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Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 16/02/2009 
                                            Página 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atuação Policial Frente aos 
Grupos Vulneráveis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Créditos 
 
Cláudio Duani Martins – Capitão da Polícia Militar de Minas Gerais. É especialista em Gestão 
de Direitos Humanos e Pedagogia Empresarial. Possui vasta experiência como instrutor de 
técnicas policiais e direitos humanos em cursos de formação da PMMG e como instrutor 
internacional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. É co-autor de várias publicações em 
treinamento policial e direitos humanos na Segurança Pública. 
Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 16/02/2009 
                                            Página 2 
 
 
Apresentação 
 
Antes de iniciar este curso, leia a música de Lenine “Ninguém faz idéia” ou assista ao DVD, se 
desejar. 
(http://zeroeum.multiply.com/video/item/38/38) 
 
Observe que ele faz uma chamada, praticamente, a todos os grupos ou pessoas que formam a 
nossa sociedade mundial. Porém, no dia-a-dia, nem sempre é assim. Há grupos na nossa 
sociedade e no mundo, que para muitos são invisíveis. 
 
Alguns desses grupos, devido a questões ligadas a gênero, idade, condição social, deficiência e 
orientação sexual, tornam-se mais suscetíveis à violação de seus direitos, por isso são 
denominados grupos vulneráveis. 
 
Neste curso, você estudará sobre eles e também sobre a importância do profissional da área de 
segurança pública ter conhecimentos básicos sobre os dispositivos legais referentes a cada grupo. 
Espera-se que as informações aqui contidas possam servir de subsídios para a prestação de um 
atendimento de qualidade a esses grupos. 
 
Importante! Aqui você irá estudar sobre todos os grupos, exceto a comunidade LGBTT e as 
mulheres, pois, já existem cursos próprios para essas temáticas na Rede Nacional de Educação a 
Distância/Ministério da Justiça, com os nomes: Segurança Pública sem Homofobia e Mulheres 
Vítimas de Violência. 
 
Ao final do curso, você será capaz de: 
 
Definir grupos vulneráveis correlacionando os conceitos com Direitos Humanos; 
 
Identificar os principais grupos vulneráveis existentes em nossa sociedade; 
 
Analisar a legislação relativa à proteção dos grupos vulneráveis tanto no Brasil como no mundo 
e seu enlace com a atividade policial; 
 
Apontar a atitude correta na atuação em ocorrências envolvendo integrantes dos grupos 
vulneráveis; 
 
Realizar abordagens e buscas, em integrantes dos grupos vulneráveis, em conformidade com a 
filosofia de direitos humanos; e 
 
Prestar o socorro às vítimas dos grupos vulneráveis, levando em consideração os cuidados que 
cada caso exige. 
 
Este curso é composto por 6 módulos: 
 
Módulo 1 – Introduzindo a questão 
 
Módulo 2 – Conceituando o tema: grupos vulneráveis e minorias 
 
Módulo 3 – Atuação policial e grupos vulneráveis: pessoas idosas 
 
Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 16/02/2009 
                                            Página 3 
 
 
Módulo 4 – Segurança Pública e população em situação de rua 
 
Módulo 5 – Atendimento policial às pessoas com deficiência 
 
Módulo 6 – Atendimento policial às crianças e aos adolescentes 
 
Bom estudo! 
 
Módulo 1 – Introduzindo a questão 
 
Você, com certeza, deve estar se perguntando: 
 
O que é um grupo vulnerável? 
 
Onde ele pode ser encontrado? 
 
Quais são as pessoas que o compõe? 
 
E no que consiste a vulnerabilidade dessas pessoas? 
 
Antes de buscar respostas para essas perguntas é preciso compreender alguns aspectos da nossa 
sociedade. 
 
Neste módulo, você estudará sobre os grupos vulneráveis e o papel da segurança pública em 
proteger e promover os direitos humanos, em relação a esses grupos. 
 
Ao final deste módulo, você será capaz de: 
 
Compreender a relação existente entre grupos vulneráveis e o papel da segurança pública como 
protetora e promotora dos direitos humanos; e 
 
Reconhecer como é importante que o profissional da área de segurança pública saiba lidar com 
as pessoas, sem discriminá-las, garantindo seus direitos e resolvendo conflitos de forma serena e 
igualitária. 
 
O conteúdo deste módulo está dividido em 2 aulas: 
 
Aula 1 – Grupos vulneráveis sob a ótica da segurança pública 
 
Aula 2 – As exigências aos profissionais de segurança pública frente aos grupos vulneráveis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 16/02/2009 
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Aula 1 – Grupos vulneráveis sob a ótica da Segurança Pública 
 
A sociedade brasileira possui, atualmente, cerca de 170 milhões de brasileiros distribuídos em 
um território de dimensões continentais. 
 
