dá tempo a um passarinho
De pousar nela e voar...
Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar!
Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar
Mas que ao matar mata tudo
Animal e vegetal
Que mata a vida da terra
E mata a vida do ar
Mas que também mata a guerra...
Bomba atômica que aterra!
Pomba atônita da paz!
Pomba tonta, bomba atômica
Tristeza, consolação
Flor puríssima do urânio
Desabrochada no chão
Da cor pálida do hélium
E odor de rádium fatal
Loelia mineral carnívora
Radiosa rosa radical.
Nunca mais oh bomba atômica
Nunca em tempo algum, jamais
Seja preciso que mates
Onde houve morte demais:
Fique apenas tua imagem
Aterradora miragem
Sobre as grandes catedrais:
Guarda de uma nova era
Arcanjo insigne da paz!
MORAES, Vinicius de. Antologia Poética. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 1976, pp. 147-8.
*Loelia - Nome que designa uma família de 
orquídeas
TEXTO 4
POESIA NA SALA DE AULA DE CIÊNCIAS?
A LITERATURA POÉTICA E POSSÍVEIS USOS 
DIDÁTICOS
 [...] Ciência e poesia pertencem à mes-
ma busca imaginativa humana, embora liga-
das a domínios diferentes de conhecimento 
e valor. A visão poética cresce da intuição 
criativa, da experiência humana singular e 
do conhecimento do poeta. A Ciência gira 
em torno do fazer concreto, da construção 
de imagens comuns, da experiência compar-
tilhada e da edificação do conhecimento co-
letivo sobre o mundo circundante. Tem como 
vínculo restritivo, ao contrário da poesia, 
o representar adequadamente o comporta-
mento material; tem, mais profundamente 
que a leitura poética do mundo, a capacida-
de de permitir a previsão e a transformação 
direta do entorno material. As aproximações 
entre Ciência e poesia revelam-se, no en-
tanto, muito ricas, se olhadas dentro de um 
mesmo sentimento do mundo. A criativida-
de e a imaginação são o húmus comum de 
que se nutrem. [...]
 Nos tempos atuais, em que a Ciência e a 
tecnologia impregnam profundamente nos-
sa cultura e permeiam nosso cotidiano, com 
seus benefícios extraordinários mas também 
com suas mazelas, a poesia poderia parecer 
um anacronismo. Mas, talvez, as muitas pe-
quenas verdades científicas constituam ape-
nas uma abordagem incompleta e limitada 
23
do mundo. Relembremos Einstein: Não su-
perestimem a ciência e seus métodos quando 
se trata de problemas humanos! A poesia e 
a arte, que parecem constituir necessidades 
urgentes de afirmação da experiência indi-
vidual, umavisão complementar e indispen-
sável da experiência humana, não podem fi-
car de fora das atividades interdisciplinares 
com os jovens nas escolas, mesmo aquelas 
ligadas ao aprendizado de Ciências. [...]
MOREIRA, Ildeu de Castro. Poesia na sala de aula 
de ciências? Física na Escola, v. 3, nº 1, 2002.
 2. (Pucrj) 
a) Retire, do Texto 1, uma expressão que 
tem um caráter excessivamente informal 
em relação ao restante do mesmo.
b) Fazendo todas as modificações necessá-
rias, reescreva o período a seguir sem 
empregar a conjunção integrante "QUE".
 "Enviados a um computador, esses sinais 
permitiram que ele controlasse um cur-
sor em uma tela, abrisse e-mails, jogasse 
videogame e comandasse um braço robó-
tico."
c) Reescreva o período a seguir, utilizando a 
conjunção "embora" para marcar a rela-
ção estabelecida entre as duas orações. 
 "Inventamos a maravilha do automóvel e 
aumentamos o tempo perdido para ir de 
casa ao trabalho."
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
A China detonou uma bomba e pouca gen-
te percebeu o estrago que ela causou. Assim 
que abriu as portas para as multinacionais 
oferecendo mão de obra e custos muito ba-
ratos, o país enfraqueceu as relações de tra-
balho no mundo. Em uma recente análise, a 
revista inglesa The Economist mostra que a 
entrada da China, da Índia e da ex-União So-
viética na economia mundial dobrou a força 
de trabalho. Com isso, o poder de barganha 
de sindicatos do mundo inteiro teria se esfa-
celado. Provavelmente por isso, diz a revista, 
salários e benefícios tenham crescido apenas 
11% desde 2001 nas empresas privadas dos 
Estados Unidos, ante 17% nos cinco anos an-
teriores.
