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SLIDES UNIDADE 1

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DISCIPLINA – DIREITO COMERCIAL E TRIBUTÁRIO
Professoras: Ana Karina Campelo e 
Jessica Pádua
DIREITO COMERCIAL E TRIBUTÁRIO
É com imensa satisfação que iniciamos a nossa disciplina de Direito comercial e tributário aplicado à administração. Essa disciplina tem por objetivo introduzi-los no fenômeno das normas jurídicas de direito comercial e tributário, proporcionando contato com os principais conceitos e institutos aplicados ao curso de administração. 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL
1.1 ORIGENS DO DIREITO COMERCIAL 
 
Noções introdutórias – O desenvolvimento do comércio e seus reflexos no mundo jurídico tiveram início na Antiguidade com a troca de bens (fenícios e babilônios). Já no período da Idade Média, com o surgimento dos feudos (mais comércio), burgos, crescimento e desenvolvimento dos Estados, as Grandes Expedições Marítimas, tudo isso vai contribuir para que NESTA FASE surgissem os artesãos e comerciantes e para regular essas atividades criou-se o DIREITO COMERCIAL. 
FASES DO DIREITO COMERCIAL
1ª FASE: ASCENSÃO DAS CIDADES E DO COMÉRCIO 
Corporações de Ofício – sem participação Estatal, cada corporação tinha seus próprios usos e costumes na busca de uma tutela jurídica para suas atividades. 
Características:
Extremo subjetivismo (qualidade do sujeito);
Direito classista, corporativo (amparava apenas a classe dos comerciantes e artesãos comerciantes vinculados às corporações e submetidos a regras comerciais feitas por eles).
Rompimento com a teoria contratual cristalizada pelo direito romano. 
Surgimento dos primeiros institutos jurídicos, como o título de crédito, sociedades, contratos mercantis, bancos etc.
2ª FASE: LIBERALISMO 
As Corporações de Ofício vão perdendo paulatinamente o monopólio da jurisdição mercantil, na medida em que os Estados reivindicam o monopólio da jurisdição.
Revoluções: Inglesa (1688) Norte-Americana (1776) Norte- Francesa (1789) que pregavam a igualdade política, social e jurídica. Mudanças políticas, sociais e econômicas. 
Evolução - Abandono do subjetivismo e corporativismo, que foi substituído pela objetividade dos atos legais do comércio. Teoria dos Atos do Comércio Brasil – 1850 = CÓDIGO COMERCIAL. O direito comercial regularia, portanto, as relações jurídicas que envolvessem a prática de alguns atos definidos em lei como atos do comércio.
atos de comércio
Definição e descrição dos atos de comércio – O CCom descrevia o comerciante como aquele que praticava mercancia (art. 4º), mas não a definia. Regulamento nº 737/1850 – definiu os atos considerados de comércio ou mercancia (art. 19), como sendo: “compra e venda ou troca de bens móveis ou semoventes, no atacado ou no varejo, para revenda ou aluguel; operações de câmbio, banco, corretagem, expedição, consignação e transporte de mercadorias; espetáculos públicos; indústria; seguros, fretamento e quaisquer contratos relacionados a comércio marítimo, além de armação e expedição de navios”. 
3ª FASE: TEORIA DA EMPRESA 
Noção de direito comercial fundada exclusivamente na figura dos atos de comércio, com o passar do tempo, mostrou-se uma noção totalmente ultrapassada, já que a efervescência do mercado, sobretudo a Revolução industrial, acarretou o surgimento e outras atividades econômicas.
Teoria da empresa - É o conjunto de normas jurídicas (direito privado) que disciplinam as atividades das empresas e dos empresários comerciais (atividade econômica daqueles que atuam na circulação ou produção de bens e a prestação de serviços), bem como os atos considerados comerciais, ainda que não diretamente relacionados às atividades das empresas.
AUTONOMIA DO DIREITO COMERCIAL
É assegurada pela Constituição Federal, no art. 22, I, que ao tratar da competência privativa da União em legislar sobre diversas matérias, explicitou dentre elas distintamente o Direito Civil e o Direito Comercial.
