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Seção 04EC 2016 1 1 Macroeconomia Prof. Fernando de Holanda Barbosa Filho Seção 04EC 2016 1 2 Definição: conjunto de ativos que as pessoas usam em geral para comprar bens e serviços de outras pessoas. A moeda evita a necessidade da dupla coincidência de desejos e facilita o comércio. Moeda Seção 04EC 2016 1 3 Funções da moeda 1. Meio de troca 2. Unidade de conta 3. Reserva de valor Moeda Seção 04EC 2016 1 4 Liquidez: facilidade de converter um ativo em meio de pagamento. A facilidade de converter o ativo está relacionada à perda de valor. Os ativos com maior liquidez são aqueles que perdem menos valor. Moeda Seção 04EC 2016 1 5 Tipos de moeda: 1. Moeda mercadoria: a moeda possui valor intrínseco. 2. Moeda fiduciária (de curso forçado): sem valor intrínseco que é usada como moeda por determinação do governo. Moeda Seção 04EC 2016 1 6 Quantidade de moeda Qual a quantidade de moeda na economia? Moeda corrente ou papel-moeda em poder do público (PMPP). Depósitos à vista: saldos em conta-corrente aos quais se tem acesso com a emissão de cheque. M1: PMPP + depósitos à vista M2: M1 + poupança + depósitos de curto prazo + fundos Moeda Seção 04EC 2016 1 7 O BACEN é o responsável por supervisionar e regular o sistema brasileiro. O BACEN controla a quantidade de moeda em três formas: 1. Operações de mercado aberto 2. Redesconto 3. Reservas compulsórias O BACEN pode elevar ou reduzir a quantidade de moeda com os três instrumentos acima. Sistema Brasileiro Seção 04EC 2016 1 8 Para melhor compreender a atuação do BACEN, é fundamental compreender o balancete do mesmo. BACEN Seção 04EC 2016 1 9 O Banco Central possui o monopólio na emissão de moeda. Entretanto, os bancos comerciais também criam moeda (meios de pagamento) na economia por meio do multiplicador bancário. BACEN Seção 04EC 2016 1 10 Os bancos comerciais criam moeda porque somente uma fração dos recursos depositados é mantida no banco (reservas fracionadas), com o restante sendo emprestado. Exemplo: suponha que todo recurso recebido na economia seja depositado nos bancos e que um banco mantenha como reservas 10% de seus depósitos à vista. Logo, de um depósito de R$100,00, um banco empresta R$90,00, o próximo banco empresta R$81,00, o seguinte empresta R$72,90 e assim em diante. Multiplicador Bancário Seção 04EC 2016 1 11 Logo, o total de meios de pagamento da economia é igual a: M = 100 + 90 + 81 +72,9 + ...=1000 De forma geral, caso os bancos mantenham uma fração r dos depósitos à vista como reserva, o total dos meios de pagamento será dado pela seguinte soma: M = 100 + 100(1-r) + 100(1-r)(1-r) + ...=100/1-(1-r) M=100/r No exemplo acima, como r=10%, temos M=1000. Multiplicador Bancário Seção 04EC 2016 1 12 Considere a hipótese de que todos os recursos são depositados nos bancos e assuma que os indivíduos depositam uma fração “d” de seus recursos nos bancos. Nesse caso, de R$100,00 em circulação, deposita-se 100d nos bancos comerciais. Esses emprestam 100d(1-r), guardando a fração 100dr. Dos 100d(1-r) emprestados, depositam-se 100d(1- r)d e empresta-se 100d(1-r)d. Multiplicador Bancário Seção 04EC 2016 1 13 Continuando nesse processo, temos... M=100 + 100d(1-r) + 100d(1-r) d(1-r) + ... A soma acima é a soma de uma PG infinita com razão d(1-r)<1. Logo, a quantidade de meios de pagamento é igual a... M=100/[1-d(1-r)] Multiplicador Bancário Seção 04EC 2016 1 14 Instrumentos de controle do BACEN da quantidade de meios de pagamento: 1. Operações de mercado aberto: compra e venda de títulos. 2. Reservas compulsórias. 3. Redesconto: taxa de juros que o BACEN cobra sobre seus empréstimos. Multiplicador Bancário Seção 04EC 2016 1 15 O balancete simplificado do BACEN, abaixo, mostra em vermelho os instrumentos do BACEN: Multiplicador Bancário Seção 04EC 2016 1 16 Operações de mercado aberto (OMA): compra e venda de títulos públicos. Reservas compulsórias: percentual dos depósitos à vista que os bancos comerciais não podem emprestar (devem manter como reservas). Taxa de redesconto: taxa de juros cobrada pelo BACEN nos empréstimos de última instância. Instrumentos de Controle da Oferta de Moeda Seção 04EC 2016 1 17 A fração da renda das famílias nos bancos não é controlada. Quanto maior a fração dos depósitos, maior o efeito do multiplicador bancário. O BACEN não possui controle sobre a quantidade de empréstimos que os bancos fornecem (reservas voluntárias). Controle da Oferta de Moeda Seção 04EC 2016 1 18 Figura 9: Equilíbrio entre a oferta e a demanda por moeda Controle da Oferta de Moeda i M Ms Md(Y;P;i) M*=Ms i* Seção 04EC 2016 1 19 A equação quantitativa da moeda mostra uma identidade, MV=PY, onde M é a quantidade de meios de pagamento, V é a velocidade renda da moeda, P é o nível de preços e Y é o produto real. A teoria quantitativa da moeda assume que a velocidade renda da moeda é constante: No longo prazo, o produto real Y é definido pelo equilíbrio no mercado de fatores e pela tecnologia, sendo dado: Teoria Quantitativa da Moeda VV YY Seção 04EC 2016 1 20 A teoria quantitativa da moeda mostra que a variação percentual da quantidade de moeda tem que ser igual à variação percentual do nível de preços mais a variação percentual do produto real. Como no longo prazo, o produto é dado , então, temos: Ou seja, emissão monetária eleva somente o nível de preços, sem afetar Y. Teoria Quantitativa da Moeda YPMVV YPVM %%% %%%% YY PM %% Seção 04EC 2016 1 21 Inflação é a mudança contínua do nível de preços. A principal causa da inflação é a emissão monetária para financiar os déficits do governo. A emissão monetária gera o imposto inflacionário. Na década de 90, o imposto inflacionário chegou a representar 4% do PIB. Inflação Seção 04EC 2016 1 22 Custos da inflação: 1. Custo sola de sapato 2. Custos de menu 3. Distorções tributárias 4. Confusão e inconveniência 5. Redistribuição de riqueza Inflação Seção 04EC 2016 1 23 Básica — MANKIW, G. Princípios de Macroeconomia. Tradução da 3ª edição norte-americana. São Paulo: Thomson, 2005. Cap. 16 e 17. — Mankiw, G. Introdução à Economia. Tradução da 6ª edição norte- americana. São Paulo: Cengae Learning, 2014. Cap. 29 e 30. — Mankiw, G. Macroeconomia. 8ª edição. São Paulo: LTC, 2015. Cap. 5 e 6. — BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia: teoria e política econômica. Rio de Janeiro: Campus, 1999. Cap. 5. — HALL, R.; LIEBERMAN, M. Macroeconomia: princípios e aplicações. São Paulo: Thomson, 2003. Cap. 11 e 12.
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