(Você s/a, setembro de 2005) 
 3. (Fgv) 
a) Transcreva uma oração do texto introdu-
zida pelo pronome relativo "que".
b) Qual é o antecedente desse pronome, isto 
é, a palavra a que ele se refere?
c) Qual é a função sintática desse pronome 
na oração em que se encontra?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
TEXTO I
1Durante mais de trinta anos, o bondezinho 
das dez e quinze, que descia do Silvestre, pa-
rava como burro ensinado em frente à casi-
nha de José Maria, e ali encontrava, almoça-
do e pontual, o velho funcionário.
Um dia, porém, José Maria faltou. O motor-
neiro batia a sirene. Os passageiros se impa-
cientavam. Floripes correu aflita a avisar o 
patrão. Achou-o de pijama, estirado na pol-
trona, querendo rir.
– Seu José Maria, o senhor hoje perdeu a 
hora! Há muito tempo o motorneiro está a 
dar sinal.
– Diga-lhe que não preciso mais.
A velha portuguesa não compreendeu.
– Vá, diga que não vou... Que de hoje em 
diante não irei mais.
A criada chegou à janela, gritou o recado. E 
o bondezinho desceu sem o seu mais antigo 
passageiro.
Floripes voltou ao patrão. Interroga-o com o 
olhar.
– Não sabes que estou aposentado?
(...)
Interrompera da noite para o dia o hábito de 
esperar o bondezinho, comprar o jornal da 
manhã, bebericar o café na Avenida, e insta-
lar-se à mesa do Ministério, sisudo e calado, 
até às dezessete horas.
Que fazer agora?
Não mais informar processos, não mais pre-
ocupar-se com o nome e a cara do futuro Mi-
nistro.
Pela primeira vez fartava a vista no cenário 
de águas e montanhas que a bruma fundia.
(...)
4Floripes serviu-lhe o jantar, deixou tudo ar-
rumado, e retirou-se para dormir no barraco 
da filha.
2Mais do que nunca, sentiu José Maria na-
quela noite a solidão da casa. Não tinha ami-
gos, não tinha mulher nem amante. E já lera 
todos os jornais. Havia o telefone, é verda-
de. Mas ninguém chamava. Lembrava-se que 
certa vez, há uns quinze anos, aquela fria 
coisa, pendurada e morta, se aquecera à voz 
de uma mulher desconhecida. A máquina 
que apenas servia para recados ao armazém 
e informações do Ministério transformara-se 
então em instrumento de música: adquirira 
alma, cantava quase. De repente, sem moti-
vo, a voz emudecera. E o aparelho voltou a 
ser na parede do corredor a aranha de metal, 
3sempre calada. O sussurro da vida, o sangue 
de suas paixões passavam longe do telefone 
de Zé Maria...
Como vencer a noite que mal começava?
(...)
24
O telefone toca. Quem será? (...)
Era engano! Antes não o fosse. A quem estaria destinada aquela voz carregada de ternura? Preferia 
que dissesse desaforos, que o xingasse.
(...)
Atirou-se de bruços na cama. E sonhou. Sonhou que conversava ao telefone e era a voz da mulher 
de há quinze anos... Foi andando para o passado... Abriu-se-lhe uma cidade de montanha, ponti-
lhada de igrejas. E sempre para trás – tinha então dezesseis anos –, ressurgiu-lhe a cidadezinha 
onde encontrara Duília. Aí parou. E Duília lhe repetiu calmamente aquele gesto, o mais louco e 
gratuito, com que uma moça pode iluminar para sempre a vida de um homem tímido.
Acordou com raiva de ter acordado, fechou os olhos para dormir de novo e reatar o fio de sonho que 
trouxe Duília. Mas a imagem esquiva lhe escapou, Duília desapareceu no tempo.
(...)
Toda vez que pensava nela, o longo e inexpressivo interregno* do Ministério que chegava a con-
fundir-se com a duração definitiva de sua própria vida apagava-se-lhe de repente da memória. O 
tempo contraía-se.
Duília!
Reviu-se na cidade natal com apenas dezesseis anos de idade, a acompanhar a procissão que ela 
seguia cantando. Foi nessa festa da Igreja, num fim de tarde, que tivera a grande revelação.
Passou a praticar com mais assiduidade a janela. Quanto mais o fazia, mais as colinas da outra 
margem lhe recordavam a presença corporal da moça. Às vezes chegava a dormir com a sensação 
de ter deixado a cabeça pousada no colo dela. As colinas se transformavam em seios de Duília. 
Espantava-se da metamorfose, mas se comprazia na evocação.
(...)
Era o afloramento súbito da namorada (...).
