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Manual de Prática Civil, 12 ª edição - ação de divórcio litigioso

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1.2.3
a)	na	obrigação	de	fazer	a	partilha,	em	igual	parte	com	a	autora,	dos
bens	 que	 compõem	 o	 acervo	 patrimonial	 amealhado	 durante	 a	 união,
representado	pelo	montante	de	R$	253.000,00	(duzentos	e	cinquenta	e
três	mil	reais);	b)	ao	pagamento	das	custas	processuais	e	honorários
advocatícios.
Outrossim,	requer	a	autora:
a)	citação	da	ré,	por	Oficial	de	Justiça,	sendo	o	mandado	acompanhado
de	contrafé	para	que,	desejando,	compareça	à	audiência	de	mediação	a
ser	designada	ou	apresente	resposta	no	prazo	legal;
b)	 deferimento	 de	 todos	 os	 meios	 de	 prova	 admitidos	 em	 direito,
inclusive	 o	 depoimento	 pessoal	 do	 réu	 e	 oitiva	 de	 testemunhas	 e
juntada	de	documentos	supervenientes;
c)	seja	decretado	o	segredo	de	justiça,	nos	termos	do	art.	189,	II,
do	CPC.
A	autora	atribui	à	causa	o	valor	de	R$	126.500,00	(cento	e	vinte	e
seis	mil	e	quinhentos	reais).
Nestes	termos,
Aguarda-se	deferimento.
Cidade,	data,	assinatura,	OAB.
Ação	de	divórcio	litigioso
PROBLEMA
Elisvânia	 e	 Argemiro,	 casados	 pelo	 regime	 da	 comunhão	 parcial	 de	 bens	 em	 13-8-2000,	 estão
separados	de	fato	desde	5-9-2015.
A	esposa	quer	regularizar	a	situação	por	meio	do	divórcio,	mas	o	marido	não.
Proponha	a	medida	cabível	para	atender	ao	seu	interesse	não	apenas	quanto	à	dissolução	do	vínculo
conjugal,	mas	também	definindo	partilha,	alimentos,	guarda	do	filho	de	5	anos	(oficializando	sua	guarda
de	fato),	visita	e	volta	do	uso	do	nome	de	solteira.	Considere	que	Argemiro	adquiriu,	durante	a	união,	um
apartamento	 no	 valor	 de	 R$	 520.000,00	 (quinhentos	 e	 vinte	 mil	 reais)	 e	 um	 veículo	 que	 vale	 R$
50.000,00	(cinquenta	mil	reais).
Atente	 que	 Elisvânia	 é	 pobre	 e	 não	 pode	 arcar	 com	 os	 custos	 da	 demanda	 sem	 prejuízo	 de	 sua
subsistência	e	de	seu	filho.
SOLUÇÃO
Deverá	 ser	 proposta	 ação	 de	 divórcio	 contencioso.	 Considerando	 a	 natureza	 da	 causa,	 deverá	 ser
utilizado	o	procedimento	referente	às	ações	de	família.
OBJETO	DA	CAUSA:	Obter	a	decretação	do	divórcio	definindo	também	a	questão	da	partilha,	da
guarda,	dos	alimentos	e	da	visita	ao	filho	do	casal,	assim	como	a	mudança	do	nome	da	esposa.
MODELO	DE	PEÇA
EXCELENTÍSSIMO	SENHOR	DOUTOR	JUIZ	DE	DIREITO	DA	___	VARA	DE	FAMÍLIA	E
SUCESSÕES	(SE	NÃO	HOUVER,	VARA	CÍVEL)	DO	FORO	DA	COMARCA	DE	(FORO	DA
GUARDIÃ	DO	FILHO	INCAPAZ,	nos	termos	do	ART.	53,	I,	do	CPC).
ELISVÂNIA	(sobrenome)	,	brasileira,	casada,	comerciante,	portadora
da	cédula	de	identidade	RG	n.	(...),	inscrita	no	CPF/MF	sob	n.	(...),
usuária	 do	 endereço	 eletrônico	 (e-mail),	 residente	 e	 domiciliada
nesta	cidade,	em	(endereço),	por	seus	advogados	e	procuradores	infra-
assinados,	vem,	respeitosamente	perante	vossa	excelência,	propor
AÇÃO	DE	DIVÓRCIO	LITIGIOSO
PELO	PROCEDIMENTO	ESPECIAL	DAS	AÇÕES	DE	FAMÍLIA
contra	 ARGEMIRO	 (sobrenome),	 brasileiro,	 casado,	 comerciante,
portador	da	cédula	de	identidade	RG	n.	(...)	e	inscrito	no	CPF/MF	sob
n.	 (...),	 usuário	 do	 endereço	 eletrônico	 (e-mail),	 residente	 e
domiciliado	 nesta	 cidade	 em	 (endereço),	 pelas	 razões	 de	 fato	 e	 de
direito	a	seguir	aduzidas.