FONTES DO DIREITO COMERCIAL 
São os meios pelos quais as normas jurídicas se manifestam exteriormente: Constituição da República Federativa do Brasil; Leis Comerciais – CC, Lei 10.406/2002, art. 966 a 1195; Lei 6404/76 – S A; Lei 11.101/2005 – Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial; Lei 9179/96 – Propriedade Industrial; Lei 5474/68 – Lei das Duplicatas; Código Comercial – Lei 556/1850, que trata do Comércio Marítimo e que não foi revogada pelo CC.
APLICAÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL
O Direito Empresarial é, portanto, o conjunto de normas jurídicas que regulam as transações econômicas privadas empresariais que visam à produção e à circulação de bens e serviços por meio de atos exercidos profissional e habitualmente, com o objetivo de lucro.
Obs. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elementos de empresa.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL
Embora o direito empresarial em termos legislativos passe a ter seu principal regramento inserido no bojo do Código Civil, continua a possuir características próprias como:
Universalismo, Internacionalidade ou Cosmopolitismo – a possibilidade de aplicação de leis e convenções internacionais ao direito comercial. 
Individualismo – O lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
Onerosidade a onerosidade estará sempre presente no elemento lucro almejado pelo empresário. 
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL
Simplicidade ou Informalismo – em suas relações habituais no mercado permite o exercício da atividade econômica sem maiores formalidades.
Fragmentarismo – consiste justamente na existência de um direito empresarial vinculado a outros ramos do direito, pois ainda que com características próprias (autonomia), sua existência depende da harmonia com o conjunto de regras de outros diplomas legislativos.
Elasticidade – o direito empresarial, por transcender os limites do território nacional, precisa estar muito mais atento aos costumes empresariais do que aos ditames legais. 
Dinamismo – está relacionado com o desenvolvimento empresarial, fazendo com que as normas comerciais estejam sempre em constante mudança, aderindo a novas tecnologias. 
PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL, ART. 170, CRFB/88
Segundo o que estabelece o art. 170 da Constituição da República Federativa do Brasil são: a livre iniciativa; a dignidade da pessoa humana; a boa-fé; a soberania nacional; a propriedade privada; a função social da empresa; a defesa do consumidor; e o tratamento favorecido à microempresa.
IMPORTANCIA DO DIREITO EMPRESARIAL
Os empresários individuais e as sociedades empresárias são considerados agentes econômicos fundamentais, pois geram empregos, tributos, além da produção e circulação de certos bens essenciais à sociedade, por isso, a legislação garante a estes uma série de vantagens. Assim é que são deferidos institutos que dão efetividade ao princípio da preservação da empresa, de origem eminentemente neoliberal em razão da necessidade de proteção ao mercado, relevante para o desenvolvimento da sociedade em inúmeras searas, a exemplo da falência, da possibilidade de produção de provas em seu favor por meio de livros comerciais regularmente escriturados e demais medidas protetivas.
TEORIA GERAL DA EMPRESA
Considerações gerais 
Embora a adoção da teoria da empresa tenha vindo junto com a tentativa de unificação do direito privado, viu-se que essa suposta unificação é apenas formal, continuando a existir, como ramos autônomos e independentes da árvore jurídica, o direito civil e o direito comercial. 
Conceito de Empresário 
O Código Civil de 2002 adotou à teoria da empresa em substituição à antiga teoria dos atos de comércio, suas regras não utilizam mais as expressões ato de comércio e comerciante, que foram substituídas pelas expressões empresa e empresário. 
Empresário individual x sociedade empresária
Do conceito de empresário estabelecido no art. 966 do Código Civil “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividadeeconômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
Empresário individual x sociedade empresária
O empresário pode ser um empresário individual (pessoa física que exerce profissionalmente atividade econômica organizada) ou uma sociedade empresária (pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade cujo objeto social é a exploração de uma atividade econômica organizada). 
Empresário individual x sociedade empresária
A grande diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que esta, por ser uma pessoa jurídica, tem patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos sócios que a integram. 
Portanto, enquanto a responsabilidade do empresário individual é direta e ilimitada, a responsabilidade do sócio de uma sociedade empresária é subsidiária (seus bens só podem ser executados após a execução dos bens sociais) e pode ser limitada, a depender do tipo societário utilizado. 