ANÍBAL MACHADO A morte da porta-estandarte e Tati, a garota e outras histórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.
* Interregno: intervalo 
 4. (Uerj) No trecho transcrito a seguir há quatro orações, cujos limites estão assinalados por uma 
barra:
Floripes serviu-lhe o jantar, / deixou tudo arrumado, / e retirou-se / para dormir no barraco da 
filha. (ref. 4)
Reescreva esse trecho, passando a primeira oração para a voz passiva e convertendo a segunda em 
oração adjetiva introduzida por pronome.
Em seguida, indique a classificação sintática e semântica da última oração. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto para responder à(s) questão(ões).
Havia já quatro anos que Eugênio se achava no seminário sem visitar sua família. Seu pai já por 
vezes tinha escrito aos padres pedindo-lhes que permitissem que o menino viesse passar as férias 
em casa. Estes porém, já de posse dos segredos da consciência de Eugênio, receando que as sedu-
ções do mundo o arredassem do santo propósito em que ia tão bem encaminhado, opuseram-se 
formalmente, e responderam-lhe, fazendo ver que aquela interrupção na idade em que se achava o 
menino era extremamente perigosa, e podia ter péssimas consequências, desviando-o para sempre 
de sua natural vocação.
Uma ausência, porém de quatro anos já era excessiva para um coração de mãe, e a de Eugênio, 
principalmente depois que seu filho andava mofino e adoentado, não pôde mais por modo nenhum 
conformar-se com a vontade dos padres. Estes portanto, muito de seu mau grado, não tiveram 
remédio senão deixá-lo partir.
(Bernardo Guimarães. O Seminarista, 1995) 
25
 5. (Fgv) Observe as reescritas do texto e responda conforme solicitado entre parênteses.
a) Seu pai já por vezes tinha escrito aos padres pedindo-lhes à permissão para que o menino 
viesse passar as férias em casa. / ... opuseram-se formalmente à ideia, e responderam de for-
ma negativa inicialmente. (Justifique se os usos do acento indicativo da crase estão ou não de 
acordo com a norma-padrão.)
b) Para um coração de mãe porém uma ausência de quatro anos já era excessiva... (Pontue o texto 
e justifique a pontuação realizada.) 
 6. (Uff) 
A prática da gramáticanão deve estar desvinculada da percepção das diferenças na produção de 
sentido, encaminhadas pela língua no processo de comunicação.
Explique as diferentes regências do verbo "combater" e as decorrentes produções de sentido no 
contexto em que se inserem:
"Combateremos a sombra. Com crase e sem crase." 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
 O artista Juan Diego Miguel apresenta a exposição Arte e Sensibilidade, no Museu Brasileiro da 
Escultura (MUBE) de suas obras que acabam de chegar no país.
 Seu sentido de inovação tanto em temas como em materiais que elege é sempre de uma sensa-
ção extraordinária para o espectador.
 Juan Diego sensibiliza-se com os materiais que nos rodeam e lhes da vida com uma naturalida-
de impressionante, encontrando liberdade para buscar elementos no fauvismo de Henri Matisse, 
no cubismo de Pablo Picasso e do contemporâneo de Juan Gris. Uma arte que está reservada para 
poucos.
 Exposição: de 03 de agosto à 02 de setembro das 10 às 19h. 
 7. (Fgv) Comente o emprego do sinal indicativo de crase no trecho - Exposição: de 03 de agosto à 02 de 
setembro das 10 às 19 h.
 8. (Uema) Leia o poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade. 
QUADRILHA 
João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história. 
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 
26
A tira reescreve o poema “Quadrilha”. Nela, é recontada a segunda parte do referido poema.
Responda às seguintes questões:
a) No último quadro da tira, como se pode interpretar “(...) um poema terrivelmente trágico, e 
que parece de humor”, considerando o poema. 
b) No terceiro quadro: “Raimundo morreu num desastre, depois de beber muito a fim de esquecer 
Maria, que não lhe amava”, ocorre um desvio da norma culta em relação à regência verbal. Re-
escreva esse período, adequando-o às regras da sintaxe do padrão culto. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Geração Canguru
Gilberto Dimenstein
Ao mapear novas tendências de consumo no Brasil, publicitários acreditam ter detectado a "Ge-
ração Canguru". São jovens bem-sucedidos profissionalmente, têm entre 25 e 30 anos de idade e 
vivem na casa dos pais. O interesse neles é óbvio: compõem um nicho de consumidores com alto 
poder aquisitivo.