I.	DOS	FATOS
As	 partes	 são	 casadas	 sob	 o	 regime	 de	 comunhão	 parcial	 de	 bens
desde	13-8-2000,	conforme	se	verifica	da	certidão	de	casamento	(doc.
Anexo).	 Não	 há	 pacto	 antenupcial	 e	 da	 união	 nasceu	 um	 filho,
Demóstenes,	atualmente	com	3	(três)	anos	de	idade	(doc.	Anexo).
Após	10	(dez)	anos	de	intenso	convívio,	o	casal	se	separou	de	fato;
desde	 5-9-2015	 o	 réu	 deixou	 o	 lar	 conjugal,	 ficando	 o	 filho	 (menor
impúbere)	 sob	 a	 guarda	 fática	 da	 autora.	 O	 casal	 tem	 bens	 a	 serem
partilhados.
Embora	o	casal	se	encontre	separado	de	fato,	o	réu,	procurado	pela
autora,	 negou-se	 a	 acertar	 consensualmente	 os	 termos	 do	 divórcio,
razão	 pela	 qual	 tornou-se	 necessária	 a	 propositura	 da	 presente
demanda.
II.	DO	DIREITO
a)	DIREITO	AO	DIVÓRCIO
Consoante	se	depreende	do	art.	226,	§	6º,	da	Constituição	Federal,
o	 casamento	 civil	 pode	 ser	 dissolvido	 pelo	 divórcio;	 a	 EC	 66/2010
suprimiu	o	requisito	de	prévia	separação	judicial	por	mais	de	1	(um)
ano	ou	de	comprovada	separação	de	fato	por	mais	de	2	(dois)	anos.
A	autora	não	tem	mais	interesse	na	união.	É	seu	direito	potestativo
divorciar-se	do	marido,	não	havendo	motivo	jurídico	que	justifique	a
manutenção	 do	 casamento	 diante	 da	 falta	 de	 vontade	 da	 autora	 de
seguir	casada.
b)	GUARDA,	VISITAS	E	PENSÃO	ALIMENTÍCIA
A	guarda	do	filho	menor,	que	já	está	de	fato	com	a	mãe,	permanecerá
com	 a	 autora,	 por	 atender	 tal	 situação	 ao	 melhor	 interesse	 da
criança.
O	 direito	 de	 visitas	 é	 assegurado	 ao	 réu	 e	 vem	 se	 verificando
regularmente,	 não	 sendo	 objeto	 de	 discordância.	 O	 regime	 é	 de
retirada	 da	 criança	 do	 lar	 materno	 tem	 sido	 aquele	 contemplado
usualmente	no	cenário	jurisprudencial:	a	cada	15	(quinze)	dias	o	réu
a	 leva,	 na	 sexta-feira	 às	 18	 horas,	 trazendo-a	 no	 domingo	 às	 18
horas.	No	dia	dos	pais	a	criança	fica	com	o	réu,	o	mesmo	ocorrendo
nas	férias	escolares	nas	duas	primeiras	semanas.	No	Natal	a	criança
fica	com	a	autora	e	na	virada	do	ano	com	o	réu.	No	que	tange	ao	valor
da	 contribuição	 para	 criar	 e	 educar	 o	 filho,	 em	 atenção	 ao	 binômio
possibilidade/	necessidade,	requer	seja	descontado	o	valor	de	1/3	dos
rendimentos	 do	 réu,	 diretamente	 de	 sua	 folha	 de	 pagamento,	 para
crédito	 na	 conta	 da	 autora,	 cujos	 dados	 são	 (...).	 Em	 caso	 de
desemprego,	 requer	 desde	 logo	 a	 definição	 de	 que	 o	 valor	 da	 pensão
alimentícia	 equivale	 a	 um	 salário	 mínimo	 mensal.	 Tal	 referencial
atende	à	proporcionalidade	em	relação	ao	cenário	atual,	considerando
que	nos	dias	de	hoje	o	réu	aufere	cerca	de	três	vezes	tal	montante.
–
–
A	autora	não	requer	a	fixação	de	pensão	alimentícia	em	seu	favor
por	ter	condições	de	trabalhar	e,	no	momento,	de	se	manter
c)	PARTILHA
No	tocante	aos	bens,	segue	a	descrição	patrimonial	correspondente
para	 que	 se	 efetue	 a	 partilha	 considerando	 o	 direito	 da	 autora	 à
metade	de	seu	valor:	imóvel:
apartamento	no	valor	venal	de	R$	520.000,00	(cujos	dados	mais
detalhados	constam	nos	docs.	anexos);
veículo	automotor	no	montante	de	R$	50.000,00	(especificações
nos	docs.	anexos);
d)	NOME
A	autora	voltará	a	adotar	o	seu	nome	de	solteira,	Elisvânia	Souza.