A cultura brasileira é o resultado de um grande sincretismo que uniu costumes de diversos povos 
e os caracteres genéticos que compõem as nossas raízes são frutos de uma secular miscigenação 
de etnias, gerando uma diversidade que proporciona ao Brasil, uma imensurável riqueza cultural 
e social. 
 
As diferenças relacionadas à etnia, gênero, deficiência, idade, dentre outros, também constituem 
essa diversidade tornando-a ainda mais bela. Porém, quando as diferenças se convertem em 
desigualdade, criam um ambiente propício para a violação de direitos, tanto no espaço público 
quanto no privado, tornando vulneráveis as pessoas que estão na condição de diferentes. É 
possível citar como exemplo: as pessoas com necessidades especiais, os idosos, as mulheres, 
crianças e adolescentes e a população de rua. Esses grupos são chamados de grupos vulneráveis. 
 
A busca dessas pessoas pelo reconhecimento de seus direitos é hoje um fator democrático 
preponderante, pois, somente através da igualdade é que se percebe a plena democracia. Foram 
muitos os movimentos sociais e conquistas no século XX, dos setores mais vitimados pelo 
preconceito e a discriminação, mas, ainda hoje, a sociedade não está preparada para lidar com 
essas diferenças, o que gera o preconceito e a indiferença tornando a vida dessas pessoas, ainda 
mais difícil. 
 
A falta de políticas públicas direcionadas a esses grupos e a desinformação da sociedade são 
fatores que contribuem para a vitimação. Atualmente existe um grande esforço nacional para dar 
mais visibilidade a esses grupos e mais informação a sociedade, estimulando, assim, uma co-
responsabilidade na formulação de leis e políticas garantidoras dos direitos dos grupos 
vulneráveis, como a criação de conselhos temáticos – o Conselho Nacional dos Direitos da 
Mulher, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, dentre outros. 
 
Os direitos humanos foram construídos através da história, na luta dos oprimidos pelo 
reconhecimento como cidadãos e pela liberdade. Com já se sabe, direitos humanos são todos os 
direitos que o ser humano possui (a vida, a família, filhos, trabalho, etc) e que estão listados nos 
30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1948, e 
garantidos em nossa Constituição Federal de 1988. 
 
A defesa dos direitos humanos proporciona a sociedade e, notadamente, a esses grupos 
vulneráveis, o reconhecimento e a abertura de espaço político, para além do meramente formal, 
ou seja, traz a realização concreta de seus anseios e faz cumprir efetivamente o que está escrito 
nas leis e nos estatutos. 
 
Dentro desse contexto, o policial na sua atividade cidadã e de proteção social deve conhecer a 
dinâmica dos grupos humanos, ou seja, descobrir seus anseios, dificuldades, necessidades e se 
engajar, no que for relativo à segurança pública, para a defesa e promoção dos direitos desses 
grupos. É como afirma Balestreri (2004, p.49): 
 
Dada a grave realidade nacional e internacional, onde o crime e a violência ameaçam, a cada dia 
mais, as liberdades individuais e coletivas e as instituiçõesdemocráticas, é preciso que a 
segurança pública seja resolutamente percebida como inclusa no mais fundamental rol dos 
Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 16/02/2009 
                                            Página 5 
 
 
direitos humanos. 
 
É por isso que seus operadores diretos (policiais, bombeiros, agentes penitenciários e guardas 
municipais) devem considerar-se e ser considerados, cada vez mais, como promotores de 
direitos. E, é claro, como tal se portarem. 
 
Por vezes, é necessário repensar as atitudes e valores que temos confrontando-as com a nova 
ordem social e política de nossa sociedade. Por exemplo, reflita sobre: 
 
Como você agiria caso uma pessoa que usa cadeira de rodas lhe solicitasse ajuda para descer 
uma escada ou sair de seu carro? 
 
Como agiria se uma pessoa surda e muda tivesse sido vítima de agressão? 
 
Qual seria sua atitude caso um cidadão cego lhe solicitasse ajuda ou você se deparasse com uma 
ocorrência de violência doméstica contra uma mulher ou abuso sexual de crianças e 
adolescentes? 
 