Ainda na "bolsa" da mãe, eles mostram que mudaram as fronteiras entre o jovem e o adulto. Até 
pouquíssimo tempo atrás, um marmanjão de 30 anos, enfiado na casa dos pais, seria visto como 
uma anomalia, suspeito de algum desequilíbrio emocional que retardou seu crescimento.
O efeito "canguru" revela que pais e filhos estão mutuamente mais compreensivos e tolerantes, 
capazes de lidar com suas diferenças. Para quem se lembra dos conflitos familiares do passado, 
marcados pelo choque de gerações, os "cangurus" até sugerem um grau de civilidade. Não é tão 
simples assim.
Estudos de publicitários divulgados nas últimas semanas indicam um lado tumultuado – e nem um 
pouco saudável – dessa relação familiar. Por trás das frias estatísticas sobre tendência do mercado, 
a pergunta que aparece é a seguinte: até que ponto os brasileiros mais ricos estão paparicando a 
tal ponto seus filhos que produzem indivíduos com baixa autonomia?
Ao investigar uma amostra de 1.500 mães e filhos, no Rio e em São Paulo, a TNS InterScience con-
cluiu que 82% das crianças e dos adolescentes influenciam fortemente as compras das famílias. 
A pressão é especialmente intensa nas classes A e B, cujas crianças, segundo os pesquisadores, 
empregam cada vez mais a estratégia das birras públicas para ganhar, na marra, o objeto de desejo.
Com medo das birras, as mães tentam, segundo a pesquisa, driblar os filhos e não levá-los às com-
pras, especialmente nos supermercados, mas, muitas vezes, acabam cedendo. Os responsáveis pelo 
levantamento da InterScience atribuem parte do problema ao sentimento de culpa. Isso porque, 
devido ao excesso de trabalho, os pais ficam muito tempo longe de casa e querem compensar a 
ausência com presentes.
Uma pesquisa encomendada pelo Núcleo Jovem da Abril detectou que muitos dos novos consumi-
dores vivem uma ansiedade tamanha que nem sequer usufruem o que levam para casa. Já estão 
esperando o produto que vai sair. É ninfomania consumista. Jovens relataram que nunca usaram, 
nem mesmo uma vez, roupas que adquiriram. Aposentam aparelhos eletrodomésticos comprados 
recentemente porque já estariam defasados.
Psicólogos suspeitam que essa atitude seja uma fuga para aplacar a ansiedade e a carência, pro-
vocadas, em parte, pela falta de limite. Imaginando-se modernos, pais tentam ser amigos de seus 
filhos e, assim, desfaz-se a obrigação de dizer não e enfrentar o conflito. O resultado é, no final, 
uma desconfiança, explicitada pelos entrevistados, ainda maior em relação aos adultos.
27
Outro estudo, desta vez patrocinado pela 
MTV, detectou um início de tendência entre 
os jovens de insatisfação diante de pais ex-
tremamente permissivos. Estão demandando 
adultos mais pais do que amigos. Para com-
plicar ainda mais a insegurança das crianças 
e dos adolescentes, a violência nas grandes 
cidades leva os pais, compreensivelmente, a 
pilotar os filhos pelas madrugadas, para sa-
ber se não sofreram uma violência. Brincar 
nas ruas está desaparecendo da paisagem 
urbana, ajudando a formar seres obesos, 
presos ao computador.
Há pencas de estudo mostrando como a brin-
cadeira, dessas em que nos sujamos, rala-
mos o joelho na árvore, ajuda a desenvolver 
a criatividade, o senso de autonomia e de 
cooperação. É um espaço de estímulo à ima-
ginação.
Todos sabemos como é difícil alguém pros-
perar, com autonomia, se não souber lidar 
com a frustração. Muito se estuda sobre a 
importância da resiliência – a capacidade de 
levar tombos e levantar como um elemento 
educativo fundamental.
Professores contam, cada vez mais, como os 
alunos não têm paciência de construir o co-
nhecimento e desistem logo quando as tare-
fas se complicam um pouco. Por isso, entre 
outras razões, os alunos decepcionam-se ra-
pidamente na faculdade que exige mais foco 
em poucos assuntos.
Os educadores alertam que muitos jovens 
têm dificuldade de postergar o prazer e bus-
cam a realização imediata dos desejos; res-
pondem exatamente ao bombardeamento 
publicitário, inclusive na ingestão de álcool, 
como vamos testemunhar, mais uma vez, nas 
propagandas de cerveja neste verão. Daí o 
risco de termos "cangurus" que fiquem cada 
vez mais na bolsa (e no bolso) dos pais.