E)	 OPÇÃO	 PELA	 NÃO	 REALIZAÇÃO	 DE	 AUDIÊNCIA	 DE	 MEDIAÇÃO	 Tendo	 em
vista	a	ocorrência	de	prévias	tentativas	de	resolução	consensual	do
conflito	que	foram	marcados	pela	resistência	do	réu	em	admitir	o	fim
do	 casamento,	 a	 autora	 opta	 pela	 não	 realização	 de	 audiência	 de
mediação,	 por	 entender	 que	 tal	 procedimento	 restaria	 infrutífero	 e
danoso	para	as	partes	especialmente	em	relação	ao	tempo	de	decretação
do	divórcio.
A	opção	da	autora	(referenciada	no	art.	319,	VII,	do	CPC)	deve	ser
respeitada	 por	 força	 dos	 princípios	 informadores	 da	 mediação	 –
notadamente	a	autonomia	da	vontade	das	partes	(CPC,	art.	166,	e	Lei	n
°	13.140/2015,	art.	2º,	VI)	–,	assim	como	em	observância	a	normas	do
CPC.	 Nos	 termos	 do	 art.	 3o,	 §	 2º,	 “o	 Estado	 promoverá	 sempre	 que
possível,	a	solução	consensual	dos	conflitos”;	o	art.	334,	§	4º,	II
destaca	que	não	será	agendada	a	sessão	inicial	“quando	não	se	admitir
a	autocomposição”.
No	entanto,	caso	não	seja	esse	o	entendimento	de	Vossa	Excelência,
requer-se	 a	 designação	 de	 audiência	 de	 mediação	 (e	 não	 de
conciliação)	por	força	do	vínculo	existente	entre	as	partes.
Em	 atenção	 ao	 disposto	 no	 art.	 168	 do	 CPC,	 indica	 que	 escolhe	 a
mediadora	 Mariangela	 (sobrenome),	 (estado	 civil),	 (profissão),
portadora	 da	 cédula	 de	 identidade	 RG	 n.	 (número)	 e	 inscrita	 no	 CPF
sob	o	n.	(número),	endereço	eletrônico	(e-mail),	residente	em	(Rua,
a)
b)
c)
d)
e)
número,	 bairro,	 CEP),	 integrante	 do	 corpo	 de	 mediadores	 deste
tribunal.	Nos	termos	do	art.	168,	§	1o,	do	CPC,	requer	sua	nomeação
para	atuar	nesta	demanda	em	caso	de	concordância	do	réu.
III.	DOS	PEDIDOS	E	REQUERIMENTOS
Pelo	exposto,	requer	a	autoraseja	julgado	procedente	o	pedido	da
presente	 ação,	 decretando-se	 o	 divórcio	 do	 casal	 nos	 termos
pleiteados	 e	 sendo	 o	 réu	 condenado	 a	 arcar	 com	 os	 ônus	 da
sucumbência.
Requer	ainda:
a	 citação	 do	 réu,	 por	 Oficial	 de	 Justiça,	 sendo	 o	 mandado
acompanhado	de	contrafé	para	que	conheça	os	termos	da	presente
ação	e,	querendo,	apresente	defesa	no	prazo	legal.	Requer-se,
como	 já	 indicado,	 que	 não	 seja	 designada	 sessão	 inicial	 de
mediação	por	conta	do	potencial	infrutífero	da	iniciativa;
a	intimação	do	digníssimo	representante	do	Ministério	Público
para	intervir	no	feito	(CPC,	art.	178,	II);
a	expedição	de	mandado	determinando	a	averbação	da	sentença	de
divórcio	junto	ao	cartório	de	registro	civil	competente,	para
fins	de	direito;
ante	a	autorização	para	que	a	requerente	volte	a	usar	o	nome
de	 solteira,	 a	 expedição	 de	 mandado	 para	 a	 alteração	 no
cartório	competente;
a	 concessão	 dos	 benefícios	 da	 gratuidade,	 com	 fundamento	 no
art.	5º,	LXXIV,	da	Constituição	Federal	e	do	art.	99,	§	3º,	do
CPC,	 uma	 vez	 que	 a	 requerente	 é	 pessoa	 pobre	 e	 não	 tem
condições	de	arcar	com	as	despesas	do	processo	sem	prejuízo	de
sua	subsistência.
Requer	 provar	 o	 alegado	 por	 todos	 os	 meios	 admitidos	 em	 direito,
especialmente	por	juntada	de	novos	documentos,	oitiva	de	testemunhas
e	depoimento	pessoal	do	réu.
Dá	à	causa	o	valor	de	R$	(soma	do	valor	dos	bens	a	partilhar	mais	o
valor	 equivalente	 a	 12	 vezes	 o	 salário	 mínimo	 vigente	 –	 CPC,	 art.
292,	I,	III	e	VI).

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