Com certeza, essas seriam situações embaraçosas, por fugirem da rotina de seu trabalho, pois 
você está habituado a lidar com pessoas que podem se locomover normalmente, entender o que 
lhes é solicitado, enfim, que não possuem características que dificultará suas vidas em sociedade. 
No entanto, quando se depara com casos como os citados, surge a dúvida de como atuar nessas 
ocasiões. Por outro lado, essas pessoas esperam ser tratadas com respeito e dignidade, como 
cidadãos sujeitos de direito, como todos os demais. 
 
Aula 2 – As exigências aos profissionais de Segurança Pública frente 
aos grupos vulneráveis 
 
A atividade de segurança pública exige profissionais que saibam lidar com as pessoas sem 
discriminá-las, garantindo seus direitos e resolvendo conflitos de forma serena e igualitária. É 
imprescindível que o profissional de segurança pública conheça melhor as dificuldades de cada 
grupo e como ele pode auxiliá-las, protegendo e promovendo seus direitos. 
 
Você, profissional da área de segurança pública, deve conhecer e se habituar aos procedimentos 
que fogem aos padrões, que contemplam questões sobre minorias e grupos vulneráveis, de forma 
a nortear a sua atuação no trato adequado com essas pessoas. 
 
A Constituição Federal de 1988 dá a todos a promoção dos direitos coletivos sem nenhuma 
discriminação. 
 
Constituição Federal de 1988 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I – (...); 
II – (...); 
III – (...); e 
IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. 
 
Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 16/02/2009 
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O Plano Nacional de Direitos Humanos II também é claro, com relação às políticas públicas para 
o enfrentamento relativo aos grupos vulneráveis. 
 
Plano Nacional de Direitos Humanos II 
 
13. Apoiar programas e ações que tenham como objetivo prevenir a violência contra grupos 
vulneráveis e em situação de risco. 
 
Também é possível encontrar respaldo no artigo 5º da Constituição Federal. 
 
Artigo 5º da Constituição Federal: 
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se a todos 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
 
Além dos dispositivos já citados, no ordenamento jurídico há outros garantidores de direitos dos 
grupos vulneráveis mais específicos, como o Estatuto do Idoso, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, a Lei nº 11.340, Maria da Penha, dentre 
outros. Entretanto, a efetividade desses dispositivos depende da participação da sociedade civil 
organizada e de políticas públicas de atendimento em diversas áreas, inclusive na segurança 
pública. 
 
Nesse contexto, o profissional de segurança pública não pode de forma alguma ser mais um a 
vitimar e desrespeitar os direitos dessas pessoas. Ele também não deve ser alguém somente 
disposto a ajudar, precisa ter conhecimentos básicos sobre cada um dos dispositivos legais 
referentes a cada segmento, para prestar um atendimento de qualidade e dar os devidos 
encaminhamentos a cada caso em específico. 
 
Outro procedimento necessário é a criação de redes, onde os vários órgãos ligados a proteção e 
promoção de direitos, como conselhos temáticos, polícias, Ministério Público e Judiciário 
estejam integrados e formulando estratégias de atendimento em conjunto. 
 
(http://www.senado.gov.br/web/relatorios/destaques/2003057RF.pdf) 
(http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm) 
(http://www.interlegis.gov.br/cidadania/20020108135559/20031208112349/) 
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm) 
 
Conclusão 
 
Lembre-se de que em sua família pode haver pessoas que fazem parte desses grupos. 
Aprendendo um pouco sobre eles, você também, como cidadão, estará mais bem preparado para 
protegê-los e promover os seus direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis – Módulo 1 
SENASP/MJ - Última atualização em 16/02/2009 
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Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxiliar a compreensão do 
conteúdo. 
 
O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas nas páginas 
anteriores. 
 
1. Defina grupos vulneráveis: 
 
2. Estabeleça uma relação entre os grupos vulneráveis e o papel da Segurança Pública como 
protetora e promotora dos direitos humanos. 
 
Este é o final do módulo 1 
 
Introduzindo a questão 
 
Além das telas apresentadas, o material complementar está disponível para acesso e 
impressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Respostas: 
 
1. São considerados grupos vulneráveis, os grupos que por causa de questões ligadas a gênero, 
idade, condição social, deficiência e orientação sexual, tornam-se mais suscetíveis à violação de 
seus direitos, e que por se tratarem de uma “minoria”, são considerados diferentes. 
 
2. A Segurança Pública perpassa pelo respeito a todos, independente de sua situação social, 
idade, gênero, orientação sexual ou qualquer característica que o torne uma pessoa diferente das 
demais. Por isso, é importante conhecer um pouco sobre os grupos socialmente vulneráveis e 
buscar protegê-los, conquistando o seu reconhecimento e confiança.

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