P.S. – Em todos esses anos lidando com edu-
cação comunitária, posso assegurar que uma 
das melhores coisas que as escolas de elite 
podem fazer por seus alunos é estimulá-los 
ao empreendedorismo social. É um notável 
treino para enfrentar desafios. Enfrentam-
-se em asilos, creches e favelas os limites e 
as carências. Conheci casos e mais casos de 
alunos problemáticos que mudaram sua ca-
beça ao desenvolver uma ação comunitária e 
passaram, até mesmo, a valorizar o aprendi-
zado curricular.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/
dimenstein/colunas/gd121205.htm 
 9. (Ufjf) Leia novamente:
“Todos sabemos como é difícil alguém pros-
perar, com autonomia, se não souber lidar 
com a frustração.”
a) Explique a concordância entre o sujeito e 
o verbo na parte acima destacada.
b) Compare a concordância acima (Todos 
sabemos) com: “Todos sabem como é di-
fícil...”. Qual é a principal diferença no 
impacto discursivo produzido pelas duas 
formas? Justifique sua resposta. 
 10. (Ita) Leia o texto seguinte:
Antes de começar a aula - matéria e exercí-
cios no quadro, como muita gente entende -, 
o mestre sempre declamava um poema e fa-
zia vibrar sua alma de tanta empolgação e os 
alunos ficavam admirados.Com a sutileza de 
um sábio foi nos ensinando a linguagem po-
ética mesclada ao ritmo, à melodia e a pró-
pria sensibilidade artística. Um verdadeiro 
deleite para o espírito, uma sensação de paz, 
harmonia. (Osório, T. Meu querido professor. 
"Jornal Vale Paraibano", 15/10/1999.)
a) Qual a interpretação que pode ser dada 
à ausência da crase no trecho "a própria 
sensibilidade artística"?
b) Qual seria a interpretação caso houvesse 
a crase? 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto 1
O conceito de Trabalho Decente
Trabalho Decente, para a OIT (Organização 
Internacional do Trabalho), é um trabalho 
produtivo e adequadamente remunerado, 
exercido em condições de liberdade, equida-
de e segurança, e que seja capaz de garantir 
uma vida digna a todas as pessoas que de-
pendem do seu trabalho para viver. Trata-se, 
portanto, do trabalho que permite satisfazer 
às necessidades pessoais e familiares de ali-
mentação, educação, moradia, saúde e segu-
rança. É também o trabalho que garante pro-
teção social nos impedimentos ao exercício 
do trabalho (desemprego, doença, acidentes, 
entre outros) e assegura renda ao chegar à 
época da aposentadoria (Conferencia Inter-
nacional del Trabajo, 1999). 
É um trabalho no qual as relações entre cada 
trabalhador ou trabalhadora e seus empre-
gadores ou empregadoras estão devidamen-
te regulamentadas por lei, especialmente no 
que se refere aos direitos fundamentais no 
trabalho, e autorreguladas através de acor-
dos negociados em um processo de diálogo 
social em diversos níveis, o que implica o ple-
no exercício do direito da liberdade sindical, 
28
assim como o fortalecimento das diferentes 
instituições da administração do trabalho e 
das formas de representação e organização 
dos atores sociais (MARTINEZ, 2005). 
A noção de Trabalho Decente integra, por-
tanto, as dimensões quantitativa e qualita-
tiva do emprego. Ela propõe não só medi-
das de geração de postos de trabalho e de 
enfrentamento do desemprego, mas também 
de superação de formas de trabalho que se 
baseiam em atividades insalubres, perigo-
sas, inseguras e/ou degradantes ou que ge-
ram renda insuficiente para que os indiví-
duos e suas famílias superem situações de 
pobreza. Tal conceito de trabalho afirma a 
necessidade de que o emprego esteja tam-
bém associado à proteção social e à noção de 
direitos do trabalho, entre eles os de repre-
sentação, associação, organização sindical e 
negociação coletiva. 
A noção de Trabalho Decente é uma tentativa 
de expressar, numa linguagem cotidiana, a 
integração de objetivos sociais e econômi-
cos, reunindo as dimensões do emprego, dos 
direitos no trabalho, da segurança e da re-
presentação, em uma unidade com sentido 
e coerência interna quando considerada na 
sua totalidade. 
Qual é a diferença entre o conceito de Tra-
balho Decente e conceitos mais tradicio-
nais, como o de trabalho de qualidade? Sua 
principal novidade é ser multidimensional, 
ou seja, acrescentar à dimensão econômica, 
representada pelo conceito de um emprego 
de qualidade, novas dimensões de caráter 
normativo, de segurança e de participação/
representação (MARTINEZ, 2005). 