Empresa individual de responsabilidade limitada – (EIRELI)
Lei n. 12 441/2011 que cria a figura da empresa individual de responsabilidade limitada.
4.1 Nomenclatura – mais preciso seria denominar o instituto de empresário individual de responsabilidade limitada, porque empresa é a atividade desenvolvida.
4.2 Exigência de capital mínimo – 100 vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país.
4.3 Natureza jurídica – pessoa jurídica de direto privado.
4.4 Nome empresarial – EIRELI
Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário
Com efeito, existem agentes econômicos que, a despeito de exercerem atividades econômicas, não são considerados empresários pelo legislador, o que nos permite concluir também que existem atividades que, a despeito de serem atividades econômicas, não configuram empresa.
O profissional intelectual (profissional liberal);
A sociedade simples;
O exercente de atividade rural; 
A sociedade cooperativa.
Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário
Com efeito, o empresário, conforme vimos, é a pessoa que exerce atividade econômica organizada, ou seja, é quem articula os diversos fatores de produção - insumos, mão de obra, capital e tecnologia - tendo em vista a exploração de uma determinada atividade econômica. 
Para tanto, constituirá todo um complexo de bens materiais (alugará um imóvel, adquirirá equipamentos, contrairá empréstimos etc.) e imateriais (criará e registrará uma marca, patenteará um novo processo tecnológico de produção etc.) e buscará, a partir da organização e exploração desse complexo de bens (o estabelecimento empresarial), auferir lucro, porém, sabendo que sofrerá também eventuais prejuízos resultantes do fracasso do empreendimento. 
empresário individual e impedimentos
O legislador não se preocupou apenas em conceituar o empresário individual, mas cuidou também de estabelecer um conjunto de regras gerais para a disciplina do exercício individual de empresa. 
Nesse sentido, por exemplo, o Código Civil estabeleceu algumas vedações ao exercício individual de empresa. Essas vedações decorrem ou de proibições que a legislação estabelece (impedimentos legais), ou da incapacidade do agente econômico. 
Dispõe o Código Civil, em seu Art. 972, que “podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”.
Impedimentos legais
Normalmente, esses impedimentos estão em normas de direito público e visam a proteger a coletividade, evitando que esta negocie com determinadas pessoas em virtude de sua função ou condição ser incompatível com o exercício livre de atividade empresarial. 
Podem ser citados, como exemplos: 
Art. 1101 § 1 º CC, condenados a certos crimes relacionados na norma;
O art. 117, X, da Lei 8.112/1990, relativos aos servidores públicos federais; 
O art. 36,1, da LC 35/1979 - Lei Orgânica da Magistratura Nacional relativo aos magistrados; 
O art. 44, III, da Lei 8.625/1993, relativo aos membros do Ministério Público; 
O art. 29 da Lei 6.880/1980, relativo aos militares. 
Incapacidade
A outra vedação ao exercício de empresa estabelecida no Art. 972 do Código Civil diz respeito à incapacidade. Só pode exercer empresa quem é capaz, quem está no pleno gozo de sua capacidade civil, conforme determina o dispositivo normativo em comento.
Hipóteses excepcionais de exercício individual de empresa por incapaz:
Ocorre que o próprio Código abre duas exceções, permitindo que o incapaz exerça individualmente empresa. A matéria está disciplinada no Art. 974 do Código Civil, o qual prevê que “poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”. 
Registro empresário
É obrigação legal imposta a todo e qualquer empresário (empresário individual ou sociedade empresária) se inscrever na Junta Comercial antes de iniciar a atividade, sob pena de começar a exercer a empresa irregularmente. 
Saliente-se, porém, que o registro na Junta Comercial, embora seja uma formalidade legal imposta pela lei a todo e qualquer empresário individual ou sociedade empresária - com exceção daqueles que exercem atividade econômica rural (arts. 971 e 984) — não é requisito para a caracterização do empresário e sua consequente submissão ao regime jurídico empresarial.
Registro empresário
Para fazer a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, realizado pela Junta Comercial, o empresário individual terá de obedecer às formalidades legais previstas no Art. 968 do Código Civil, ou seja, fazer requerimento que contenha: 
I - O seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;
II - A firma, com a respectiva assinatura autografa; 
III - O capital; 
IV - O objeto e a sede da empresa. 