É importante assinalar que essa diferença 
conceitual determina diferentes políticas, 
ou melhor, uma diferente articulação de 
políticas em termos de emprego e mercado 
de trabalho e destas com as políticas eco-
nômicas e sociais. A integração e a coerên-
cia entre a política sociolaboral e a política 
econômica são essenciais para a geração de 
Trabalho Decente. Enquanto a política eco-
nômica cria condições para o crescimento e a 
geração de empregos, a política sociolaboral, 
integrada com a política econômica, cria as 
condições para que o emprego gerado incor-
pore as distintas dimensões do conceito de 
Trabalho Decente (LEVAGGI, 2006). 
Ao definir a promoção do Trabalho Decente 
como o aspecto central e integrador de toda 
a sua estratégia, a OIT reafirma o seu com-
promisso com o conjunto dos trabalhadores e 
trabalhadoras e não apenas com aqueles que 
têm um emprego regular, estável, protegido – 
no setor formal ou estruturado da economia. 
A promoção do Trabalho Decente (ou a redu-
ção dos déficits de Trabalho Decente) é um 
objetivo que deve ser perseguido também em 
relação ao conjunto das pessoas – homens, 
mulheres e jovens – que trabalha à margem 
do mercado de trabalho estruturado: assala-
riados não regulamentados, tradutores por 
conta própria, terceirizados ou subcontrata-
dos, trabalhadores a domicílio, etc. Todas as 
pessoas que trabalham têm direitos – assim 
como níveis mínimos de remuneração, pro-
teção e condições de trabalho –, que devem 
ser respeitados. Essa noção, portanto, inclui 
o emprego assalariado, o trabalho autônomo 
ou por conta própria, o trabalho a domicílio, 
assim como a ampla gama de atividades rea-
lizadas na economia informal e na economia 
de cuidado (RODGERS, 2002). 
Existe uma forte relação entre o conceito 
de Trabalho Decente e a noção da dignidade 
humana. Com efeito, tal como discutido por 
Rodgers (2002), o trabalho é o âmbito para o 
qual confluem os objetivos econômicos e so-
ciais das pessoas. O trabalho supõe produção 
e rendimentos. Mas significa, também, inte-
gração social, identidade e dignidade pesso-
al. O vocábulo decente expressa algo que é 
ao mesmo tempo suficiente e desejável. Um 
Trabalho Decente significa um trabalho no 
qual o seu rendimento e as condições em que 
este se exerce estão de acordo com as nossas 
expectativas e as da comunidade, mas não 
são exageradas, estão dentro das aspirações 
razoáveis de pessoas razoáveis. [...] 
Trata-se do trabalho exercido atualmente 
e de suas expectativas de futuro; das con-
dições em que este se exerce; do equilíbrio 
entre a vida doméstica e a vida familiar; de 
um trabalho que permita manter os filhos 
na escola, evitando que eles sejam levados 
ao trabalho infantil. Trata-se da igualdade 
de gênero e raça/etnia, da igualdade de re-
conhecimento e da possibilidade de que as 
mulheres, os negros e outros grupos discri-
minados possam optar e assumir o controle 
sobre as suas próprias vidas. Trata-se das 
capacidades pessoais para competir no mer-
cado, manter-se em dia com as novas tecno-
logias e preservar a saúde – física e mental. 
Trata-se de desenvolver as qualificações em-
presariais, de receber uma parte equitativa 
da riqueza que se ajuda a criar e de não ser 
objeto de discriminação. Trata-se de poder 
expressar-se e ser ouvido no lugar de traba-
lho e na comunidade. 
 Adaptado de ABRAMO, Laís. Trabalho Decente, 
informalidade e precarização do trabalho. IN: 
DAL ROSSO, Sadi e FORTES, José Augusto Abreu 
Sá (org.). Condições de trabalho no limiar do 
século XXI. Brasília: Épocca, 2008. p. 40-41.
29
TEXTO 2
Olhou as cédulas arrumadas na palma, os ní-
queis e as pratas, suspirou, mordeu os bei-
ços. Nem lhe restava o direito de protestar. 
Baixava a crista. Se não baixasse, desocu-
paria a terra, largar-se-ia com a mulher, os 
filhos pequenos e os cacarecos. Para onde? 
Hem? Tinha para onde levar a mulher e os 
meninos? Tinha nada! 
Espalhou a vista pelos quatro cantos. Além 
dos telhados, que lhe reduziam o horizon-
te, a campina se estendia, seca e dura. Lem-
brou-se da marcha penosa que fizera através 
dela, com a família, todos esmolambados e 
famintos. Haviam escapado, e isto lhe pa-
recia um milagre. Nem sabia como tinham 
escapado. 
Se pudesse mudar-se, gritaria bem alto que o 
roubavam. Aparentemente resignado, sentia 
um ódio imenso a qualquer coisa que era ao 
mesmo tempo a campina seca, o patrão, os 
soldados e os agentes da Prefeitura. Tudo na 
verdade era contra ele. Estava acostumado, 
tinha a casca muito grossa, mas às vezes se 
arreliava. Não havia paciência que suportas-
se tanta coisa. 
Um dia um homem faz besteira e se desgra-
ça. 
Pois não estavam vendo que ele era de carne 
e osso?Tinha obrigação de trabalhar para os 
outros, naturalmente, conhecia o seu lugar. 
Bem. Nascera com esse destino, ninguém ti-
nha culpa de ele haver nascido com um des-
tino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte? 
Se lhe dissessem que era possível melhorar 
de situação espantar-se-ia. Tinha vindo ao 
mundo para amansar brabo, curar feridas 
com rezas, consertar cercas de Inverno a Ve-
rão. Era sina. O pai vivera assim, o avô tam-
bém. E para trás não existia família. Cortar 
mandacaru, ensebar látegos - aquilo estava 
no sangue. Conformava-se, não pretendia 
mais nada. Se lhe dessem o que era dele, es-
tava certo. Não davam. Era um desgraçado, 
era como um cachorro, só recebia ossos. Por 
que seria que os homens ricos ainda lhe to-
mavam uma parte dos ossos? Fazia até nojo 
pessoas importantes se ocuparem com seme-
lhantes porcarias. 
Na palma da mão as notas estavam úmidas 
de suor. Desejava saber o tamanho da ex-
torsão. Da última vez que fizera contas com 
o amo o prejuízo parecia menor. Alarmou-
-se. Ouvira falar em juros e em prazos. Isto 
lhe dera uma impressão bastante penosa: 
sempre que os homens sabidos lhe diziam 
palavras difíceis, ele saía logrado. Sobres-
saltava-se escutando-as. Evidentemente só 
serviam para encobrir ladroeiras. Mas eram 
bonitas. Às vezes decorava algumas e empre-
gava-as fora de propósito. Depois esquecia-
-as. Para que um pobre da laia dele usar con-
versa de gente rica? Sinhá Terta é que tinha 
uma ponta de língua terrível. Era: falava 
quase tão bem como as pessoas da cidade. 
Se ele soubesse falar como Sinhá Terta, pro-
curaria serviço noutra fazenda, haveria de 
arranjar-se. Não sabia. Nas horas de aperto 
dava para gaguejar, embaraçava-se como um 
menino, coçava os cotovelos, aperreado. Por 
isso esfolavam-no. Safados. Tomar as coisas 
de um infeliz que não tinha onde cair mor-
to! Não viam que isso não estava certo? Que 
iam ganhar com semelhante procedimento? 
Hem? Que iam ganhar? 
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de 
Janeiro: Record, 1986. p.95-97. 
 11. (Pucrj 2017) 
a) Explique a diferença de sentido entre as 
frases abaixo: 
 i) Os homens sabidos diziam palavras di 
 fíceis a Fabiano. 
 ii) Os homens, sabidos, diziam palavras 
 difíceis a Fabiano. 
b) Destaque, do último parágrafo do Texto 1, 
a frase que, considerando a noção de Tra-
balho Decente, atenderia às inquietações 
de Fabiano na seguinte passagem: 
 “Se ele soubesse falar como Sinhá Terta, 
procuraria serviço noutra fazenda, have-
ria de arranjar-se. Não sabia. Nas horas 
de aperto dava para gaguejar, embaraça-
va-se como um menino, coçava os coto-
velos, aperreado. Por isso esfolavam-no. 
Safados.” (último parágrafo do Texto 2) 
c) Identifique o referente do pronome de-
monstrativo isso em “Não viam que isso 
não estava certo?”, no último parágrafo 
do Texto 2. 
30
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
TEXTO IV
O dia abriu seu para-sol bordado
O dia abriu seu para-sol bordado
De nuvens e de verde ramaria.
E estava até um fumo, que subia,
Mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado.
Depois surgiu, no céu azul arqueado,
A Lua – a Lua! – em pleno meio-dia.
Na rua, um menininho que seguia
Parou, ficou a olhá-la admirado...
Pus meus sapatos na janela alta,
Sobre o rebordo... Céu é que lhes falta
Pra suportarem a existência rude!