SOCIEDADE
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Sucintamente, pode-se dizer que o direito societário compreende o estudo das sociedades. E as sociedades, por sua vez, são pessoas jurídicas de direito privado, decorrentes da união de pessoas, que possuem fins econômicos, ou seja, são constituídas com a finalidade de exploração de uma atividade econômica e repartição dos lucros entre seus membros.
São justamente a finalidade econômica e o intuito lucrativo as características que diferenciam as sociedades das associações. 
Com efeito, ambas são pessoas jurídicas de direito privado decorrentes da união de pessoas, mas o traço diferencial entre elas e o fato de que a sociedade exerce atividade econômica e visa à partilha de lucros entre seus sócios (art. 981 do Código Civil), enquanto a associação não possui fins econômicos e, consequentemente, não distribui lucros entre seus associados (art. 53 do Código Civil).
SOCIEDADE
CONCEITO 
Considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro. (art. 982, CC) 
 CARACTERÍSTICAS 
Pessoa jurídica de direito privado;
Pluralidade de sócios;
Objeto social explorado com empresarialidade.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
PRINCÍPIOS DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA
 Princípio do contrato social plurilateral: consiste numa congregação de pessoas físicas interessadas em obter lucro mediante a exploração de atividade econômica.
 Princípio da personificação jurídica: a pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem.
Obs. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. (art. 985)
Enumeração dos tipos societários existentes no direito empresarial
Sociedade em nome coletivo;
Sociedade em comandita simples;
Sociedade em comandita por ações;
Sociedade em conta de participação (sociedade despersonalizada);
Sociedade limitada;
Sociedade anônima ou companhia.
Divisão das sociedades empresárias
Sociedade ilimitada – em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais: Sociedade em nome coletivo (N/ C). 
Sociedade mista – em que uma parte dos sócios tem responsabilidade ilimitada e outra parte limitada: Sociedades em comandita simples, cujo sócio comanditado responde ilimitadamenteenquanto o sócio comanditário responde limitadamente; comandita por ações em que sócios diretores possuem responsabilidade ilimitada e os demais limitados.
Sociedade limitada – em que todos os sócios responde de forma limitada pelas obrigações sociais: sociedade limitada (Ltda) e a anônima ( S/A).
sociedade irregular
Ao ingressar numa sociedade empresária, quaisquer que seja ela, o sócio deve contribuir para o capital social. Se a sociedade está em constituição ou se teve aumento do capital social, o ingressante subscreve uma parte, ou seja, se compromete a pagar uma quantia à sociedade, quando tosos os sócios já cumpriram sua parte, o capital social está integralizado.
SOCIEDADE IRREGULAR
Assim como ocorre com o empresário individual, a sociedade empresária deve ser registrada na junta comercial. O seu ato constitutivo é que será objeto de registro, que deverá ser anterior ao início das atividades.
A sociedade sem registro é denominada de irregular, ou de fato. 
TÍTULOS DE CRÉDITO
O crédito é a confiança que uma pessoa inspira a outra de cumprir, no futuro, obrigação atualmente assumida. 
Conceito Título de Crédito
É um documento, portanto não pode ser uma declaração oral, necessário para o exercício do direito nele mencionado. 
Histórico 
A doutrina notícia que o momento histórico em que os títulos de crédito se desenvolveram foi a Idade Média – não por mera coincidência, foi justamente o período histórico em que surgiu o próprio direito comercial.
Características do Título de Crédito
OBS. Atualmente, os títulos de crédito passam por um importante período de transição. Letras de câmbio já não são vistas no mercado, e mesmo títulos como o cheque e a nota promissória vão caindo em desuso e dando lugar às transações com os cartões de débito e crédito, os quais já admitem a assinatura eletrônica. Assim, como tem alertado a doutrina especializada, vivemos a era do comércio eletrônico.
Literalidade
Autonomia
Abstração
Inoponibilidade das exceções (art. 17 Lei Uniforme)
Principais títulos de crédito
Letra de câmbio
Duplicatas
Cheque
Nota promissória

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