E eles sonham, imóveis, deslumbrados,
Que são dois velhos barcos, encalhados
Sobre a margem tranquila de um açude..
MARIO QUINTANA. Prosa e verso. Porto Alegre: Globo, 1978. 
 12. (Uerj) Há no poema de Mario Quintana um mesmo sinal de pontuação – o ponto de exclamação – 
que aparece em versos diferentes e com sentidos distintos.
Explicite o valor semântico atribuído a esse sinal em cada um dos versos. 
 13. (Pucrj) 
a) Reescreva duas vezes a segunda oração do período a seguir, substituindo o verbo "VIVER" por cada 
um dos seguintes verbos:
I) lidar
II) depender
"Ele é nossa principal tecnologia social, por meio da qual vivemos hoje."
b) Pontue o período a seguir, empregando apenas um sinal de vírgula e um de dois pontos.
 É aquela velha história se você coloca coisas caras em casa vai precisar pôr trancas nas portas 
e grades nas janelas. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Poema só para Jaime Ovalle1
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
– Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.
(Estrela da vida inteira, 1993.)
1Jaime Ovalle (1894-1955): compositor e instrumentista. Aproximou-se do meio intelectual carioca e se 
tornou amigo íntimo de Villa-Lobos, Di Cavalcanti, Sérgio Buarque de Hollanda e Manuel Bandeira. Sua mú-
sica mais famosa é “Azulão”, em parceria com o poeta Manuel Bandeira. (Dicionário Cravo Albin da música 
popular brasileira) 
31
 14. (Unesp 2016) O verso inicial do poema (“Quando hoje acordei, ainda fazia escuro”) pode ser vis-
to como uma espécie de abertura narrativa, já que nele se observam dados indicadores de tempo 
(“quando”) e espaço (“fazia escuro”). Identifique no poema dois outros termos que também indi-
cam circunstância temporal e acabam por reforçar seu caráter narrativo. Justifique sua resposta. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
 15. (Ueg) As manchetes jornalísticas caracterizam-se pela objetividade, evitando comentários avalia-
tivos e/ou explicações causais e descrições. Reescreva o texto em um período, explicitando infor-
mações avaliativas e descritivas subentendidas na manchete.
Literatura
L
ENTRE LETRAS
C
0 3
U.T.I.
35
PARNASIANISMO
Escola literária exclusiva da França e do Brasil, o Parnasianismo originou-se com as antologias poéticas 
publicadas na França a partir de 1866, sob o título Le Parnasse contemporain (O Parnaso contemporâneo).
Os parnasianos interessaram-se apenas por poesia e foram guiados pela estética da “arte pela arte”, pro-
posta pelo precursor da escola, o poeta francês Théophile Gautier (1811-1872).
A “arte pela arte” estava voltada para o ideal clássico de beleza e harmonia de formas. Para os parnasianos, 
a estrutura métrica e sonora de seus versos era perfeita, uma vez que predominava neles a técnica do bom verse-
jarcem vez da inspiração.
No Brasil, o movimento é contemporâneo ao Realismo-Naturalismo, uma vez que os poetas parnasianos 
compuseram suas obras entre o final do século XIX e o começo do século XX, adotando a moda importada da 
França.
A partir de 1878, no Diário do Rio de Janeiro, os simpatizantes do Realismo entraram em polêmica aberta 
contra os do Parnasianismo. Esse desentendimento ficou conhecido como Batalha do Parnaso e acabou servindo 
para divulgar a estética parnasiana, logo alcunhada de “ideia nova”, nos meios artísticos do País.
CARACTERÍSTICAS DA POESIA PARNASIANA
 Objetividade no tratamento dos temas abordados, baseados na realidade sem subjetivismo e emoção.
 Impessoalidade do escritor que não interfere na abordagem dos fatos.
 Valorização da estética e busca da perfeição, da beleza em si e da perfeição estética.
 Preferência pelas rimas esteticamente ricas.
 Linguagem rebuscada e vocabulário vernáculo.
 Temas frequentes ligados à mitologia grega e à cultura clássica.
 Preferência pelos sonetos.
 Valorização da metrificação rigorosa dos versos.
 Valorização da descrição de cenas e objetos.
PARNASIANOS NO BRASIL
“A estética parnasiana cristalizou-se entre nós depois da publicação de Fanfarras, de Teófilo Dias, livro em 
que o movimento antirromântico começa a se definir no espírito e na forma dos parnasianos franceses”, explica 
Manuel Bandeira, em estudo dedicado ao movimento.
Coube, no entanto, à chamada tríade parnasiana, formada por Alberto de Oliveira, Raimundo Correia

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